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CARTILHA DE SEGURANÇA DO PACIENTE – PASSO A PASSO PARA IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE - 1 - - CARTILHA DE SEGURANÇA DO PACIENTE - Passo a passo para a implantação do Núcleo de segurança do paciente

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CARTILHA DE SEGURANÇA DO PACIENTE – PASSO A PASSO PARA IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE - 1 -

- CARTILHA DE SEGURANÇA DO PACIENTE - Passo a passo para a implantação

do Núcleo de segurança do paciente

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CARTILHA DE SEGURANÇA DO PACIENTE – PASSO A PASSO PARA IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE - 3 -

SOBRE OS AUTORES

Adriana Carla Rodrigues MendesCirurgiã-dentista. Mestre em Odontologia. Especialista em Gestão de

Vigilância Sanitária pelo IEP/HSL. Inspetora sanitária da Agência Estadual de Vigilância Sanitária da Paraíba.

Andrea Cláudia Cardoso RochaNutricionista. Mestre em Nutrição. Especialista em Gestão de Vigilân-cia Sanitária pelo IEP/HSL. Inspetora sanitária da Agência Estadual de

Vigilância Sanitária da Paraíba.

Fabrício Martins Graduado em Educação Física. Especialista em Gestão e Sistemas do

SUS. Especialista em Gestão de Vigilância Sanitária pelo IEP/HSL.

Jassiara Morais Graduada em Administração e Direto. Especialista em Apoio Matricial. Especialista em Micropolíticas da Saúde. Especialista em Gestão de

Vigilância Sanitária pelo IEP/HSL.

Luana Monteiro LimaEnfermeira. Especialista em Gestão de Vigilância Sanitária pelo IEP/

HSL.

Mariceli Barbosa de Souza

Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva. Especialista em Gestão de Vigi-lância Sanitária pelo IEP/HSL. Inspetora sanitária da Agência Estadual

de Vigilância Sanitária da Paraíba.

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A segurança do paciente tem sido amplamente discutida no mundo inteiro, sendo considerada uma importante questão de saúde pública.

Entende-se por Segurança do Paciente a redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saú-de (Brasil, 2015a).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa de danos à saúde é alta a nível mundial anualmente. Nos Estados Unidos da América (EUA), a estimativa de mortes prematuras associadas a danos evitáveis decorrentes ao cuidado hospitalar encontra-se entre 210.000 e 400.000 americanos por ano (James, 2013).

A OMS, reconhecendo a magnitude do problema e a necessidade de promover a segurança do paciente a nível global, estabeleceu medi-das por meio de uma Aliança Mundial para Segurança do Paciente (World Alliance for PatientySafety). O propósito dessa iniciativa era definir e identi-ficar prioridades nesta área em diversas partes do mundo e contribuir para uma agenda mundial em pesquisas (FERNANDO et.al. 2016).

Neste contexto, destacam-se como questões importantes a frágil cultura de segurança do paciente, o processo de responsabilização pelo erro, os Eventos Adversos (EAs) e as infecções associadas à falta do cui-dado de saúde. (World Health Organization – WHO, 2009).

Diversos países no mundo buscam minimizar a ocorrência de EAs, com o propósito de melhorar a saúde, promovendo práticas seguras de cuidado e estimulando a realização de notificações desses eventos.

No Brasil, a incidência de Eventos Adversos (EAs) também é consi-derada alta, chegando a uma ocorrência de 7,6%, dos quais 66% são con-siderados evitáveis (Mendes, Martins, Rozenfeld, Travassos, 2009).

1. INTRODUÇÃO:

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Na Paraíba, existem 109 hospitais públicos, privados e filantrópicos cadastrados na Agência Estadual de Vigilância Sanitária da Paraíba (AGE-VISA/PB), distribuídos nos 223 municípios do estado. Conforme dados publicados no Sistema Nacional de Notificações para Vigilância Sanitária – NOTIVISA/ANVISA, em 01/03/2018, estão cadastrados neste Sistema 41 Núcleos de Segurança do Paciente; destes, 34 estão em unidades hospi-talares.

A meta de 100% de adequação dos serviços de saúde em relação à implementação das práticas de segurança do paciente é um desafio para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e todo o Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2015a).

Em 28 de novembro de 2011, com o propósito de ampliar as ações de segurança e qualidade em serviços de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63, que dispõe sobre os requisitos de boas práticas de funcio-namento (BPF) para os serviços de saúde, cujos padrões mínimos para o funcionamento desses serviços estão fundamentados, dentre outros crité-rios, na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente.

O Programa Nacional para Segurança do Paciente (PNSP) foi lan-çado pelo Ministério da Saúde (MS), através da publicação da Portaria nº 529 em 1º de abril de 2013. Um dos objetivos da Portaria é promover a implementação das ações voltadas para a segurança do paciente, a partir da criação dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) nos serviços de saúde.

Posteriormente, em 25 de julho de 2013, a ANVISA publicou a RDC nº 36, instituindo as ações de promoção para a segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde, por meio da obrigatorieda-de da instituição do NSP no serviço.

A presente Cartilha teve como base no caderno 6 - Protocolo de Implantação do Núcleo de Segurança do Paciente, da ANVISA e foi elabo-rada com o intuito de facilitar a compreensão do processo de implemen-tação do NSP nos hospitais do estado da Paraíba, além de sensibilizar os gestores e demais atores sociais envolvidos, por meio da Educação Per-manente em saúde, quanto à importante adesão na Política Nacional de Segurança do Paciente como garantia da qualidade dos processos assis-tenciais.

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2. NUCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE - NSP

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2. O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE NSP EM SERVIÇOS DE SAÚDE:

2.1 - O que significa NSP?

O Núcleo de Segurança do Paciente é a “instância do serviço de saúde criada para promover e apoiar a implementação de ações voltadas à segurança do paciente”, conforme disposto na RDC nº 36/2013 (BRASIL, 2013).

