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-p) V *&& po PUBLICAÇÀO DO GRUMIPf— GRUPO MULHER - EDUCAÇÃO INDÍGENA RIO DE JENEIRO JULHO/1995 UM JORNAL DO ÍNDIO, PARA O ÍNDIO E PELO ÍNDIO J MMMIIIIH'"''' ; V - 27 JUL 1981 , 5-',- r ,.tTi 3 r l ucão Sucesso do encontro sobre "SAÚDE DA MULHER IN- DÍGENA: UM DIREITO NOS- SO" rende frutos e terá con- tinuação este ano Consulta nacional sobre Direitos Humanos das Mulheres Indígenas O Grumin vai promover, na primeira quinzena de agosto, em Brasília, o seu encontro anual de trabalho e planejamento. Na ocasião será realizada tuna pesquisa nacional sobre violação dos direitos humanos e identidade da mulher indígena. Além da consulta haverá palestra sobre Cooperativa; Elaboração de Projetos para Geração de Renda e Capacitação em Saúde e Direitos Reprodutivos. Aproveitando a reunião, será realizada a Assembléia Geral, com a chegada de novos membros e discussão para reestruturação do Grumin. Pequim: uma nova relação entre o Estado e a Mulher Indígena Págs. 4 e 5 Década Internacional dos Povos Indígenas Pág. 3 GRUMIN recebe Comissão da ONU Rede SISTERS define ações Pág. 8 Pág. 3

, 5-',-r,.tTi3rlucão - :: Centro de Documentação e Pesquisa … · 2013-02-02 · Mat. de Escritório Desp. C/pessoal Aluguel Telefone/fax ... Rede SISTERS iniciada em Limón,

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po PUBLICAÇÀO DO GRUMIPf— GRUPO MULHER - EDUCAÇÃO INDÍGENA

RIO DE JENEIRO JULHO/1995

UM JORNAL DO ÍNDIO, PARA O ÍNDIO E PELO ÍNDIO J

MMMIIIIH'"''' ; V ■■-■

27 JUL 1981

, 5-',-r,.tTi3rlucão

Sucesso do encontro sobre "SAÚDE DA MULHER IN- DÍGENA: UM DIREITO NOS- SO" rende frutos e terá con- tinuação este ano

Consulta nacional sobre Direitos Humanos

das Mulheres Indígenas O Grumin vai promover, na primeira quinzena de agosto,

em Brasília, o seu encontro anual de trabalho e planejamento.

Na ocasião será realizada tuna pesquisa nacional sobre violação dos direitos humanos e identidade da mulher

indígena. Além da consulta haverá palestra sobre Cooperativa;

Elaboração de Projetos para Geração de Renda e Capacitação em Saúde e Direitos Reprodutivos.

Aproveitando a reunião, será realizada a Assembléia Geral, com a chegada de novos membros e discussão para

reestruturação do Grumin.

Pequim: uma nova relação entre o Estado e a Mulher Indígena

Págs. 4 e 5

Década Internacional dos Povos Indígenas

Pág. 3

GRUMIN recebe Comissão da ONU

Rede SISTERS define ações

Pág. 8

Pág. 3

PÁGINA 2 JORNAL DO GRUMIN

EDITORIAL

UNIR PARA SOBREVIVER Estamos mais uma vez

falando com nossos leito- res, depois de um longo período.

O Grumin (Grupo Mu- Iher-Educação Indígena) é uma organização que bus- ca a conscientização do que somos como mulhe- res indígenas e o que fa- zer. E, baseado nesta pre- missa, concentramos nos últimos 2 anos e meio, to- do o esforço para apoiar o nosso Povo Potiguara e a Casa da Mulher Indígena na área Potiguara.

Diante das dificuldades que encontramos a nível de conscientização, difi- culdades essas impostas pelo colonizador e neoco- lonizador que ensinou o povo "a receber o peixe pronto ao invés de ensi- nar a pescar", criamos o Programa de Educação e Conscientização através da Cartilha "Akajutibiró, Terra do índio Potiguara" para adultos e crianças.

Tudo isso é um traba- lho lento. Na realidade uma semente de esperan- ça. O importante é não de- sistir. No entanto, as difi-

culdades de sobrevivência das 206 nações indígenas do território nacional, a in- segurança pelo medo da perda das terras, a fome, a carência total dentro das áreas indígenas é uma rea- lidade gritante. E o Gru- mim, que é uma organi- zação pequena, vem bus- cando novas parcerias, ob- jetivandç a solidariedade a esses povos. Não como salvador da pátria, mas co- mo um foco de resistên- cia e combate à discrimi- nação social e racial aos Povos Indígenas do Bra- sil, em particular às mu- lheres indígenas.

O Grumin nesses 12 anos de luta trilhou um árduo caminho para pro- mover a compreensão e a união, de forma a nos fortalecer e compreender que o inimigo maior é o poder que destrói a cul- tura, línguas, tradições e espiritualidade.

Temos que dialogar com o Poder, impondo uma no- va era, onde os Povos In- dígenas possam viver dig- namente, com suas ter- ras e tradições garantidas.

