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Diagnóstico Social 1 Introdução Após a adesão ao Programa Rede Social, e com a criação do Conselho Local de Acção Social de Carrazeda de Ansiães (CLASCA), assumiu-se um compromisso de promover o desenvolvimento social local, envolvendo toda a comunidade, de forma a resolver, com maior eficiência e eficácia, os problemas sociais do concelho, através de parcerias efectivas entre as várias entidades presentes. Para a concretização destes objectivos é necessário construir um Plano de Desenvolvimento Social (PDS) para o concelho, um plano onde constam os objectivos prioritários para a promoção do desenvolvimento local, e que devem ser negociados, conhecidos e assumidos por todos. O Diagnóstico Social, documento que aqui se apresenta, é uma componente do Plano de Desenvolvimento, uma vez que para apresentar soluções e prioridades é fundamental conhecer a realidade: identificar e interpretar os problemas presentes, saber quais os grupos mais vulneráveis, as causas dos problemas, as potencialidades e os recursos existentes para a sua resolução. A passagem do Pré-Diagnóstico para o Diagnóstico foi feita através da actualização dos dados recolhidos, da inclusão de dados e abordagens em falta e, por fim, através dos resultados obtidos no âmbito dos grupos de trabalho e da reflexão conjunta e participada que os vários parceiros fizeram relativamente aos problemas elencados. O Diagnóstico foi elaborado através de uma abordagem sectorial de problemáticas específicas, que já tinham sido alvo de uma primeira abordagem ao nível do Pré- Diagnóstico, abrangendo as seguintes áreas: Demografia; Educação; Saúde; Habitação; Emprego; Actividades Económicas; Acção Social; Segurança; Cultura, Desporto, Património e Associativismo. Relativamente às metodologias utilizadas, na primeira parte do Diagnóstico foi privilegiada a análise documental e bibliográfica, recorrendo-se, em especial, a publicações estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE), e foram também realizados questionários e entrevistas a entidades e a grupos sociais ou sectores cuja informação ou não estava publicada ou não existia um levantamento actual.

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Diagnóstico Social

1

Introdução

Após a adesão ao Programa Rede Social, e com a criação do Conselho Local de

Acção Social de Carrazeda de Ansiães (CLASCA), assumiu-se um compromisso

de promover o desenvolvimento social local, envolvendo toda a comunidade, de

forma a resolver, com maior eficiência e eficácia, os problemas sociais do

concelho, através de parcerias efectivas entre as várias entidades presentes.

Para a concretização destes objectivos é necessário construir um Plano de

Desenvolvimento Social (PDS) para o concelho, um plano onde constam os

objectivos prioritários para a promoção do desenvolvimento local, e que devem ser

negociados, conhecidos e assumidos por todos.

O Diagnóstico Social, documento que aqui se apresenta, é uma componente do

Plano de Desenvolvimento, uma vez que para apresentar soluções e prioridades é

fundamental conhecer a realidade: identificar e interpretar os problemas presentes,

saber quais os grupos mais vulneráveis, as causas dos problemas, as

potencialidades e os recursos existentes para a sua resolução.

A passagem do Pré-Diagnóstico para o Diagnóstico foi feita através da

actualização dos dados recolhidos, da inclusão de dados e abordagens em falta e,

por fim, através dos resultados obtidos no âmbito dos grupos de trabalho e da

reflexão conjunta e participada que os vários parceiros fizeram relativamente aos

problemas elencados.

O Diagnóstico foi elaborado através de uma abordagem sectorial de problemáticas

específicas, que já tinham sido alvo de uma primeira abordagem ao nível do Pré-

Diagnóstico, abrangendo as seguintes áreas: Demografia; Educação; Saúde;

Habitação; Emprego; Actividades Económicas; Acção Social; Segurança; Cultura,

Desporto, Património e Associativismo.

Relativamente às metodologias utilizadas, na primeira parte do Diagnóstico foi

privilegiada a análise documental e bibliográfica, recorrendo-se, em especial, a

publicações estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE), e foram também

realizados questionários e entrevistas a entidades e a grupos sociais ou sectores

cuja informação ou não estava publicada ou não existia um levantamento actual.

Diagnóstico Social

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Na segunda parte do Diagnóstico, relativa à análise estratégica, desenvolveram-se

técnicas participativas de reflexão e de recolha de opinião.

Um diagnóstico é construído para ser suporte da acção, por isso, é necessário

garantir que os actores a implicar participem activamente, por um lado, para o

conhecerem, por outro lado, para se responsabilizarem pelos seus resultados e

consequências, garantido posteriormente intervenções adaptadas e realistas para

a resolução dos problemas.

O presente diagnóstico ao fornecer dados objectivos e ao retratar de forma global,

nos seus diversos sectores, a realidade concelhia, serviu de base à reflexão e

permitiu aos parceiros e convidados dos vários grupos de trabalho compreender

melhor a abrangência e complexidade dos fenómenos e encontrar perspectivas de

solução.

Assim, foram constituídos 10 grupos de trabalho temáticos, integrando agentes

locais provenientes das autarquias, associações, serviços públicos e grupos

profissionais, bem como indivíduos da população-alvo em análise.

Os diversos grupos foram divididos pelas seguintes áreas de análise:

Demografia/População; Educação; Agricultura; População Idosa; População com

Deficiência; Alcoolismo e Toxicodependência; Menores em Risco; População de

Etnia Cigana; Desenvolvimento Sócio-Económico e Emprego.

Acabado este trabalho, foi realizada uma reunião com todos os parceiros onde

foram apresentados os resultados dos vários grupos e construída a grelha FOFA

(Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) para o concelho. Nesta grelha

estão enunciadas as áreas prioritárias para o concelho, os seus principais

constrangimentos e recursos ao dispor, bem como as principais ameaças e

potencialidades existentes.

Assim, o Diagnóstico Social desenvolveu-se de acordo com a lógica da

metodologia investigação-acção, na medida em que não se limitou a descrever os

problemas existentes, analisando também as suas possíveis causas e

estabelecendo as relações e conexões entre os problemas e as dinâmicas sociais

existentes no concelho, bem como as suas tendências de evolução.

Diagnóstico Social

3

Por outro lado, e uma vez que o objectivo é planear o futuro, foram tidas em conta

as potencialidades e recursos que o concelho oferece, bem como as fraquezas e

ameaças que atravessa, permitindo-nos perspectivar e escolher os caminhos a

seguir, os meios que teremos para os trilhar e os obstáculos que teremos que

enfrentar.

Diagnóstico Social

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1. Um Olhar sobre Carrazeda de Ansiães

1.2. Localização Geográfica e um Pouco da sua História

O concelho de Carrazeda de Ansiães pertence ao distrito de Bragança, em relação

qual se situa no seu extremo sul, fazendo fronteira com o distrito de Vila Real para

Ocidente e com o de Viseu já para sul, na outra margem do Douro, e insere-se na

Região de Trás-os-Montes e Alto Douro (ver Mapa N.º1, em anexo).

O concelho tem uma área total de aproximadamente 280 Km2, cerca de 7 640

residentes, e é composto por 19 freguesias e 45 aldeias, e uma densidade

populacional de 27,2 hab/km2.

Terra de grandes tradições na história de Portugal, Carrazeda de Ansiães situa-se

numa área planáltica, prolongamento da longa meseta ibérica, com altitudes

compreendidas entre os seiscentos e os setecentos metros. O rio Douro, bem

como o seu afluente – rio Tua, marcam de forma indelével a paisagem de todo o

concelho, a sua economia e, nomeadamente, a viticultura que beneficia

decisivamente desse facto.

Depreende-se, assim, que Carrazeda possui uma estrutura paisagística

dicotómica: por um lado, o Planalto, caracterizado também por Terra Fria, por

outro, os vales dos rios Douro e Tua, que são as faixas da Terra Quente.

Carrazeda é também terra de povoamento muito remoto. Os seus primeiros

habitantes terão chegado a estas terras por volta do período Calcolítico, ou seja,

Idade do Cobre. Por todo o concelho, abundam vestígios arqueológicos que

comprovam a precocidade do seu povoamento.

A própria formação do concelho é muito remota. O primeiro foral recebeu-o a vila

de Ansiães no século IX por Fernando Magno, ainda Portugal estava longe de ser

independente. Esta acção foi posteriormente repetida, com sucessivas

confirmações outorgadas pelos primeiros reis portugueses, nomeadamente D.

Afonso Henriques (supõe-se que em 1160), D. Sancho em 1198 e por D. Afonso II

em 1219.

Diagnóstico Social

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Na crise dinástica de 1383-85, Ansiães alinhou ao lado daquele que mais tarde fora

eleito rei de Portugal. D. João I, para considerar tão nobre acto, doou-a a Vasco

Pires Sampaio e seus sucessores, pelo seu apoio na luta contra Castela.

Em 1734 a sede do concelho é transferida para o lugar de Carrazeda, dando

origem à actual vila.

Muitos são ainda os monumentos de valor arquitectónico no concelho: no exterior

das muralhas do Castelo encontra-se a Igreja de S. João Baptista de estilo

românico e no interior a Igreja de S. Salvador, que remonta ao séc. XII, e está

classificada como Monumento Nacional.

As igrejas das freguesias de Linhares e Marzagão, o Solar de Selores e as vistas

panorâmicas de que são exemplo os miradouros do Alto da Senhora da Graça

(Samorinha), Senhora da Saúde (Mogo) e Senhor da Boa Morte (Castanheiro) são

lugares a não perder. A Pedra Bulideira em Ribalonga, as Fragas do Cachão da

Rapa, os vestígios arqueológicos de arte rupestre, nomeadamente, as Antas de

Vilarinho da Castanheira e Zedes, com símbolos da época paleolítica, são

elucidativos da procura do Homem por esta zona estratégica.

Por fim, resta dizer, neste olhar muito geral sobre Carrazeda, de que se trata de um

concelho predominantemente rural, com grande prevalência do sector primário

como fonte geradora de trabalho e riqueza. As principais produções são: nas zonas

da encosta do Rio Douro, o vinho, em que se destaca o “vinho tratado” e o azeite.

Nas zonas de planalto, a batata, os cereais e a fruta, nomeadamente, a maçã.

Diagnóstico Social

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1.2. Breve Caracterização das Freguesias O Município de Carrazeda de Ansiães é constituído por dezanove freguesias e

vinte e seis aldeias anexas, o que perfaz um total de quarenta e cinco localidades:

Sedes de Freguesia Aldeias Anexas Amedo Areias Beira Grande Belver Mogo de Ansiães Carrazeda de Ansiães Samorinha Castanheiro Fiolhal, Foz-Tua, Tralhariz Fontelonga Penafria, Besteiros Lavandeira Linhares Alegria, Arnal, Campelos, Carrapatosa Marzagão Luzelos Mogo de Malta Parambos Misquel, Venda Nova, S. Pedro Pereiros Codeçais Pinhal do Norte Brunheda, Felgueira, Sentrilha Pombal Paradela, S. Lourenço Ribalonga Seixo de Ansiães Coleja, Sr.ª da Ribeira Selores Alganhafres Vilarinho da Castanheira Pinhal do Douro Zedes

Amedo

Amedo é uma das dezanove freguesias do concelho e fica a cinco Km a Norte da

sede deste.