É função primordial do NSP a integração das diferentes instâncias que trabalham com riscos na instituição, considerando o paciente como sujeito e objeto final do cuidado em saúde (BRASIL, 2016).

2.2 – Quais os serviços de abrangência do NSP?

A Norma abrange além de hospitais, as clínicas e os serviços especializados de diagnóstico e tratamento, como por exemplo, serviços de diálise, endoscopia, medicina nuclear, radiodiagnóstico, radioterapia, etc (BRASIL, 2016).

2.3 – Quem deverá instituir o NSP?

Cabe à direção do serviço de saúde constituir o NSP e nomear a sua composi-ção, conferindo aos membros autoridade, responsabilidade e poder para executar as ações do Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde (BRASIL, 2013).

Nos casos dos serviços públicos ambulatoriais, como em Unidades de Atenção Básica de uma mesma região de saúde, por exemplo, podem ser constituídos por um NSP para cada serviço de saúde ou por um NSP para o conjunto desses serviços, conforme decisão do gestor local do SUS (Art. 4º, parágrafo 2º, RDC 36/2013).

2.4 – Por que/Para que instituir o NSP?

O NSP é a instância que irá auxiliar o gestor a conduzir essas ações, com o obje-tivo de alcançar uma melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de tecnolo-gias da saúde, na tentativa de disseminar a cultura de segurança, articular e integrar os processos de gestão de risco e garantir as boas práticas de funcionamento do serviço de saúde.

O gestor é responsável por buscar uma melhoria das ações de qualidade e de segurança do paciente.

2.5 – Como deve ser constituído o NSP?

O gestor do serviço de saúde deverá nomear uma equipe multiprofissional (mé-dico, enfermeiro, farmacêutico, entre outros), vinculada às áreas de controle de infecção, gerência de risco, qualidade, farmácia hospitalar e serviço de enfermagem, entre outros. Estes profissionais, de preferência, devem ser membros do serviço, conhecendo a fundo os processos de trabalho e possuindo perfil de liderança (BRASIL, 2016).

Tais atribuições deverão estar descritas em Regimento Interno ou, nos casos de serviço público, devem ser publicadas em Diário Oficial.

2.6 – Quais etapas devem ser enfrentadas para implantação do NSP?

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2.6.1 – Etapa 1: DECISÃO

Consiste na sensibilização e empenho do gestor quanto à decisão pela qualida-de e segurança do paciente.

2.6.2 - Etapa 2: PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO

2.6.2.1 – Aspectos administrativos:

O gestor deve instituir o NSP, por meio de documento de nomeação de profis-sionais capacitados e compromissados para formar a equipe, incluindo o profissional (coordenador) responsável pelo Núcleo, com participação nas instâncias deliberativas do serviço de saúde.

O coordenador é o representante da instituição com o Sistema Nacional de Vigi-lância Sanitária (SNVS).

Segue algumas dicas para escolha do coordenador do Núcleo: * Ser vinculado à instituição; * Possuir disponibilidade de tempo para desempenhar suas funções; * Possuir experiência em qualidade e segurança do paciente; * Ser bem aceito pela equipe multiprofissional.

2.6.2.2 – Aspectos Técnicos:

As realizações das reuniões do NSP são necessárias para discutir as ações estratégicas para o Plano de Segurança do Paciente (PSP) e devem estar devidamente documentadas (Atas, Memórias, Lista de Presença e outros).

A realização de reuniões regulares do NSP com as demais instituições que ge-renciam aspectos da qualidade e segurança do paciente, tais como, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Comissão de Revisão de Prontuário, Comissão de Análise de Óbito, Comissão de Farmácia Terapêutica, Gerência de Risco, Núcleo de Saúde do Trabalhador, entre outras, e crucial para o cumprimen-to das atribuições do NSP.

2.6.2.3 – Formação dos membros do NSP:

Conta-se com a capacitação dos profissionais que lidam com a segurança do paciente no serviço de saúde. Esta capacitação deverá ocorrer durante o período de jor-nada de trabalho, devendo constar em documento, a data, a carga horária, o conteúdo programático, a identificação e qualificação do instrutor, bem como a lista de presença com as assinaturas dos profissionais capacitados.

Alguns temas devem ser contemplados no conteúdo programático da capacita-ção, conforme o caderno 6 - Implantação do Núcleo de Segurança do Paciente da ANVI-SA, tais como:

• Qualidade e Segurança do Paciente;• Regulamentações sobre Qualidade e Segurança do Paciente;• Princípios Básicos em Segurança do Paciente; • Tipos de EA Relacionados à Assistência à Saúde;

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• Protocolos de Segurança do Paciente;• Indicadores de Segurança do Paciente;• Estratégias para a Melhoria da Qualidade e Segurança;• Cultura de Segurança;• Núcleo de Segurança do Paciente;• Plano de Segurança do Paciente; • Gestão de Riscos; • Sistema de Notificação de Incidentes; • Investigação do incidente; • Análise de Causa-raiz;• Análises dos Modos de Falha (FMEA).

2.6.2.4 – Aspectos Logísticos:

Os aspectos logísticos contribuem para a implementação do NSP, nos quais estão envolvidos os recursos humanos, financeiros, equipamentos, insumos e materiais. A direção do serviço de saúde deve disponibilizar estes aspectos logísticos para o funcionamento sistemático e contínuo do NSP. (Brasil, 2013)

Materiais e equipamentos de escritório, além dos produtos e equipamentos para a saú-de, como sistema de código de barras, pulseira de identificação, oxímetros, sistema de dose única e outros, devem ser previstos pela direção e pelo NSP.

Elaborar uma agenda com os integrantes do NSP e representantes de demais instâncias do serviço de saúde é um passo crucial para implantação do NSP.

