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ANO I - Nº 019 - quarta-feira, 25 de outubro de 2017 16 Páginas VEREADORES DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE MESA DIRETORA Presidente Prof. João Rocha Vice-Presidente Cazuza 2º Vice-Presidente Eduardo Romero 3º Vice-Presidente Ademir Santana 1º Secretário Carlão 2º Secretário Gilmar da Cruz 3º Secretário Papy • André Salineiro • Ayrton Araújo • Betinho • Chiquinho Telles • Delegado Wellington • Dharleng Campos • Dr. Antônio Cruz • Dr. Lívio • Dr. Loester • Dr. Wilson Sami • Enfermeira Cida Amaral • Fritz • João César Mattogrosso • Junior Longo • Lucas de Lima • Odilon de Oliveira • Otávio Trad • Pastor Jeremias Flores • Valdir Gomes • Veterinário Francisco • Vinicius Siqueira • William Maksoud APOIO LEGISLATIVO PROJETOS DE LEI PROJETO DE LEI Nº 8.717/17 ESTABELECE A POSSIBILIDADE DO AGENDAMENTO TELEFÔNICO DE CONSULTAS PARA PACIENTES IDOSOS E PARA PESSOAS COM DEFICI- ÊNCIAS JÁ CADASTRADAS NAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDEE DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS APROVA: Art. 1º - As consultas, nas Unidades de Saúde do Município de Campo Grande, para os pacientes idosos e as pessoas portadoras de necessidades especiais terão a possibilidade de serem agendadas por telefone. Parágrafo único - Para os fins desta lei, considera-se idosa a pessoa que com- provar idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos na data da consulta. Art. 2º - O agendamento de que trata esta lei somente será possível nas Unida- des de Saúde onde o paciente já estiver cadastrado. Art. 3º - Para receber o atendimento agendado por telefone, o paciente deverá apresentar, na ocasião da consulta a sua carteira de identidade ou o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 4º - As Unidades de Saúde deverão afixar em local visível a população, material indicativo sobre o conteúdo desta lei. Art. 5º - O Poder Executivo Municipal, no que couber, regulamentará a presente lei. Art. 6º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis- posições em contrário. Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017. DR. WILSON SAMI Vereador – PMDB JUSTIFICATIVA Por intermédio do presente projeto de lei pretende-se facilitar oagendamento de consultas para idosos e portadores de necessidades especiais nas unidades básicas de saúde (UBS). A proposta prevê a possibilidade de o agendamento ser feito por telefone, a partir do cadastro dos usuários. Desta forma, os pacientes não precisariam mais ir às UBS para solicitar um horário para conversar com profissionais das áreas de clínica geral e ginecologia, por exemplo. A expectativa é dar ao idoso e à PPNE maior comodidade e dignidade, haja vista que muitas vezes, eles precisam enfrentar chuva e frio para ir à unidade básica e marcar uma consulta. Em outras, ficam esperando por horas até serem atendidos. Se for feito o agendamento por telefone, a pessoa irá à UBS apenas no horário marcado. Leis federais e estaduais, entre elas o Estatuto do Idoso, incentivam o legislativo a criar mecanismos para facilitar a vida dos idosos, ou seja, a legislação atual prevê a prioridade no atendimento da população acima de 60 anos, porém, nenhuma das normas em vigor diz respeito ao agendamento de consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E nessa linha de pensamento também podemos inserir as PPNE. Importante ressaltar que a medida que não requer custos adi- cionais para o município porque todas as UBS já têm telefone, computadores e funcionários contratados. Só vai agilizar o processo. Dessa forma, o autor apresenta aos Edis este projeto de lei embasado nos ar- gumentos acima, para que seja o mesmo deliberado e aprovado pelos nobres pares. Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017. DR. WILSON SAMI Vereador – PMDB PROJETO DE LEI Nº 8.722/17 TORNA OBRIGATÓRIA A LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE CARRINHOS E CESTOS DE COMPRAS EM HIPERMERCADOS, SUPERMERCADOS, ATACA- DÕES E OUTROS SIMILARES, NO MUNÍCIPIO DE CAMPO GRANDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS APROVA: Art. 1º- Os hipermercados, supermercados, atacadões e outros similares do Município de Campo Grande, que disponibilizam carrinhos e cestos de compras, deverão manter sempre a limpeza e higienização dos mesmos a disposição dos consumidores. Art. 2º- A infração do disposto nesta lei acarretará ao estabelecimento a aplica- ção das seguintes penalidades: I - Advertência; II - Multa no valor de meio salário mínimo; III - Multa prevista no inciso II deste artigo aplicada em dobro, no caso reinci- dência; IV - Cassação do alvará de funcionamento; na quarta ocorrência. Art. 3º- Os estabelecimentos de que trata esta lei terão o prazo de 60 (sessen- ta) dias a contar da sua vigência. Art. 4º- As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Art.5º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis- posições em contrário. Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017. DR. WILSON SAMI Vereador – PMDB JUSTIFICATIVA Considerando que a Proposta em tela visa trazer segurança à saúde dos clientes dos supermercados na cidade de Campo Grande, evitando a transmissão de do- enças e a contaminação dos alimentos transportados nos carrinhos de compras, mediante a prevenção pela higienização periódica. Imperioso se faz a aprovação do presente projeto de Lei, pois irá contribuir so- bremaneira na prevenção de contaminação nos citados estabelecimentos. Assim, diante do exposto, contamos então com o indispensável apoio de nossos nobres pares para a aprovação desta importante propositura.

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ANO I - Nº 019 - quarta-feira, 25 de outubro de 2017 16 Páginas

VEREADORES DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDEMESA DIRETORAPresidente Prof. João RochaVice-Presidente Cazuza2º Vice-Presidente Eduardo Romero3º Vice-Presidente Ademir Santana1º Secretário Carlão2º Secretário Gilmar da Cruz3º Secretário Papy

• André Salineiro• Ayrton Araújo• Betinho• Chiquinho Telles• Delegado Wellington• Dharleng Campos• Dr. Antônio Cruz• Dr. Lívio

• Dr. Loester• Dr. Wilson Sami• Enfermeira Cida Amaral• Fritz• João César Mattogrosso• Junior Longo • Lucas de Lima• Odilon de Oliveira

• Otávio Trad• Pastor Jeremias Flores• Valdir Gomes• Veterinário Francisco• Vinicius Siqueira• William Maksoud

APOIO LEGISLATIVO

PROJETOS DE LEI

PROJETO DE LEI Nº 8.717/17

ESTABELECE A POSSIBILIDADE DO AGENDAMENTO TELEFÔNICO DE CONSULTAS PARA PACIENTES IDOSOS E PARA PESSOAS COM DEFICI-ÊNCIAS JÁ CADASTRADAS NAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDEE DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º - As consultas, nas Unidades de Saúde do Município de Campo Grande, para os pacientes idosos e as pessoas portadoras de necessidades especiais terão a possibilidade de serem agendadas por telefone.

Parágrafo único - Para os fins desta lei, considera-se idosa a pessoa que com-provar idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos na data da consulta.

Art. 2º - O agendamento de que trata esta lei somente será possível nas Unida-des de Saúde onde o paciente já estiver cadastrado.

Art. 3º - Para receber o atendimento agendado por telefone, o paciente deverá apresentar, na ocasião da consulta a sua carteira de identidade ou o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 4º - As Unidades de Saúde deverão afixar em local visível a população, material indicativo sobre o conteúdo desta lei.

Art. 5º - O Poder Executivo Municipal, no que couber, regulamentará a presente lei.

Art. 6º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-posições em contrário.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

JUSTIFICATIVA

Por intermédio do presente projeto de lei pretende-se facilitar oagendamento de consultas para idosos e portadores de necessidades especiais nas unidades básicas de saúde (UBS). A proposta prevê a possibilidade de o agendamento ser feito por telefone, a partir do cadastro dos usuários. Desta forma, os pacientes não precisariam mais ir às UBS para solicitar um horário para conversar com profissionais das áreas de clínica geral e ginecologia, por exemplo. A expectativa é dar ao idoso e à PPNE maior comodidade e dignidade, haja vista que muitas vezes, eles precisam enfrentar chuva e frio para ir à unidade básica e marcar uma consulta. Em outras, ficam esperando por horas até serem atendidos. Se for feito o agendamento por telefone, a pessoa irá à UBS apenas no horário marcado.

Leis federais e estaduais, entre elas o Estatuto do Idoso, incentivam o legislativo a criar mecanismos para facilitar a vida dos idosos, ou seja, a legislação atual prevê a prioridade no atendimento da população acima de 60 anos, porém, nenhuma das normas em vigor diz respeito ao agendamento de consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E nessa linha de pensamento também podemos

inserir as PPNE. Importante ressaltar que a medida que não requer custos adi-cionais para o município porque todas as UBS já têm telefone, computadores e funcionários contratados. Só vai agilizar o processo.

Dessa forma, o autor apresenta aos Edis este projeto de lei embasado nos ar-gumentos acima, para que seja o mesmo deliberado e aprovado pelos nobres pares.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

PROJETO DE LEI Nº 8.722/17

TORNA OBRIGATÓRIA A LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE CARRINHOS E CESTOS DE COMPRAS EM HIPERMERCADOS, SUPERMERCADOS, ATACA-DÕES E OUTROS SIMILARES, NO MUNÍCIPIO DE CAMPO GRANDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º- Os hipermercados, supermercados, atacadões e outros similares do Município de Campo Grande, que disponibilizam carrinhos e cestos de compras, deverão manter sempre a limpeza e higienização dos mesmos a disposição dos consumidores.

Art. 2º- A infração do disposto nesta lei acarretará ao estabelecimento a aplica-ção das seguintes penalidades:

I - Advertência; II - Multa no valor de meio salário mínimo; III - Multa prevista no inciso II deste artigo aplicada em dobro, no caso reinci-dência; IV - Cassação do alvará de funcionamento; na quarta ocorrência.

Art. 3º- Os estabelecimentos de que trata esta lei terão o prazo de 60 (sessen-ta) dias a contar da sua vigência.

Art. 4º- As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art.5º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-posições em contrário.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

JUSTIFICATIVA

Considerando que a Proposta em tela visa trazer segurança à saúde dos clientes dos supermercados na cidade de Campo Grande, evitando a transmissão de do-enças e a contaminação dos alimentos transportados nos carrinhos de compras, mediante a prevenção pela higienização periódica.

Imperioso se faz a aprovação do presente projeto de Lei, pois irá contribuir so-bremaneira na prevenção de contaminação nos citados estabelecimentos.

Assim, diante do exposto, contamos então com o indispensável apoio de nossos nobres pares para a aprovação desta importante propositura.

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Página 2 - quarta-feira - 25 de outubro de 2017 Diário do Legislativo - nº 019

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

PROJETO DE LEI Nº 8.723/17

ESTABELECE DIRETRIZES PARA A POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCA-ÇÃO ALIMENTAR ESCOLAR E COMBATE à OBESIDADE NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º - O Poder Público Municipal de Campo Grande, quando da formulação e realização da Política Municipal de Educação Alimentar Escolar e Combate a Obesidade, se pautará pelas diretrizes desta lei, como objetivos ou ações, en-tre outras possíveis e necessárias para garantir o direito à segurança alimentar e nutricional da merenda escolar, atendendo a primeira infância, as crianças, os adolescentes, e suas famílias.

Art. 2º - São diretrizes da Política Municipal de Educação Alimentar e Combate a Obesidade:

I -a promoção e a incorporação do direito à alimentação escolar adequada; II -acesso à alimentação de qualidade e de modos de vida saudável, privile-giando alimentos “in natura”; III - a promoção da educação alimentar e nutricional, considerando os hábitos alimentares e respeitando a faixa etária;IV -o fortalecimento das ações de vigilância sanitária dos alimentos; V -o apoio à agricultura, especialmente de natureza associativa e agricultura familiar; VI -a preservação e a recuperação do meio ambiente e dos recursos hídricos; VII - a promoção da participação permanente dos diversos segmentos da so-ciedade, civil.

Art. 3º - As crianças, adolescentes e suas famílias deverão receber orienta-ção sobre alimentação saudável, preferencialmente nos projetos pedagógicos respeitando os diferentes níveis de aprendizado, por intermédiode material didático, a ser utilizado nas atividades desenvolvidas nas escolas de educação infantil e básica sobre a obesidade.

Art. 4º - A instituição gradativa da Política Municipal de Educação Alimentar Escolar e Combate à Obesidade terá como objetivos:

I -estabelecer a avaliação periódica das crianças e adolescentes nas unidades escolares do município de Campo Grande, com medição de peso, altura e cir-cunferência abdominal; II -estimular a prática de atividades físicas; III - incentivar o consumo de alimentos naturais, aumentar a oferta de frutas e hortaliças, e a redução do consumo de sal; IV-desenvolver oficinas de culinária nas escolas, incluindo, quando possível, os familiares; V -incorporar o tema “Alimentação Saudável” no projeto político pedagógico das escolas de educação infantil e básica, perpassando as áreas de estudo e propiciando experiências no cotidiano das atividades escolares; VI -estimular as práticas agrícolas sustentáveis, que valorizam o cuidado com a terra e a água, buscando minimizar impactosambientais e visando a preser-vação de recursos naturais; VII - promoção de alimentos frescos e o estímulo à alimentação equilibrada, colorida e saudável; VIII - criar incentivos para a participação de profissionais em cursos e treina-mentos de atualização que envolva o tema alimentação saudável. Parágrafo único - As instituições da sociedade civil organizada e as entidades públicas de todas as esferas de governo poderão contribuir com sugestões, in-formações e recursos humanos e materiais para a plena consecução dos obje-tivos visados nesta lei através da celebração de convénios, acordos e parcerias com o Poder Público Municipal.

Art. 5º - O Poder Público Municipal de Campo Grande, levará em consideração para a efetivação da Política Municipal de Incentivo ao Desenvolvimento na Primeira Infância:

I -criação do Programa Educação Alimentar Escolar; II -estabelecer instrumentos legais no Plano Diretor da cidade que assegure espaços voltados às necessidades e características da Política Municipal de Educação Alimentar e Combate à Obesidade em instituições de educação in-fantil e básica;

Parágrafo único - O Programa Educação Alimentar Escolar e Combate à Obesi-dade, previsto no inciso I deste artigo, deverá ser formulado pelo Poder Execu-tivo no prazo máximo de um ano contado da publicação desta lei.

Art. 6º - 0 foco de todas as iniciativas tomadas com base nas diretrizes esta-belecidas nesta lei deverá ser a ação preventiva e o combate à:

I -obesidade; II -sobrepeso; III - hipertensão arterial; IV -diabetes tipo II; V -hipercolesterolemia; VI - aumento do triglicérides; VII - desenvolvimento de câncer;

VIII - problemas cardíacos; IX -doenças crônicas não transmissíveis; X -imobilidade humana; XI - instabilidade emocional e nas relações sociais; XII - exclusão social; XIII - mortalidade.

Art. 7º - O Poder Executivo Municipal regulamentará a presente Lei no prazo máximo de 90 (noventa) dias após a sua publicação.

Art. 8º - As despesas decorrentes da execução da presente lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 9º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-posições em contrário.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei tem por finalidade instituir diretrizes para uma ação pública de educação alimentar escolar com enfoque na diminuição da obesidade na primeira infância e entre crianças e adolescentes, reflexos da mudança de estilo de vida e dos maus hábitos alimentares adotados nas grandes cidades.

A Constituição Federal prevê no art. 227 que: “E dever da família, da socieda-de e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à pro-fissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

Assim, cabe ao Poder Público definir diretrizes, metas, objetivos, normas e prin-cípios para a implementação de políticas públicas de proteção integral a todas as crianças, sem restrição, reconhecendo sua cidadania e seus direitos inalie-náveis. A formulação de uma Política Municipal de Educação Alimentar Escolar e Combate à Obesidade Infantil é uma questão de saúde pública. A proteção à in-fância, o incentivo a educação, a prevenção da saúde, e a alimentação saudável são as principais ações de desenvolvimento integral da pessoa na fase adulta.

Em tempos em que os principais meios de diversão de crianças e adolescentes são o computador, o celular e o videogame, um problema cresce de forma cada vez mais rápida: a obesidade infantil.

A obesidade infantil transformou-se num problema sério de saúde, numa epide-mia que se alastra e já atinge parte expressiva da população nessa faixa etária. As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores tais como: hábitos alimentares errados, genética, estilo de vida, sedentarismo, distúrbios psicológicos, problemas familiares dentre outros. Em um recente estudo, a Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) detectou índices preocupantes: 155 mi-lhões de jovens apresentam excesso de peso em todo o mundo, ou seja: uma em cada dez crianças é obesa.

