Figuras de linguagem com exercícios

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Professora Sônia SochiarelliProfessora Sônia Sochiarelli

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Figuras de Linguagem

Figuras de linguagem são recursos deexpressão, utilizados por um escritor, com o objetivo de ampliar o significado de um textoliterário ou também para suprir a falta de termosadequados em uma frase. É um recurso que dá uma grande expressividade ao texto literário.As mais comuns são: metáfora, comparaç ão, metonímia, antítese, paradoxo, personificaç ão (ouprosopopeia), hipérbole, eufemismo, ironia, elipse,zeugma, pleonasmo, polissíndeto, assíndeto,onomatopeia, anáfora, sinestesia, gradaç ão ealiteraç ão.

Comparação

A comparaç ão consiste na aproximaç ão entre dois objetos por meio de uma característica semelhante entreeles, dando a um as características do outro. Difere da metáfora porque possui, obrigatoriamente, termos comparativos. Em suma, é uma comparaç ão explícita.

Exemplo:

Tempo é como dinheiro.

Neste exemplo vemos o principal definidor de uma

comparaç ão: a palavra como traz explicitamente a ideia

de que o tempo é valoroso como o dinheiro.

Metáfora

A metáfora é um tipo de comparaç ão, mas sem os termos comparativos (tal como, como, são como, tanto quanto, etc). Na metáfora, a comparaç ão entre dois elementos está implícita, trazendo uma relaç ão de semelhanç a entre eles. Exemplo:

Tempo é dinheiro.

Percebemos neste exemplo a relaç ão implícita, onde o

tempo é tão valoroso quanto o dinheiro, por isso ele é

colocado como semelhante à moeda.

Metáfora

Ele tem músculos de aço.

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Metáfora Nero foi um mostro.

Entre os termos Nero e monstro existe uma característica comum:a maldade.Nero + monstro = maldade

Catacrese:

A catacrese é um tipo de especial de metáfora, "é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já fora do âmbito estilístico." (Othon M. Garcia)

Exemplos: folhas de livro, pele de tomate, dente de alho, montar em burro, céu da boca, cabeça de prego, mão de direção, ventre da terra, asa da xícara, sacar dinheiro no banco

Catacrese

Falta de uma palavra específica. Dente de alho. Mesmo alho nãotendo dente, é chamado assim.

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Antítese:

A antítese consiste no uso de palavras, expressões ou ideias que se opõem. Exemplo:

Nada com Deus é tudo. Tudo sem Deus é nada.

Soneto da Separaç ão

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto

Vinícius de Moraes

Neste soneto vemos claramente a antítese por trás da temática da separaç ão amorosa: o que antes era riso trouxe lágrimas com a separaç ão; as bocas unidas pelo beijo no amor se separam como a espuma que se espalha e se dissolve. A oposiç ão de sentimentos e atos forma claramente a antítese.

Antítese

Ideias opostas

Paradoxo:

Paradoxo é a presenç a de elementos que se anulam numa frase, trazendo à tona uma situaç ão que foge da ló gica.

Exemplo:

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dó i e não se sente ;

É um contentamento descontente ;

É dor que desatina sem doer;Luís de Camões

A situaç ão do paradoxo aqui é clara: os elementos marcados seanulam, trazendo uma série de questionamentos. Como pode umaferida, algo que causa dor física, não ser sentida? Como o contentamento, que causa felicidade, pode ser descontente? Como ador pode não doer? Vemos claramente a fuga da ló gica.

Paradoxo

“Foi sem querer querendo.”

Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.

Exemplo: "E pela paz derradeira1 que enfim vai nos redimir, Deus lhe pague" (Chico Buarque)

1 paz derradeira: morte

Eufemismo

Suaviza a expressão.

Ele é pouco sábio.

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Hipérbole:Esta figura de linguagem consiste no emprego de palavras que expressam uma ideia de exagero de forma intencional.

Exemplo:

Ela chorou rios de lágrimas.

Chorar rios remete a um choro contínuo, exagerado e o termo rios vem para enfatizar a ideia de que foi um choro intenso.

Metonímia:

É a substituiç ão de uma palavra por outra sendo que, entreambas, há uma proximidade de sentidos, uma relaç ão de

implicaç ão. Exemplos:

•Não leu Machado de Assis.•Não leu a obra de Machado de Assis.