Habitantes 340 Famílias Clássicas 122 Alojamentos Familiares 264 Área Territorial 13,8 Km2 Densidade Populacional 24,5 hab/km2 Fonte: INE, Censos 2001

Diagnóstico Social

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A actividade agrícola e pecuária são praticamente actividades económicas únicas,

tal como na generalidade das restantes freguesias do concelho, numa zona

planáltico-montanhosa como aquela onde se situa.

Beira Grande

A freguesia de Beira Grande dista 9 Km da vila de Carrazeda de Ansiães. Situa-se

no cimo de uma montanha sobranceira ao rio Douro, a cerca de 5Km.

Habitantes 194 Famílias Clássicas 85 Alojamentos Familiares 123 Área Territorial 16,9 Km2 Densidade Populacional 11,4 hab/Km2

Fonte: INE; Censos 2001

A actividade económica é essencialmente a agricultura, onde, e devido à sua

localização, a produção do afamado Vinho do Porto tem um peso essencial.

Belver

Belver situa-se a 2Km para Nordeste da vila de Carrazeda de Ansiães. Inserida na

zona planática, situa-se numa elevação, pois, já o termo Belver parece indicar que

se trata de um local de belos panoramas. Tem bem perto, sua aldeia anexa, o

Mogo de Ansiães, aldeia que nos dá referências de povoação muito antiga.

Habitantes 361 Famílias Clássicas 126 Alojamentos Familiares 217 Área Territorial 8,6 Km2 Densidade Populacional 42 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

A actividade principal é a agro-pecuária, com abundância de castanha, noz, vinho,

cereal, batata, alguns pomares, principalmente de maçã, e gado ovino. Existem

também, para além de alguma outras pequenas empresas, quatro oficinas

tradicionais de tanoaria.

Diagnóstico Social

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Carrazeda de Ansiães

Carrazeda de Ansiães é uma vila de características rurais e é a sede do concelho.

A história da freguesia está ligada à do concelho medieval de Ansiães. De facto,

quando Ansiães era uma vila próspera, antiga, e muito importante na defesa da

linha fronteiriça que o Douro constituiu por diversas vezes, Carrazeda era apenas

um lugar pouco povoado.

Com a escassez de água registada no Castelo de Ansiães, os acessos difíceis,

com a linha de defesa estratégica a alterar-se e a sair fora dos limites do concelho,

a vila entra em decadência e abandono, acabando por ser transferida a sede de

concelho para o lugar de Carrazeda em 6 de Abril de 17341, nascendo assim a vila

e o concelho de Carrazeda de Ansiães.

Habitantes 1 605 Famílias Clássicas 522 Alojamentos Familiares 751 Área Territorial 11,6 Km2 Densidade Populacional 138,4 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Dedicando-se a diversas actividades e já com alguns serviços à disposição de todo

o concelho, é a agricultura que ainda tem um peso considerável na economia local.

Castanheiro do Norte

A freguesia de Castanheiro do Norte fica a 9 Km de Carrazeda, situa-se na

margem esquerda do rio Tua e na margem direita do rio Douro, para oriente da

sede do concelho.

Com um passado muito antigo, aparece referenciada nos forais do antigo concelho

de Ansiães, ao qual pertencia.

1 1. Tavares, Virgílio, Conheça a Nossa Terra Carrazeda de Ansiães, Edição do Autor, 1999.

Diagnóstico Social

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Habitantes 586 Famílias Clássicas 241 Alojamentos Familiares 383 Área Territorial 12,9 Km2 Densidade Populacional 45 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

A ocupação básica dos habitantes de Castanheiro é a agricultura, onde a vinha e a

oliveira predominam.

Fontelonga

Freguesia situada a 3 Km para sudeste da vila de Carrazeda, cujo passado está

também muito ligado à antiga vila de Ansiães, concelho ao qual pertenceu.

Habitantes 355 Famílias Clássicas 157 Alojamentos Familiares 221 Área Territorial 11,1 Km2 Densidade Populacional 31,9 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Também aqui a actividade principal é a agricultura, onde a maçã, o vinho, o azeite,

a amêndoa, o cereal e a castanha constituem as principais produções.

Lavandeira

Lavandeira fica situada a 7 Km de Carrazeda, a 2 Km da aldeia de Selores e na

encosta sul do monte onde está implantado o Castelo de Ansiães.

Habitantes 184 Famílias Clássicas 77 Alojamentos Familiares 195 Área Territorial 13,5 Km2 Densidade Populacional 13,6 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Diagnóstico Social

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A agricultura continua a marcar-se como a actividade principal, com a produção de

vinho, trigo, milho, azeite e maçã.

Linhares

Linhares é a sede de freguesia e tem quatro aldeias anexas. Situa-se a 10 Km da

sede do concelho, na margem direita do rio Douro.

Rodeada de elevações como o Pico de Linhares e o Monte da Serra, o seu termo é

muito antigo.

Vestígios do passado tem imensos, como as célebres pinturas rupestres do

Cachão da Rapa ou Valeira, as sepulturas cavadas nas rochas, o sítio do Castelo,

ou ainda os machados de pedra polida que por lá têm aparecido.

Habitantes 574 Famílias Clássicas 236 Alojamentos Familiares 334 Área Territorial 27,4 Km2 Densidade Populacional 21 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

A freguesia tem a segunda maior área territorial do concelho e actividade quase

única é a agricultura, produzindo batata, vinho, azeite, fruta e amêndoa, bem como

a existência de algumas matas de pinheiros e sobreiros.

Marzagão

Situada a sul da sede do concelho, do qual dista cerca de 5 km, tem nas suas

proximidades o Castelo de Ansiães, ao qual a sua história está ligada, e fica na

margem direita do rio Douro, estendendo-se a sua povoação em terreno plano com

a altitude de 674 metros.

Habitantes 320 Famílias Clássicas 132 Alojamentos Familiares 195 Área Territorial 16,5 Km2 Densidade Populacional 19,3 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Diagnóstico Social

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A actividade básica continua a ser a agricultura, onde merece destaque a produção

de maçã, o vinho e o azeite.

Mogo de Malta

A freguesia fica situada numa zona planáltica, prolongamento daquela onde se

situa a vila de Carrazeda, da qual dista apenas 4 Km. A sua povoação vive paredes

meias com a aldeia de Mogo de Ansiães, confundindo-se até nos extremos dos

seus povoados.

Habitantes 141 Famílias Clássicas 45 Alojamentos Familiares 90 Área Territorial 11,3 Km2 Densidade Populacional 12,5 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

A população dedica-se essencialmente à agricultura, com a produção de batata,

cereal, vinho, castanhas e maçã.

Parambos

Parambos dista da sede do concelho cerca de 7 Km para o ocidente, e situa-se na

margem esquerda do rio Tua.

Habitantes 314 Famílias Clássicas 116 Alojamentos Familiares 163 Área Territorial 10,5 Km2 Densidade Populacional 29,7 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

A actividade agrícola regista-se também nesta povoação como o principal meio de

riqueza, produzindo batata, vinho, azeite, castanha, maçã e outras frutas e a

existência de alguns rebanhos.

Diagnóstico Social

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Pereiros

Fica a cerca de 12 Km da vila de Carrazeda, nas encostas declivosas que vão dar

ao rio Tua.

O seu passado está ligado ao antigo concelho de Freixiel, do qual fez parte até á

sua extinção no séc. XIX (1836).

Habitantes 310 Famílias Clássicas 118 Alojamentos Familiares 235 Área Territorial 14,6 Km2 Densidade Populacional 21 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Tendo na agricultura a sua actividade principal, produz amêndoa, batata, azeite e

vinho. A silvicultura, actividade outrora rentável, está neste momento quase

inactiva devido aos incêndios que têm desbastado as matas que envolvem a

freguesia.

Pinhal do Norte

Freguesia que se situa a 12 Km para oeste da sede concelho.

O seu povoamento é provavelmente muito antigo, remonta certamente a épocas

pré-históricas, a avaliar pelas inscrições rupestres que por lá se têm descoberto.

Habitantes 315 Famílias Clássicas 144 Alojamentos Familiares 263 Área Territorial 16,9 Km2 Densidade Populacional 18,6 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

A agricultura, com a produção de amêndoa, azeite, vinho e cereal, é a actividade

dominante. Existem também pomares de abrunheiros e matas de pinheiros e

sobreiros que os incêndios de verão não têm perdoado.

Diagnóstico Social

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Pombal

Pombal dista da vila em cerca de 10 Km, fica situada na margem esquerda do rio

Tua, num vale, com encostas muito declivosas.

Habitantes 404 Famílias Clássicas 174 Alojamentos Familiares 275 Área Territorial 16,8 Km2 Densidade Populacional 24 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Azeite, batatas, cortiça, madeira de pinho, frutas, vinho generoso e de consumo,

são os produtos que os habitantes da freguesia tiram da agricultura, sua principal

actividade.

De registar nesta freguesia, para além de outras actividades que vão ganhando

folgo, a sua marca cultural no concelho através do FARPA (Festival de Artes do

Pombal de Ansiães), promovido pela Associação Recreativa e Cultural de Pombal

de Ansiães, que começa a ser já uma tradição cultural no concelho, apresentando

há já alguns anos um Programa Cultural (música, teatro, pintura) que tem merecido

a presença de centenas de espectadores do concelho e fora do concelho.

Por fim, não podíamos deixar de referir as Caldas de S. Lourenço, cujas águas

termais, famosas na cura de doenças de reumatismo e da pele, são a razão da

visita de muitos turistas.

Ribalonga

Ribalonga fica a cerca de 12 Km para sudoeste de Carrazeda. Situa-se a meio de

uma vale profundo, rodeada por elevados cumes e montes com encostas muito

inclinadas, com socalcos de vinha do tão famoso Vinho do Porto. Está na margem

direita do Douro e esquerda do Tua, e muito perto da confluência dos dois rios.

Sobre o seu passado, podemos certamente afirmar que esta povoação já existe

como lugar habitado já desde a pré-história, a avaliar pelas pinturas rupestres do

Cachão da Rapa.

Diagnóstico Social

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Habitantes 115 Famílias Clássicas 52 Alojamentos Familiares 117 Área Territorial 8,5 Km2 Densidade Populacional 13,5 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

É a freguesia menos populosa do concelho, ainda mais se atendermos que a ela

não corresponde mais nenhuma anexa.

De clima imensamente quente no Verão, situada em pleno Douro Superior, a

agricultura, sendo a sua actividade básica, tem na vinha a principal fonte de

riqueza. Produz-se também azeite, amêndoa, figos e laranjais.

Seixo de Ansiães

Seixo de Ansiães fica a 10 Km para sul sudeste da sede do concelho, no cimo de

uma elevação na margem direita do rio Douro.

Habitantes 367 Famílias Clássicas 165 Alojamentos Familiares 277 Área Territorial 22,1 Km2 Densidade Populacional 16,6 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Seixo de Ansiães é a terceira freguesia com maior área territorial do concelho.

Também aqui a agricultura é a actividade quase exclusiva dos seus habitantes,

com a produção de vinho, azeite, maçã, laranja, amêndoa e batata.

Diagnóstico Social

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Selores

Esta freguesia fica situada a cerca de 6 Km para sul-sudeste da vila de Carrazeda,

e a 7 Km a Norte da margem direita do rio Douro.

