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LIDERANÇA ORGANIZACIONAL: A influência dos tipos de liderança na gestão das organizações TAKEUCHI, Barbara Rodrigues 1 ; CORRÊA, Bruna de Castro 1 ; SILVA, Damaris Rodrigues 1 ; PRADO, André Alves 2 Resumo Tendo em vista que as mudanças tecnológicas e globais impactam diretamente no mercado de trabalho e no conceito que norteia a temática de liderança organizacional, este artigo contempla estudos voltados à área da gestão administrativa e tem como objetivo apresentar a influência que os tipos de liderança podem exercer sobre a gestão das organizações. A metodologia utilizada desenvolveu-se por meio de pesquisas bibliográficas e conta com a presença de quadros demonstrativos e figuras ilustrativas. Assim, na descrição dos conceitos liderança e gestão, no levantamento de aspectos como as inovações tecnológicas e olhares diferentes na perspectiva do que é realmente exercer uma liderança e na apuração dos resultados em acordo com as pesquisas realizadas, sugeriu-se o caminho da flexibilidade das características e a intenção de propor não apenas um modelo único de gestão. Após análise, notou-se também a importância ter líderes com a capacidade de discernir e utilizar as características dos modelos existentes, adequando-os às situações reais da organização, pois a realidade do contexto de uma empresa, quando tratada adequadamente, pode fornecer a melhor condição para a conquista efetiva de sua equipe, promovendo o sucesso. Palavras-chave: Liderança Organizacional, Gestão, Mercado de trabalho. 1 Aluna da Graduação do Curso de Administração das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila 2 Orientador: Professor Mestre do Curso de Administração das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila.

TCC Artigo Liderança Organizacional

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LIDERANÇA ORGANIZACIONAL: A influência dos tipos de

liderança na gestão das organizações

TAKEUCHI, Barbara Rodrigues1; CORRÊA, Bruna de Castro1; SILVA, Damaris Rodrigues1;

PRADO, André Alves2

Resumo Tendo em vista que as mudanças tecnológicas e globais impactam diretamente no mercado de trabalho e no conceito que norteia a temática de liderança organizacional, este artigo contempla estudos voltados à área da gestão administrativa e tem como objetivo apresentar a influência que os tipos de liderança podem exercer sobre a gestão das organizações. A metodologia utilizada desenvolveu-se por meio de pesquisas bibliográficas e conta com a presença de quadros demonstrativos e figuras ilustrativas. Assim, na descrição dos conceitos liderança e gestão, no levantamento de aspectos como as inovações tecnológicas e olhares diferentes na perspectiva do que é realmente exercer uma liderança e na apuração dos resultados em acordo com as pesquisas realizadas, sugeriu-se o caminho da flexibilidade das características e a intenção de propor não apenas um modelo único de gestão. Após análise, notou-se também a importância ter líderes com a capacidade de discernir e utilizar as características dos modelos existentes, adequando-os às situações reais da organização, pois a realidade do contexto de uma empresa, quando tratada adequadamente, pode fornecer a melhor condição para a conquista efetiva de sua equipe, promovendo o sucesso. Palavras-chave: Liderança Organizacional, Gestão, Mercado de trabalho.

1 Aluna da Graduação do Curso de Administração das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila 2 Orientador: Professor Mestre do Curso de Administração das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila.

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Abstract Being aware that the technological and global changes totally affect the labor market and the issues relationed to the meaning of the organizational leadership, this article aims to raise the studies about the administrative management, presenting the influence over the organizations’ management caused by the kinds of leadership. The used methodology was developed through a bibliographical research, and some demonstrative squares and pictures were added to it. By this way, in the description of the concepts leadership and management, in the raise of some aspects like the technological innovations and different views in the perspective about what is exactly to put leadership in practice, and so in the showing of the results according to the researches done, a flexible journey of the characteristics as well as the intention of suggest not only a model of management are recommended. After the analysis is possible to note how important is to the organization to have leaders who are able to discern and use the current models’ characteristics, and at the same time, to adapt them to the real situations of the organization, since the real context of the company, once is suitably treated, can produce a better condition to the team, so that they can get achievements, resulting in success. Key-words: Organizational leadership, management, labor market.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, pode-se perceber, em especial, nas organizações onde são

considerados os perfis profissionais como: tempo de experiência, cursos de

aperfeiçoamento, línguas estrangeiras e estudos em geral, sempre foram traços

marcantes para a seleção e contratação, uma preocupação maior com o perfil

pessoal do candidato/colaborador em si.

Aspectos psicológicos e pessoais como: determinação, proatividade, simpatia,

sinceridade, medo, insegurança, enfim, todo o contexto do equilíbrio emocional faz

parte e apresenta grande peso tanto na contratação quanto na demissão de um

colaborador, de forma positiva ou negativamente. Isto porque, em suma, a

sociedade caminha para acompanhar as mudanças tecnológicas e das gerações

que, a cada momento tomam para si novas concepções e objetivos.

Algumas das principais mudanças que influenciam os setores do mercado de

trabalho são resultados do avanço da Era da Informação, do processo de

globalização, dos novos paradigmas da estabilidade, do surgimento de novos

valores pessoais e ideais profissionais, novos ambientes estudantis e do mercado

3

dos negócios. Todo esse contexto interage diretamente no setor organizacional, pois

essas mudanças não se concentram apenas na produção, mas também os

processos organizacionais, influenciando toda a estrutura comportamental das

empresas. Para acompanhar essas mudanças que atingem até a parte estrutural

das organizações e também o perfil profissional no mercado de trabalho, muitos

conceitos surgem como auxílio tanto aos gestores quanto aos colaboradores.

