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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIENCIA PEDAGÓGICA
PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO ORIENTADOR
PEDAGÓGICO.
Ivonete Andre Da Lapa
ORIENTADOR: Prof. Flávia Cavalcante
Rio de Janeiro
2016
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Orientação Pedagógica. Por: Ivonete Andre Da Lapa
AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIENCIA PEDAGÓGICA
PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO ORIENTADOR
PEDAGÓGICO.
Rio de Janeiro
2016
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus que me concedeu saúde e
oportunidade de realizar este trabalho. Aos
amigos professores e colegas de classe que com
sua contribuição ampliaram minha visão de
mundo concernente á atuação pedagógica.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus alunos,
profissionais que atuam junto a mim neste
laboratório de constante necessidade de ampliar o
saber. Aos meus pais, igrejas e colegas de todos
os dias.
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RESUMO
Orientador pedagógico, além do conhecimento teórico para acompanhar o
trabalho pedagógico e estimular alunos, professores, famílias e toda
comunidade escolar é necessário percepção e sensibilidade para identificar as
necessidades dos alunos e professores, comunidade escolar tendo que se
manter sempre atualizado, buscando fontes de informações e refletindo sobre
sua prática como nos fala Nóvoa (1992: 36) “a experiência não é nem
formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar
a produção do saber e a formação”. Com esse pensamento ainda é necessário
destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de todos, assim o
coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto para mo-
tivar a sua equipe. O trabalho em equipe é fonte inesgotável de superação e
valorização do profissional. A atribuição essencial do Orientador pedagógico
está associada ao processo de formação em serviço dos professores,
atendimento aos alunos e familiares destes. Processo denominado de
Educação Continuada, tanto nos textos oficiais de secretarias municipais e
estaduais de educação, como na literatura recente sobre formação em serviço.
A Educação Continuada se faz necessária pela própria natureza do saber e do
fazer humano, como práticas que se transformam constantemente.
A formação continuada de Orientadores justifica-se para que se criem
condições geradoras de competências e inovações para intervenções
propositivas nas situações que vão ocorrendo. É uma concepção de formação
que faz das práticas profissionais dos Orientadores contextos de
“requalificação do coletivo de trabalho.” (NÓVOA, 1992: 32). É o conhecimento
construído naquilo que Schon (1987 apud ALARCÃO 2008) designa por
reflexão na ação e reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação. Os
Orientadores devem ser agentes ativos de seu próprio conhecimento e o
contexto de trabalho deve propiciar espaços de requalificação da competência
profissional. A formação continuada visa incentivar a postura de sujeitos
críticos, reflexivos e transformadores, capazes de refletir sobre suas ações,
com vistas a produzir saberes que lhes permitam avançar em práticas
pedagógicas mais significativas e relevantes para atender as demandas da
sociedade.
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METODOLOGIA
A proposta deste estudo visa investigar novos conhecimentos que
contribuam para elevar a qualificação e desempenho de Orientadores
pedagógicos em contextos educacionais que visam uma prática docente
competente.
Para responder esse objetivo acima, foram traçados alguns objetivos
específicos, são eles: Identificar as principais teorias que fundamentam o
desenvolvimento da aprendizagem e suas implicações para a formação
docente. Apresentar fundamentos teóricos metodológicos da Neurociência para
a formação continuada de profissionais que atuam na educação.
Para responder esses objetivos está monografia será desenvolvida em 3
capítulos. No primeiro faremos uma introdução ao assunto e apresentação de
conceitos sobre o papel do Orientador pedagógico e aspectos de sua situação
no cenário do Brasil. No segundo, investigaremos as teorias que fundamentam
os processos de desenvolvimento da neurociência implicações com a
aprendizagem. No terceiro capítulo, propor-se um paralelo entre os argumentos
dos autores mais conceituados neste campo de estudo da neurociência e as
implicações desse conhecimento para o processo de aprendizagem. A
monografia será baseada numa abordagem qualitativa e desta forma
implementadas estratégias de investigação, como: Pesquisa bibliográfica para
embasamento e desenvolvimento da monografia.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Aspectos Históricos da Função do Orientador Pedagógico 11
CAPÍTULO II
Bases Históricas da Neurociência para a Formação Continuada do Orientador
Pedagógico 16
CAPÍTULO III
Aspectos Morfofuncional do Sistema Nervoso, Cérebro e Aprendizagem para a
Formação Continuada do Orientador Pedagógico 26
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 45
8
INTRODUÇÃO
O Orientador pedagógico, além do conhecimento teórico para
acompanhar o trabalho pedagógico e estimular alunos, professores, famílias e
toda comunidade escolar é necessário percepção e sensibilidade para
identificar as necessidades dos alunos e professores, comunidade escolar
tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informações e
refletindo sobre sua prática como nos fala Nóvoa (1992: 36) “a experiência não
é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode
provocar a produção do saber e a formação”. Com esse pensamento ainda é
necessário destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de
todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre
pronto para motivar a sua equipe. O trabalho em equipe é fonte inesgotável de
superação e valorização do profissional. A atribuição essencial do Orientador
pedagógico está associada ao processo de formação em serviço dos
professores, atendimento aos alunos e familiares destes. Processo
denominado de Educação Continuada, tanto nos textos oficiais de secretarias
municipais e estaduais de educação, como na literatura recente sobre
formação em serviço. A Educação Continuada se faz necessária pela própria
natureza do saber e do fazer humano, como práticas que se transformam
constantemente.
A formação continuada de Orientadores justifica-se para que se criem
condições geradoras de competências e inovações para intervenções
propositivas nas situações que vão ocorrendo. É uma concepção de formação
que faz das práticas profissionais dos Orientadores contextos de
“requalificação do coletivo de trabalho.” (NÓVOA, 1992: 32). É o conhecimento
construído naquilo que Schon (1987 apud ALARCÃO 2008) designa por
reflexão na ação e reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação. Os
Orientadores devem ser agentes ativos de seu próprio conhecimento e o
contexto de trabalho deve propiciar espaços de requalificação da competência
profissional. A formação continuada visa incentivar a postura de sujeitos
críticos, reflexivos e transformadores, capazes de refletir sobre suas ações,
com vistas a produzir saberes que lhes permitam avançar em práticas
pedagógicas mais significativas e relevantes para atender as demandas da
sociedade.
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De uma maneira geral, pode-se dizer que o início da formação do
coordenador pedagógico vem antes de seu ingresso nos cursos de preparação
para o magistério e prossegue durante toda a sua prática profissional. Além
disso, durante o exercício de sua profissão, o docente vai adquirindo novas
competências, provenientes da prática onde está imerso, ampliando assim, a
concepção de que a formação é decorrência direta dos cursos de preparação
para o magistério e formação continuada. Pode-se dizer que a formação do
coordenador pressupõe a recriação ou a reelaboração dos saberes adquiridos
por cursos, feita com base nas teorias e experiências vivenciadas. Portanto os
saberes que fundamentam o nascimento e desenvolvimento da criança é
conhecimento si ne qua non para que a prática do coordenador seja relevante
para o seu contexto de atuação.
Segundo Vasconcelos (2009) o orientador pedagógico não é mais visto
como aquele fiscalizador, controlador do professor, mas, um supervisor
coordenador articulador do trabalho pedagógico na escola, que trabalha junto
aos professores, discutindo com eles os problemas e as possíveis soluções
para a melhoria do ensino – aprendizagem. Garrido (2008), ressalta que o
trabalho do professor coordenador é essencialmente a formação continuada
em serviço, ao promover a reflexão dos professores sobre suas práticas
docentes, está favorecendo a tomada de consciência dos professores. A autora
destaca a importância de um espaço coletivo e formador para o coordenador,
no qual ele possa refletir sobre sua prática, trocar experiência e crescer
profissionalmente. Contudo, outros autores contribuíram de forma significativa
com este estudo, como Alarcão (2008), Almeida (2006), Christov (2006), Lima
(2008), Pimenta (1999), Santos (2008).
A proposta deste estudo visa investigar novos conhecimentos que
contribuam para elevar a qualificação e desempenho de Orientadores
pedagógicos em contextos educacionais que visam uma prática docente
competente.
