CASAMENTO APRENDA A JOGAR

CASAMENTO APRENDA A JOGAR

Pedro Noia

VITÓRIA – ES2013

3ª Edição

Copyright © 2013 by Pedro Sérgio Noia5155/1 – 100 – 112 – 2010

O conteúdo desta obra é de responsabilidade do(a) autor(a)proprietário(a) do Direito Autoral.

Noia, Pedro Casamento : aprenda a jogar / Pedro Noia. – Vitória : Gráfi ca Sodré, 2013.

ISBN 978-85-366-1746-6

1.Aconselhamento conjugal 2. Casais - Relações interpessoais 3. Casais - Vida religiosa3. Casamento - Aspectos religiosos - Cristianismo5. Casamento - Ensino bíblico 6. Comunicação nocasamento I. Título.

10-01134 CDD-261.8358

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

1.Casamento : Aspectos religiosos :Cristianismo 261.8358

REVISÃO

Sthephania AbreuParceiros do Livro

EDITORAÇÃO E CAPA

Gráfi ca Sodré

DIAGRAMAÇÃO

Gráfi ca Sodré

Eu, ________________________________, dedico este

livro a ______________________________________,

um ser humano ricamente abençoado.

Que através desta obra você mude radicalmente a sua visão de relacionamento conjugal e, a partir dos pre-ceitos aqui contidos, você e sua família provem da verda-deira, abençoada, tremenda e satisfatória felicidade que vem de Deus.

Lembre-se sempre: o melhor de Deus, os melhores dias, ainda estão por vir, creia nesta verdade e viva por ela.

Deus o abençoe!

______/ ______ / ______

À toda a minha família e irmãos,em especial à minha esposa Daisy,

da qual o Senhor me deu ahonra de ser parceiro.

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Casamento: Aprenda a Jogar é mais que um livro ou um com-pêndio de relatos e testemunhos, trata-se do resultado de um trabalho de pesquisa, testado em vários casamentos por meio de aconselhamentos e terapias de casais. Muitos destes se encontra-vam desgastados pelo tempo, dilacerados pelas ofensas e agres-sões, abalados por infi delidades, e alguns até já dissolvidos carto-rialmente. E ainda assim, muitos foram restaurados.

Conforme registrado nestas páginas, temos alcançado su-cesso na conciliação de casais, utilizando estratégias muito sim-ples, porém fundamentadas na Palavra de Deus.

Sabemos que seria impossível abordar todas as variações possíveis de confl itos matrimoniais em apenas uma obra, porém queremos garantir que, se utilizar este livro como um manual para a restauração do seu casamento, certamente os resultados vão surpreender.

Como um técnico que estuda os adversários orienta e acon selha seus jogadores, oferecemos este material para treinar mari dos e esposas a alcançarem o podium da alegria familiar. Vi-vendo, juntos, uma das maiores emoções da vida; experimentar a vitória no relacionamento conjugal.

Prefácio

Casamento: Aprenda a Jogar – Pedro Noia

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Utilizando experiências e testemunhos de muitos casais que tivemos a oportunidade de acompanhar nestes anos de mi-nistério, podemos afi rmar que o conteúdo destas páginas pode mudar ra dicalmente os resultados do seu jogo matrimonial.

Que o Espírito Santo seja o seu orientador durante esta leitura!

Pedro Noia

Crédito a todos os autores que contribuíram teoricamente com a elaboração deste trabalho. Os testemunhos são reais, contudo, os nomes dos personagens são fi ctícios para preservar o anonimato.