2.7 – PRINCIPAIS ATIVIDADES DO NSP:

As principais atividades do Núcleo, conforme RDC 36/2013:

I – Implantar os protocolos básicos de Segurança do Paciente e realizar o monitoramento de seus indicadores.

Os protocolos básicos de segurança do paciente do MS correspondem às metas inter-nacionais de segurança do paciente e servem para padronizar os processos de traba-lho, melhorando a qualidade da assistência. (Portarias nº 1.377/ 2013; Portaria nº 2.095/ 2013).

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II - Desenvolver ações para a integração e a articulação multiprofi ssional no servi-ço de saúde;

Este processo deve ser conduzido de forma participativa, envolvendo a direção e demais profi ssionais que conheçam os processos de trabalho.

III - promover mecanismos para identifi car e avaliar a existência de não conformi-dades nos processos e procedimentos realizados e na utilização de equipamentos, medi-camentos e insumos propondo ações preventivas e corretivas;

Devem ser defi nidas as estratégias de gestão de risco no PSP, onde devem ser envolvidas as áreas de maior risco no serviço de saúde.

IV - elaborar, implantar, divulgar e manter atualizado o Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde;

Qualquer alteração no Plano de Segurança do paciente deverá ser amplamente divulgada pelo Núcleo. Uma atualização periódica deve ser realizada sempre que ocorrer risco iminente de problemas, envolvendo o surgimento de novas tecnolo-gias ou quando houver grande alteração na realização de procedimentos e pro-cessos.

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V - Acompanhar as ações vinculadas ao Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde;

A partir de uma postura proativa, os membros do NSP devem identificar os EAs nos diferentes setores do serviço de saúde, para discutir as possíveis soluções, promovendo a melhoria dos processos de trabalho, buscando incorporar a partici-pação do paciente na decisão do autocuidado.

VI - Implantar os Protocolos de Segurança do Paciente e realizar o monitoramento dos seus indicadores;

VII - estabelecer barreiras para a prevenção de incidentes nos serviços de saúde;

Muitas barreiras são estabelecidas pelo NSP na tentativa de impedir que o risco se torne um EA no serviço de saúde. Algumas delas são: Profissionais capacita-dos, Uso de Protocolos de segurança do paciente, Dose unitária de medicamen-tos, entre outros.

VIII - desenvolver, implantar e acompanhar programas de capacitação em segu-rança do paciente e qualidade em serviços de saúde;

O NSP deve capacitar periodicamente os profissionais atuantes nos serviços de saúde, difundindo sobre os temas Ferramentas da Qualidade e Segurança do Paciente.

IX - analisar e avaliar os dados sobre incidentes e eventos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde;

Compete ao NSP buscar diferentes fontes de monitoramento e avaliação dos EAs. Uma única fonte de monitoramento não é aconselhável. Outras fontes de captação de informação são necessárias, como buscas ativas em prontuários, auditoria da qualida-de, entre outras.

X - Compartilhar e divulgar à direção e aos profissionais do serviço de saúde os resultados da análise e avaliação dos dados sobre incidentes e eventos adversos decor-rentes da prestação do serviço de saúde;

O NSP deve estimular a continuidade das notificações de EAs, promovendo um retorno ao gestor e demais profissionais do serviço sobre dados coletados.

XI - Notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária os eventos adversos decorrentes da prestação do serviço de saúde;

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Os membros do NSP devem se empenhar junto aos profissionais do serviço, esti-mulando-os a notificar os EAs. Muitos Núcleos enfrentam dificuldades quanto à existência de subnotificações, pois a maioria dos profissionais teme sofrer qualquer tipo de ameaça ou punição. É necessário criar um ambiente onde riscos, falhas e danos podem ser repor-tados, com o intuito de melhorar a qualidade da assistência.

XII- Manter sob sua guarda e disponibilizar à autoridade sanitária, quando requisi-tado, as notificações de eventos adversos;

Em casos em que no período de notificação não houver notificação de nenhum EA, o Núcleo deverá arquivar ausência de EAs no estabelecimento, como ocorrência rela-tiva naquele mês, não havendo necessidade de notificação negativa ao SNVS.

XIII - Acompanhar os alertas sanitários e outras comunicações de risco divulgadas pelas autoridades sanitárias.

2.8 – Implantação do NSP em Serviços Ambulatoriais:

Serviços ambulatoriais são considerados serviços de atenção primária e secundá-ria que dispensam a internação para tratamento ou diagnóstico. Cabe ao NSP seguir as competências acima descritas.

Nos serviços ambulatoriais o gestor local poderá formar um Núcleo para cada uni-dade de atendimento ambulatorial ou um único NSP para o conjunto dessas unidades.

O NSP deverá ser composto por uma equipe de profissionais capacitados, formal-mente designados e pertencentes aos dois níveis de atenção (primária e secundária), que compõem o atendimento ambulatorial. Caso o gestor sinta necessidade, poderá implantar mais de um NSP no município.

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3 – PLANO DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM SERVIÇOS DE SAÚDE

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3 – Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde:

3 .1. O que é o Plano de Segurança do Paciente?Plano de Segurança do Paciente (PSP) em serviços de saúde é o documento

que aponta situações de risco e descreve as estratégias e ações definidas pelo ser-viço de saúde para a gestão de risco visando a prevenção e a mitigação dos inciden-tes, desde a admissão até a transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço de saúde.

3.2. Quem deve elaborar o Plano de Segurança do Paciente?O NSP é a instância responsável não somente pela elaboração, mas também

pelo desenvolvimento e pela atualização do PSP do serviço de saúde. Sugere-se que o planejamento das ações ocorra com o maior número possível de unidades e suas equi-pes, de forma a facilitar o processo de compreensão e posterior execução do plano pelos diversos atores envolvidos.

