16
Propostas para o Alargamento do Mercado de Trabalho do Sociólogo no Brasil Prof. Lejeune Mirhan

Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apresentação do professor Lejeune Mirhan - sociólogo, arabista e escritor, na VIII Semana Acadêmica de Ciências Sociais. Mesa: "A Profissionalização do Cientista Social Brasileiro", realizada na segunda-feira (10/06), em Curitiba/PR.

Citation preview

Page 1: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

Propostas para o Alargamento do

Mercado de Trabalho do Sociólogo no Brasil

Prof. Lejeune Mirhan

Page 2: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

1. Reforma Curricular

O MEC já homologou a proposta da comissão de especialistas. É

um indicativo apenas, mas deve ser usada como referência

nacional. Assim, as mudanças nos currículos devem ser feitas

em plano local, com grande autonomia. Deve-se levar em conta

a participação dos profissionais, dos estudantes e dos

professores dos cursos. Deve-se levar em conta as propostas

indicadas pelos Congressos Nacionais de Sociólogos, que

propõe um conjunto mínimo de disciplinas obrigatórias, uma

carga horária mínima, bem como a necessidade de estágios

profissionalizantes e apresentação de trabalhos finais de

conclusão de curso, os chamados TCCs.

Page 3: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

2. Criação do Conselho Federal de Sociólogos/CFS

Esta proposta foi aprovada pelo X Congresso Nacional de Sociólogos

(1996). O STF considera inconstitucional que deputados criem

conselhos, que são autarquias federais. Essa criação é exclusiva

do poder executivo. Grande parte dos cursos e profissionais que

procuram as entidades de sociólogos, indagam sobre o porque

ainda não temos Conselhos profissionais e fiscalizadores do

exercício profissional, que funcionem também como tribunais

éticos. É uma antiga aspiração da categoria. Os sociólogos exigem

que o Ministério do Trabalho e/ou Casa Civil envie à presidente

Dilma um projeto que deva ser remetido ao Congresso nesse

sentido.

Page 4: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

3. Fortalecimento dos Sindicatos e da FNSB

Apesar das dificuldades sindicais enfrentadas pelos

trabalhadores em todo o país, em função da

conjuntura adversa e recessiva, deve-se lutar para

preservar ao máximo os espaços já criados e

conquistados, bem como procurar, se possível,

ampliá-los ainda mais. Assim, organizar sindicatos

nos estados que não possuem ou mesmo fundar

associações de caráter civil é de suma importância.

Temos que reorganizar a Federação Nacional dos

Sociólogos que se encontra desarticulada.

Page 5: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

4. Difusão do Código de Ética

Indicativo para quando os Conselhos Federal e Regionais

passarem a existir ou para que as entidades sindicais o

apliquem em seus Estados, na falta dos órgãos

fiscalizadores profissionais. Este documento foi discutido

no X Congresso (1996) em Porto Alegre e posteriormente

referendado por uma reunião do Conselho Deliberativo da

FNSB de março de 1997. Este foi discutido ainda por duas

outras reuniões do Conselho Deliberativo. O Código não

tem força de Lei, pelo fato que não foi aprovado por um

Conselho Profissional, mas é recomendativo .

Page 6: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

5. Sociologia no Ensino Médio

A luta pela obrigatoriedade durou nove anos. Teve início com um

projeto do então deputado padre Roque (PT/PR) em 1997 e foi

concluída com um projeto do deputado Ribamar (PSB/MA),

sancionado pelo governo Lula em 2 de junho de 2008, de nº 11.684

que garante e ensino nas três séries do Ensino Médio no país.

Ainda que não mencione a carga horária, defendemos pelo menos

duas aulas em cada ano. Há que se discutir um currículo mínimo

nacional a ser ensinado em todas as 30 mil escolas de EM no país,

melhorar a formação dos docentes e abrir concursos para

professores em todos os estados.

Page 7: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

6. Campanha pela Valorização Profissional

Desencadear uma ampla campanha na sociedade, com apoio das entidades estaduais,

com apoio da SBS, bem como dos estudantes e de todos os cursos de CS, que

valorize a importância e a necessidade dos sociólogos estarem presentes nas

empresas públicas e privadas, que a presença de sociólogos em grupos

multidisciplinares e interdisciplinares estejam assegurados. Devemos fazer

campanha também no sentido de elevar a conscientização da profissão, do ser e

agir como sociólogo, ainda que não exerça diretamente essa função. É a campanha

pela identidade profissional. É preciso criar condições para que a identidade de ser

sociólogo seja preservada. Assim, por exemplo, quando se leciona sociologia ou

outra disciplina afim a função que se apresenta é a de professor, mas na verdade a

profissão é de sociólogo, pois lecionar sociologia é uma das atribuições legais do

sociólogo.

Page 8: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

7. Sociologia nos Vestibulares e no ENEM

Uma das formas de se ampliar a difusão da ciência, contribuindo para

que ela seja fortalecida na sociedade, é a exigências pelos

vestibulares das Universidades brasileiras e no Exame do Ensino

Médio. A própria LDB determina que os egressos do EM tenham

noções de Sociologia (Lei 9.394/96).

Diversas universidades públicas e privadas já adotam essa medida e

o ENEM tem questões que se aproximam do conteúdo da

Sociologia. Mas, há muito que se avançar ainda.

