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VOCÊ FUNKY SHOP &SEX Em oposição aos dois pilares do velho mundo, em que o único caminho a seguir para prosperar e para atingir uma melhoria espiritual eram Poupança e Celibato respectivamente, hoje as únicas coisas que nos motivam, que nos fazem sentir realmente vivos são Comprar e Copular (shop & sex). Serão o prazer, o ócio e o dinheiro os únicos motivos que levam as pessoas de hoje a trabalharem? Por auto-motivação ou até mesmo por dever moral já não é com certeza. Actualmente, as pessoas trabalham para enriquecerem, para se divertirem, para viajarem, para se realizarem e para serem vistas, reconhecidas. Passamos do Devo ao Quero. Aqueles que ainda trabalham porque tem que ser vão ser irremediavelmente infelizes. Do ponto de vista do indivíduo, os empregos são descartáveis. As pessoas de talento escolhem para quem e onde trabalhar. Ora isso reflecte-se no papel das empresas, que antigamente contratavam, ofereciam trabalhos e agora organizam e passam a oferecer oportunidades, espaços criativos. Tudo é temporário, as forças motrizes são o risco, o dinamismo e a constante criação de valor. Têm que atrair talento, em vez de empregados permanentes a lamber- lhes as botas. Os talentos devem ser tratados como estrelas de Hollywood ou do desporto. Se as desiludimos, ficamos por nossa conta e risco. Estrelas atraem mais estrelas, perdedores atraem perdedores. Liderança significativa Pelo facto de pessoas inteligentes não se deixarem “domesticar”, isto não significa que a liderança seja supérflua. Pelo contrário, nunca antes a liderança foi tão exigente.

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Trabalho no âmbito da disciplina Gestão Emocional e Dinâmicas de Grupo. Docente: Prof. Dr. Jorge Sequeira Baseado no Livro: Capitalismo para Sempre de Kjell A. Nordström e Jonas Ridderstrale

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VOCÊ FUNKY

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Em oposição aos dois pilares do velho mundo, em que o único caminho a seguir para prosperar e para atingir uma melhoria espiritual eram Poupança e Celibato respectivamente, hoje as únicas coisas que nos motivam, que nos fazem sentir realmente vivos são Comprar e Copular (shop & sex).Serão o prazer, o ócio e o dinheiro os únicos motivos que levam as pessoas de hoje a trabalharem? Por auto-motivação ou até mesmo por dever moral já não é com certeza. Actualmente, as pessoas trabalham para enriquecerem, para se divertirem, para viajarem, para se realizarem e para serem vistas, reconhecidas. Passamos do Devo ao Quero. Aqueles que ainda trabalham porque tem que ser vão ser irremediavelmente infelizes.Do ponto de vista do indivíduo, os empregos são descartáveis. As pessoas de talento escolhem para quem e onde trabalhar. Ora isso reflecte-se no papel das empresas, que antigamente contratavam, ofereciam trabalhos e agora organizam e passam a oferecer oportunidades, espaços criativos. Tudo é temporário, as forças motrizes são o risco, o dinamismo e a constante criação de valor. Têm que atrair talento, em vez de empregados permanentes a lamber-lhes as botas. Os talentos devem ser tratados como estrelas de Hollywood ou do desporto. Se as desiludimos, ficamos por nossa conta e risco. Estrelas atraem mais estrelas, perdedores atraem perdedores.

Liderança significativa

Pelo facto de pessoas inteligentes não se deixarem “domesticar”, isto não significa que a liderança seja supérflua. Pelo contrário, nunca antes a liderança foi tão exigente.Enquanto que na gestão tradicional o líder existe para pôr ordem no caos, o líder Funky tem como principal objectivo promover o caos e combina-lo com a ordem.A inovação, a criatividade e a mudança são na sua essência caóticas, mas também são indispensáveis para atingir o sucesso. Ora, perante este cenário a ordem impõe-se, exigindo uma liderança profiláctica. Os liderados também esperam mais e melhor do seu líder, são condições cine qua non de um líder Funky saber dirigir, tolerar, atrair, atender e distinguir-se.

