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O design gráfico aplicado na concepção da identidade visual do IESAM: Um estudo da marca e sua aplicabilidade

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FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESIGN, COMPUTAÇÃO GRÁFICA E

MULTIMÍDIA

ALVARO TRIANO DA SILVA

O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE

VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA

APLICABILIDADE.

BELÉM – PA

2015

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FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESIGN, COMPUTAÇÃO GRÁFICA E

MULTIMÍDIA

ALVARO TRIANO DA SILVA

O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE

VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA

APLICABILIDADE.

Artigo apresentado ao Curso de Pós-

graduação em Design, Computação Gráfica e

Multimídia como requisito de avaliação para

obtenção do Grau de Especialista em Design,

Computação Gráfica e Multimídia.

Orientador: MSc. José Fonteles

BELÉM – PA

2015

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Autorização para Publicação Eletrônica de Trabalhos Acadêmicos

Na qualidade de titular dos direitos autorais do trabalho citado, em consonância com a

Lei nº 9610/98, autorizo a Faculdade Estácio de Belém a disponibilizar gratuitamente em sua

Biblioteca Digital, e por meios eletrônicos, em particular pela Internet, extrair cópia sem

ressarcimento dos direitos autorais, o referido documento de minha autoria, para leitura,

impressão e/ou download, conforme permissão concedida.

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O DESIGN GRÁFICO APLICADO NA CONCEPÇÃO DA IDENTIDADE

VISUAL DO IESAM: UM ESTUDO DA MARCA E SUA

APLICABILIDADE.

Alvaro TRIANO da Silva1

José FONTELES2

Pós-graduação em Design, Computação Gráfica e Multimídia. Faculdade Estácio de Belém.

Av. Gov. José Malcher, 1148, Nazaré - CEP 66055-260. Belém, PA

Endereço Eletrônico: [email protected], [email protected]

RESUMO – O objetivo deste artigo é fazer uma análise gráfica da antiga identidade visual do IESAM.

Realizou-se uma pesquisa documental e bibliográfica do referente objeto de estudo em um período estabelecido.

Essa pesquisa foi apurada e analisada dentro dos conceitos do design contemporâneo e conclui-se que a

expressividade da marca da instituição caiu em desuso por muitos fatores estabelecidos.

Palavras-chave: IESAM. Design Gráfico. Logotipo. Identidade Visual. Marca.

THE GRAPHIC DESIGN APPLIED IN THE DESIGN OF THE VISUAL IDENTITY OF

IESAM: A STUDY OF THE BRAND AND ITS APPLICABILITY.

ABSTRACT - The purpose of this article is to make a graphical analysis of the former branding of IESAM.

There was a documentary and bibliographical research concerning object of study in an established period. This

research was ascertained and analyzed within the contemporary design concepts and concluded that the

expressiveness of the brand of the institution fell into disuse for many established factors.

KeyWords: IESAM. Graphic Design. Logo. Visual Identity. Brand.

1 INTRODUÇÃO

O design é um termo oriundo da língua inglesa e significa desenho e/ou projeto, segundo

Cardoso (2008) o estudo da história do design é um fenômeno recente, com seus primeiros

ensaios datado de 1920, porém, só ganhou notoriedade e maturidade acadêmica nos últimos

vinte anos.

Sua importância trouxe ao mercado, não só, características visuais como agregou valor as

marcas, produtos e serviços que utilizam o conceito como um alavancador de vendas em um

mercado globalizado. A inovação e funcionalidade estão presentes como um catalisador do

profissional, que passou a ser visto, no século XXI, mais como um solucionador de problemas

do que um artista nato, como diz Fuentes (2009) design gráfico e arte são atividades humanas

totalmente diferentes, que apesar de possuírem um vinculo, não devem ser confundidas.

É de praxe que a evolução tecnológica tem contribuído para o avanço do design como

uma profissão importante nos aspectos estéticos da sociedade. Hoje vivemos na era do visual,

1 Bacharel em Comunicação Social : Hab. Publicidade e Propaganda, UNAMA 2012.

2 Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, PUC-SP 2013.

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um produto não pode ser, apenas, funcional, mas precisa agregar um valor estético para atrair

a atenção do consumidor. Pensando nesses fatores, o design evoluiu e se adaptou a outras

áreas do conhecimento, como Informática, Marketing e Publicidade para acompanhar as

tendências mercadológicas.

Mas apesar da novidade do mundo das novas tecnologias na sua configuração,

compreensão e uso, há pouca coisa nova. De fato o design sempre esteve ligado à

tecnologia de seu tempo, dependendo dela para poder desenvolver sua linguagem e,

com isso, ter espaços de comunicação para atuar. Assim, cada vez que surge um

novo meio (filho direto de uma determinada tecnologia), aparece um novo espaço de

ação e a disciplina do design reformula suas ferramentas físicas e conceituais.