Eliane Potiguara

EXPEDIENTE JORNAL DO GRUMIN GRUPO MULHER-EDUCAÇAO INDÍGENA 'Pelo Direito à Vida"

Coordenação editorial: Eliane Potiguara Lima dos Santos Edição; Sônia Fassini (Registro n" 12.648—MTb-RJ) Redação: Eliane Potiguara, Sônia Fassini. Fotografia: Ruban Diagramação: Ghandi Gama Neves Ilustração: IWTC Composição e Impressão: Jornal dos Sports Endereço: Rua Ambrosina, 82 — Tijnca — Rio de Janeiro — Brasil Cep: 20540-120 — TEL/FAX: 55-21-208-6798 Tiragem: 5 mil exemplares

Apoio Financeiro: Comissão Européia Coordenação-Executiva do GRUMIN: Região Noideste/Potiguara (Maria Antonia, Maria de Fátima da Conceição, Wilma Maria dos Santos, Djalma Domingues); Região Leste (Anahí Kaiowá, Daline Braga), Região Sudoeste (Rosineide Pio/Terena); Região Sul (Marina Guarani e Belarmina Luiz Paraná) Presidente de honra da Casa da Mulher Indígena: Severina Santana dos Santos. Coordenadora da Casa: Maria de Fátima da Conceição. Voluntários (administrativos): Ruban, Billy, Elza de Lima Silva * As chamadas de pé de página desta edição são de autoria do Cacique do Céu. Foram psicografadas por um chefe guarani saído da tena há muitas luas e que até hoje aguarda justiça para sen povo.

Entrega das chaves do carro doado pelo GRUMIN à comunidade Potiguara

comprova aplicação dos Tf rmMté recursos provenientes do ^í***^**m

apoio financeiro Internacional

BALANCETE', REALIZADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 1994. GRUMIN - GRUPO MULHER-EDUCAÇAO INDÍGENA

CONTAS Caixa Bco. Itáu C/movim. Despesas Bancárias Móveis e Utensílios Máq. e Equipamentos Semoventes Dir. linha telefone Mat. de Escritório Desp. C/pessoal Aluguel Telefone/fax Correios Alimentação Xerox Desp. C/viagens Desp. C/medicamentos Material Casa da Mulher Desp. C/combustíveis Desp. diversas Assistência Contábil Vale Transporte Revistas e assinaturas Serviços prestados Veículos Rendimentos e aplicações Contrib. e Doações Patrimônio Líquido

Totais

DEBITO 70,54 8,82

180,45 1,37 3,88 1,91 0,05

1.285,04 51,81

178,26 610,55 559,18

1.055,76 64,65

4.785,16 176,36 380,28 145,68

3.020,17 53,03 18,76 9,44

3.398,10 4.000,00

20.069,25

CREDITO

8.275,26 11.585,01

208,98

20.069,25

DESDOBRAMENTO DOS ITENS: Despesas de viagens (Seminário de Saúde da Mulher lndigena/20 passagens, viagem da delegação a Mar dei Plata e viagens internas. ..... ,^. , - • j -. . Despesas diversas (material de construção da Casa da Mulher/Z» parte; farmácia de Dtoterapia, horta comunitária Potiguara, apoio à lideranças indígenas). Material Casa da Mulher (material de produção). Veículo (22 transporte comunitário/Potiguara). Alimentação (cestas básicas/área Potiguara). Serviços prestados (Profissionais diversos).

.AiPIN.

Agencia Internacional de Prensa índia

Participe da IMPRENSA INDÍGENA, através do AIPIN/México (Agência Internacional de Imprensa), uma iniciativa de Povos Indígenas em Comunicação. Informações pelo fax: (525) 761-8573

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DOCl mm

JORNAL GRUMIN PAGINA 3

América Latina e Caribe INTERNACIONAL REDE SISTERS

Define critérios de funcionamento .v^0*^

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Duas reuniões mui- to importantes para as integrantes da Rede SISTERS (Irmandade de Mulheres na Luta pela Eliminação do Ra- cismo e Sexismo/CMI) aconteceram nos últi- mos meses.

Nos primeiros dias de dezembro de 94, re- presentantes indígenas

- fs.-Q -.o • e negras da América Latina e do Caribe par-

ticiparam de encontro na cidade de Limón, Costa Rica, entre elas a presidente do GRUMIN, Eliane Potiguara e Darlene Baikiri, onde reafirmaram o compromisso de traba- lharem juntas pela melhoria da qualidade de vida dos povos indígenas e negros e para a implementação da Rede Sisters em toda a América Latina.

IDENTIDADE e DIREITOS HUMANOS serão as áreas prioritárias de atuação. Por IDENTIDADE as integrantes da rede entendem ser o autoconhecimento e valorização das raízes ancestrais tanto dos povos indígenas quanto dos ne- gros. É também a preservação de uma visão de mundo próprio, com relação à terra e à natureza, além do fortale- cimento para a vida presente e preparação para o futuro. Identidade, então, tem um sentido de resgate do bem-estar e da auto-estima.