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Direcção: conduz-me

Dirigir é focalizar, orientar, clarificar, inspirar, é sobre informar, promover a mudança, é comunicar a visão da empresa como quem conta um conto, assegurando assim a atenção das pessoas e garantindo que a mensagem é retida. Oferecendo aos colaboradores o desejo continuo de se comprometerem, dando-lhes significado à sua existência.Assim, o papel de um líder funky é o de um contador de histórias, é o uso de metáforas e analogias que vai emocionar aqueles que o ouvem. Resultado, a sua visão passa a ser o sonho de todos os seus colaboradores, pelo menos daqueles que lhe interessam. Mas não se esqueça o compromisso é bilateral, a expressão popular “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço” não tem lugar num mundo funky. Deve contar e praticar com o exemplo ou instala-se a dúvida na empresa que lidera.

Experimentação: perdoa-me

As empresas tradicionais especializaram-se na exploração e controle de recursos naturais, tecnológicos e humanos. Por conseguinte, a criação é desvalorizada, talvez até temida por alguns, associam-na à anarquia e ao risco desnecessário.Para sobrevivermos numa sociedade de excesso temos que criar o que não existe, isto é, temos que inovar. Inovar é experimentar e isso é arriscado, podemos ter êxito ou fracassar. Mas o fracasso deve ser visto como uma etapa tão ou até mais positiva do que o êxito, se o aceitarmos como tal, tornar-nos-ermos mais fortes e mais sábios.Sem fracassos não há progresso. Tudo o que vemos à nossa volta devemo-lo em grande parte aos que arriscaram e falharam, não devemos executar os que falham na tentativa de trazer algo de novo, pelo contrário, devemos respeita-los. Por exemplo, Jesus Cristo criou algo de novo, mas ao abalar com as estruturas ideológicas daqueles que detinham o poder, foi crucificado. Nelson Mandela, correu riscos e quase morreu na prisão. Alfred Nobel morreu na solidão. Van Gogh, foi ridicularizado e acabou por se suicidar. Por cada Bill Gates ou outro qualquer criador que arrisca e ganha, há milhares de pessoas que tentaram e falharam. Devíamos reconhecer-lhes o mérito, por cada criação falhada algo de muito positivo se aproveita para a criação seguinte e quem sabe de grande sucesso. Exemplos de desastres empresariais: como quando a Coca-Cola decidiu substituir a sua fórmula tradicional pela New-Coke. Os estudos de mercado demonstraram preferência pela nova formula. Mas não equacionaram o facto de que a versão original se vendia aos milhões por dia. Também omitia que quem compra uma Coca-Cola compra algo mais do que água açucarada. Por um lado, a marca foi atacada com criticas, por outro a Pepsi, a sua maior rival, esfregava as mãos de satisfação. Dando conta de que a New-Coke estava a ser um desastre, rapidamente anunciaram que “ the real thing” voltava ao mercado. Nunca mais alteraram a original. A mensagem mais importante que devemos tirar deste exemplo é que apesar de desastrosa a inovação, na empresa ninguém foi punido.

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Jack Welch, da GE, diz: “Dou prémios às pessoas quando erram porque se atreveram a introduzir mudanças.”Devemos confiar e dar liberdade aos criativos, as pessoas, revelar-se-ão mais produtivas.

Educação: desenvolve-me

É necessário mudar a definição de educação e de formação. Outrora estudávamos até aos 25 anos e depois vivíamos à sombra do canudo. Agora a educação deve ser contínua. As empresas têm que se transformar em terreno académico, actualizando a formação dos seus colaboradores tornam-se mais competitivas.A universidade mais famosa formada por uma empresa é a da Motorola, dá formação a 550.000 pessoas por ano, custa-lhes 170 milhões de dólares, cada empregado da empresa recebe 40 horas de formação por ano e são 139.000 empregados. A Motorola garante que cada dólar que investe em formação, recebe 33 vezes mais em retroactivos.A permanente mudança no mundo e as novas tecnologias obrigam a alterações nas estruturas educacionais. Ensino à distância, formação contínua fora e dentro das empresas, etc. Trabalhar e aprender passam a ser uma e a mesma coisa.