Habitantes 171 Famílias Clássicas 74 Alojamentos Familiares 126 Área Territorial 8,2 Km2 Densidade Populacional 20,9 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Não sendo esta freguesia a excepção, tem como actividade principal a actividade

agrícola, com a produção de batata, vinho, maçã, azeite e milho e alguma

pastorícia.

Vilarinho da Castanheira

Vilarinho da Castanheira dista cerca de 15 Km para Es-Sudeste de Carrazeda de

Ansiães, paredes meias já com o concelho de Torre do Moncorvo. É sede de

freguesia, mas a aldeia de Vilarinho já foi outrora vila sede de um concelho

medieval.

Teve Pelourinho, Castelo com Alcaide, Casas Brasonadas, das quais ainda hoje

restam alguns exemplares.

Teve o 1.º foral dado por D. Afonso II em 1218, que foi sucessivamente

confirmado, primeiro por D. Dinis em 1287, depois por D. Pedro I em 1363 e, por

fim, por D. Manuel em 1514. Demonstra-se aqui a importância que a vila tivera.

No entanto, povoamento do território parece ser ainda de tempos muito mais

remotos visto existirem por lá antas pré-históricas.

Habitantes 772 Famílias Clássicas 316 Alojamentos Familiares 574 Área Territorial 29,1 Km2 Densidade Populacional 26,5 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

Diagnóstico Social

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A seguir à freguesia de Carrazeda de Ansiães, Vilarinho da Castanheira é aquela

que regista maior numero de residentes. Por outro lado, esta freguesia é a maior

em área territorial de todo o concelho.

No entanto, também aqui a agricultura é a actividade principal, onde a vinha, nas

encostas do Douro, tem um peso crucial. Existe também uma significativa

produção de azeite, de figos e amêndoas.

Zedes

Zedes dista 6 Km da sede do concelho e fica situada num planalto.

As indicações sobre esta freguesia são muito remotas, sendo uma das muitas

aldeias do concelho medieval de Ansiães.

A sua arqueologia e toponímia são anteriores à nacionalidade, e podemos afirmar

que já é povoada desde a pré-história, como o comprovam a Anta ou Dólmen a

“Casa da Moura”, como lhe chamam.

Habitantes 214 Famílias Clássicas 90 Alojamentos Familiares 152 Área Territorial 10 Km2 Densidade Populacional 21,2 hab/Km2

Fonte: INE, Censos 2001

A agricultura é também a actividade principal nesta freguesia. O vinho, o azeite, a

batata, a amêndoa, a castanha e a maçã, são os produtos mais representativos.

Diagnóstico Social

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2. População e Demografia

2.1 – A Região de Trás-os-Montes e Alto Douro

Situado na região de Trás-os-Montes e Alto Douro (TMAD), o concelho de

Carrazeda de Ansiães sofre dos mesmos constrangimentos que os restantes

concelhos da região, que nas últimas três décadas conheceu transformações

demográficas, sociais e económicas muito significativas, no entanto, insuficientes

para contrariar as dinâmicas de esvaziamento e envelhecimento populacional e

recuperar dos atrasos estruturais com que se debate desde há muito tempo.

Efectivamente, TMAD tem vindo a sofrer ao longo dos últimos 40 anos uma quebra contínua e acentuada da população. Depois de ter visto o seu potencial

demográfico aumentar, desde 1864 a 1960, em mais de 40%, a região começou a

perder população a um ritmo assustador, em apenas quatro décadas perdeu cerca

de 232 000 indivíduos, o que representa uma diminuição de cerca de 34% do

potencial demográfico que dispunha no início dos anos 60.2

Este processo de esvaziamento demográfico vem atingindo mais duramente os

concelhos rurais mais pequenos e mais afastados dos principais corredores de

transportes e comunicações (IP4 e IP3), como é o caso do concelho de Carrazeda

de Ansiães, onde se distribuem os centros e eixos urbanos mais importantes e

polarizadores da região.

Na verdade, a par do esvaziamento de muitas freguesias rurais mais isoladas, o

peso dos aglomerados urbanos tem crescido progressivamente, graças a um

processo de concentração nas sedes dos concelhos, a um ritmo muito lento e com

uma expressão territorial muito desigual. Este processo adquire maior expressão

nas capitais de distrito ou cidades de média dimensão, com melhores

acessibilidades, aonde se encontram os níveis superiores de hierarquia dos

serviços públicos, de serviços administrativos supramunicipais e do ensino

superior.3

2 Cepeda, Francisco e Ramos, Luís, “Trás-os-Montes e Alto Douro no Limiar do Século XXI: O Desafio do Desenvolvimento” in III Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2002. 3 Ibid.

Diagnóstico Social

18

TMAD é um território essencialmente rural, com ocupação humana em regra pouco

densa e suportada por aglomerados de pouca dimensão.

A baixa densidade demográfica e a insuficiente massa critica empurram TMAD para uma condição cada vez mais marginal num espaço nacional e europeu marcado pelas forças centrífugas e da metropolização. Por outro lado,

aumentam as assimetrias internas em matéria de desenvolvimento económico e

social e diminui a capacidade de conservação e valorização dos recursos naturais

e de mobilização das energias necessárias ao desenvolvimento da região.4

O declínio populacional traduz-se naturalmente numa perda do seu peso

demográfico no contexto regional e nacional. Em 1864 a região de TMAD

representava 13% da população do continente e 31% da população da região

Norte, esta importância relativa começou a decrescer significativamente a partir de

1960, e, em 2001 os residentes na região já só representam 4,3% dos portugueses do continente e 12 % da população da região Norte.

De 1960 a 1991 o grupo dos jovens (0-14 anos) passou de 34,2% para 20,7% e o

grupo dos 65 e mais anos aumentou de 6,6% para 16,5%.

O índice de envelhecimento (número de idosos por cada 100 jovens) continua a

crescer, tendo já ultrapassado os 100% por volta de 1995.

O esvaziamento demográfico e o envelhecimento da população, com o

alargamento da faixa etária com idades superiores a 65 anos, e a diminuição da

população em idade fértil e potencialmente activa, contribuíram igualmente para a

forte diminuição dos índices de natalidade.

4 Ibid.

Diagnóstico Social

19

2.1 – Dinâmicas Sócio-Demográficas e Sócio-Familiares no

Concelho de Carrazeda de Ansiães

População Residente, sua Evolução e Estrutura Demográfica

Carrazeda de Ansiães é o exemplo vivo do que no ponto anterior referimos. De

facto, sendo um concelho rural, com efectivos populacionais muito baixos, tem

vindo a sofrer um contínuo processo de desertificação e envelhecimento da

população, tratando-se de um dos concelho onde estas problemáticas se fazem

sentir com mais intensidade.

Este processo tem vindo a ser sentido há várias décadas, sendo o decréscimo populacional na ordem dos 17,2% de 1991 para 2001, e de 33% nos últimos 20

anos. O fenómeno do duplo envelhecimento da população, constituído pela

diminuição do peso relativo da população jovem e pelo aumento considerável da

população idosa, tem vindo a ser sentido de forma muito preocupante.

De facto, o concelho de Carrazeda de Ansiães é um dos concelhos menos

populosos da sub-região do Douro (NUTS III), foi aquele que apresentou a maior

diminuição de população residente em toda a sub-região nos últimos dez anos e foi

o segundo, de toda a região Norte que, em termos percentuais, perdeu mais

população.

Diagnóstico Social

20

Quadro N.º1 – População Residente em 1991 e 2001, e a sua Evolução, por

Freguesia

Freguesias População Residente em

1991

População Residente em

2001

Variação entre 1991 e 2001 (%)

Amedo 411 340 - 17,3 Beira Grande 260 194 - 25,4 Belver 365 361 - 1,1 Carrazeda Ansiães 1299 1605 23,6 Castanheiro 761 586 - 23 Fontelonga 435 355 - 18,4 Lavandeira 346 184 - 46,8 Linhares 769 574 - 25,4 Marzagão 323 320 - 0,9 Mogo de Malta 163 141 - 13,5 Parambos 420 314 - 25,2 Pereiros 415 310 - 25,3 Pinhal do Norte 448 315 - 29,7 Pombal 519 404 - 22,2 Ribalonga 171 115 - 32,7 Seixo de Ansiães 484 367 - 24,2 Selores 246 171 - 30,5 Vilarinho da Castanheira 1096 772 - 29,6 Zedes 304 214 - 29,6

TOTAL 9235 7642 - 17,2

Fonte: INE; Censos 2001

Pela observação do quadro, constata-se que, à excepção da sede do concelho,

que viu a sua população crescer, as restantes freguesias sofreram uma forte

diminuição da população de 1991 para 2001. A freguesia da Lavandeira foi aquela

que mais sofreu este fenómeno, tendo visto a sua população reduzida quase para

metade nos últimos dez anos.

Por outro lado, se pararmos para observar esta evolução ao nível dos grupos

etários, a situação torna-se ainda mais alarmante, como se demonstra nos quadros

que se seguem.

Diagnóstico Social

21

Quadro N.º2 -. População Residente em 1991 e 2001, segundo os Grupos Etários,

por Freguesias

População Residente Em 1991 Em 2001

Freguesias

Total 0-14 15-24 25-64 65 ou mais

Total 0-14 15-24 25-64 65 ou mais

Amedo 411 90 49 183 89 340 48 53 156 83 Beira Grande 260 38 37 128 57 194 12 26 96 60 Belver 365 81 46 177 61 361 59 60 155 87 Carraz. Ansiães 1299 338 187 624 150 1605 279 250 820 256 Castanheiro 761 159 133 333 136 586 75 81 270 160 Fontelonga 435 71 56 190 118 355 28 42 142 143 Lavandeira 346 82 44 154 66 184 15 26 85 58 Linhares 769 144 79 349 197 574 59 67 247 201 Marzagão 323 63 42 139 79 320 44 34 160 82 Mogo de Malta 163 41 20 76 26 141 14 24 63 40 Parambos 420 88 79 184 69 314 42 41 152 79 Pereiros 415 75 74 191 75 310 40 36 145 89 Pinhal do Norte 448 64 48 234 102 315 26 18 145 126 Pombal 519 65 68 257 129 404 36 36 176 156 Ribalonga 171 21 27 78 45 115 5 10 51 49 Seixo de Ansiães 484 87 57 229 111 367 43 30 170 124 Selores 246 44 29 114 59 171 15 20 69 67 Vilarinho Cast. 1096 227 163 508 198 772 85 92 392 203 Zedes 304 66 49 130 59 214 24 33 101 56

TOTAL 9235 1844 1287 4278 1826 7642 949 979 3595 2119

Fonte: INE, Censos 2001

Gráfico N.º 1

Evolução da População Residente no Concelho de Carrazeda de Ansiães segundo os Grandes Grupos Etários (1991-2001)

1844

1287

4278

1826

949 979

3595

2119

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

0-14 15-24 25-64 65 ou +

Grupos Etários

N.º

de R

esid

ente

s

19912001

Diagnóstico Social

22

Quadro N.º3 -. Variação da População Residente, por Grupos Etários e

Freguesias, entre 1991 e 2001

Variação entre 1991 e 2001 (%) Grupos Etários

Freguesias

0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos 65 ou mais Amedo - 46,7 8,2 -14,8 - 6,7 Beira Grande - 68,4 - 29,7 - 25,0 5.3 Belver - 27,2 30,4 - 12,4 42,6 Carrazeda Ansiães - 17,5 33,7 31,4 70,7 Castanheiro - 52,8 - 39,1 - 18,9 17,6 Fontelonga - 60,6 - 25,0 - 25,3 21,2 Lavandeira - 81,7 - 40,9 - 44,8 - 12,1 Linhares - 59,0 - 15,2 - 29,2 2,0 Marzagão - 30,2 - 19,0 15,1 3,8 Mogo de Malta - 65,9 20,0 - 17,1 53,8 Parambos - 52,3 - 48,1 - 17,4 14,5 Pereiros - 46,7 - 51,4 - 24,1 18,7 Pinhal do Norte - 59,4 - 62,5 - 38,0 23,5 Pombal - 44,6 - 47,1 - 31,5 20,9 Ribalonga - 76,2 - 63,0 - 34,6 8,9 Seixo de Ansiães - 50,6 - 47,4 - 25,8 11,7 Selores - 65,9 - 31,0 - 39,5 13,6 Vilarinho da Castanh. - 62,6 - 43,6 - 22,8 2,5 Zedes - 63,6 - 32,7 - 22,3 -5,1

TOTAL - 48,5 - 23,9 - 16,0 16,0

Fonte: INE, Censos 2001

Como se pode constatar o grupo etário dos jovens (0-14 anos) teve, nos últimos

dez anos, um decréscimo no concelho de quase 50%, representando

actualmente este grupo etário apenas 12,4% da população residente (949

indivíduos). Por outro lado, o grupo etário com 65 anos ou mais tem um peso no

total da população residente de 27,8% (2119 residentes). Destes, 44,8% (949 residentes) são idosos com 75 ou mais anos.