Quanto aos DIREITOS HUMANOS seriam os atributos que fazem parte de todo ser humano que lhes permitem viver com diginidade, sejam eles indígenas, brancos ou negros. E dos quais todos necessitamos para viver indivi- dual ou coletivamente em harmonia com a Mãe Terra, respeito à cultura e religiosidade de cada povo.

O documento final do encontro alerta para os efeitos da globalização da economia e os programas de ajustes estru- turais que vêm penalizando as populações dos países mais pobres e especialmente as mulheres negras e indígenas que se encontram nos segmentos mais pobres desses povos.

Outro alerta importante foi para a violência física, verbal e psicológica que ameaça e agride a cultura e a identidade

étnica, racial e de gênero, além do não-reconhecimento da religião dos dois povos.

O documento prevê, ainda, que cabe aos Governos lo- cais garantirem a infra-estrutura inerente à melhor qualida- de de vida.

CARTA DE CONCEPCIÓN Para dar continuidade à questão do funcionamento da

Rede SISTERS iniciada em Limón, foi escolhida entre os participantes uma Comissão que se reuniu nos dias 18 a 20 de janeiro deste ano no Chile.

Nesse segundo encontro ficou decidido quais seriam os objetivos da Rede SISTERS e os critérios de filiação:

Foi decidida, ainda, a edição de um Informativo sobre a Rede para ser distribuído entre diversas organizações, grupos e programas de mulheres para obter mais adesões.

Será publicado, também, um Boletim semestral relatando a troca de experiências, ações dos grupos e a publicação prioritária de artigos sobre Identidade e Direitos Humanos dos povos indígenas e negros e finalmente a implantação de um Banco de Dados.

Novas Atividades Ainda este ano serão marcados dois encontros para inter-

câmbio: um seminário de capacitação para 30 participantes, que será coordenado pela Rede Afrolatina e Afrocaribenha (novembro/95) e um Encontro do Comitê de Mulheres Indí- genas, da Rede SISTERS, proposta para julho próximo.

Participação em Pequim Uma delegação da Rede SISTERS estará presente à IV

Conferência Mundial de Mulheres. Entre os critérios propos- tos para a escolha das representantes da América Latina e Caribe privilegiou-se a representação étnica, regional e sua articulação com os demais grupos de mulheres, além do compromisso com a socialização das informações entre grupos.

Assim, foram eleitas Esther Camac, indígena da Costa Rica e Ochy Curiel, representante da mulher negra da Repú- blica Dominicana. Em setembro elas se juntarão a outras sete representantes dos demais continentes para levar a palavra das mulheres negras e indígenas às outras 36.mil companhei- ras que estarão na capital chinesa discutindo as questões prioritárias das mulheres para o milênio que se aproxima.

Latino americanas presentes à Reunião da Rede Sisters. Eliane Potiguara (Grumin) e as mulheres brasileiras estão à esquerda na foto.

ONU cria Década dos Povos Indígenas A Assem-

bléia Geral das Nações Unidas realizada em 8 de dezembro de 1994 insti- tuiu a Década Internacional dos Povos In- dígenas do

Mundo, que se iniciou em janeiro de 95 e se estenderá até dezembro de 2004.

Tendo como temática "Povos Indí- genas: uma nova associação" a Década espera que se estabeleça uma dupla coo- peração global. A primeira, entre os Po- vos Indígenas e os Governos. A outra, entre os Povos Indígenas e as Nações Unidas.

Seu objetivo principal é reforçar o processo de consulta e cooperação com as populações indígenas e os projetos e programas que lhes dizem respeito.

Um programa de ação foi também delineado e entre essas ações está pre- vista a criação de um Fundo de Depósi- to Voluntário, que será utilizado para facilitar assistência direta às comunidades.

Todos os órgãos vinculados à Onu estarão envolvidos: a Unesco, por exem- plo, organizará cursos de treinamento e programas de preservação dos conheci- mentos indígenas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) ajudara no estabelecimento de necessidades sanitárias dos indígenas, en- quanto a Organização Internacional do Trabalho (OIT) implementara projetos de assistência técnica e a FAO incre- mentará apoio aos programas de preser- vação das florestas nativas, espécimes vegetais raras e programas de combate à fome, cabendo ao PNUD subvencio- nar reuniões destinadas à preservação das tradições indígenas.

Conferência do Cairo: a polêmica em tor- no da saúde e dos direitos reprodutivos

A cidade do Cairo, capital do Egito, foi a sede da importante Conferência Mundial sobre Po~ pulação e Desenvolvimento, pro- movida pela ONU no período de 5 a 13 de setembro de 94. Parti- ciparam 3.500 delegados de 183 países.

O objetivo da Conferência era elaborar um plano de ação mun- dial com a finalidade de orientar os países em suas ações para or- ganizar e controlar o crescimen- to populacional envolvendo o pla- nejamento familiar.

O texto final da Conferência reconhece os direitos Reprodutivos de Mulheres e Homens, e recomenda que os países devem promover o acesso de todos ao planejamento familiar e aos serviços de saúde.