Personalização: vê-me

Os colaboradores e clientes das empresas Funky devem ser tratados como investidores, como estrelas eles são o reflexo da sua empresa. Se a CNN fali-se isso não significaria o desaparecimento de Larry King. Se a Alessi fali-se, o Phillipe Stark, um dos designers mais reconhecidos do mundo, não deixaria de criar peças de design inovador e com muito amor, como o próprio reconhece. Se não porque investiriam tanto tempo/dinheiro na resposta a reclamações e sugestões de clientes e empregados…a concorrência está mesmo ali ao lado. Exemplos: comi um muffin no Macdonnalds, que me provocou uma intoxicação alimentar. Apresentei uma reclamação por escrito, passados 3 dias recebi uma carta com um convite para visitar as instalações da empresa e um bloco de vales com produtos da marca com a validade de um ano. A distracção não tem lugar numa empresa Funky.

As pessoas são todas diferentes

A palavra Individual tem origem no latim e significa indivisível. A única característica idêntica no ser humano, é que cada um é único. Por conseguinte, a liderança tem que ser personalizada, os colaboradores devem ser atendidos, formados, avaliados, premiados e motivados de formas diferentes. Bill Gates, o criador da Microsoft não tem horários fixos em alguns departamentos, porque cada um de nós tem um relógio biológico distinto, logo somos mais criativos e ou produtivos em horas diferentes do dia.

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As Pessoas diferem e as suas motivações também

Os indivíduos são motivados por coisas diversas, de formas diferentes e em momentos distintos. As empresas devem procurar reunir as equipas com valores minimamente concordantes, para evitarem o caos permanente e total.Muitas empresas ainda acreditam que a única forma de motivarem os seus colaboradores é com uma subida na hierarquia da empresa e claro mais dinheiro. Actualmente, as pessoas colocam a realização pessoal à frente do resto. Assim, são os valores que determinam a lealdade, e estes são mais complexos do que o dinheiro.Quando uma empresa tem os seus valores bem definidos, torna-se atractiva para aqueles que se identificam com os mesmos, quer sejam colaboradores ou clientes. Não faz muito sentido, uma empresa de enchidos, mortadelas, fiambres contratar colaboradores vegetarianos!

Se as pessoas diferem e as suas motivações também, as recompensas também devem ser distintas.

Qualquer pessoa que é muito boa naquilo que faz, deve poder exigir um contrato de emprego personalizado. Ao negociarmos com talentos e valores, o resultado são contratos mais complexos e variados. As pessoas não estão na empresa pela mesma razão, logo os contratos devem reflectir o mais possível as necessidades de cada um, como um ser único que é. Enquanto funcionária das finanças, as conversas da treta à minha volta irritavam-me, passei a trabalhar com auscultadores, o que originou algumas discussões com a minha chefe. Quando fui chamada pelo chefe máximo do departamento, provei-lhe que desde que trabalhava de headphones a minha produtividade tinha aumentado significativamente. O chefe acedeu ao meu pedido, a chefe “engoliu um sapo”.

As pessoas diferem entre si e a única forma de averiguar até que ponto é escutando-as

Ao cliente as pessoas dão cada vez mais liberdade para expressarem as suas exigências, preocupações, reclamações e sugestões. Devem dar a mesma liberdade aos colaboradores, questionar o sistema não faz empregado menos leal. Para gerir tanta variedade os líderes devem olhar o mundo e tentar absorver o mais possível, devem experimentar situações e sensações diferentes, devem sair da sua zona de conforto. Torna-los-á mais capazes de compreender quem e o que os rodeia.