3.3. Para que elaborar o Plano de Segurança do Paciente? A elaboração do PSP é obrigatória, de acordo com a RDC n°. 36/2017. O PSP

não é um documento cartorial e servirá como um roteiro para a liderança e para os pro-fissionais estabelecerem e avaliarem ações para promover a segurança e a qualidade dos processos de trabalho nos serviços de saúde.

Ressalta-se que o PSP não deve ser um plano de intenções vago e impreciso. As ações macro estratégicas devem ser decompostas até o nível operacional com um cronograma de atividades claro e com os responsáveis pelas atividades identificadas.

A elaboração do PSP é obrigatória, de acordo com a RDC n°. 36/2017. O PSP não é um documento cartorial e servirá como um roteiro para a liderança e para os pro-fissionais estabelecerem e avaliarem ações para promover a segurança e a qualidade dos processos de trabalho nos serviços de saúde.

3.4. Quais os conteúdos que estruturam o Plano de Segurança do Paciente?

O PSP deve estabelecer as principais estratégias, conforme as atividades de-senvolvidas pelo serviço de saúde, minimamente para:

• Identificação, análise, avaliação, monitoramento e comunicação dos riscos no serviço de saúde, de forma sistemática; • Integração dos diferentes processos de gestão de risco desenvolvidos nos serviços de saúde;• Implementação de protocolos estabelecidos pelo MS;• Identificação do paciente;• Higiene das mãos;• Segurança cirúrgica;• Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos;• Segurança na prescrição, uso e administração de sangue e hemocompo-nentes;• Segurança no uso de equipamentos e materiais;• Manter registro adequado do uso de órteses e próteses quando este pro-cedimento for realizado;• Prevenção de quedas dos pacientes;• Prevenção de Ulcera por Pressão (UPP);

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• Prevenção e controle de EA’s em serviços de saúde, incluindo as infec-ções relacionadas à assistência à saúde;• Segurança nas terapias nutricionais enteral e parenteral;• Comunicação efetiva entre profissionais do serviço de saúde e entre servi-ços de saúde;• Estimular a participação do paciente e dos familiares na assistência pres-tada. • Promoção do ambiente seguro.

Plano deve ser elaborado pelo NSP e atualizado periodicamente ou quando houver mudanças locais ou de evidências clínicas, servindo como roteiro para os profissionais estabelecerem as ações de segurança do paciente. O PSP deve ser divulgado e disponibilizado para todos os profissionais do serviço de saúde.

3.5 - Como deve ser elaborado o Plano de Segurança do Paciente e quais as etapas de sua elaboração?

3.5.1 – Noções gerais para a elaboração do PSP

Sugere-se que a elaboração do PSP se baseie em metodologias que permitam responder as perguntas chaves abaixo descritas.

Neste processo, devem ser identificadas as situações passíveis de gerar risco ao paciente, acompanhante e funcionário do serviço de saúde, conforme as ativi-dades desenvolvidas no local. Essas não conformidades detectadas necessitam passar por investigação e análise para que sejam corrigidas, com o objetivo de minimizar os possíveis riscos à saúde.

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3.5.2. Etapas de elaboração do PSPO PSP pode ser elaborado considerando as seguintes etapas:

3.5.2.1. PlanejamentoPara realização desta etapa, o NSP deverá: a. Realizar diagnóstico do contexto e dos perigos potenciais:Esta etapa envolve a identificação dos parâmetros externos e internos que de-

vem ser levados em consideração para definir a política de gestão de risco na institu-ição.

Os parâmetros externos consistem nos valores cultural, legal, político, econôm-ico e tecnológico dados ao ambiente, além da percepção, valores externos e tendências que podem impactar nos objetivos internos

Fazem parte dos parâmetros internos a estrutura organizacional da instituição, os objetivos, os recursos disponíveis, a cultura organizacional, as relações contratu-ais, etc

Para o diagnóstico dos riscos e perigos potenciais presentes na instituição po-dem ser utilizados várias ferramentas como técnicas de consenso, mapeamento dos pro-cessos, ou fontes de informação, tais como indicadores, visita às lideranças dos serviços e Ouvidoria. O resultado será uma lista dos riscos da organização e sua caracterização (local, tipo, circunstâncias, etc.).

b. Definir as prioridades de trabalho e estratégias de segurança:Como grande parte dos serviços de saúde não dispõe de dados sobre a ocor-

rência de incidentes (subnotificação) relacionados à assistência à saúde, e/ou um ma-peamento de risco, sugere-se utilizar as evidências científicas descritas nos Protocolos Básicos de Segurança do Paciente e no Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Se-gurança do Paciente, com o objetivo de definir as prioridades de trabalho da instituição, expressas no PSP.

3.5.2.2. Execução:A execução do PSP inclui as seguintes ações: a. Educar e treinar as pessoas para o que se almeja alcançar; b. Engajar amplamente as diferentes lideranças e os profissionais da linha de frente do cuidado em torno das ações propostas; c. Executar as ações conforme o planejado; d. Documentar devidamente cada ação.

3.5.2.3 Avaliação:A avaliação compreende as seguintes atividades: a. Acompanhamento e avaliação periódica de indicadores; b. Realizar reuniões multidisciplinares periódicas para apresentação e discussão dos resultados (feedback); c. Avaliar a necessidade de ações corretivas.

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3.5.2.4 Revisão:A revisão do PSP pode compreender os seguintes pontos: a. Implementar ações corretivas; b. Documentar tais ações; c. Alterar/redesenhar os processos previamente definidos com vistas à melhoria contínua e estabelecimento de ações que previnam inci dentes relacionados à assistência à saúde, especialmente EA’s; d. Identificar necessidades de novo planejamento. O PSP deve ser revisto e atualizado periodicamente e sempre que houver mudanças locais substanciais ou de evidências clínicas. Tais revisões e atual izações devem estar devidamente registradas (documentadas).

