Trabalho Escravo Contemporâneo no Brasil

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TRABALHO ESCRAVO NO

BRASIL

COLÔNIA E IMPÉRIO

O Brasil recebeu cerca de 38% de todos

os escravos africanos que foram trazidos para

a América.

A quantidade total de africanos que chegaram

ao Brasil varia segundo conforme os autores

consultados.

De acordo com a obra “História Geral da

África”, editada por J. F. Ade Aja Yi, no

período de 1501 a 1866 foram embarcados na

África com destino ao Brasil 5.532.118

africanos, dos quais 4.864.374 chegaram

vivos e 667.696 pessoas morreram nos

navios negreiros.

O Brasil foi, de longe, o país que mais recebeu

escravos no mundo. Em comparação, no

mesmo período, com destino à América do

Norte foram embarcados 472.381 africanos.

CONCEITO CLÁSSICO - GORENDER

Aponta que “a característica mais essencial, que se salienta

no ser escravo, reside na sua condição de propriedade de

outro ser” – e da existência desta sujeição do escravo ao

senhor a quem ele pertence, surge o atributo primário do ser

escravo: a relação de propriedade e a correlativa sujeição

pessoal. Da noção de propriedade tem-se a de sujeição

pessoal, por isso esta deve ser destacada “como

característica mais essencial da escravidão”.

CONCEITO CLÁSSICO – BRION DAVIS

Em geral, costuma-se dizer que o escravo tem três

características que o definem:

- sua pessoa é propriedade de outro homem,

- sua vontade está sujeita à autoridade de seu proprietário, e

- seu trabalho ou serviços são obtidos por meio de coerção.

TRABALHO “CATIVO”

NO PÓS ABOLIÇÃO

FINS DO SÉCULO XIX

E INÍCIO DO SÉCULO XX

- TRABALHO CATIVO DOS COLONOS SUIÇOS

(VERGUEIRO E CIA.)

- IMOBILIZAÇÃO POR DÍVIDA E EXTRAÇÃO DE LÁTEX

NA AMAZÔNIA

TRABALHO ESCRAVO

CONTEMPORÂNEO

Em 1993, a OIT, em relatório, apresentou

dados relativos a 8.986 denúncias de

trabalho escravo no Brasil e em 1995 o

governo brasileiro assume a existência

do trabalho escravo contemporâneo

perante o país e a Organização

Internacional do Trabalho (OIT).

BRASIL 2014

LEGISLAÇÃO

CONVENÇÃO SOBRE A

ESCRAVIDÃO DA LIGA DAS

NAÇÕES

CONVENÇÃO 29 DA OIT

DECLARAÇÃO UNIVERSAL

DOS DIREITOS HUMANOS

CONVENÇÃO SUPLEMENTAR

SOBRE ABOLIÇÃO DA

ESCRAVATURA, DO TRÁFICO DE

ESCRAVOS E DAS

INSTITUIÇÕES E PRÁTICAS

ANÁLOGAS À ESCRAVATURA

CONVENÇÃO 105 DA OIT

CONVENÇÃO AMERICANA DE

DIREITOS HUMANOS

(PACTO DE SAN JOSÉ DA

COSTA RICA) –Ratificado em

1992 pelo Brasil

PROTOCOLO DE PALERMO

Artigo 1º

Para os fins da Presente Convenção, fica entendido que:

1º A escravidão é o estado ou condição de um indivíduo sobre o qual se exercem, total ou

parcialmente , os atributos do direito de propriedade;

2º O tráfico de escravos compreende todo ato de captura, aquisição ou sessão de um indivíduo com

o propósito de escravizá-lo; todo ato de aquisição de um escravo com o propósito de vendê-lo ou

trocá-lo; todo ato de cessão, por meio de venda ou troca, de um escravo adquirido para ser vendido

ou trocado; assim como em geral todo ato de comércio ou de transportes de escravos.

Artigo 2º

As Altas Partes contratantes se comprometem, na medida em que ainda não hajam tomado as

necessárias providências, e cada uma no que diz respeito aos territórios colocados sob a sua

soberania, jurisdição, proteção, suserania ou tutela:

a) a impedir e reprimir o tráfico de escravos;

b) a promover a abolição completa da escravidão sob todas as suas formas progressivamente e logo

que possível.