Só no Brasil, obesidade cresceu aproximadamente 240% nos últimos 20 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o país apresenta 6,7 milhões de crianças com problemas de obesidade. Segundo da-dos da Sociedade Brasileira de Pediatria, nos últimos 30 anos o índice de crian-ças obesas passou de 3% para 15% no país.

Neste contexto é a intenção prover a referida educação alimentar a partir da escola e da comunidade, aproveitando-se deste ambiente para adoção de no-vos hábitos alimentares.

Atualmente, a obesidade mata mais do que a fome no mundo. Segundo rela-tório da Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um reflexo das modificações no estilo de vida e dos hábitos alimentares como o aumento da in-gestão de alimentos com alto teor de gordura, sódio e açúcar, industrializados, fast-food e um baixo consumo de frutas, hortaliças, cereais “in natura”, aliado a isso, o sedentarismo acaba por iniciar o ciclo de possíveis complicações que o obeso poderá sofrer.

Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou o índice de sobrepeso e obesida-de dos brasileiros, que aumentou significativamente nos últimos quatro anos. Segundo IBGE, 34% das crianças de 5 a 9 anos encontram-se com sobrepeso, e 16% desta faixa etária apresentam-se com obesidade. Já os adolescentes entre 10 e 19 anos, 20% têm sobrepeso e 6% são obesos. Entre os adultos, 50% apresentam sobrepeso e 15 % estão obesos, ou seja, o excesso de peso atinge metade da população adulta.

É de extrema importância ter uma alimentação saudável, completa, variada e agradável ao paladar para a promoção da saúde, principalmente, para os jo-vens em fase de desenvolvimento, e para a prevenção e o controle de doenças crônicas não transmissíveis, que tem aumentado significativamente. É neces-sário ressalvarmos a importância de uma alimentação balanceada e saudável na primeira infância.

O controle do sobrepeso e da obesidade infantil começa em casa, com refeições balanceadas, incentivo à atividade física e mudança dos hábitos alimentares de toda a família. Crianças acima do peso e obesas estão propensas a desenvolver doenças secundárias como diabetes e doenças cardiovasculares quando jovens, e ainda, tornarem-se obesos na fase adulta. O conhecimento, as atitudes, os comportamentos e as habilidades desenvolvidas por meio de aulas, informa-ções no ambiente escolar, voltadas para a conscientização de hábitos alimen-

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tares saudáveis trará melhor qualidade de vida, capacitará crianças e jovens para fazerem escolhas corretas sobre comportamentos que promovam a saúde do indivíduo, família e comunidade.

Assim, cabe ao Município manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental, de proteção e defesa da saúde e dar prioridade absoluta para o desenvolvi-mento na infância.

Temos como objetivo fortalecer o compromisso da sociedade, família e educa-dores com as nossas crianças, mobilizando todos para a educação alimentar e o combate a obesidade infantil.

É neste sentido que se coloca a relevância deste Projeto Lei, que enfatiza a necessidade de uma abordagem integrada e articulada entre a família, a escola e o Município de Campo Grande, buscando alianças e parcerias, na efetivação dos direitos da criança.

Desse modo, rogo aos nobres pares a apreciação e aprovação desta proposi-tura.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

PROJETO DE LEI Nº 8.724/17

DISPÕE SOBRE O ATENDIMENTO INTEGRAL AO PORTADOR DE Pé DIA-BéTICO NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, E DÁ OUTRAS PROVIDÊN-CIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º - O Atendimento Integral ao Portador de Pé Diabético visa prevenir, diagnosticar e tratar os diversos tipos de lesões que o paciente diabético pode apresentar nos pés.

Art. 2º - A Rede Hospitalar, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Atendi-mento Ambulatorial do município de Campo Grande, oferecerão os serviços de podologia, em datas e horários pré-agendados, aos pacientes diabéticos.

Art. 3º - Os estabelecimentos elencados no artigo anterior promoverão cam-panhas de esclarecimentos sobre a importância dos cuidados com os pés dos pacientes diabéticos.

Art. 4º - O Executivo regulamentará esta lei no prazo de até 90 (noventa) dias.

Art. 5º - As despesas decorrentes desta lei correrão por dotações orçamentá-rias próprias, suplementadas, se necessário.

Art. 6º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-posições em contrário.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

JUSTIFICATIVA

Denominam-se “pé diabético” os diversos tipos de lesões que o paciente diabé-tico pode apresentar em seus pés, em consequência da associação de doença vascular periférica, neuropatia, deformações ortopédicas, infecções e trauma-tismos.

Diabetes e problemas do pé são quase sinônimos. É fato conhecido que os diabéticos são propensos à doença do pé e o temor de gangrena está presente nas mentes dos diabéticos que se esforçam para manter sua saúde e proteger suas vidas.

O presente projeto visa garantir o atendimento Integral ao Portador de Pé Diabético com o objetivo de prevenir, diagnosticar e tratar os diversos tipos de lesões que o paciente diabético pode apresentar nos pés.

Por todo o exposto e ante a relevância da matéria em apreço, peço o apoio dos nobres vereadores na aprovação da propositura.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

PROJETO DE LEI Nº 8.725/17

INSTITUI A SEMANA DE PREVENÇÃO AS DOENÇAS CORONARIANAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE E DÁ OU-TRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º - Fica instituída, no Município de Campo Grande, a Semana de preven-ção às doenças coronárias e suas consequências, a ser realizada anualmente na segunda semana do mês de outubro.

Parágrafo único - A data ora instituída passará a constar do Calendário Oficial de Datas e Eventos do Município de Campo Grande.

Art. 2º - O Poder Executivo poderá firmar parcerias com empresas, entidades assistenciais, mídia e profissionais liberais, a fim de incentivar a realização de atividades voltadas à prevenção das doenças coronárias, conforme previsto no art. 1º desta lei.

Art. 3º - Durante a Semana de que trata esta lei, serão desenvolvidas ativi-dades tais como: palestras, seminários, realização de exames, campanha de esclarecimento, etc.

Art. 4º - As despesas decorrentes da aplicação do disposto nesta Lei corre-rão por conta de dotação orçamentária específica, prevista na lei orçamentária anual, ficando o Poder Executivo autorizado a abrir créditos suplementares ou especiais necessários.

Art. 5º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-posições em contrário.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

JUSTIFICATIVA

Muitas são as causas, não naturais, que podem levar precocemente o ser hu-mano à morte, como acidentes, infecções, câncer entre outras. A Medicina e os Médicos têm procurado interferir, a fim de prolongar a vida das pessoas, contudo na maioria das vezes, esta intervenção se dá no momento em que o indivíduo já se encontra adoentado, muitas vezes de maneira irreversível, pois geralmente a procura do profissional de Saúde, se dá muitas vezes tardiamente impedindo que o tratamento seja eficaz.

O conceito de Medicina preventiva vem crescendo de forma exponencial, pois sabidamente muitas das moléstias que afetam a humanidade, poderiam ser evitadas com atitudes relativamente simples, e que por desconhecimento, des-crença ou falta de disciplina, acabam não sendo adotadas no dia a dia das pessoas.

Entre as doenças atualmente mais focadas estão as coronariopatias, que aca-bam por levar ao infarto do miocárdio, e vêm sendo alvo de campanhas pre-ventivas em várias partes do mundo, pois os casos, apresentaram um aumen-to substancial na população adulta, além disso vêm ocorrendo cada vez com maior frequência em pessoas jovens.

Por todo o exposto, solicito o apoio dos nobres vereadores para aprovação da proposta.

Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador – PMDB

PROJETO DE LEI Nº 8.726/17

INSTITUI NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, O “DIA DE REDUÇÃO DE DANOS”, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1° - Fica instituído, no âmbito do Município de Campo Grande, o Dia de Redução de Danos, a ser comemorado, anualmente, no dia 24 de Novembro.

Parágrafo Único - O Dia da Redução de Danos destina-se à adoção de estraté-gias que possibilitem a melhoria da qualidade de vida aos usuários de drogas.

Art. 2° - O dia Municipal de Redução de Danos passará a fazer parte do calen-dário oficial do município. Art. 3° - Os objetivos do Dia Municipal da Redução de Danos são:

I - Promover debates, eventos ou manifestações similares acerca da impor-tância da adoção de políticas e estratégias de Redução de Danos no Município;II - Incentivar ações relativas à estratégia de Redução de Danos no Município.

Art. 4° - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Sala das Sessões, 19 de Outubro de 2017.

HEDERSON FRITZ MORAIS DA SILVEIRAVereador - PSD

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei tem como escopo destacar e homenagear a importân-cia de estratégias de Redução de Danos na saúde pública, que se caracteriza como uma abordagem ao fenômeno das drogas, com a finalidade de minimizar

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danos sociais e à saúde associados ao uso de substâncias psicoativas.

A Redução de Danos surgiu em 1926, na Inglaterra, com a publicação do Re-latório Rolleston, a partir do qual se indicava a prescrição médica de opiáceos para dependentes químicos de heroína e morfina, como estratégia de apro-ximação dos usuários e para minimizar as mortes por overdose, decorrentes desse uso.

No Brasil, a primeira experiência em Redução de Danos, ocorreu em 24 de Novembro de 1989, na cidade de Santos, com a estratégia de distribuição de seringas estéreis entre usuários de drogas injetáveis com o objetivo de conter a disseminação do HIV, e desde então em muitos estados brasileiros tem sido desenvolvidas ações nesta perspectiva, sejam por instituições públicas ou por organizações da sociedade civil, e com apoio, sobretudo das diretrizes do Mi-nistério da Saúde, por meio dos Programas Nacionais de DST/AIDS, Hepatites Virais e Saúde Mental.

A história nos mostra que as estratégias de Redução de Donos evoluíram, não estando mais voltadas somente às drogas ilícitas e aos danos associados ao uso de drogas injetáveis. Também se expandiram, sendo aplicadas a outros contextos que não apenas o médico. Concomitantemente, a estratégia ganhou lugar nas políticas públicas voltadas para as questões relacionadas às drogas e status de legalidade em diversos países e estados.

Desde 1998, várias organizações não-governamentais e redes têm sido cria-das com o objetivo de apoiar iniciativas de Redução de Danos e desenvolver atividades nesse campo.

Insta salientar, que a promoção de estratégias e ações de Redução de Danos, é uma política de saúde pública amparada pelo artigo 196 da Constituição Fe-deral, como medida de intervenção preventiva, assistencial, de promoção da saúde e dos direitos humanos.

O objetivo da Redução de Danos é a melhoria da qualidade de vida dos usu-ários de drogas, levando sempre em consideração sua autonomia, protago-nismos e escolhas, pautadas nos Direitos Humanos e na garantia dos direitos individuais, coletivos e culturais destes cidadãos. Nesta estratégia, o cuidado é pensado junto com o usuário, para que o mesmo faça sentido em sua vida, tentando minimizar os riscos e os danos associados ao uso de drogas.

Desta feita, pelas razões acima expostas, acreditamos na valorização desta estratégia para o cuidado de pessoas que fazem o uso abusivo ou problemáti-co de drogas, portanto, solicitamos aos nobres pares, que dêem em favor da aprovação do presente Projeto de Lei, com o objetivo de incentivar e divulgar esta importante data no calendário oficial do Município.

Sala das Sessões, 19 de Outubro de 2017.

HEDERSON FRITZ MORAIS DA SILVEIRAVereador - PSD

PROJETO DE LEI Nº 8.727/17

DISPÕE SOBRE A INSTITUIÇÃO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA NA REDE DE ENSINO MUNICIPAL, (EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMEN-TAL) DE CAMPO GRANDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art.1º. Fica o Poder Executivo autorizado a implantar nos quadros funcionais das Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental um pro-fissional na área de psicologia com o objetivo de diagnosticar e intervir na melhoria da qualidade de ensino em situações que envolvam tal especialista.

§1º. O serviço psicológico será implantado em locais acima de 200 (duzentos) alunos, sendo que os profissionais referidos no caput do artigo exercerão suas atividades nas dependências dos estabelecimentos de ensino.

§2º. No estabelecimento de ensino que possua até 200 (duzentos) alunos, poderá ter um profissional no órgão central responsável, que disponibilizará o serviço conforme cronograma a ser estabelecido pelo órgão.

Art.2º. A Secretaria Municipal de Educação será responsável pelo planejamen-to e pela normatização no que se referir ao objeto desta lei.

Art. 3º. Compete ao Psicólogo Escolar executar as seguintes atividades:

I. Estudar, pesquisar e avaliar o desenvolvimento emocional e os processos mentais e sociais de indivíduos (alunos, familiares e servidores), grupos e instituições, com a finalidade de análise, tratamento, orientação e educação; II. Diagnosticar e avaliar distúrbios emocionais e mentais e de adaptação so-cial, elucidando conflitos e questões e acompanhar o(s) aluno (s) e demais indivíduos necessários durante o processo de tratamento ou cura;III. Investigar os fatores inconscientes do comportamento individual e grupal, tornando-os conscientes;IV. Coordenar equipes e atividades de área e afins.V. Executar atividades nos campos de psicologia aplicada ao trabalho dos ser-vidores do estabelecimento de ensino e de orientação na área escolar;VI. Realizar psicodiagnósticos para fins de ingresso, readaptação, avaliação das condições pessoais do servidor; VII. Averiguar causas de baixa produtividade de servidores e alunos;VIII. Assessorar o treinamento em relações humanas;IX. Empregar técnicas como testes de inteligência e personalidade, observa-

ções de conduta, etc.; X. Atender crianças excepcionais, com problemas de deficiência mental e sen-sorial ou portadora de desajustes familiares ou escolares;XI. Realizar pesquisas psicopedagógicas; XII. Confeccionar e selecionar o material psicodepagógico e psicológico neces-sário ao estudo dos casos;XIII. Elaborar relatórios de trabalhos desenvolvidos;XIV. Redigir a interpretação final após o debate e aconselhamento indicado a cada caso, conforme as necessidades psicológicas, escolares, sociais e profis-sionais do aluno ou demais indivíduos envolvidos no caso;XV. Manter atualizado o prontuário de cada caso estudado, fazendo os neces-sários registros; XVI. Manter-se atualizado nos processos e técnicas utilizadas pela Psicologia;XVII. Executar tarefas afins e que se fizerem necessárias no estabelecimento a que estiver lotada.

Parágrafo único. No caso de demandas psicoterápicas, encaminhar-se-á para outros profissionais e ou instituições que ofereçam o tratamento adequado.

Art.4º. Os (as) psicólogos (as) deverão desenvolver ações integradas, envol-vendo a família e a escola com todos os seus integrantes, no sentido de enca-minhar soluções aos (às) alunos (as) no combate a todo tipo de:

I. Violência;II. Preconceito;III. Bullying;IV. Agressividade; V. Repetência;VI. Evasão;VII. Falta de atenção e concentração;VIII. Desestruturação familiar;IX. Gravidez precoce;X. Drogas;XI. Depressão;XII. Sexualidade;XIII. Outros

Art.5º. Para fins de prestar serviços de psicologia poderão ser utilizados ser-vidores pertencentes ao quadro de carreira do Poder Executivo Municipal com devido registro no Conselho de Classe.

§1º. Não havendo servidores disponíveis para atender aos ditames da presente lei, poderá o Poder Executivo abrir concurso público, contratar ou utilizar de serviços de contratação de empresa prestadora de serviços.

§2º. Poderá também, o Poder Executivo Municipal celebrar convênio com Ins-tituições de Ensino Superior Público ou Privado na área de Psicologia, com o objetivo de utilizar-se dos serviços acadêmicos estagiários para o cumprimento ao disposto na presente lei.

Art.6º. As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art.7º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2017.

CARLÃO1º Secretário - PSB

JUSTIFICATIVA

A1presento este projeto de Lei em razão do que foi discutido e apresentado no “Fórum de discussão sobre combate ao suicídio”, ocorrido nesta casa no dia 17 de outubro do corrente ano, verificando a necessidade URGENTE de profis-sionais das áreas de Psicologia e também da implementação da contratação de profissionais da Assistência Social (Lei nº 5.192/13) nas dependências dos estabelecimentos públicos de ensino.

Sem falar na importância da regularização e execução da Lei nº 5.613/15 sobre programa de combate ao suicídio nas escolas, o qual poderá ser desenvolvido com a presença destes profissionais nas escolas. Problemas familiares, depres-são, bullying, sexualidade, drogas e choque de gerações são fatores que, há al-gumas décadas, vem tornando a vida dos pais e professores mais complicada e contribuem para a dificuldade dos alunos em se concentrarem na escola. E essa lista só tem aumentado. Neste século tudo contribui para que muitos jovens tenham problemas na hora de estudar. O resultado é um desempenho escolar ruim ou uma queda momentânea nas notas.