3.5.2.5 Tratamento:

Após a identificação dos problemas prioritários e a realização da análise das causas, o NSP pode incluir no PSP determinadas ações para eliminar, reduzir, controlar ou prevenir os riscos, considerando a existência e a disponibilidade de medidas efetivas.

3.5.2.6 Comunicação do Risco:

O NSP deve comunicar o PSP para toda organização, em todos os momentos, desde o planejamento à revisão. Essa etapa é fundamental para sensibilizar os fun-cionários, socializar e implantar as ações em todas as unidades (ou todas as áreas) en-volvidas. Os resultados do PSP também devem ser divulgados para que todos possam verificar se houve progresso com a implantação das ações a partir de uma comparação com o diagnóstico da situação inicial. Isso também contribui para o engajamento de co-laboradores e usuários na cultura de segurança.

O PSP deve descrever as estratégias para a comunicação dos riscos na institu-ição, os instrumentos para comunicação (alerta, comunicado, informe, site institucional, e-mail e outros), além de prever a metodologia que verifique a efetividade.

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4. CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM SERVIÇOS DE SAÚDE

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4. Cultura de segurança do paciente em serviços de saúde

4 .1. O que é Cultura de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde?

A cultura de segurança é definida como “conjunto de valores, atitudes, com-petências e comportamentos que determinam o comprometimento com a gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as falhas e melhorar a atenção à saúde” (BRASIL, 2013).

4 .2. Como está configurada a Cultura de Segurança do Paciente?

A Cultura de Segurança do paciente configura-se a partir de cinco carac-terísticas operacionalizadas pela gestão de segurança da organização (Portaria n º. 529/2013):

a. Cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais en volvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e familiares; b. Cultura que prioriza a segurança do paciente acima de metas financeiras e operacionais; c. Cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança do paciente; d. Cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional; e. Cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança do paciente.

4.3. Como a Cultura de Segurança do Paciente deve ser promovida nos serviços de saúde?

A promoção da cultura de segurança do paciente é uma das estratégias de im-plementação do PNSP, a qual visa o aprendizado e aprimoramento organizacional, o en-gajamento dos profissionais e dos pacientes na prevenção de incidentes, com destaque em sistemas seguros, evitando-se os processos de responsabilização individual. (Portar-ia n°. 529/2013)

4 .4. O que é necessário para a melhoria e sustentação da Cultura de Segu-rança do Paciente nos serviços de saúde?

A melhoria e manutenção da cultura de segurança do paciente nos serviços de saúde são alcançadas por meio de:

a. Desenvolvimento de sistemas de liderança, sendo que os líderes devem estar envolvidos no processo de criar e transformar a cultura de segurança do paciente. As estruturas de liderança devem ser estabelecidas com a intenção de sensibilizar, responsabilizar, habilitar e agir em favor da segurança de cada um dos pacientes atendidos; b. Realização periódica de avaliação da cultura de segurança, utilizando-se questionários validados que abrangem as várias dimensões que compõem o construto da cultura de segurança. Os resultados devem ser informados aos profissionais e gestores para a implementação local de medidas de melhoria necessárias; c. Promoção de trabalho em equipe, com um enfoque proativo, sis

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temático e organizacional de trabalho, contribuindo para a construção de habilidades profissionais e melhoria dos desempenhos das equipes para a redução de danos preveníveis; d. Identificação e mitigação de riscos e perigos, identificando e reduzindo os riscos e perigos relacionados com a segurança do paciente, por meio de um enfoque contínuo de redução dos danos preveníveis. Ainda, o serviço de saúde deve contar com um bom sistema de vigilância e monitoramento que revele os prováveis problemas de segurança do paciente, reforçando a importância do acompanhamento de bons indicadores.

4 .5. Como o Núcleo de Segurança do Paciente pode atuar na melhoria da Cultura de Segurança nos serviços de saúde?

Os seguintes passos podem ser observados pelo NSP para a instituição e melho-ria da cultura de segurança nos serviços de saúde:

4.5.1. Apoie a construção de uma cultura de segurança:

a. Crie uma cultura na qual os profissionais possam compartilhar a informação livremente, com o apoio da diretoria; b. Desenvolva uma cultura franca e justa, ou seja, evite acusações, mas preserve o aspecto da responsabilidade pessoal; c. Realize uma avaliação da cultura de segurança utilizando-se instrumento validado e verifique se os resultados demonstram a existência de uma cultura franca e justa na instituição; d. Adote condutas que apoiem uma cultura na qual os profissionais possam conversar com colegas, diretores e administradores sobre os incidentes nos quais se envolveram; e. Analise o incidente relacionado à assistência à saúde, enfatizando por que ocorreu, e não somente “quem” estava envolvido; f. Trate e apoie corretamente o profissional envolvido no incidente; g. Utilize ferramentas que possam determinar as razões que estão por trás das ações individuais frente à ocorrência de um incidente.

4.5.2. Utilize a gestão do risco para o desenvolvimento das atividades de segurança do paciente (previstas no PSP):

a. Verifique se a segurança do paciente está refletida nas estratégias, nas estruturas e nos sistemas organizacionais da instituição; b. Averigue se a segurança do paciente faz parte da estratégia e do plano de governança da instituição; c. Identifique os processos de gestão de riscos e ações para a segurança do paciente para cada risco identificado.

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4.5.3. Estimule os relatos: a. Estimule os profissionais para que relatem os problemas de segurança do paciente; b. Estabeleça planos de ação para a redução de incidentes relatados; c. Realize avaliações do plano e ações recomendadas para a redução de incidentes.

4.5.4. Envolva os pacientes e o público: a. Adote uma política de revelação franca frente à ocorrência do incidente, obtendo-se apoio da diretoria; b. Envolva os pacientes, familiares e responsáveis nas investigações; c. Informe sobre as recomendações feitas e as soluções propostas após a ocorrência de um incidente.