No caso específico deste trabalho, o conceito de liderança organizacional

tornou-se objeto principal da pesquisa por ser um conceito tão importante neste

contexto de mudanças organizacionais.

Sabe-se da influência que uma liderança pode exercer sobre uma organização,

tanto positiva – quando bem adaptada e com clareza aplicada, quanto

negativamente quando se tem, por exemplo, uma pessoa não preparada para ser

líder de uma equipe. Diga-se, no caso de um líder, que a pessoa não está

preparada, porque liderança não é somente algo nato, é uma característica, um

perfil, que pode ser aprendido, estimulado, aprimorado e as atitudes de um líder são

tão importantes e influenciadoras que refletem diretamente em uma organização,

pois pode exercer papel motivador na atuação de uma equipe.

Dessa forma, torna-se evidente a grande responsabilidade de um líder em uma

organização, uma vez que para este, as emoções – conforme visto suas

importâncias nos dias atuais – precisam ser transformadas em ferramentas

motivacionais para sua equipe. Sendo assim, não as excluindo, mas tendo em vista

que os sentimentos podem ser inteligentemente somados impulsionando o caminho

para o sucesso, o presente trabalho demonstra alguns dos principais tipos de

liderança como o poder transformador na gestão das organizações.

Assim, ao discorrer sobre a influência dos tipos de liderança em uma

organização, o trabalho propõe, sobretudo, além da informação, a importância desta

temática não somente à linha de estudos, como também ao indivíduo que exerce

e/ou pode buscar por exercer a liderança em seu verdadeiro conceito, o qual revela

que, em suma, bons profissionais possuem a capacidade de se tornarem

verdadeiros líderes ao mesmo tempo em que se encontrem em constante processo

de aprendizagem e apresentem o caminho da flexibilidade das características na

intenção de propor não apenas um modelo único de gestão, mas a capacidade de

discernir e utilizar as características dos modelos existentes, adequando-os às

situações reais da organização

4

Em suma, a realidade do contexto de uma empresa, quando tratada

adequadamente, pode fornecer a melhor condição para a conquista efetiva de uma

organização.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceito de Liderança

De acordo com o dicionário Michaelis (2015), Líder é: 1. Chefe, guia; 2. Tipo

representativo de um grupo. E, liderança, palavra de origem celta, possui seu

significado baseado em “o que vai à frente”, “aquele que lidera”.

Ao considerar “liderança” uma palavra inserida no contexto das organizações,

pode-se dizer que liderar é uma ação que cresceu juntamente à humanidade e em

diversas áreas como na religião e na história e, assim como as mudanças de

gerações e da tecnologia, o verbo também vem acompanhando e se atualizando,

conforme citação de Albuquerque (2003, p. 55):

"Até meados de 1940, permaneceu a teoria de liderança baseada na ideia de que o líder era possuidor de certas características que tornavam mais apto para conduzir os demais para a execução de tarefas, ao passo que os demais cabiam o papel de seguidores".

Atualmente, nota-se o comportamento de um verdadeiro líder quando o mesmo

apresenta capacidades de modificar positivamente o ambiente onde está inserido e,

sobretudo, inspirar e motivar o crescimento de sua equipe, ou seja, muito além das

qualificações e/ou características adquiridas teoricamente, conforme afirmação de

Oliveira (2005, p. 27), "do líder são cobradas determinadas formas e atitudes para

lidar com valores básicos; E, entre os mais importantes, estão o amor, a integridade

e o sentido".

Conforme Bennis (2010) pode-se afirmar que o conceito liderança sempre

esteve presente na sociedade, pois há uma influência natural em alguns indivíduos

que os fazem exercer liderança sobre os demais. Além disso, o autor também afirma

que o processo de liderança é um processo mútuo, ou seja, um líder não é líder se

estiver sozinho. A liderança só ocorre quando há a cooperação de ambas as partes

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e o sucesso dos objetivos cumpridos só ocorre quando essa parceria entre líder e

subordinado é correspondida.

Tendo em vista este conhecimento, torna-se fundamental acreditar que o líder,

mais do que qualquer outra pessoa, precisa e muito da cooperação dos demais. Um

líder não é líder se estiver sozinho e, justamente por este importante motivo, o

verdadeiro líder é aquele que possui, além dos aspectos citados, a ciência de que

precisará de sua equipe para o cumprimento dos objetivos, por exemplo, de sua

empresa.

Vale ressaltar, também, que, durante a história do mundo, muitos líderes

verdadeiros, ou seja, os que exerceram de fato a liderança e entenderam-na como

ação de guiar os demais, até hoje são citados como exemplos para a humanidade,

em especial, para a área da administração, onde se pode compreender que os

conceitos teóricos são importantes, o conhecimento da área é fundamental, porém,

na prática, até mesmo em uma área onde as exatas são tão constantes, necessita-

se saber que é fundamental que se saiba o básico: trabalhar com pessoas, ou seja,

a área de humanas estará sempre presente, independente do mercado de trabalho.

Dentre os verdadeiros líderes mais conhecidos mundialmente estão: Bill Gates,

Walt Disney, Nelson Mandela, Martin Luther King e Steve Jobs, pois apresentaram

características do perfil de um líder e a verdadeira ação de liderar, bem como o

marco da vida de cada um destes líderes e que se tornaram referências para a

sociedade conforme Quadro 1:

Quadro 1: Os cinco maiores líderes da história mundial

Bill Gates

Por volta dos seus 21 anos de idade, sagrou-se um dos mais jovens e bem-sucedidos empreendedores. Ao lado de seu amigo e parceiro empresarial, Paul Allen, fundou a Microsoft — a mais importante e popular empresa produtora de software de todo o planeta. Foi um dos desbravadores no campo da criação de um produto que subverteria o modo de vida no mundo moderno: o computador pessoal, ou PC. Bill Gates construiu um império ao pensar de uma forma inovadora, a ponto de modificar completamente o estilo de vida da humanidade.

