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Declaração do Comitê Pela Refundação da IV de Junho

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Aos estudantes combativos e a juventude operária

Desde a Praça do Sol se pôs em pé a “República dos Indignados” contra os parasitos imperialistas, saqueadores das nações oprimidas do mundo, ao grito de: “Nosso sonhos não cabem em vossas urnas!” “Nos tem tirado muito, agora queremos tudo!” “O capitalismo não se reforma, se destrói!” Estamos presenciando uma fenomenal resposta dos explorados, principalmente da juventude, no Estado Espanhol que se irmana com o combate revolucionário das massas exploradas do Norte da África e Oriente Médio. As revoluções proletárias que se estendem no quintal da Europa imperialista penetraram nas barricadas e assembléias nas praças centrais de centenas de cidades de toda Espanha e já se começa a escutar “Há que combater como na Islândia, Grécia, Tunísia e Egito”. Eles marcam o caminho! No Brasil as últimas eleições burguesas deram a vitória ao PT e centralizaram as forças para atacar nossas conquistas e aprofundar as penúrias dos explorados do país. O governo Dilma (abençoado pelo demagógico Lula) vem a efetivar os ataques que tanto precisam a patronal escravista e os monopólios que saqueiam a nação. Assim avançaram nos aumentos do transporte, a carestia da vida é insuportável, a inflação real de quase um 8% não se agüenta, as demissões como nas obras do PAC e da Honda em Sumaré (SP) são a expressão mais clara de que este governo representa os interesses dos monopólios e a patronal escravista e não os interesses dos trabalhadores, como quiseram nos fazer acreditar em quase 9 anos de governo PETISTA. Enquanto o governo Dilma se prepara para privatizar os aeroportos, o correio, avançar na privatização da educação e da saúde, a burocracia pelega da CUT, Força Sindical, etc. são a garantia para que se imponha o ataque, atando as mãos da classe operária para que não o enfrente com greves, paralisações, ocupações de fábrica, etc. É justamente por isso que a burocracia pelega nada disse sobre os 4 dirigentes camponeses assassinados (José Cláudio Ribeiro, Maria do Espírito Santo e outros dois) pelas guardas fascistas dos fazendeiros no Pará, que enfrentavam o Código Florestal que tentam aprovar nessa gruta de bandidos do parlamento burguês, com a qual a burguesia

sipaia do Brasil entregará todos os recursos naturais da Amazonas para o saque imperialista do agronegócio e dará anistia aos responsáveis de desmatamento cometidas até o 2008, dos quais vários são parlamentares que teriam que pagar multas de até R$56 milhões. Esta mesma burocracia garantiu que não se realizasse a paralisação total do transporte em São Paulo (Metrô, Trem, Ônibus, etc.) contra a carestia e a inflação que estava proposta para o dia 1 de junho e dividiu a luta dos servidores estaduais do transporte público. Abaixo a burocracia pelega! Fora as mãos da patronal e o estado burguês das organizações operárias! Os trabalhadores nos organizamos como queremos!

Os combates revolucionários da classe operária e dos explorados do Norte da África e Oriente Médio penetraram no Estado Espanhol.

A JUVENTUDE EXPLORADA DA ESPANHA E UM ENCAMINHAMENTO PARA TODA A JUVENTUDE TRABALHADORA E ESTUDANTES COMBATIVOS DA AMÉRICA LATINA

Trabalhadores do Metrô votando greve na ultima semana de maio

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A classe operária e a juventude devem tomar em suas mãos o futuro e começar a pesar na cena política nacional.

É que “Nossos sonhos não cabem em vossas urnas” e por isso antes que Lula entregasse a presidência a Dilma vimos como foram militarizadas as favelas do Rio de Janeiro e, com a desculpa de combater ao narcotráfico, hoje os setores mais explorados do proletariado carioca vivem num verdadeiro estado de sítio com seus bairros militarizados, questão que está garantindo uma enorme valorização imobiliária com os monopólios e a patronal da construção babando pelos enormes lucros que conseguiram com a Copa do Mundo e a Olimpíadas. Vimos como os trabalhadores do PAC foram demitidos como cachorros depois de lutar contra as condições de super exploração nas que produziam e os perigos constantes de trabalho: Na Usina de Jirau já foram registradas quatro mortes em um ano, a última foi do operário Antonio de Menses Rocha que foi golpeado por uma ferramenta de 200 kg. A democracia burguesa não representa nossos interesses, nossos sonhos não cabem em suas urnas! Imponhamos a democracia operária dos setores em luta e centralizemos nossas demandas. Chegou a hora de conquistar nossos sonhos, por salário, educação e saúde, conquistar todas nossas demandas e parar o saque imperialista: Congresso nacional de trabalhadores empregados e desempregados, camponeses pobres e estudantes combativos, de delegados de base com mandato JÁ! Abaixo a burocracia pelega! Que as centrais sindicais que se reivindicam combativas e anti-governistas, como a Conlutas e a Intersindical, as seções de base da CUT e as centrais camponesas, ponham todas suas forças para conquistar um congresso com democracia operária, sem patrões, nem burocratas! Porque nosso grito contra a entrega da nação ao imperialismo, contra a carestia e a inflação deve ser o dos explorados da Espanha “Nos tem tirado muito, agora queremos tudo”: Já vimos o governo Dilma avançar no aumento do

transporte público, já estamos sofrendo a carestia de vida e a inflação enquanto o governo quase por decreto “aumentou” o salário mínimo R$35 (de R$510 a R$545). Mas, como se isto fora pouco o governo Dilma se demonstrou tão ou mais sipaio que o governo