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Distinguir-se

Por um lado a liberdade dá-nos a oportunidade de nos descobrirmos, de sabermos o que somos, o que queremos fazer com as nossas vidas, com quem queremos conviver, enfim de nos realizarmos tanto a nível pessoal com profissional. Mas esta realidade, em que assumimos o controlo das nossas vidas, implica maior responsabilidade. Devemos fazer o que somos e ser o que fazemos “sê tu mesmo”.Por outro lado a competitividade obriga-nos a desenvolver uma estratégia individual, de forma a nos distinguirmos. O legendário investidor Warren Buffet, diz: «preocupo-me sempre com as pessoas que dizem:” vou fazer isto durante dez anos, embora não aprecie muito fazê-lo. E depois farei…” É um pouco como guardar as relações sexuais para a velhice.»São três as características de Funkster de sucesso.

Seja único

Numa sociedade totalmente transparente, já não adianta fingirmos que gostamos de alguma tarefa ou que somos outra pessoa, facilmente somos desmascarados. Assuma a diferença e arrisque no seu talento, ele vale mais do que capital sem ideias originais.Existem, basicamente, duas maneiras de investir no seu talento. Em primeiro plano, especialize-se, concentre-se e depois faça-se global. Em segundo plano, hifenize-se combinando elementos opostos. Por exemplo: Inteligência-emocional; ginástica-passiva, etc.

Seja uma Empresa

Auto-empregue-se, seja por conta própria ou por conta de outrem, não deixe que o seu talento seja desperdiçado, os seus conhecimentos subaproveitados e garanta uma premiação à sua medida. Promova-se, recrie-se, actualize-se, publicite-se e venda-se. Não invista só na formação e no talento, porque o mercado está saturado do mesmo. Torne-se desejável, apetecível.

Ligue-se

Podemos ser os mais inteligentes e criativos do mundo, mas se ninguém o souber de pouco ou nada nos vale. A Internet permite-nos alcançar milhares de milhões de pessoas. Reforce-se, encontre sócios, colaboradores que façam o que não faz tão bem, ajuda-lo-ão a potenciar-se, a globalizar-se e a atingir o sucesso. Inicie um grupo e transforme-o numa tribo.

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Gestão de sonhos

Se aquilo que fazemos representa o que somos, se procuramos atrair e atender quem nos rodeia, se queremos ser reconhecidos globalmente, então todos somos líderes Funky.O líder já não é aquele que detém só o poder tecnológico, ou o financeiro, ou o legal, o líder gere inteligência, talento e intangíveis, como a atracção e atenção (a empatia).As pessoas perceberam que não estamos todos destinados ao mesmo fim, ao mesmo sonho, uma casa com jardim, um bom carro, um emprego estável, etc., etc. Mas se isto não faz sentido, o que fará? Esta foi umas das questões que originaram o boom dos livros de auto-ajuda. As pessoas sentem-se desorientadas, desencantadas, daí a procura do conhecimento pessoal. Também contribuiu para o consumismo excessivo, as pessoas compram para se identificarem com uma tribo. Também o sexo mudou, as pessoas passaram a assumir e a explorar o prazer.Difícil agora é determinar quais os sonhos que emocionam, excitam e inspiram as novas tribos do mundo.

SENTIR-SE FUNKY

Comercio e (mocional). Numa sociedade da abundância a competitividade residia na tecnologia, na inovação, mas as pessoas estão mais exigentes do que nunca. A tecnologia e a inovação são garantidas, agora querem comover-se, querem emocionar-se. Passamos à sociedade das sensações, onde a competitividade se baseia nos sentimentos e nos sonhos.

De que material são feitos os sonhos húmidos?