Pela primeira vez, e apesar de toda a pres- são do Vaticano para que isso não aconteces- se, um documento internacional e oficial reco- menda que os governos dos países tratem das conseqüências do aborto clandestino como uma

Eliane Potiguara relata casos de violência contra as mulheres indígenas brasileiras

importante questão de saúde pública e não mais como um crime previsto em lei, somente. Nos casos em que o aborto não é contra a lei, o documento recomenda que seja feito em con- dições adequadas.

As resoluções tratam apenas de princípios, porque não definiram estratégias de ação para colocá-los em prática. Mas foi um grande avan- ço pois deverá ser um instrumento útil para pressionar os governos a dar atenção adequada aos direitos das mulheres.

"As mulheres precisam de terra para o filho criar"

PÁGINA 4 JORNAL DO GRUMIN PAGINA 5

MULHER N Conferência Mundial sobre a Mulher E

Reunidas em Mar dei Plata (Argentina), durante o Fórum Preparatório das Organizações Não Governa- mentais (setembro de 94), as mulheres indígenas da América Latina elaboraram documento de consenso para ser encaminhado à Conferência de Pequim.

O documento contém propostas em quatro setores distintos, que estarão representados na reunião da Or- ganização das Nações Unidas, em setembro próximo.

O Grumin esteve presente à reunião e traz eSSas propostas para o conhecimento dos povos indígenas do Brasil.

Propostas aos Governos e Organismos Interna- cionais

• Proporcionar a análise, estudo e implementação de reformas constitucionais destinadas ao pleno reco- nhecimento dos direitos das Mulheres Indígenas, in- corporando-os às diferentes Constituições dos dife- rentes países;

• Integrar a Mulher Indígena em todos os níveis do planejamento para o desenvolvimento em cada país; • Exigir dos Governos o reconhecimento do caráter pluricultural e multilíngüe

dos nossos povos indígenas; 9 Exigir o reconhecimento de nossas terras e territórios que nos pertenceram

originariamente através da entrega de títulos de propriedade e delimitação dessas terras; • O reconhecimento legal dos povos, organizações e federações indígenas,

respeitando as suas autoridades originárias e suas formas próprias de organização social; • Criar instrumentos jurídicos e sociais adequados para proteção da mulher

, contra a violência doméstica e política.

# Incentivar a realização de uma grande campanha que evo- que aos povos indígenas o pro- tagonismo das ações de prote- ção do meio ambiente e ecos- sistemas, como um dos meca- nismos mais adequados para possibilitar à mulher indígena o acesso a melhores níveis de vida;

# Implementar políticas rea- listas que solucionem o pro- blema do analfabetismo da mu- lher indígena e camponesa, pos- sibilitando seu acesso à edu- cação intercultural e bilingüe, respeitando a cosmovisão in-

Daline Braga, Rosineide Pio Terena e Anahí digeria na educação não sexis- Kaiowá no Fórum de Mar Del Plata

;nas € dive

Grupo de Companheiras da América Latina que redigiu documento para Pequim. No alto, à esquerda, Anahí,

representando o GRUMIN

HDeixi] vários orga

Agora qi ferência Mundial era q Década da Mulher, as ^ nas se elevara para ck |K>r raudanças na vida ca de seus povos.

lideranças entre as mulheres iheciraento que vera receben- anizações, contribuiu para a ja indígena nas discussões de ntemácionais.

*^ V^VfJIJL&l^J

paraacon» laSegunda

ss das mulheres indíge- iciar a opressão e pro- itica, social e econômi-

bra«W >•' Para n6sJ?f?dial

O nascimento das propostas para Pequim aconteceu durante o Fórum da Mulheres Indígenas

do Equador (CONAIE)

dos Governos com valoriza-

ta e formativa que promovam a vinculação de homens e mulheres indígenas à terra; # Implementar políticas de saúde que garantam serviços accessíveis e de

qualidade às mulheres indígenas e camponesas com dignidade e respeito aos seus usos e costumes. Reconhecimento oficial da OMS e ção das práticas ancestrais da medicina natural e tra- dicional;

# Pôr fim às políticas de esterilização massiva de Mulheres Indígenas e camponesas e aos programas de planejamento familiar que não tenham em conta os costumes indígenas;

# Implementar políticas de Segurança e Bem-Es- tar Social gratuito aos setores indígenas e camponeses;

# Exigir o reconhecimento do Fundo Indígena para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas;

# Exigir dos Governos os recursos financeiros necessários que facilitem a presença e participação da Mulher Indígena na Conferência Mundial em Pe- quim, garantindo o processo de preparação prévia em níveis nacionais e regionais.

Propostas para as ONGs e Organizações Femi- ninas

# Criar uma Rede de Comunicação da Mulher Indígena para manter uma constante troca de infor- mações; presença de valores culturais, pensamentos, atividades e problemas, com uma metodologia de

educação participativa, que permita uma fluída integração entre Mulheres Indígenas. # Brindar com apoio solidário todo tipo de organização de mulheres indígenas

que, por si mesmas, mediante investigação, ação, capacitação e interação, vão fortalecendo suas estruturas permitindo a liderança das mulheres indígenas e

consolidando metas e objetivos que as beneficiem;

Propostas Específicas para as Mulheres Indí- genas

# A base de uma maior e melhor participação das mulheres indígenas nas estruturas sociais e políticas dos países e regiões a que pertencemos, tem raízes na organização surgida das Mulheres Indígenas;

# Devemos ir sistematizando e aprofundando o conhecimento de nossa própria realidade para me- lhorá-la e transformá-la;

# Devemos trabalhar arduamente para conse- guir uma participação em níveis de poder formal e não-formal;

# Estamos obrigadas a potencializar nossas ca- pacidades, habilitadas e conhecimentos para coad- juvar as mudanças necessárias em nossas socieda- des para que o novo Milênio seja de bem-estar e desenvolvimento sustentável para toda a humanidade.