O saldo é negativo em todas as freguesias, mesmo na sede do concelho, embora

seja esta a freguesia com o valor negativo mais baixo. Freguesias como

Lavandeira, que perdeu mais de 80% da sua população jovem, ou Ribalonga que

Diagnóstico Social

23

viu diminuir os seus jovens em cerca de 76%, são os exemplos mais marcantes do

fenómeno do envelhecimento da população, que marca todo o concelho.

Concomitantemente, a população em idade fértil e potencialmente activa sofre

também um acentuado declínio, sendo este muito maior no grupo dos adultos

jovens (15-24 anos) que, à semelhança da população mais jovem, reflecte a

diminuição dos efectivos da geração da década de oitenta, altura em que a

substituição de gerações deixou de ser assegurada. A população dos 25-64 anos,

embora tenha um crescimento negativo, ele é de longe muito menor ao dos dois

grupos anteriores, o que demonstra que esta população acompanha a evolução

dos idosos, apresentando estes valores de crescimento na ordem dos 16%.

Conclui-se, assim, que estamos perante o envelhecimento da própria população

activa.

O progresso do envelhecimento, quer no topo da pirâmide etária, pelo considerável

aumento de 16% do número de idosos na última década, quer, sobretudo, na base

da pirâmide, que viu os seus valores diminuírem praticamente para metade no

mesmo período, assume no concelho de Carrazeda de Ansiães um ritmo muito

acima da média da região, como se mostra no quadro que se segue.

Quadro N.º4 -. Variação da População Residente, por Grupos Etários, no

Concelho de Carrazeda de Ansiães, Região do Douro, na Região de Trás-os –

Montes e Portugal, entre 1991 e 2001

População Residente Variação entre 1991 e 2001

Grupos Etários

Zona Geográfica

Variação Total 0-14 15-24 25-64 65 ou mais

Carrazeda de Ansiães -17,2 -48,5 -23,9 -16,0 16,0 Douro -7,1 -32,2 -20,2 0,7 18,9 Alto Trás-os-Montes -5,1 -34,6 -15,9 0,1 24,7 Portugal 5 -16 -8,1 11,8 26,1 Fonte: INE, Censos 2001

Através da análise do quadro anterior, podemos verificar que o concelho de

Carrazeda de Ansiães regista, por um lado, valores muito acima da média, pela

negativa, na variação total da população, com menos 17,2% de população em dez

Diagnóstico Social

24

anos, e, por outro lado, regista igualmente valores muito acima da média na

diminuição dos grupos etários mais jovens.

Densidade Populacional

Relativamente à densidade populacional, que traduz a relação entre o efectivo da

população e a área que ocupa (normalmente expressa em Km2), o concelho de

Carrazeda de Ansiães apresentava, em 2001, uma densidade populacional de 27,2

habitantes por Km2.

Quadro N.º5 - Densidade Populacional por Freguesia, 2001

Freguesias Densidade Populacional (Hab. Por Km2)

Amedo 24,5 Beira Grande 11.4 Belver 42 Carrazeda Ansiães 138,4 Castanheiro 45 Fontelonga 31,9 Lavandeira 13,6 Linhares 21 Marzagão 19,3 Mogo de Malta 12,5 Parambos 29,7 Pereiros 21 Pinhal do Norte 18,6 Pombal 24 Ribalonga 13,5 Seixo de Ansiães 16,6 Selores 20,9 Vilarinho da Castanh. 26.5 Zedes 21,2 TOTAL 27,2

Fonte: INE, Censos 2001

Como se pode constatar, o concelho, e a generalidade das freguesias, à excepção

da sede do concelho, tem uma densidade populacional muito baixa. Agora vejamos

como se posiciona o concelho relativamente à sub-região do Douro (NUTSIII) e à

região Norte.

Diagnóstico Social

25

De facto, o concelho regista uma densidade populacional muito inferior à média da

região onde se insere.

Indicadores Demográficos

Em termos de grandes traços caracterizadores das dinâmicas sócio-demográficas,

o último Anuário disponível (Anuário Estatístico da Região Norte de 2002, do INE)

dá-nos alguns Indicadores Demográficos, relativos ao ano de 2001, que de seguida

se mostram em quadro.

Quadro N.º6 – Indicadores Demográficos em 2001

Carrazeda de Ansiães

Douro Norte Portugal

Taxa de Natalidade 8,3 9,5 11,4 10,9 Taxa de Mortalidade 16,1 12,5 8,7 10,2 Taxa de Crescimento Natural -7,8 -3,0 2,6 0,7 Taxa de Nupcialidade 5,3 6,1 6,2 5,7 Taxa de Divórcio 0,4 1,3 1,4 1,8 Taxa de Fecundidade 36,2 37,5 42,8 43,2 Nados-vivos fora do casame. 20,6 15,6 14,8 23,8 Casamentos Católicos 55,0 70,8 74,0 62,5 Índice de Envelhecimento 183,4 115,7 81,9 103,6 Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte de 2002

Gráfico N.º 2Densidade Populacional no Norte, Douro e Carrazeda de Ansiães

27,2

53,9

173,2

Carrazedade Ansiães

Douro

Norte

Diagnóstico Social

26

Como podemos verificar, a realidade mostrada no quadro anterior não é muito

animadora. De facto, Carrazeda de Ansiães apresenta a taxa de natalidade mais

baixa relativamente às três dimensões territoriais elencadas no quadro. Por outro

lado, regista uma taxa de Mortalidade bastante superior às restantes,

apresentando, por exemplo, em relação à região Norte valores 7,4% acima desta.

Destes dois indicadores resulta uma taxa de crescimento natural, onde os valores

se evidenciam no concelho de Carrazeda de Ansiães, com valores bastante

negativos, e com uma posição relativamente à sub-região do Douro de menos

4,8%, embora esta região também registe uma taxa de valores negativos.

Dados curiosos são os valores registados no concelho relativamente aos nados-

vivos fora do casamento, cujos valores são superiores à média da região Norte e

da sub-região do Douro e os valores que dizem respeito à percentagem de

casamentos católicos, que se posicionam muito abaixo da média das outras

regiões com que se compara no referido quadro.

Por fim, o índice de envelhecimento apresenta valores muito acima da média

nacional (cerca de 80% mais) e muito acima da região e sub-região onde se insere,

cerca de mais 100% relativamente ao Norte e de mais 67,7% relativamente ao

Douro.

Famílias

Atente-se agora à análise das famílias do concelho, particularmente no que se

refere às formas que assumem ou tendem a assumir.

Para efeito da caracterização das famílias, e de acordo com os conceitos utilizados

pelo INE, os agregados familiares distribuem-se de acordo com as seguintes

categorias: famílias clássicas, famílias institucionais e núcleos familiares.

As famílias clássicas são entendidas, segundo o INE, como o conjunto de

pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de

direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento.

Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que

ocupe uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento.

Diagnóstico Social

27

A família institucional define-se como o conjunto de pessoas residentes num

alojamento colectivo que, independentemente da relação de parentesco entre si,

observam uma disciplina comum, são beneficiários dos objectivos de uma

instituição e são governados por uma entidade interior ou exterior ao grupo.

Por núcleo familiar entende-se um conjunto de pessoas dentro da família clássica,

entre as quais existe um dos seguintes tipos de relação: casal com ou sem filho(s)

solteiro(s), pai ou mãe com filho(s) solteiro(s), avós com neto(s) solteiro(s) e avô ou

avó com neto(s) solteiro(s).

O concelho, segundo o censos de 2001, tem um total de 2 992 famílias clássicas,

4 famílias institucionais e 2 322 núcleos familiares. O quadro que se segue dá-

nos conta da distribuição destes valores pelas dezanove freguesias do concelho.

Quadro N.º 7 - Famílias Clássicas, Famílias Institucionais e Núcleos Familiares por Freguesia

Famílias Freguesias Clássicas Institucionais

Núcleos Familiares

Amedo 122 - 93 Beira Grande 85 - 62 Belver 126 - 107 Carraz. Ansiães 522 1 458 Castanheiro 241 - 173 Fontelonga 157 1 100 Lavandeira 77 - 56 Linhares 236 - 180 Marzagão 132 - 106 Mogo de Malta 45 1 40 Parambos 116 - 97 Pereiros 118 - 97 Pinhal do Norte 144 - 109 Pombal 174 - 132 Ribalonga 52 - 41 Seixo de Ansiães 165 - 122 Selores 74 - 52 Vilarinho Cast. 316 1 230 Zedes 90 - 67 TOTAL 2 992 4 2 322 Fonte: INE, Censos 2001

Diagnóstico Social

28

Analisando os dados por freguesia verifica-se que a freguesia de Carrazeda de

Ansiães é aquela que mais se destaca relativamente ao número de famílias e

núcleos familiares, seguida pelas freguesias de Vilarinho da Castanheira, Linhares

e Castanheiro, respectivamente. Mogo de Malta e Ribalonga são as freguesias

com menor número de famílias e núcleos familiares.

O conjunto de quadros que se segue (N.º7/8/9), permite-nos configurar a estrutura

familiar no concelho de Carrazeda de Ansiães no período intercensitário 1991-

2001.

Quadro N.º8 - Famílias Clássicas segundo o Estado Civil, no Concelho, em 2001

Casado (a) Total Solteiro (a) Legalmente “De

facto”

Viúvo (a)

Separado (a)

Divorciado (a)

2992 195 2024 61 659 17 36

Fonte: INE, Censos 2001

Da análise do quadro anterior podemos constatar que o estado civil da maioria das

famílias do concelho é o de casado legalmente, correspondendo este grupo a

67,6% do total de famílias, ao qual se juntarmos os casados “de facto”, soma este

grupo um total de aproximadamente 70%. De seguida, surge-nos o grupo dos

viúvos(as), representando 22% das famílias. Os solteiros correspondem apenas a

6,5% das famílias e os separados e divorciados representam, no seu todo, 1,7% do

total das famílias.