Vemos no exemplo que a obra de Machado de Assis foi substituída só pelo nome do autor. A metonímia consistenessa substituiç ão de palavras, dando o mesmo sentido a uma frase. A seguir, outro exemplo que reforç a essa substituiç ão:

•A cozinha italiana é maravilhosa!•A comida italiana é ó tima.

Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:A causa pelo efeito e vice-versa:

"E assim o operário ia Com suor e com cimento 2

Erguendo uma casa aqui Adiante um apartamento."            2 Com trabalho. O lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto 3. 3 O vinho da cidade do Porto. O autor pela obra:            Ela parecia ler Jorge Amado 4.            4 A obra de Jorge Amado. O abstrato pelo concreto e vice-versa:            Não devemos contar com o seu coração 5.               5 Sentimento, sensibilidade.

Otávio é um bom garfo.

Personificação (ou prosopopeia):A personificaç ão, também chamada prosopopeia, consiste na atribuiç ão de características humanas, como sentimentos,linguagem humana e aç ões do homem, a coisas não-humanas.

Exemplo:

Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,

que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.

Cantaremos o medo, que esteriliza os abraç os,

não cantaremos o ó dio, porque esse não existe,

existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro.

Carlos Drummond de AndradeNeste exemplo, o medo, uma sensaç ão, é transformado em pai e companheiro, algo que só é atribuído a um ser humano.

Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.

Exemplo: "Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas."

1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição    de (de sandálias...)

Zeugma:

É parecido com a elipse, no entanto, só podemosidentificar desta forma esta figura de linguagemquando há omissão de algo que já foi expressono texto. Sabemos que o termo foi omitido porque já foi apresentado. Exemplo:

Canç ão do Exílio

Nosso céu tem mais estrelas

Nossas várzeas tem mais flores

Nossos bosques tem mais vida

Nossa vida mais amores

Gonçalves Dias

Perífrase: Designa os seres através de algum de seus atributos.

O rei dos animais foi generoso. (o leão)

Pesquisei sobre o Pai da Aviação. (Santos Dumont)

A Cidade Luz é muito bonita. (Paris)

Perífrase

Rio: Cidade Maravilhosa

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Pleonasmo: Repetição de uma ideia por meio de outras palavras. É utilizado como forma de ênfase e, além de ser figura de linguagem, é classificada como vício. A diferença entre a figura de linguagem e o vício de linguagem é simples: para ser figura de linguagem, o pleonasmo vem de forma intencional, para dar mais expressividade no texto, enquanto no vício vem como uma repetição não intencional e desnecessária. Exemplo:

Chovia.

Chovia uma triste chuva de resignaçãoComo contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.

Manuel Bandeira

A repetição proposital de Manuel Bandeira ao dizer que "chovia uma chuva" intensifica a ideia de que estava chovendo.

Pleonasmo vicioso

Ela está subindo para cima.

Sinestesia:

A sinestesia traz textos que expressam as sensações humanas, com o cruzamento de palavras referentes aos cincosentidos.Exemplo:

Recordação

Agora, o cheiro áspero das floresleva-me os olhos por dentro de suas pétalas

Cecília Meireles

Sinestesia Uma melodia azul tomou conta da sala.

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Ironia

É a expressão de ideias com significadooposto ao que se realmente pensa ou acredita. Exemplo:

Moç a linda, bem tratada,Três séculos de família,Burra como uma porta:

Um amor!

Mário de Andrade

Onomatopeia

Temos onomatopeia quando há o uso de

palavras que reproduzem os sons de seres

vivos e objetos

É mais comum em histó ria em quadrinhos.

Gradação:

Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras que intensificam uma mesma ideia.

Exemplo: "Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo." (Castro Alves)

Polissíndeto

Consiste na repetiç ão de conjunç ões para garantir um texto mais expressivo. Exemplo:

O olhar para trás

E o olhar estaria ansioso esperando

E a cabeç a ao sabor da mágoa balanç ada

E o coraç ão fugindo e o coraç ão voltando

E os minutos passando e os minutos passando...

Vinícius de MoraesA conjunç ão e vem para caracterizar o polissíndeto, trazendo aç õese sensaç ões que ocorrem de forma contínua e rápida.

Assíndeto

O assíndeto ocorre quando há omissão das conjunç ões.

Exemplo:

Morte no avião

Acordo para a morte.

Barbeio-me, visto-me, calç o-me .

Carlos Drummond de Andrade

A conjunç ão geralmente é substituída por vírgula, como

no exemplo.