O serviço de psicologia escolar justifica-se pela pluralidade de situações, de-mandas e sujeitos que compõem o cenário escolar. Assim, compete a esse profissional desenvolver trabalhos de orientação vocacional e profissional com alunos, familiares, servidores e comunidade escolar, trabalhando no desenvol-vimento de ações preventivas, desenvolvendo ações com o corpo docente sobre temas pertinentes que merecem atenção na escola, realizando trabalhos com familiares, além de participar da construção do projeto político pedagógico da escola, dentre outros.

A atuação destes profissionais de psicologia nos dias atuais dentro do foco educativo e de promoção de saúde tem demonstrado, na sua concretude, uma crescente preocupação com as questões ligadas à cidadania, estado de direito, exclusão escolar, entendendo que não existe uma ação “neutra” e que toda ação é sempre mediada pelas questões éticas e políticas. Projeto de violência escolar e na vida são problemas de educação e cultura e esta análise e inter-pretação passa pelos profissionais especializados, pois a carga hoje exigida dos professores em sala de aula não é possível realizar, pois os mesmos também

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necessitam de auxilio técnico para identificar junto a seus alunos aqueles que possuem sintomas que os levarão ao suicídio, ao mau desempenho escolar, a depressão e tantos outros fatores que interferem diretamente no aprendizado do aluno. Desse modo, a atuação dos psicólogos nas instituições educativas baseia-se na perspectivas de promover saúde, devendo ser como interlocuto-res atentos, que dependerá de comportamento, relacionamento, participação, comunicabilidade, aceitação e poder de influência junto ao grupo trabalhado. A Psicologia Escolar contribuirá para alcançar os objetivos educacionais e para a recuperação da capacidade de transformação contínua da Instituição Educa-cional.

Para tanto, questiona a eterna repetição dos discursos e das práticas que to-mam como naturais ou individuais as queixas escolares, como a repetência, a evasão e os “maus comportamentos”. A Psicologia concebe a queixa escolar como fabricada no interior de um sistema complexo de relações – em que estão situados professores, equipe técnica e administrativa, alunos, família e a comunidade – estruturado de certo modo e em dado momento da história da Instituição e dos seus protagonistas. Entre os compromissos da Psicologia Escolar, destacamos o auxílio na garantia das possibilidades de acesso e per-manência na escola, contribuindo para o processo de inclusão social.

Estes profissionais poderão orientar em temas delicados, como a sexualidade e o uso indevido de drogas, bem como,nas situações conflituosas, o trabalho deles poderá restabelecer uma convivência saudável no ambiente escolar em todas as suas dimensões, poupando os mestres de desgastes emocionais co-muns. Este trabalho poderá ser individualizado, analisando as queixas apre-sentadas e identificando quais os setores podem contribuir para a resolução das demandas.

O psicólogo poderá atuar também enquanto um mediador ou facilitador de processos, investigando e intervindo junto aos professores, estudantes, fun-cionários, familiares e outros atores importantes para o universo educacional. O acompanhamento dos alunos em seus aspectos interrelacionais e pedagógi-cos, a realização de seminários com os temas emergentes no contexto escolar e uma atuação junto à articulação e ao fortalecimento da família acrescentarão e darão outro sentido à dinâmica escolar.

O Serviço de Psicologia Escolar poderá realizar, em parceria com outras insti-tuições, seminários e palestras destinadas ao público interno, com temáticas referentes a cada faixa etária, ao mercado de trabalho, à adolescência, à edu-cação, dentre outras. Poderá ainda ser responsável por programas realizados em grupo com o intuito de contribuir com os estudantes na construção de uma consciência crítica sobre seu processo de escolha profissional, buscando apri-morar a autonomia e a responsabilidade. Com este serviço também poderá a direção trabalhar em conjunto com este setor, fazendo analises criticas em relação às ações acerca da evasão e repe-tência, partindo do princípio de que toda queixa escolar é produzida por um contexto macro ou microssocial, no qual os diversos agentes do ato educativo estão implicados. Auxiliará também em ações de prevenção contra DSTs / AIDS, gravidez precoce e drogas, na Instituição, seguindo as diretrizes norte-adoras do Programa Nacional de Saúde e Prevenção nas Escolas, organizado pelo MEC.

Desta forma, peço o apoio dos meus nobres colegas desta Casa, no sentido de acolher e aprovar a proposição que ora submeto à Câmara Municipal.

Sala das sessões, 18 de outubro de 2017.

CARLÃO1º Secretário - PSB

PROJETO DE LEI Nº 8.728/17

CRIA O PROGRAMA ARTE COM PNEUS QUE DESTINA PNEUS INSERVÍ-VEIS PARA CONSTRUÇÃO DE PARQUES SUSTENTÁVEIS DESENVOLVI-DOS POR REEDUCANDOS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO EM TRABALHO DE RESSOCIALIZAÇÃO, NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRAN-DE - MS, NA FORMA QUE INDICA

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1° Fica o Poder Executivo autorizado a criar o Programa Arte com Pneus, com o objetivo de destinar parte dos pneus inservíveis armazenados nos eco-pontos do Município para construção de brinquedos, floreiras e canteiros em parques e praças pertencentes a qualquer órgão público municipal, incentivan-do o trabalho de ressocialização de detentos, bem como a conscientização e preservação ambiental.

Art. 2° São finalidades precípuas do Programa Arte com Pneus:

I - A qualificação profissional dos reeducandos para o mercado de trabalho e inclusão social; II – Promover a conscientização e preservação do meio ambiente por meio da reciclagem e redução do impacto ambiental; III - O reaproveitamento dos pneus inservíveis para criação de brinquedos, floreiras e canteiros em parques e praças do Município; IV – Intensificar ação de saúde com a eliminação de possíveis focos do mos-quito transmissor da dengue, zika e a chikungunya por meio da reciclagem de pneus inservíveis;

V – Estimular a cultura com o reaproveitamento da borracha dos pneus na produção de artes plásticas e ecodesign.

Art. 3° O Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no que couber, no pra-zo máximo de 06 (seis) meses, contados da data de sua publicação, podendo firmar parcerias com entidades públicas e privadas, objetivando a consecução das finalidades previstas neste diploma legal.

Art. 4° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, Campo Grande, 19 de outubro de 2017.

DELEGADO WELLINGTON EDUARDO ROMERO Vereador - PSDB Vereador - REDE

OTÁVIO TRADVereador - PTB

JUSTIFICATIVA

O Programa Arte com Pneus que tem a participação da AGEPEN - Agência Es-tadual de Administração do Sistema Penitenciário visa destinar parte dos pneus inservíveis armazenados nos ecopontos do Município para construção de brin-quedos, floreiras e canteiros em parques e praças municipais, utilizando-se da mão de obra dos reeducandos do sistema penitenciário.

O desequilíbrio provocado por ações do ser humano na natureza tem preocu-pado a sociedade moderna, por essa razão é crescente o interesse mundial por temas relacionados à preservação do meio ambiente e a conscientização da necessidade de realizar atividades ambientalmente corretas e do desenvolvi-mento de políticas preventivas.

No âmbito do Município de Campo Grande, a questão da preservação ambiental também é muito discutida, assim como a preocupação com os resíduos sólidos envolvendo sua geração, acondicionamento e destinação, e considerando o alto crescimento na geração desses materiais, tornou-se constante a busca por so-luções que minimizem o impacto ambiental.

Ocorre que os resíduos sólidos manejados de forma adequada podem ser rea-proveitados e utilizados como matéria-prima na manufatura de novos produtos, bem como adquirirem valor comercial. Portanto, a reciclagem é uma das alter-nativas para a preservação do meio ambiente.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada pela Lei n° 12.305/10 institui a responsabilidade compartilhada entre os geradores de resí-duos sólidos (fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos e o cidadão).

Os pneus inservíveis são resíduos sólidos que devem ser corretamente reco-lhidos e reciclados, pois o descarte incorreto contribui para o entupimento de redes de águas pluviais, ocasionamento de enchentes, poluição de rios e ainda propicia a criação de focos do mosquito da dengue.

Por meio das ações do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA com a finalidade de regulamentar os processos de destinação final de pneus, foi im-pulsionada a organização de uma cadeia de logística reversa de pneus inserví-veis no país, envolvendo também o IBAMA e instituições criadas pela indústria de pneumáticos para tratar diretamente do assunto e garantir o cumprimento das Resoluções.

De forma preventiva, em 2009 foi aprovada a Resolução CONAMA nº 416, que dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inserví-veis e sua destinação ambientalmente adequada.

Importante ressaltar que o presente Projeto de Lei complementa de forma in-tegrada e horizontalizada a Lei n. 5.865/17 que dispõe sobre o Plano Municipal de Segurança Pública de Campo Grande.

Em relação ao meio ambiente, o Programa colabora na conscientização e pre-servação ambiental por meio da destinação e do reaproveitamento dos pneus inservíveis na construção de parques e praças sustentáveis, atendendo o eixo 01 que trata da prevenção e do controle de delitos da referida Lei, com os te-mas educação ambiental em área de interesse social e agentes da Natureza – a cidade é nossa!

Na área da saúde, em atendimento ao eixo 03 contexto sócio urbanos seguros que trata da prevenção de focos do vetor da dengue – “Dengue mata”, atua de forma preventiva às doenças dengue, zika e chikungunya, uma vez que a reciclagem dos pneus inservíveis contribui com a eliminação dos criadouros do mosquito aedes aegypti.No tocante à questão social, em respeito ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, o Programa visa o incentivo à reintegração social dos reeducandos com uma qualificação profissional que atua de forma educativa e produtiva, conforme o disposto no Art. 28 da Lei de Execução Penal.

Nota-se ainda que o Programa Arte com Pneus efetiva o eixo 01 do Plano Mu-nicipal de Segurança Pública que visa a prevenção de delitos e da violência por meio do desenvolvimento inclusivo, instituições de segurança e justiça eficazes, além de medidas para estimular a convivência segura e cidadã.

O Programa também fomenta a cultura por meio da produção de artes plásticas e design sustentável ao projetar objetos físicos e ambientes em conformidade com os princípios da sustentabilidade social, econômica e ecológica, em cum-primento ao Eixo 06 fortalecimento da coesão social do Plano Municipal de Se-gurança Pública que trata do fortalecimento dos núcleos produtivos de cultura e arte.

Na área educacional, o Programa contribui com o trabalho lúdico desenvolvido na educação infantil facilitando o processo de aprendizagem e o desenvolvi-

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mento cognitivo, afetivo e psicomotor da criança, em conformidade com o Eixo 04, item 20 do Plano Municipal de Segurança Pública que estabelece a realiza-ção de ações para garantir os direitos das crianças e adolescentes.

Dessa forma, o presente Projeto de Lei se mostra oportuno diante da impor-tância da conscientização e preservação ambiental, bem como da reintegração social com a qualificação profissional aos reeducandos do sistema penitenciá-rio.

Pelo exposto, entende-se que esta proposição contribuirá para o aperfeiçoa-mento da Legislação Municipal, portanto, contamos com o apoio dos Nobres Pares para a aprovação.

Sala de Sessões, 19 de outubro de 2017.

DELEGADO WELLINGTON EDUARDO ROMERO Vereador - PSDB Vereador - REDE

OTÁVIO TRADVereador - PTB

PROJETO DE LEI Nº 8.729/17 SUBSTITUTIVA AO PROJETO DE LEI 8.605/17

DISPÕE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DE MEDIDAS A FAVOR DAS BOAS PRÁ-TICAS NA GRAVIDEZ E PUERéRIO NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE – MS

APROVA:

Art. 1° - A presente lei tem por objeto a implantação de medidas de informa-ção e proteção a favor das boas práticas na gravidez e puerpério no Município de Campo Grande e divulgação da Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal.

Art. 2° - Considera-se não atenção as boas práticas na gravidez e puerpério, todo ato praticado pelos profissionais de saúde que ofenda, de forma verbal ou física, as mulheres gestantes, em trabalho de parto ou, ainda, no período do puerpério.

Art. 3º - O Poder Executivo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde Públi-ca, elaborará a Cartilha dos Direitos da Gestante e da Parturiente, propiciando a todas as mulheres as informações e esclarecimentos necessários para um atendimento hospitalar digno e humanizado, visando à erradicação da violên-cia obstétrica.

§ 1º O custo da Cartilha dos Direitos da Gestante e da Parturiente poderá ser patrocinado por pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com critérios a serem estabelecidos pelo Poder Executivo.

§ 2º A Cartilha será elaborada com uma linguagem simples e acessível a todos os níveis de escolaridade.

Art. 4º - Para efeitos da presente lei exemplifica-se as boas práticas na gravidez e puerpério as seguintes condutas, com base na legislação federal, tratados e convenções internacionais, normas técnicas, portarias e resoluções federais:

I – evitar tratar a gestante ou parturiente de forma agressiva, não empática, grosseira, zombeteira, ou de qualquer outra forma que a faça se sentir mal pelo tratamento recebido;

II – não fazer graça ou recriminar a parturiente por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha ou dúvidas;

III – não fazer graça ou recriminar a mulher por qualquer característica ou ato físico como, por exemplo, obesidade, pelos, estrias, evacuação e outros;

IV – ouvir as queixas e dúvidas da mulher internada e em trabalho de parto;

V – não tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infan-tilizados e diminutivos, tratando-a como incapaz;

VI – fazer a gestante ou parturiente decidir-se por ia de parto específica (nor-mal ou cesariana) sem a devida explicação dos riscos que alcançam ela e o bebê;

VII – sensibilizar o gestor municipal para que não faltem vagas para atendi-mento de parto, haja vista tratar-se de emergência médica;

VIII – não promover a transferência da internação da gestante ou parturiente sem a análise e a confirmação prévia de haver vaga e garantia de atendimento, bem como tempo suficiente para que esta chegue ao local;

IX – não impedir que a mulher seja acompanhada por alguém de sua preferên-cia durante todo o trabalho de parto;

X – não impedir a mulher de se comunicar com o “mundo exterior”, tirando-lhe a liberdade de telefonar, fazer uso de aparelho celular, caminhar até a sala de espera, conversar com familiares e com seu acompanhante;

XI – estimular que a mulher e o recém-nascido sejam submetidos apenas a procedimentos recomendados pelas Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia e de Pediatria;

XII – sensibilizar o gestor municipal para que não faltem vagas em Centro Ci-rúrgico para anestesiar a paciente em trabalho de parto, dentro da indicação médica, quando esta assim o requerer;

XIII – proceder a episiotomia nos casos em que haja indicação médica;

XIV – fazer ações junto à Secretaria de Segurança Pública, para que o uso de algemas em detentas em trabalho de parto, seja evitado;

XV – evitar fazer qualquer procedimento sem, previamente, pedir permissão ou explicar, com palavras simples, a necessidade do que está sendo oferecido ou recomendado;

XVI – evitar, após o trabalho de parto, demorar injustificadamente para acomo-dar a mulher no quarto;

XVII – explicar a situação de hospital-escola e a presença de estudantes em treinamento, quando necessário;

XVIII – estimular qe a mulher e o recém-nascido sejam submetidos apenas a procedimentos recomendados pelas Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia e de Pediatria;

XIX – não retirar da mulher, depois do parto, o direito de ter o bebê ao seu lado no Alojamento Conjunto e de amamentar em livre demanda, salvo se um deles, ou ambos necessitarem de cuidados especiais;

XX – informar a mulher, com mais de 25 (vinte e cinco) anos ou com mais de 2 (dois) filhos sobre seu direito à realização de ligadura nas trompas gratuita-mente nos hospitais públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS);

XXI – não tratar o pai do bebê como visita e obstar seu livre acesso para acom-panhar a parturiente e o bebê a qualquer hora do dia.

Art. 5º - Os estabelecimentos hospitalares ficam obrigados a manter, em local visível e de fácil acesso ao público, pelo menos 1 (um) exemplar da Cartilha dos Direitos da Gestante e da Parturiente mencionada no artigo 3º desta lei e a expor cartazes informativos contendo as condutas elencadas nos incisos I a XXI do art. 4º desta Lei.

§ 1º Equiparam-se aos estabelecimentos hospitalares, para os efeitos desta Lei, os postos de saúde, as unidades básicas de saúde e os consultórios médicos especializados no atendimento da saúde da mulher.

§ 2º A cartilha e os cartazes referidos no caput deste artigo devem informar, ainda, os órgãos e trâmites para a denúncia nos casos de violência de que trata esta Lei.

§ 3º O custo das cartilhas e dos cartazes poderá ser patrocinado por pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com critérios a serem estabelecidos pelo Poder Executivo.

Art. 6º - A fiscalização do disposto nesta Lei será realizada pelos órgãos públi-cos nos respectivos âmbitos de atribuições, os quais serão responsáveis pela aplicação das sanções decorrentes de infrações às normas nela contidas, me-diante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa.

Art. 7º - As despesas com a execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, consignadas no orçamento vigente, suplementadas se necessário.