Quadro N.º9 - Famílias Clássicas segundo a Dimensão (pessoas) em 1991 e 2001

Dimensão Total C/1 C/2 C/3 C/4 C/5 C/6 C/7 C/8 C/9 C/10

ou + 1991 3229 641 950 630 559 263 111 43 21 5 6 2001 2992 698 1063 557 435 160 50 20 6 3 -

Fonte: INE, Censos (1991, 2001)

Da análise do quadro N.º8 podemos, em primeiro lugar, constatar que houve um

decréscimo no número de famílias, acompanhando este o decréscimo dos

efectivos populacionais, havendo no ano de 2001 menos 237 famílias do que em

1991.

Diagnóstico Social

29

Por outro lado, cresceram as famílias com 1 e com 2 pessoas (acompanhando a

tendência nacional). Estas famílias representavam em 1991 49,3% das famílias

clássicas e em 2001 representam já 58,8% do total das famílias clássicas. Por

outro lado, as famílias com 5 ou mais pessoas diminuíram nos últimos 10 anos.

Em 1991 estas famílias representavam 14% das famílias clássicas, em 2001 esse

valor cai para os 8%.

Vendo mais de perto as famílias com 1 ou 2 pessoas, segundo o tipo de família na

base de estrutura etária, e centrando-nos nas pessoas com idade igual ou superior

a 65 anos, a situação é a seguinte:

Quadro N.º 10 – Famílias Clássicas, com 1 e com 2 Pessoas, Tendo na Base da

Estrutura Etária Pessoas com Idade Igual ou Superior a 65 anos

1 Pessoa com 65 ou mais

anos

2 Pessoas ambas ou 1 delas com idade igual ou

superior a 65 anos

Freguesias

Masc. Fem Total N.º de Famílias Amedo 6 14 20 24 Beira Grande 4 12 16 20 Belver 3 13 16 25 Carraz. Ansiães 13 36 49 57 Castanheiro 13 39 52 46 Fontelonga 7 17 24 40 Lavandeira 6 12 18 16 Linhares 16 30 46 70 Marzagão 5 16 21 31 Mogo de Malta 1 3 4 10 Parambos 3 12 15 27 Pereiros 4 15 19 34 Pinhal do Norte 8 16 24 47 Pombal 10 24 34 51 Ribalonga 3 5 8 15 Seixo de Ansiães 8 23 31 50 Selores 5 14 19 21 Vilarinho Cast. 15 48 63 51 Zedes 5 12 17 23 TOTAL 135 361 496 658

Fonte: INE, Censos 2001

Diagnóstico Social

30

Efectivamente, o quadro anterior mostra-nos um cenário em que, para além de nos

dar conta do envelhecimento da população, nos demonstra que existe um grande

número de famílias compostas apenas por uma só pessoa idosa: existem no

concelho 496 idosos a morar sozinhos e, destes, 73% são mulheres.

Estas famílias correspondem a 16,6% do total de famílias clássicas no concelho,

às quais, se juntarmos as famílias com 2 pessoas em que ambas ou uma delas

têm idade igual ou superior a 65 anos, temos um peso de 38,6% no total de

famílias.

Tratam-se de dados que merecem reflexão por parte das autarquias e instituições

que operam ao nível da acção social, pois, estamos perante um grupo muito

vulnerável à pobreza, já de si com grandes necessidades de apoio social, mas que,

pelo facto de se encontrarem a viver sozinhos, sem retaguarda familiar, são um

fenómeno a merecer ainda mais atenção.

Quadro N.º11 - Famílias Clássicas, segundo o Tipo de Família em 1991 e 2001, no Concelho de Carrazeda de Ansiães

Com 1 Núcleo

Ano

Sem Núcleo Casal

sem Filhos

Casal com

Filhos

Pai com

Filhos

Mãe com

Filhos

Avós com

Netos

Avô com

Netos

Avó com

Netos

Com 2

Núcleos

Com 3 ou +

Núcleos

1991 703 862 1318 35 182 32 1 21 73 2 2001 736 945 1015 34 165 20 - 13 62 2 Fonte: INE, Censos (1991,2001)

O quadro N.º9 dá-nos a evolução no tipo de famílias de 1991 para 2001.

Destacam-se, de entre os restantes valores, os dados referentes à evolução das

famílias clássicas sem núcleo, tendo passado este grupo de um peso de 26,7% no

total da famílias clássicas em 1991 para 31,5% em 2001. As famílias

monoparentais não cresceram significativamente no período em análise. Em 2001

foram recenseados 232 núcleos familiares deste tipo, sendo estes maioritariamente

constituídos por mãe com filho(s).

Diagnóstico Social

31

3. Educação

O factor educação é frequentemente abordado enquanto indicador de um

desenvolvimento social integrado, ao mesmo tempo que lhe é atribuído um papel

crucial enquanto mecanismo para o processo de modernização.

Neste capítulo tentaremos mostrar o panorama sócio-educativo do concelho.

3.1 – Níveis de Instrução e Estabelecimentos de Ensino

No concelho de Carrazeda de Ansiães, segundo os censos de 2001, o 1.º ciclo

básico constitui o nível de ensino atingido pela maioria da população residente, com 46,8% (que contempla os indivíduos que tenham concluído um

qualquer nível de ensino, os que não completaram e os que frequentam

determinado nível de ensino), o ensino secundário foi atingido apenas por 7,7% da

população residente, muito abaixo da média nacional que está nos 15,7%, e o

ensino superior apenas atinge 5,1% dos residentes, em contraponto com os 10,8%

registados a nível nacional. No mesmo período, 19,6% da população do concelho

não tinha atingido qualquer nível de ensino, a média nacional não ultrapassa os

12,5%.

Quadro N.º12 - População Residente segundo o Nível de Ensino Atingido

Homens Mulheres Total Níveis de Ensino

N.º % N.º % N.º %

Sem Nível de Ensino 602 16,1% 916 22,8% 1518 19,6%

Pré-Escolar 53 1,4% 64 1,6% 117 1,5%

1.º Ciclo 1828 48,8% 1807 45,0% 3635 46,8%

2.º Ciclo 473 12,6% 383 9,5% 856 11,0%

3.º Ciclo 356 9,5% 265 6,6% 621 8,0%

Secundário 300 8,0% 301 7,5% 601 7,7%

Médio 4 0,1% 10 0,2% 14 0,2%

Superior 130 3,5% 267 6,7% 397 5,1%

TOTAL 3746 100,0% 4013 100,0% 7759 100,0%

Fonte: Censos 2001

Diagnóstico Social

32

Gráfico N.º 3População segundo o Nível de Ensino

602

53

1828

473356 300

4130

3746

916

64

1807

383265 301

10

267

4013

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

Sem Nívelde Ensino

Pré-Escolar 1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário Médio Superior TOTAL

Nível de ensino

Nº h

abita

ntes

Homens N.ºMulheres N.º

Do quadro e gráfico anteriores, constatamos também que o grupo das mulheres é

maioritário de entre o grupo dos que não atingiram qualquer nível de ensino, 22,8% em

contraponto com 16,1% de homens. Relativamente aos níveis de ensino atingido, o

grupo das mulheres está sempre em número mais reduzido do que o dos homens, à

excepção do ensino superior, em que as mulheres superam os homens em 3,2%.

É ainda de registar o facto do ensino médio ter uma expressão quase nula no concelho.

Taxa de Analfabetismo

Relativamente à taxa de analfabetismo (relação entre a população com 10 ou mais

anos que não sabe ler nem escrever e a população com 10 ou mais anos), nos últimos

10 anos ela diminuiu cerca de 2,5% no concelho, contudo continua-se a registar valores

muito acima da média nacional e regional (Norte), que, em 2001, era de 9% e 8,3%

respectivamente.

Diagnóstico Social

33

Quadro N.º13 - Taxa de Analfabetismo em 1991 e 2001

Total de Residentes (em 2001)

Analfabetos com 10 ou mais anos (2001)

Taxa de Analfabetismo

Total Homens Mulheres Total

Homens Mulheres Em 1991 Em 2001

7 642 3 693 3 949 1 219 450 769 19,7 17,2 Fonte: Censos 2001

Como podemos verificar no quadro anterior, o concelho de Carrazeda de Ansiães

apresenta, em 2001, uma taxa de analfabetismo na ordem dos 17,2%.

O número de mulheres que não sabe ler nem escrever é muito superior ao dos

homens, representando elas 63% do total dos analfabetos, ou seja, existem mais

13% de mulheres analfabetas do que homens. Esta discrepância é a norma no

país, sendo a única diferença os valores, já que a discrepância nacional era, no

mesmo período censitário, de 5,2%.

3.2. – Estabelecimentos de Ensino, População Estudantil e

Pessoal Docente

Relativamente aos estabelecimentos de ensino, alunos matriculados e pessoal

docente, o concelho de Carrazeda de Ansiães contabiliza, no ano lectivo

2004/2005 um total de 40 estabelecimentos de ensino (menos 3 que o ano

lectivo anterior), que reuniam aproximadamente 1 027 estudantes, distribuídos por

um espectro escolar que vai desde o ensino pré-escolar até ao ensino secundário e

profissional.

Diagnóstico Social

34

Quadro N.º14 – Estabelecimentos de Ensino, Alunos Matriculados e Pessoal

Docente, segundo o Ensino Ministrado (2004/2005)

Ed. Pré-Escolar Ens. Básico Público Privado

* 1.º

Ciclo 2.º

Ciclo 3.º

Ciclo

Ens. Secundário

Ens. Profissional

Total

Estabelec. de Ensino

5 2 29 1 1 1 1 40

Alunos Matriculados

60 87 246 160 212 154 108 1027

Pessoal Docente

8 5 56 25 57 24 175

Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães

* Questionário da Rede Social às IPSS’s (ensino pré-escolar privado) e Escola Profissional

3.3 – Ensino Básico

No presente ano lectivo (2004/2005), existem 5 escolas públicas de Ensino Pré-

Escolar, 29 escolas do 1.º Ciclo, 1 escola do 2.º Ciclo, e uma escola do 3.º Ciclo

(as escolas do 2.º Ciclo e 3.º Ciclo e Secundário funcionam todas no mesmo

espaço físico – Escola E.B.2, 3 +S de Carrazeda de Ansiães). Esta rede escolar

está organizada no Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães.

Relativamente ao Ensino Pré-Escolar, para além das já referidos 5

estabelecimentos público, existem mais 2 estabelecimentos particulares, um

assegurado pela Santa Casa da Misericórdia de Carrazeda de Ansiães, outro pelo

Centro Social e Paroquial da Fontelonga, ambos com uma área de influência além

das freguesias onde se inserem, aceitando crianças de todo o concelho.

Dos 147 alunos neste nível de ensino, 4 têm Apoio Educativo Especial (menos 5

alunos que no ano lectivo anterior).