(ROYO, JAVIER, 2008, p. 13)

O design tem lugar em todos os aspectos da vida diária. Em praticamente todas as

formas modernas de comunicação e produção, desde roupas, prédios e bens de

consumo até materiais escritos, passando por entretenimento, ambientes internos e

externos, o design gráfico ocupa um papel central. É quase impossível não ser

bombardeado por mensagens visuais. (GORDON, BOB; MAGGIE, 2012, p. 8)

Originou-se, dessa forma, as ramificações da área como: Design Gráfico, Design de

Produto, Design Multimídia, Design de Moda, Design de Games, Design de Interface, Design

de Web entre outros. O presente artigo tem como foco o design gráfico aplicado na concepção

da identidade visual do IESAM, onde usaremos de subsídios o estudo de caso da marca,

aliado ao design gráfico, além de conceitos referentes à informática, marketing e publicidade,

três grandes áreas correlatas ao desenvolvimento do nicho.

Levaremos em consideração o grau de importância do logotipo do IESAM e sua

abrangência no cenário das marcas no mercado. O projeto de pesquisa busca fazer um estudo

da instituição, levando em consideração a construção e aplicação da marca.

O objetivo geral deste trabalho tende a analisar o logotipo da instituição de ensino

superior IESAM e sua aplicabilidade em alguns meios utilizados pela IES, passando por um

breve histórico da instituição até a concepção da marca. Não faz parte da linha de pesquisa

elaborar uma identidade visual compatível com a nova fase da instituição, até porque a

mesma já possui uma assinatura conjunta à empresa que comprou o instituto. Cabe a pesquisa

destrinchar a estrutura visual do logotipo em um aspecto ergonômico, visual e mercadológico,

levando em consideração conceitos técnicos e um referencial teórico do design.

No procedimento metodológico será adotada uma pesquisa bibliográfica de caráter

exploratória e qualitativa. A coleta de dados será feita de forma documental indireta,

explorando no objeto de estudo fontes secundárias para a construção teórica do artigo.

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2 BREVE HISTÓRICO DO IESAM

Há 15 anos nascia o Instituto de Estudos Superiores da Amazônia – IESAM3, com o

objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do Estado do Pará no campo do

Ensino Superior. A implementação do Instituto foi idealizada pelos professores João Batista

Sena Costa, José Antônio Gomes de Souza Alves, José Carlos Simões Fontes e Mecenas

Pantoja Gonçalves.

Em seu ano de fundação, meados de 2000, já existia uma grande euforia pela exploração

dos recursos naturais da região Amazônica. As oportunidades se mostravam como um desafio

a ser superado pela criatividade e responsabilidade com foco em promover o desenvolvimento

econômico e social. Fez-se necessário a busca pela mão de obra local especializada. Levando

em consideração estes aspectos, o processo de criação do IESAM atentou para uma nova

gama de profissões e perfis de profissionais para região.

A análise regional levou o Instituto a atuar nas áreas de Gestão de Recursos Naturais e

Tecnologia da Informação, que influenciou diretamente na construção de sua missão como

Instituto Superior da Amazônia: formar profissionais alinhados com as exigências do mercado

de trabalho e capacitados para contribuir no desenvolvimento e uso de tecnologia e na

preservação do meio ambiente.

O IESAM oferece cursos de graduação e pós-graduação nos diversos segmentos

produtivos, promovendo a interação entre academia e empresa, dentro de sua linha de

atuação: formar profissionais capazes de integrar conteúdos das ciências naturais,

tecnológicas, sociais e humanas para apoiar as necessidades do desenvolvimento sustentável

da Amazônia.

Em 2014, o Instituto de Estudos Superiores da Amazônia – IESAM foi adquirido pela

instituição Estácio de Sá, fato este, que ocasionou toda uma adaptação em seu quadro

funcional, processos pedagógicos e identidade visual.

3 <http://www.iesam.com.br/revista_eletronica/Revista_10anos/revista_10_anos.pdf>

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3 O DESIGN GRÁFICO DO LOGOTIPO DO IESAM: CONSTRUÇÃO E

APLICABILIDADE

Entendemos como Logotipo o conjunto de elementos gráficos que simbolizam/significam

a empresa/produto/serviço. Em um contexto etimológico temos Logo que significa palavra +

Typo significando letra ou caracter. Isto é, um Logotipo é quando atribuímos uma

identificação à marca/produto/serviço, apenas, pelo Lettering4.

Segundo Healey (2012, p.6):

A palavra “logo” é derivada da palavra grega logos, que significa palavra e razão.

Portanto, é até um paradoxo que o significado de logo, geralmente aceito em inglês e

em outras línguas, seja “um signo pictórico”, normalmente associado a uma marca.