Art. 8º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei, nos termos do inciso VI do art. 67, da Lei Orgânica do Município, no prazo de 60 (sessenta) dias após sua publicação.

Art. 9º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das sessões, 19 de Outubro de 2017.

DR. WILSON SAMIVereador - PMDB

JUSTIFICATIVA

A violência obstétrica se caracteriza pela apropriação do corpo e processos re-produtivos das mulheres pelos profissionais de saúde, através do tratamento dezumanizado, abuso da medicalização e patologização dos processos naturais, causando a perda da autonomia e capacidade das mulheres de decidir livre-mente sobre seus corpos e sexualidade, impactando negativamente na quali-dade de vida das mesmas.

Em 2011 foi divulgada a pesquisa de opinião pública “Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado”, realizada em Agosto de 2010 pela Fun-dação Perseu Abramo e SESC, cujos resultados evidenciaram que 1 (uma) em cada 4 (quatro) mulheres sofre violência no parto.

Os tipos de violência registrados vão desde maus tratos e xingamentos, até agressões físicas e lesões corporais praticados pelos profissionais de saúde em face da mulher, que geralmente passa pelo processo do parto sozinha e sem comunicação com o meio externo.

A violência obstétrica contribui para a manutenção dos altos índices de mortali-dade materna e neonatal no país, os quais ainda são muito elevados em relação aos países mais desenvolvidos e impedem que o Brasil avance no cumprimento do compromisso internacional dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em especial as metas quatro e cinco, que dispõem sobre melhoria de saúde das

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gestantes e diminuição em ¾ da mortalidade infantil.

As condutas violentas que merecem o maior destaque, as quais contribuem diretamente para as causas de mortalidade materna, são: Episiotomia, Mano-bra de Kristeller, Cirurgia Cesariana Desnecessária e Falta de Atendimento no Abortamento.

Destaca-se que na maioria das vezes estes procedimentos são realizados sem o consentimento da mulher, que não é informada da necessidade nem dos riscos à sua saúde decorrentes desses procedimentos e que sequer tem co-nhecimento da necessidade de tais procedimentos serem autorizados por ela.

Ainda, quando a mulher é informada a situação se agrava, pois os procedimen-tos acontecem mesmo sem terem sido autorizados pela gestante/parturiente, como demonstra de forma contundente o documento “Violência Obstétrica – a Voz das Brasileiras”.

É de extrema importância criar mecanismos de controle para evitar a prática da violência obstétrica, que constitui violência de gênero contra a mulher e grave violação dos direitos humanos envolvidos, especialmente à luz de tratados in-ternacionais firmados pelo país para redução da violência contra a Mulher, tais como: a Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher de 1979 a qual fora ratificada em 1994 pelo Brasil e a Conven-ção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher adotada pela OEA em 1994 e ratificada pelo Brasil em 1995.

É importante ressaltar que existem muitas mulheres que sofrem violência obs-tétrica sem saber que isso de fato ocorreu e mesmo assim arcam com as consequências de tal prática por toda a vida, daí extrai-se a importância da divulgação da Cartilha dos Direitos da Gestante e da Parturiente e dos cartazes informativos, para que as mulheres tenham amplo acesso à informação e pos-sam exigir um parto humanizado.

Em acréscimo, tais ações de conscientização visam sensibilizar os profissionais da saúde a respeito da repercussão das más praticas nas mulheres e seus bebes, esclarecendo o conceito de humanização do parto a fim de que os mes-mos possam reconhecer os aspectos fisiológicos e psicológicos envolvidos nos processos de parto e puerpério, para que haja uma atuação mais respeitosa e humana.

Pela relevância da temática e, ainda, como forma de coibir toda e qualquer violência obstétrica contra a mulher no município de Campo Grande, MS, conto com os nobres Pares para a aprovação deste Projeto de Lei.

Sala das sessões, 19 de Outubro 2017.

DR. WILSON SAMIVereador - PMDB

PROJETO DE LEI Nº 8.730/17

INSTITUI O DIA MUNICIPAL DE MOBILIZAÇÃO PELO FIM DA VIOLÊN-CIA CONTRA A MULHER

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º Fica instituído o Dia Municipal de Mobilização pelo Fim da Violência Con-tra a Mulher, a ser comemorado, anualmente, no dia 25 de novembro.

Art. 2º A data tem como objetivo sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de erradicar a violência contra a mulher, bem como divulgar os mecanismos legais existentes para coibir a referida violência.

Art. 3º Na data a que se refere o art. 1º, serão realizadas, no Município de Campo Grande, ações de mobilização, palestras, debates, encontros, panfle-tagens, eventos e seminários, visando ao enfrentamento à violência contra a mulher, estendendo-se as atividades até o dia 10 de dezembro, instituindo no Calendário Municipal de Campo Grande a Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher.

Art. 4º O órgão gestão municipal das políticas públicas para mulheres ficará responsável pela realização das atividades previstas no art. 3º deste artigo, podendo firmar parcerias e convênios com empresas públicas, privadas e ins-tituições não governamentais.

Art. 5º As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário, devendo os orçamentos futuros destinar recursos específicos para seu fiel cumprimento.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, Campo Grande, 19 de outubro de 2017.

DELEGADO WELLINGTONVereador - PSDB

JUSTIFICATIVA

A violência contra mulheres tem atingido níveis aberrantes e se faz necessário adotar providências de prevenção a esse tipo de crime hodierno.

Em 1991, 23 mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (Center for Women’s Global Leadership - CWGL), lançaram

a Campanha dos 16 dias de ativismo com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. As par-ticipantes escolheram um período de significativas datas históricas, marcos de luta das mulheres, iniciando a abertura da Campanha no dia 25 de novembro - declarado pelo I Encontro Feminista da América Latina e Caribe (em 1981) como o dia Internacional de Não Violência Contra as Mulheres - e finalizando no dia 10 de dezembro - dia Internacional dos Direitos Humanos. Desse modo a campanha vincula a denúncia e a luta pela não violência contra as mulheres à defesa dos direitos humanos.

Hoje, cerca de 130 países desenvolvem esta Campanha, conclamando a socie-dade e seus governos a tomarem atitude frente à violação dos direitos huma-nos das mulheres.A Campanha no Brasil Os 16 dias de ativismo foi assumida pelo movimento feminista brasileiro, sintonizado com a Campanha Internacional. Conquistou espaço na agenda brasileira e desde 2003 vem sendo coordenada pela organi-zação não governamental AGENDE (Ações em Gênero, Cidadania e Desenvol-vimento), com importantes ações de divulgação, mobilização e organização da campanha.

O Brasil antecipou o início desta Campanha para o dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra - pelo reconhecimento histórico da opressão e discriminação contra a população negra e, especialmente, as mulheres negras brasileiras que têm suas vidas marcadas pela opressão de gênero, raça e classe social. Discutindo a abrangência da temática.

A compreensão crítica da realidade em uma perspectiva de totalidade pressu-põe entender os fenômenos sociais em suas dimensões objetivas e subjetivas, particulares e universais, determinados pelo processo de produção e reprodu-ção das relações sociais. As diferentes estratégias de luta efetivadas pelo mo-vimento feminista nas últimas décadas possibilitaram dar visibilidade às formas de violência de gênero e doméstica contra as mulheres como uma questão pú-blica a ser enfrentada no âmbito dos direitos humanos e da luta por uma nova sociedade sem opressão e exploração, superando assim uma visão equivocada que concebia este tipo de violência como expressão das relações pessoais, que por acontecer no âmbito privado não deveria ter intervenção pública.

O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) con-sidera que a violência de gênero é o tipo de violência que mais afeta a vida das mulheres, gerando insegurança, medo, sofrimento e lesões físicas, mentais e sexuais, além da permanente ameaça e efetiva morte.

A expressão violência de gênero é utilizada para tipificar um padrão específico de violência, padrão este que visa à preservação secular do sistema patriarcal e sua lógica de subalternizar o gênero feminino, ancorado na desigualdade social e nas formas de dominação reproduzidas na sociabilidade do capital.

Os indicadores são estarrecedores e indignantes sendo que a violência de gêne-ro contra as mulheres é um fenômeno que atinge uma em cada três mulheres e meninas no mundo.

O Relatório da Anistia Internacional (2001) divulgou que o tráfico de seres humanos é a terceira maior fonte de lucro do crime organizado no mundo, depois das drogas e armas. Sabe-se que a meta do tráfico não é tão somente a prostituição, e abrange também submeter condições de trabalho a situações semelhantes à escravidão.

Os poucos e alarmantes dados disponíveis indicam que nos EUA cerca de 50 mil mulheres e crianças ingressem no país, submetidas ao tráfico ilegal de seres humanos. Na União Européia, essa condição atinge cerca de 120 mil mulheres. A ONU (2000), em seu informe sobre dados da população mundial, afirma que 2 milhões de meninas entre 5 e 15 anos são subjugadas, a cada ano, ao vio-lento e aviltante processo do comércio sexual. O Ministério da Saúde brasileiro (2007), no Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de AIDS e outras DST, mostra que 17,3 milhões de mulheres com 15 anos ou mais estão vivendo com HIV no mundo. Isto representa cerca de 50% do total de pessoas infectadas. Na África subsaariana, cerca de 3 entre 4 pessoas jovens (de 15 a 24 anos) que vivem com HIV são do sexo feminino. A Organização Mundial da Saúde (1999) afirmava que de 85 a 115 milhões de meninas e mu-lheres são submetidas a alguma forma de mutilação genital por ano. A OMS, em 1998, apontava que 20 milhões de abortos inseguros eram realizados no mundo, reconhecidos como uma questão gravíssima de saúde pública. E mais, 98% das mortes por aborto ocorrem em países menos desenvolvidos.

Após uma década essa situação pouco se alterou. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD, 1998) apontava que a cada 5 anos a mulher perde um ano de vida saudável se sofrer violência doméstica; que um a cada 5 dias de faltas de trabalho no mundo é causada pela violência doméstica sofrida pelas mulheres. As pesquisas internacionais apontam que entre um milhão de pes-soas que vivem com menos de um dólar por dia a maioria é mulher, o que vem sendo considerado como expressão da feminização da pobreza.

O Brasil é considerado o maior exportador de mulheres para fins de exploração sexual e comercial na América Latina. São meninas e jovens entre 15 e 27 anos, em sua maioria negra. A pesquisa IBOPE (2004) aponta que a violência de gênero contra elas é o problema que mais preocupa as mulheres brasileiras. Cerca de 91% dos brasileiros (homens e mulheres), nessa mesma pesquisa, consideram muito grave o fato de as mulheres serem agredidas por seus com-panheiros.

No entanto, essa preocupação não se manifesta de fato no cotidiano da vida das mulheres, uma vez que pesquisa da Fundação Perseu Abramo indica que a cada 15 segundos uma mulher é vítima de espancamento por um homem (companheiro ou ex).

A mesma pesquisa apresenta que, em mais da metade destes casos, as mulhe-

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res não pedem ajuda. Isso revela como as relações desiguais de gênero mar-cam a vida das mulheres, silenciando suas vozes e a tomada de decisão para exigir reparação e justiça quando seus direitos são violados.

Contribui enormemente para esse silêncio o medo, muitas vezes fortalecido nas relações pessoais e familiares, quando as mulheres que sofrem violência não dispõem de acesso aos serviços e políticas públicas que reconheçam suas necessidades e demandas objetivas e subjetivas. O enfrentamento da violên-cia contra as mulheres é tarefa complexa que exige processos articulados e estratégias de caráter público. Não se trata de responsabilizar a vítima nem de desconsiderar a dimensão subjetiva, por onde se movem toda ordem de dificuldade quanto ao reconhecimento da opressão vivenciada e a busca de enfrentamento.

Diante da temática de extrema relevância solicito aos nobres pares a sensibi-lidade em votar a matéria. Sala das Sessões, Campo Grande, 19 de outubro de 2017.

DELEGADO WELLINGTONVereador - PSDB

PROJETO DE LEI Nº 8.731/17 INSTITUI O BANCO DE IDEIAS NO LEGISLATIVO MUNICIPAL DA CIDA-DE DE CAMPO GRANDE–MS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º - Fica instituído na cidade de Campo Grande – MS o “Banco de ideias”, no âmbito do Legislativo Municipal, como centro de recebimento das mais di-versas demandas da sociedade.

Parágrafo Único: O Banco de Ideias deverá receber projetos da sociedade civil e oficiar órgãos públicos, organizações sociais, conselhos municipais, univer-sidades, secretarias ou autarquias pertinentes à demanda a fim de buscar amparo técnico para viabilidade da ideia apresentada, podendo estabelecer convênio cooperativo com a iniciativa privada.

Art. 2º - Fica sob responsabilidade da Câmara Municipal, via Mesa Diretora ou por meio de parlamentar específico, a elaboração de projetos de lei suplemen-tares caso necessários, bem como a convocação de Audiências Públicas para debater as ideias apresentadas.

Parágrafo Único: Havendo apresentação de projeto de lei referente ou decor-rente das propostas apresentadas, as mesmas deverão seguir o mesmo trâ-mite regimental da Casa de Leis, como análise da Procuradoria Jurídica e das comissões de mérito.

Art. 3º - A Escola do Legislativo atuará como gestora do Banco de Ideias, devendo articular, mediar e estabelecer os prazos necessários para dar anda-mento às propostas.

Art. 4º - As propostas apresentadas pela sociedade deverão ser protocolizadas pela Casa de Leis e uma cópia fornecida ao cidadão/entidade coautora.

Art. 5º - Fica a cargo da Escola do Legislativo a elaboração do rascunho da proposta e a cargo da Mesa Diretora a distribuição da matéria para todos os parlamentares tomarem conhecimento e, eventualmente complementarem os projetos.

Art. 6º - Fica a cargo da Câmara Municipal a elaboração e realização de cam-panhas de comunicação para dar conhecimento à população sobre o Banco de Ideias, bem como informar os mecanismos para apresentação de ideias.

Art. 7º - O Banco de Ideias poderá percorrer a cidade de forma itinerante em sessão comunitária para debate e coleta de propostas.

Art. 8º – As propostas apresentadas e que se aplicarem na prática deverão compor campo específico no site oficial da Câmara Municipal de Campo Gran-de, a fim de promover a gestão participativa.

Art. 9º - O não cumprimento desta lei resultará nas seguintes sanções:

I – Notificação para adequação;

II – Em caso de não atendimento da sanção, caberá ainda abertura de proces-so disciplinar administrativo para apuração de responsabilidade.

Art. 10º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, 20 de outubro de 2017.

WILLIAM MAKSOUDVereador- PMN

JUSTIFICATIVA

A presente proposta busca implementar um novo conceito de cidade, legisla-tura e gestão pública participativa, estreitando ainda mais a relação entre par-lamentares, Câmara Municipal e a sociedade organizada, por meio do Banco de Ideias.

Estabelecendo uma rede cooperativa institucionalizada com a chancela do Le-gislativo é possível aperfeiçoar resultados em diversos setores da sociedade e ampliar a eficácia das propostas apresentadas ao parlamento, garantindo que os anseios e necessidades da população possam converter-se em práticas efetivas na Cidade de Campo Grande, além de desenvolver o pensamento ex-ponencial para líderes dos setores público e privado, favorecendo o crescimento econômico através do protagonismo social.

Sala das Sessões, 20 de outubro de 2017.

WILLIAM MAKSOUDVereador- PMN

PROJETO DE LEI Nº 8.732/17

CRIA O PROGRAMA DE REDISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS EXCEDENTES E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a criar o Programa de Redistribuição de Alimentos Excedentes para reaproveitar produtos alimentares, perecíveis e não perecíveis provenientes das sobras limpas de mercados, supermercados, hipermercados e mercados populares, para que venham a ser classificados e posteriormente doados e distribuídos a entidades de caráter assistencial.

§ 1º Os alimentos perecíveis, a que se refere o caput são os alimentos de ori-gem vegetal, aptos para reaproveitamento, mas impróprios para comercializa-ção.

§ 2º Os alimentos não perecíveis, a que se refere o caput são aqueles que se encontram próximo do prazo de validade estabelecido pelo fabricante ou com embalagem danificada de modo que os tornem impróprios para comercializa-ção, sem prejuízo de sua qualidade para consumo.

Art. 2º - As entidades, doadoras e receptoras, que participarem do Programa, devem seguir parâmetros e critérios, nacionais e/ou internacionais, reconheci-dos, que garantam a segurança do alimento em todas as etapas do processo de produção, transporte, distribuição e consumo.

Art. 3º - O Programa terá como principal objetivo captar e receber alimentos em condições próprias, no que concerne a inocuidade do alimento, para o con-sumo com segurança.

Parágrafo único: Inocuidade do alimento é um conceito que no âmbito das ci-ências alimentares significa que o alimento ou matéria prima do produto final não se encontram produtos químicos ou biológicos capazes de produzir efeitos prejudiciais à saúde humana; aqueles que não causam danos.

