Microrganismos indicadores da qualidade da água

Preview:

Citation preview

MICRORGANISMOS INDICADORES DA QUALIDADE DA ÁGUA

Rios, riachos, lagos:

Sujeitos a freqüente poluição:• esgoto doméstico• agricultura• dejetos industriais

Reutilização da água:

Processo natural, parte do ciclo hidrológicomas, atualmente, há enormes pressões

crescimento populacional uso industrial irrigação

Quanto à potabilidade, a água pode ser insípida, inodora e incolor, mas não ser potável, devido à presença de contaminação em nível microscópico.

Água potável: livre de microrganismos patogênicos e de agentes químicos e físicos nocivas

O monitoramento de todos os microrganismos patogênicos é difícil e anti-econômico: meios e metodologias diferentes,

dificuldade de analisar os resultados

Por essa razão, opta-se pela utilização de

BIOINDICADORES: organismos ou comunidades

cujas funções vitais se correlacionam tão

estreitamente com determinados fatores

ambientais, que podem ser empregados como

padrões na avaliação de uma dada conjuntura;

Alterações na população e na atividade

microbiana podem refletir transformações

nas propriedades químicas e físicas e, com

isso, na qualidade do solo e da água;

refletem a integridade ecológica total dos

ecossistemas, gerando uma dimensão

concreta dos impactos.

2. MICROORGANISMOS INDICADORES

Sob a ênfase da saúde pública no Brasil, uma amostra de água é considerada potável se está isenta de microrganismos do grupo coliforme.

INDICADORES MICROBIANOS DE QUALIDADE DA ÁGUA

• Devem estar presentes em grande quantidade nas fezes de humanos e animais de sangue quente• Devem ser fáceis de serem detectados por métodos simples

• Não devem se desenvolver na água em condições naturais

• É indispensável que sua persistência na água e o grau em que se eliminam durante o tratamento desta sejam similares ao dos patógenos

INDICADORES MICROBIANOS DE QUALIDADE DA ÁGUA

A verificação da presença de organismos indicadores de contaminação fecal

Com a realização de análises freqüentes

Modo mais sensível e específico de estimar a

Qualidade higiênica da água

INDICADORES MICROBIANOS DE QUALIDADE DA ÁGUA

• Bactérias do grupo coliformes (totais)

• Coliformes fecais ou termotolerantes

• Escherichia coli

• Bactérias heterotróficas

• Estreptococos fecais

• Clostrídios sulfito redutores

• Colifagos

PATÓGENOS FECAIS· Vivem no intestino de animais de sangue

quente.· Passam para as águas de abastecimento

através das fezes.· Causam gastroenterites, febre tifóide,

cólera, hepatite, etc, em hospedeiros saudáveis.

· Podem ser fatais para pessoas idosas, mal nutridas, crianças, HIV positivo, em geral imunocomprometidas.

Grupo coliformes ou Coliformes totais

• Crescem em presença de sais biliares e outros tensoativos, fermentam lactose a 35-37ºC, produzindo ácido, gás e aldeído em 24/48h, e apresentam atividade da ß-D-galactosidase

• Tradicionalmente, E. coli, Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter

• Não são indicadores de contaminação fecal mas podem indicar a eficácia do tratamento e da integridade do sistema de distribuição

Coliformes termotolerantes (“fecais”)

• Crescem a 44-45 ºC, fermentam lactose liberando ácido e gás, e produzem indol a partir do triptofano

• E. coli, e em menor grau, Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter

• Os últimos podem proceder também de águas organicamente enriquecidas (efluentes industriais ou matérias vegetais e solo)

• Quase sempre as concentrações estão em relação direta com as de E.coli

• São detectados com facilidade função secundária na verificação da eliminação de bactérias de origem fecal

INDICADORES MICROBIANOS DE QUALIDADE DA ÁGUA

Escherichia coli

• Crescem a 44-45 ºC, fermentam lactose e manitol liberando ácido e gás e produzem indol a partir do triptofano

• Possuem as enzimas ß-D-galactosidase e ß-glucoronidase

• Fezes recentes apresentam concentrações de 109/g

PADRÃO DE POTABILIDADE DA ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO

HUMANO

Portaria 518/MS/05 A água não deve transmitir patógenos

• Ausência de Escherichia coli ou coliformes termotolerantes em 100ml• Ausência de coliformes totais em 100ml na saída do tratamento e em 95% das amostras mensais de sistemas com >40 análises,ou 1 amostra positiva para sistemas com <40 análises• Recomendação: a detecção de E.coli deve ser preferencialmente adotada

Alguns outros padrões complementares podem ser utilizados para

medição da potabilidade:

• presença de estafilococos (agentes infecciosos)

• Pseudomonas aeruginosa (espécie de alta versatilidade)

• clostridios (resistentes a tratamentos básicos)

• altas concentrações de leveduras (indicador de alta poluição)

• bactérias heterotróficas (geradoras de danos em concentrações elevadas)

• enterococos (presentes nas fezes).

3. PRINCIPAIS DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

A água poluída pode causar diversos efeitos prejudiciais à saúde humana, tais como: febre tifóide, cólera, disenteria, meningite e hepatites A e B.

Pode ser igualmente por vectores de contaminação por doenças transportadas por mosquitos, como paludismo, dengue, malária, doença do sono, febre amarela.

Pode conter parasitas como verminoses, enquanto a escassez da água pode gerar ou potenciar doenças como a lepra, tuberculose, tétano e difteria.

EXEMPLOS DE MICROORGANISMOS PATOGÊNICOS NA ÁGUA

Bactérias

•Salmonella spp: infecções intestinais•Vibrio cholerae: cólera•Shigella spp. xigeloses•Yersinia enterocolitica: gastroenterite aguda•Escherichia coli: linhagens patogênicas: enterites•Clostridium perfringens: enterite, gangrena gasosa•Vibrio parahaemolyticus: gastroenterites•Pseudomonas aeruginosa: infecções nos olhos, ouvidos•Staphylococcus aureus: infecções cutâneas, garganta e intoxicações alimentares•Leptospira: hepatite, conjuntivite e insuficiência renal

MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS NA ÁGUA

Fungos

• aquáticos: saprófitas, parasitas de peixes• oriundos do solo: leveduras

• Candida albicans: infecções da pele, mucosas• fungos dermatófitos

• Geotrichum

Protozoários

• ciliados • Giardia lamblia: esporos resistentes ao cloro

• amebas • Entamoeba hystolytica (amebíase)

• Vírus

– Hepatites A e B– Gastroenterite infecciosa não bacteriana– Poliomielite

4. BIBLIOGRAFIA

BASTOS, R.K.X. Controle e vigilância da qualidade da água. In: LIBÂNIO, M. et al., Controle e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. Brasília: FNS/COVAM/CENEPI, 221p. 2000.

SCHAECHTER, M.; ENGLEBERG, N.C.; EISENSTEIN, B.I.; MEDOFF, G. Microbiologia – mecanismo das doenças infecciosas. Ed. Guanabara Koogan, 3.ed, Rio de Janeiro/RJ, 2002).

NOGUEIRA, G., NAKAMURA, C.V., TOGNIM, M.C.B., FILHO, B.A.A., DIAS, B.P.F. Qualidade microbiológica de água potável de comunidades urbanas e rurais, Paraná. Rev. Saúde Pública. v. 37(2), p.232-236, 2003.

Recommended