4.5.5. Implemente soluções para evitar danos: a. Verifique se as recomendações feitas após a ocorrência de um incidente estão sendo implementadas e avaliadas e se algo ainda precisa ser feito para a prevenção de incidentes; b. Adote os protocolos nacionais de segurança do paciente; c. Monitore os indicadores de segurança do paciente previstos nos protocolos nacionais; d. Divulgue os resultados obtidos da vigilância e monitoramento dos indicadores de segurança do paciente aos profissionais e gestores.

4.6. Como medir a cultura de segurança do paciente em serviços de saúde?

A mensuração da cultura de segurança do paciente é uma avaliação que per-mite diagnosticar a cultura de segurança da organização e conscientizar os funcionários acerca do tema. O serviço poderá utilizar o questionário sobre atitudes de segurança (SAQ), anexo IV do caderno 6 - Implantação do Núcleo de Segurança do Paciente, da ANVISA.

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5. NOTIFICAÇÃO DE INCIDENTES RELACIONADOS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE AO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

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5 .1. O que notificar?

Todos os incidentes relacionados à assistência à saúde. Os EA’s ocorridos em serviços de saúde devem ser notificados ao SNVS, de acordo com a RDC nº. 36/2013. De acordo com o Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança do Paciente em Serviços de Saúde, as análises detalhadas dos never events e dos óbitos, pelo SNVS, devem ser prioritárias no momento atual.

De acordo com o Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança do Pa-ciente em Serviços de Saúde, as análises detalhadas dos never events e dos óbitos, pelo SNVS, devem ser prioritárias no momento atual.

5 .2. Como notificar?

As notificações ao SNVS podem ser realizadas utilizando-se o módulo de no-tificação de incidentes relacionados à assistência à saúde do Notivisa 2.0 (módulo As-sistência à Saúde). O acesso a esse Módulo está disponível no Portal da ANVISA www.anvisa.gov.br ou por meio do hotsite Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde <http://www20.anvisa.gov.br/ segurancadopaciente/>.

Cabe lembrar que a Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa N°. 01/2015 traz as ori-entações gerais para a notificação de EA’s relacionados à assistência à saúde.

5 .3. Por que notificar?

A notificação visa promover a cultura de investigação para a melhoria contínua de seus processos, por meio dos dados coletados. Do ponto de vista regulatório, criar um padrão nacional e contribui para a construção de uma série histórica dos incidentes detectados nos serviços de saúde do país, permitindo maior facilidade na captação de EA’s.

As notificações recebidas por meio dos formulários disponibilizados podem ser analisadas pelo próprio serviço de saúde e pelo SNVS, facilitando a aprendizagem contínua.

Cabe a ANVISA, em articulação com o SNVS, monitorar e divulgar anualmente os dados sobre incidentes relacionados à assistência à saúde (BRASIL,2013).

5 .4. Quem deve notificar?

O módulo de notificação de incidentes relacionados à assistência à saúde do NOTIVISA apresenta as possibilidades de notificação pelos NSP e por cidadãos (pa-cientes, familiares, acompanhantes e cuidadores), com linguagem adaptada para os diferentes públicos.

A notificação de incidentes relacionados à assistência à saúde, incluindo EA’s, pelo NSP é obrigatória, de acordo com a RDC n°. 36/2013, e a identificação do serviço de saúde é confidencial, obedecidos aos dispositivos legais.

A notificação do cidadão é voluntária e os dados sobre os notificadores são con-

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fidenciais, obedecidos aos dispositivos legais, e sua guarda é de responsabilidade do SNVS.

É função do NSP identificar, analisar e notificar todos incidentes relacionados à assistên-cia à saúde, incluindo os EA que ocorreram em seu serviço de saúde, cabendo à gestão munici-pal/distrital/estadual/nacional definir deste universo notificado quais incidentes serão priorizados para a determinação de metas de gestão e políticas públicas de saúde

Em todos os formulários disponibilizados para notificação, não é necessária a identificação do paciente que sofreu o EA. Nenhuma notificação (nem aquela gerada pelo NSP e nem pelo cidadão) será analisada individualmente e não resultará na punição dos envolvidos.

5 .5. Quais os prazos para notificar óbitos e eventos graves ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária?

Cabe ao serviço de saúde notificar casos de óbitos relacionados aos EA’s em até 72 ho-ras após a ocorrência do evento e preencher todas as 10 etapas da notificação, que correspon-dem à investigação por meio de análise de causa raiz, no prazo de 60 dias corridos, a partir da data da notificação. O mesmo procedimento se aplica aos never events (BRASILl,2013).

Os never events passíveis de notificação no Notivisa 2.0, estão na lista no Anexo I do caderno 6 - Implantação do Núcleo de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde, da ANVISA.

5.6. O que é necessário para a notificação ao Sistema Nacional de Vigilância San-itária?

O primeiro passo para a realização da notificação é cadastrar a instituição de saúde, o NSP do serviço de saúde e os usuários do NOTIVISA. O cadastro é obrigatório para todos os serviços de saúde e está sujeito à aprovação pela ANVISA

Ressalta-se que o Gestor de Segurança é o responsável dentro da instituição de saúde por cadastrar e atribuir perfil de acesso aos demais profissionais que vão utilizar os sistemas da ANVISA.

5 .7. Quem deve se cadastrar para realizar a notificação ao Sistema Nacional de No-tificações para a Vigilância Sanitária?

