Pré modernismo

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PRÉ-MODERNISMO

Profª Josi Motta

Pré-modernismo

Realismo

Naturalismo

Parnasianismo

Simbolismo

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Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

O Pré-Modernismo não

pode ser considerado uma escola literária, mas sim um

período literário de

transição do

Realismo/

Naturalismo para o Modernismo. Battle strike, june 1934 / Public Domain

Principais objetivos:

necessidade de transformação

nas artes (na temática e na linguagem literária);

ruptura com os moldes simbolistas e parnasianos.

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

Estado de insatisfação do homem em relação

à civilização (caminho traçado pelo homem,

pela humanidade);

Ruptura com o passado para levá-lo de

volta às origens primitivas;

Estado de insegurança em relação aos

acontecimentos dos últimos anos do século

XIX: expansão e/ou industrialização dos países

europeus;

Primeira Guerra Mundial;

Início do século XX = transformações na

maneira de pensar do homem moderno (ideia

de nacionalismo / nazismo, fascismo e

comunismo => intensas agitações .

Visão geral do contexto:

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

Contexto Histórico

O momento histórico

brasileiro interferiu na

produção literária,

marcando a transição

dos valores éticos do

século XIX para uma

nova realidade que se

desenhava,

essencialmente pautada

por uma série de conflitos.Pontos de conflito no Brasil

pré-modernista.

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Continuação sobre o contexto da época

o

fanatismo

religioso do

Padre

Cícero e de

Antônio

Conselheiro

e o cangaço,

no Nordeste.

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As revoltas da Vacina e da Chibata, no

Rio de Janeiro.

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Imagem: Revista da semana 1904 / Domínio público

As greves operárias

em São Paulo.

Foto da

primeira greve

no Brasil na

cidade de São

Paulo

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Imagem: Greve geral de 1917 / autor desconhecido/ Domínio Público

A Guerra do Contestado (na fronteira

entre Paraná e Santa Catarina).

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Imagem: Contestado / Edson L. Pedrassani / GNU Free Documentation License

Oligarquia

rural.

política dirigida pela

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Imagem: Eleições de cabresto / Revista Careta / Domínio Público

O nascimento da

burguesia urbana, a

industrialização e o

surgimento do

proletariado.

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Imagem: Mill Children/ Lewis Hine / Public Domain

Imagem: Basf Werk 1886 / Public Domain

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Segregação dos

negros pós-

abolição.

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Imagem: Jack, 1850 / J.T. Zealy / Public Domain

A imigração.

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Public

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Disputas

provincianas

como as

existentes no

Rio Grande do

Sul entre

maragatos e

republicanos.

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Imagem: Heróis da Lapa / autor desconhecido / Domínio Público

Uma Radiografia Crítica do Brasil:

No geral, o Pré-Modernismo é uma literatura de

Crítica Social;

Mostra o Brasil real, com seus Conflitos Político-

Sociais;

Portanto, um Nacionalismo

Crítico-Amargo (5).

Desmistifica o romantismo e seu Nacionalismo

Ufanista.

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RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que feriam o

academicismo;

REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadoresdo Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de

forma chocante;

LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são em tom de denúncia da realidade brasileira.O Brasil oficial é substituído por um Brasil não oficial (sertão nordestino, caboclosinterioranos, realidade dos subúrbios);

CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos, situação econômica esocial contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e

ficção

CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-

MODERNISMO:

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Principais autores:

Euclides da Cunha

Monteiro Lobato

Lima Barreto

Graça Aranha

Augusto dos Anjos

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

Euclides da Cunha

(1866/1909)

Trabalhou como engenheiro civil no

meio militar.

Escreveu Os Sertões, pois

testemunhou a Guerra de Canudos

como correspondente jornalístico.

Foi assassinado em duelo pelo

amante da esposa.

Positivista, florianista e determinista.

Foi o primeiro escritor brasileiro a

diagnosticar o

subdesenvolvimento do

país, diagnosticando os 2 Brasis

(litoral e sertão).

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Imagem: Euclides da Cunha / Domínio Público

É uma narrativa da

insurreição de um grupo de

fanáticos religiosos e não só

descreve a sociedade mas

também a geografia,

geologia, e zoologia plana

do sertão brasileiro (8).

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É dividido em três

partes.

1ª parte: A Terra

2ª parte: O homem

3ª parte: A luta

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“Ao passo que a caatinga o

afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o

e estonteia-o; enlaça-o na trama

espinescente e não o atrai;

repulsa-o com folhas urticantes,

com o espinho, com os gravetos

estalados em lanças; e desdobra-

se lhe na frente léguas e léguas,

imutável no aspecto desolado:árvores sem folhas, de galhos

estorcidos e secos.”

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Imagem: Caatinga – sertão brasileiro / Maria Hsu /

Creative Commons Attributtion 2.0 generic

Trecho descreve a 1ª parte de

Os Sertões

“Homem permanente fatigado, o sertanejo 'reflete

a preguiça invencível, a atonia muscular perene,

em tudo: na palavra remorada, no gesto

contrafeito, no andar desaprumado, na cadência

langorosa das modinhas, na tendência constante à

imobilidade e à quietude'. Todavia, basta um

incidente qualquer para que ele se transfigure,

adquirindo, subitamente, a característica de um

'titã dominador. É crédulo, místico, deixando-se

levar por superstições absurdas. Sua religião traz

em si, caracteres das três raças que o formaram: o

branco, o índio e o negro; como ele, sua religião é

mestiça.”