Diagnóstico Social

35

Quadro N.º 15 – Estabelecimentos de Ensino Pré-Escolar no Concelho e N.º de

Alunos por Estabelecimento, no ano Lectivo de 2004/2005

Estabelecimentos de Ensino N.º Alunos Jardim de Infância de Carrazeda de Ansiães (público) 21 Jardim de Infância de Mogo de Malta (público) 11 Jardim de Infância de Vilarinho da Castanheira (público) 9 Jardim de Infância de Seixo de Ansiães (público) 8 Jardim de Infância de Castanheiro do Norte (público) 11 Jardim de Infância da Santa Casa da Misericórdia de C. A. (privado) 66 Jardim de Infância do Centro Social e Paroquial da Fontelonga (privado) 21

Total 147

Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães e Questionário da Rede Social às

IPSS´s, 2004/2005

O 1.º Ciclo, onde estão agrupados os quatro primeiros anos do ensino escolar

básico, é constituído por 29 estabelecimentos de ensino distribuídos pelas 19

freguesias do concelho.

Diagnóstico Social

36

Quadro N.º 16 – Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico e N.º de Alunos no

concelho de Carrazeda de Ansiães, Ano lectivo 2004/05

N.º de Alunos por Anos de Escolaridade Escolas 1.º ano 2.º ano 3,º ano 4.º ano

Total de Alunos

Areias 1 4 1 1 7 Beira Grande - 1 2 - 3 Belver - 1 1 2 Carrazeda de Ansiães 22 33 15 27 97 Samorinha - 1 1 1 3 Castanheiro do Norte 3 2 - 3 8 Foz-Tua 1 2 2 1 6 Tralhariz 1 1 2 - 4 Fontelonga 2 - 2 3 7 Lavandeira 2 3 1 - 6 Linhares - 1 1 1 3 Arnal 1 1 1 4 7 Campelos 1 - 3 2 6 Marzagão 1 1 1 1 4 Luzelos - - 1 1 2 Mogo de Malta 4 2 2 1 9 Parambos - - 2 1 3 Misquel - 1 1 2 4 Pereiros - - 2 1 3 Codeçais 2 3 - - 5 Pinhal do Norte 1 1 2 2 6 Brunheda - 1 - 1 2 Pombal 2 - 4 2 8 Paradela - 1 1 1 3 Seixo de Ansiães 4 - - 3 7 Coleja - - 2 - 2 Selores 2 1 - 1 4 Vilarinho da Castanheira 10 7 3 2 22 Zedes 3 1 - 1 5

Total 62 68 53 64 247 Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães, Dezembro de 2004

Como se pode constatar, no presente ano lectivo, o 1.º Ciclo conta com 247 alunos

distribuídos por 29 escolas e um corpo docente de 56 professores (neste número

estão incluídos os professores dispensados da componente lectiva).

Diagnóstico Social

37

Trata-se, de facto, de um número de alunos muito baixo atendendo ao número de

estabelecimentos existentes, a população estudantil, em especial neste nível de

ensino, tem registado um diminuição contínua ao longo dos últimos anos. A grande

maioria das escolas, cerca de 93%, têm menos de 10 alunos, e cerca de 55% têm

5 ou menos alunos.

Do ano lectivo passado para este ano lectivo fecharam duas escolas (Amedo e

Pinhal do Douro), contudo, o n.º de alunos no 1.º ciclo subiu, embora que muito

ligeiramente, tendo mais 6 alunos. Comparando os últimos quatro anos lectivos

registamos um decréscimo no número de alunos na ordem dos 15%.

Segundo informações do Agrupamento Vertical, neste ano lectivo apenas se

registou 1 abandono escolar ao nível do 1.ºCiclo Básico.

No que se refere aos Apoios Educativos Especiais, existem 16 crianças neste

nível de ensino a receber este tipo de apoio.

Quanto ao 2.ºCiclo do Ensino Básico (5.º e 6.º ano de escolaridade) ele é

assegurado na sua totalidade pela E.B.2,3 + S de Carrazeda de Ansiães, que,

neste ano lectivo, tem 160 alunos (menos 8 alunos que no ano anterior).

Quadro N.º17 - N.º de Alunos, por Turma e Sexo, no 2.º Ciclo Básico, no Ano

Lectivo 2004/05

N.º de Alunos Turma Masc. Fem. Total 5.º A 13 7 20 5.º B 12 8 20 5.º C 12 8 20 5.º D 10 3 13 6.º A 19 8 27 6.º B 14 6 20 6.º C 10 10 20 6.º D 12 8 20

TOTAL 102 58 160 Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães, Dezembro de 2004

Diagnóstico Social

38

O 2.º Ciclo é composto por 8 turmas, 4 do 5.º ano e 4 do 6.º ano, com uma média

de 20 alunos por turma. Os rapazes estão em maioria neste nível de ensino,

correspondendo a cerca de 64% dos alunos matriculados.

Estão a receber Apoios Educativos Especiais 11 alunos, 6 do sexo masculino e

5 do sexo feminino.

No anterior ano lectivo abandonaram a escola 3 alunos do 2.º Ciclo (2 do sexo

feminino e 1 do sexo masculino).

O 3.º Ciclo é assegurado pela já referida E.B.2,3 + S de Carrazeda de Ansiães,

que tem matriculados no presente ano lectivo 212 alunos (menos 12 alunos que

no ano anterior), divididos por 9 turmas e um total de 57 professores, juntamente

com o secundário.

Quadro N.º18 - N.º de Alunos, por Turma e Sexo, no 3.º Ciclo Básico, no Ano

Lectivo 2004/05

N.º de Alunos Turma Masc. Fem. Total 7.º A 16 11 27 7.º B 9 11 20 7.º C 15 12 27 8.º A 5 13 18 8.º B 10 10 20 8.º C 11 13 24 8.º D 11 8 19 9.º A 13 16 29 9.º B 17 11 28

TOTAL 107 105 212 Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães, Dezembro de 2004

Neste nível de ensino, 2 alunos (sexo masculino) estão com Apoios Educativos Especiais.

Relativamente ao abandono escolar, registaram-se 3 alunos (2 do sexo masculino

e 1 do sexo feminino).

Diagnóstico Social

39

3.4 - Ensino Secundário

O ensino secundário é assegurado pela E.B.2,3 + S de Carrazeda de Ansiães e

conta, no presente ano lectivo, com 154 alunos (menos 11 alunos que no ano

anterior), divididos pelos diferentes anos de ensino e cursos da seguinte forma:

Quadro N.º19 - N.º de Alunos, por Curso e Sexo, no 10.º Ano do Secundário, no

Ano Lectivo 2004/05

N.º de Alunos Curso Masc. Fem. Total

Ciências e Tecnologias 16 18 34 Ciências Sociais e Humanas 16 7 23 Tecnologias e Informática 4 10 14 Tecnologias e Administração 3 6 9 TOTAL 39 41 80

Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães, Dezembro de 2004

Quadro N.º20 - N.º de Alunos, por Curso e Sexo, no 11.º e 12.º Anos do

Secundário, no Ano Lectivo 2004/05

N.º Alunos no 11.º Ano N.º Alunos no 12.º Ano Cursos Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total

Ciências e Tecnologias 12 12 24 9 21 30 Humanidades 3 6 9 - 11 11 Total 15 18 33 9 32 41 Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães, Dezembro de 2004

No que se refere à presença das mulheres no ensino secundário, e como se pode

verificar nos quadros anteriores, refira-se que estas estão em maioria,

representando cerca de 69% do total dos alunos neste nível de ensino e, se

atendermos apenas ao número de mulheres no 12.º ano, estas representam já

78% dos alunos. Estes dados vêm de encontro aos números apresentados na

alínea relativa ao ensino superior que nos indica que 71% dos indivíduos com

certificação escolar de grau superior residentes no concelho são do sexo feminino.

De facto, parece que as mulheres encontram maiores motivos de valorização

pessoal no ensino do que os homens, que mais facilmente conseguem entrar no

Diagnóstico Social

40

mercado de trabalho com poucas habilitações. O insucesso e o abandono escolar

parecem ser cada vez mais um problema do sexo masculino, ao qual convém estar

atento no sentido de tomar medidas capazes de contrariar esta situação.

Por outro lado, a tendência para os chamados cursos de ”letras”, associados

normalmente ao sexo feminino, parece estar a regredir. Embora se registe um

maior número de mulheres do que homens no 11.º e 12.º anos nos cursos de

humanidades, no 10.º ano esta situação é já invertida, estando as mulheres em

muito menor número, tendo já preferido cursos ligados às ciências e tecnologias. É

ainda de salientar que, actualmente, a grande maioria dos alunos no ensino

secundário (72%) estão em cursos do grupo das Ciências e Tecnologias, o que se

pode compreender de acordo com as novas exigências do mercado de trabalho, e

o que nos demonstra uma adaptação positiva dos jovens a esse factor.

Destes alunos, apenas 1 recebe Apoios Educativos Especiais.

É neste nível de ensino que verifica uma maior taxa de abandono escolar, devido,

provavelmente, ao aumento do grau de exigência, ao qual muitos alunos não

conseguem responder, como veremos nos valores relativos ao insucesso escolar,

por variadíssimos factores educativos, sócio-familiares, culturais e económicos.

Assim, de acordo com o Agrupamento Vertical, desistiram dos estudos no ano

lectivo passado 17 alunos, dos quais 14 eram do 10.º ano.

3.5 – Insucesso Escolar

A taxa de retenção escolar traduz-se na percentagem de alunos, matriculados no

final do ano lectivo, que não reuniram as condições para poderem transitar para o

ano curricular seguinte. Esta taxa, juntamente com a taxa de desistência ou

abandono escolar (que se traduz na percentagem de alunos que não são avaliados

por terem deixado de frequentar a escola no decorrer do ano lectivo), representam,

por si só, marcas distintivas do maior ou menor insucesso da educação escolar.

Ao nível do 1.º ciclo, a taxa de retenção escolar é muito pouco significativa,

rondando os 3,5%, segundo informações do Agrupamento Vertical, o mesmo se

Diagnóstico Social

41

aplicando relativamente ao abandono, havendo-se registado apenas 1 caso no ano

lectivo anterior.

Relativamente ao outros níveis de ensino, o cenário muda de figura, como nos

comprova o quadro que se segue.

Quadro N.º21 - Taxas de Retenção Escolar no 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico e

Secundário, no Ano Lectivo 2003/04

Retenção Níveis de Ensino

Total de Alunos N.º %

5.º Ano 90 19 21,1%

6.º Ano 72 14 19,4%

7.º Ano 76 16 21,1%

8.º Ano 70 21 30,0%

9.º Ano 74 11 14,9%

10.º Ano 75 39 52,0%

11.º Ano 44 7 15,9%

12.º Ano 26 12 46,2%

Total 527 139 26,4% Fonte: Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães, Dezembro de 2004

De facto, as taxas de retenção são, de um modo geral, muito elevadas, sendo a

média, nos vários níveis de ensino, de 26,4%. Nestes valores, destaca-se pela

negativa, a taxa de retenção registada no 10.º ano, em que 52% dos alunos não

tiveram aproveitamento escolar, bem como a taxa de retenção verificada no 12.º

anos, onde 46,2% dos alunos ficaram retidos.

São, efectivamente, valores preocupantes aos quais, se juntarmos os valores do

abandono escolar, especialmente no secundário, onde a taxa de abandono ronda

os 10,3%, nos obrigam a reflectir no sentido de os podermos compreender e

encontrar soluções.