O serviço de saúde deve cadastrar o NSP e um gestor (com permissão de envio de no-tificações pelo sistema e monitoramento de todas as notificações de seu serviço de saúde) que terá o perfil GESTOR NSP e usuários, que podem ter os seguintes perfis: TÉCNICO COM ENVIO (com permissão de envio da notificação ao NOTIVISA) e TÉCNICO SEM ENVIO (permissão para preenchimento do formulário, sem permissão de envio da notificação, que depende da autor-ização pelo GESTOR NSP). O gestor e o técnico com envio devem pertencer ao NSP.

Esses perfis se encontram detalhados nos manuais CADASTRO DE INSTITUIÇÕES, CADASTRO DO NSP e CADASTRO DE USUÁRIOS disponíveis no Portal da Anvisa

5.8. Como é feito o preenchimento do módulo de notificação de incidentes relacio-nados à assistência à saúde?

O preenchimento de cada parte é feito objetivamente para destacar o incidente e o que levou ao seu desfecho. O sistema se encontra dividido nas seguintes etapas:

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5.8.1.Tipo de incidente: Entende-se por incidente “um evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário à saúde”.

Os incidentes classificam-se como: near miss (incidente que não atingiu o paciente); incidente sem dano (evento que atingiu o paciente, mas não causou dano discernível) e incidente com dano ou EA (incidente que resulta em dano ao paciente)

5.8.2. Consequências para o paciente: É o impacto do incidente relacionado à as-sistência à saúde, incluindo o EA sofrido na instituição de saúde. Nesta parte encontra-se para preenchimento o “GRAU DE DANO”, isto é, o grau de comprometimento do estado de saúde do paciente ocasionado pelo incidente.

a. NENHUM: não houve nenhuma consequência para o paciente; b. LEVE: o paciente apresentou sintomas leves, danos mínimos ou inter mediários de curta duração sem intervenção ou com uma intervenção mínima (pequeno tratamento ou observação); c. MODERADO: o paciente necessitou de intervenção (exemplo: procedimento suplementar ou terapêutica adicional), prolongamento da internação, perda de função, danos permanentes ou em longo prazo; d. GRAVE: necessária intervenção para salvar a vida, grande intervenção médico-cirúrgica ou casou grandes danos permanentes ou em longo prazo; perturbação/risco fetal ou anomalia congênita; e. MORTE (causada pelo EA).

5.8.3. Características do paciente: Envolvem os dados demográficos do paciente, tais como, como idade e sexo, entre outras.

5.8.4. Características do incidente relacionado à assistência à saúde: Descreve as questões COMO, ONDE e QUANDO, além de outras informações relevantes para a descrição do processo que originou o incidente relacionado à assistência à saúde, incluindo o EA.

5.8.5. Fatores contribuintes: Os fatores contribuintes de um incidente relacionado à assistência à saúde são as circunstâncias, as ações ou as influências associadas à origem, ao desenvolvimento ou ao aumento do risco de sua ocorrência.

Estes devem ser conhecidos pela organização de modo a orientar o desenvolvimento de ações preventivas.

5.8.6 Consequências organizacionais: Refere-se especificamente no impacto do inci-dente relacionado à assistência, incluindo o EA, na instituição de saúde.

5.8.7 Detecção: Consiste em uma ação ou circunstância que resulta na descoberta de um incidente relacionado à assistência à saúde. Os mecanismos de detecção podem ser parte do sistema (como o alarme de baixa saturação no monitor multiparamétrico, um processo de checagem ou de vigilância) ou resultar de uma postura de maior “consciência” da situação.

5.8.8 Fatores atenuantes do dano: Os fatores atenuantes do dano correspondem às ações que são adotadas com o objetivo de prevenir ou moderar a progressão de um incidente de causar dano a um paciente. São importantes no momento em que a circunstância que pode causar dano já começou, mas ainda não gerou dano ou o dano não atingiu seu grau máximo possível. Os fatores de mitigação podem estar voltados para o paciente (tratamento, pedido de desculpas), o staff (reunião com o staff e trabalho em equipe), a organização (disponibilidade de protocolos) ou a um agente (correção do erro de um agente terapêutico).

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5.8.9. Ações de melhoria: São aquelas que foram realizadas pelo serviço de saúde para atenuar o dano. Elas podem se referir tanto aos pacientes e familiares ou quanto à instituição.

5.8.10. Ações para reduzir o risco: São aquelas que visam reduzir, gerenciar ou con-trolar a probabilidade de ocorrência no futuro de dano ao paciente decorrente de um incidente. Essas ações podem ser proativas ou reativas. Essas ações podem ser direcionadas ao serviço, à gestão, à organização e às tecnologias de saúde.

A investigação de incidentes relacionados à assistência à saúde, incluindo EA, promove a melhoria dos processos de trabalho e diminui as chances, por meio de aprendizagem contínua, de uma nova ocorrência destes nos serviços de saúde.

5.9. Como realizar a investigação de incidentes relacionados à assistência à saúde?

A investigação deve ser conduzida de modo a fazer transparecer pontos críticos do pro-cesso que levaram ao incidente relacionado à assistência à saúde, incluindo EA, sem procurar culpados. O cuidado deve ser redobrado para preservar os funcionários e os envolvidos com o evento. As seguintes etapas devem ser seguidas para a condução da investigação do incidente e análise de processos:

5.9.1.Identificação e decisão de investigar:

A decisão para iniciar a investigação se baseia na natureza e na escala das conse-quências. Alguns incidentes precisam ser investigados imediatamente, enquanto outros podem esperar por mais algum tempo. A decisão sobre isso precisa ser conhecida pelo NSP para não perder o timing dos acontecimentos e pôr em risco a investigação.

