Pragas da banana - Por Andreia Gerk

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Apresentação sobre Pragas de Banana proferida no Curso de Pré-Serviço realizado em Santa Maria Madalena, RJ, Fevereiro de 2006. Na ocasião Engenheira Agrônoma da atual Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária – SEAPEC do Rio de Janeiro. Atualmente Fiscal Federal Agropecuário lotada na SFA-RJ/Mapa

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A IMPORTÂNCIA DA BANANA PARA O RIO DE JANEIRO

ÁREA PLANTADA: 23.082,6 ha

PRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORESPRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORES

Mangaratiba – 5.000 ha

Itaguaí – 3.030 ha

Macaé – 2.400 ha

Seropédica – 1.851 ha

Paracambi – 1.447 há

Cachoeiras de Macacu – 1.009 ha

Fonte: ASPA 2004, Emater-Rio

Moleque-da-bananeira

PRINCIPAL PRAGA DA BANANEIRA

Cosmopolites sordidus

Durante o dia, os adultos são encontrados em ambientes úmidos e sombreados junto às touceiras, entre as bainhas foliares e nos restos culturais. Os danos são causados pelas larvas, as quais constróem galerias no rizoma, debilitando as plantas e tornando-as mais sensíveis ao tombamento. Plantas infestadas normalmente apresentam desenvolvimento limitado, amarelecimento e posterior secamento das folhas, redução no peso do cacho e morte da gema apical.

Tripes

OUTRAS PRAGAS

Tripes da erupção dos frutos - Frankliniella spp.

Apesar do pequeno tamanho (cerca de 1 mm de comprimento) e da agilidade, os tripes são facilmente vistos por causa da coloração branca ou marrom-escura. Os adultos são encontrados geralmente em flores jovens abertas. Também podem ocorrer nas flores ainda protegidas pelas brácteas.

Os danos provocados por esses tripes manifestam-se nos frutos em desenvolvimento, na forma de pontuações marrons e ásperas ao tato, o que reduz o seu valor comercial, mas não interfere na qualidade da fruta.

Vírus:

PRINCIPAIS DOENÇAS DA BANANEIRA

CMV – Mosaico-do-PepinoÉ transmitido por várias espécies de afídeos. A fonte de inóculo para a infecção de novos plantios provém geralmente de outras culturas ou de plantas daninhas, especialmente trapoeraba ou maria-mole (Commelina diffusa).

Os sintomas variam de estrias amareladas, mosaico, redução de porte, folhas lanceoladas, necrose do topo, assim como pode haver distorção dos frutos, com o surgimento de estrias cloróticas ou necrose interna.

Vírus:

PRINCIPAIS DOENÇAS DA BANANEIRA

O vírus é transmitido de bananeira para bananeira pela cochonilha Planococcus citri, assim como através de mudas infectadas.    

O BSV produz inicialmente estrias amareladas nas folhas que posteriormente ficam escurecidas ou necrosadas. Pode ocorrer a deformação dos frutos e a produção de cachos menores.

BSV - Banana Streak Virus

BSV - Banana Streak Virus

BSV - Banana Streak Virus

Nematóides:

Radopholus similis

Meloidogyne spp.

Os nematóides que ocorrem na cultura da banana são classificados segundo as lesões que provocam:

a) lesões profundas (Radopholus similis - nematóide "cavernícola" e Pratylenchus musicolab) lesões superficiais (Helicotylenchus spp)c) lesões tipo galha (Meloidogyne spp).

Nematóides:

A infecção por nematóides provoca redução no porte da planta, amarelecimento das folhas, seca prematura, má formação de cachos, refletindo em baixa produção e reduzindo a longevidade dos plantios.

Nas raízes, podem ser observados o engrossamento e nodulações, que correspondem às galhas e massa de ovos, devido à infecção por Meloidogyne spp. (nematóide-das-galhas) ou mesmo necrose profunda ou superficial provocada pela ação isolada ou combinada das espécies Radopholus similis (nematóide cavernícola), Helicotylenchus spp. (nematóide espiralado), Pratylenchus sp. (nematóide das lesões), ou Rotylenchulus reniformis (nematóide reniforme).

Levam ao tombamento de plantas, além disso abrem nas raízes e no rizoma portas de entrada para outros parasitas.

Bactérias: Encontra-se no Brasil na região Norte, onde já é bastante difundida, e no Nordeste. A planta infectada morre em poucas semanas, sua incidência se dá em reboleiras, com as folhas caídas e secas ("guarda-chuva fechado"), os frutos apresentam a polpa com manchas negras distribuídas no seu interior.