Propostas para uma nova relação entre os Meios de Comunicação e a Mulher Indígena

# Em consideração à importância que tem a Comuni- cação na sociedade contemporânea, e afirmando que o acesso à informação e aos canais de expressão são ele-

mentos fundamentais de participação democrática. # Ao constatar que na maioria dos Meios de Comunicação massiva da América

Latina e do Caribe, a problemática indígena é marginalizada e suas reivindicações estão praticamente ausentes e que esta marginalização é ainda mais acentuada no caso das mulheres indígenas; reivindicamos:

# Garantir o acesso equitativo dos Povos Indígenas, de maneira particular as Mulheres Indígenas, aos meios de comunicação massiva para expressar suas pro- blemáticas e seus pontos de vista;

# Garantir e facilitar o aces- so dos Povos Indígenas às nos- sas tecnologias de comunicação e, de maneira especial, que se dêem facilidades para que as Mu- lheres Indígenas possam ter aces- so e apropriar-se dessas tecno- logias;

# Garantir e facilitar a pro- dução de meios próprios aos po- vos e Mulheres Indígenas, que sirvam como instrumento de sen- sibilização e educação para a pre- servação e desenvolvimento de suas especificidades culturais, seus idiomas e sua contribuição ao patrimônio da humanidade; e, que sirvam de canais de in- tercâmbio com outros povos.

44 ^ 1í^

PÁGINA 6 '■:i'mffyim

JORNAL GRUMIN

sca^nmmow Ps^l

♦ As índias Inê Karajá (1994) e Do- rothy Taukane (1995/foto) fo- ram homena-

i geadas pelo i Conselho de I Mulheres do | Brasil/Rio co- mo uma das dez mulheres do

s* ano. Em 1988, o Grumin, graças à sua luta, abriu esse espaço, com premiação da sua Presidente . Eliane Potiguara. ^

* O Grumin participou da Conferência Mundial sobre População e Desenvolvi- mento no Cairo em setembro/94 apresen- tando 4 casos de violência *as mulheres indígenas no Fórum "Mulheres que estão desaparecendo". Baseado nisto,está orga- nizando a Consulta Nacional de Direitos Humanos das Mulheres Indígenas, para o 2a Semestre/95.

* O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, uma conquista das mulheres bra- sileiras, teve seu conselho deliberativo re- novado e eleita a Dr» Rosiska Darcy de Oliveira, para a presidência.

* A Ashoka (Agentes Ino- vadores do Bem-Estar So- cial), que oferece bolsas de auxílio a projetos so- ciais inéditos, mudou sua

coordenação e está reestruturando sua atua- ção. Maiores informações: Rua São José 70/901 Cep: 20010-020 - Rio de Janei- ro/RJ. Tel.: (021) 220-8201, Fax: (021) 220-8169.

* A Associação de Comunidades Re- manescentes de Quilombos do Município de Oriximiná/ARQMO/Paiá está lutando par adquirir a titulação das terras da co- munidade Boa Vista. Para isso pede que se envie carta para: Bazílio de Araújo Ne- to (Presidente do Incra) SBN — Palácio do Desenvolvimento, Cep: 70057, Brasí- lia. O endereço da ARQMO: Cx. Postal, 52 — Oriximiná/Para, Cep: 68.270.

* Anahí Kaiowá (Coor- denadora da Região Les- te) foi representar o Gru- min no Seminário Sul- Americano de Mulheres

CARTAS

Indígenas/ONIC (Organização Indígena da Colômbia).

* A Associação Chirapag do Peru rea- lizou o Ia Seminário de Mulheres Indíge- nas e Beijing 95: "Para que nossa voz se escute".

* A Associação de Mulheres Indígenas do Rio Negro é uma associação de mulhe- res imigrantes de suas terras e que tem sede em Manaus. A AMARN reúne mu- lheres indígenas que trabalham em casas de família e produzem belíssimo artesanato.

* Parabenizamos os índios Bakairi Es- tevão Taukane e Darlane Taukane pelo boletim que publicaram "EGA KURA WAUNDO XIMA" ("veja nosso povo, somos assim") que fala sobre o resgate cultural através das máscaras sagradas.

* A CAPOIB (Comissão de Articula- ção de Povos Indígenas do Brasil) reali- zou sua Ia Assembléia em Brasília no mês de abril e reuniu cerca de 200 lideranças de todo o país.

* O Grumin quer agradecer a solida- riedade à nossa luta aos vereadores Mil- ton Nahon e 'Adilson Pires da Câmara Mu- nicipal do Rio de Janeiro.