Até mesmo uma marca, como a maioria das invenções humanas, é inicialmente

comunicada por um nome e, posteriormente, por imagens. Um logotipo funciona

verdadeiramente como um signo ou um pictograma, uma marca visual mais ou

menos abstrata, referindo-se a uma palavra.

O logotipo é o elemento principal da identidade visual de uma marca, pois a partir dele

será atribuído toda a filosofia da empresa ou instituição.

Conforme Strunck (2012, p.81):

Quando um nome ou ideia é sempre representado visualmente sob determinada

forma, podemos dizer que ele tem uma identidade visual.

Quando as várias embalagens de uma linha de produtos foram programadas

visualmente para apresentarem uma consistência em si, esse produto tem uma

identidade visual.

Quando uma empresa, que presta algum tipo de serviço, apresenta uma mesma

imagem em seus impressos, uniformes, veículos, etc., essa empresa tem uma

identidade visual, que nesses casos, pode também ser chamada de identidade

empresarial ou corporativa.

A identidade visual é o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a

personalidade visual de um nome, ideia, produto ou serviço. Estes elementos agem

mais ou menos como as roupas e as formas de as pessoas se comportarem. Devem

informar, substancialmente, à primeira vista. Estabelecer com quem os vê um nível

ideal de comunicação.

Definido tais conceitos, apresentamos o objeto de nossa pesquisa na figura 2 abaixo:

4 A arte de desenhar letras.

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Figura 1: Primeiro logo IESAM.

Fonte: IESAM, 2015.

Figura 2: Logo IESAM.

Fonte: IESAM, 2015.

A figura 1 representa o primeiro logotipo criado em Corel Draw 4.0 pelo designer gráfico

Davi Almeida5, e utilizado pela instituição. Esse mesmo logotipo, segundo seu criador, foi

registrado no ano de 2006. Em sua composição visual, podemos perceber no canto inferior

esquerdo da palavra IES, a presença de 3 linhas geométricas em forma de “L”, que faziam

alusão ao 3º grau (Nível Superior). Essas linhas foram retiradas ao longo dos anos pela

agência Líquida, devido questões de reprodutibilidade gráfica6. Alinhado a direita está a

nomenclatura “Instituto de Estudos Superiores da Amazônia”, fazendo referência a palavra

IESAM.

5 Especialista em Design Gráfico pelo IESAM.

6 Técnica de reprodução do material em diversos meios, levando em consideração a sua redução ou ampliação.

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O logo também apresenta a imagem retangular de vitórias-régias, buscando sintetizar ou

aproximar a instituição da Amazônia. A figura 2 representa a forma ainda utilizada da marca

nas mídias digitais, principalmente no site, nota-se que foi abolida a imagem de vitórias-

régias do conjunto visual do logotipo.

Logo abaixo apresentaremos a descrição de todos os aspectos gráficos da marca.

Figura 3: Logo descrito.

Fonte: IESAM, 2015.

O logotipo na figura 3 é a representação gráfica que foi utilizada, durante muito tempo,

pelo IESAM em diversas mídias, o mesmo se constitui em 3 partes textuais (Tipografia):

Sigla (IESAM), Nomenclatura (Instituto de Estudos Superiores da Amazônia) e Slogan

(Excelência em Meio Ambiente e Tecnologia).

3.1 CONSTRUÇÃO DA TIPOGRAFIA

O estudo da grafia vem desde os primórdios da escrita, sendo que foram os gregos que

nos legaram o alfabeto como o conhecemos na atualidade e cuja a disseminação foi efetuada

pelos romanos mediante a expansão do seu império. Dessa época, o desenho e o formato das

letras sofreu diversas alterações, ainda assim, a essência dos símbolos e a sua forma de

utilização se manteve. Logo, a tipografia é a combinação de duas palavras no grego typos

“forma” e graphein “grafia”, que significam a escrita da forma.

Denominamos tipos o conjunto formado pelas letras do alfabeto, numerais, sinais

diacríticos7 e de pontuação. Segundo Ambrose e Harris (2011, p.6):

7 Sinal gráfico que se coloca sobre, sob ou através de uma letra para alterar a sua fonética, isto é, o seu som, ou

para marcar qualquer outra característica linguística.

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A tipografia é o meio pelo qual é dada uma forma visual para uma ideia escrita.

Devido ao volume e à variedade de fontes disponíveis, a seleção dos componentes

desta forma visual pode afetar drasticamente a leiturabilidade da ideia e os

sentimentos do leitor em relação a ela. A tipografia é um dos elementos que mais

influencia o caráter e a qualidade emocional de um projeto. Ela pode produzir um

efeito neutro ou despertar paixões, simbolizar movimentos artísticos, políticos ou

filosóficos, ou ainda expressar a personalidade de um indivíduo ou organização.

Fontes e tipos são duas coisas distintas que para muitos são tomados como sinônimos, na

maioria das vezes não existe mal nenhum nessa confusão semântica, porque, tal substituição é

praticamente universal.