Para responder esse objetivo acima, foram traçados alguns objetivos
específicos, são eles: Identificar as principais teorias que fundamentam o
desenvolvimento da aprendizagem e suas implicações para a formação
docente. Apresentar fundamentos teóricos metodológicos da neurociência para
a formação continuada do Orientador Pedagógico.
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Para responder esses objetivos está monografia será desenvolvida em 3
capítulos. No primeiro faremos uma introdução ao assunto e apresentação de
conceitos sobre o papel do Orientador pedagógico e aspectos de sua situação
no cenário do Brasil. No segundo, investigaremos as teorias que fundamentam
os processos históricos da neurociência. No terceiro capítulo, propor-se um
paralelo entre os argumentos dos autores mais conceituados neste campo de
estudo e as implicações desse conhecimento na formação do Orientador
Pedagógico. A monografia será baseada numa abordagem qualitativa e desta
forma implementadas estratégias de investigação, como: Pesquisa bibliográfica
para embasamento e desenvolvimento da monografia.
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CAPÍTULO I
ASPECTOS HISTÓRICOS DA FUNÇÃO DO ORIENTADOR PEDAGÓGICO
Vivemos tempos de mudanças constantes, já dizia o sábio Bauman:
"Tudo que é sólido se desconstrói no ar" (2007), este afamado autor afirma em
suas preleções que vivemos tempos fluídos, de incertezas onde esta era
provoca no ser humano o sentimento de estar patinando em uma fina casca de
gelo de forma que se parar afunda. Neste contexto é necessário estar em
constante movimento. Com o avanço dos aparatos tecnológico a quantidade de
conexões que o ser humano pode fazer, o castelinho de verdades absolutas
rui-se, sendo necessário reconfigurar-se, reconstruí-se para estar vivo. Neste
cenário o profissional da orientação pedagógica é profundamente impactado e
ao mesmo tempo convidado a uma atuação emancipadora. A consciência da
necessária da formação continuada da condições aos profissionais da
educação, aqui uma lupa no orientador pedagógico, bagagem para atender as
especificidades educacionais que este novo tempo apresenta.
A construção do papel do orientador pedagógico nos espaços
educacionais em contexto brasileiro data-se conforme ampla pesquisa de
Camargo (2008), da época do Decreto-lei 8.530 de 10/01/1946, sobre a Lei
Orgânica do Ensino Normal, tendo como finalidade uma formação de pessoal
docente, necessária às escolas primárias e que também habilitaria
administradores educacionais.
Segundo Santos (1986), é nessa época que a Orientação Educacional,
mais como uma Orientação Vocacional e Profissional, teria um papel
importante a desempenhar. A ABE ofereceu curso de extensão sobre
Orientação Educacional aberto a professores interessados em prestar serviços
de Orientação Educacional em suas escolas, pois no contexto político, era
necessário para o ajustamento do indivíduo às necessidades de ordem social.
Grinspun (2006) enfatiza que foi através das Leis Orgânicas do
Ensino, que se fez necessário o orientador pedagógico, pois, esse profissional
assumira funções de caráter terapêutico, preventivo, psicometrísta,
identificando dons, aptidões e inclinações dos indivíduos.
Conforme Santos (1986), em 1946, quando é votada nova constituição,
o nacionalismo e o populismo caracterizavam a vida política e a Orientação
Educacional já se movimentava em torno de uma nova identidade. É
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organizado o I Simpósio em nível nacional com a colaboração do MEC
(Ministério da Educação e Cultura) e do CADES (Campanha de Difusão e
Aperfeiçoamento do Ensino Secundário). Para a autora, neste simpósio, o tema
em discussão foi a Prática e a Implantação da Orientação Educacional nos
ensinos de 1º e 2º grau. No período de 1957 a 1967, foram realizados mais
dois simpósios e dois seminários que discutiram os fins e os principais
problemas da Orientação Educacional. Não alterando em nada o que foi
proposto no primeiro simpósio. A Orientação teria um papel importante para
desempenhar; esse profissional selecionaria, testaria e encaminharia os alunos
para os cursos profissionalizantes, com base nos interesses e aptidões dos
alunos, mas, mesmo assim, o sistema educacional continuava elitista.
Conforme dados da pesquisa de Carmargo (2008);
A formação da Orientação Educacional se desenvolvia em escolas de nível secundário e em estabelecimentos particulares. Um dos resultados desses eventos foi a instalação, em 1959, em dezenove faculdades de Filosofia, de um curso de preparação em nível de pós-graduação de Orientadores Educacionais, financiados pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura).
Paralelo á estas discussões outro importante movimento em prol de uma
educação livre das intervenções da igreja está ocorrendo, conforme reflexão de
Santos (1986) é nesse contexto que a educação vai se tornando interesse
econômico e de segurança e que ocorre a discussão da questão educacional
nacional entre defensores do ensino particular e os defensores da escola
pública, promulgando assim, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 4.024/61 da
reforma universitária e da reforma do ensino de 1º. e 2º. graus, que atingiram
diretamente as escolas técnicas, industriais e normais, extinguindo-se os
cursos clássicos e científicos, assumindo assim, uma tendência tecnicista, em
um aspecto qualitativo, com técnicas educacionais e formação profissional.
Regulamentava também a concessão de bolsas, a aplicação de recursos para
o sistema público e para a iniciativa privada e previa a cooperação entre União,
Estados e Municípios. Mediante relatos da autora Grinspun (2006);
Foi através dessa Lei de Diretrizes e Bases que o Orientador ganhou status de Orientador Educativo e Vocacional, identificando aptidões individuais, estendendo à todos os alunos, utilizando-se de todos os elementos da escola para desenvolverem esse trabalho. Ao Orientador Educacional
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caberia a orientação escolar, psicológica, profissional da saúde, recreativa, familiar.
Conforme Santos (1986), através da Lei 5.540/68, em seu artigo 30,
parágrafos 1º e 2º, é definido que a formação dos especialistas em educação,
inclusive a de Orientador Educacional, se daria no nível da graduação.
Conforme Santos (1986), em 1970, o 1º Congresso Brasileiro de
Orientação Educacional (CBOE) revelou preocupação com um trabalho
científico, tendo como referencial teórico a Psicologia nos currículos de
formação deste profissional, vinculando a Orientação Educacional à política
administrativa. Apresentava projetos mais específicos para serem trabalhados
pelo Orientador Educacional como: operação recuperação, operação
rendimento, escola-família, mas não refletia, na dimensão necessária, a
realidade concreta vivida nas escolas, ou seja, apresentavam auxílios aos
Orientadores Educacionais para um desenvolvimento de sua função mais
eficiente e produtiva, do primário ao ensino superior. Nesse Congresso
demonstra-se também a contínua luta pela definição de seu papel e de uma
legislação que garanta o seu espaço profissional, através de reivindicações de
benefícios para a categoria. Para o governo, organizar a categoria de
orientadores educacionais tinha como propósito que lhe servisse de base para
diversificação da escola, enquanto que ele (governo) garantia privilegias como
o profissional da seletividade.
Segundo Grinspun (2001), a Orientação Educacional legitimou-se pela
obrigatoriedade com a LDB 5.692/71, que complementa a lei 5.540/68,
surgindo com a finalidade de qualificar para o trabalho, através da
profissionalização, com sondagens no 1º grau e habilitações profissionais no 2º
grau.
Santos (1986) afirma que o fato da LDB 5.692/71 garantir a
obrigatoriedade da Orientação Educacional, não garantia a sua implantação
nas escolas, o que fez com que esse movimento da categoria não perdesse
tempo quanto a conquista deste lugar no sistema educacional.
Segundo Santos (1986), os congressos que aconteceram em prol de
mudanças e construção do papel do orientador pedagógico teve dentre seus
objetivos a definição de técnicas, processos e métodos. Havia uma distância
entre os fundamentos, intenções e o preparo do orientador. A idéia era formar
um Orientador Educacional humanista, porém, o sistema cobrava um
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profissional detector de técnicas que garantissem a produtividade das escolas.