A maioria das empresas de sucesso começaram por um sonho, o propósito não era ganhar dinheiro, era algo maior. No caso da Disney era tornar as crianças mais felizes. No caso da Ford, era democratizarem o automóvel.Evidentemente, que o sucesso e o dinheiro não só são vitais para a empresa, como são uma óptima consequência. O sonho que todos os gestores, médicos, engenheiros, artistas, arquitectos, etc. partilham é encontrarem o Santo Graal dos Negócios, isto é, um monopólio ainda que temporário. Este é o sonho húmido universal.Uma posição monopolista, dá-nos a maior sensação de realização pessoal e permite-nos cobrar preços muito acima da média.O termo monopólio tem desde há muito tempo uma associação negativa, assim substituímos por nichos de mercado, que na realidade é a mesma coisa. A única forma de evitarmos a concorrência excessiva e a guerra de preços é centrarmo-nos numa tribo específica e oferecendo-lhes algo de verdadeiramente único, é sermos a única opção. Ficamos assim, dependentes das pessoas com ideias originais, invulgares. O problema é que essas pessoas, as únicas dispostas a ignorar regras e normas

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são vistos pelos demais com desconfiança, com receio porque são também elas invulgares, estranhas.Estarão os gestores dispostos a apostar e arriscar nestes colaboradores tão diferentes, “anormais”? É bom que estejam. É que a “ Vulgar S.A.” e a “ Normal S.A.” estão condenadas à falência.

Da localização à organização

No início, o lucro das empresas dependia do acesso às matérias-primas (petróleo, minas, florestas, etc.), isto é da localização. Com a liberalização do mercado de matérias-primas e em simultâneo com a inovação tecnológica, a competitividade passou a basear-se na grande produção, nos capitais nela investidos e na tecnologia.Quando, por imitação ou aquisição de patentes, as inovações se tornaram propriedade de todos, a vantagem competitiva passou a fundamentar-se na organização empresarial.O primeiro modelo surgiu nos Estados Unidos, com a empresa multidivisional, isto é, com a divisão em pequenas empresas especializadas num só produto ou serviço. A nova organização empresarial permitiu às grandes e complexas empresas a conquista do mundo. O modelo foi adoptado pelas empresas europeias e a competitividade internacional igualou-se. Durante a segunda metade do séc. XX foram muitas as inovações organizacionais que surgiram, a lista não tem fim: produção enxuta (JIT), reengenharia de processos empresariais (BPR), gestão por objectivos (MBO), gestão de qualidade total( TQM), kanban, benchmarking, redução de pessoal, alianças estratégicas, etc. a lista não acaba.Ainda hoje, a maioria das empresas investe numa solução organizativa mais ou menos inovadora, que lhe dê alguma vantagem competitiva, mas o risco é sempre demasiado calculado.Ora, na economia de excesso, tudo é rapidamente adaptado ou adoptado, resultando numa uniformidade, poucos são os que se distinguem. Na procura pela vantagem competitiva as organizações recorrem a empresas de consultadoria reestruturam e voltam a reestruturar a organização. O problema é que todas o fazem, e o mesmo do mesmo dá-nos o de sempre.Grandes talentos têm formação estandardizada, a tecnologia da informação (T.I.) é acessível a todos, a consequência é a organização uniformizada. Nunca antes foi tão difícil escolher um automóvel, não lhe parecem todos iguais?É Karaoke em tudo.!!O resultado é inevitável, a localização, a inovação tecnológica, a organização e a TI já não são suficientes, é preciso algo mais.A competitividade deve basear-se na emoção e na imaginação.

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O ultimo Tabu

Um dos directores da Ford disse: “No passado tínhamos tendência para nos virarmos para dentro, em busca da eficiência funcional. Actualmente, a mudança de mentalidade obriga a que nos foquemos mais no exterior, visando a satisfação emocional do consumidor.”É inevitável a metamorfose, os capitalistas transformar-se-ão em humanistas ou deixam de ser competitivos nas «economias da alma».O ambiente empresarial de hoje ainda cria muita resistência às economias da alma, pela dificuldade em associar resultados mais lucrativos às emoções, como o amor, a paixão, o sexo, a loucura, a vingança, etc. Mas a verdade é que a inteligência racional e a inteligência emocional devem coexistir. Se não, porque razão a Pepsi contratou o Michael Jackson? E porque razão a H&M trabalha com a Madonna? E porque razão a Nespresso contrata o George Clooney? E porque razão o BES contrata o Cristiano Ronaldo? E porque razão as revistas para o publico masculino, têm na capa mulheres lindas, sensuais e com muito pouca roupa?