Page 9: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

8. Criação do Estágio Profissionalizante

Nossa proposta prevê a necessidade de estágios profissionalizantes.

A proposta dos especialistas do MEC não fala de forma incisiva

sobre essa questão, deixando isso em aberto. Deve-se procurar

estabelecer convênios com prefeituras, órgãos públicos, ONGs,

secretarias de estado, empresas estatais de energia e meio

ambiente, sindicatos etc. no sentido de garantirmos vagas de

estágios para estudantes de Ciências Sociais (não se tem ainda

proposta de valores, mas os estágios têm sido feito na base de até

seis horas diárias de trabalho com remuneração mínima de um

salário mínimo, além de pelo menos vale-transporte e vale

alimentação).

Page 10: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

9. Criação da Carreira de Sociólogo

A Lei 6.888/80 (de 10 de dezembro de 1980) fala em criação de carreiras no

serviço público, mas não nunca foi cumprida. Mesmo nas prefeituras que

já possuem sociólogos em seus quadros, estes acabam ganhando

menos do que outras profissões e devemos lutar pela equiparação

salarial com outras categorias regulamentadas e de nível superior.

Devemos ainda lutar para que os sociólogos não sejam

descaracterizados, colocando se genericamente o título de “analistas” ou

“técnicos”. Especialmente nas prefeituras e estados que não aplicam

políticas neoliberais, devemos procurar as autoridades e mostrar a

importância dos profissionais sociólogos no serviço público. E para isso,

os coordenadores de cursos e chefes de departamentos jogam um papel

muito importante

Page 11: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

10. Criação do Dia do Sociólogo

Todas as 45 profissões regulamentadas de nível superior no país

possuem os seus dias e suas datas comemorativas. O Deputado Chico

Alencar (PSOL/RJ) aprovou lei federal que institui o dia 10 de

Dezembro como Dia do Sociólogo no Brasil. Esse dia é a data que foi

promulgada a Lei 6.888 de 1980 que reconhece e regulamenta a

profissão de Sociólogo no Brasil.

Page 12: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

11. Pelo Prêmio Nobel de Sociologia

O Nobel é hoje reconhecido como a maior titulação nos diversos círculos

acadêmicos e da ciência. Existem as premiações de Física, Química,

Medicina, Economia e Paz (738 pessoas laureadas desde 1901 até 2004 e

mais 14 entidades já receberam o prêmio, sendo que dois sociólogos

receberam o Nobel da Paz, Ferdinand Buisson em 1927 e Jane Addams

em 1931). A sociologia é uma ciência Internacionalmente reconhecida e

seus profissionais desenvolvem estudos e pesquisas de amplitude e

reconhecimento mundial. Os Congressos Mundiais de Sociologia reúnem

mais de 5 mil profissionais de 100 países. Assim, deve ser tarefa da ISA

organizar uma campanha mundial pelo Nobel de Sociologia, com apoio

das entidades nacionais de todos os países.

Page 13: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

12. Criação de um Portal da Sociologia

Nem é preciso muito para justificar essa proposta. De todos os

ramos e campos da ciência, a Sociologia ainda não possui um

Portal onde possam ser encontrados propostas, estudos,

pesquisas, bibliografias, currículos, histórias, biográficas dos

principais cientistas da nossa área. Nesse sentido, esse futuro

Portal deveria ser assumido pelas entidades nacionais, SBS e

FNSB e futuramente pelo Conselho Federal e apoiado pela

totalidade dos cursos no país.

Page 14: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

13. Sociologia nos Cursos Superiores

Apresentar Projeto de Lei em Brasília na Câmara dos Deputados que

introduz a disciplina de Sociologia em todos os cursos superiores

existentes no país fundamentadas no binômio do aumento da

carga horárias de humanidades e contribuição para a formação

cidadã. Dos 18 cursos superiores que hoje já realizam a avaliação

nacional de cursos do MEC (hoje conhecido como ENADE), 15 já

preveem a existência da disciplina de Sociologia como matéria

obrigatória nos currículos básicos, ainda que nem sempre com

esse nome. É preciso unificar isso e ampliar essa carga horária,

com no mínimo quatro horas aulas semanais e a garantia de que

apenas sociólogos possam lecionar a disciplina e suas

especialidades.

Page 15: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

14. Criação da ANGRACS

Vários cursos superiores no país, possuem entidades

nacionais que congregam as coordenações e

organizam eventos nacionais. É o caso da ANGRAD,

Associação Nacional dos Cursos de Administração e

da ANGRAE, de cursos de Economia. Defendemos a

criação da Associação Nacional dos Cursos de

Graduação em Ciências Sociais.

Page 16: Propostas para o mercado de trabalho do sociólogo

Lejeune Mirhan

Prof. Lejeune Mirhan – Sociólogo, Escritor e Arabista. Membro da Academia de Altos Estudos Ibero-Árabe de Lisboa e Diretor do Instituto Jerusalém do Brasil. Colunista de Oriente Médio do Portal da Fundação Maurício Grabois – FMG. Colaborador da Revista Sociologia da Editora Escala. Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de SP (2007-2010), Presidente da Federação Nacional dos Sociólogos – Brasil – FNSB (1996-2002) e Vice-Presidente da Confederação Nacional das Profissões Liberais – CNPL (2002-2005). Foi professor de Sociologia, Ciência Política e Métodos e Técnicas de Pesquisa da Unimep entre 1986 e 2006. [email protected]