Essa polêmica se dava entre os educadores tradicionais e os progressistas. O
segundo objetivo era o papel da igreja na formação dos Orientadores
Educacionais, pois a presença de padres e freiras liderava a categoria.
As reivindicações apresentadas neste evento se delineavam à um maior
desempenho e uma maior compreensão do seu lugar no sistema, e também,
maiores recursos do governo para realização dos programas de formação,
preparação e treinamento do profissional, centros de pesquisa regionais,
bibliotecas das escolas com materiais de diversas profissões, criação de
órgãos de supervisão em Orientação Educacional nas secretarias de
educação. Esperava-se com isso, uma verdadeira revolução pedagógica, mas
na verdade, ela serviria para um ousado propósito ideológico: mascarar as
contradições sociais da educação. Essas eram as duas dúvidas: a indefinição
de sua formação humanista, e o preparo para a sondagem e orientação de
aptidões para o trabalho, o qual estava se tornando cada vez mais
desqualificado e alienado.
Os orientadores já começavam a sair da visão psicologizante e
idealizada com que foram formados para tentar compreender e interferir no
processo pedagógico. “[...] é onde, pela primeira vez, há referências às classes
sociais, dominação, opressão e liberdade, conceitos que daí em diante povoa
as discussões, os temários de encontros e congressos.” (Garcia, 1990, p. 15-
16). Afirma Grinspun (2001) QUE:
Toda a prática da orientação está debruçada nesta concepção de educação, como um ato político, como instituição que está intrinsecamente relacionada com as mudanças ocorridas no núcleo da sociedade. De acordo com a LDB 9.394/96 extinguiram-se dos cursos de Pedagogia as habilitações de Orientação e Supervisão Educacional por concluírem que o curso de Pedagogia estava fragmentado dentro do atual contexto educacional. A Orientação Educacional viu-se cerceada em seu trabalho quando mais se intensificou a procura dos culpados pelo fracasso da educação. Começava a se solidificar, recusando um papel cujo desempenho a comprometia e mostrava suas reais possibilidades de colaborar para a melhoria da educação brasileira.
Através deste breve histórico pudemos perceber que a educação
sempre serviu mais à política do que à sociedade, pois todas as decisões
tomadas foram devido a crises na economia. As exigências da época fizeram
15
com que a escola se tornasse necessária, e como ela, a profissão do
Orientador Educacional, desempenhando um papel ideológico e alienante.
Segundos autores citados, os Orientadores Educacionais, através de
suas lutas, (em congressos, encontros e seminários) buscavam uma
fundamentação teórica para uma ação mais competente, buscando demonstrar
a amplitude de sua atuação, cujos objetivos demonstravam ser distintos aos
que foram criados. Buscou cumprir os papéis que à ela foram designados,
geralmente, a favor do sistema excludente e poucas vezes, para a
emancipação das camadas populares, pelo fato de estarem sempre ligada as
políticas educacionais.
Conforme Grinspun (2001), a Orientação Educacional, na atualidade,
caminha na busca da totalidade do aluno, preocupando-se com a ampliação do
conhecimento do educando como pessoa, construindo sua personalidade e
participando consciente e ativamente de sua própria história de vida,
valorizando a realidade de cada aluno.
Mediante proposta desta pesquisa no terceiro capítulo apresenta-se
fundamentos da neurociência para a formação continuada do orientador
pedagógico. A Neurociência busca compreender o funcionamento do sistema
nervoso, integrando suas diversas funções (movimento, sensação, emoção,
pensamento etc). Compreender como o sistema nervoso - e em particular o
córtex cerebral – funciona é um importante passo para aperfeiçoarmos suas
diversas funções, intervindo de forma eficaz no processo de aprendizagem.
16
CAPÍTULO II
BASES HISTÓRICAS DA NEUROCIÊNCIA PARA A FORMAÇÃO
CONTINUADA DO ORIENTADOR PEDAGÓGICO
Acredita-se que os aspectos que fundamentam a neurociência
contribuem para uma nova definição no olhar no educador enquanto agente
facilitador da aprendizagem. Um levantamento histórico feito pelo INEP em
outubro de 2003 e IPEA em 2011 revelam que a maioria das instituições
acadêmicas não estão aptas para atuar em prol da formação docente. Poucos
cursos de graduação apresentam subsídios para que o futuro professor possa
entender como se processa a aprendizagem e como seu aluno aprende. O
estudo da neurociência instrumentaliza o professor para atuar com as
especificidades educacionais do seu aluno ajudando-o a entende-lo pautado
em questões biológica para compreender o comportamental favorecendo a
utilização de estratégias de ensino mais adequadas. Conforme, Rodrigues e
Ciasca (2006):
Estudar a relação entre o cérebro e o comportamento é o principal objetivo da Neuropsicologia. É por meio dessa área de atuação que se pode entender como diferentes áreas cerebrais atuam em conjunto para produzir comportamentos complexos, tal como é o caso da aprendizagem. Problemas em qualquer área do sistema nervoso central podem gerar disfunções e prejudicar o aprendizado. Depreende-se, então, que o profissional que lida com a criança deve ter conhecimentos básicos sobre a neuropsicologia, de modo a compreender as funções mentais. (Ciasca, Rodrigues, 2006, p. 102).
A pesquisadora Cavada (2008), propõem que, a capacidade para de
movimentar, perceber as sensações, de se comunicar, ri, chorar é antigo no
homem. A relação desses fenômenos com o sistema nervoso muda com o
passar dos tempos até o aparecimento de um conjunto de doutrinas que fixou
em desvendar a estrutura e funcionamento do sistema nervoso. Observando
esta estrutura conceitual apresentado abaixo aspectos dos marcos
Fundamentais na evolução deste campo de conhecimento. A maioria dos
autores começam a estudar histórias sob o desenvolvimento da neurociência a
partir do século V ac. Cavada e Silveira (2008) concordam em seus artigos
apresentando o estudioso Alcmaeon de Crotona como o responsável pela
descoberta dos nervos ópticos. Em suas pesquisas e dissecações propôs que
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o cérebro era a sede do pensamento e do sentimento. Esta ideia revoluciona o
pensamento intuitivo grego que atribuía estas funções ao coração. Aristóteles
pai do pensamento grego também apresentava que a função do cérebro era
esfriar o sangue aquecido pelo coração, portanto, para ele a sede do
pensamento e dos sentimentos estava no coração. O discípulo de Hipócrates
Galeno, trabalha as diferenças estrutural do cerebelo e cérebro. Ele difundiu
que, o cerebelo era responsável pelas funções dos músculos e o cérebro pelos
os sentimentos e memórias. Versálius ampliando a concepção anatômica do
cérebro apresenta o conceito de localização da função cerebral ventricular que
permaneceu até o Renascimento. Observando o comportamento dos animais
René Descartes (1596 – 1650) a teoria mecanicista para explicar o
funcionamento do cérebro. Cavada (2008) afirma que:
Para Descartes, esta teoria não explica a complexidade do comportamento humano, para o homem, ao contrário dos animais, tem um intelecto e uma alma dada por Deus. Assim, Descartes acreditava que o cérebro controla o comportamento humano no que ele tem de Animal e habilidades especiais que residem fora do homem, na mente ("l'esprit"). Descartes começa duas linhas de pensamento extraordinariamente influente hoje. Para um lado a filosofia mecânica, desenvolvida principalmente por seus sucessores, que argumenta que estão começando a conhecer a máquina bem, fisicamente, incluindo o corpo humano e do cérebro, chegar saber todos os meandros do mundo. Além disso, Descartes é o pai dos problemas mente-cérebro, que é atualmente objeto de debate acalorado entre muitos neurocientistas.(Cavada, 2008, p. 92).