Lula (do qual é sua continuidade e não sua negação como nos querem fazer crer), recebeu o seu amo Obama com honras, garantiu-lhe sua segurança e grandes negócios com a produção de commodities no país, com mão de obra baratíssima e altos preços no mercado mundial. Enquanto a classe operária viveu sobre um regime de terror durante a visita do açougueiro Obama, os protestos foram brutalmente reprimidos e 13 companheiros foram encarcerados em cárceres de máxima segurança e hoje estão sob processo judicial sem poder sair da cidade. Assim, Dilma garante as melhores condições ao imperialismo ianque, enquanto nos arrebata o salário, avançam em ataques contra a educação e a saúde, avança com demissões, carestia e inflação para a classe operária. É por isso que nada bom pode vir deste governo que dirige todos os ataques para o bolso dos trabalhadores e suas famílias enquanto lhe garantem enormes lucros aos monopólios e a patronal escravista. Aqueles que consideram que a crise não golpeou o Brasil demonstrem o contrário! Esta é a crise capitalista golpeando sobre os explorados brasileiros! E por isso nosso grito também deve ser “Nos tem tirado muito, agora queremos tudo, porque só lutando por tudo conseguiremos torcer-lhe o braço à patronal e parar seu ataque”. O que está à ordem do dia é um Congresso Nacional de Trabalhadores empregados e desempregados, camponeses pobres e estudantes combativos. A Conlutas e a Intersindical têm uma enorme responsabilidade e é a de convocar e organizar já este congresso, as organizações operárias e de esquerda em todo o Brasil devem lutar por esta perspectiva, para que os explorados possamos golpear como um só punho. Assim poderemos parar com a

Dilma junto ao açougueiro Obama

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redução do nosso salário, e o ataque a nossa saúde e nossa educação. Assim, num congresso nacional sem patrões nem burocratas

poderemos conquistar as condições para lutar por TUDO.

A classe operária do Norte da África e Oriente Médio, e a juventude explorada da Espanha

marcam o caminho para lutar. Façamos nossa a moção dos explorados da Espanha: O capitalismo não se reforma, se destrói!

O governo Dilma mostra seu verdadeiro rosto anti-operário e avança com ataque certeiros contra os explorados e a juventude. A grande maioria da juventude operária está produzindo com salários de miséria (como é o salário mínimo), com os planos de privatização o governo pretende deixar sem educação e sem saúde aos filhos dos explorados, toda tentativa de manifestação pacífica é reprimida duramente pelos cães de ataque da PM e suas tropas de choque. Toda tentativa de luta dos camponeses pobres contra o saque dos recursos naturais é respondido com repressão e morte. Como também, no inicio do ano o governo de São Paulo com a benção do governo Dilma reprimiu as manifestações contra o aumento do transporte público; também vimos como toda tentativa de manifestação por demandas democráticas como a liberação da maconha e a mobilização pela liberdade de expressão foram brutalmente reprimidas e cercadas pelas guardas policiais; é que o governo quer posar de “popular” aprovando o casal homossexual enquanto mantém uma brutal repressão sobre a juventude e os explorados. Também estamos

vendo como a reitoria burguesa da USP, encabeçada pelo repressor Rodas, quer colocar patrulhas policiais nos estabelecimentos universitários passando por cima da autonomia universitária; e o Conselho Diretor da Fundação Santo André quer avançar no cercamento da universidade como primeiro passo para o aumento geral das mensalidades e a elitização da universidade, para que o filho do operário não tenha acesso à educação. Estes são só alguns exemplos. Basta! Chegou à hora de que a classe operária volte a pesar no cenário político, nossas organizações de luta devem chamar a centralizar o combate contra o ataque da patronal escravista e o governo Dilma, devem chamar para que a classe operária e a juventude combativa se ponha de pé. A Conlutas e a Intersindical têm em suas mãos a obrigação de chamar a centralizar as filas operárias, a ANEL - se verdadeiramente quer representar os interesses dos estudantes combativos - deve pôr todas suas forças para conquistar uma declaração única de demandas de todas as universidades do país e levantá-las em conjunto

com as demandas da juventude operária, lutando pela educação pública e gratuita, pela educação primeiro para o filho do operário. Porque ficou demonstrado que o capitalismo parasitário em crise - como grita a juventude espanhola - não se reforma, se destrói.