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Sumário

Introdução ................................................................................... 13Frescobol x tênis ........................................................................ 21Os jogadores ............................................................................... 25As fraquezas e virtudes ............................................................. 39A área de jogo ............................................................................. 49Os melhores momentos ............................................................ 59As infl uências externas .............................................................. 69A duração da partida ................................................................. 79A comunicação ........................................................................... 89Conclusões .................................................................................. 101

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Um escritor canadense de nome Laurence J. Peter (1990), em uma de suas palestras, disse: “Um otimista é aquele que acredita que o casamento é um jogo”. A princípio parece uma expressão pejo-rativa, visto que o casamento é um ato de união de duas pessoas que se amam, e jamais deveria ser comparado a um jogo, uma competição. Porém, analisando as estatísticas e ouvindo relatos de cônjuges, percebemos uma razão para tal afi rmação. O século XXI nasce em pleno processo de globalização, onde as disputas por espaço no mercado de trabalho se tornam ainda mais ferre-nhas. A atual conjuntura já não permite que os casais vivam no modelo antigo, onde o homem – provedor – passava oito horas do dia trabalhando, enquanto sua esposa – do lar – passava “todo” o dia em casa, cuidando dos fi lhos do casal e trabalhando em afazeres domésticos.

Notamos esta mudança também quando estudamos com critério a posição da mulher descrita no Velho Testamento e a sua evolução social no período neotestamentário.

Segundo a tradição judaica e os relatos históricos, a posi-ção da mulher na sociedade da época que antecede a vinda de Jesus, era muito inferior à do homem. Há muitos versos do Ve-lho Testamento que retratam esta desigualdade de direitos entre

Introdução

Casamento: Aprenda a Jogar – Pedro Noia

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o homem e a mulher. Até mesmo as sinagogas, criadas após a destruição do templo de Salomão, eram locais de reuniões exclu-sivamente masculinas.

Neste tempo a mulher era considerada escrava do seu mari do (senhor) e não tinha alma, segundo o pensamento de al-guns rabinos e mestres do judaísmo mais ortodoxos. Também não parti cipava ativamente no culto de adoração e nem sequer podia falar ou orar em voz alta. Não tinha o direito de estudar a lei de Moisés, mantendo-se, desta forma, alheia às decisões de sua aldeia.

Após a passagem de Cristo pela Terra, os seus seguido-res registram um novo critério de consideração humana. Mui-to mais que apenas uma suposta religião, ou doutrina espiritual, o ho mem de Nazaré deixa-nos um modelo de relacionamento absolu tamente igualitário e fraternal, uma grandiosa contribuição para a melhoria das condições sociais em que viviam as pessoas, em particular as mulheres.

Em uma de suas cartas, o apóstolo Paulo, um dos escrito-res bíblicos que mais trabalhou ao lado de mulheres, escreveu que para os cristãos era inadmissível um comportamento dis-criminatório, pois em Cristo ele registra: “não há judeu, nem gre go; nem escravo, nem liberto; nem homem, nem mulher; porque todos nós somos um...” (Gálatas 3:28); ou seja, as diferenças de raça, posi ção social e gênero sexual não deveriam impedir a comunhão, nem tão pou-co, conceder privilégios especiais a ninguém.

Hoje, passados mais de dois mil anos desde que as con-siderações de Cristo foram expressas na sociedade farisaica, nos-

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sa Lei Constitucional em vigência, no Art. 5º, inciso I, ra tifi ca esta posição cristã ao dizer que “...homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”.

No apogeu da modernidade em que vivemos as mulheres tiveram que se emancipar e passaram a ajudar seus maridos no orçamento doméstico. Neste novo paradigma de relacionamento familiar, infelizmente, encontramos muitos casamentos que se tornaram verdadeiros campos de competição, em alguns casos, um jogo de sobrevivência.

Afi nal de contas, ninguém se casa para perder, não nos uni-mos a outro ser humano apenas para dividirmos responsabilida-des, antes, desejamos alcançar e fazer o outro também alcançar patamares mais altos de satisfação e qualidade de vida emocional.

Não pretendemos mistifi car o casamento ou rebaixá-lo a uma mera disputa esportiva, porém, desejamos descobrir a me-lhor es tratégia, as melhores jogadas, as formas mais certeiras de alcançar mos vitória no relacionamento conjugal. Temos a clara convicção de que esta não é uma tarefa fácil, mas é possível, pois alguns casais venceram e receberam o tão sonhado troféu da feli-cidade matrimonial. Graças a Deus, eu e minha esposa podemos incluir nosso casamento nesta estatística de casamentos saudá-veis.