Moko - Ralstonia solanacearum raça 2

Moko - Ralstonia solanacearum raça 2

A descoloração vascular do pseudocaule é mais intensa no centro e é menos aparente na região periférica, ao contrário do que ocorre na planta atacada pelo mal-do-Panamá. Os sintomas em frutos aparecem na forma de  podridão seca, firme, de coloração parda.

Bactérias:

A doença inicia-se no rizoma, causando seu apodrecimento, progredindo posteriormente para o pseudocaule. Ao se cortar o rizoma ou pseudocaule de uma planta afetada, pode ocorrer a liberação de grande quantidade de material líquido fétido, daí o nome podridão aquosa.

Na parte aérea, os sintomas podem ser confundidos com aqueles do moko ou mal-do-Panamá. A planta normalmente expressa sintomas de amarelecimento e murcha das folhas podendo ocorrer quebra da folha no meio do limbo ou junto ao pseudocaule.

Podridão Mole – Erwinia spp.

Deficiência de Potássio (K) ou Murcha Abiótica

Corresponde a 41% do total de nutrientes exigidos pela planta.

Os sintomas de deficiência são caracterizados pela rápida clorose e murchamento precoce das folhas mais velhas. Esta clorose, inicialmente, é amarelo ouro, depois a folha vai secando e adquirindo a tonalidade alaranjada em todo o limbo foliar. O cacho é a parte mais afetada.

Os frutos ficam “magros” e os cachos impróprios para comercialização. Causa danos que se assemelham aos do moko e aos do mal-do-Panamá”

Rachaduras nas bainhas

Necrose em anéis concêntricos

Feixes do cilindro central limpo

Amarelecimento, murcha e colapso do pecíolo junto ao pseudocaule

Fungos:

Mal-do-Panamá

(Fusarium oxysporum f.sp. cubense)

Os cultivares de interesse comercial apresentam taxas variáveis de tolerância, assim apresentam alta tolerância os cultivares: ‘Ouro’, ‘Nanica’, ‘Nanicão’; mediana tolerância: ‘Terra’; baixa tolerância: ‘Prata’ e intolerante: ‘Maçã’.

Amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas, começando pelos bordos do limbo foliar e evoluindo no sentido da nervura principal. Posteriormente, as folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule dando-as a aparência de um guarda-chuva fechado.

É comum constatar-se que as folhas centrais das bananeiras permanecem eretas mesmo após a morte das mais velhas. É possível notar, próximo ao solo, rachaduras do feixe de bainhas.

Internamente, observa-se uma descoloração pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudocaule provocada pela presença do patógeno nos vasos.

Mal-do-Panamá – Fusarium oxysporum f.sp. cubense

Fungos:

De importância secundária, normalmente associada a alguma forma de estresse na planta. Via de regra, a mancha de cordana está associada à outra doença, principalmente à Sigatoka-amarela e/ou à deficiência mineral.

Os sintomas, no início da doença, podem ser confundidos com os da Sigatoka-amarela. Às vezes, ocorre superposição de lesões de ambas as doenças.

As lesões apresentam, devido ao maior crescimento radial, um formato piriforme, com zonas concêntricas e circundadas por um halo amarelo.

Mancha de Cordana – Cordana musae

Cultivar Thap MaeoCultivar Thap Maeo

Mancha de Cordana – Cordana musae

Cultivar NanicaCultivar NanicaMancha de Cordana – Cordana musae

Cultivar NanicaCultivar Nanica

Mancha de Cordana – Cordana musae

Mancha de Chloridium – Veronaea musae

Mancha-de-DeightoniellaMancha-de-Deightoniella

Deightoniella torulosaDeightoniella torulosa

Sigatoka Amarela ou Mal-de-Sigatoka

Mycospaerella musicola = Pseudocercospora musae

Sigatoka Amarela – evolução dos sintomas

Mancha de coloração escura à

Negra, com pequeno halo

amarelo

Sigatoka Negra

Sigatoka Amarela

Mancha de coloração

Marrom à Parda,

com grande halo amarelo

SIGATOKA NEGRA E SIGATOKA AMARELA - COMPARAÇÃO

O QUE É A SIGATOKA NEGRA?O QUE É A SIGATOKA NEGRA? A doença é a mais grave e destrutiva da cultura da

bananeira, podendo ocasionar a perda de 100% da produção e inviabilizar seu cultivo.