Walt Disney

Nasceu em 1901 e morreu 1966, antes mesmo de inaugurar seu famoso parque. Criou uma organização que é referência mundial e tem como foco trabalhar com excelência e ir além,

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conquistando resultados cada vez maiores e melhores, com clientes satisfeitos e fidelizados, que indicam e divulgam a marca como se estivessem ganhando algo por isso. A Disney tem como premissa valorizar seu cliente interno, construindo uma cultura organizacional voltada para o sucesso, com líderes de alta performance que estimulam um ambiente colaborativo, com colaboradores engajados que se apropriam do propósito da empresa.

Nelson Mandela

Principal representante do movimento antiapartheid, Nelson Mandela foi um guerreiro da luta pela liberdade. Para o governo sul-africano, porém, ele era um terrorista. Passou quase três décadas na cadeia e, ainda assim, se tornou um ícone internacional na defesa das causas humanitárias.

Steve Jobs

Falecido em 2011, foi um empresário americano responsável pela fundação da Apple. Com sua criatividade, perfeccionismo e espírito de liderança, Jobs agregou seus valores pessoais a seus produtos, gerando mais que consumidores, e sim fãs da marca. Provou, então, que a cultura organizacional é um grande aliado de competitividade de uma empresa.

Martin Luther King

Martin Luther King Jr. foi um importante pastor evangélico e ativista político norte-americano. Lutou em defesa dos direitos sociais para os negros e mulheres, combatendo o preconceito e o racismo. Defendia a luta pacífica, baseada no amor ao próximo, como forma de construir um mundo melhor, fundamentado na igualdade de direitos sociais e econômicos.

Fonte: IBC – Instituto Brasileiro de Coaching (2014).

Diante do exposto, é perceptível que estes líderes apresentam sua inserção em

um contexto de mercado de trabalho bem diversificado, mas nota-se que, embora os

objetivos fossem diferentes, os resultados comuns entre eles são, de fato, a

mudança e a contribuição positiva que conseguiram para a sociedade.

Assim, segundo Covey (2003),

“Liderança está em comunicar às pessoas seu valor de modo tão claro que elas possam vê-lo como próprio. Essa comunicação não deve ser feita apenas por um indivíduo, mas pela cultura, pela organização em si, sua estrutura, os sistemas, o esquema de remuneração, o processo de seleção, os planos de capacitação e desenvolvimento”.

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Em outras palavras, o espírito de liderança, em seu fundamento e contexto

mais íntimo, contém, em meios aos objetivos profissionais, um objetivo ao bem

comum e, talvez seja esta a maior motivação dos líderes, pois sabem

verdadeiramente que o que importa não é somente o seu ego, suas conquistas e

suas ideais, o que também importa é o bem estar de sua equipe e as conquistas que

se pode obter com a participação de cada um.

2.1.1 Tipos de Liderança

Tendo em vista que o comportamento humano é repleto de surpresas as quais,

muitas vezes, só são reconhecidas por meio das diversas situações vivenciadas,

como por exemplo, frente a um desafio onde alguns irão demonstrar medo e

insegurança e outros, determinação e coragem, torna-se complexo descrever um

perfil único que seja, de fato, pertencente a um líder perfeito. Por este mesmo

motivo, muitos estudos norteiam características possíveis que devem fazer parte de

um líder, eliminando toda a hipótese de um perfil único, como se fosse uma receita a

ser friamente seguida, até porque todo líder também é passivo de aprendizagem.

Como exemplos dos tipos de lideranças têm-se seis estilos: Líder despótico

(autoritário), visionário, agregador, democrático, agressivo e conselheiro (Golleman,

2014). O diferencial neste estudo é que demonstra que cada tipo de líder possui

características ligadas diferenciadamente aos componentes da inteligência

emocional, ou seja, cada um irá agir de modo distinto, embora todos tenham o

mesmo objetivo, que é alcançar os resultados juntamente com suas equipes.

Ainda, com relação aos tipos de liderança, são descritos também seis tipos de

líderes, desta vez, nomeados de: Exigente, Autocrático, Liberal, Visionário,

Democrático, Leader Coach (líder treinador). Cada um possui suas próprias

características, conforme descrição do Quadro 2:

Quadro 2 - Tipos de Liderança

Tipo de Líder

Características

Exigente Sistemático no sentido da organização, das responsabilidades bem

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cumpridas em seus determinados prazos, sem exceção, apresentando até mesmo certa inflexibilidade diante das situações.

Autocrático

O Autocrático apresenta características que podem influenciar negativamente a equipe, uma vez que todas as decisões são tomadas isoladamente por ele mesmo, não aceitando intervenções e atuando com opressão sobre os seus subordinados, ordenando as responsabilidades e com cobranças excessivas.

Liberal

O líder Liberal induz a liberdade de expressão e de ação do colaborador. Este tipo de líder não exerce nenhuma intervenção e os resultados são de inteira e exclusiva responsabilidade do subordinado, podendo ocorrer à ausência de uma orientação e acompanhamento dessas tarefas por conta do líder que permanece tão distante neste conceito.

Visionário

O líder visionário apresenta características como a criatividade e o otimismo. Assim, é capaz de inovar processos mesmo sabendo dos obstáculos, pois não tem medo de se arriscar. Entretanto, geralmente está preparado para uma visão futura, uma vez que estuda as melhores estratégias e é atualizado quanto às questões do mercado de trabalho.

Democrático

O líder democrático segue a democracia e, por isso, possibilita espaço para que todos possam contribuir com dúvidas, críticas ou sugestões. O importante para ele é a tomada de decisões em conjunto, com a participação de todos envolvidos. Isso também favorece a comunicação interna, o que é bom para o desenvolvimento da empresa.