^^B * O Grumin participou do Debate Nacional "Mu-

B^ lher, Saúde, Sexualidade ^^^ e Cidadania" promovido

pela Rede Nacional Feminista de Saúde e organizado pelo IDAC (30/31 de março de 95) no Rio de Janeiro.

* A CENÁCORA, vem se destacando em sua luta em Combate ao Racismo, rea- lizando dezenas de atividades e propostas que buscam destacar os povos indígenas e negros numa unidade que já vem sendo construída há alguns anos. O Grumin vem colaborando com essa importante organi- zação.

* O Grupo AGAR é uma irmandade de mulheres negras protestantes e ecumêni- cas que luta por um fazer teológico volta- do para a Comunidade Negra da Baixada Fluminense (RJ) e objetiva conquistas na área de Saúde e Educação. Tel.: (021) 772-3707 (Caca ou Silvia).

* A Rede Sisteis será re- presentada na IV Confe- rência Internacional das Nações Unidas sobre a Mulher por 9 companhei-

ras de vários países.

* O COMIN (Conselho de Missão entre índios) convida às ONGS e So- ciedade em geral a apoiar a campanha a favor dos Direitos Indígenas, junto ao Governo Federal. Pede a manutenção do Decreto 22/91 que determina um pro- cedimento administrativo de demarca- ção das terras indígenas considerado in- constitucional pelo Ministro da Justiça Nelson Jobim, informando que "os Di- reitos Indígenas estão seriamente amea- çados por uma interpretação maldosa e interesseira".

* " (...) 50% das 540 terras indíge» nas do Brasil estão demarcadas e 87% delas estão invadidas por posseiros, ga- rimpeiros, mineradoras, madeireiros, fa- zendeiros, grileiros, militares e mesmos por prefeitos, governadores e outros po- líticos. Os índios vêm sendo persegui- dos e assassinados e não recebem a mí- nima assistência nas áreas de saúde, sub- sistência e educação (...)" (COMIN).

* "(...) Os parlamentares da Região Amazônica, que formam a "Bancada Amazônica" querem a diminuição drás- tica das Terras Indígenas, especialmen- te dos Yanomami, e a proibição de de- marcação de TI na faixa de fronteira e fazem um "lobby" muito forte sobre o governo". (...) (COMIN).

* "Nós, pessoas e organizações in- dígenas, reunidos na sucursal flutuante do FICJ Equador, a bordo do barco Fi- delio era Arasterdara era 05/02/95 de- claramos a fundação do "Conselho In- dígena na Holanda" (...) os objetivos são: defender os interesses dos Povos Indígenas e seus representantes na Ho- landa dentro da Década dos Povos In- dígenas (1994-2004) declarado pelas Na- ções Unidas e Promover a cooperação entre os povos indígenas". (Conselho Indígena na Holanda).

* (...) "No dia 15/08/94 foi publica- do no Diário Oficial o reconhecimento e a delimitação da área Urubu-Branco (Povo Tapirapé (...). Agradecemos a to- dos pelas cartas de apoio (...) que di- vulgaram nossa luta. (Equipe Indígena da Prelazia de S. Felix do Araguaia).

* "O Povo Pitaguary/Ceará na sua luta pela identificação e delimitação de suas terras durante a Semana dos Povos Indígenas, conseguiu ganhar apoio da Câmara Municipal de Maracanaú, por

ocasião de uma audiência pública. Na época aconteceu a grande caminhada para a Comunidade de Santo Antônio de Piraguary e junto cora os Tapeba, Tremerabé, Jenipapo-Canindé represen- taram o sofrimento do Povo Pitaguary".

MAPI — (Movimento de Apoio aos índios Pitaguary)

AKJUTIBIRÓ - Terra do índio Potiguara

AKAJUTIBIR0 TERRA DO ÍNDIO POTIGUARA

* "Parabéns pela concepção da cartilha Potiguara (...) É bem ver- dade que elaborar uma cartilha para aprendizado de uma linguagem viva é tarefa difí-

Y^s^T-^/ cil, difícil é res- | 0| £ ssnsssi gatar e preservar

o que o coloniza- dor tentou sufocar''. (SOMBRAS—So- ciedade de Amigos da Amazônia Brasi- leira).

* "Parabenizamos a equipe do Gru- min pelo excelente trabalho que é a Car- tilha Akajutibiró (...) que ressalta as tra- dições do universo Potiguara". (Edson Silva/Recife).

* "Ficamos muito satisfeitos era sa- ber que o Grurain se preocupa em man- ter viva a cultura do Povo Potiguara, através deste projeto de Educação: Aka- jutibiró". (Centro de Ciências Humanas Letras e Arte da Universidade Federal — Rio Grande do Norte — NEPAN).

* "Parabéns pela excelência dos tex- tos e sucessos. (NEGUEM — Universi- dade Federal de Uberlândia).

* ' 'Iniciativas como esta contribuem enorraeraente para o resgate das tradi- ções culturais dos povos indígenas do Nordeste, bem corao para o fortaleci- mento da organização indígena na Re- gião". (Instituto Brasileiro de Amizade e Solidariedade aos Povos/Recife).