Um tipo é um conjunto de caracteres, letras, números, símbolos, pontuação (e assim

por diante) que tem um design comum e distinto.

Uma fonte é o meio físico utilizado para criar o tipo, seja ele código de computador,

fotolito, metal ou gravação em madeira. (AMBROSE, GAVIN; HARRIS, PAUL,

2011, p.17)

A Sigla IESAM foi desenvolvida pelo auxílio tipográfico da fonte STOPD regular, uma

fonte grátis que pode ser adquirida pela internet. A sua composição visual remete a

tecnologia, porquanto se trata de uma fonte futurista, classificada como Sans Serif (Sem

Serifa8), a mesma possui os principais sinais diacríticos e caracteres alfanuméricos de A a Z e

0 a 9 , somente na forma de Caixa-Alta, ou seja, maiúsculas, o que pode ser um ponto

negativo no quesito de legibilidade da fonte. STOPD possui uma falha em seu Kerning9, o

que demonstra um certo afastamento de alguns pares de letras como o S e A.

A figura 3 nos mostra ainda a hierarquia visual imposta pelas três tipografias que fazem

parte da composição visual da marca. Em um primeiro plano de visão temos a sigla IESAM,

cuja as letras IES foram separadas em um retângulo verde, gerando um efeito de vazado como

conhecemos nas artes gráficas, e conforme Ambrose e Harris (2009) é quando se utiliza o

branco (ou a cor) da página ou suporte para que a cor impressa torne-se a cor de fundo ou de

base. Acredito que essa interação tenha sido proposital para separar a sigla maior em duas

siglas menores como IES e AM que remetem, respectivamente, a Instituto de Estudos

Superiores e Amazônia, além de que, podemos perceber que houve uma alteração na letra I

que passou a ter um símbolo de capelo no lugar do tradicional pingo. Essa modificação na

estrutura tipográfica foi pensada com o intuito de transferir o conceito de nível superior, dado

8 Pequeno traço no final de um traço principal vertical ou horizontal.

9 Ou compensação diz respeito ao espaço entre duas letras.

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que o chapéu é usado nas solenidades de formatura, agregando assim um valor tangível para o

logotipo.

A sigla IESAM possui um forte apelo visual, devido todo esse conjunto de significados

presentes na estrutura semiótica do logo. Não é só a palavra escrita, mas uma série de

modificações no contexto da leitura visual. Podemos descrever esse processo como uma das

Leis da Gestalt10

conhecida como Segregação.

Para Gomes (2009, p.30) a segregação se apresenta como:

A capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar, notar ou destacar

unidades, em um todo compositivo ou em partes deste todo, dentro de relações

formais, dimensionais de posicionamento.

Naturalmente, pode-se separar uma ou mais unidades, dependendo da desigualdade

dos estímulos produzidos pelo campo visual – em função das forças de um ou mais

tipos de contrastes. A segregação de elementos visuais pode ser feita por diversos

meios: pontos, linhas planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas, relevos e

outros.

Para efeito de leitura visual, pode-se também estabelecer níveis de segregação. Por

exemplo, identificando-se apenas as unidades principais de um todo mais complexo,

desde que seja suficiente para o objetivo desejado de analise e interpretação visual

da forma do objeto.

A segunda tipografia na ordem de pesos visuais é composta pela fonte FUTURA MD BT

bold, uma fonte moderna, alfanumérica, sem serifa e com os principais sinais diacríticos. A

escolha da Futura é acertada para o contexto da marca por se tratar de uma família tipográfica

legível e de grande leiturabilidade, no entanto, nota-se na composição do logotipo que a

referida fonte sofreu uma alteração brusca de achatamento e esticamento, prejudicando a sua

anatomia e tornando a construção da marca passível de erros de reprodução. Como diz

Samara (2011) que mudanças na largura das letras pode alterar a cadência ou o andamento de

uma composição textual, quebrando todo uma estrutura lógica desenvolvida para facilitar a

leitura e decodificação da mensagem verbal.

Esse foi um erro gravíssimo, levando em consideração toda a estética conceitual do

design gráfico no desenvolvimento de logotipos. A futura possui uma vasta família de tipos e

não havia necessidade de distorcer a fonte manualmente, visto que, essa grande variedade

pode ser adquirida pela internet. Em contra partida, o contraponto que a FUTURA MD BT

faz com a fonte STOPD é bem relevante para a direção de arte no que diz respeito a

hierarquia visual do projeto, uma vez que temos o balanceamento de uma fonte mais

10

Escola de psicologia experimental que estuda a forma ou figura na formação de imagens, levando em

consideração o equilíbrio, clareza e harmonia visual.

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encorpada para uma menos encorpada, causando um efeito visual interessante para a

composição.