Leader Coach

Este tipo de líder considera todos os aspectos humanos como principais influências no desempenho do trabalho. Esses aspectos como, por exemplo, a boa saúde do colaborador, seu equilíbrio emocional e o bem estar até mesmo psicológico, são importantes para o cumprimento eficaz das responsabilidades profissionais. Por isso, comumente o Leader Coach é tido como um líder que transcende os demais tipos, pois compreende toda a esfera (profissional e pessoal) do colaborador, além de motivá-lo.

Fonte: Marques, 2015

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De acordo com Ladeia (2013), em seu artigo sobre “Os prós e contras de 06

estilos de liderança”, descreve uma coleta de dados obtidos pelo Hay Group3, que

segue os estudos obtidos pela Universidade de Harvard, onde os tipos de lideranças

se distinguem em: Coercitivo, Dirigente, Afetivo, Democrático, Modelador, Treinador,

conforme quadro 3 a seguir:

Quadro 3 - Tipos de Liderança

Tipo de Líder

Características

Coercitivo

É o líder que diz à equipe o que fazer, vigilante e tende a criticar o que está sendo feito errado, sem elogiar o que está sendo feito corretamente.

Dirigente

Líder com foco e visão a longo prazo e que garante que todos estejam motivados. Os líderes dirigentes conquistam as pessoas e criam um clima positivo que motiva que a equipe dê o seu melhor.

Afetivo

Aquele que se esforça para criar harmonia dentro da equipe, dando mais atenção às pessoas que às tarefas. Eles creditam que tratando bem os colaboradores serão recompensados com lealdade e alto desempenho.

Democrático

O líder democrático quer obter o melhor de sua equipe com decisões e responsabilidades partilhadas. Para alcançar o compromisso e o consenso, os líderes democráticos envolvem os membros da equipe nos processos de tomada de decisões.

Modelador

Líder que acredita que sua forma de realizar o trabalho é sempre a melhor. Por isso, dá instruções detalhadas para ajudar os membros da equipe a realizar tarefas e espera resultados de grande excelência.

Treinador

O líder treinador investe tempo para entender os pontos fortes e fracos dos indivíduos e trabalha com eles para alcançar seus objetivos de desenvolvimento pessoal. O estilo se concentra na construção da capacidade em longo prazo, mesmo em detrimento do desempenho de curto prazo.

Fonte: Ladeia (2013).

3 Empresa global de consultoria de gestão de negócios que trabalha com líderes com a finalidade de transformar

estratégia em realidade. < http://www.haygroup.com/br/>

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Assim, na busca por características que façam parte deste perfil, muitos tipos

de lideranças são encontrados, possibilitando ao líder um conhecimento

enriquecedor à sua profissão, aprendendo a conduzir e treinar melhor suas

habilidades, sentimentos e ações diante das mais diversas situações e àqueles que

desejam estar em posição de liderança, a possibilidade de estudar as características

que tornam este perfil um perfil diferenciado.

No intuito em demonstrar de maneira clara, objetiva e organizada os principais

tipos de liderança, apresenta-se neste contexto, no quadro 4, três principais estilos

de liderança diante de quatro principais ações relativas a este cargo (tomada de

decisões, programação dos trabalhos, divisão do trabalho e participação):

Quadro 4 - Tipos de Liderança

Liderança

Autocrática

Liderança Liberal Liderança

Democrática

Tomada de decisões

Apenas o líder decide e fixa as diretrizes,

sem qualquer participação do grupo.

Total liberdade para a tomada de decisões, onde o líder não tem

os melhores resultados devido a deixar sua equipe sem apoio e

estrutura.

As diretrizes são debatidas e decididas

pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder. Este sabe ouvir e aceita críticas

ou sugestões.

Programação dos

trabalhos

O líder determina providências para a

execução de tarefas, uma por vez, na

medida em que são necessárias e de modo

imprevisível para o grupo.

A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas alternativas ao grupo,

esclarecendo que poderia fornecer

informações desde que solicitadas.

O próprio grupo esboça providências e técnicas para atingir o

alvo com o aconselhamento

técnico do líder. As tarefas ganham novos

contornos com os debates.

Divisão do trabalho

O líder que determina qual a tarefa que cada um deverá executar e qual seu companheiro

de trabalho.

Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos colegas ficam por

conta do grupo. Absoluta falta de

participação do líder.

A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada membro tem

liberdade de escolher seus próprios colegas.

Participação do líder

O líder é pessoal e dominador nos elogios

e nas críticas ao trabalho de cada um.

O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o

curso das coisas. Faz apenas comentários quando perguntado.

O líder procura ser um membro normal do grupo. É objetivo e estimula com fatos, elogios ou críticas.

Fonte: CHIAVENATTO (1997, p. 150)

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Há ainda, atualmente muito citado, um tipo de liderança intitulado coaching

que, segundo Chiavenato (2002, p.41) “é um tipo de relacionamento no qual o coach

(líder profissional) se compromete a apoiar e ajudar o aprendiz para que este possa

atingir determinado resultado ou seguir determinado caminho”. Em outras palavras,

o líder coach, ou seja, o líder que pratica o coaching em sua empresa é um líder que

leva em consideração todos os aspectos humanos de sua equipe e tem ciência de

que esses aspectos tais como a motivação, o medo, insegurança, determinação,

podem influenciar diretamente no sucesso do seu negócio. Diante deste contexto,

nota-se que o principal aspecto neste quadro, não é somente demonstrar os tipos de

líderes e suas respectivas ações diante das situações rotineiras de seu trabalho,

mas ir além deste horizonte de conhecimento fornecendo informações muito mais

valiosas, como por exemplo, a importância em assumir a flexibilidade diante de

todas essas características para, de fato, ser um líder que atenda expansivamente e

conquiste o respeito de sua equipe.