A Convenção Suplementar Sobre Abolição da Escravatura, do Tráfico de Escravos e das Instituições

e Práticas Análogas à Escravatura -1956 amplia o conceito para englobar práticas análogas à

escravidão

CONVENÇÃO SOBRE A ESCRAVIDÃO

DA LIGA DAS NAÇÕES - 1926

Art. 2º - PARA OS FINS DA PRESENTE CONVENÇÃO, A EXPRESSÃO

‘TRABALHO FORÇADO OU OBRIGATÓRIO’ DESIGNARÁ TODO

TRABALHO OU SERVIÇO EXIGIDO DE UM INDIVÍDUO SOB AMEAÇA

DE QUALQUER PENALIDADE E PARA O QUAL ELE NÃO SE

OFERECEU DE ESPONTÂNEA VONTADE.

CONVENÇÃO 29 DA OIT - 1930

“TODO INDIVÍDUO TEM DIREITO À VIDA, À LIBERDADE E À

SEGURANÇA PESSOAL”(ART. III)

“NINGUÉM SERÁ MANTIDO EM ESCRAVATURA OU EM SERVIDÃO; A

ESCRAVATURA E O TRATO DOS ESCRAVOS, SOB TODAS AS

FORMAS, SÃO PROIBIDOS”(ART. IV)

“NINGUÉM SERÁ SUBMETIDO À TORTURA, NEM A TRATAMENTO OU

CASTIGO CRUEL, DESUMANO OU DEGRADANTE” (ART. V).

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS

DIREITOS HUMANOS - 1948

Artigo 1º

Todo País-membro da Organização Internacional do Trabalho que

ratificar esta Convenção compromete-se a abolir toda forma de

trabalho forçado ou obrigatório e dele não fazer uso:

a) como medida de coerção ou de educação política ou como

punição por ter ou expressar opiniões políticas ou pontos de vista

ideologicamente opostos ao sistema político, social e econômico

vigente;

b) como método de mobilização e de utilização da mão de obra para

fins de desenvolvimento econômico;

c) como meio de disciplinar a mão de obra;

d) como punição por participação em greves;

e) como medida de discriminação racial, social, nacional ou religiosa.

CONVENÇÃO 105 DA OIT - 1957

“TRABALHO OU SERVIÇO IMPOSTO SOB A AMEAÇA DE PUNIÇÃO

OU AQUELE EXECUTADO INVOLUNTARIAMENTE”.

1. FALTA DE CONSENTIMENTO

2. AMEAÇA DE PUNIÇÃO

OIT – ORGANIZAÇÃO

INTERNACIONAL DO TRABALHO

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Artigo 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela união

indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se

em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I. (...)

II.a cidadania;

III. a dignidade da pessoa humana;

IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V. (...).

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no

País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à

segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos

desta Constituição;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou

degradante;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho

humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência

digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes

princípios:

II – propriedade privada;

III - função social da propriedade;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,

simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos

em lei, aos seguintes requisitos:

I – aproveitamento racional e adequado;

II – utilização adequada de recursos naturais disponíveis e preservação

do meio ambiente;

III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos

trabalhadores;

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como

objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 149 DO CÓDIGO PENAL

• Art.149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer

submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer

sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer

restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de

dívida contraída com o empregador ou preposto:

• PENA: reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena

correspondente à violência.

• PARÁGRAFO 1º - Nas mesmas penas incorre quem:

• I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do

trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;

• II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera

de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de

retê-lo no local de trabalho.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 149 DO CÓDIGO PENAL

• PARÁGRAFO 1º - Nas mesmas penas incorre quem:

• I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do

trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;

• II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera

de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de

retê-lo no local de trabalho.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 149 DO CÓDIGO PENAL

• PARÁGRAFO 2º - A pena é aumentada de metade, se o

crime é cometido:

• I – contra criança ou adolescente;

• II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou

origem.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 149 DO CÓDIGO PENAL

Quatro fórmulas que levam a caracterização da conduta definida

como trabalho análogo ao de escravo:

1) Submeter o trabalhador a trabalhos forçados;

2) Submeter o trabalhador a jornadas exaustivas;

3) Sujeitar o trabalhador a condições degradantes de trabalho; e

4) Restringir a locomoção do trabalhador em razão de dívidas.