Já a assinatura “Excelência em meio ambiente e tecnologia” é composta pela tipografia

DEARJOE, uma fonte script ou cursiva, que comparamos como uma escrita manual

assimilada pelo computador, ela tem características alfanuméricas e possui alguns sinais

diacríticos. A fonte é a terceira na ordem de hierarquia visual do projeto e se constitui como

Slogan11

da marca. As características primordiais de uma tipografia cursiva é adicionar uma

qualidade decorativa aos materiais digitais, dando um toque de elegância e sofisticação, uma

vez que possuem aparência de manuscrito reproduzido com pena caligráfica ou pincel, além

de refletir a casualidade em certos momentos.

Esse tipo de tipografia é relevante ao conjunto visual do projeto, já que, quebra a

monotonia da identidade visual ao assimilar a escrita e se diferenciar das demais fontes, no

entanto, extrapola a quantidade ideal de fontes para a construção de um logotipo, o correto

seria trabalhar com um lettering ou mesmo uma família tipográfica, variando seus pesos em

todas as aplicações do projeto.

3.2 CONSTRUÇÃO DA COR

A cor se constitui um elemento importante dentro do processo de design, se a tipografia é

um dos elementos que mais influencia o caráter e a qualidade emocional de um projeto, a cor

é a forma mais imediata de comunicação não verbal, é a forma visual mais impactante aos

olhos dentro do contexto mercadológico, peça fundamental para a publicidade e marketing em

geral.

Na concepção de Ambrose e Harris (2009, p.6):

A cor é usada para representar pensamentos e emoções de uma forma que nenhum

outro elemento do design consegue, e pode chamar a atenção de modo instantâneo

no papel, na tela ou na prateleira do supermercado. Assim, a cor é um aspecto

importante do design contemporâneo.

Os mesmo autores continuam o discurso, enfatizando ainda mais a importância da cor

no design gráfico.

A cor é um dos primeiros elementos que registramos quando vemos algo pela

primeira vez. Nosso condicionamento e desenvolvimento cultural nos levam a

realizar associações baseadas nas cores, que nos indicam como devemos reagir a

objetos e designs coloridos. As cores imprimem significado, e nossa interpretação

11

Frase de efeito ou de fácil memorização que representa as características de uma marca, produto ou serviço.

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do mesmo dependerá de fatores como bagagem cultural, tendências, idade e

preferências individuais.

A cor é um dos elementos mais importantes do design gráfico, uma ferramenta que

pode ser usada para chamar a atenção, direcionar e guiar o leitor e informá-lo sobre

o tipo de reação que deve ter em relação às informações expostas. (AMBROSE,

GAVIN; HARRIS, PAUL, 2009, p.11)

As cores utilizadas no logotipo da instituição em análise não foram muitas. Utilizou-se,

apenas, uma variação de verde na quadricomia12

do CMYK, quando falamos de cor para

impressão. Esse aspecto pode ser melhor observado na figura 4 abaixo, que abrange os outros

sistemas cromáticos em questão.

Figura 4: Sistemas cromáticos.

Fonte: IESAM, 2015.

12

Processo gráfico que utiliza 4 tintas de impressão: Cyan, Magenta, Yellow e Black (Key).

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A construção cromática da marca IESAM foi feita pensando em uma relação direta com a

palavra Amazônia que no imaginário popular está, intrinsecamente, ligada a cor verde que

representa a mata brasileira. Cor esta presente também na bandeira nacional.

Os dois sistemas de cores mais utilizados para a produção gráfica e digital são o CMYK e

RGB, respectivamente. São dois sistemas de extrema importância para os designers, que

através deles podem reproduzir diversas combinações de cores em seus projetos.

Para Ambrose e Harris (2009, p.29):

Estão disponíveis diversas estruturas e sistemas cromáticos com os quais os

designers podem trabalhar. A seleção de um sistema cromático específico quase

sempre depende de como o design final será produzido e/ou apresentado, pois

sistemas diferentes possuem limitações e opções distintas. É importante reconhecer

e entender que o design final precisa incorporar o sistema cromático adequado.

Os dois sistemas cromáticos mais conhecidos e usados são RGB (vermelho, verde e

azul) e CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto). O RGB em geral é utilizado para

publicações digitais e designs iniciais, enquanto o CMYK é usado para publicações

impressas. Conhecer os limites de cada sistema permite que o designer tenha certeza

de que seu trabalho será reproduzido com precisão e exatamente como pretendia.

Analisando a marca da instituição, podemos perceber que o verde utilizado no projeto do

logotipo recebe diretamente a mistura de outras cores na composição de sua escala, portanto,

não é um verde puro composto de 100% Ciano e 100% Amarelo, como podemos observar na

figura 4. Isso acarreta dizer que pode haver variações tonais quando se trata do processo de

impressão (CMYK), pois dependendo da localização e evolução tecnológica de um prestador

de serviços gráficos, vamos ter diversos tons desse mesmo verde em uma determinada

reprodução. Isso ocorre pela diversidade de máquinas utilizadas nas gráficas, algumas já

utilizam um sistema de gerenciamento de cores digital, o que garante maior fidelidade nas

cores impressas, outras ainda utilizam máquinas analógicas que podem prejudicar a

reprodutibilidade da cor original.