Trecho descreve a 2ª parte da obra os

sertões

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

. Deu-se então o massacre

dos prisioneiros, na sua

maioria mulheres, velhos,

pessoas enfermas,moribundas e crianças. As

mulheres não perigosas

e as crianças foram

poupadas da 'degola',

que deveria ocorrer após

um viva à República.

Conselheiro não resistiu a

uma grave disenteria, e aos

problemas resultantes de um

ferimento de granada, falece

no dia 22 de setembro. Trecho descreve a 3ª parte da

obra

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

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Obras principais:

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• Os Sertões

• Perú versus Bolívia

• Castro Alves e seu tempo

• Entre os seringais

• Contrastes e confrontos

Monteiro Lobato

(1882/1948)

Homem de diversas

atividades (escritor,

editor, relojoeiro,

fazendeiro, promotor,

industrial, comerciante,

professor, adido

comercial etc.).

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Em 1917, publica, no jornal O Estado de São Paulo, o artigo

contra a pintora Anita Malfatti (estopim do Modernismo). A

Propósito da Exposição Malfatti, expressa uma postura

agressiva contra as novas tendências artísticas do século

XX, que resultará no seu desligamento dos principais

participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. Sua

crítica acalorada se dá porque ele não admitia a submissão

da cultura brasileira às ideias europeias, daí ser chamado

de Policarpo Lobato.

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O Brasil Caipira

anacrônico

inerme

analfabeto

obtuso

Tema de Monteiro Lobato

Urupês (Jeca Tatu) Cidades Mortas

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Obras principais

Urupês (1919)

Ideias de Jeca Tatu (1918)

Cidades Mortas (1919)

Negrinha (1920)

Mundo da Lua (1923)

O Macaco que se Fez

Homem (1923)

O Choque das Raças

• Literatura Infantil:

• Reinações de Narizinho

• Viagem ao Céu

• O Saci

• Caçadas de Pedrinho

• Hans Staden

• Histórias do Mundo para Crianças

• Memórias de Emília

• Emília no País da Gramática

• Aritmética de Emília

• Geografia de Dona Benta

• Serões de Dona Benta

• O Poço do Visconde

• Histórias de Tia Nastácia

• O Pica-pau Amarelo

• A Reforma da Natureza

• O Minotauro

• Fábulas

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

Lima Barreto (1881/

1922)

Viveu intensamente as contradições do início

do século, torna-se alcoólatra e passa por

profundas crises depressivas, sendo

internado por duas vezes.

Mostra um perfeito retrato do subúrbio

carioca, criticando a miséria das favelas e dos

cortiços. Posiciona-se contra o nacionalismo

ufanista, a educação recebida pelas

mulheres, voltada para o casamento e a

República com seu exagerado militarismo (10).

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Seus personagens são humildes funcionários públicos, alcoólatras e

miseráveis. Sua linguagem é jornalística e

até panfletária.

Triste Fim de Policarpo

Quaresma é a obra que lhe garante

notoriedade.

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O Brasil da Marginalização Urbana

O negro O funcionário público Os alcoólatras

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Subúrbio

Obras principais:

Romance:

• Recordações do Escrivão Isaías Caminha (tematiza preconceito racial e crítica ao jornalismo carioca - 1909)

• Triste Fim de Policarpo Quaresma (inicialmente publicado em folhetins -1915)

• Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá (1919)

• Clara dos Anjos (1948)

• Conto:

• História e Sonhos (1956)

Sátira Política e Literária:

• Os Bruzundangas (1923)

Humorismo:

• Aventuras do Dr. Bogoloff (1912)

• Artigos e Crônicas:

• Feiras e Mafuás (1956)

• Bagatelas (1956)

Crônicas sobre Folclore Urbano:

• Matginália (1956)

• Vida Urbana (1956)

Memórias:

• Diário Íntimo (1956)

• Cemitério dos Vivos (1956)

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Graça Aranha (1866/

1931)

Foi juiz no Maranhão e no Espírito

Santo. Participou do movimento

modernista, como doutrinador.

Não é considerado modernista porquesua única obra "modernista", A

viagem maravilhosa, é feita em um

estilo extremamente artificial. Morreu

logo antes de publicar suaautobiografia, O meu próprio

romance, de 193.

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Obras principais:

Canaã (1902/ romance)

Estética da Vida (1921/ ensaio)

Espírito Moderno (1925/ ensaio)

A Viagem Maravilhosa (1927/ romance)

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Augusto dos Anjos

(1884/ 1914)

Formou-se em direito, mas

foi sempre professor de

Literatura.

Publicou apenas um único

livro de poesias, Eu. Sua

obra é cientificista,

profundamente pessimista.

Trabalhou, assim como

parnasianos e simbolistas,

com sonetos e verso

decassílabo.

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Imagem: Retrato de Augusto dos Anjos / Domínio Público

Sua visão de mundo e a interrogação do

mistério da existência e do estar-no-mundo

marcam esta nova vertente poética.

Constância da morte, desintegração e os

vermes.

Língua Portuguesa - 3ª SérieA literatura Pré-modernista

"A passagem dos séculos me assombra. /

Para onde irá correndo minha sombra /

Nesse cavalo de eletricidade?! /

Quem sou? Para onde vou?

Qual minha origem? /

E parece-me um sonho a realidade."

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Sua visão da morte como o fim, o linguajar e os

temas usados por muitos são considerados

como sendo de mau gosto, mas caracterizam

sua poesia como única na literatura brasileira.

"Já o verme — este operário das ruínas

— / Que o sangue podre das carnificinas

/ Come e à vida em geral declara

guerra."

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Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão — esta pantera —

Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!

O homem, que, nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija !

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