Diagnóstico Social

42

3.6 – Acção Social Escolar

No que se refere aos apoios escolares (auxílios económicos em livros, alimentação

e transportes), a autarquia de Carrazeda de Ansiães, assegura apoio em livros a

todos os alunos do 1.º Ciclo Básico e, nos restantes níveis de ensino, é dado

isenção de pagamento de transportes a alunos com carências económicas.

Até ao momento da realização do presente documento, registavam-se, segundo

informações dos serviços de acção social da autarquia, 31 pedidos de isenção de

pagamento de transportes, dos quais 16 foram já deferidos, 2 foram indeferidos, 1

desistiu, 2 deixaram de estudar, 10 não entregaram ainda a documentação

necessária.

Relativamente ao Serviço de Acção Social Escolar (SASE), encontram-se, no

presente ano lectivo, 276 alunos abrangidos (menos 35 do que no ano lectivo

anterior) por este sistema, dos quais 221 estão no Escalão A e 55 no Escalão B.

Para além destes, existem ainda 8 alunos a receber Bolsa de Mérito, que é

atribuída a alunos do secundário, de famílias carenciadas, cuja média no 10.º e

11.º ano seja no mínimo de 15 valores e no 9.º de 4 valores.

Importa salientar que, além do 1.º Ciclo, em que a totalidade dos alunos recebe

apoio escolar, nos restantes níveis de ensino são mais de metade os alunos a

receber auxílios económicos.

3.7 – Ensino Profissional

Para além da Escola E.B.2,3+S de Carrazeda de Ansiães, existe também no

concelho uma Escola Profissional para alunos de nível Secundário, abrangendo, no

presente ano lectivo (2004/05), um total de 108 alunos, distribuídos pelos três

anos de ensino que compõem o ensino secundário (10º, 11º e 12º anos).

Durante o presente ano lectivo, 2004/2005, a Escola Profissional tem a funcionar 5 cursos de áreas diversas, como se mostra no quadro que se segue.

Diagnóstico Social

43

Quadro N.º 22 – N.º de Alunos do Ensino Profissional, por Cursos, Níveis de

Escolaridade e Sexo, no Concelho de Carrazeda de Ansiães, 2004/2005

Nº Alunos Curso Níveis de

Escolar.

N.º Turmas M F

Total de Alunos

Técnico de Instalações Eléctricas 12.º ano 1 17 1 18 Animador Sócio-Cultural/Assistente Familiar 12.º ano 1 5 8 13 Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho 11.º ano 1 10 8 18 Técnico de Contabilidade 11.º ano 1 8 10 18 Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho 10.º ano 1 10 11 21 Técnico de Electrotecnia 10.º ano 1 20 0 20

Total - 6 71 37 108

Fonte: Escola Profissional / Questionário da Rede Social, 2004

Existem actualmente, no Ensino Profissional, 108 alunos, dos quais 71 são do sexo

masculino (65,7%) e 37 do sexo feminino (34,3%), distribuídos por seis turmas.

Relativamente à evolução do número de alunos no ensino profissional, fazendo a

retrospectiva desde que a Escola Profissional foi criada, a situação está exposta no

gráfico seguinte.

01020304050607080

2001/02 2002/03 2003/04 2004/05

Gráfico N.º 4Evolução do N.º de Alunos no Ensino Profissional, por

Sexo

FemMasc.

Fonte: Escola Profissional / Questionário da Rede Social, 2004

Como se pode verificar, ao longo dos quatro anos em funcionamento, o número de

alunos na Escola Profissional de Carrazeda de Ansiães tem sido estável, sofrendo

apenas um ligeiro aumento relativamente à fase de arranque e no presente ano

lectivo. Salienta-se, ainda, a maior presença do sexo masculino ao longo dos anos

e o seu progressivo aumento.

Diagnóstico Social

44

No que diz respeito aos cursos ministrados, é de registar o seu aumento em

número e em diversidade no ainda curto tempo de existência desta Escola. Assim,

nos primeiros 2 anos de funcionamento existiam 2 cursos a funcionar: Técnico de

Instalações Eléctricas e Animador Sociocultural/Assistente Familiar. No terceiro

ano de funcionamento, para além dos 2 cursos atrás referidos, existiam já mais 2:

Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente e Curso Técnico de

Contabilidade. No presente ano lectivo, continuam a funcionar estes 4 cursos e

acrescentou-se mais 1: Técnico de Electrotecnia.

Até ao momento ainda não é possível ter dados acerca de retenção escolar neste

tipo de ensino, uma vez que os alunos transitam sempre de ano, tendo 3 anos de

financiamento para concluir todos os módulos do curso em que estão inscritos. Ao

fim desses 3 anos, se o curso ainda existir, podem continuar a fazer os módulos

que deixaram para trás, no entanto, sem apoios financeiros. Uma vez que ainda

não foi extinguido nenhum dos cursos já realizados, ainda não há dados sobre o

não aproveitamento escolar.

Relativamente ao abandono escolar, atenda-se ao quadro que se segue:

Quadro N.º23 - Evolução do Abandono Escolar no Ensino Profissional

Abandono Escolar Anos Lectivos Total de Alunos N.º Alunos %

2001/02 79 22 27,8 2002/03 98 9 9,2 2003/04 90 4 4,4 Total 267 35 13,1

Fonte: Escola Profissional / Questionário da Rede Social, 2004

Como se pode verificar, a taxa de abandono escolar tem vindo a diminuir

acentuadamente. De facto, no primeiro ano de funcionamento a Escola Profissional

registou um abandono na ordem do 27,8%, no ano seguinte essa taxa descia para

9,2% e, no último ano lectivo apenas 4 alunos (4,4%) abandonaram a escola.

Diagnóstico Social

45

0 20 40 60 80

2001/02

2002/03

2003/04

Gráfico N.º 5Proveniência Geográfica dos Alunos em Ensino

Profissional

Outros ConcelhosConcelho de Carrazeda

Fonte: Escola Profissional / Questionário da Rede Social, 2004

À excepção do ano lectivo 2002/03, em que o número de alunos do concelho

superou o número de alunos provenientes de outros concelhos, nos outros dois

anos em análise, a maioria dos alunos eram de fora do concelho.

3.8 – Ensino Recorrente e Educação Extra-Escolar

O combate ao analfabetismo e aos baixos níveis de escolaridade, que afectam

essencialmente a população concelhia adulta, tem vindo a ser efectuado

fundamentalmente através da realização de algumas acções de Educação de

Adultos (EA). Para os adultos pouco escolarizados o Ministério da Educação

oferece dois tipos de respostas institucionais de formação: o Ensino Recorrente

(ER) e a Educação Extra-Escolar (EEE).

O 1.º e 2.º Ciclo do E.R. são dinamizados pela Extensão Escolar e o 3.º Ciclo e

Secundário estão sob administração da Escola E.B.2,3+S de Carrazeda de

Ansiães.

Ensino Recorrente – Alfabetização/1.º Ciclo

Este tipo de ensino oferece como resposta educativa a criação de cursos de

alfabetização destinados à população com mais de 15 anos com necessidades

Diagnóstico Social

46

educativas ao nível da aquisição de competências mínimas de escrita, leitura e de

cálculo. Permite a certificação/obtenção da escolaridade mínima de 4 anos.

Ao longo da última década foram efectuados cursos de alfabetização do 1.º ciclo

em várias localidades do concelho, vejamos, através do gráfico que se segue, qual

o cenário nesse período.

Gráfico N.º6N.º de Formandos Inscritos e Certificados no 1.º Ciclo do Ensino

Recorrente

22

28 27

2119

30

25

31

24

17

107

5

10

2 3 3 2 3 2 31

0

5

10

15

20

25

30

35

1993

/94

1994

/95

1995

/96

1996

/97

1997

/98

1998

/99

1999

/00

2000

/01

2001

/02

2002

/03

2003

/04

N.º Formandos InscritosCertificações

Fonte: Ensino Recorrente/Questionário da Rede Social, 2004

Verifica-se que o número de formandos certificados é muitíssimo inferior ao

número inicial de formandos inscritos: 84% dos inscritos inicialmente não obteve

certificação, o que poderá ser sinónimo de alguma desmotivação e desistência.

Relativamente à evolução no número de alunos, não se consegue ver uma

tendência geral, havendo altos e baixos ao longo da década em análise, no

entanto, parece registar-se uma certa tendência decrescente a partir de 2000/01,

contando o presente ano lectivo (2004/05) com 15 formandos inscritos.

Diagnóstico Social

47

Gráfico N.º7Formandos no 1.º Ciclo do E.R., por Sexo

9

13

11

17

10

17

56

10

6

4

13

1516

4

9

13

20

25

14

11

6

0

5

10

15

20

25

30

1993/94 1994/95 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04HomensMulheres

Fonte: Ensino Recorrente/Questionário da Rede Social, 2004

As mulheres estão em maioria nesta resposta educativa, correspondendo a 57,5%

dos alunos inscritos. Nos primeiros anos em análise o número de homens estava

equiparado ao número de mulheres, sendo que de 1996/97 a 1998/99 estes

superaram até o número de mulheres, no entanto, a partir desta data o sexo

feminino prevalece de forma clara.

Este facto deve-se, provavelmente, à existência de maior analfabetismo junto da

população feminina.

Ensino Recorrente – Alfabetização/2.º Ciclo

Os cursos de alfabetização/2.º Ciclo destinam-se à população com 15 anos à data

do início do curso e visam a certificação da escolaridade mínima de 6 anos.

Ao longo da última década funcionaram no concelho, embora não tenhamos dados

acerca de alguns anos lectivos, como se pode verificar no gráfico abaixo exposto,

cursos de 2.º Ciclo do Ensino Recorrente.

Diagnóstico Social

48

Gráfico N.º8N.º de Formandos Inscritos e Certificados no 2.º Ciclo do Ensino

Recorrente

69

26

1013

42 39

12

41

16

5 510

29

6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1993

/94

1994

/95

1995

/96

1996

/97

1997

/98

1998

/99

1999

/00

2000

/01

2001

/02

2002

/03

2003

/04

N.º Formandos InscritosCertificações

Fonte: Ensino Recorrente/Questionário da Rede Social, 2004

À semelhança do que acontece com os cursos do 1.º Ciclo, também neste nível de

ensino o número de formandos certificados é baixo em relação ao número inicial,

no entanto, não se compara na amplitude do fenómeno. Efectivamente, neste nível

de ensino, 43% dos inscritos não obtêm certificação (no 1.º Ciclo este número

atingia os 84%).

Diagnóstico Social

49

Gráfico N.º9Formandos no 2.º Ciclo do E.R., por Sexo

38

13

7 6

1815

2

31

13

3

7

24 24

10

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1993

/94

1994

/95

1995

/96

1996

/97

1997

/98

1998

/99

1999

/00

2000

/01

2001

/02

2002

/03

2003

/04

HomensMulheres

Fonte: Ensino Recorrente/Questionário da Rede Social, 2004

O número de mulheres é ligeiramente maior que o dos homens (53% de mulheres),

estando em maior prevalência, tal como acontecia nos cursos do 1.º Ciclo, a partir

de meados da década em análise.

No presente ano lectivo (2004/05) registam-se 21 formandos inscritos no curso de

E.R. de 2.º Ciclo.

Ensino Recorrente – 3.º Ciclo

O terceiro Ciclo do Ensino Recorrente destina-se a indivíduos com mais de 15

anos, que possuem certificação ao nível da escolaridade básica de 6 anos e visa a

conclusão e obtenção da escolaridade obrigatória (9 anos de escolaridade).

