Gestão e legislação tributária iptu, issqn, itbi

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Gestão e Legislação TributáriaI T B I

I S S Q NI P T U

I T B IIMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS

IMÓVEIS

Normas reguladoras

O Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter -Vivos - ITBI, é previsto na Constituição Federal/1988, no artigo 156, inciso II. O Código Tributário Nacional- CTN (Lei 5.172, de 25.10.1966) rege o IBTI em seus artigos 35 a 42. A Constituição Federal de 1988 estipulou que o ITCMD (imposto sobre a transmissão causa mortis ou doação) competiria aos Estados e ao DF (art. 155, I), enquanto os municípios ficariam com o ITBI (art. 156).

Fato gerador Segundo o CTN, o fato gerador da obrigação principal é a situação definida

em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). Nesse sentido é a leitura que se faz do art. 35 do CTN à luz da Constituição Federal, art. 156, II, de onde se aduz que o fato gerador do ITBI é a transmissão inter - vivos , a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos e sua aquisição.

Surge, então, o fato gerador no momento em que ocorre a transmissão da propriedade imobiliária. E esta somente se efetiva com o registro do título translativo no Registro de imóveis, por força do art. 1245 do Código Civil, in verbis: “Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no registro de imóveis.”

Função/classificação

A função do ITBI é predominantemente fiscal.

Sua finalidade é a obtenção de recursos financeiros para os municípios.

Base de cálculo

O artigo 38 do CTN estabelece que a base de cálculo do imposto é o valor venal  dos bens  ou direitos transmitidos. Entende-se por valor venal do imóvel o valor de mercado do bem imóvel por natureza ou acessão física.

Decreto 55.196/2014 Art. 7º A base de cálculo do Imposto é o valor venal

dos bens ou direitos transmitidos, assim considerado o valor pelo qual o bem ou direito seria negociado à vista, em condições normais de mercado. (g.n.)

Alíquotas As alíquotas do ITBI são fonte de grande discussão no que tange à possibilidade de

aplicação de alíquotas progressivas. Para os que defendem a progressividade da alíquota, fundamentam-se no princípio

da capacidade contributiva decorrente do §1º do art145 da Constituição Federal, in verbis:

§ 1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Sustenta essa corrente que é desnecessária a previsão expressa como se estabelece no caso do IPTU. 

Em sentido contrário, está o entendimento sumulado pelo STF: Súmula 656 do STF – É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas

para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel

Sujeito passivo

É qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei (art. 42 do CTN).

Cabe ao legislador dispor quem é o contribuinte do ITBI.

Lançamento

O lançamento do ITBI dar-se-á por declaração. A autoridade administrativa constitui o crédito

tributário com base em informações prestadas pelo próprio sujeito passivo ou por terceiro.

Após realizado o lançamento por declaração, cabe ao Fisco aceitar ou não o valor declarado, sendo possível ainda, efetuar lançamentos suplementares.

Questões controvertidas/ interessantes/ projetos Para que se possa fazer o registro

de um imóvel adquirido, é obrigatório que antes se pague o ITBI.

I S S Q NIMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE

QUALQUER NATUREZA

Normas reguladoras

Este imposto é outorgada pela Constituição Federal aos Municípios. Segundo o art. 3º da Lei Complementar 116/2003, o serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas em seus incisos, que indicam o local em que será devido o imposto.

Fato gerador É a prestação de serviços constantes da lista, ainda que esses

não se constituam como atividade preponderante do prestador (art.1º LC 116/03).

Serviços tributados são aqueles prestados por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, desde que não sejam da competência tributária dos Estados.

Serviços listados pela LC 116/03 ficam sujeitos apenas ao ISS, ainda que a prestação envolva o fornecimento de mercadorias, salvo as exceções previstas na lista (art. 1º, §2º da LC 116/03).

Já os serviços não listados não ficam sujeitos ao ISS, assim se envolverem fornecimento de mercadorias ficarão sujeitos ao ICMS. A lista é taxativa, porém admite interpretação analógica. 

“A prestação de serviços de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS” (súmula 156 STJ);

“O fornecimento de concreto, por empreiteira, para construção civil, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço, sujeitando-se apenas à incidência do ISS” (súmula 167 STJ).

“O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares” (súmula 274 STJ).

“O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação” (sumula 163 STJ).

Lei complementar quanto ao ISS: Cabe à lei complementar fixar suas alíquotas máximas e mínimas (art.