Anáfora

Consiste na repetiç ão de palavras ou expressões

com o objetivo de enfatizar uma ideia. Exemplo:

Elegia Desesperada

Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres

Que ningué m mais merece tanto amor e amizade

Que ningué m mais deseja tanto poesia e sinceridade

Que ningué m mais precisa tanto de alegria

serenidade

Vinícius de Moraes

Exemplo: "Depois o areal extenso...

Depois o oceano de pó...

Depois no horizonte imenso

Desertos... desertos só...“

(Castro Alves)

Aliteração

Consiste na repetiç ão de consoantes em uma

sequência de palavras, trazendo um texto com um

efeito sonoro. Confira um exemplo no trecho da música

Chove Chuva de Jorge Ben Jor:

Chove, chuva, chove sem parar

Neste caso, o ch repetido vem para dar a

sonoridade da chuva, além de dar ritmo à música de

Jorge Ben Jor.

Assonância: Ocorre assonância quando há repetição

da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.

Exemplo: "Sou Ana, da cama

da cana, fulana, bacana

Sou Ana de Amsterdam."

Exercícios de Figuras de Linguagem

1. (Mackenzie) Aponte a figura: "Naquela terrível luta, muitos adormeceram para sempre.“ a) antíteseb) eufemismo c) anacolutod) prosopopeiae) pleonasmo

B. eufenismo

2. (FUVEST) A prosopopeia, figura que se observa no verso "Sinto o

canto da noite na boca do vento", ocorre em:

a) "A vida é uma ó pera e uma grande ó pera.“

b) "Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de Tormentó rio, os

portugueses apelidaram-no de Boa Esperanç a.“

c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres caroç os."

d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes, Na flor silvestre, que

embalsama os ares.“

e) "A felicidade é como a pluma...“

2.C

3. (FATEC) "Seus ó culos eram imperiosos.”

Assinale a alternativa em que aparece a mesma

figura de linguagem que há na frase acima:

a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes.”

b) "Nasci na sala do 3° ano.”

c) "O bonde passa cheio de pernas."

d) "O meu amor, paralisado, pula.“

e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."

3.CMetonímia

4. Mackenzie)

I.E os sobreviventes, emocionados, abraç am o

piloto que vinha nos salvar.

I."Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua.”

I."Choram as ondas, choram em vão: O inútil de

tristes águas.“Assinale a alternativa correta quanto às figuras presentes, respectivamente, nos trechos acima.

a) zeugma / pleonasmo / anacoluto.b) elipse / aliteraç ão / sinédoque.c) silepse / assíndeto / eufemismo.d) zeugma / assíndeto / metonímia.e) silepse / polissíndeto / prosopopeia.

4.E

5. (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o

mínimo para continuar mandando o máximo", a figura de

linguagem presente é chamada:

a) Metáforab) Hipérbolec) Hipérbatod) Anáforae) antítese

5. E

6. (UNIFEI)

Eram cinco horas da manhã e o cortiç o acordava,

abrindo, não os olhos…

(Aluísio Azevedo, O Cortiço)

A figura de linguagem que se explecita em "o cortiç o

acordava" é conhecida como

a) personificaç ãob) metonímia.c) comparaç ão.d) gradaç ão.e) onomatopeia.

6.A

7. (ITA) Em qual das opç ões há erro de identificaç ão das

figuras?

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)b) "A neblina, roç ando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia)c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número) d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteraç ão)e) "Oh sonora audiç ão colorida do aroma." (sinestesia) 

7.D

8. No trecho: "O pavão é um arco-íris de plumas",

enquanto procedimento estilístico temos uma:

a) metáforab) comparaçãoc) metonímia d) hipérbolee) anáfora

8.A

9. Em qual das opções há erro de identificação das figuras?

a) “Faz dois anos que ele entregou a alma a Deus.” (eufemismo)

b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia)

c) Sentei no braço da poltrona para descansar. (catacrese)

d) Li Cecília Meirelles. (metáfora)

e) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então." (Clarice Lispector) (onomatopeia)

9.D

10. Em qual das opções há erro de identificação das figuras?

a)Amou daquela vez como se fosse máquina. Beijou sua mulher como se fosse lógico. ( Comparação)

b) "A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde. ( Sinestesia)

c) “Toda gente homenageia Januária na janela.“ ( Aliteração)

d) "Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal." (Rui Barbosa) ( Antítese)

e) "Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu erro quero que você ganhe que você me apanhe sou o seu bezerro gritando mamãe.” ( Onomatopeia)

10.EParonomásia: Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras

de significados diferentes.