Dessa forma, um líder torna possível a conquista dos objetivos sendo exemplo

para os demais, no intuito em demonstrar que um líder é, em suma, ter

características comuns a todos, porém com o diferencial de saber dosá-las em

acordo com a situação/problema.

2.2 Conceito de Gestão

Gestão, em seu conceito base, significa gerenciamento, ou seja, organizar,

planejar, conquistar metas seja de uma empresa grande ou pequeno negócio. Logo,

a pessoa responsável por gerir, em, outro termo, também nomeada de gestor/líder,

exerce a função de capacitar, orientar, mediar, motivar, delegar responsabilidades à

equipe de modo que, por meio desta união e organização, sejam conquistados os

objetivos almejados. Conforme Fayol (apud CARAVANTES, 1998, p.43), algumas

funções são fundamentais à gestão, como: prever, organizar, comandar, coordenar

e controlar.

Entretanto, sabe-se que são características do gestor que precisam ser

utilizadas com cautela. Assim, muito se tem questionado com relação às reais ações

que devem ser exercidas pelo gestor, pois muitas vezes, o subordinado pode

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entender erroneamente as ordens que lhe foram atribuídas, ocasionando

irritabilidade, desmotivação e até mesmo intrigas pessoais. Por isso, justifica-se

gestor aquele que orienta e não o que ordena, uma vez que gerir/administrar não é

simplesmente ditar ordens aos subordinados.

A Gestão, ou seja, o gerenciamento pode ser aplicado a qualquer área, sendo

esta pessoal ou profissional, em qualquer aspecto organizacional, assim, tem-se, por

exemplo, a Gestão de Pessoas, Gestão Organizacional, Gestão de Tempo, Gestão

de Marketing, todas voltadas às estruturas, planejamentos e organizações de

determinado ramo e/ou função.

A Gestão de Pessoas, por exemplo, possui importância significativa em uma

organização, principalmente pelo fato de lidar diretamente com o colaborador que,

afinal, é chave principal para o desenvolvimento de uma organização. A carga

horária de trabalho, o bem estar de cada trabalhador, o ambiente em questão, todos

os aspectos e fatores que possam influenciar direta ou indiretamente o funcionário,

fazem parte da Gestão de Pessoas. Atualmente, vivencia-se a maior parte do tempo

no interior das empresas, portanto, ter uma boa gestão pode tornar o serviço

motivador e impulsionar conquistas internas, consequentemente, a conquista maior

da empresa, que é o seu sucesso diante do mercado de trabalho. (Vergara, 2009).

Diante desse contexto, torna-se clara a necessidade e a importância de uma

gestão de excelência frente a uma organização. Entretanto, atenta-se às verdadeiras

competências requeridas do gestor, uma vez que ele irá guiar e orientar os passos

para os cumprimentos dos objetivos, possuindo em seu poder a motivação e/ou

desmotivação de sua equipe.

Conforme Rhinesmith (1993) são seis competências que devem fazer parte do

perfil de um gestor: conhecimento, conceituação, flexibilidade, sensibilidade,

julgamento e reflexão. Com relação à competência “conhecimento”, o autor descreve

a importância de se ter uma visão ampla e aprofundada da empresa, desde os

aspectos estruturais, até os técnicos e administrativos. Esses dados são

fundamentais para uma gestão adequada. A competência “conceituação” se dá pela

análise do conhecimento, ou seja, o estudo da visão geral da empresa. A

“flexibilidade” se resume à todas as ações necessárias que a empresa e seus

membros precisam compreender e aceitar ou mudar para lidar com determinadas

situações. A “sensibilidade” se refere mais ao contato pessoal das equipes numa

empresa, nela está a chave da convivência social, onde todos precisam estar aptos

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a lidar com as diferenças no trabalho. Essa sensibilidade é necessária para a

harmonia do ambiente profissional, geralmente, composto por pessoas de ideias,

conceitos e perfis diferentes. O “julgamento” está relacionado às tomadas de

decisões na empresa, que não podem ocorrer sem planejamento nem

individualmente. Por fim, a “reflexão” que proporciona a visão necessária de que o

processo de aprendizagem é contínuo, ou seja, todas as competências citadas

devem ser constantes na rotina profissional e devem servir de ferramentas que

acompanham não só o início de um negócio, mas a vida toda da empresa.

Com base nesses aspectos, acredita-se que o perfil de um gestor pode ser

algo construtivo e aprimorado, pois todo indivíduo é dotado da capacidade de

aprendizagem e pode adquirir novos conhecimentos. Esse processo de

aprendizagem para um perfil gerencial, segundo Motta (1991, p.151), envolve quatro

dimensões básicas:

1) Cognitiva: Habilidade de compreender o particular por meio do conhecimento

do geral;

2) Analítica: Habilidade de saber a utilidade e a potencialidade das técnicas

administrativas e adquirir mais realismo, profundidade e criatividade na

solução de problemas;

3) Comportamental: Habilidade de adquirir novas maneiras de interação

humana, dentre padrões alternativos conhecidos e validados socialmente;

4) Ação: Denota a capacidade de interferir intencionalmente no sistema

organizacional.