156, §3º, I da CF). Cabe a lei complementar excluir de sua incidência exportação de

serviços para o exterior (art. 156, §3º, II da CF). A União poderá, por meio de lei complementar, isentar exportações de serviço para o exterior.

Cabe a lei complementar regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados (art. 156 §3º, III da CF).

“Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias” (art. 111, I, II e III do CTN).

Função/classificação

Tem o ISS função predominantemente fiscal. É importante fonte de receita tributária dos Municípios.

Tem por objeto a circulação econômica de serviços, a prestação de serviços, consistente na venda econômica de bens imateriais, que não sejam mercadorias ou produtos.

Base de cálculo

Quanto a base de cálculo do ISS, o legislador, em princípio, escolheu o “preço do serviço” (Decreto-lei nº 406, de 1968, art. 9º), assim entendido todos os valores que compõe o contra valor da prestação de serviços, incluído todos os gastos e o valor do próprio imposto.

A base de cálculo do imposto é, pois, a valor bruto, sem dedução alguma, o total auferido pelo fornecimento do trabalho (preço) pela locação do bem móvel (aluguel) a determinado título (preço) ou pela cessão de direitos (preço), sem dedução alguma dos materiais fornecidos pelo prestador do serviço e nem de despesas.

Alíquotas

Os Municípios gozam de autonomia para fixar as alíquotas do ISS.

A alíquota máxima é de 5%. Temos como exemplo a Prefeitura de Tubarão: em 2001 - 5%; em 2002 – 4%; em 2003 – 3,5%; em 2004 – 3%.

Sujeito passivo

Definindo o ISS, a legislação considera contribuinte do imposto a pessoa do prestador do serviço (Decreto-lei nº 406, de 1968, art. 10). O contribuinte e a pessoa que fornece trabalho, que loca bens móveis, que loca espaço em bens imóveis, para certos fins ou quem cede direitos. Como o ISS é um tributo sobre a circulação de bens imateriais, este onera a venda econômica de serviço, a produção de serviços realizada com caráter de habitualidade e de modo autônomo independente, sem subordinação.

Lançamento

O lançamento do ISS (Imposto sobre serviço) é realizado, em regra geral, por homologação, de acordo com o art. 150 do Código Tributário Nacional, assim transcrito:

O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa [...]

I P T UIMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL

URBANO

Normas reguladoras

O Código Tributário Nacional - CTN (Lei 5.172, de 25.10.1966) rege o IPTU em seus artigos 32 a 34. Sua constitucionalidade é prevista no artigo 156, inciso I, da Carta Magna/1988.

Fato gerador O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e

territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos itens seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: 

I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II – abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição

domiciliar; V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três)

quilômetros do imóvel considerado.  A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão

urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos especificados acima.

Base de cálculo

A base de cálculo é o valor venal (valor de venda) dos imóveis.

Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.

Alíquota

Sua alíquota varia de um Município para outro, sendo admissível sua progressividade após a edição da Emenda Constitucional 29/2000.

O § 1 do artigo 7º do Estatuto das Cidades ( Lei 10.257/2001) estipula que a alíquota máxima a ser aplicada para cobrança do IPTU progressivo no tempo é de 15%

Função/ Classificação do imposto

A função do IPTU é tipicamente fiscal, embora também possua função social. Sua finalidade principal é a obtenção de recursos financeiros para os municípios, embora ele também possa ser utilizado como instrumento urbanístico de controle do preço da terra.

Atualmente ele é definido pelo artigo 156 da Constituição de 1988, que caracteriza-o como imposto municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para aplicá-lo. A única exceção ocorre no Distrito Federal, unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos Estados e dos municípios.

Sujeito passivo

Sujeito passivo do IPTU só pode ser aquela pessoa física ou jurídica que detém a disponibilidade econômica do imóvel, seja ela possuidora (posseira), titular de domínio útil ou proprietária.

Lançamento É aquele realizado pelo Fisco, dispensado o auxílio do

contribuinte, uma vez que já dispõe de dados. Como regra, a escolha da forma de lançamento não é aleatória,

devendo levar em conta a natureza do tributo. Por isso, no caso do lançamento de ofício, verificamos que é mais adequado aos tributos que têm como fato gerador uma situação permanente (como a propriedade imobiliária), cujos dados constam de bancos de dados fiscais, de modo que basta à autoridade administrativa a consulta àqueles registros para que tenha à mão os dados fáticos necessários à realização do lançamento.

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