Uma só classe operária mundial, uma só luta internacional Devemos utilizar a nosso favor o combate dos explorados do Norte da África e Oriente Médio, e principalmente o combate dos explorados da Espanha. Eles enfrentam os planos de miséria dos monopólios como a Repsol, o banco

Santander, a Telefónica, etc. ou seja, os mesmos monopólios que saqueiam os recursos naturais e roubam o Brasil e toda América Latina, levando enormes fortunas e deixando a miséria para nós. Nossos irmãos da Bolívia

A juventude combativa da Espanha pôs em pé a “Republica dos Indignados”

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voltaram ao combate contra o saque dos hidrocarbonetos e os minerais enfrentando ao governo Morales e aos monopólios, combatendo a burocracia traidora da COB; voltaram ao combate os explorados do Chile contra o saque da nação e com sua juventude lutando por educação pública e gratuita; a classe operária e os camponeses do Peru não se rendem e voltam ao combate. Chegou à hora de que a classe operária brasileira volte a pesar no cenário nacional. Basta de lutar divididos! O combate revolucionário dos explorados da Líbia, Egito, Tunísia, Palestina, etc. é nosso combate; as demandas da juventude explorada da Espanha contra o saque imperialista e contra a exploração e a miséria, são nossas demandas; os operários e a juventude combativa de todo o Brasil deve levantar-se junto a classe operária da Bolívia, Peru, Chile que combate contra o saque e contra a exploração. Uma só classe operária mundial, uma só luta internacional contra o saque imperialista, contra a exploração capitalista, contra a privatização da saúde e a educação! A greve dos trabalhadores do transporte público de São Paulo e do ABCD foi boicotada pela direção pelega dos sindicatos que dividiram a luta e negociaram aumentos miseráveis com a patronal e o estado… BASTA DE LUTAR DIVIDIDOS, BASTA DE SUBMETER NOSSAS DEMANDAS AOS INTERESES DOS PATRÕES, ABAJO A BUROCRACIA PELEGA! Para lutar por salário, educação e saúde, para unificar o combate contra o saque imperialista, contra a repressão e os assassinatos dos camponeses pobres: Congresso nacional de

trabalhadores empregados e desempregados, camponeses pobres e estudantes combativos. Que a Conlutas e a Intersindical, as seções de base da CUT e as centrais camponesas, o convoquem JÁ para lutar por: Salário mínimo, vital e móvel de R$3000! Redução da jornada trabalhista, sem redução salarial! Um turno a mais em todas as fábricas! Expropriação sem pagamento e sob controle operário de toda fábrica que feche, suspenda ou demita trabalhadores! Expropriação sem pagamento e sob controle operário de todas as multinacionais! Pela expropriação sem pagamento e sob controle operário de todos os latifúndios! Basta de saque imperialista! Renacionalização já sob controle operário da Petrobrás, Vale, Embraer e demais privatizadas! Expropriação sem pagamento e sob controle operário das clínicas privadas! Expropriação sem pagamento das escolas e universidades privadas e da igreja! Para ter saúde e educação digna Não ao pagamento da dívida externa, fora o FMI! Fora o exército e as tropas de ocupação das favelas e morros do Rio de Janeiro! Pela derrota militar das tropas gurkas do Haiti que massacram à classe operária e os explorados! Desprocessamento aos militantes do PSTU e PSOL que foram presos durante a visita do açougueiro Obama! Basta de perseguição aos lutadores operários e populares! Abaixo a burocracia pelega! Fora as mãos da patronal e o Estado burguês das organizações operárias! Os trabalhadores nos organizamos como queremos!

A classe operária brasileira deve voltar a pesar no cenário político, devemos retomar o caminho dos comitês de fábrica que no final da década de 70 e princípios dos 80 fizeram tremer à burguesia e ao imperialismo. A patronal está jogando com nossa paciência, o governo com demagogia quer que nos deixemos explorar docilmente, a burocracia pelega nos quer atar as mãos para que não lutemos, a polícia assassina e as guardas fascistas dos fazendeiros nos reprimem e assassinam na cidade e no campo. Para lutar por uma perspectiva proletária, tomemos o futuro em nossas mãos. Façamos nossas as consignas da República dos Indignados da Espanha. Combatamos como no Egito, Tunísia, Líbia, etc. Por que: Nosso sonhos também não cabem em vossas urnas! Também nos tem tirado muito, agora nós também queremos tudo! Ficou demonstrado que o capitalismo não se reforma, se destrói!

Comitê pela Refundacão da IV Internacional de São Paulo, Brasil Integrante da Fração Leninista Trotskista Internacional

O Organizador Operário Internacional Porta-voz da Fração Leninista Trotskista Internacional - Nova Época- Edição Especial junho 2011