Será necessário levantar o que aconteceu, conhecer o estado clínico do paciente e como os funcionários do serviço de saúde envolvidos estão se sentindo, além de lidar com as pressões externas (como da mídia e de familiares). Cada serviço precisa especificar claramente quais as circunstâncias em que é necessário investigar

5.9.2. Composição da equipe de investigação:

O número de componentes pode variar de três a quatro pessoas, além do coordena-dor da equipe. A equipe de investigação de incidentes deve incluir: experts em investigação e análise; funcionário de gestão clínica; funcionário de gestão de unidades (diretor médico, di-reção da enfermagem, entre outros); funcionário do setor no qual ocorreu o incidente (não pode ser aquele envolvido no incidente) e consultor externo, se necessário.

O ideal é que a equipe destacada para a investigação se dedique a esta atividade até o final do processo de investigação do incidente e análise.

5.9.3. Organização e coleta de dados

O objetivo da coleta é organizar informações seguras sobre o evento adverso/ incidente, por meio da obtenção de informações mais precisas sobre a descrição do fato, incluindo a se-quência de eventos que possibilitaram o erro; o estabelecimento de uma linha de investigação, além da identificação de procedimentos relevantes para a ocorrência do incidente ou que pos-sam ser alvo de melhorias.

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Todos os fatos, conhecimentos e documentos relacionados à ocorrência dos incidentes precisam ser levantados com a maior brevidade possível para a obtenção dos dados ref-erentes à cronologia do incidente relacionado à assistência à saúde

5.9.4. Determinação da ordem cronológica do incidente

As declarações dos envolvidos podem ser uma fonte útil de informação se guiadas por elementos essenciais. As declarações precisam conter o relato (claro e objetivo) individual da sequência e ordem cronológica da ocorrência do evento, com informações sobre o envolvimento do funcionário com o incidente e as dificuldades encontradas, bem como os problemas eviden-ciados. Desta forma devem ser coletados (as):

a. Registros da assistência (médica, de enfermagem e farmacêutica, no caso de caso de atenção farmacêutica, entre outros); b. Documentos relacionados ao incidente (protocolos e procedimentos); c. Declarações extraídas imediatamente após o incidente, incluindo EA; d. Condução de entrevistas com todos os envolvidos no incidente (família, paciente, funcionários do setor no qual ocorreu o incidente, funcionários de outros setores que atendem ao setor onde aconteceu o incidente, entre outros); e. Evidências físicas, se possível (medicamentos, bomba de infusão, e outros); f. Equipamentos, inclusive os de segurança, envolvidos no incidente; g. Informações relevantes que afetaram o evento (se a equipe estava capacitada, fadiga dos envolvidos, entre outros).

5.9.5. Identificação das características do incidente:

Depois da ordem cronológica dos fatos estarem bem definidas por toda a equipe, é hora de identificar a classificação do tipo de incidente, incluindo EA (como descrito no NOTIVISA).

5.9.6.Identificação dos fatores contribuintes:

Nesta etapa, deve-se associar a cada característica do incidente um fator contribuinte. Esta é uma forma de visualizar os vários fatores que podem afetar o processo de trabalho. Se na etapa um grande número de fatores for encontrados, é melhor selecionar um número menor considerado pela equipe como o mais relevante.

Deve-se ter consciência que cada falha (características do incidente) pode apresentar uma série de fatores contribuintes associados.

5.9.7.Elaboração de recomendações e desenvolvimento de um plano de ação.

O próximo e último passo é gerar as recomendações e promover as estratégias para abordar as fraquezas do sistema. Deve ser elaborado um plano de ação incluindo as seguintes informações:

a. Priorização dos fatores contribuintes em termos de importância para a falha no processo; b. Lista das ações voltadas para os fatores contribuintes; c. Identificação dos responsáveis pela implantação das ações; d. Identificação do tempo necessário para a execução; e. Identificação dos recursos necessários; f. Evidências de que cada etapa foi cumprida; g. Identificação do tempo de avaliação da efetividade do plano de ação.

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Para promover a mudança é importante que as recomendações estejam sob comando de um pequeno grupo, time local, departamento ou direção, com o apoio da direção e gestores para que as mudanças sejam relevantes para a área, promovendo a aprendizagem e o envolvimento de toda a equipe. 5.9.8. Monitoramento das notificações pelo NSP:

O monitoramento das notificações será feito mediante a análise dos dados pelo NSP. O gestor do NOTIVISA pode realizar o devido acompanhamento de todos os eventos por meio de ferramentas contidas no sistema.

Todas as informações e o passo a passo para acompanhamento estão disponíveis em publicações disponibilizadas pela ANVISA www.anvisa.gov.br para manuseio do sistema de informação

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6. REFERÊNCIAS E ANEXOS

REFERÊNCIAS:

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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. A educação permanente entra na roda: pólos de educação permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.Disponível em://bvsms.saude.gov.br/bvs/publica-coes/educacao_permanente_entra_na_roda.pdf. Acesso em:10 out 2016.

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Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.095 de 24 de setembro de 2013. Aprova os Protocolos de Segurança do Paciente. Diário Oficial da União, 25 set 2013.

_______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Plano Integrado para Gestão Sanitária de Segurança do Paciente. Monitoramento e Investigação de Eventos Adversos e Avaliação das Práticas de Segurança do Paciente. Brasília, 2015 a.

_______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Implantação do Núcleo de Se-gurança do Paciente em Serviços de Saúde – Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa. 2016.

________. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução da Di-retoria Colegiada da Anvisa – RDC nº 36, de 25 de julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, 26 jul. 2013.

Carottae, Kawamura,Salazar. Educação Permanente em Saúde: uma estratégia de gestão para pensar, refletir e construir práticas educativas e processos de trabalhos. 8 Saúde e Sociedade, v.18, supl.1, 2009. Disponível em: Acesso em: 10 out 2016.

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ANEXOS : PROTOCOLOS DE SEGURANÇA DO PACIENTE

• Identificação do paciente; • Higiene das mãos; • Segurança cirúrgica; • Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos; • Prevenção de quedas dos pacientes; • Prevenção de Ulcera por Pressão (UPP);

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