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ASSOCIATIVISMO Aula 01 COOPERAÇÃO E PARTICIPAÇÃO Ivon Corrêa. * “É preciso trabalhar juntos, crescer juntos, aprender juntos, aprender a fazer parte de um time, seja no trabalho, seja em casa” (Roberto Shinyashiki) 1- INTRODUÇÃO Na pré-história o homem vivia nas florestas, refugiando-se nas copas das árvores e alimentando-se de frutas e insetos. Com o decorrer dos tempos viu-se obrigado, por necessidades de sobrevivência a deixar a antiga maneira de viver e procurar os meios de sobrevivência nas agruras das planícies. Em seu novo habitat as dificuldades acentuaram-se, devido, sobretudo a mudança de seus hábitos alimentares, pois evoluiu de vegetariano para, principalmente, devorador de carne. O principal gargalo encontrado foi a competição com as feras ali existentes e a vulnerabilidade a que estava exposto cada vez que saia à caça. Percebeu desde cedo que na planície era necessário que se agregasse a outros humanos para se defender e para obter alimento. De nômade passou a gregário. Constituiu famílias e clãs, que normalmente eram liderados pelas mulheres. Era normal a ocorrência de guerras entre clãs para o estabelecimento de territórios de caça, mananciais de águas, captura de escravos e mulheres. Com o aumento das populações, clãs de regiões remotas deslocavam-se para a obtenção de recursos, obrigando os clãs menos poderosos a se unirem para defesa de seus territórios e de suas crias. Na seqüência da evolução a união dos clãs deu origem às Nações, que são constituídas de indivíduos que possuem a mesma história, mesmos idéias, as mesmas características sociais, os mesmos anseios.

Aula 1 cooperação e participação

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ASSOCIATIVISMOAula 01

COOPERAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

Ivon Corrêa. *“É preciso trabalhar juntos, crescer juntos,

aprender juntos, aprender a fazer parte de um time,seja no trabalho, seja em casa”

(Roberto Shinyashiki)

1- INTRODUÇÃO

Na pré-história o homem vivia nas florestas, refugiando-se nas copas das árvores e alimentando-se de frutas e insetos. Com o decorrer dos tempos viu-se obrigado, por necessidades de sobrevivência a deixar a antiga maneira de viver e procurar os meios de sobrevivência nas agruras das planícies. Em seu novo habitat as dificuldades acentuaram-se, devido, sobretudo a mudança de seus hábitos alimentares, pois evoluiu de vegetariano para, principalmente, devorador de carne.

O principal gargalo encontrado foi a competição com as feras ali existentes e a vulnerabilidade a que estava exposto cada vez que saia à caça. Percebeu desde cedo que na planície era necessário que se agregasse a outros humanos para se defender e para obter alimento. De nômade passou a gregário. Constituiu famílias e clãs, que normalmente eram liderados pelas mulheres. Era normal a ocorrência de guerras entre clãs para o estabelecimento de territórios de caça, mananciais de águas, captura de escravos e mulheres.

Com o aumento das populações, clãs de regiões remotas deslocavam-se para a obtenção de recursos, obrigando os clãs menos poderosos a se unirem para defesa de seus territórios e de suas crias.

Na seqüência da evolução a união dos clãs deu origem às Nações, que são constituídas de indivíduos que possuem a mesma história, mesmos idéias, as mesmas características sociais, os mesmos anseios.

O próximo passo após o advento das nações foi o surgimento do Estado, que é a nação politicamente organizada, com suas leis, com sua constituição de poderes e estabelecido dentro de uma base territorial denominada País.

Os países estavam normalmente isolados uns dos outros no aspecto econômico, cultural, de mercado, etc.

Já em eras antigas alguns países passaram a estabelecer alianças diversas com o fim de alcançar seus objetivos, atender suas necessidades internas. O aumento exuberante da população mundial levou a uma demanda cada vez mais crescente por alimentos, vestuário, etc., que conduziu os países a guerras e ao incremento da cultura escravagista ou trabalhos em condições subumanas nas fábricas recém surgidas na Europa.