Esta autora amplia sua pesquisa apontando que, com o
desenvolvimento do microscópio e as técnicas de coloração do tecido do
sistema nervoso o estudo da neurociência experimentou um avanço que
culminou com a grande obra Santiago Ramon e Cajal (1852 – 1934). Já outro
estudioso da época Italiano Camillo Golgi (1843-1926), formulou a doutrina
Cajal-neuronal do sistema nervoso. Conforme afirma Cavada (2008):
Para Camilo Golgi o sistema nervoso são células independentes, neurônios, que contatam entre si em locais específicos, e construiu um grande corpo de doutrina neuroanatomical. Cajal foi um cientista moderno, não apenas descrever estruturas estáticas, mas perguntado sobre os mecanismos que governar. Suas contribuições para os problemas de desenvolvimento, degeneração e regeneração de sistema nervoso permanecem atuais.( Cavada, 2008, p. 95).
18
As pesquisadoras Rodrigues e Ciasca (2006) dizem que apesar dos
avanços propiciados pelos estudos anatômicos, o século XVIII ainda foi
marcado pela visão do cérebro como um órgão homogêneo, cuja função era
distribuir energia para todo o corpo, segundo a vontade do indivíduo. Elas
ainda destaca que é também nesse século que as teorias localizacionistas
começaram a ganhar força, merecendo destaque a de Albrecht von Haller
(1707-1777). Este autor afirma que, a origem da sensação e do movimento
estaria na substância branca do cérebro e do cerebelo. Elas ainda afirmam
que:
Em se tratando de teorias localizacionistas, Franz Gall (1757-1828) é, sem dúvida, aquele que melhor representa essa corrente de pensamento. No século XIX, quando as tentativas de se explicar o intelecto pela fisiologia dos sentidos eram a tônica, Gall lançou o que veio a ser denominado mais tarde de Frenologia. Segundo o autor, o cérebro seria constituído por 35 regiões, que conteriam as faculdades intelectuais e os comportamentos emocionais (tais como generosidade, coragem, instintos matrimoniais, amor sexual, etc). O maior desenvolvimento de um (ou mais) desses comportamentos resultaria em proeminências no cérebro que, por sua vez, possibilitaria identificar as diferenças individuais. ( Rodrigues, Ciasca, 2006, p. 132)
Na mesma época, Gall teve uma pesquisadora Marie Jean Pierre
Flourens (1823) que se opôs a sua tese apresentando a teoria que veio a ser
conhecida como teoria do Campo Agregado. Ela fez experimentos em animais
utilizando o método de ablação. Ela conseguiu comprovar o papel do cerebelo
nos movimentos motores. E que todas as regiões do cérebro participariam de
cada função mental, em especial as regiões cerebrais do telencéfalo. Essas
duas correntes ganharam adeptos e permanecem até o século XX.
Ainda no campo histórico da neurociência cognitiva, outro estudioso,
Ventura (1999) diz que a Psicologia é uma das principais disciplinas no
desenvolvimento da neurociência. Apesar de toda a tradição filosófica
ocidental, desde os gregos até hoje foi questionado sobre a natureza da mente
e do comportamento humano. Os estudo científico de Charles Darwin (1809-
1882), sobre a evolução da espécies, abriu o caminho para a Psicologia
Experimental, que se dedica a estudar o comportamento no laboratório, e
etologia, que estuda o comportamento no ambiente natural. As observações de
19
Darwin também implicou que é possível correlacionar os resultados do estudo
do comportamento do sistema nervoso ou dos animais comportamento e do
sistema nervoso humano. Para Ventura (1999):
No século XIX, um problema fundamental surgiu na história da neurociência: a localização da função no cérebro. A convergência de Neuroanatomia e Neurofisiologia é evidente em todo o localizacionista estudo apresentados abaixo: O médico austríaco e neuroanatomista Franz Joseph Gall (1757-1828) propôs que as funções de espírito tem um biológico, cérebro, especificamente base. Ele postulou que o cérebro não é um único corpo, mas é pelo menos de 35 centros, cada um dos quais diz respeito a uma função mental. Além disso, Gall pensava que cada centro iria desenvolver e aumentam de tamanho quando trabalhadas, da mesma maneira que o comprimento dos músculos aumenta com exercício. Crescimento causaria centros protrusão no crânio, e, portanto, a localização de relevos cranianos e estimar seu tamanho revelar personalidade indivíduo. As ideias de Gall foram altamente controverso, não só por causa da dificuldade de confirmar a dados, mas também porque implicavam uma concepção materialista da mente, afirmando que determinadas partes do cérebro regulam as funções como especificamente humanos, tais como esperança, generosidade e auto-estima. (Ventura 1999, p.45).
O professor Sabatini (2012), conclui que no início do século XX, uma
nova escola surgiu na Alemanha em torno da ideia de localização cortical,
liderado por Vladimir Betz anatômica, Theodore Meynert, Oskar Vogt e
Korbinian Brodmann. Esta escola tenta distinguir diferentes áreas funcionais
no córtex cérebro com base na sua citoarquitetura. Usando este método,
Brodmann (1868-1918) descreveu cinquenta duas áreas do córtex humano e
sugeriu que cada um tem uma função específica. Outra particularmente
adequado para ilustrar a convergência das disciplinas caso, levando a
Neurociência moderna é o desenvolvimento de estudos sobre a linguagem, a
função cognitiva especificamente humana. Já o cirurgião francês Pierre Paul
Broca (1824-1880) descreveu em 1861 o caso de um paciente Eu poderia
entender a linguagem mas não consegue falar. Seu cérebro tinha uma lesão
na parte posterior lobo frontal esquerdo, o que agora é conhecido como a área
de Broca. Além de apresentar as suas conclusões, Wernicke propôs uma nova
teoria da função do cérebro, chamada conectivismo. Segundo ela, apenas as
funções mentais mais básica, como atividades motoras perceptivas ou simples,
a sua localização uma única região do cérebro. As conexões entre as
20
diferentes áreas de ativar as funções intelectual complexa. A introdução de
modernas técnicas de mapeamento cerebral funcional resultou neste campo,
como em muitos outros, um novo caminho para a compreensão da função
cerebral mais complexa, principalmente do especificamente humano. O efeito
fundamental da neurociência atual encontra-se na abordagem multidisciplinar
para todos questões relacionadas com o mais complexo, esplêndida e
admirável corpo da natureza do sistema nervoso. Como bem destaca Lent
(2001), contudo:
Desde o século XIX os materialistas apresentaram melhores argumentos e suas teses constituíram explicações mais sólidas para os dados obtidos pela experimentação científica. Entre essas teses, destaca-se a teoria da localização cerebral das funções mentais que em síntese, admite que todas as funções mentais, das mais simples as mais complexas, são originadas da atividade cerebral e estão localizadas em regiões cerebrais específicas. (Lent, 2001, p. 68).
Portanto, conforme conclui Metring em sua pesquisa, aos profissionais
do ensino é condição “sine qua non” estudar neurociência cognitiva para
compreender a aprendizagem ou suas dificuldades, enquanto a necessidade
de análise das funções mentais, particularmente das superiores (linguagem,
atenção, memória, planejamento, julgamento, etc.) envolvidas neste processo,
que estão relacionadas à organização funcional do cérebro, condição
primordial para que a aprendizagem simbólica (formação de conceito, escrita,
leitura etc) se realize.
Conforme o professor Sabatine (2012), a neurociência é um campo novo
que possui influências de longas datas históricas; pautada em estudos
científicos e não científicos que são descritas desde a filosofia grega até os
modernos exames de imagens atuais. Em seu relato ele divide a história de
neurociências em períodos:
Período Neolítico:
Fonte: http://www.Fneurociencia-no-contexto-historico.html&media
21
Trepanações cerebrais para expulsar os demônios do corpo. Era
utilizado um trépano (uma ferramenta de pedra) para cortar fora uma seção do
crânio da pessoa, supostamente para fazer sair do corpo os espíritos malignos
que causavam transtorno.