Inovação infinita

Nas economias da alma já não é suficiente para a competitividade empresarial a velocidade da inovação e o seu alcance global. A inovação infinita é uma busca interminável de mais valor para todos, quer no interior, quer para o exterior da empresa.A uniformidade na relação qualidade-preço nos produtos e serviços é garantida, a globalidade é inevitável e os consumidores têm acesso facilitado, através da Internet, a motores de comparação (google; yahoo; etc.). As estratégias finitas mais a Internet, e ficamos à mercê do consumidor. A inovação infinita permite-nos aumentar a nossa vantagem competitiva, porque podemos sempre oferecer mais estilo, mais glamour, maior exclusividade, mais simpatia, etc. Assim, podemos surpreender os nossos colegas e ou clientes infinitamente. A dimensão infinita também oferece a possibilidade de nos centrarmos numa determinada tribo, obviamente, isso implica não chegar a outro consumidor. Funk = diversidade. O que comove um não comove o outro necessariamente. As empresas procuram uma reacção positiva nos seus potenciais clientes. A Benetton, chocou muitos, impressionou outros, mas o publico alvo da marca identificou-se. Porque ser Benetton é estar atento, é destacarmo-nos, é distinguirmo-nos. Acham que foi prejudicial para a Benetton? Pelo contrário. Ser censurado compensa. É melhor ser algo para alguém, do que qualquer coisa para alguns, e esse é o handicap (ponto fraco; desvantagem) da dimensão finita, corre o risco de não ser nada para ninguém.Distinga-se no design ou prepare-se para morrer.Na economia funky, o está bem, o médio ou o quase não servem para nada. As pessoas querem coisas sensacionais, coisas funky.

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Estratégias sensacionais

As estratégias sensacionais apelam aos 5 sentidos do ser humano e ás emoções, ao que o move.A primeira estratégia sensacional baseia-se na Ética, o capitalista consciencioso irá sempre sobrepor-se à empresa (tóxica). Tanto os colaboradores competentes, como os clientes exigentes e como os investidores não querem participar numa empresa que: explore criancinhas, que não se preocupe com o meio ambiente, que exclua raças humanas. A Body Shop criou um monopólio temporário com cosméticos 100% naturais e porque não os testava em animais.Mas não chega ser ético enquanto ou quando nos convém, tem que se ser credível. A ética dá-nos o poder para diferenciarmo-nos, é mais uma vantagem competitiva, mas tem que se manifestar desde o topo da organização, para que se reflicta nos restantes colaboradores, para no fim servir de modelo aos potenciais clientes. Exemplo pela negativa: no dia Mundial sem Carro, vimos os nossos “líderes “ nas estações de metro, a promoverem o uso de transportes públicos, por fim a diminuir os gases tóxicos na atmosfera, etc. Mas deslocaram-se às estações nos seus “nossos” topos de gama!!! O “ Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”, não funciona.A segunda estratégia sensacional baseia-se na Estética. Portanto, se todos têm acesso à tecnologia, à informação e à formação para nos distinguirmos temos que acrescentar algo de emocionante aos produtos e serviços que oferecemos. Por conseguinte, deslumbre, surpreenda e seduza, ofereça produtos com personalidade, isto é, com design. Mas design não é só forma, também é funcionalidade, custos, estilo de vida e esperança de vida. A Maconde tinha uma óptima relação qualidade-preço, muito superior à da Zara, mas a Zara oferecia moda a baixo custo. A Maconde foi à falência, a Zara abriu mais de 1200 lojas em todo o mundo!!!A estética não se limita ao produto final, envolve todos os aspectos da empresa e a relação que temos com os colaboradores e clientes. Desde a arquitectura da empresa, aos armazéns, à embalagem, aos vendedores, etc.As marcas vivem da capacidade de seduzir e o bem sucedidas cobram preços 20 a 200% mais altos que as empresas mais racionais. Numa economia de excesso, as marcas reduzem a incerteza. Permitem-nos comunicar quem somos ou quem gostaríamos de ser.Não admira que a marca Coca-Cola valha aproximadamente 700 milhões de dólares. A Coca-Cola poderia queimar todos os seus bens e no dia seguinte pedir ao banco 200 milhões de dólares.Queime tudo e crie algo de sensacional.