NÃO ESTÁ PRESENTE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Esta doença alastra-se nas folhas da bananeira, causando uma rápida decomposição foliar, Esta doença alastra-se nas folhas da bananeira, causando uma rápida decomposição foliar,

reduzindo a capacidade fotossintética da planta, podendo causar-lhe a morte, reduzindo a capacidade fotossintética da planta, podendo causar-lhe a morte,

antes mesmo da formação do cacho de frutos, e a conseqüente redução da produçãoantes mesmo da formação do cacho de frutos, e a conseqüente redução da produção .

ETIOLOGIAAgente causal: Mycosphaerella fijiensis Morelet, sendo sua fase assexuada representada pelo fungo Paracercospora fijiensis (Morelet)

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS -Sigatoka Negra

Folha vela

Folha 1Folha 2

- Condições Favoráveis: períodos úmidos ou chuvosos com temperatura variando de 24 a 30o C

+ SUSCETÍVEIS

- Período Latente: 17 a 18 dias (suscetíveis)

30 a 47 dias (resistentes)

Ascosporos: disseminados

pelo vento e pela chuva

Sigatoka Negra – evolução dos sintomas

Sigatoka NegraSigatoka Negra

Estádio2

Estádio 3

Estádio 1

face inferior

face inferior

face inferior

Sigatoka NegraSigatoka Negra

Estádio 4

Estádio 5

Estádio 6

Estádio 6

face superior ou inferior da folha

EXPANSÃO RADIAL E LONGITUDINAL DAS ESTRIAS. COLORAÇÃO CAFÉ

(AMBAS AS FACES)

FACE INFERIOR

FACE SUPERIOR

Pequenas áreas descoloridas que progridem formando

estrias de coloração marrom-clara (face inferior)

A doença torna-se extremamente severa após a emissão do cacho (frutos pouco desenvolvidos, pequenos, com maturação precoce e desuniforme. Cerca de 40 dias após o florescimento, as plantas encontram-se com as folhas totalmente destruídas.

Característica Sigatoka Negra Sigatoka Amarela

Primeiros sintomas visíveis Estrias marrom claro na face abaxial das folhas 1 ou 2

Estrias marrom escuro nas duas faces das folhas 3 ou 4

Visualização dos sintomas Face abaxial ou ventral da folha

Face adaxial ou dorsal da folha

Evolução das lesõesEstria evolui para mancha escura de formato irregular

Estria evolui para lesão necrótica de formato elíptico ou elíptico-alongado com centro cinza palha

Presença de halo amarelo Não freqüente ou ocasional Freqüentemente ocorre

Coalescência de lesõesFreqüente a partir das fases iniciais ou estrias de cor marrom escuro (café)

Pode ocorrer apenas nos estádios de lesões necróticas (final do ciclo)

Senescência do limbo foliar Ocorre a partir dos bordos da folha em todo o comprimento da folha

Nos locais das lesões necróticas

Características diferenciadoras da Sigatoka Negra e da Sigatoka Amarela

Sigatoka Negra sobre Sigatoka Negra sobre Heliconia psittacorumHeliconia psittacorum

VENTO: Principal agente de disseminação dos esporosVENTO: Principal agente de disseminação dos esporos

Caixas de embalagem

(30 dias)

Roupas(60 dias)

folhas usadas para proteger os frutos (60 dias)

Veículo

(10 dias)

As próprias bananas que podem levar até 11.000 esporos cada

(18 dias)

Pneu

(18 dias)

etc....

DISSEMINAÇÃODISSEMINAÇÃO

nebulização - fogpulverização aérea

Uso de agrotóxicos - caro e pouco eficiente

(48 aplicações de fungicidas por ano)

CONTROLE QUÍMICO

Ideal do ponto de vista econômico e da preservação do meio ambiente. Ideal do ponto de vista econômico e da preservação do meio ambiente.

Cultivares recomendados:Cultivares recomendados:

CAIPIRA; THAP MAEO; FHIA 01, O2, O3, 18, 20, 21; FIGO; OURO; PRATA ZULUCAIPIRA; THAP MAEO; FHIA 01, O2, O3, 18, 20, 21; FIGO; OURO; PRATA ZULU

CONTROLE GENÉTICO

- eliminação de folhas baixeiras infectadas (racionalmente)- eliminação de folhas baixeiras infectadas (racionalmente)

- espaçamento correto, evitando superpopulação de plantas- espaçamento correto, evitando superpopulação de plantas

- adubação balanceada- adubação balanceada

CONTROLE CULTURAL

Legislativo - Exclusão

Impedir a entrada da praga no Estado através das ações de Defesa Vegetal

Resolução SEAAPI N° 581, de 02 de julho de 2004 - proíbe a entrada de veículos transportando banana no Estado do Rio de Janeiro de áreas onde já tenha sido detectada a praga

Barreiras fitossanitárias - impedir o trânsito de frutas e mudas de banana de áreas contaminadas ou sem a seguinte determinação:

“A partida é originária de Unidade de Produção onde foi implantado o Sistema de Mitigação de Risco para Sigatoka Negra”

O que está sendo feito para prevenir a entrada da

Sigatoka Negra?