4.000 a.C. – Nossos ancestrais já realizavam a forma mais antiga de cirurgia no cérebro, a trepanação. A técnica consistia em perfurar à mão um buraco de 2,5 cm a 3,5 cm de diâmetro no crânio de um homem vivo, sem anestesia ou assepsia, por 30 a 60 minutos. A trepanação foi realizada ao longo de praticamente todas as eras. (ARAUJO, 2012, p. 4)
Grécia:
Fonte: http://www.Fneurociencia-no-contexto-historico.html&media
Surgem as perguntas mais sistematizadas sobre onde está a mente e
como ela interage com o corpo. Demócrito (460 – 370 AC) e Hipócrates
sugerem que a mente está no cérebro e que os nervos são ocos. Essas
intuições filosóficas foram baseadas na instrumentação clínica, pois à época,
não se dissecava os cadáveres. Hipócrates (460 – 379 AC) acreditava que o
cérebro estava envolvido com as sensações e que era a sede da inteligência.
O homem deve saber que, de nenhum outro lugar, se não do cérebro vem a alegria, o prazer, o riso e a recreação, e a tristeza, melancolia, pessimismo e as lamentações. E então, de uma maneira especial, adquirimos sabedoria e conhecimento, e vemos e ouvimos para saber o que é justo e o que não é, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é sem sabor... E pelo mesmo órgão tornamos-nos loucos e delirantes, e sentimos medo e o terror nos assola... Todas essas coisas provêem do cérebro quando este não está sadio... Dessa maneira sou da opinião de que o cérebro exerce um grande poder sobre o homem.” (Hipocrates, Da Doença Sacra, IV A.C)
Ciência Neural
22
Esta visão, no entanto, não era universalmente aceita. O filósofo
Aristóteles (384 –322 A.C) acreditava que o coração seria o centro da
inteligência. Ela acreditava que o cérebro seria apenas um radiador para esfriar
osangue sobre-aquecido pelo coração. O temperamento racional era então
explicado pela capacidade de resfriamento do cérebro.
Os gregos, século IV A.C., chegaram à conclusão de que o cérebro é o órgão responsável pela sensação. A escola mais influente era a de Hipocrates (460 –379 A.C), pai da medicina ocidental, quem estabeleceu a crença de que o cérebro não apenas estaria envolvido com as sensações, mas também seria o local onde a inteligência se assentaria. (ARAÚJO, 2012, p.5)
Aristóteles (384 – 322 AC) propôs que o coração era a sede da
inteligência e o cérebro, uma espécie de radiador responsável pelo
resfriamento do sangue. Pelo coração ter alterações durante eventos
emocionais, só podia ser nele a origem da mente. Ele tinha essa ideia por
observação, pois uma pessoa com uma emoção forte fica com o coração
acelerado, por exemplo. Disso ele fez a associação inversa de causa e efeito.
Essa constatação Aristotélica tem heranças até hoje. Por exemplo, quando
falamos que decoramos um texto de cor, significa que decoramos o texto de
coração, situando a memória também no coração e não no cérebro.
Os gregos, século IV A.C., chegaram à conclusão de que o cérebro é o órgão responsável pela sensação. A escola mais influente era a de Hipocrates (460 – 379 A.C), pai da medicina ocidental, quem estabeleceu a crença de que o cérebro não apenas estaria envolvido com as sensações, mas também seria o local onde a inteligência se assentaria.(ARAUJO, 2012, p.5)
Idade Média
Fonte: www.educadores.diaadia.pr.gov.br
Galeno pela primeira vez refuta o que diz Aristóteles a partir da
dissecação de animais. Na época, o animal que ele tinha como escolha era o
23
Boi. Galeno (130 – 200 DC) aceitou as idéias de Hipócrates - sugeriu que o
cérebro fosse responsável pelas sensações e o cerebelo pelo controle dos
músculos; Galeno associou a imaginação, a inteligência e a memória com a
substância cerebral, atribuindo ao cérebro o papel fundamental de sede de
todas as faculdades mentais.
A figura mais importante durante o Império Romano foi Galeno (130 –200 D.C), quem abraçou a visão de Hipócrates de funcionamento do cérebro. Galeno era o médico dos gladiadores, e deve, por tanto, ter vivenciado as consequências de danos na espinha ou no cérebro. No entanto, sua opinião sobre o cérebro foi mais influenciada pelas dissecações de animais. As duas partes mais evidentes seriam o cérebro e o cerebelo. O primeiro macio e o segundo mais duro. Dessas observações Galeno sugeriu que o cérebro fosse o recipiente das sensações e o cerebelo deveria comandar os músculos. (ARAUJO, 2012, p. 8)
Raio X:
Poucos acontecimentos na história da ciência provocaram impacto tão
forte quanto a descoberta dos raios X, por Wilhelm Konrad Roentgen, professor
de física na Universidade de Würzburg. A 22 de dezembro de 1895, Roentgen
obteve a primeira chapa radiográfica da história: a mão de sua mulher.
Tomografia Computadorizada:
Em 1972, a primeira máquina de tomografia é criada, que é um método
de imagem que utiliza raios-x para captação de imagens de estruturas crânio-
encefálicas. Em vários congressos, a palavra Neurociência começa a surgir.
Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons:
Em 1973, o primeiro PET, porém, devido o alto preço, seu uso ficou
limitado até 1990. Também conhecida pela sigla PET, é um exame
imagiológico da medicina nuclear que utiliza radionuclídeos que emitem um
positrão no momento da sua desintegração, o qual é detectado para formar as
imagens do exame.. A PET é um método de obter imagens que informam
acerca do estado funcional dos órgãos e não tanto do seu estado morfológico
como as técnicas da radiologia propriamente dita. A PET pode gerar imagens
em 3D ou imagens de "fatia" semelhantes à tomografia computorizada.
As técnicas de imagem mapeamento desenvolvidas nos últimos anos tornaram possível a visualização dessas estruturas cerebrais humanas na pessoa viva. Cada um desses territórios neurais teve demonstrada, por muitos métodos experimentais, sua capacidade de desempenhar funções específicas. Como resultado, a ideia de que as diferentes
24
regiões são especializadas para diferentes funções é, atualmente, aceita como um dos pilares da ciência do cérebro. (ARAÚJO, 2012, p. 21)
fonte: www.grupopsicopedagogiando.com.br
Década do cérebro:
Em 1990, Bush declara que estamos, oficialmente, na década do
cérebro. A partir daí vários projetos de pesquisa iniciaram-se com o objetivo de
mapear o cérebro, pois a pesquisa e o interesse em neurociências tem
crescido em resposta à necessidade de, não somente entender os processos
neuropsicobiológicos normais, mas também ajudar àqueles que sofrem de
distúrbios neurológicos.
Projeto Conectoma:
Termo criado em 2005, por Olaf Sporns, professor da Universidade de
Indiana – USA. Trata-se das pesquisas científicas realizadas na tentativa de se
mapear a rede neural (o conjunto das ligações entre os neurônios) do cérebro.
Conforme Primo (2013), a história da fisiologia do sistema nervoso em
qualquer país confunde-se com a própria história da Fisiologia, a disciplina da
Biologia que estuda o funcionamento dos seres, segundo a acertada, mas
pouco conhecida e ainda menos acatada definição de Jean F. anunciada no
século XVI. Essa vinculação resulta do fascínio que o sistema nervoso exerceu
e exerce sobre cientistas e leigos, a ponto de que todos os fisiologistas do
passado terem se interessado pela neurofisiologia, ao menos em alguma etapa
de sua vida profissional. No século V a.C. Alkmaeon, discípulo de Pythagoras
na região da Magna Grécia que é a Calábria italiana, descobriu o nervo óptico
e chegou ao avançado conceito de que o sistema nervoso, particularmente o
encéfalo, é a sede das sensações e da atividade mental. Na mesma época,
outro grande grego, Hipócrates, fundador da medicina objetiva, expressou
25
conceito semelhante ao afirmar que "é no encéfalo (enkephafon), e somente
nele que nascem nossos prazeres, alegrias, os risos e as graças, assim como
as tristezas, angústias e o pranto. É por ele que pensamos, vemos, ouvimos e
distinguimos o feio do belo, o mau do bom, o agradável do desagradável.
No Brasil, o estudo experimental e sistemático da Fisiologia começou, sem dúvida, com irmãos Álvaro e Miguel Ozório de Almeida, no Rio de Janeiro, os quais também iniciaram (principalmente Miguel Ozório) as pesquisas em neurofisiologia. Membros de uma família de alto gabarito cultural, os dois irmãos montaram um autêntico Instituto de Fisiologia em casa, na qual inventaram a Fisiologia brasileira. (PRIMO, 2013, p. 10).