Como construir a empresa emocional

O potencial da competitividade emocional e da imaginação empresarial não resulta da criação de um departamento de emoções e imaginação. Pense nos milhares de departamentos de apoio ao cliente e, ainda assim funciona tão mal. A partir do momento que se cria um departamento, seja de qualidade, ou de

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planificação, etc., os restantes membros da empresa tomam como garantido o bom funcionamento do mesmo e relaxam.As emoções e a imaginação não são um departamento, devem reflectir uma atitude, um interesse comum a todos os que fazem parte da empresa.Existem 4 formas de comunicar com qualquer pessoa: atender à Razão, ao Afecto, à Intuição ou ao Desejo.A razão é uma questão racional, o afecto está relacionado com amor, a intuição corresponde a uma visão de futuro e o desejo tem a ver com sensualidade. R.A.I.D.- um slogan, um anuncio de objectivos, etc. deve ser avaliado segundo uma mistura poderosa destas formas de comunicação.A maioria dos gestores são peritos na razão, mas o que não falta por aí são engenheiros, advogados, MBA´s com elevado coeficiente de inteligência e experiência analítica.Na nova economia, o sucesso exige que se concentre no A.I.D. (afecto, intuição, desejo), que é mesmo que dizer, fixar-se no coração, intestinos e área genital. Pense no caso da Harley Davidson, se dependesse da lógica a Harley já teria falido, a relação qualidade-preço é péssima (a mota não é confortável, não exibe boas prestações, tem uma péssima relação peso-potência e é excessivamente cara). A Harley representa, através de um design muito específico, a independência, a liberdade, a irreverência, a paixão, a excitação, etc.Na era funky, os membros da tribo de uma empresa têm que ser tratados como estrelas, temos que os manter felizes, temos que os emocionar, se não perdemo-los, há muito por onde escolher.O mesmo se aplica aos competentes fulcrais de uma empresa, se estiverem felizes trabalham melhor, mas quantas organizações incluem numa declaração de objectivos palavras como diversão ou felicidade.

O mediano nunca vence

Na era do Afecto, da Intuição e do Desejo, a vantagem competitiva assenta em proporcionar sonhos às pessoas. Oferecer o melhor emprego aos competentes fulcrais e aos clientes o melhor produto ou serviço é crucial. Obviamente, que a definição de uma vida de sonho depende da tribo e do momento, o importante é estarmos atentos e controlarmos qualquer alteração.Uma coisa é certa, o mediano nunca vencerá. Para atingir sucesso temos de abandonar a normalidade, se não somos só mais um e oferecemos mais do mesmo. Para criarmos um monopólio temporário, temos que arriscar, romper e criar novas regras. Assim, a única hipótese de sobrevivermos e prosperarmos num mundo de caos e incerteza, é se sobressairmos na exploração do último TABU.Alcançar o sucesso vai depender da nossa capacidade de atrair e criar dependência, se não corremos o risco de sermos irrelevantes. A atracção e a atenção são tudo. Mais difícil do que aprender a explorar o ultimo tabu da emoção e da imaginação é tentar prosperar sem ele. Por conseguinte, pessoas e empresas deste novo mundo exibam-se, quebrem regras, criem algo de novo e acrescentem-lhe emoção e imaginação. Tornem-se: IRRESISTIVEIS, INDISPENSÁVEIS E INSUBSTITUIVEIS.

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