Esse processo reforça, portanto, a importância do conhecimento de um perfil

gestor, visto que é necessária uma visão mais ampla e estrategista tanto da equipe

quanto da empresa. Muitas vezes, o colaborador possui uma visão “fechada” quanto

às suas responsabilidades, focando apenas em suas funções. No caso do gestor,

essa visão não pode estar centrada apenas nesse aspecto; Um gestor precisa ter

visão ampla, “aberta”, receptível quanto às novas ideias de seu grupo e manter

equilíbrio, persistência e, sobretudo, motivação para que seja refletor de suas

atitudes aos demais, transparecendo o objetivo principal que, ao contrário da visão

“fechada”, é conquistar metas em prol da empresa que atua e não somente para

cumprimento de sua função e/ou conquistas pessoais.

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Ainda, sobre essa questão, as quatro habilidades citadas precisam,

necessariamente, estar interligada ao passo que uma é a complementação da outra,

atuando em conjunto nas capacidades físicas e mentais de uma equipe.

2.2.1 Tipos de Gestão

Em administração, vários são os conceitos em que se pode aplicar o termo

Gestão, como por exemplo, gestão estratégica, gestão de conflitos, gestão de

pessoas, gestão organizacional, entre outros. Assim, resumidamente e abrangendo

os diversos conceitos de gestão que os estudos demonstram, pode-se dizer que, em

virtude dos tipos de gestão, três tornam-se as principais, segundo Cury (2003, p.

131):

1) Gestão Tradicional: Empresa / Organização tradicional, de tecnologia

simples, de produção rotineira, de ambiente estável, mecanicista (como máquinas

programas que realizam apenas o que lhes foi determinado), com ênfase em suas

próprias atividades;

2) Gestão Moderna: Empresa / Organização um pouco mais complexa, tanto no

que diz respeito à tecnologia utilizada quanto no que se refere ao cenário de

produção, não tão programável, de ambiente de certa complexidade, com ênfase no

indivíduo, procurando motivá-lo no trabalho, portanto organizada;

3) Gestão Contemporânea: Empresa / Organização de tecnologia de ponta, às

vezes nova, de ambiente de alta incerteza, turbulento, de alta interdependência

entre suas diversificadas áreas, com ênfase grupal, buscando a mobilização da força

de trabalho, induzindo a uma abordagem adhocrática4 e contingencial (com

flexibilidade em sua gestão), com estruturas predominantemente temporárias.

Conforme os próprios nomes sugerem, as três principais gestões se

enquadram em suas determinadas épocas.

4 Estilo administrativo solto, com pequenas estruturas temporárias, flexíveis, não detalhistas, para propósitos

especiais, poucos níveis administrativos, poucas gerências e pouca normatização, de modo geral. Cury (2000, p.

115).

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A Gestão Tradicional com uma visão fria da produtividade, revelou um

sistema autoritário, intimamente ligado à hierarquia, mecânico e burocrático, sem

espaço à criatividade, às sugestões, apenas cumprir a função designada para

produzir e receber financeiramente.

A Gestão Moderna, por sua vez, quebra os paradigmas reconhecendo as

necessidades do comportamento humano, valorizando a diversidade das culturas,

privilegiando o bom relacionamento entre colaborador e empregador, entretanto,

ainda com pouco espaço às inovações por parte do subordinado, uma vez que o

líder apresentava inflexibilidade em suas ações.

No entanto, surge a Gestão Contemporânea que traz toda a flexibilidade

necessária à adaptação das novas tecnologias e das mudanças organizacionais.

Assim, diante desse contexto, segue um quadro comparativo com as

características mais marcantes da Gestão Tradicional e Gestão Moderna:

Quadro 5 – Características da Gestão Tradicional e da Gestão Moderna

Características

Gestão Tradicional

Gestão Moderna

Estrutura: Burocrática, hierárquica; Vertical, funções e departamentos isolados; Centrada internamente; Rígida e formal com sistemas de controlo fortes. Valores: Conformidade, previsibilidade e estabilidade; Comando e controlo; Produtos produzidos em massa e volume. Postos: Realiza a seleção de novos recrutas em função de desempenhos anteriores, usando referências e entrevistas individuais; Contrata os melhores e dá-lhes formação para que subam a escala empresarial; Assimila novos empregados na cultura com procedimentos cuidados; Clarifica papéis e responsabilidades com descrições de posto explicitas; Usa linhas de montagem e postos especializados; Centra-se no individuo e

Estrutura: Informal, não hierárquica; Horizontal, igualitária; Centrada externamente; Estruturas e sistemas mais flexíveis. Valores: Inovação, criatividade, independência, tomada de riscos; Cooperação, comunicação, relacionamentos e alianças; Qualidade, padronização e velocidade na criação de produtos. Postos: Leva tempo a recrutar o indivíduo certo e passa a pente fino as competências e adaptabilidade à cultura, recruta internamente e externamente; Define postos à medida das necessidades e oportunidades; Desloca os empregados em função do ambiente; Sublinha o trabalho de equipe igualitário e as equipes com funções cruzadas; oferece uma variedade de carreiras possíveis, escalões múltiplos e

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apoia o emprego para a vida; Valoriza a antiguidade e a lealdade. Sistemas de desempenho e recompensa: Avalia o desempenho individual; Especifica o resultado de atividades e avalia os indivíduos consoante esses resultados; Avalia o desempenho por comparação com o desempenho passado ou de outros; Promove segundo padrões e requisitos funcionais bem definidos; Oferece segurança e retribuição constante com picos e benefícios para motivar e fidelizar, mas com poucos incentivos para a mudança. Programas de formação e desenvolvimento: Formação para um posto específico; Programas de desenvolvimento para gestores e executivos de topo.

postos mais complexos, menos estruturados, necessitando de cooperação de funções cruzadas; Tolera erros no processo de aprendizagem. Sistemas de desempenho e recompensa: Avaliação de desempenho participativa com mais de um avaliador; A avaliação baseia-se no valor potencial e futuras contribuições; As medidas de desempenho possuem critérios individuais e de grupo, com parte da compensação ligada aos resultados da equipa; Retribuição mais flexível e maiores incentivos, monetários e simbólicos, encorajando melhor desempenho, Sublinha a eficácia e os resultados. Programas de formação e desenvolvimento: Sublinha a formação em equipa e competências participativas; Desenvolve novas competências e conhecimentos através da formação e programas de desenvolvimento; Desenvolvimento em longo prazo para futuros desafios.