A escala monocromática é bem mais simples de reproduzir devido trabalhar, apenas, com

o preto puro, ou seja, 100% preto, favorecendo sua impressão em qualquer material.

Geralmente o branco vazado (Negativo) não será reproduzido por tinta, mas sim pelo fundo

do papel em que será impresso a marca.

No que tange as cores para web13

, podemos dizer que essas misturas tonais não vão

interferir na reprodução da cor, a não ser que seu monitor esteja descalibrado, a tal ponto, de

13

Compreendem as cores utilizadas nas publicações e websites na internet (RGB e Hexadecimal).

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modificar os tons de verde presente no logotipo. Isso vale diretamente para a escala

hexadecimal, utilizada geralmente nos códigos de websites na internet.

Todos esses detalhes técnicos precisam ser observados na elaboração de um logotipo, já

que, a menor falha possível pode prejudicar de forma permanente a marca no mercado,

causando um transtorno muito grande para o designer, que terá que redesenhar todo o projeto.

3.3 CONSTRUÇÃO DO GRID

As linhas de construção são a fase inicial para a elaboração e fundamentação técnica de

qualquer projeto feito pelo homem. Partindo desse pressuposto, para Samara (2007) o grid

tipográfico se constitui um princípio organizador no design gráfico cuja a influência está

arraigada na prática diária e para alguns designers gráficos, ele é parte incontestável do

processo de trabalho, oferecendo precisão, ordem e clareza.

O grid é a base sobre a qual um design é construído. Ele permite que o designer

organize de modo eficiente diversos elementos em uma página. Em essência, é o

esqueleto de um trabalho. Grids adicionam a ordem e estrutura aos designs, sejam

eles simples, ou com grande quantidade de informação, como os encontrados em

sites de jornais. (AMBROSE, GAVIN; HARRIS, PAUL, 2009, p.6)

Levando em consideração a estrutura modular de um grid, percebemos que o logotipo do

IESAM não utilizou a técnica estrutural para a execução do projeto, entretanto, foi aplicado

uma malha ou sistema de grelha na marca para observarmos as lacunas espaciais presentes na

construção. Conforme a figura 5 abaixo.

Figura 5: Sistema de grelha modular.

Fonte: Alvaro Triano, 2015.

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Um grid modular no embasamento de Ambrose e Harris (2009) é composto de módulos,

ou seja, caixas ou unidades discretas dentro de um sistema de grid usadas para conter e

agrupar determinados elementos de texto e imagem. Partindo dessa interpretação do sistema

podemos avaliar o nosso objeto de estudo presente na figura 5 e descrito abaixo.

O logotipo foi aplicado em uma proporção de 2/2, onde cada quadrado da grelha equivale

a 2 cm de largura por 2 cm de altura, totalizando 12 na horizontal e 7 na vertical. O propósito

dessa aplicação técnica foi demonstrar a estrutura irregular do logotipo, porquanto o mesmo

não obedece uma ordem de proporções em sua malha. Podemos observar diversos

espaçamentos não calculados entre os 3 tipos de tipografia, não existe um padrão matemático

nessas divisões, o que predispõe um mau uso de sua aplicação em qualquer escala ou

proporção.

Qualquer pessoa poderia utilizar a marca de acordo com suas necessidades de espaço,

porque, não existe uma especificação de Área de Respiro14

entre as letras e muito menos entre

outras marcas quando se aplica em conjunto. Daí a importância da elaboração de um Manual

de Identidade Visual15

que determine o grid do logotipo, pois através dele podemos ter uma

reprodução exata dos elementos que compõe o layout da marca.

Como diz Samara (2007, p.9):

O grid tipográfico – postulado fundamental do chamado “Estilo Internacional” – é

um sistema de planejamento ortogonal que divide a informação em partes

manuseáveis. O pressuposto desse sistema é que as relações de escala e distribuição

entre os elementos informativos – imagens ou palavras – ajudam o observador a

entender o seu significado.

Itens parecidos são distribuídos de maneiras parecidas para que suas semelhanças

ganhem destaque e possam ser identificadas. O grid converte os elementos sob seu

controle num campo neutro de regularidade que facilita acessá-los – o observador

sabe onde localizar a informação procurada porque os pontos onde se cruzam as

divisões horizontais e verticais funcionam como sinalizadores daquela informação.

O sistema ajuda o observador a entender seu uso. Em certo sentido o grid é como

um fichário visual.