Campanha de Prevenção à Sigatoka Negra

Evitar a introdução da Sigatoka Negra, mediante ações conjuntas da Evitar a introdução da Sigatoka Negra, mediante ações conjuntas da

pesquisa, extensão e Defesa Sanitária Vegetal, visando proteger o pesquisa, extensão e Defesa Sanitária Vegetal, visando proteger o

agronegócio da banana no Estado do Rio de Janeiroagronegócio da banana no Estado do Rio de Janeiro

Objetivo

Implantação de Unidades de Observação - UOs

Cultivares plantadas:Cultivares plantadas:

- CAIPIRA- CAIPIRA

- THAP MAEO- THAP MAEO

- FHIA 18- FHIA 18

Fiscalização do Trânsito de Vegetais

Inspeção e fiscalização nos bananais do Estado

Visita às propriedades produtoras, para verificar as condições Visita às propriedades produtoras, para verificar as condições fitossanitárias das lavouras.fitossanitárias das lavouras.

Recolhimento e Destruição de mudas

O que os produtores podem fazer para ajudar a evitar esta doença?

Não comprar mudas de bananas de São Não comprar mudas de bananas de São Paulo e da região norte;Paulo e da região norte;

Avisar ao Núcleo de Defesa Sanitária ou ao Avisar ao Núcleo de Defesa Sanitária ou ao escritório local da Emater se observar escritório local da Emater se observar qualquer sintoma da doença;qualquer sintoma da doença;

Realizar o manejo cultural; Erradicar os Realizar o manejo cultural; Erradicar os bananeirais abandonados.bananeirais abandonados.

Não comprar cargas de Não comprar cargas de bananas de São Paulo ou da bananas de São Paulo ou da região Norte.região Norte.

Avisar ao Núcleo de Defesa Avisar ao Núcleo de Defesa Sanitária ou ao escritório Sanitária ou ao escritório local da Emater se observar a local da Emater se observar a entrada de cargas oriundas entrada de cargas oriundas destas localidades.destas localidades.

Não comprar cargas envoltas Não comprar cargas envoltas em folhas de bananeiras.em folhas de bananeiras.

Levantamento fitossanitário dos bananais do Estado com vistas à caracterização do Estado como “Área Livre de Sigatoka Negra”.

Levantamento fitossanitário dos bananais do Estado com vistas à caracterização do Estado como “Área Livre de Sigatoka Negra”.

Resultados

“Área Livre de Sigatoka Negra”

Instrução Normativa N° 17, de 31 de maio de 2005

DefiniçãoÁrea livre de praga: área onde uma praga específica não ocorre, sendo esse fato demonstrado por evidência científica e na qual, de forma apropriada, essa condição está sendo mantida oficialmente.

Medidas adotadas

• mudas de Musa spp. e seus cultivares, que não sejam provenientes de bananais de Área Livre de Sigatoka Negra;

• bananas em cacho em todo o território nacional;

• de folhas de bananeira ou parte da planta no acondicionamento de qualquer produto.

Proibição do trânsito de:

“Área Livre de Sigatoka Negra”

Instrução Normativa N° 17, de 31 de maio de 2005

Procedimentos

Área livre: 2% das propriedades

a) Área urbana e área rural não comercial inspecionar 3 plantas adultas, próximas ao florescimento, por hectare;

b) Área de produção comercial, inspecionar no mínimo 5 plantas adultas, próximas ao florescimento, por hectare.

Periodicidade: a cada 3 meses

Instrução Normativa N° 39, de 30 de novembro de 2005

Estradas que sejam rotas de risco para a praga:

3 plantas adultas em 50% das propriedades existentes às suas margens

> 6 meses

Andréia de Oliveira Gerk

Contatos: andreia.gerk@agricultura.gov.br

andreiagerk@hotmail.com

Material elaborado para o Curso de Pré-Serviço realizado em Santa Maria Madalena, RJ, Fevereiro de 2006

Na ocasião Engenheira Agrônoma da atual Secretaria deEstado de Agricultura e Pecuária – SEAPEC do Rio de Janeiro.

Atualmente Fiscal Federal Agropecuário lotada na SFA-RJ

Engenheira Agrônoma, M.Sc. Entomologia

ATENÇÃOATENÇÃO: verifique sempre se as normativas mencionadas ainda estão em vigor ou sofreram alteração.