Desse modo, qualquer uma das quatro condutas previstas

caracteriza o crime.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 149 DO CÓDIGO PENAL

No inciso I, a conduta tipificada consiste no cerceamento ao

uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,

com o fim de retê-lo no local de trabalho. No inciso II, apresenta

duas outras condutas que levam igualmente à caracterização

do crime:

1) manter vigilância ostensiva no local de trabalho, e

2) apoderar-se de documentos pessoais do trabalhador. Em

ambos os casos, o tipo penal é complementado pela

expressão: com o fim de retê-lo no local de trabalho.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 149 DO CÓDIGO PENAL

• Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito asseguradopela legislação do trabalho:

- Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da penacorrespondente à violência.

• § 1º Na mesma pena incorre quem:

• I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinadoestabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço emvirtude de dívida;

• II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza,mediante coação ou por meio da retenção de seus documentospessoais ou contratuais.

• § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima émenor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora dedeficiência física ou mental.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 203 DO CÓDIGO PENAL

• Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma paraoutra localidade do território nacional:

• PENA - detenção de um a três anos, e multa.

• § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora dalocalidade de execução do trabalho, dentro do território nacional,mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador,ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local deorigem.

• § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima émenor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora dedeficiência física ou mental.

LEI Nº 10.803/2003

ART. 207 DO CÓDIGO PENAL

Trecho do voto da ministra Ellen Gracie no acórdão relativo ao INQ 2.131 / DF (p. 19/20):

Aproveito para reproduzir trecho de trabalho de doutrina acerca do tema (José Cláudio Monteiro

de Brito Filho, op. cit., p. 133): “Na verdade, como em muitos fenômenos que têm conceitos ditos

‘abertos’, às vezes é mais fácil dizer o que não é trabalho em condições degradantes do que o

contrário. Seria simples, por exemplo, dizer que um trabalho, mesmo que exercido em condições

duras, como o dos lavradores no campo, não seria considerado como em condições degradantes

se os trabalhadores tivessem a adequada proteção para o seu exercício e os seus direitos

trabalhistas resguardados; incluídos aí, jornada de trabalho normal, condições razoáveis de

moradia, alimentação e higiene, e fossem respeitados. Também é fácil definir trabalho em

condições degradantes quando se utiliza, ainda negativamente, o princípio que fixa o mínimo de

direitos do homem-trabalhador: a dignidade humana. Nesses termos, considera-se trabalho em

condições degradantes aquele em que não são respeitados os direitos mínimos para o resguardo

da dignidade do trabalhador. (...) é aquele em que há falta de condições mínimas de trabalho, de

moradia, higiene, respeito e alimentação, tudo devendo ser garantido – o que deve ser

esclarecido, embora pareça claro – em conjunto; ou seja, em contrário, a falta de um desses

elementos impõe o reconhecimento do trabalho em condições degradantes. Assim, se o

trabalhador presta serviços exposto à falta de segurança e com riscos à sua saúde, temos o

trabalho em condições degradantes. Se as condições de trabalho mais básicas são negadas ao

trabalhador, como o direito de trabalhar em jornada razoável e que proteja sua saúde, garanta-lhe

descanso e permita o convívio social, há trabalho em condições degradantes. Se, para prestar o

trabalho, o trabalhador tem limitações na sua alimentação, na sua higiene, e na sua moradia,

caracteriza-se o trabalho em condições degradantes”.

Trabalho em condições degradantes:

JURISPRUDÊNCIA

29/03/2012 PLENÁRIO. INQUÉRITO 3.412 ALAGOAS. RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO.