* "Quero parabenizar a iniciativa da Cartilha Akajutibiró". (Comissão da Ci- dadania e Reprodução — SP).

IV CONFERêNCIA MUNDIAL DA MULHER

VEJA O MUNDO PELO OLHAR

DAS MULHERES

O que é a Conferência de

Pequim? A Conferência Mundial de Pequim será a

quarta reunião já realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Mulher, para tra- tar de temas que digam respeito a todos os países.

Participam dessas conferências os represen- tantes oficiais dos 184 países que compõem a ONU.

Dessas conferências resultam uma série de recomendações de políticas e ações a serem de- senvolvidas pelos Governos. As recomendações dessa Quarta Conferência serão importantes por- que são compromissos assumidos para o Tercei- ro Milênio que se avizinha com o ano 2000.

Breve histórico das conferências mundiais sobre a mulher Na década de 70 a importância do

movimento de mulheres organizadas na Europa e nos Estados Unidos motivou a Organização das Nações Unidas a reali- zar-se a Ia Conferência Mundial sobre a Mulher (México, 1975).

O resultado dessa reunião foi um Pla- no de Ação que, eleito pela Assembléia da ONU levou à Declaração da Década da Mulher. Ainda em 1979 foi adotada a Convenção sobre a Eliminação de to- das as formas de Discriminação contra a Mulher.

Em 1980, a 2Í Conferência aconte- ceu em Copenhagen (Dinamarca) e en-

fatizou a questão da Educação, do Em- prego e da Saúde.

AIII Conferência aconteceu em Nai- róbi (Quênia, 1985) e lá foram adota- das, por conceso, as Estratégicas Futu- ras para o Desenvolvimento da Mulher no Ano 2000.

Agora, esta IV Conferência busca re- tomar as questões avaliadas em 1990 e aproveitando a reorganização do movi- mento de mulheres vai enfocar novos temas com a Feminização da Pobreza e os obstáculos que impedem a participa- ção plena da mulher no desenvolvimento.

JORNAL GRUMIN PÁGINA 7

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GRUMIN visita

GELEDÉS Aconteceu, finalmente, o tão esperado encontro das

mulheres indígenas do Grumin com as mulheres negras do GELEDÉS.

Durante a visita que fizemos à sede da organização das nossas companheiras em S. Paulo, aproveitamos a oportunidade da troca de experiência para estabelecer uma futura parceria, que vai se traduzir na realização de um Encontro Nacional de Mulheres Negras e Indígenas.

O Grumin e o GELEDÉS vão, também, trabalhar um projeto conjunto na área de Saúde e Direitos Re- produtivos.

Na ocasião, a coordenadora Leste, Anahí Kaiowá pode demonstrar o projeto de Resgate dá Arte de seu povo, além de relatar a situação política e social dos kaiowás, que nos últimos anos vem registrando um aumento alarmante nos casos de suicídio entre os jovens.

VANUIRE ~ fará

horta comunitária

Anahí fala do projeto Kaiowá para Edna Roland Na visita ao GELEDÉS, a solidariedade na troca (centro) e Sueli Carneiro de experiências

Projeto quer resgatar Arte Kaiowá Uma tentativa de recuperar a rtiemória artís-

tica da comunidade Kaiowá de Mato Grosso do Sul já está em pleno andamento.

A iniciativa é da nossa companheira Anahí Kaiowá, coordenadora do Grumin para a região Leste, que desenvolverá um projeto onde os jo- vens da comunidade vão realizar uma pesquisa para resgatar desenhos característicos, arte plu- mária e pinturas de rosto, através do retomo da utilização de tinturas vegetais, como o urucum e o jenipapo usados pelos ancestrais.

O resultado dessa pesquisa breve será tranfor- mado em camisas estampadas com os motivos kaiowá.

A iniciativa da Anahí tem por motivo princial "o resgate da cultura do nosso povo, pois a continuidade da cultura é a razão de ser de um povo". Anahí quer trazer de volta à vida de sua comunidade o significado da palavra KAIOWÁ: gente alegre.

Todas nós do Grumin desejamos boa sorte a este belo projeto!

As mulheres da comu- nidade Vanuire, do estado de São Paulo, já elegeram a sua líder. Ela é Teresa Gomes Conechu, que tem demonstrado o seu valor de- senvolvendo trabalhos em que procura envolver sem- pre as crianças e os idosos.

Além de ser a Ia Tesou- reira da Associação Comu- nitária e estar realizando um curso de Capacitação de Agentes de Saúde, Teresa quer reativar o curso de Cor- te e Costura para as ado- lescentes de sua comuni- dade — projeto que terá o apoio do Grumin — além de estar organizando um grupo para criar uma horta comunitária.

Teresa tem demonstra- do, ainda, um interesse es- pecial em particular dos mo- vimentos de mulheres in- dígenas em nosso País e assim poder conhecer me- lhor, tanto o trabalho de- senvolvido nas diversas co- munidades, quanto as lutas sociais e políticas que es- ses grupos vêm conduzin- do em favor das popula- ções indígenas.