Considerando o ponto de vista de Samara (2007) a principal função de um sistema de

grelha é justamente a facilidade visual de organização que o grid oferece para o projeto, seja

ele impresso ou digital. Torna-se o elemento fundamental da estrutura espacial, facilitando e

sinalizando para o observador a localização exata dos elementos que compõem o logotipo em

sua totalidade.

14

Espaço em branco ou estrutural presente em um layout ou diagramação. 15

Conjunto de elementos institucionais e as regras que irão reger sua aplicação a todos os itens do projeto do

logotipo.

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14

3.4 APLICABILIDADE

Devido a falta de vários elementos no processo construtivo do logotipo da instituição em

análise, inclusive, do Manual de Identidade Visual, torna-se quase inviável dizer que o mesmo

será aplicado de forma correta nos mais diversos meios de comunicação. Todavia, podemos

estabelecer, embasado nas peças publicitárias que a instituição utilizava, que a marca

apresenta, apenas, uma orientação espacial em sua aplicação, ou seja, o logotipo se apresenta

na forma vertical, conforme descrito na figura 6 abaixo.

Figura 6: Aplicação do logotipo.

.

Fonte: Alvaro Triano, 2015.

A orientação da marca é importante dentro do processo de aplicação da identidade visual,

visto que, é ela quem determina a noção de espaço dentro de um layout gráfico. Nesse sentido

se faz importante observar a área de proteção despendida pelo logotipo na vertical, que é bem

menor que uma aplicação incorreta na horizontal.

Como diz Strunck (2012, p.134-135):

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Quando se projeta uma identidade visual, é aconselhável estabelecer uma área

mínima de proteção em torno do logotipo e do símbolo. O objetivo dessa área é

maximizar o impacto da identidade, evitando que outros elementos interfiram em

sua visualização.

Essa área de exclusão deve ser observada em relação a quaisquer elementos, outras

marcas, textos, desenhos, etc. As dimensões que delimitam a área de proteção

normalmente são relacionadas a uma dimensão qualquer, do logotipo ou do símbolo,

que possa ser facilmente identificada.

A área de proteção serve também para limitar um espaço de cor ideal para a

visibilidade da assinatura visual, quando esta tiver que ser aplicada sobre fundos

cujas cores não permitam sua boa leitura.

Digamos que aplicar a marca do IESAM em sua orientação vertical é a melhor forma de

leitura, porque ela foi projetada nesse sentido, não dando margem para uma orientação

horizontal que tornaria o logotipo algo confuso e incoerente visualmente.

4 A MARCA NO CONTEXTO DO MARKETING E PUBLICIDADE

Nas palavras de Strunck (2012, p.24), podemos definir marca como:

Um nome, normalmente representado por um desenho (logotipo e/ou símbolo), que,

com o tempo, devido as experiências reais ou virtuais, objetivas ou subjetivas que

vamos relacionando a ela, passa a ter um valor específico.

Quando nos referimos a marcas, quase sempre nos lembramos de empresas, seus

produtos ou serviços, mas são igualmente importantes para designar religiões,

partidos políticos, instituições, clubes esportivos e até pessoas (Pelé, Xuxa, etc),

além de uma infinidade de outras atividades humanas.

Para Martins (2006, p.8):

Podemos dizer que é a união de atributos tangíveis e intangíveis, simbolizados num

logotipo, gerenciados de forma adequada e que criam influência e geram valor.

Trata-se de um sistema integrado que promete e entrega soluções desejadas pelas

pessoas.

Toda marca para se situar no mercado, necessita de um posicionamento, que para Martins

(2006) representa os recursos materiais e imateriais que serão utilizados como subsídios de

conquista de espaço na mente do consumidor. Posicionamento é tudo aquilo que o público

pensa sobre determinada marca, produto ou serviço.

Levando em consideração os autores citados acima, podemos dizer que o posicionamento

da marca da instituição IESAM, apresenta-se ao mercado através da roupagem tecnológica e

regional, seu foco como uma instituição de ensino é repassar o conhecimento nas áreas de

Gestão de Recursos Naturais e Tecnologia da Informação, formando profissionais de acordo

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com as exigências do mercado de trabalho, capacitando e alinhando para contribuir no

desenvolvimento e uso de tecnologias e na preservação do meio ambiente.

A tecnologia e a Amazônia sempre foi o carro-chefe da instituição, por isso a

configuração do logotipo com uma tipologia futurística e cor peculiar para agregar esse valor

a imagem do instituto, que passou a vender esse conceito durante esses 15 anos de existência.

Todos os materiais publicitários da instituição estavam agregados com a identidade visual

e sempre buscavam representar esses conceitos de forma evidente em suas mensagens, como

uma estratégia de marketing para fortalecer a marca, veja figura 7. Nesse sentido, foi

importante essa integração visual para dar credibilidade e continuidade ao projeto gráfico

elaborado.

Figura 7: Anúncios publicitários antigos.

Fonte: IESAM, 2015.