REDATORA DO ACÓRDÃO: MIN. ROSA WEBER. AUTOR(A/S)(ES): MINISTÉRIO PÚBLICO

FEDERAL. PROC.(A/S)(ES): PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA. INVEST.(A/S): JOÃO

JOSÉ PEREIRA DE LYRA

EMENTA: PENAL. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA A DE ESCRAVO. ESCRAVIDÃO

MODERNA. DESNECESSIDADE DE COAÇÃO DIRETA CONTRA A LIBERDADE DE IR E VIR.

DENÚNCIA RECEBIDA. Para configuração do crime do art. 149 do Código Penal, não é

necessário que se prove a coação física da liberdade de ir e vir ou mesmo o cerceamento da

liberdade de locomoção, bastando a submissão da vítima “a trabalhos forçados ou a jornada

exaustiva” ou “a condições degradantes de trabalho”, condutas alternativas previstas no tipo

penal. A “escravidão moderna” é mais sutil do que a do século XIX e o cerceamento da liberdade

pode decorrer de diversos constrangimentos econômicos e não necessariamente físicos. Priva-

se alguém de sua liberdade e de sua dignidade tratando-o como coisa e não como pessoa

humana, o que pode ser feito não só mediante coação, mas também pela violação intensa e

persistente de seus direitos básicos, inclusive do direito ao trabalho digno. A violação do direito

ao trabalho digno impacta a capacidade da vítima de realizar escolhas segundo a sua livre

determinação. Isso também significa “reduzir alguém a condição análoga à de escravo”. Não é

qualquer violação dos direitos trabalhistas que configura trabalho escravo. Se a violação aos

direitos do trabalho é intensa e persistente, se atinge níveis gritantes e se os trabalhadores são

submetidos a trabalhos forçados, jornadas exaustivas ou a condições degradantes de trabalho, é

possível, em tese, o enquadramento no crime do art. 149 do Código Penal, pois os trabalhadores

estão recebendo o tratamento análogo ao de escravos, sendo privados de sua liberdade e de sua

dignidade. Denúncia recebida pela presença dos requisitos legais.

Trabalho em condições degradantes:

JURISPRUDÊNCIA

JUSTIÇA FEDERAL. SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARÁ. VARA FEDERAL DE MARABÁ.

SENTENÇA Nº 97/2009. AUTOS Nº 2008.39.000450-2. AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO

FEDERAL. RÉU: MAGNON COELHO DE CARVALHO. Julgamento em 4 de março de 209. Juiz

Federal CARLOS HENRIQUE BORLIDO HADDAD.

Trechos da sentença (p. 6/7 e 8): “Deve-se compreender, a partir da vigência da Lei n. 10.803/03,

que a lesão à liberdade pessoal provocada pelo crime de redução à condição análoga à de

escravo não se restringe à movimentação ambulatorial, pois o leque de abrangência do tipo penal

foi aumentado. Em verdade, os delitos inscritos no título I, Capítulo VI, Seção I da Parte Especial

do Código penal não se vinculam à tutela da liberdade de locomoção, coo se pode perceber pela

análise do delito de ameaça, inserido na mesma seção. A proteção dirige-se à liberdade pessoal,

na qual se inclui a liberdade de autodeterminação, em que a pessoa tem a faculdade de decidir o

que fazer, como, quando e onde fazer. [...] Portanto, o delito descrito no art. 149 do Código Penal

não se perfaz com a simples sujeição de trabalhadores a condições degradantes, à jornada

exaustiva, entre outras situações. Outrossim, não depende, sempre, da demonstração de se ter

limitado a liberdade de locomoção do trabalhador. Somente estará realmente configurado

quando, praticando-se as condutas descritas no tipo penal, violar-se a liberdade de trabalho, que

nada mais é do que a capacidade de o empregado autodeterminar-se e poder validamente

decidir sobre as condições em que desenvolverá a prestação de serviço”.

Trabalho em condições degradantes:

JURISPRUDÊNCIA

A ATUALIDADE

DO TRABALHO

ESCRAVO

SERRA BRANCA, PARAÍBA

NOVEMBRO DE 2013...

Paraíba, novembro de 2013, o MPT resgata 21

trabalhadores encontrados em situação

análoga a de escravos. Eles estavam:

sem carteira de trabalho;

sem banheiro;

sem local para refeições;

sem EPIs;

sem salário fixo;

com os pagamentos em atraso.