FUNDACION RIGOBERTA MENCHU TUM

Dia Mundial dos Povos Indígenas

A Fundação Rigoberta Men- chu está convocando autorida- des governamentais, organiza- ções, artista e personalidades de todo o mundo, preocupados com a causa indígena, para que pro- movam atividades relativas ao Dia Mundial dos Povos Indígenas.

O dia 9 de agosto foi a data

escolhida pela Assembléia da ONU para as comemorações em- bora todos saibamos que não se- rá apenas um dia, embora mun- dial, que será capaz de resolver todos os problemas ancestrais de discriminação, racismo e pobre- za que marginalizam as nações indígenas em todos os países.

O apelo faz também um aler- ta aos povos indígenas: que usem a data como um espado de con- vivência, mas, sobretudo, de re- flexão e intercâmbio de pleitos e reivindicações baseados numa re- lação mais justa entre os indíge- nas e os demais.

Outras informações podem ser

obtidas na sede da Fundação Ri- goberta Menchu — Centro de Direitos e Valores dos Povos In- dígenas: ls Avenida n2 9-18, Zo- na 1, Guatemala, CA. — Tele- fones (502-2) 500029 ou 302535 e Tele-fax (502-2) 303048. ou E MAIL: RMT NICARAO APC ORG.

O Seminário "Saúde da Mulher Indígena e Desenvolvimento: Um Direito Nosso" realizado durante o encontro anual do Grumin, em 94, demonstrou bem a luta enfrentada pelas nossas companheiras em suas comunidades.

Como resultado daquele encontro surgiu a necessidade de nos reunir- mos de novo, agora em agosto, para promover uma pesquisa sobre a situação dos Direitos Humanos, a Família e a Identidade da Mulher Indígena.

Vamos, ainda, retomar as palestras sobre Capacitação na área de Saúde Reprodutiva e promover cursos sobre Projetos de Geração de- Renda e Formação de Cooperativas.

A exemplo da reunião do ano passado, que contou com a presença de diversos convidados, como a Reverenda Thaís Feldens, da Rede SISTERS/GTME (à direita), estamos contando com a participação de representantes de várias entidades nesse encontro, que temos a certeza será tão fraterno e proveitoso quanto o anterior.

"Insensíveis pensam que costume do índio é pura ignorância"

PARTICIPAÇÃO

Comissão da ONU visita GRUMIN

Uma comissão especial para as For- mas Contemporâneas de Racismo das Nações Unidas visitou a sede do Gru- min no dia 17/06/95. Queriam saber dos objetivos, propostas, perspectivas futu- ras do Grupo Mulher-Educação Indígena.

A Comissão quis detalhes dos Direi- tos Indígenas no contexto, maissi am"- plo: estatutos das sociedades indígenas. Constituição, além da demarcação de ter- ras e propostas do atual Governo.

A Comissão Especial está diretamen- te ligada à Subcomissão de Prevenção da Discriminação e Proteção de Mino- rias, subordinado à Comissão de Direi- tos Humanos da ONU.

Além do Grumin a Comissão visitou, também, o coordenador da Ação Pela Cidadania, Herbert de Souza, o Beti- nho, e o CEAP (Centro de Articulações das Populações Marginalizadas).

Aliando esforços rumo à Pequim A* COÍAB enviou duas representantes à Conferência

Nacional Preparatória para Beijing, que foi realizada no período de 15 a 18 de junho de 1995, no Rio de Janeiro.

A coordenadoria do Grumin — Região Sul, Marina Andrade e as duas companheiras da COIAB participaram da discussão do documento que será levado ao Fórum de ONGS, que acontecerá paralelamente à IV Conferência Mundial sobre a Mulher na China, em Setembro próximo.

Maria do Carmo, coordenadora da Associação de Mu- lheres do Alto Rio Negro (AMARN), e Zenilda Vilar, da

Associação de Mulheres Seteré-Mawé/Baixo Amazonas (A- MISM) reuniram-se na sede do Grumin — onde também ficaram hospedadas durante o evento — para objetivar um trabalho de PARCERIA, visando o fortalecimento das mu- lheres indígenas em suas áreas e articulação de mulheres a nível local, regional, nacional e até mesmo internacional.

Na ocasião, o Grumin apresentou os projetos que vêm desenvolvendo em várias comunidades com o objetivo de' gerar renda para as mulheres, que serão fortalecidos a partir desse ano com seis novas áreas de trabalho.

MAETERRA TEMA DO

CITI Somos nós quem cuidamos

das terras". Com esse slo- gan, o Conselho Internacio- nal de Tratados Indígenas (CI- TI) organização com status consultivo na U.N.O., reali- zou sua 6- Conferência Anual da Rede Sobre Meio-Ambien- te Indígena que protege a mãe-terra e sua 17a Confe- rência Intemacional dos Tra- tados Indígenas no Alaska.

No encontro esteve presen- te o Dr. Miguel Afonso Mar- tinez, representante especial das Nações Unidas.

O Grumin, que é membro do Conselho Intemacional de Tratados Indígenas (CITI), não pode enviar representan- te ao evento, que aconteceu no período de 20 a 24 de julho de 1995.

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GRUMIN Grupo Mulher-Educação Indígena

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