Art. 4º - As instituições sociais beneficentes, públicas ou privadas, que poderão ser assistidas são as que atendam a segmentos populacionais em situação de carência, de pobreza ou de exclusão como creches, escolas, abrigos para ido-sos, albergues, casas de apoio, as que tratam dependentes químicos e outras instituições sociais que tenham condições de receber os alimentos.

Art. 5º - As Instituições sociais beneficiadas deverão manipular os produtos recebidos e elaborar suas refeições, exclusivamente, no seu local de assistên-cia, ficando vedada qualquer transferência das preparações ou dos produtos in natura recebidos em doação.

Art. 6º - A transferência dos alimentos em disponibilidade deverá ser feita de forma gratuita para as entidades que prestem assistência às pessoas carentes.

Art. 7º - A preparação, saída e transporte de produtos alimentícios, industriali-zados ou não industrializados, preparados ou não preparados pelos mercados, supermercados, hipermercados e mercados populares, que possam ser doados às entidades de caráter assistencial, para distribuição gratuita a pessoas caren-tes, fica a critério da entidade interessada na doação.

Art. 8º - A pessoa jurídica que doar alimentos perecíveis e não perecíveis em quaisquer das etapas do processo, diretamente às instituições sociais, públicas ou privadas, para distribuição gratuita, está isenta da imputação de infração causada por doença transmitida por alimentos, desde que não caracterizada:

I - dolo, fraude ou má fé;II - tendo conhecimento do ato ou fato lesivo, deixou de tomar as medidas cor-retivas para evitar ou sanar o dano;III - reincidência.

Art. 9º – Caberá ao Poder Executivo Municipal regulamentar o órgão que por intermédio de seu corpo técnico será responsável por determinar os critérios de coleta, de distribuição de alimentos, da fiscalização a ser exercida, bem como o credenciamento e o acompanhamento das entidades beneficiárias, desde que devidamente cadastradas.

Art. 10 - Será estipulado pelo Poder Executivo um selo de identificação, que de-verá ser afixado em local visível no estabelecimento comercial, com o objetivo de identificar que aquele estabelecimento faz parte do Programa de Redistribui-ção de Alimentos Excedentes.

Art. 11 - A presente Lei deverá ser regulamentada pelo Poder Executivo, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de sua aprovação.

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Art. 12 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, Campo Grande, 20 de outubro de 2017.

DELEGADO WELLINGTONVereador - PSDB

JUSTIFICATIVA

Todo mundo tem direito a uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente.

Isso é o que chamamos de Segurança Alimentar e Nutricional, que deve ser totalmente baseada em práticas alimentares promotoras da saúde, sem com-prometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Alimentar é questão de vida e de morte. Somos uma sociedade faminta e de-sigual.

A fome provém da falta de alimentos que atinge um número elevado de pes-soas no Brasil e no mundo. Apesar dos grandes avanços econômicos, sociais, tecnológicos, a falta de comida para milhares de pessoas no Brasil continua, e em Campo Grande não é diferente. Esse processo é resultado da desigualdade de renda, a falta de dinheiro faz com que cerca de 32 milhões de pessoas pas-sem fome, mais 65 milhões de pessoas que não ingerem a quantidade mínima diária de calorias, ou seja, se alimentam de forma precária.

Número extremamente elevado, tendo em vista a extensão territorial do país que apresenta grande potencial agrícola. Mas isso é irrelevante, uma vez que existe uma concentração fundiária e de renda. Grande parte do dinheiro do país está nas mãos de somente 10% da população brasileira.

O difícil é entender um país onde os recordes de produção agrícola se modi-ficam de maneira crescente no decorrer dos anos, enquanto a fome faz parte do convívio de um número alarmante de pessoas. A monocultura tem como objetivo a exportação, pois grande parcela da produção é destinada à nutrição animal em países desenvolvidos.Mesmo com programas sociais federais e estaduais o problema da fome não é solucionado, o pior é que ela se faz presente em pequenas, médias e grandes cidades e também no campo, independentemente da região ou Estado brasi-leiro.

A presente proposição objetiva a criação do Programa de Redistribuição de Ali-mentos Excedentes, que tem como principal finalidade racionalizar e otimizar a distribuição e a utilização de alimentos para segmentos populacionais em si-tuação de carência, de pobreza ou de exclusão como creches, escolas, abrigos para idosos, albergues, casas de apoio, as que tratam dependentes químicos e outras instituições sociais e que tenham condições de receber os alimentos.

Além disso, os participantes deste programa receberão um selo que identifica-rá a empresa comprometida com as entidades sociais.

A adoção da nossa proposta representará um avanço nas conquistas sociais das pessoas com deficiência alimentar e nutricional, facilitando-lhes o acesso ao alimento.

Dessa feita, pela necessidade fisiológica e humana, bem como de estabelecer o devido contrato social para a segurança da dignidade da pessoa humana e pela importância relevante de se propagar este hábito e dar conhecimento deste a toda população, peço a atenção dos nobres pares para a aprovação da presente propositura. Sala das Sessões, Campo Grande, 20 de outubro de 2017.

DELEGADO WELLINGTONVereador - PSDB

PROJETO DE LEI Nº 8.736/17

DISPÕE SOBRE OS SERVIÇOS E PROCEDIMENTOS FARMACÊUTICOS PERMITIDOS NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE E DÁ OUTRAS PRO-VIDÊNCIAS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1º Ficam permitidas as farmácias realizarem os serviços e procedimentos farmacêuticos, executados em caráter permanente ou eventual, por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Art. 2º Farmácia é a unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individu-al e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medi-camentos magistrais, oficiais, farmacopéicos ou industrializados, cosméticos, insumos e produtos farmacêuticos e correlatos, sendo classificados segundo sua natureza:

I- Farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento de dispensação ou comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos, cosméticos e correlatos em suas embalagens originais.II- Farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficiais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farma-cêuticos, cosméticos e correlatos, compreendendo o da dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente

de assistência médica.

Parágrafo único: as atribuições do farmacêutico nesses estabelecimentos são aquelas regulamentadas pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), observadas a legislação sanitária vigente aplicável.

Art. 3° As farmácias de qualquer natureza e seus respectivos farmacêuticos devidamente habilitados ficam autorizados à prestação dos seguintes serviços e procedimentos farmacêuticos:

I- Administração de vacinas e demais medicamentos, desde que de acordo com a segurança médica do paciente;II- Realização de testes de saúde, utilizando equipamentos ou dispositivos de Testes Laboratoriais Remotos- TLR (point- of- care testing) e de autoteste;III- Organização dos medicamentos, por meio de aparelhos manuais ou au-tomatizados, denominados “pill boxes”, organizadores de comprimidos, entre outros;IV- Determinação de parâmetros clínicos fisiológicose antropométricos;V- Acompanhamento farmacoterapêutico;VI- Rastreamento e educação em saúde;VII- Manejo de problemas de saúde autolimitados;VIII- Revisão da farmacoterapia, gestão da condição de saúde;IX- Monitorização terapêutica de medicamentos;X- Conciliação de medicamentos, bem como outros serviços e procedimentos farmacêuticosque vierem a ser regulamentados pelo Conselho Federal de Far-mácia.

Art. 4° Para o funcionamento das farmácias, bem como outros serviços e pro-cedimentos farmacêuticos que vierem a ser regulamentados pelo Conselho Fe-deral de Farmácia.

I- Ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento;II- Ter a localização e estrutura física adequada, sob o aspecto sanitário;III- Dispor de equipamentos necessários à conservação adequada de imunobio-lógicos e termolábeis em consonância com as normas;IV- Contar com equipamentos e acessórios que satisfaçam os requisitos téc-nicos estabelecidos pela Vigilância Sanitária e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Art. 5° Cabe ao farmacêutico avaliar a necessidade de encaminhamento do paciente a outro profissional ou serviço de saúde, quando as suas necessidades de saúde não puderem ser atendidas na farmácia.

Art. 6° Ao farmacêutico é garantida a independência técnica e autonomia para implantar e desenvolver serviços, além de procedimentos farmacêuticos previs-tos em legislação específica.

Art. 7° A indumentária e a identificação do farmacêutico devem garantir a sua distinção, sendo vedado o seu uso por outrem.

Art. 8° Para as prestações dos serviços e procedimentos farmacêuticos a farmá-cia de qualquer natureza deverá dispor de sala de atendimento com condições sanitárias mínimas, a fim de realizar todos os serviços, procedimentos presta-dos e assim permitam o atendimento do paciente com segurança, conforto e privacidade visual e sonora.

Art. 9° As vacinações administradas nas farmácias de qualquer natureza, devi-damente legalizadas, são válidas para fins legais em todo o território nacional, sendo que as vacinas não previstas no calendário de vacinação oficial ou da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) deverão ser mediante prescrição médica.

§1° As farmácias de qualquer natureza devem registrar as vacinas aplicadas em carteira de vacinação, a ser entregue ao paciente em meio físico ou digital, na qual deve constar: a identificação do paciente, data da aplicação, o nome e o lote da fabricação de cada vacina aplicada.

§2° A farmácia deverá informar a Secretária Municipal e Estadual de Saúde via Vigilância Epidemiológica, trimestralmente, as doses de vacinas aplicadas no estabelecimento, conforme modelo a ser fornecido pelo órgão.

§3° Na observação de eventos adversos pós-vacinais relevantes, o farmacêuti-codeverá registrar o evento ocorrido por meio do Sistema Nacional de Notifica-ções em Vigilância Sanitária- NOTIVISA.

§4° O farmacêutico e o responsável legal pela farmácia são responsáveis pela guarda e o armazenamento das vacinas, respondendo pela preservação de sua qualidade desde seu recebimento até sua administração no paciente, devendo seguir boas práticas de armazenamento desses medicamentos, conforme dire-trizes técnicas, mais atualizadas, publicadas pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e o Ministério da Saúde.

§5° Os testes de saúde realizados pelo farmacêutico devem ser feitos exclusi-vamente por meio de amostra de sangue obtida por punção capilar e utilizando equipamentos registrados na ANVISA para uso como Testes Laboratoriais Re-motos – TLR (point-of care) ou produtos para autoteste, conforme definido na RDC n° 36 de 26/08/2015 ou outra que venha substituí-la.

§6° Os parâmetros antropométricos fisiológicos permitidos incluem: altura, peso, distribuição corporal, circunferências de cintura e quadril, pressão arte-rial, temperatura corporal, ritmo e frequência cardíaco, frequência respiratória, pico de fluxo expiratório, dentre outros.

§7° A farmácia e o farmacêutico Responsável Técnico (RT) devem garantir o registro, a guarda, a recuperação, a rastreabilidade dos resultados dos testes, bem como e a qualidade dos testes de saúde e dos determinação dos parâme-

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tros clínicos feitas nos estabelecimentos devendo utilizar somente equipamen-tos e dispositivos devidamente registrados pela ANVISA.

Parágrafo único- o registrodos serviços e procedimentos farmacêuticos deverá ser feito sem egundo recomendações do Conselho Federal de Farmácia- CFF.

§8° As farmácias de qualquer natureza e o farmacêutico são responsáveis pelo registro, guarda, recuperação e rastreabilidade das informações do paciente obtidas pela prestação de serviços e procedimentos farmacêuticos, em meio físico ou digital, devendo preservar a privacidade dos pacientes.

Parágrafo único: O registro das informações sobre o paciente resultantes da prestação de serviços e procedimentos farmacêuticos devemser guardado pelo estabelecimento, pelo período de 5 (cinco) anos.

Art. 10 A farmácia e o farmacêutico devem fornecer ao paciente documento comprobatório ou educativo correspondente ao serviço ou procedimento rea-lizado.

Art. 11 Nenhuma farmácia de qualquer natureza poderá funcionar sem estar devidamente licenciada pelo órgão competente de Vigilância Sanitária local, mediante a liberação do Alvará Sanitária contendo a possibilidade da prestação de serviços e procedimentos farmacêuticos e/ou Licença Sanitária.

§1°- As farmácias de qualquer natureza dententoras de Licença Sanitária e Al-vará Sanitário, devem requerer a devida averbação para inclusão da prestaçãp de serviços e procedimentos farmacêuticos, sem a necessidade de renovação/ alteração para ampliação de atividades na Autorização de Funcionamento de Estabelecimento (AFE), junto à ANVISA/MS.

§2°- Uma vez solicitada pelo estabelecimento a emissão de licença/ alvará sanitário,a autoridade sanitária local terá o prazo de 30 (trinta) dias para ins-peção e emissão da nova licença, sendo facultado à farmácia de qualquer natureza ofertar os serviços e procedimentos farmacêuticos aqui descritos em caráter provisório até emissão da nova licença.

Art. 12 Na licença ou alvará sanitário deverão constar os serviços e procedi-mentos farmacêuticos oferecidos no estabelecimento, conforme nomenclatura definida no artigo 3° da presente lei.

Art. 13 As farmácias de qualquer natureza são responsáveis pelo tratamento e descarte dos resíduos de saúde decorrentes da prestação de serviços e pro-cedimento farmacêutico, conforme estabelecido no RDC ANVISA 306, de 7 de dezembro de 2004 ou outra que venha a substituí-la.

Art. 14 Fica permitido às farmácias participar de programas de coleta de me-dicamentos a serem descartados pela comunidade, com vistas a preservar asaúde pública e a qualidade do meio ambiente, considerando os princípios de Biossegurança, medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes.

Parágrafo único- As condições técnicas e operacionais para a coleta de medi-camentos a serem descartados devem atender ao disposto na legislação es-pecífica.

Art. 15 Os serviços e procedimentos farmacêuticos podem ser prestados no ambiente domiciliar, para às demandas específicas do paciente, desde que seja garantida a presença de outro farmacêutico no estabelecimento.

Art. 16 O farmacêutico e o responsável legal pelo estabelecimento ou seu proprietário agirão sempre solidariamente, realizando todos os esforços para garantir a qualidade da prestação de assistência farmacêutica, bem como o sigilo e a confidencialidade das informações do paciente.

Art. 17 O responsável legal pelo estabelecimento/ seu proprietário não poderá desautorizar ou desconsiderar as orientações técnicas emitidas pelo farmacêu-tico.

Art. 18 O Poder Público Municipal regulamentará a presente Lei no prazo de 90 (noventa) dias.

Art. 19 Esta Lei entra em vigor a partir da data da sua publicação.

Sala de Sessões, 24 de Outubro de 2017.

DR. LIVIOVereador - PSDB

JUSTIFICATIVA

A proposta de Lei apresentada é de suma importância, visto que a Saúde é direito garantido constitucionalmente, ou seja trata-se de direito fundamental.

O artigo 23, II, da CF (BRASIL, 1988) diz da competência comum dos entes federados para cuidar da saúde, o que exige que gestores de todos os níveis de governo definam a organização e competências no SUS, de modo a atender a diretriz constitucional de descentralização – prevista no artigo 198, I – bem como as delimitações apresentadas nos artigos 15 e 16 da Lei n. 8.080/1990.

A Farmácia Clínica, que teve início no âmbito hospitalar, nos Estados Unidos, a partir da década de sessenta, atualmente incorpora a filosofia do Pharmaceuti-cal Care e, como tal, expandese a todos os níveis de atenção à saúde. Esta prá-tica pode ser desenvolvida em hospitais, ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias comunitárias, instituições de longa permanência e domicílios de pacientes, entre outros.

A expansão das atividades clínicas do farmacêutico ocorreu, em parte, como resposta ao fenômeno da transição demográfica e epidemiológica observado na sociedade. A crescente morbimortalidade relativa às doenças e agravos não transmissíveis e à farmacoterapia repercutiu nos sistemas de saúde e exigiu um novo perfil do farmacêutico.

Nesse contexto, trata-se de contribuir para a humanização da saúde havendo o cuidado direto ao paciente, promove o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde, redefinindo sua prática a partir das necessidades dos pacientes, família, cuidadores e sociedade.

Existe o amparo legal perante a Lei n. 13.021, de 08 de agosto de 2014, ao qual dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Tal norma federal introduz novos serviçose ainda propõe de maneira assecuratória para o atendimento farmacêutico imediato. Eisque, ministrando medicamentos, vacinas e soros de acordo com o perfil epidemiológico da região.

A ANVISA em sua RDC n. 44, de 14 de agosto de 2009, tipifica as atribuições do farmacêutico:

Art. 20. As atribuições do farmacêutico responsável técnico são aquelas estabe-lecidas pelos conselhos federal e regional de farmácia, observadas a legislação sanitária vigente para farmácias e drogarias. Parágrafo único. O farmacêutico responsável técnico pode delegar algumas das atribuições para outro farma-cêutico, com exceção das relacionadas à supervisão e responsabilidade pela assistência técnica do estabelecimento, bem como daquelas consideradas inde-legáveis pela legislação específica dos conselhos federal e regional de farmácia.