A humanidade, mesmo enfrentando o capitalismo sel-vagem, luta, batalha, se esforça para alcançar a vitória no amor. Entretanto, muitos desistem do jogo, outros são expulsos ar-bitrariamente, alguns se acostumam com o empate técnico e uma grande parte aprende a se conformar com a derrota ma trimonial.

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Confundem as regras, manipulam resultados, inva dem áreas res-tritas, desrespeitam sentimentos e perdem a ra zão ferindo seus próprios parceiros.

Para que este suposto jogo seja vencido pelos cônjuges, é necessária muita disciplina, perseverança e sobretudo um cora-ção ensinável.

Muitos estão perdendo neste jogo porque não querem as-sumir suas responsabilidades na equipe familiar. Obrigam seus parceiros a suportarem sozinhos a pressão do jogo, e se eximem de qualquer parcela de culpa nos resultados negativos. Optam por acusar ao invés de ajudar e quando devem agir coletivamen te deixam emergir a individualidade; e desta maneira, o podium da alegria familiar fi ca cada vez mais distante do casal.

Outro erro crasso é acreditar que o parceiro, isolado, su-portará as pressões internas e externas impostas pela sociedade e pelos próprios familiares ao casamento. Alguns supõem que ape nas um dos cônjuges poderá lutar pelos dois.

A felicidade matrimonial é um placar que se constrói quan-do ambos jogam o mesmo jogo, com os mesmos propósitos e os mesmos objetivos, quais sejam, desfrutarem juntos do grande prêmio da alegria familiar.

Ficamos então com algumas perguntas para refl etir: o que poderá interferir, de forma substancial no aumento da perfor-mance dos cônjuges no relacionamento matrimonial? Só o amor Eros ou a paixão seriam capazes de manter um casamento vito-rioso?

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Certamente o amor ocupa um lugar meritório no casamen-to, apesar de suas variadas formas de expressão, mas por si só não bastaria para manter as juras feitas diante de um sacerdote. É necessário empreender força de vontade, resignação, compre-ensão, cumplicidade e muita, muita paciência.

Deduzimos então que o amor, por maior que seja, sozi-nho não sustenta o casamento, antes é o casamento o ambien-te propí cio para a manifestação e o crescimento do verdadeiro amor. Este sublime sentimento que a Bíblia Sagrada registra ser a essência de Deus. “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 João 4:8); e que o Apóstolo Paulo descreve com riqueza de detalhes.

Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada. Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada. Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fi ca irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fi ca alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno. (1 Coríntios 13:1-8)

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Alguns diriam que a paixão seria o grande combustível do casamento, e realmente, na maioria dos casos, foi ela quem moti-vou a união, e levou o casal ao início da partida. Porém, ela é fugaz e egocêntrica, entusiasma mas também tira o fôlego, e por isso, não é capaz de manter os atletas aptos a enfrentarem os desafi os da vida a dois. Os mais liberais diriam que o sexo é fun-damental para manter a tocha olímpica dos jogos matrimoniais acesa. Sem dúvida, a intimidade sexual é uma dádiva de Deus, imprescindível em um relacionamento saudável e feliz, mas so-mente o ato sexual não seria capaz de satisfazer os anseios mais profundos da alma dos cônjuges. O que poderia então, minimi-zar os confl itos e reduzir as desavenças entre este time de duas pes soas, para que sejam vitoriosas?

Qual a melhor estratégia para vencer neste jogo cha-mado casamento?

Para exemplifi car os princípios relatados neste livro, que-remos utilizar uma metáfora encontrada numa das belíssimas crô nicas escritas pelo ilustre mineiro Rubem Alves (1933), que des frutando de todo o seu conhecimento teológico presbiteria-no, registrou algo sobre o casamento que caiu como uma luva em nossa proposta literária:

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casa-mentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de ale gria e têm a chance de ter vida longa.

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