Fonte: Portal Gestão, 2010.

3 METODOLOGIA

Atualmente, muitas são as possibilidades à obtenção do conhecimento acerca

de um tema. Podem-se iniciar pesquisas das mais variadas formas, de acordo com a

necessidade do objetivo do trabalho, como por exemplo, pesquisas exploratórias,

descritivas, explicativas, qualitativas, quantitativas, estudos de casos, amostragens,

entrevistas, aplicação de questionários, bibliográficas, documentais, entre tantas

outras categorias específicas.

No caso deste trabalho, a metodologia utilizada consiste numa abordagem

bibliográfica. Para Lakatos e Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica,

“[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”.

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Assim, os autores estudados estão diretamente ligados à temática do trabalho

e seus estudos fornecem suporte no desenvolvimento, como por exemplo, os

autores Albuquerque (2003), Chiavenato (1997), Golleman (2000), Vergara (2009),

Rossi (2013), entre outros, constando também, publicações de revistas, artigos e

outros materiais.

Ainda, sobre a pesquisa bibliográfica,

É feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. (FONSECA, 2002, p. 32).

Desta forma, o trabalho desenvolve-se por meio do suporte e contribuição

fornecidos das fontes citadas, enriquecendo o conteúdo acerca dos temas da gestão

administrativa e da liderança organizacional.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ser líder é uma responsabilidade que exige além do conhecimento específico

da área, uma visão ampla das demais para que haja entendimento de todas as

partes, pois muitas vezes o líder é também mediador. Sobretudo, fazem parte

também dessas características que demarcam o destaque de um líder e que o

diferencia dos demais, os aspectos de caráter humano, ou seja, aspectos que vão

além do conhecimento teórico/ acadêmico como, por exemplo, paciência e

compreensão diante de possíveis conflitos, comprometimento, foco e,

principalmente, a ciência de que as atitudes são o principal exemplo aos

subordinados.

Nesse aspecto, por tantas características peculiares, o líder é citado como

referência e se diferencia de um chefe, o qual, por sua vez, possui conceito mais

tradicionalista, ligado apenas a passar tarefas aos seus subordinados. Na figura 1,

estão descritas as características que fazem parte de cada um:

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Figura 1 - A diferença entre o chefe e o líder

Fonte: FEAD (Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais), 2015.

Torna-se claro, em acordo com a figura 1, que as características de um chefe

são mais individualistas que as de um líder. Esse aspecto movimenta uma série de

reflexões acerca do tema que levam a comprovar que o líder precisa antes de tudo,

estar ciente de que o seu trabalho é um trabalho conjunto, ou seja, os seus

subordinados são, afinal, tão importantes quanto ele e, como o próprio nome já diz,

ele precisa ter em mente que liderar é orientar, acompanhar, diferentemente de

apenas exercer a função de mandar.

Muitas outras ilustrações proporcionam a reflexão acerca das qualidades que

diferenciam um chefe de um líder, e, confirmam, no caso do líder, a presença de

atitudes mais solidárias, cooperativas e motivadoras como, por exemplo, a figura 2 a

seguir, apresentas exemplos organizados em A, B e C:

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A)

B)

C)

Figura 2 - Ilustrações sobre liderança

Fonte: Internet (2015)

Na figura 02, letra “A”, as diferenças entre chefe e líder, apresentando, o

primeiro, características autoritárias, totalmente individualistas, típico de pessoas

que não lidam bem em equipe, o que é considerado um conflito na hora de exercer a

liderança, já que a mesma exige, acima de tudo, cooperativismo.

Assim, confirma-se a seguinte perspectiva:

O que a empresa tem como missão, visão e valor deve ser representado pelo líder e, consequentemente, isso deve refletir na equipe. A partir do momento que todos adquirem conhecimento sobre os objetivos da empresa e o líder abre esse espaço, ele consegue que as pessoas entendam qual o papel de cada um dentro da organização, tornando o trabalho mais valorizado e prazeroso. Então, resumindo, o papel do líder é saber, através das suas ações, contribuir para a disseminação dessa cultura. (Oliveira, 2010).

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Uma empresa representada por líderes competentes e que acolhem a visão e

missão e a disseminam em suas equipes, é uma empresa de sucesso, pois há, de

fato, influência direta entre líderes e suas organizações.

É por meio do líder que o gerenciamento das tarefas e responsabilidades se

fazem cumprir, e, além disso, se faz presente a motivação no trabalho, o bem estar

do colaborador, a harmonia dos ambientes, pois líder é também mediador.

Com relação à figura “B”, muito comumente a imagem de um bom líder é

associada a uma peça do quebra-cabeça. Isto pode ser considerado por conta de

sua visão estratégica, pronta a utilizar todos os recursos disponíveis a seu favor,

beneficiando o desempenho próprio, de sua equipe e da empresa e até mesmo a

união de suas ideias com os demais, conforme explica Tortorette (2010):

Para que uma organização se desenvolva e conquiste espaço no mundo corporativo, a participação de seus funcionários no processo de crescimento é fundamental, afinal, o chamado grupo de colaboradores que compõe uma empresa é a “alma” do negócio, e é a partir deles que devem surgir ideias, sugestões, melhorias e críticas para um trabalho de qualidade. Cabe ao líder incentivar sua equipe e demais áreas a vestir-se da organização e lutar pelo seu sucesso.