Art. 21. A prestação de serviço farmacêutico deve ser realizada por profissional devidamente capacitado, respeitando-se as determinações estabelecidas pelos conselhos federal e regional de farmácia.

O Resolução n. 585, de 29 de agosto de 2013 traz em sua normativaatribuições do farmacêutico em âmbito de atuação:

Art. 2º - As atribuições clínicas do farmacêutico visam à promoção, proteção e recuperação da saúde, além da prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Parágrafo único - As atribuições clínicas do farmacêutico visam proporcionar cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente.

Art. 3º - No âmbito de suas atribuições, o farmacêutico presta cuidados à saú-de, em todos os lugares e níveis de atenção, em serviços públicos ou privados.

Seguindo o debate acerca do poder normativo do Executivo, Dresch – juiz de direito em Minas Gerais – busca o aprofundamento e entende, conforme expõe em seu artigo, que as normativas do SUS têm eficácia e validade. Desta forma, as legislações suplementares de em âmbito municipal etem total amparo:

[...] as normas infraconstitucionais que regulam o acesso à saúde, inclusive quando repartem a competência entre os gestores, não ofendem a garantia constitucional de plenitude de acesso e atendimento integral à saúde, não ha-vendo como afastar a sua validade e eficácia, porque emanam de cumprimento do próprio comando constitucional. A presente proposta legislativa encontra-se também em sintonia com a Lei Or-gânica Municipal, pois está inserida no artigo 22:

Art. 22. Cabe a Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não exigida esta para o especificado no art. 23, dispor sobre todas as matérias de competência do Município e especialmente:(...)

X - normatização da cooperação das associações representativas no planeja-mento municipal;XIV - organização e estrutura básica dos serviços públicos municipais;(...) Existe ainda a confluência legal positiva, pois está de acordo com a Constituição Federal referente a competência do município:

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;(...)

Portanto, apresentamos a inclusa proposição à deliberação do Egrégio Plenário desta Casa de Leis e ao Poder Executivo, na certeza que dada a relevância da matéria nela tratada, merecerá dos nobres pares, acolhida favorável.

Sala de Sessões, 24 de Outubro de 2017.

DR. LIVIOVereador - PSDB

ANEXO

Acompanhamento farmacoterapêutico: Serviço pelo qual o farmacêutico reali-za o gerenciamento da farmacoterapia, por meio da análise das condições de saúde, dos fatoresde risco e do tratamento do paciente, da implantação de um conjunto de intervenções gerenciais, educacionais e do acompanhamento do paciente, com o objetivo principal de prevenir e resolver problemas de farma-coterapia, a fim de alcançar bons resultados clínicos, reduzir os riscos e contri-buir a melhoria da eficiência e da qualidade da atenção à saúde. Inclui, ainda,

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atividades de prevenção e proteção da saúde.

Alvará de licenciamento ou equivalente: Documento emitido pelo órgão sanitá-rio competente dos Estados, Distrito Federal ou Municípios, contendo permis-são para o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária.

Conciliação de medicamentos: Serviço pelo qual o farmacêutico elabora uma lista precisa de todosos medicamentos (nome ou formulação, conservação/ dinamização, forma farmacêutica, dose, via e horários de administração, du-ração do tratamento) utilizados pelo paciente, conciliando as infirmações do prontuário, da prescrição, do paciente, de cuidadores, dentre outros. Este ser-viço é geralmente prestado quando o paciente transita pelos diferentes níveis de atenção ou por distintos serviços de saúde,com o objetivo de diminuir as discrepâncias não intencionais.

Educação em saúde: Serviço que compreende diferentes estratégias educati-vas, as quais integram os saberes popular e científico, de modo a contribuir para aumentar conhecimentos, desenvolver habilidades e atitudes sobre pro-blemas de saúde e seus tratamentos. Tem como objetivo a autonomia dos pa-cientes e o comprometimento de todos com a promoção da saúde, prevenção e controle de doenças, e melhoria da qualidade de vida. Envolve, ainda, ações de mobilização da comunidade com o compromisso pela cidadania.

Equipamentos de auto-teste: Equipamentos portáteis, utilizados para a deter-minação de parâmetros clínicos, que podem ser utilizados pelo paciente para fins de autocuidado, porém não conclusivo para diagnóstico, bem como em farmácias, por profissionais da sáude ou pelo laboratório clínico.

Equipamentos de Point- of – care testing: Equipamentos portáteis utilizados para a determinação de parâmetros clínicos próximos ao local de cuidado do paciente, cujos resultados podem levar a possíveis mudanças no processo de cuidado.

Evento adverso: Incidente que resulta em dano ao paciente.

Licença sanitária: Documento emitido pelo órgão de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde que habilita a operação de atividade (s) específica (s) sujeita (s) à vigilância sanitária.

PROJETO DE LEI Nº 8.737/17

INSTITUI A SEMANA DE CONSCIENTIZAÇÃO DOS DIREITOS DOS ANI-MAIS EM CAMPO GRANDE – MS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE - MS

APROVA:

Art. 1◦ - Fica instituída a SEMANA DE CONCIENTIZAÇÃO DOS DIREITOS DOS ANIMAIS em Campo Grande – MS, a ser comemorada, anualmente, na semana que antecede o dia 4 de outubro – Dia Internacional do Animal.

§ 1◦ - A Semana de Conscientização dos Direitos dos Animais deve culminar, anualmente, sempre no dia 4 de outubro.

§ 2◦ - A comemoração instituída passa a integrar o calendário oficial de eventos do município.

Art. 3◦ - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação.

Sala das Sessões, 24 de outubro de 2017.

VET. FRANCISCO CAZUZA Vereador - PSB Vereador – PP

LUCAS DE LIMA GILMAR DA CRUZ Vereador – SD Vereador - PRB

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei atuar na conscientização do direito dos animais, re-duzindo com isso os maus tratos.

O objetivo é proteger os animais, proporcionando que os cidadãos sejam pro-tetores naturais e promotores da convivência, de forma que não haja casos de maus tratos em nosso município, seja de animais domesticados ou silvestres.

O Projeto de lei tende a trabalhar a conscientização e a importância da pre-servação dos animais, em todo o município de Campo Grande, integrando o calendário de eventos.

Sala das Sessões, 24 de outubro de 2017.

VET. FRANCISCO CAZUZA Vereador - PSB Vereador – PP

LUCAS DE LIMA GILMAR DA CRUZ Vereador – SD Vereador - PRB

PROJETO DE LEI Nº 8.738/17

DISPÕE SOBRE A CONCESSÃO DE ISENÇÃO DO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO (IPTU) à VIUVA (O) DE INTEGRANTES DAS

FORÇAS DE SEGURANÇA PÚBLICA QUE VIER A FALECER NO DESEMPE-NHO DE SUAS ATIVIDADES NO MUNICIPIO DE CAMPO GRANDE/MS

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE – MS

APROVA:

Art. 1° - Fica concedido a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) à viúva (o) de integrante da força segurança pública que vier a falecer no de-sempenho de suas atividades.

Parágrafo primeiro: O disposto no caput se aplica aos integrantes da:

I – Guarda Municipal de Campo Grande;II – Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul;III – Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul;IV – Polícia Federal;V – Polícia Rodoviária Federal;

Parágrafo segundo: O direito previsto neste artigo será estendido também aos que vivem em união estável ou foram considerados inválidos em decorrência da atividade funcional.

Art. 2º - São também requisitos concomitantes para concessão do benefício do artigo 1º:

I – Ter um único imóvel no nome da viúva (o) e nele residir;II – Ter a renda familiar mensal não superior a cinco salários mínimos;

Art. 3º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas, se necessário.

Art. 4º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data de sua publicação.

Art. 5º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

ODILON DE OLIVEIRAVereador - PDT

JUSTIFICATIVA

Os agentes de segurança pública são, reconhecidamente, a interface do Estado que mais sofre na busca de um ambiente pacífico para que a sociedade possa desenvolver-se. São os guardiões da Lei e da ordem, heróis anônimos que colocam a sua vida em risco para assegurar a incolumidade do próximo. Sua atividade não possui um horário de início ou de fim, transcorre todo o tempo, até que se finde o seu serviço ativo.

O Estado possui como função precípua a arrecadação de tributos. A espécie mais conhecida, o imposto, recai sobre todo o tipo de aquisição de bens. Mas, apesar da isonomia tributária e do dever do cidadão contribuir com a manu-tenção da res publica, deve-se ponderar o quinhão de contribuição de cada um. Uns dão seus bens, via de regra o dinheiro, outros, o seu patrimônio mais precioso: a vida.

Poucas são as atividades públicas que exigem tanta doação quanto à seara da Segurança Pública. Os profissionais a ela pertencentes dão a sua tranquilidade e a sua própria possibilidade de existência em nome do compromisso firmado com a população: doar-se em nome do próximo, seja quem for.

A Constituição Federal assegura, no art. 144, que a segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, sendo exercida para a preser-vação da ordem pública e da incolumidade dos cidadãos brasileiros, através dos órgãos competentes. Entretanto, o que visualizamos hoje é uma grande onda de violência que assola o país, vitimando principalmente os integrantes das forças de segurança pública.

Em razão dessa violência desenfreada, uma série de famílias são expostas a situações de desespero quando vêem como vítima o responsável pela renda que garante a sua manutenção. Embora o Código de Processo Penal preveja a indenização da vítima pelos res-ponsáveis pelo ato ilícito, tal norma legal é inócua, pois, na maioria das vezes, não se consegue identificar ou prender o criminoso; ou quando se prende, ele não é condenado; ou se é condenado, não possui bens em seu nome que ga-ranta a indenização prevista na lei.

Diante dessa situação, o Estado não pode se omitir, até porque grande parcela dessa violência decorre de sua inépcia, seja pela falta de efetivo policial, ou pelo completo descaso e sucateamento da polícia.

Em face dessa realidade, é necessário criar mecanismos adequados para asse-gurar, aos integrantes das forças de segurança pública e suas famílias alguns benefícios que possam efetivamente reduzir as dificuldades que eles e seus dependentes irão enfrentar pelo resto de suas vidas.

Com esse objetivo, se está apresentando um projeto de lei que isenta a inci-dência de imposto predial e territorial urbano da vítima ou de seus dependen-tes para garantir um aumento de renda que lhes permita enfrentar essa nova situação.

Este é o sentido da presente proposta de Lei, diferenciar aquilo que não é co-mum na sua essência, ou seja, dar tratamento tributário distinto àqueles que possuem realidade excepcional.

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Página 12 - quarta-feira - 25 de outubro de 2017 Diário do Legislativo - nº 019

Pelo exposto, sabedor da sensibilidade desta Casa de Leis quanto à questão apresentada, rogo a este egrégio Colegiado a aprovação da presente proposi-ção.

Sala das sessões, 23 de Outubro de 2017.

ODILON DE OLIVEIRAVereador - PDT

PROJETO DE LEI Nº 8.739/17

INSTITUI O “BOLETIM ESCOLAR ON LINE” NAS ESCOLAS DA REDE PÚ-BLICA E ENSINO DO MUNICIPIO DE CAMPO GRANDE

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE – MS

APROVA:

Art 1º - Institui o “Boletim Escolar On Line”, nas escolas da Rede Pública de Ensino do Município de Campo Grande, contendo dados com notas e freqüên-cia, sendo disponibilizado através de um portal do aluno, localizado no Site da Secretaria Municipal de Educação.

Parágrafo único: O sigilo dos dados deverá ser garantido, de forma que possam ser acessados somente pelo próprio aluo e por seus representantes legais.

Art 2º A Prefeitura Municipal de Campo Grande, tomará as providencias neces-sárias para a implantação do sistema do Boletim eletrônico nas escolas da rede Municipal de Campo Grande.

Parágrafo único: Se houver sistema eletrônico já existente, a prefeitura so-mente efetuará as modificações pertinentes ao sistema.

Art. 3º - O Poder Público Municipal através do órgão competente, regulamenta-rá esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar de sua publicação.

Art. 4º - As despesas decorrentes da execução da presente lei correrão à conta de dotações próprias consignadas no orçamento, suplementadas se necessá-rio.

Art. 5º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Campo Grande, 23 de outubro de 2017.

LUCAS DE LIMA Vereador - SD

JUSTIFICATIVA

Senhores Vereadores,

Pesquisas comprovam que o acompanhamento dos pais na vida escolar dos alunos é de fundamental importância, pois a formação de crianças e jovens é uma ação compartilhada.

A escola é o primeiro espaço social em que a criança passa a conviver coti-dianamente e interagir com o universo mais amplo de relações, assumindo, portanto, novos papéis sociais.

Mas, a família não pode abrir mão da socialização primária, construindo no seu cotidiano valores, regras de conveniência, limites e referências que estruturam o filho como indivíduo.

Segundo um estudo publicado no Jornal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia, as crianças que são acompanhadas pelos pais tem melhor desempenho escolar e maior estabilidade emocional.

O sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) também apontou que as escolas, que contam com a parceria dos pais, onde há troca de infor-mações com o diretor e os professores, os alunos aprendem melhor.

A publicação do Boletim Escolar na Internet, assim como a freqüência dos alunos, irá facilitar o acompanhamento dos pais de alunos da rede municipal de ensino, facilitando a consulta de notas e a presenças dos alunos, manten-do todos informados do rendimento escolar obtido no bimestre ou trimestre consultado.

A adesão das escolas da rede municipal ao “Boletim escolar on line”, torna-se necessária, pois nos dias atuais onde o acesso à internet, atinge em média de 90 % da população do país, temos que ter a adaptação das redes de ensino a era digital e imprescindível.

Alguns pais por trabalharem em horário integral, muitas das vezes não po-dem acompanhar fisicamente seu filho, comparecendo a reuniões e entrega de nota, entretanto com a possibilidade do acompanhamento digital, este teriam a possibilidade de acompanhar em temo real e na íntegra todos os dados, notas e faltas de seus filhos.

Deste modo, todos os dados sobre o desempenho do aluno estariam disponí-veis, não seriam só os pais os beneficiados, mais seria oferecido aos próprios discentes a opção da verificação constante de informações, além de que aluno também poderia verificar seu desempenho e planejar a recuperação em algu-ma matéria em que estivesse com dificuldade, ou ainda, controlar suas faltas em determinada matéria.

Por derradeiro temos que o Projeto de Lei aqui proposto do “Boletim Escolar On Line”, também possui o cunho ecológico, que é fundamental, pois devemos também pensar na redução com gasto de papel que acontecerá, gerando redu-ção de despesas ao Município.

Mediante o exposto, solicitamos aos nobres pares que aprovem a matéria nesta Casa Legislativa, por ser de grande relevância para a Sociedade e Educação Municipal.

Por todo o exposto, solicito o apoio dos Nobres Pares, Sala das Sessões, 23 de outubro de 2017.

LUCAS DE LIMA Vereador - SD

PROJETO DE LEI Nº 8.740/17

INSTITUI A CAMPANHA CALÇADA LIMPA NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE/MS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE – MS

APROVA

Art. 1º - Fica instituída, através da presente Lei Municipal a “Campanha Calçada Limpa”, a ser realizada anualmente, preferencialmente na semana do dia 05 de junho, data comemorativa do Dia Nacional do Meio Ambiente.

Art. 2º - Durante a “Campanha Calçada Limpa” deverão ser realizados mutirões de limpeza, palestras de conscientização, campanhas educativas por meio de folhetos, cartilhas explicativas, rádios e outros meios de comunicação, com o objetivo de mobilizar e conscientizar a população sobre a importância de pre-servar a limpeza das calçadas da Capital.

Art. 3º - O Poder Executivo incentivará a “Campanha Calçada Limpa”, mediante apoio dos órgãos municipais.

Art. 4º - O Poder Público Municipal, poderá firmar convênios com entidades pú-blicas e privadas, além de profissionais das áreas afetadas, para a implantação e execução da “Campanha Calçada Limpa”.

Art. 5º - O Poder Público Municipal através do órgão competente, regulamenta-rá esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar de sua publicação.

Art. 6º - As despesas decorrentes da execução da presente lei correrão à conta de dotações próprias consignadas no orçamento, suplementadas se necessário.

Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das sessões, 23 de outubro de 2017.

LUCAS DE LIMA Vereador - SD

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei tem por finalidade manter, as calçadas de Campo Grande limpas e livres de entulhos e matagal. Também tem como objetivo, evitar a proliferação de doenças e contribuir para o bem estar da população.

Por mês, a prefeitura de Campo Grande repassa de R$ 5 a R$ 9 milhões para a concessionária, responsável pela coleta de lixo e limpeza da cidade.