A Neurociência busca compreender o funcionamento do sistema
nervoso, integrando suas diversas funções (movimento, sensação, emoção,
pensamento etc). Compreender como o sistema nervoso - e em particular o
córtex cerebral – funciona é um importante passo para aperfeiçoarmos suas
diversas funções, intervindo de forma eficaz no processo de aprendizagem.
Conteúdos que todo profissional da educação em foco o orientador pedagógico
deve apropriar-se.
26
CAPÍTULO III
ASPECTOS MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO, CÉREBRO E
APRENDIZAGEM PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DO ORIENTADOR
PEDAGÓGICO
Segundo pesquisa da pesquisadora Hennemann (2012), Durante as
últimas décadas, com o avanço de equipamentos que permitem mapear o
cérebro com maior riqueza de detalhes, os estudos médico-científicos tiveram
um aumento significativo procurando entender com maior clareza de que forma
a atividade cerebral influi no nosso comportamento.
Dentro desta análise pode-se dizer que a Neurociência procura estudar
as variações entre o comportamento e a atividade cerebral. Porém trata-se de
um campo interdisciplinar que abrange várias outras “disciplinas’: -
neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica, neuroimagem, genética,
neurologia, psicologia, psiquiatria, pedagogia.
Todas essas ciências reunidas formam a Neurociência e juntas
procuram investigar o sistema nervoso procurando entender como ele se
desenvolve, como ele é parecido ou diferente entre indivíduos e entre espécies
ou como ele deixa de funcionar. As Neurociências nos revelam como o cérebro
produz nosso comportamento, porque nos emocionamos, porque precisamos
comer, dormir, de que forma tomamos decisões, enfim como somos e o que
somos.
Antes das invenção do microscópio composto, no século XVIII, o tecido neural era considerado como tendo função glandular –ideia que pode ser rastreada até a Antiguidade e a proposta de Galeno de que os nervos seriam condutos que levariam os fluidos secretados pelo cérebro e medula espinhal para a periferia do corpo. ( ARÚJO, 2012, p.14)
Através das Neurociências procura-se perceber a individualidade de
cada um, e a partir disso, entender como as lesões no cérebro interferem no
modo de ser dos indivíduos. Através dos estudos de Luria, que durante a
Segunda Guerra Mundial, desenvolveu um estudo de indivíduos portadores de
lesão cerebral, no qual catalogou cada paciente, mapeou as respectivas lesões
cerebrais e anotou as alterações no comportamento, tendo como objetivo
27
específico o estudo das bases neurológicas do comportamento, ocorreram
mudanças significativas no experimento médico-cientifico, modificando muito
dos tratamentos que era ofertado aos pacientes com lesões cerebrais, pois
durante vários anos as doenças mentais eram incompreendidas e vistas numa
dimensão mais psicológica, conforme relato abaixo:
No período de 1940-1970, muitos psicanalistas americanos começaram a afirmar que todas as doenças mentais, incluindo a esquizofrenia e as doenças maníaco-depressivas, eram causadas por conflitos psicológicos que podiam ser amenizados por meio da psicoterapia psicanalítica. Com freqüência os pais, e principalmente as mães, eram acusados pelos transtornos mentais dos seus filhos. Era particularmente cruel o conceito da “mãe esquizofrenogênica”, que propunha que a esquizofrenia era causada devido a mãe rejeitar a criança de forma inconsciente, embora parecesse amá-la. Em uma série de livros bastante divulgados, Bruno Bettelheim teorizava que o transtorno autista era causado pela rejeição parental e que somente a “parentectomia” (isto é, retirar a criança do lar) poderia levar à cura. Aqueles que defendiam o conceito de que as doenças mentais têm causas estritamente “ambientais” ou “psicológicas” sentem com freqüência que estão em um patamar moral superior – defendendo o paciente contra uma teoria biológica determinista. Em geral não conseguem ver que as suas próprias teorias da doença mental, na ausência de provas, culpam os pais e as famílias pelo problema de uma criança e, assim, causam dor e sofrimento enormes. Isso seria o equivalente a negar a natureza biológica do câncer e dizer aos pais de uma criança com leucemia que foi o fracasso deles em ter um relacionamento amoroso com ela que levou à doença. (PLISZKA, 2004, p. 13 -14 )
Na atualidade, estudos significativos já proporcionaram mudanças no
tratamento de pacientes com necessidades educacionais especiais, incluindo
os indivíduos com deficiência mental ou intelectual. Indivíduos que antes eram
retiradas do convívio de seus familiares, uma vez que se acreditavam que
estes não teriam condições de reabilitação, hoje, através da Neurociência,
sabe-se que existe a plasticidade cerebral e que a mesma necessita de muito
estímulo daqueles que estão próximos a estes indivíduos.
Para estudiosos que fazem uma relação da área da biologia cerebral
com o contexto escolar, conhecer e entender os processos da aprendizagem
tornou-se um grande desafio para os educadores da atualidade. Segundo
(RELVAS, 2009), é necessário entender que as interações perpassam por
aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Na sala de aula as novas
tecnologias têm influenciado no desenvolvimento do comportamento dos
28
alunos. E um olhar focalizado nas contribuições dos estudos neurocientíficos,
diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser amenizados ou superadas.
Para realizar uma abordagem mais aprofundada do tema em pauta, percebe-se
a necessidade de fundamentar os argumentos tendo por base uma breve
explanação dos aspectos morfofuncionais do desenvolvimento do sistema
nervoso, cérebro e a aprendizagem. Consenza (2011), afirma que o sistema
nervoso se modifica durante toda a vida, mas dois momentos são
particularmente importantes ao longo do seu desenvolvimento. O primeiro
corresponde ao período em torno da época do nascimento, quando ocorre, um
ajuste quanto ao número de neurônios que serão realmente utilizados nos
circuitos necessários à execução das diversas funções neurais. O segundo
corresponde à época da adolescência, quando um grande rearranjo tem lugar,
havendo um acelerado processo de eliminação de sinapses, um
“desbastamento sináptico”, que ocorre em diferentes regiões do córtex
cerebral. Além disso, há um notável aumento da mielinização das fibras
nervosas em circuitos cerebrais, tornando-os mais eficientes. As modificações
que ocorrem na adolescência preparam o indivíduo para a vida adulta. O
aumento da conectividade entre as células corticais é progressivo durante a
infância, mas declina na adolescência até atingir o padrão adulto, o que reflete,
provavelmente, uma otimização do potencial de aprendizagem. Nessa fase da
vida diminui a taxa de aprendizagem de novas informações, mas aumenta a
capacidade de usar e elaborar o que já foi aprendido. Dentre os vários autores
que se debruçaram sobre este assunto (MAIA; THOMPSON, 2011), classificam
a estrutura do sistema nervoso em: sistema nervoso central, periférico1 e
autônomo. Segundo eles, o sistema nervoso central é formado pelas estruturas
que compõem a calota craniana e anatomicamente a coluna e o encéfalo.
Segundo os autores (ALBERTO, STEFANINI, VICENTINI,( 2012), apud, ARCE,
MARTINS, 2012, P. 123).
1
Nos vertebrados, a distinção entre as duas divisões do sistema nervoso adulto é simples: o sistema nervoso central (SNC) compreende todo o tecido nervoso encontrado dentro de caixas ósseas (o crânio e a coluna vertebral), enquanto o sistema nervoso periférico (SNP) compreende todo o tecido nervoso restante, situado fora do crânio e da coluna vertebral - portanto, todos os nervos e gânglios do corpo.
29
fonte: http://www.ufrgs.br/auladeembrio/ppts/desenvhum2_2.pdf
“O encéfalo compreende o cérebro, cerebelo e o tronco encefálico. Desde o período pré-natal até o adulto, observa-se um rápido e intenso crescimento do encéfalo que praticamente triplica seu peso em relação ao da época do nascimento. Esse crescimento rápido do encéfalo é resultado de mielinização que ocorre nos dois primeiros anos de vida assim como aumento dos tamanhos dos neurônios, do numero de células da neuroglia e da complexidade dos processos neuronais”.