Segundo Strunck (2012) o gerenciamento das marcas é uma das principais tarefas dos

profissionais que trabalham com marketing, assim como é a dos designers representá-las

visualmente, e dos publicitários explicitar seus valores e vendê-las. Partindo desse princípio

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universal, podemos relacionar o conceito de Branding como uma poderosa ferramenta de

gestão das marcas.

Definimos branding como sendo:

O conjunto de ações ligadas à administração das marcas. São ações que, tomadas

com conhecimento e competência, levam as marcas além da natureza econômica,

passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas. Ações com a

capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num mundo cada vez mais

confuso e complexo. (MARTINS, JOSÉ ROBERTO, 2006, p.8)

Toda essa integração conceitual passou a fazer parte do IESAM, a partir do momento que

sua identidade visual foi posicionada no mercado, mesmo com a ausência do branding,

criando uma marca conhecida e alinhada as ciências tecnológicas e ambientais que prega.

Todavia, o inicio do ano de 2014 trouxe um novo patamar mercadológico para a instituição,

que foi adquirida pela Faculdade Estácio de Sá.

Deixando de ser, somente, IESAM a instituição adotou a assinatura “Estácio IESAM”,

como mostra a figura 8, e passou a utilizar uma nova identidade visual, representada pelo

diamante da Estácio, sua família tipografia e sua cor, predominantemente, azul. Adequando-

se, de forma brusca, a um novo posicionamento estratégico.

Figura 8: Nova assinatura.

Fonte: IESAM, 2015.

As novas peças publicitárias e o reposicionamento da marca ainda estão sendo definidos

pela instituição que detém o IESAM, mas já é possível ver a utilização da marca em conjunto

com a Estácio na figura 9, é possível verificar a aplicação no modo monocromático (Negativo

e Positivo) do logotipo, visto que, a tendência é utilizar bastante o azul no fundo como cor

institucional dessa nova gestão.

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Figura 9: Anúncios publicitários atuais.

Fonte: IESAM, 2015.

Provavelmente, o novo posicionamento de marketing da Estácio IESAM, será abranger

os cursos da instituição fora do eixo gestão e tecnologia, ampliando dessa forma o target16

.

Essa é uma das estratégias que as empresas tem realizado ultimamente para evitar o declínio

nesse mercado competitivo. O reposicionamento de marca, então, torna-se a solução mais

coerente e viável para a nova gestão em vigor.

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É uma expressão usada no marketing para designar o público-alvo de um produto ou serviço.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise da antiga identidade visual do IESAM, baseou-se em um estudo de caso para

exemplificar a importância do design gráfico dentro da construção de marca. Notou-se com a

elaboração deste artigo, que a ausência de um Manual de Identidade Visual ou Manual de

Marca foi o critério determinante para alguns erros presentes no projeto.

Olhando pela ótica do design, se constitui fora dos padrões para qualquer empresa ou

instituição, elaborar todo um plano de negócio sem a consolidação de seu projeto gráfico.

Todo o produto em escala industrial não sai da fábrica para o consumidor sem o seu manual,

isso é totalmente válido para o design e suas vertentes. Todo o produto proveniente de um

designer, precisa de sua especificação técnica e seu modo de uso, facilitando assim sua

execução e reprodução por outras pessoas que desconhecem as artes gráficas.

Erros primários poderiam ter sido evitados se a instituição priorizasse a construção de sua

identidade visual desde o inicio, visto que, a partir da criação do logotipo, se tem o

desdobramento de todas as peças visuais. O processo de pensar o design e aplicá-lo em todas

as etapas produtivas de um negócio, favorece o crescimento do projeto no âmbito global,

reduzindo as possíveis margens de erro.

Como nosso objeto de estudo não passou por uma construção sensata em termos gráficos

e administrativos, foi possível perceber que toda a gestão envolvida na marca não foi

executada de forma a perdurar no mercado. Se a marca aplicasse o branding em seu

desenvolvimento, com certeza, não seria esquecida ou excluída por uma necessidade de

mercado, proveniente de uma transação financeira. Talvez nem fosse necessário toda uma

estratégia mercadológica de reposicionamento, porquanto estaríamos tratando de uma marca

com uma imagem melhor estabelecida.

Diante de todos esses argumentos apresentados, fica certo que a nova detentora da marca

vai abolir a utilização da mesma, passando a assinar todo o seu material publicitário, apenas,

com o logotipo Estácio, sem a utilização da sigla IESAM. Posteriormente, a Instituição de

Ensino Superior da Amazônia (IESAM) será franqueada como Estácio Belém, e essa nova

assinatura passará a ser utilizada no mercado.

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REFERÊNCIAS

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<http://www.iesam.com.br/revista_eletronica/Revista_10anos/revista_10_anos.pdf>. Acesso

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STRUNCK, Gilberto. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso. 4ª.ed. Rio

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gráfico. Porto Alegre: Bookman, 2011.

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