Como sabemos da atual situação financeira que assola todo o País e conseqüen-temente a nossa capital, é extremamente importante a redução de custos por parte da máquina pública municipal.

Campanhas educativas vão contribuir para a conscientização da população que, por conseqüência, colaborará na manutenção da limpeza das calçadas.

E com a contribuição de todos os moradores, aderindo a essa campanha, te-remos uma diminuição nos custos com a limpeza de calçadas na nossa cidade, por parte da SISEP – Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos.

É necessário também apontar a responsabilidade do campo-grandense com suas calçadas, tendo em vista que a maioria deles acredita ser do Poder Público esta obrigação.

E na verdade, a responsabilidade para manutenção e limpeza das calçadas deve ser de todos os moradores. Para que possamos diminuir o investimento do Município nessa área e canalizar mais investimentos em outros setores que precisam com mais urgência.

É com esse espírito que se propõe o presente projeto que certamente merecerá a aprovação pelos Nobres pares desta Casa de Leis.

Por todo o exposto, solicito o apoio dos Nobres Pares,

Sala das Sessões, 23 de outubro de 2017.

LUCAS DE LIMA Vereador - SD

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DECRETOS LEGISLATIVOS

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 1.793/17

CRIA O CONCURSO DE REDAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE DENOMINADO “CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E SUSTENTABILI-DADE” E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE – MS

APROVA:

Art. 1º - Fica instituída a criação do concurso de redação da Câmara Municipal de Campo Grande demoninado “Consciência Ambiental e Sustentabilidade” a ser realizado anualmente.

§ 1º - No concurso de que trata esta resolução, concorrerão alunos da rede pú-blica de ensino fundamental deste Município que representarão suas escolas.

§ 2º - O tema do concurso será preferencialmente relacionado ao meio am-biente.

§ 3º - Somente serão validadas as redações comprovadamente postadas no prazo estabelecido do concurso e enviadas à comissão organizadora do mesmo que as selecionará.

Art. 2º - Os alunos das três melhores redações receberão premiações as quais serão definidos pela comissão organizadora do concurso.

§ 1º - A comissão organizadora do concurso será integrada pela Comissão Permanente do Meio Ambiente, Comissão Permanente de Educação e Desporto juntamente com a Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Campo Gran-de.

§ 2º - A cerimônia de premiação da qual os alunos finalistas participarão acon-tecerá no mês de junho, referente à comemoração do dia mundial do meio ambiente e será realizada no Plenário Oliva Enciso.

§ 3º - A cerimônia de premiação a que se refere o caput será detalhada em regulamento.

Art. 3º - A Câmara Municipal será responsável pela ampla divulgação de todas as etapas do concurso, ficando ao seu critério a definição das melhores estra-tégias de divulgação.

Art. 4º - Para cumprimento desta Resolução a Câmara Municipal de Campo Grande poderá firmar parcerias com empresas as quais poderão realizar doa-ções para as premiações dos ganhadores do concurso.

Parágrafo único: A empresas que firmarem parcerias para a realização do con-curso de redação poderão divulgar suas logomarcas na cerimônia de premia-ção.

Art. 5º - Os melhores trabalhos poderão ser publicados no Diário Oficial de Campo Grande.

Art. 6º - As despesas decorrentes da presente Resolução correrão por conta de verbas próprias, consignadas em orçamento e suplementadas se necessárias.

Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Sala das Sessões, 19 de outubro de 2017.

GILMAR DA CRUZ2º Secretário - PRB

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Resolução cria o Concurso de Redação da Câmara Mu-nicipal de Campo Grande denominado “Consciência Ambiental e Sustentabili-dade” que tem como objetivo levar aos alunos da rede de ensino municipal a elaborar textos com o tema voltado para o meio ambiente, mostrando a eles os impactos gerados pelo homem e que a preservação é necessária para gerações futuras.

Além das campanhas de conscientização para preservação do meio ambiente nas escolas municipais, o concurso de redação irá estimular os alunos a pre-servar e procurar soluções para os problemas ambientais, tais como realizar economia de energia elétrica, desperdício de água, reciclagem de lixo, entre outras soluções que poderão ser mencionados na redação, onde irá ajudar o Poder Público elaborar projetos que irão beneficiar o nosso meio ambiente.

O Concurso de Redação da Câmara Municipal de Campo Grande poderá ser feito em parcerias com Empresas Privadas entre outras entidades, afinal toda sociedade tem o dever preservar o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras.

A preservação do Meio Ambiente é estabelecida na nossa Constituição Federal de 1988, onde aduz em seu artigo 225;

Art.225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações.

Deste modo o presente projeto estará em conformidade com as demais Câ-maras Municipais das cidades de Maringá, Salvador, São Paulo e Vitória, que já realizam concurso de redação com o tema voltado para o meio ambiente.

Pelos motivos sustentados, peço aprovação do projeto aos Nobres Pares.

Sala das Sessões, 19 de outubro de 2017.

GILMAR DA CRUZ2º Secretário - PRB

ATAS

Extrato - Ata nº 6.386

Aos dezessete dias do mês de outubro de 2017, às 9:00 horas, foi aberta a pre-sente Sessão Ordinária pelo Senhor 1º Vice-Presidente, Vereador Cazuza, “In-vocando a proteção de Deus, em nome da liberdade e da democracia”. Durante o Pequeno Expediente foram apresentados ofícios, cartas e telegramas. Pelos senhores vereadores foram apresentados: Projetos de Resolução nº 351/2017, de autoria da Vereadora Enfermeira Cida Amaral. Foram apresentadas, ainda, indicações dos Senhores Vereadores de nºs 24.286 à 24.493. No Grande Ex-pediente foram apresentados 129 (cento e vinte e nove) requerimentos ver-bais de congratulações e pesar. Não havendo discussão e em votação simbóli-ca, APROVADOS por unanimidade de votos. Requerimentos nºs 0102, 0103 e 0104/2017, de autoria dos Vereadores Veterinário Francisco e Vinicius Siqueira, respectivamente. De acordo com o § 3º do artigo 111 do Regimento Interno, usou da palavra o Senhor Maicon Nogueira, Subsecretário da Juventude, que discorreu sobre as atividade da subsecretaria de políticas para juventude e o Senhor Marcos Cesar Malaquias Tabosa – Presidente do Sindicato dos Funcio-nários e Servidores Municipais de Campo Grande – Sisem, que discorreu sobre assunto relacionado às categorias de agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias e agentes de saúde pública. Autoria do pedido: Mesa Diretora. Na Ordem do Dia: Em Regime de Urgência Especial e em Única Dis-cussão e Votação o Projeto de Lei nº 8.646/17, de autoria do Executivo Muni-cipal. Com pareceres orais favoráveis das Comissões Pertinentes. Não havendo discussão, em votação nominal e em Declaração de Voto, usou da palavra o Vereador Eduardo Romero. APROVADO por 24 (vinte e quatro) votos favorá-veis e nenhum voto contrário. Em Segunda Discussão e Votação (em bloco) os Projetos de Lei nºs 8.409/17 e 8.531/17, de autoria dos Vereadores Chiquinho Telles, Delegado Wellington e João Cesar Mattogrosso, respectivamente. Não havendo discussão, em votação simbólica (em bloco), APROVADOS por una-nimidade de votos. Em Regime de Urgência Especial e em Única Discussão e Votação o Projeto de Lei Complementar nº 538/17, de autoria do Executivo Municipal. Com pareceres orais favoráveis das Comissões Pertinentes. Não ha-vendo discussão, em votação simbólica, APROVADO por unanimidade de votos. Em Regime de Urgência Especial e em Única Discussão e Votação o Veto Total ao Projeto de Lei nº 8.637/17, de autoria do Executivo Municipal. Com pare-ceres orais favoráveis das Comissões Pertinentes. Não havendo discussão, em votação nominal e em Declaração de Voto, usaram da palavra os Vereadores: Delegado Wellington, Dharleng Campos, Chiquinho Telles, Papy e Otávio Trad. REJEITADO por 26 (vinte e seis) votos contrários e nenhum voto favorável. Em Regime de Urgência Especial e em Única Discussão e Votação o Projeto de Lei nº 8.538/17, de autoria do Vereador Vinicius Siqueira. Pedido de Vista à Comis-são de Legislação, Justiça e Redação Final. Em Regime de Urgência Especial e em Única Discussão e Votação o Projeto de Resolução nº 348/17, de autoria do Vereador Dr. Lívio. Com pareceres orais favoráveis das Comissões Pertinentes. Não havendo discussão, em votação simbólica, APROVADO por unanimidade de votos. Nada mais havendo a tratar, o Senhor 1º Vice-Presidente, Vereador Cazuza declarou encerrada a presente sessão, convocando os Senhores Vere-adores para Audiência Pública, dia 17 do corrente, às 14:00 h, para discutir sobre a proibição do enfermeiro em realizar solicitações de exames e o impacto na saúde pública; Audiência Pública no dia 18 do corrente, às 9:00 h, para dis-cutir sobre o Plano Plurianual do Município de Campo Grande para o quadriênio de 2018 a 2021; dia 18 do corrente, às 19:00 h, Sessão Solene em comemo-ração à Semana Municipal do Comerciante e para a Sessão Ordinária do dia 19 de outubro, às 09 h, neste plenário.

Sala das sessões, 17 de outubro de 2017.

CAZUZA CARLÃO 1º Vice-Presidente - PP 1º Secretário - PSB

Extrato da Ata nº 6.387

Aos dezoito dias do mês de outubro de 2017, às 19:00 horas, foi aberta a pre-sente sessão solene pelo senhor presidente dos trabalhos, Vereador Carlão, invocando a proteção de Deus, em nome da liberdade e da democracia para a 22ª sessão solene em comemoração à Semana Municipal do Comerciante (Lei nº 4.849/10 e Resolução nº 1.133/11).

Sala das sessões, 18 de novembro de 2017.

CARLÃO DHARLENG CAMPOS Presidente dos trabalhos - PSB Secretária “ad-hoc” - PP

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PODER EXECUTIVO

PROJETOS DE LEI

PROJETO DE LEI Nº 8.733/17

PROJETO DE LEI Nº 88, DE 19 DE OUTUBRO DE 2017.

ALTERA DISPOSITIVO DA LEI n. 4.581, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2007, QUE “AUTORIZA O PODER EXECUTIVO A DESAFETAR, DESDOBRAR E ALIENAR ÁREAS DE DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.”

Faço saber que a Câmara Municipal aprova e eu, MARCOS MARCELLO TRAD, Prefeito Municipal de Campo Grande, Capital do Estado de Mato Grosso do Sul, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Altera dispositivo da Lei n. 4.581, de 21 de dezembro de 2007, que passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º ...

Item 46 - Parte da Rua Antônio Neves de Azevedo, lindeira aos Lotes 4 e 5 da Quadra 1, Parcelamento Jardim Antarctica - Bairro Leblon.” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

CAMPO GRANDE-MS, 19 DE OUTUBRO DE 2017

MARCOS MARCELLO TRAD Prefeito Municipal

PROJETO DE LEI Nº 8.734/17

PROJETO DE LEI Nº 87, DE 19 DE OUTUBRO DE 2017.

ALTERA DISPOSITIVO DA LEI N. 5.356, DE 21 DE JULHO DE 2014 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Faço saber que a Câmara Municipal de Campo Grande aprova e eu MARCOS MARCELLO TRAD, Prefeito de Campo Grande, Capital do Estado de Mato Gros-so do Sul, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O inciso XV, do art. 1º, da Lei n. 5.356, de 21 de julho de 20014, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º . . . . . . XV - INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MASSAS ALIMENTÍCIAS PALLACIO LTDA-ME., CNPJ/MF n. 13.150.051/0001-41, na forma de: doação da área localizada no Jardim Paulo Coelho Machado, correspondente ao Lote n. 04, da Quadra 42, com área total de 569,70 m2, Matrícula n. 64.245, da 2ª Circunscrição do Registro de Imóveis de Campo Grande, com inscrição imobiliária de n. 15,36.251,021-7, bem como a limpeza do terreno; a Redução de 30% (trinta por cento) do IPTU, por 3 (três) anos; a Isenção das Taxas e do lSSQN inci-dente sobre as obras de construção do empreendimento incentivado, inclusive as realizadas por terceiros;” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

CAMPO GRANDE-MS, 19 DE OUTUBRO DE 2017.

MARCOS MARCELLO TRAD Prefeito Municipal

PROJETO DE LEI Nº 8.735/17

PROJETO DE LEI Nº 86, DE 19 DE OUTUBRO DE 2017.

CRIA O 5º CONSELHO TUTELAR DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Faço saber que a Câmara Municipal aprova e eu, MARCOS MARCELLO TRAD, Prefeito Municipal de Campo Grande, Capital do Estado de Mato Grosso do Sul, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica criado o 5º Conselho Tutelar do Município de Campo Grande-MS.

Parágrafo único. Aplica-se ao Conselho Tutelar de que trata o caput deste arti-go o disposto na Lei n. 4.503, de 3 de agosto de 2007 e alterações posteriores.

Art. 2º A instituição, composição e instauração dos trabalhos do 5º Conselho Tutelar será regulamentada, posteriormente, por meio de Decreto.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

CAMPO GRANDE-MS, 19 DE OUTUBRO DE 2017.

MARCOS MARCELLO TRAD Prefeito Municipal

PROJETO DE LEI Nº 8.741

MENSAGEM Nº 123, DE 23 DE OUTUBRO DE 2017.

Senhor Presidente,

Submetemos a apreciação de Vossa Excelência e de seus dignos Pares o incluso Projeto de Lei que “Altera dispositivo da Lei n. 5.828, de 27 de julho de 2017 (Dispõe sobre as Diretrizes para elaboração da Lei Orçamentária do Município de Campo Grande, para o exercício financeiro de 2018 e dá outras providên-cias).”

O presente Projeto de Lei tem por finalidade inserir no quadro do Anexo de Metas Fiscais – Estimativa e Compensação de Renúncia de Receita, para os exercícios de 2018, 2019 e 2020, incluindo a modalidade de isenção do Impos-to Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), na modalidade abrangida ao Setor de Programas Beneficiário de Transporte Público Coletivo Urbano, com a respectiva renúncia de receita prevista para cada ano, conforme quadro deta-lhado que faz parte integrante do Projeto de Lei.

Ressaltamos que a compensação será pelo bloqueio de dotações orçamentá-rias consignadas na proposta à LOA/2018, em tramitação nessa Casa de Leis, em igual valor, visando manter o equilíbrio orçamentário-financeiro do referido projeto.

Desse modo, Senhor Presidente, tendo em vista a relevância e o interesse pú-blico de que se reveste o Projeto de Lei que ora encaminhamos a essa Casa de Leis, contamos com o apoio e atenção de Vossa Excelência e nobres Vereadores para a aprovação do mesmo, e que a apreciação se faça com observância no prazo previsto no artigo 39, da Lei Orgânica do Município de Campo Grande.

CAMPO GRANDE-MS, 23 DE OUTUBRO DE 2017.

MARCOS MARCELLO TRADPrefeito Municipal

PROJETO DE LEI Nº 90, DE 23 DE OUTUBRO DE 2017.

ALTERA DISPOSITIVO DA LEI N. 5.828, DE 27 DE JULHO DE 2017 (DIS-PÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁ-RIA DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, PARA O EXERCÍCIO FINAN-CEIRO DE 2018 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS).

Faço saber que a Câmara Municipal de Campo Grande aprova e eu MARCOS MARCELLO TRAD, Prefeito de Campo Grande, Capital do Estado de Mato Grosso do Sul, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Dá nova redação ao Anexo II, da Lei n. 5.828, de 27 de julho de 2017 - Anexo de Metas Fiscais - Estimativa e Compensação da Renúncia de Receita, para os anos de 2018, 2019 e 2020, conforme Anexo integrante da presente Lei.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

CAMPO GRANDE-MS, 23 DE OUTUBRO DE 2017.

MARCOS MARCELLO TRADPrefeito Municipal

VETOS

MENSAGEM Nº 118, DE 19 DE OUTUBRO DE 2017.

Senhor Presidente,

Com base nas prerrogativas estabelecidas no § 1º do Art. 42 e no inciso VII, do Art. 67, ambos da Lei Orgânica do Município, comunicamos a essa egrégia Câmara, por intermédio de V. Exa., que decidimos vetar totalmente o Projeto de Lei Complementar n. 531/17, que “Acrescenta parágrafo único aos artigos 2º e 8° da Lei Complementar n. 2, de 15 de dezembro de 1992 - Código Admi-nistrativo de Processo Fiscal de Campo Grande-MS e dá outras providências.”.

