Cesar deve morrer, grande produção de Vittorio e Paolo TavianiVITTORIO TEDESCHI

Provando que idade é documento, sim, para experiência e qualidade no trabalho, os irmãos Taviani, Vittorio, aos 83, e Paolo, aos 81 anos, conquistaram o Urso de Ouro 2012, uma das premiações mais importantes do cinema mundial.

Os diretores conquistaram os jurados do 62º Festival de Cinema de Berlim, com Cesare deve morire (Cesar Deve Morrer, em livre tradução), belo longa que utilizou linguagem cinematográfica de forma experimental e evidente carga social, mistura essencial para vencer a disputa marcada por filmes altamente politizados.

Cesare deve morire é baseado em um clássico do escritor inglês William Shakespeare, utilizando a peça de teatro "Júlio César", encenada durante a produção por um grupo de detentos de Rebibbia, uma prisão de segurança máxima, em Roma. Com linguagem altamente documental, o longa consegue, ao mesmo tempo, desenvolver atributos fictícios nos bastidores do enredo original, emocionando o público que conhece além do crime cometido pelos presos, mas, também, o inferno da vida carcerária.

Além da premiação principal do Festival, a obra dos irmãos Taviani conquistou ainda um dos três prêmios do Júri Ecumênico, divididos pelos diretores Julian Pölsler, no austríaco Die Wand, e Rodrigo Plá, pelo uruguaio La demora. O júri do Festival foi presidido pelo diretor britânico Mike Leigh e composto por outros diretores como Asghar Farhadi (Urso de Ouro 2011), François Ozon e Anton Corbijn, além dos atores Barbara Sukowa, Charlotte Gainsbourg e Jake Gyllenhaal.