Portanto, um líder eficaz reconhece o que tem em mãos e pode ter

conhecimento também do potencial de cada membro de sua equipe, o que o faz

delegar as responsabilidades de acordo com os perfis de cada um, favorecendo não

somente o colaborador como também a empresa, pois nada melhor para o

crescimento de uma empresa do que um colaborador motivado com seus afazeres.

A figura “C” remete muito à postura inadequada de um profissional, sendo,

neste contexto, um mandante, assumindo erroneamente a posição de líder,

consequentemente, tornando sua equipe um grupo de pessoas subordinadas a ele,

conforme cita Tortorette (2010),

Antigamente, os gestores tinham um perfil mais autoritário e distante com os funcionários. Sem se preocupar com o clima organizacional, o único objetivo da empresa era atingir o maior lucro possível para bater as metas e cumprir o resultado esperado naquele período. Hoje em dia, esse quadro sofreu grandes modificações, e muito mais do que delegar atividades e acompanhar resultados, o líder deve se preocupar com o bem estar e satisfação da sua equipe, além de transmitir os valores da empresa para que consigam trabalhar com os objetivos da organização. (2010)

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Também se pode dizer a respeito dos aspectos psicológicos e das questões

de equilíbrio emocional, muito destacadas no contexto atual do mercado de trabalho.

Seja um líder ou um membro de equipe, trabalhar em um ambiente harmonioso e

saudável, é um dos fatores motivacionais.

Ainda, sobre liderança, Campos (2010) destaca a importância da postura do

líder frente a sua equipe e, principalmente, à empresa que representa.

É importante destacar que ele é um exemplo para toda a equipe. O líder deve estar atento à coerência entre o seu discurso e as suas atitudes, além de sempre se preocupar em ser atencioso com os demais colaboradores. Para ocupar uma posição de liderança, é preciso entender a importância que esse papel tem para a equipe. (2010).

Frente ao exposto, mais características de líder vão se formando à medida que

se vê a necessidade de uma mediação na empresa. Conforme citado, o exercício da

liderança é algo que deve ser aprimorado, o que reforça o fato de que a

aprendizagem se dá para todos, independente se estão ou não em posição de

liderança e é necessário que sejam condizentes as palavras e as ações.

Estratégias de mediação de conflitos e a compreensão de aspectos mais

sublimes, ou seja, que não são apenas problemas técnicos profissionais, mas sim

dificuldades pessoais que influenciam o colaborador, também são consideradas por

um líder e a atenção nas atitudes que, na verdade, são refletidas na equipe, são de

suma importância.

Assim, afirma Adair (2000, p.12):

O líder deve ter um forte entusiasmo. Você já viu um bom líder desanimado, preguiçoso? Assim, por exemplo, Fidel Castro sempre demonstrou um grande entusiasmo em seus discursos. O líder precisa então desenvolver esta importante qualidade. Um líder desanimado transmite o seu desanimo para seus subordinados. Você prefere assistir uma aula ministrada por um professor que demonstra entusiasmo ou desânimo? A qual dos dois você prestaria maior atenção?

Assim, na descrição dos conceitos liderança e gestão, no levantamento de

aspectos como as inovações tecnológicas e olhares diferentes na perspectiva do

que é realmente exercer uma liderança e na apuração dos resultados em acordo

com as pesquisas realizadas, surge o caminho da flexibilidade das características e

a intenção de propor não apenas um modelo único de gestão, mas a capacidade de

discernir e utilizar as características dos modelos existentes, adequando-os às

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situações reais da organização, pois a realidade do contexto de uma empresa,

quando tratada adequadamente, pode fornecer a melhor condição para a conquista

efetiva de sua equipe, promovendo o sucesso.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os autores estudados e com as mudanças existentes no

mercado de trabalho atual, torna-se possível afirmar que os tipos de liderança na

gestão das organizações, ao longo dos anos e do ponto de vista tecnológico,

apresentam adaptações contínuas no intuito em elevar o nível de acertos nas

empresas, impulsionando-as ao sucesso.

Assim, a história demonstra diversas situações de liderança e, em seu

percurso, os grandes líderes de destaque, cuja característica comum a eles foi a

contribuição positiva que conseguiram para a sociedade. Entretanto, para formar um

líder, trata-se de um processo complexo, contínuo e repleto de detalhes, os quais

somados concretizaram o individuo a ser e estar na posição de líder, fato este que

entre suas características está a forma de influenciar outros indivíduos a

colaborarem na realização das tarefas, conforme a visão do líder.

Com relação à Gestão, em seu conceito que engloba as esferas da

organização, de pessoas e materiais, também como gestor/líder, norteia a liderança

almejando a conquista dos objetivos, reservando cuidados para que seja uma

gestão motivadora. Em sua exigência ampla de visão estratégica, o gestor/líder,

independente do tipo escolhido como modelo a aplicar em seu negócio, integrará o

conhecimento às teorias e modelos já administrados, cada qual com suas

características, definindo aquele que será mais significativo e adequado a real

situação do negócio. Nesse aspecto, torna-se possível observar que uma

organização pode ser encaminhada ao sucesso por meio de uma gestão adequada

que corresponda com a visão e missão da empresa e seus colaboradores podem

ser motivados por uma liderança que esteja de acordo com esses objetivos.

Assim, acredita-se que não se pode considerar um modelo único de gestão

nem de líder ideal, pois em ambos os casos, as características de cada tipo podem

ser utilizadas de maneiras diferentes, sempre com o intuito de adequação às

necessidades da organização e que, além das adaptações nos quesitos de liderança

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e gestão, o sucesso de uma organização também está relacionado com a

manutenção contínua em acordo com a dinâmica do mercado de trabalho.

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