MATO GROSSO, PIAUÍ, PARÁ, ESPÍRITO

SANTO, MINAS GERAIS, SANTA CATARINA,

SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO...

E essas situações se repetem em muitos

Estados e em várias atividades econômicas:

carvoarias, cultura da cana-de-açúcar,

mineração, construção civil, confecções,

pecuária...

-

Atuação extrajudicial

Investigações por meio de Inquérito Civil e proposição de termos de ajuste de conduta

(TACs)

Atuação judicial

Ingressa com Ações

Cautelares, Civil Pública

e Execução.

Atuação do MPT - Ministério Público do TrabalhoATUAÇÃO DO MPT

Participa das operações do

(GEFM - GRUPO ESPECIAL DE

FISCALIZAÇÃO MÓVEL)

Participa do CONATRAE(COMISSÃO

NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO

TRABALHO ESCRAVO)

Criou a CONAETE(COORDENADORIA

NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO

TRABALHO ESCRAVO)

-1995/2013: Mais de 46 mil trabalhadores libertados;

-1995: criação do GERTRAF. Posteriormente é criado o Grupo

Especial de Fiscalização Móvel;

- 2003: 1º Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo;

- 2004: Portaria 540/2004 (Cadastro Nacional de

Empregadores);

- 2005: Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo

- 2008: 2º Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo;

- 2014: Aprovação da PEC da Expropriação.

PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 2, DE 12 DE MAIO DE 2011

(DOU de 13/05/2011 Seção I pág. 9)

Enuncia regras sobre o Cadastro de Empregadores que tenham

submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo e

revoga a Portaria MTE nº 540, de 19 de outubro de 2004.

Art. 1º Manter, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, o

Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a

condições análogas à de escravo, originalmente instituído pelas

Portarias n.ºs 1.234/2003/MTE e 540/2004/MTE.

Na atualização semestral realizada em 30/12/2013:

- foram incluídos os nomes de 108 novos empregadores;

- reincluídos 2 empregadores em razão de determinação judicial; e

- excluídos 17 empregadores.

O Cadastro possui atualmente 579 nomes de empregadores (pessoas

físicas ou jurídicas) flagrados na prática de submeter trabalhadores a

condições análogas à de escravo.

Os estados que detém o maior número de inscritos são:

- Pará com 26,08%;

- Mato Grosso com 11,23%;

- Goiás com 8,46%; e

- Minas Gerais com 8,12%.

Cadastro de Empregadores

O projeto Resgatando a Cidadania visa garantir a inclusão ou

reinclusão de trabalhadores egressos do trabalho escravo e

daqueles vulneráveis a se inserirem nessas condições, por meio da

oferta de cursos de capacitação. Integra as políticas de qualificação

profissional com as demais políticas públicas de: trabalho,

emprego e renda, educação, saúde, meio ambiente e de

desenvolvimento.

Resgatando a Cidadania

O projeto Caminhos para a Liberdade visa implementar e coordenar

ações, em âmbito nacional, que promovam políticas públicas de

prevenção a escravidão contemporânea, combatendo o aliciamento

e o tráfico de pessoas, bem como o transporte irregular e inseguro

de trabalhadores.

Caminhos para a Liberdade

- Promover a erradicação do trabalho escravo e degradante;

- Combater o aliciamento e a intermediação ilegal de mão de obra

rural;

- Promover a implementação de políticas públicas de intermediação

de mão de obra e a coordenação de órgãos federais, estaduais e

municipais envolvidos com o tema;

- Reprimir o transporte ilegal e inseguro de trabalhadores;

- Divulgar o aliciamento e a intermediação ilegal de mão de obra

rural, como ato inicial da exploração do trabalho escravo, e o

transporte ilegal de trabalhadores, como causa de acidentes que os

vitimam grave ou fatalmente.

Atuação na prevenção e no combate

ao aliciamento e à intermediação

de mão de obra rural

CAMPANHAS

PEC 59A

Campanhas de apoio

no Facebook

Campanhas

de apoio nas

redes sociais

Campanhas

de apoio nas

redes sociais

PEC - Trajetória

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