Fonte:http://www.anatomiahumana.ucv.cl/efi/modulo21.html
O sistema nervoso periférico é o responsável por conduzir os reflexos e
nervos que fazem o sistema nervoso central funcionar. Já o sistema nervoso
autônomo representa as estruturas centrais e periféricas relacionadas com
controle das funções involuntárias e orgânicas. Sob este víeis os autores traz
uma relevante contribuição para a educação quando afirmam que, o sistema
nervoso é o grande responsável pela vida mental de relação das pessoas bem
30
como o bom funcionamento de outros órgãos. Para eles (MAIA; THOMPSON,
2011 p. 21) as funções primordiais do sistema nervoso são:
“Funções cognitivas (pensamento e emoção), motricidade e equilíbrio, sensibilidades (tato, dor temperatura, pressão vibração), sentidos (visão, audição, gustação, olfato) e controle do meio interno (respiração, circulação, liberação hormonal). Segundo elas, o cérebro, como estrutura mais desenvolvida e complexa dentro do sistema nervoso central, tem atribuições mais complexas dentre as supracitadas, incluindo a projeção sensorial e cognição, planejamento e iniciação de movimentos voluntários, processos mentais complexos (pensamento, raciocínio), compreensão e expressão da linguagem, memória e aprendizagem, experiências emocionais e motivacionais”.
Fonte: http://www.tdtonline.viewtopic.php
Segundo estes autores a parte mais desenvolvida do sistema nervoso
central é o cérebro, é formado por dois hemisfério com 4 lobos cada um:
frontal, parietal, temporal e occipital e é dividido em: córtex e substancia
branca. O córtex é responsável pelos neurônios e a substancia branca, os
axônios prolongamentos dos neurônios. Os autores, (MAIA; THOMPSON, 2011
p. 22), defendem que:
“Os neurônios do córtex são superespecializados, sendo setorizados por áreas funcionais. Tais áreas recebem informações de várias outras áreas do próprio córtex e de diversas outras estruturas cerebrais e periféricas, formando uma grande rede conectiva. Por meio do cérebro o individuo conhece o mundo e age nele, graças as funções coordenadas dos recursos cognitivos e as conexões que o cérebro tese entre os dois hemisférios e no interior de cada hemisfério formando uma rede ordenada e complexa”.
31
Hennemann (2012), concorda com os referidos autores acima quando
diz que o córtex cerebral é a fina camada de substância cinzenta que recobre
o cérebro. Ele é uma das regiões mais importantes do Sistema Nervoso Central
(SNC). Ele recebe impulsos de todas as vias da sensibilidade, sendo o
responsável pela interpretação e resposta de todas essas informações. Dele
são transmitidos impulsos que iniciam e controlam os movimentos voluntários.
Além disso, o córtex cerebral também está relacionado com os fenômenos
psíquicos. Por muito tempo não se aceitou que certas áreas do cérebro estão
relacionadas a funções específicas. Atualmente, no entanto, sabe-se que
existem regiões no córtex cerebral que são mais especializadas na realização
de algumas funções. Além de se localizar em uma região específica, uma
função pode também se lateralizar para um hemisfério cerebral, havendo uma
dominância de um hemisfério sobre o outro. Isto é bem visível nos casos da
linguagem, da gnose (interpretação de estímulos sensoriais) e a práxis
(realização de atos motores complexos). Anatomicamente, o cérebro é dividido
em lobos, sendo eles: frontal, temporal, parietal, occipital e a ínsula. Porém,
essa divisão não representa uma segregação funcional do cérebro:
O córtex cerebral divide-se em 5 lobos, sendo que cada um
tem sua função diferenciada e especializada. Os lobos cerebrais são designados pelos nomes dos nossos ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo frontal localiza-se na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; o lobo parietal, na parte superior da cabeça; o lobo temporal, nas regiões laterais da cabeça, por cima das orelhas e por fim, o lobo da ínsula (que também é conhecido
como ilha de Reil), se localiza na profundidade dos lobos frontal, parietal e temporal. (HENNEMANN, 2012, P.12)
Fonte: http://www.islam-guide.com/pt/ch1-1-d.htm
32
A autora (ARCE, 2012), produz uma contribuição significativa para compreensão dos
aspectos morfofuncionais do desenvolvimento do sistema nervoso, cérebro e aprendizagem.
Segundo ela, (ARCE, 2012, p.26-28).
Aparentemente, o cérebro do recém-nascido é estruturalmente semelhante ao do adulto. Todas as regiões corticais e subcorticais já estão constituídas e no número de células não se altera. Com o desenvolver da idade, o desempenho encefálico pós-natal passa por vários estágios gradualmente complexos. No primeiro estágio, que compreende o período de zero a dois anos de idade, o latente desenvolve a percepção do meio ambiente. Entre dois a cinco anos de idade, período do segundo estágio, a criança usa a linguagem como um sistema de sinais simbólicos. O córtex associativo processa as informações, ou seja, discrimina os estímulos recebidos e os compara com aqueles pré-existentes. No terceiro estágio, entre cinco a oito anos a criança torna-se consciente de que não está sozinha e passa a interagir com o meio. No quarto estágio, entre sete a doze anos de idade, a criança reconhece as relações entre e objetos e compreende seus valores relativos.
Segundo autores citados (ARCE, MARTINS 2012), estudos de imagem
funcional do cérebro revelaram que a estimulação precoce aumenta a função
encefálica, ao passo que a ausência de estimulação precoce leva a perda de
função encefálica. Pesquisas sobre desenvolvimento mostraram que existem
janelas desenvolvimentais de oportunidade para diferentes funções
encefálicas. Consequentemente as janelas de oportunidade são de 0 a 2 anos
para o desenvolvimento emocional, 0 a 4 anos, para matemática e lógica, 0 a
10 anos, para linguagem e de 3 a 10 anos para música. E finalmente, elas
apontam o fato de que o desenvolvimento encefálico não é linear, mas sim
episódico, com janelas de oportunidades a serem utilizadas. E ainda sob este
mesmo enfoque Luria (1980), citado por Freitas (2006), afirma que os
processos mentais, que incluem sensações, percepção, linguagem,
pensamento e memória não podem ser considerados simples faculdades
localizadas em territórios corticais restritos do cérebro, mas sistemas funcionais
complexos, que fazem do ser humano único em sua construção morfo
funcional e comportamental. Quanto ao paralelo do sistema nervoso e a
aprendizagem, Metring (2011) enfatiza que, não há possibilidades de ensinar
sem o conhecimento de como funciona o cérebro, como ele recebe e processa
os conteúdos. Citando Sampaio (SAMPAIO, apud, 2010, p.33), ele diz que
cada criança é um ser diferente e único, e cada aluno tem sua forma diferente
de aprender e não aprender. Frente á mesma forma de ensinar alguns
33
aprendem e outros não. Para Metring, o problema é exatamente este, a mesma
forma de ensinar para todos os alunos, como se todos fossem iguais. Os
docentes precisam de formação adequadas para ensinar a cérebros. Cada um
dentro do seu jeito e nível de desenvolvimento.
Araújo (2012), argumenta que, a linguagem e outras funções cognitivas
também ficam localizadas no córtex cerebral, segundo ele Wernicke formulou
um modelo coerente para a organização da linguagem. Segundo esse modelo,
a percepção inicial, auditiva ou visual, da fala é formada em áreas corticais
sensoriais distintas, especializadas para informações auditivas ou visuais. As
representações neurais dessas percepções seriam, então, transmitidas para
uma área cortical associativa, especializada para informações auditivas e
visuais (o giro angular). As palavras faladas ou escritas seriam transformadas
em representação neural comum, um código partilhado pela fala e pela escrita.