Ouvida a Procuradoria Geral do Município, houve manifestação pelo veto total ao presente Projeto de Lei, por confronto ao Código Tributário Nacional. Note-se parecer exarado:

“... 2.3 – DA ANÁLISE DO PROJETO DE LEI: O ordenamento constitucional brasileiro adotou a forma de divisão dos Poderes como princípio fundamental, estabelecendo o exercício harmônico e independente das funções executiva, legislativa e judiciária.

“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legisla-tivo, o Executivo e o Judiciário.” No âmbito Municipal, a Lei Orgânica, no Título I – Dos Princípios Fundamentais, trouxe em seu artigo 2º que “São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.”

O presente projeto de lei dispõe sobre alteração do Código Administrativo de Processo Fiscal. A Lei Orgânica do Município de Campo Grande traz em seu artigo 46 que o Código Administrativo de Processo Fiscal deverá ser disposto através de Lei Complementar. Insta esclarecer que o artigo 22, incisos I e XIII da LOM prevêem que cabe a Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dis-por sobre o sistema tributário municipal e normas de polícia administrativa.

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“Art. 22. Cabe a Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não exigida esta para o especificado no art. 23, dispor sobre todas as matérias de competência do Município e especialmente: I – sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição das rendas do Município; ... XIII – normas de polícia administrativa nas matérias de competência do Município;”

Da análise da previsão do artigo referido, é possível concluir que a Câmara Municipal pode tratar da matéria objeto do Projeto de Lei Complementar n. 531/2017, no entanto, o mesmo dependerá da sanção do Prefeito, sendo que caso ocorra o veto do Chefe do Poder Executivo, o mesmo não poderá ser su-perado pelo legislativo. Quanto ao conteúdo do Projeto de Lei Complementar n. 531/2017, observa-se que este acrescenta Parágrafo Único aos artigos 2º e 8º da Lei Complementar n. 02/1992. No tocante ao artigo 2º, este possui a seguinte redação:

“Art. 2º Os prazos serão contínuos, excluindo-se, na sua contagem, o dia do início e incluindo-se o do vencimento.” Com a inclusão do Parágrafo Único, a legislação passará a ter o seguinte conteúdo: “Parágrafo único. Na contagem de prazos em dias contínuos, estabelecido por esta Lei, computar-se-ão so-mente os dias úteis.” Observa-se que a previsão do Parágrafo Único incluído, apresenta-se com o objetivo de harmonizar a forma de contagem de prazo do Processo Fiscal Administrativo com o novo parâmetro inaugurado pelo Códi-go de Processo Civil. No tocante ao Parágrafo Único a ser acrescido ao artigo 2º, não se verifica apontamentos necessários, entendendo-se por adequado o mesmo. Quanto ao artigo 8º, este dispõe que:

“Art. 8º É facultado ao sujeito passivo ou a quem o represente, ter vista do processo em que for parte, dele podendo ter cópia.” O Parágrafo Único a ser incluído traz a seguinte redação: “Parágrafo único. No caso da parte ou de ter-ceiro interessado estar representado por advogado devidamente constituído, terá este direito à vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias.” Cabe observar que o Código Administrativo de Processo Fiscal de Campo Grande-MS, prevê que o sujeito passivo, parte do processo, ou seu representante, tem direito à vista dos autos, podendo obter cópia do mesmo. Com a inclusão do Parágrafo Único apresentado pelo Projeto de Lei Complementar n. 531/2017, fica garan-tido a quem for parte, ao terceiro interessado e ao advogado que represente um daqueles, desde que devidamente constituído, o direito a vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias. V

erifica-se que a redação do parágrafo único reproduz em parte a previsão do caput do artigo 8º, o que constitui em repetição do direito concedido. No pre-sente caso, mostra-se mais adequado a alteração do caput do artigo 8º, ao invés da inclusão do parágrafo único. O Parágrafo Único referente ao artigo 8º inova ao franquear o acesso aos autos a “terceiro interessado”, condição esta que não se verifica na previsão original do Código Administrativo de Processo Fiscal. Outro ponto que se destaca na análise do Parágrafo Único a ser acres-centado, é a possibilidade de “vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias.”

A possibilidade de vista dos autos já encontra-se prevista no caput do artigo, o que em tese, não justificaria a inclusão da mesma previsão no Parágrafo Único do artigo. Ocorre que, a forma como se encontra referida previsão possibilita a interpretação de que a vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias, na ver-dade, constitui-se em carga do mesmo, ou seja, a retirada física dos autos do processo da repartição fiscal.

Portanto, a previsão de vista dos autos constante no Parágrafo Único a ser acrescido ao artigo 8º, corre o risco, da forma como apresentado, de possuir embutido no mesmo a possibilidade de carga dos autos administrativos. A carga do processo administrativo fiscal ao advogado da parte ou do terceiro interessado, se mostra extremamente temerário, tanto pela ausência de me-canismos para referida prática, bem como, pela possibilidade de prejuízos à Administração Pública.

Não se vislumbra a necessidade da carga dos autos administrativos à pessoas estranhas ao quadro de servidores do Poder Público quando se encontra fran-queada a possibilidade de acesso aos autos na repartição pública, bem como a extração de cópia dos autos. Não se observa qualquer previsão de procedi-mento a ser adotado para carga dos autos ao advogado da parte ou terceiro interessado, o que inviabiliza a aplicação da medida, pois ausentes medidas que regulem a relação, bem como prevêem sanções e outros procedimentos aplicáveis em casos de ocorrência de condutas não adequadas.

O processo administrativo fiscal reveste-se pelo caráter sigiloso que recai so-bre as informações de cunho fiscal, além do mais o conteúdo físico dos autos encontram-se muitas vezes instruídos com documentos de alta relevância e originais, os quais seriam de difícil ou impossível reconstituição no caso de per-da ou extravio. Destaca-se também do referido Parágrafo Único a possibilidade de acesso aos autos por terceiro interessado ou seu advogado, colocando em risco o sigilo necessário.

O sigilo das informações fiscais encontra-se fortemente arraigada na legisla-ção, possuindo sua origem na Constituição Federal.

“Art. 5º [...]X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” O Código Tributário Nacional traz expres-samente a proibição de divulgação das informações fiscais, preservando assim o sigilo fiscal.

“Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulga-ção, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp n. 104, de 2001)

§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art.

199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp n. 104, de 2001) I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Adminis-tração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de inves-tigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)

§ 2º O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) § 3º Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)” .

Nota-se que o CTN protege o sigilo das informações fiscais obtidas pela Admi-nistração Pública, sendo que o compartilhamento das informações no âmbito da própria administração deve seguir diversos procedimentos que visam a pro-teção das informações. Na mesma esteira de proteção das informações fiscais, encontra-se o Código Tributário Municipal, dispondo em seu § 1º, do artigo 14 o que segue:

“Art. 14. O Fisco poderá requisitar a terceiros, e estes ficam obrigados a forne-cer-lhe todas as informações e dados referentes a fatos geradores de obrigação tributária, para os quais tenham contribuído ou que devem conhecer, salvo quando, por força de lei, estejam obrigados a guardar sigilo em relação a esses fatos. § 1º As informações obtidas por força deste artigo têm caráter sigiloso e só poderão ser utilizadas em defesa dos interesses fiscais da União, do Estado e deste Município.”

Em matéria fiscal o sigilo das informações encontra-se privilegiado, deven-do aquele que acessa ou guarda informações fiscais de terceiros observar em todos os procedimentos o respeito e proteção a referido sigilo. A alteração pretendida pelo presente projeto de lei, da forma como encontra-se disposta, simplesmente franqueia o acesso a “interessados”, sem que determine quem são tais pessoas, ou preveja que estes deverão fazer uma solicitação de acesso aos autos, existindo a possibilidade de deferimento ou não da solicitação por parte da administração pública.

A autorização para acesso dos autos por terceiros interessados, sem que estes sejam determinados e seja possível a identificação do interesse do terceiro, coloca em risco o sigilo das informações fiscais, atentando contra a previsão Constitucional e tributária. Complementar aos pontos expostos, verifica-se con-trária à previsão do parágrafo único tratado, o fato da impossibilidade da admi-nistração pública municipal adotar meios eficientes para busca dos autos, quan-do estes não forem devolvidos no prazo legal. Pelos fundamentos expostos, em especial pela clara violação do sigilo fiscal garantido pela Constituição Federal e pela legislação tributária, recomenda-se o veto do projeto de lei complementar n. 531/17.

3 – CONCLUSÃO: A forma de disposição do Parágrafo Único do artigo 8º per-mite a interpretação de que encontra-se autorizada a carga do processo ad-ministrativo fiscal ao advogado da parte ou de terceiro interessado. Referida carga se mostra prejudicial ao interesse público, pois coloca em risco o próprio procedimento fiscal, com possibilidade de perda ou extravio dos autos, sem que a administração possa reconstituir. A ausência de previsão na lei que regula-mente o ato de carga dos autos, preveja sanções, no caso de não devolução do mesmo, além da ausência de poder para determinar a busca dos autos, tornam inviáveis referida prática.

A previsão do mesmo artigo, que franqueia acesso aos autos a “terceiro inte-ressado”, com ausência total de critérios, principalmente para definição dos referidos terceiros, e não previsão da necessidade de solicitação de acesso aos autos, a qual poderia ser ou não aceita, se mostra temerária, pois coloca em risco o sigilo das informações fiscais, conteúdo este protegido pela norma constitucional e tributária. Destaca-se que o acesso aos autos pela parte ou seu representante, bem como a possibilidade de extração de cópia dos mesmos, já se encontram previstas no Código Administrativo de Processo Fiscal, sendo dispensável a alteração apresentada no projeto de lei.

Portanto, conforme exposto, o Projeto de Lei Complementar n. 531/2017, apro-vado pela Câmara Municipal, e de iniciativa do próprio legislativo, prevê pro-cedimento que viola o sigilo das informações fiscais, ferindo a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional e o Código Tributário Municipal, além de prever medidas prejudiciais à Administração Pública. Sendo assim, recomenda-se o veto total do referido projeto de lei. Destaca-se que não é possível o veto parcial do presente projeto de lei, devendo a inibição recair sobre todo o proje-to, pois este agrega as alterações dos artigos 2º e 8º do Código Administrativo de Processo Fiscal dentro apenas do artigo 1º do Projeto de LeiComplementar, o que inviabiliza o veto parcial.”

Ouvida a Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento, esta se manifestou pelo veto, nos seguintes termos:

“[...] No que tange ao acréscimo do parágrafo único ao artigo 8º da Lei Com-plementar n. 02 de 15 de dezembro de 1992, temos que este deva ser vetado, pelos motivos que seguem: A Constituição Federal tem como garantia funda-mental o direito à ampla defesa e ao contraditório tanto no âmbito judicial como no administrativo (art. 5º, LV).

Nesta sendo, também o Estatuto dos Advogados, no inciso XV do artigo 7º, reconhece ao advogado o direito ter vista dos processos judiciais ou adminis-trativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou

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retirá-los pelos prazos legais. Destaca-se que embora trate de um direito de extrema importância para o exercício da profissão, existem exceções legal-mente previstas no § 1º do mesmo artigo, vejamos:

Art.7º São direitos do advogado: [...] XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competen-te, ou retirá-los pelos prazos legais;

§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regi-me de segredo de justiça; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a per-manência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela au-toridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado.

Diante do previsto no item 2 §1º desse dispositivo legal, podemos afirmar que o direito garantido no inciso XV não é absoluto, ou seja, é expresso no sentido de que tal prerrogativa não se aplica quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante repre-sentação ou a requerimento da parte interessada.

A cautela a ser adotada pela Administração Pública, no sentido de obstar a saída dos autos dos processos em trâmite, deve-se ao fato de existirem docu-mentos originais de difícil restauração, não se vislumbrando qualquer mácula de ilegalidade na retenção dos processos, uma vez que visa à proteção da própria parte.

Justifica-se ainda a desnecessidade da retirada dos autos da repartição ante a possibilidade dos advogados regularmente constituídos, obterem todas as cópias reprográficas que entenderem necessárias. Ademais, mormente a exis-tência de processos de caráter sancionatório, sua permanência na repartição é a medida mais acertada.

Desta forma, em observância ao Princípio da Legalidade, a Administração Pú-blica só pode praticar as condutas autorizadas em lei. Assim, muito embora a Lei Complementar n. 02 de 15 de novembro de 2002 tenha instituído o Código Administrativo de Processo Fiscal, inexiste qualquer regulamentação para vista dos autos dos processos fora da repartição e demais procedimentos necessá-rios.

No cenário atual, a Administração Pública Municipal não possui meios, tam-pouco estrutura material e de pessoal, ou recursos necessários para realizar o controle de cargas processuais fora da repartição. Tal fato se agrava pela exis-tência de milhares de feitos em trâmite. Um outro ponto que deve ser cuida-dosamente observado é a questão de terceiro interessado estar representado por advogado devidamente constituído e ter vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias.

Primordialmente é importante esclarecer que a regra geral do processo civil é que a vista dos autos seja feita em Secretaria, desde que não se trate de processo que esteja tramitando em segredo de justiça, ou, in casu, seja reves-tido pelo sigilo fiscal. Tal regra atende ao princípio da publicidade que rege os atos processuais. No entanto, a vista dos autos é privilégio das partes e seus procuradores.

O art. 189 do NCPC, que estabelece sobre a publicidade dos atos processuais, ressalta, com veemência, que o direito de vista cabe estritamente às partes e seus procuradores, e vai além, prescrevendo que os processos em que cons-tem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade (art. 189, inciso III), correm sob segredo. A quebra do sigilo fiscal é uma questão constitucio-nal, pois o inciso X do art.5º da Constituição Federal de 1998 preceitua que a intimidade é uma garantia individual inviolável.

Neste sentido temos que envolve o dever de fiscalização do Estado e o direito do individuo em ter sua intimidade resguardada. O artigo 198 do Código Tribu-tário Nacional estabelece:

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulga-ção, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.

Nesse sentido, necessário se faz mencionar o entendimento da ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro que preconiza, in verbis:

Esse direito de acesso ao processo administrativo é mais amplo do que o de acesso ao processo judicial; neste, em regra, apenas as partes e seus defenso-res podem exercer o direito; naquele, qualquer pessoa é titular desse direito, desde que tenha algum interesse atingido por ato constante do processo ou que atue na defesa do interesse coletivo ou geral, no exercício do direito à in-formação assegurado pelo artigo 5º, inciso XXXIII, da Constituição.

É evidente que o direito de acesso não pode ser exercido abusivamente, sob pena de tumultuar o andamento dos serviços públicos administrativos; para exercer este direito, deve a pessoa demonstrar qual o seu interesse individual, se for o caso, ou qual o interesse coletivo que pretende defender.

O direito de acesso ao processo não se confunde com o direito de vista, que somente é assegurado às pessoas diretamente atingidas por ato da Adminis-tração, para possibilitaro exercício de seu direito de defesa. O direito de acesso só pode ser restringido por razões de segurança da sociedade e do Estado, hi-pótese em que o sigilo deve ser resguardado (art. 5º, XXXIII, da Constituição);

ainda é possível restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (art. 5º, LX).

Dependendo do nível e da extensão do interesse do indivíduo, podem existir interessados diretos ou indiretos. Os primeiros são aqueles cuja órbita jurídica pode ser atingida de forma imediata pelo processo, sendo normalmente par-ticipantes do procedimento, ao passo que interessados indiretos são aqueles que, embora não figurando diretamente no processo, são suscetíveis de ser atingidos, de modo favorável ou desfavorável, pelo desenvolvimento ou pelo desfecho do processo.

O que se deve reprimir é o abuso do direito, ou seja, aqueles casos em que o indivíduo detém mera curiosidade sobre fatos que não lhe dizem respeito e age com espírito de emulação ou de má-fé. Diante do exposto conclui-se que aquele que não participa diretamente do processo administrativo, ou seja, o terceiro interessado pode ter acesso às informações desde que protocole o requerimen-to no órgão ou na entidade pública responsável pelo processo, expondo suas razões de seu interesse.

É importante frisar que tratamos aqui de acesso e não retirada dos autos da repartição pública, pois como tratamos anteriormente seria inviável. As infor-mações cujo sigilo seja imprescindível à segurança, ou suscetíveis de receber restrição de acesso, estas constituem parte da intimidade e da vida privada dos agentes econômicos, devendo, por isso, ser mantidas fora do alcance dos terceiros interessados.”

Em virtude das razões expendidas, o Projeto de Lei Complementar em questão não pode receber a nossa aquiescência formal, embora nobre a pretensão do legislador, autor da proposta.

Assim não nos resta outra alternativa que não a do veto total, para o qual so-licitamos de V. Exa., e dos nobres Pares que compõem esse Poder Legislativo o devido acatamento à sua manutenção.

CAMPO GRANDE-MS, 19 DE OUTUBRO DE 2017.

MARCOS MARCELLO TRAD Prefeito Municipal