O surgimento da máquina de tear no século XVI, Revolução Industrial, levou ao surgimento de multidões de desempregados e famintos na Inglaterra, o que levou ao aparecimento da necessidade daqueles trabalhadores se unirem para poderem sobreviver. Reuniram-se em cooperativas, as quais negociavam condições de trabalho, empregabilidade, salários, etc.

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Nos dias modernos, mundo globalizado, a tendência é os povos se ligarem através de associações, como a ONU, MERCOSUL, CE, OEA, etc.

No plano menor os cidadãos se unem através de associações, sindicatos, cooperativas, câmaras, etc.

2- COOPERAÇÃO, COLABORAÇÃO, E PARTICIPAÇÃO.

Desde os primórdios, como modo de buscar a própria sobrevivência, a espécie humana percebeu que a aglutinação de indivíduos ocorria em função da necessidade de unirem esforços com o fim de verem suas carências supridas. Os alicerces das relações interpessoais estavam ali lançados.

Construímos nossos relacionamentos dentro de padrões cooperativos e competitivos através dos quais obtemos bens materiais, conforto, afeto, prestígio, poder. Esses padrões - que têm raízes tão antigas como a própria Humanidade - se aplicam também à difusão de ideais políticos e religiosos ou a busca de benefícios coletivos para a comunidade, a categoria profissional ou qualquer outro grupo. Os sentimentos de cooperação e competição se apresentam no estado "puro" ou associados de diversas maneiras.

Podemos formar grupos com uma lógica colaborativa do ponto de vista interno, mas direcionados para competir externamente. Integrantes do mesmo grupo podem até cooperar e competir simultaneamente; é o caso, por exemplo, dos grupos de estudo constituídos por colegas que na hora do vestibular disputam as mesmas vagas.

Os sentimentos e valores postos em jogo são, claro, muito diferentes em um e outro padrão. A cooperação é necessariamente amistosa; já a competição comporta sempre o desejo de ser ou fazer melhor do que outro.

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Em uma relação de cooperação os indivíduos trabalham juntos na busca de um objetivo comum, donde vem que cooperar significa operar juntos, enquanto que na competição o individuo procura alcançar seus objetivos. Muitas vezes no lugar da competição aparece a figura da acomodação, é o “deixe estar para ver com fica”. Todas essas distorções, competição e acomodação, são frutos de conflitos não resolvidos no processo de busca da cooperação.

Nesse cenário, o da cooperação, faz-se mister,que os sujeitos se integrem em um ambiente em que o mesmo se sinta participe em todo o processo decisório. Não basta que coopere, é fundamental que participe.

E o que significa participar? Participar significa tomar parte, mas a participação não pode estar caracterizada apenas pelo envolvimento do sujeito no processo. É necessário que haja um comprometimento com os resultados e assunção das conseqüências ou dos benefícios advindos da participação. Pode-se participar de uma empresa como colaborador, de uma comunidade religiosa de várias formas, de uma agremiação política como militante.

Mas o elemento negro também participava do processo econômico do país emprestando sua mão de obra recebendo em contrapartida a perda de sua liberdade.

Portanto, é fundamental que se entenda a participação como a possibilidade do individuo tomar parte do poder e que seja co responsável nas tomadas de decisões.

Quando levamos todos os integrantes de uma empreitada a serem participes nas tomadas de decisões os mesmos tornam-se também responsáveis pelas conseqüências, quer sejam as mesmas positivas ou nefastas para o grupo.

E, por último, após a tomada de decisões há que se partir para a ação, uma vez que a atividade é o fim que se busca.

Atividade é trabalho, é agir. E trabalho é o esforço produtivo orientado pela razão.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------BIBLIOGRAFIA:-PRATICANDO O ASSOCIATIVISMO: SEBRAE 2001-PROGRAMA ELEITOR DO FUTURO / REALIZAÇÃO: Tribunal Regional Eleitoral - Escola Judiciária Eleitoral (CE), UNICEF e Faculdade 7 de Setembro - FA7-Interação e Cooperação em listas de discussão: http://www.nied.unicamp.br/oea,-AGROECOSSISTEMAS: UM ESTUDO EM NOSSA SENHORA DA GLÓRIA (SE) JOSÉ FRANCO DE AZEVEDO: USF-2006-O COOPERATIVISMO E AS SOCIEDADES COOPERATIVAS Amanda Carolina Sandoval Fagundes