Do giro angular, esse código é transmitido para a área de Wernicke, onde seria
reconhecido como linguagem e associado a um significado. Esse código neural
comum seria, em seguida, transmitido para a área de Broca, onde seria
transformado de uma representação sensorial (auditiva ou visual) em
representação motora, que pode desembocar em linguagem falada ou escrita.
http://www.danieleassesgestante.com.br
O cérebro se desenvolve da medula para as áreas frontais, mais nobres, quando nascemos, nascemos com o cérebro inteiro, porém, não desenvolvido, ou seja, ainda não estão formadas as redes neuronais que nos darão a competência ao
34
final dos 20 ou 21 anos de vida para lidarmos com o meio, produzindo comportamentos adaptativos inteligentes ou planejados. (METRING, 2011, p. 96)
Outro autor que contribui para a uma melhor compreensão desse
assunto é, (ALMEIDA, 2012, p.45), segundo ele:
O cérebro é dividido por uma fenda em dois hemisférios, que são segmentados em lobos , regiões demarcadas sem muita nitidez. As informações captadas pela visão, pela audição, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato provocam impulsos elétricos e reações químicas em lobos diferentes e não são guardadas da maneira como foram captadas. Elas são fragmentadas e hierarquizadas.
Fonte: http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&rlz=1T4LGEL_pt-
Metring diz que a área mais antiga do cérebro (occipital, pariental e
temporal), começa seu processo de mielinização primeiro, nesse período o
cérebro está preparado para se envolver com as questões que envolvem a
sensibilidade antes de estar pronto para pensar de forma abstrata. Ou, seja a
principio conforme teoria piagetiana, o cérebro esta apto para as funções
motoras, ampliando se para as funções mais complexas. Conforme outros
autores citados por Metring, (apud, MIRANDA & MUSKAT, 2004, SAMPAIO,
2011 p. 35-36):
O padrão de reflexos da lugar a movimentação mais dirigida com integração entre áreas sesoriais e motoras que permitem a coordenação dos movimentos, mãos na boca, mão objeto a partir do terceiro mês de vida. A partir do sexto mês de vida, inicia-se o desenvolvimento das áreas motoras corticais relacionadas á prensão manual e ao equilíbrio estático. A partir do segundo ano de vida, ocorrem o desenvolvimento da fala e da organização das sequencias motoras. A partir do terceiro ano, a criança já imita movimento das mãos do observado (abrir e fechar), mas não realiza movimentos ainda inteligentes. A partir do quarto ano de vida, com um desenvolvimento ainda rudimentar dos lobos pré-frontais, a criança começa a
35
programar algumas atividades com maior precisão. A partir do quinto ano de vida consegue imprimir e reproduzir ritmos complexos com as mãos. A partir dos seis ou sete anos de idade começa a ter maior desenvolvimento das noções de lateralidade, movimentos alternados e simultâneos. A partir dos decimo ano, inicia-se o desenvolvimento cortical que permite o predomínio das funções simbólicas e motoras, e o pensamento abstrato começa a aparecer com alguma independência. A partir dos 14 anos de idade, ocorre maior associação entre regiões pré-frontais e sistema límbico.
Metring diz que estas informações auxiliam aos docentes no
entendimento de que não adianta promover uma pratica de ensino que não
seja útil ao aluno. A ação dos docentes precisar atender os alunos nas suas
especificidades de desenvolvimento do cérebro, ou seja, o educador precisa
respeitar a condição que o cérebro precisa para realizar determinado
aprendizado. Segundo ele, (METRING, 2011, p.98)
:
Os professores não podem ignorar a zona de desenvolvimento proximal pregada por Vygotsky. Todos temos uma base que nos permite uma zona de desenvolvimento real, e Vygotsky bem mostrou que, quando somos estimulados a partir dela, certamente alcançaremos resultados satisfatórios de evolução.
Segundo o autor, na pratica educativa, esta questão é comprovada
quando um aluno que sabe menos aprende com uma criança que sabe mais. O
fracasso dos educadores enquanto professores é trabalhar o conceito de ZDP
muito longe da ZDR do educando. Para ele o cérebro sempre recebe melhor
aquilo que está mais próximo do que já domina. Ele diz que:
Nosso cérebro nasce com poucas conexões sinápticas, e somente a estimulação adequada é que vai permitir uma formação ótima dessa rede neuronal. A rede neuronal é que determina a capacidade de armazenamento e evocação de dados, sem os quais não podemos pensar em memória, e, portanto, não haverá aprendizagem”. (METRING, 2011, p. 98)
36
Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com
Cardoso e Teixeira vão dizer que, (CARDOSO, 2000, in TEIXEIRA, 2004
P. 90), Há uma grande diferença entre o cérebro de um recém – nascido e um
adulto, o primeiro com 400g e o segundo com 1300g, e que uma grande
quantidade de interconexões se desenvolve ao longo da vida, mediante a
estimulação do encéfalo que resulta em uma rede complexa. Segundo os
autores de nada serve uma enorme quantidade de informações sem sentido,
porque as sinapses se fortalecem na medida em que a informação para aquela
rede neural seja significante. As alterações sinápticas e nova formação na rede
neuronal também provoca mudanças no cérebro. Portanto, o cérebro funciona
melhor a partir das suas tendências, os profissionais de educação não podem
ignorar que os alunos tem tendências e interesses. E o conteúdo a ser
apresentado precisar observar estas especificidades inerente a seus
aprendizes.
37
CONCLUSÃO
conclui-se esta pesquisa pontuando que as novas tendências da
educação propõem que se busque formar cidadãos críticos e atuantes. O aluno
que é a razão de existir a escola, necessita do trabalho deste profissional, pois
é o Orientador Educacional quem se preocupa com a formação pessoal,
escolar e para a vida. A Orientação Educacional se faz necessária por ser um
mediador entre o aluno e o meio social. Com o regresso da Orientação
Educacional torna-se viável este objetivo, pois, sua atuação contribuirá para
elaboração de novos projetos com alunos nos quais, por meio de
problematizações e através de observações curiosas e da investigação da
realidade da sua escola, trabalhando juntamente com demais profissionais,
poderão discutir questões como: valores, atitudes democráticas, entre outros
temas que visem à inserção da escola no contexto social, político e econômico.
A Orientação Educacional poderá contribuir para a transformação da
escola em um local de busca constante de soluções de problemas, planejando
momentos culturais em que a família, juntamente com seus filhos, possa
participar ativamente. Servindo de ligação entre o aluno e a família,
compreendendo a realidade, os interesses e as necessidades dos mesmos, e
servindo-se disso para elevar o nível cultural da comunidade, através de
debates envolvendo questões do dia a dia, este profissional não tem currículo a
seguir, podendo assim, usar de fatos marcantes que a mídia transmite como a
corrupção, terrorismo, violência urbana, ética, cidadania, entre outros temas,
fazendo com isso, que a curiosidade dos alunos possa ser aguçada através de
pesquisas, tornando-os assim, conscientes de que podem transformar a
sociedade, descobrindo-se como seres que sentem, fazem e pensam.
Conforme Grinspun (2001), quando a escola trabalha as questões
sociais, ela está exercendo o seu real papel pedagógico. Todo projeto político
da escola deve estar em consonância com o avanço da própria sociedade. O
trabalho do Orientador Educacional nessa dimensão é contínuo, dinâmico e
permanente. Sua atuação na escola contribuirá para a aquisição do
conhecimento a ser construído, oferecendo-lhe os meios necessários para tal
atividade.
38
A importância do conhecimento sobre os aspectos morfofuncional do
cérebro e sua relação no processo de desenvolvimento da aprendizagem,
trazem um importante dado para o processo de formação docente, pois os
levam a perceber que uma pessoa tem mais facilidade para aprender que
outras e este processo vai depender da constituição fícocerebral de cada um.
bem como as oportunidades que cada um tem ao longo da vida..
Concluo este trabalho reafirmando os argumentos de Maia (2011), e
Relvas (2009, 2010, 2012), que defendem ser necessário aos profissionais de
educação, aqui em foco o orientador pedagógico, entender que as interações
perpassam por aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Na sala de aula as
novas tecnologias têm influenciado no desenvolvimento do comportamento dos
alunos. E um olhar focalizado nas contribuições dos estudos neurocientíficos,
diversas dificuldades de aprendizagens poderão ser amenizados ou superados.
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