Este nível de ensino tem vindo a ser ministrado pela Escola E.B.2,3+S.

O ano lectivo passado registaram-se 14 alunos inscritos, e no presente ano lectivo

(2004/05) não houve inscrições suficientes para promover a realização de cursos.

Diagnóstico Social

50

Também neste nível de ensino é notório o absentismo escolar e grandes taxas de

desistência. Vem, aliás, destes factores, o reduzido número de certificações neste

tipo de ensino.

Ensino Secundário Recorrente

O Ensino Secundário Recorrente faz parte da oferta formativa da Escola E.B.2,3+S

de Carrazeda de Ansiães. Destina-se a alunos com idade igual ou superior a 18

anos, que tenham certificação da escolaridade de 9 anos e visa a conclusão e

obtenção de certificação do ensino secundário (12 anos de escolaridade).

No presente ano lectivo estão inscritos 34 alunos neste tipo de ensino, dos quais

16 são do sexo feminino e 18 são do sexo masculino.

Educação Extra-Escolar

A educação extra-escolar oferece como resposta educativa a criação de cursos

sócio-educativos e sócio-profissionais e actividades de animação sócio-cultural,

destinados à população com mais de 15 anos, com o objectivo de oferecer

formação cultural, formação para a cidadania e formação para o trabalho.

Ao longo da última década foram desenvolvidos variados cursos.

Diagnóstico Social

51

35

30

3535

2825

1211

64

51

60

55

1412

42

25

0

10

20

30

40

50

60

7019

93/9

419

94/9

519

95/9

619

96/9

719

97/9

819

98/9

919

99/0

020

00/0

120

01/0

220

02/0

320

03/0

4

Gráfico N.º10Número de Formandos e Certificados no Ensino Extra-Escolar

N.º FormandosCertificações

Fonte: Ensino Extra-Escolar/Questionário da Rede Social, 2004

Nos anos lectivos 1999/00, 2000/2001 e 2001/02 não foram encontrados registos.

Neste tipo de cursos, e como se pode verificar no gráfico acima exposto, o número

de certificações é muito maior que nos cursos de ensino recorrente atrás

analisados, sendo que 84% dos inscritos obteve certificação. Tais valores devem-

se certamente à diferença dos objectivos, teores e duração dos cursos.

As mulheres são definitivamente maioritárias nesta resposta educativa,

representando cerca de 73% dos formandos inscritos.

Diagnóstico Social

52

1817 1718

28

12

19

45

60

14 13

29

0

10

20

30

40

50

60

1993

/94

1994

/95

1995

/96

1996

/97

1997

/98

1998

/99

1999

/00

2000

/01

2001

/02

2002

/03

2003

/04

Gráfico N.º11Formandos no Ensino Extra-Escolar, por Sexo

HomensMulheres

Fonte: Ensino Extra-Escolar/Questionário da Rede Social, 2004

Neste ano lectivo (2004/05) estão previstos 3 cursos extra-escolares, que deverão

decorrer entre os meses de Abril e Junho: 1 curso de Iniciação aos Bordados na

freguesia da Lavandeira e outro similar na freguesia do Pombal e 1 cursos de

Educação Musical na freguesia de Carrazeda de Ansiães.

3.9 – Ensino Superior

Segundo os dados apurados nos censos de 2001, o concelho de Carrazeda de

Ansiães registava um total de 182 indivíduos detentores de uma certificação de

nível superior, sendo este grupo constituído maioritariamente pelo sexo feminino,

71% de mulheres e 29% de homens. Registe-se ainda que, neste período

censitário, encontravam-se a frequentar o ensino superior 183 indivíduos.

Diagnóstico Social

53

Quadro N.º24 – Distribuição da População com Ensino Superior, por Sexo e

Áreas de Estudo

Áreas de Estudo Homens Mulheres Total Formação de Professores e Ciências da Educação

5 62 67

Artes 1 - 1 Letras e Ciências Religiosas 6 12 18 Ciências Sociais e do Comportamento 3 9 12 Jornalismo e Informação 1 1 2 Comércio e Administração 7 6 13 Direito 5 6 11 Ciências da Vida - 1 1 Ciências Físicas 1 6 7 Matemática e Estatística 1 3 4 Ciências Informáticas 1 - 1 Engenharia e Técnicas Afins 2 3 5 Arquitectura e Construção 2 1 3 Agricultura, Silvicultura e Pescas 12 4 16 Ciências Veterinárias 1 - 1 Saúde 3 10 13 Serviços Sociais - 3 3 Serviços aos Particulares 2 2 4

Total 53 129 182 Fonte: INE, Censos 2001

No que se refere às áreas de estudo, salienta-se a área da Formação de

Professores e Ciências da Educação, com 52% da população que completou o

ensino superior, sendo constituída maioritariamente por mulheres. O sexo feminino

está, aliás, presente maioritariamente na generalidade das áreas de estudo, à

excepção da área de Agricultura, Silvicultura e Pescas que tem uma população

predominantemente masculina.

Diagnóstico Social

54

4. Saúde

A saúde, tal como é definida pela Organização Mundial de Saúde, é entendida não

só como a ausência de doença mas como um estado completo de bem estar físico,

mental e social. Os serviços de saúde têm como objectivos gerais a promoção da

saúde, a prevenção da doença, a recuperação e a reabilitação.

O estado de saúde pública é considerado, entre outros, um factor que serve para

avaliar o grau de desenvolvimento de uma comunidade.

Quadro N.º25 - Síntese dos Principais Indicadores de Saúde em 2001 – Dados

Comparativos

Concelho de Carrazeda de

Ansiães

Douro

Alto Trás-os-

Montes

Portugal

Período

Tx. Média Mortalidade Infantil

6,8 7,2 7,5 5,7 1997/01

Tx de Mortalidade 16,1 12,5 13,2 10,2 2001 Médicos por 1000 Habitantes

0,4 1,3 1,6 3,2 2000

Consultas por Habitante.

2,5 3,5 3,1 3,8 2001

Consultas Médicas nos Centros de Saúde

19 064

614 656

523 924

27 652 305

2001

N.º de Hospitais (oficiais + particulares)

-

3

4

217

2001

N.º de Centros de Saúde

1 20 15 392 2001

N.º de Extensões dos C. de Saúde

-

67

92

1953

2001

N.º de Camas de Internamente (Hospitais + C. Saúde)

-

706

863

43 368

2001

Fonte: INE, Anuário Estatístico da região Norte 2001 e 2002

Da análise do quadro anterior é possível observar que, no período de 1997 e 2001,

Carrazeda de Ansiães apresentava uma taxa média de mortalidade infantil

ligeiramente inferior às sub-regiões do Douro e Alto Trás-os-Montes, no entanto

superior à média nacional. No que se refere à taxa de mortalidade, o concelho

Diagnóstico Social

55

apresenta valores muito acima da média das restantes regiões com que se

compara, devendo-se esse facto, provavelmente, ao elevado índice de

envelhecimento registado no concelho.

Relativamente aos valores registados ao nível do número de médicos e de

consultas médicas, Carrazeda de Ansiães apresentava, em 2001, taxas mais

baixas que os restantes territórios com que se compara. No entanto, é de referir

que, em 2003, o Centro de Saúde tem ao seu serviço 5 médicos (em 2000, período

onde foi calculada a taxa presente no quadro anterior, eram apenas 3).

O concelho de Carrazeda de Ansiães apenas tem ao seu dispor Cuidados de

Saúde Primários, sendo este tipo de cuidados assegurados pelo Centro de Saúde,

integrado na rede oficial de Centros de Saúde do Sistema Nacional de Saúde, que

não possui qualquer extensão.

Os Cuidados de Saúde Diferenciados são assegurados pelos Hospitais de

Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança.

No entanto, o concelho tem algumas infra-estruturas complementares de saúde,

que funcionam em regime diurno, sem internamentos, como se pode observar no

quadro que se segue.

Quadro N.º26 - Síntese das Infra-estruturas Complementares de Saúde no

Concelho, em 2004

Infra-estruturas Complementares N.º Farmácias 2 Clínicas de Saúde Privadas 2 Consultórios de Medicina Dentária 2 Laboratórios de Análise 3

Fonte: Questionário da Rede Social

O Centro de Saúde de Carrazeda de Ansiães tinha, em 2004, 7 596 utentes, e um

total de 32 pessoas ao serviço, de entre as quais, 5 médicos, 13 enfermeiros, 5

auxiliares de acção médica, 8 administrativos e um Técnico de Saúde Ambiental.

Diagnóstico Social

56

O Centro de Saúde funciona todos os dias, em horário permanente, tendo a

funcionar um Serviço de Atendimento Permanente (SAP), que registou , no ano

de 2004, 14 101 atendimentos.

Relativamente às consultas, observemos o quadro que se segue.

Quadro N.º 27- Consultas Médicas Efectuadas no Centro de Saúde de Carrazeda

de Ansiães, por Especialidades, em 2004

Total Clínica Geral Planeamento Familiar

Saúde Infantil e Juvenil

Saúde Materna

23 264 20 864 443 1 347 345

Fonte: Questionário da Rede Social – Centro de Saúde de Carrazeda de Ansiães, 2004, com

actualização em Janeiro de 2005

Como se pode constatar, cerca de 90% das consultas efectuadas no Centro de

Saúde são consultas de Clínica Geral, o que mostra a importância desta

especialidade no movimento do Centro de Saúde. De entre as outras

especialidades, aquela que ganha maior relevo é a da Saúde Infantil e Juvenil.

Para além destas especialidades, o Centro de Saúde tem, actualmente (2005), ao

serviço da população, fisioterapia, estomatologia, para os grupos mais

carenciados, e nutricionista, não havendo ainda dados estatísticos acerca destes

serviços, uma vez que começaram há muito pouco tempo.

Vejamos agora alguns indicadores de saúde, registados pelo Centro de Saúde do

concelho.

Quadro N.º 28- Nascimentos, Mortalidade Infantil e Óbito Registados nos anos

2000, 2001, 2002 e 2003

Ano Nascimentos Mortalidade Infantil

Óbitos

2000 54 0 75 2001 63 0 89 2002 53 0 101 2003 38 1 116 2004 40 0 100

Fonte: Questionário da Rede Social – Centro de Saúde de Carrazeda de Ansiães, 2003, com actualização em Janeiro de 2005

Diagnóstico Social

57

Como se pode verificar, o número de nascimentos nos últimos 5 anos tem sido mais

ou menos estável, denotando-se, no entanto, um decréscimo a partir de 2002.

Nasceram no concelho, neste período, 248 indivíduos, numa média de 50

nascimentos por ano. Relativamente à mortalidade infantil, ela é praticamente nula.

Quando olhamos para o número de óbitos, a realidade inverte-se, assistindo-se a

um aumento contínuo e gradual ao longo dos cinco anos em análise, à excepção do

último ano em que o número de óbitos foi inferior ao ano anterior. Ao longo destes 5

anos faleceram no concelho 481 indivíduos, uma média de 96 óbitos por ano, o que

nos indica uma saldo natural bastante negativo, com o número de mortes a superar,

em quase o dobro, o número de nascimentos.

Quadro N.º29 - Causas de Morte em 2003

Causas de Morte % Insuficiência cardio-respiratória 31,9% Senilidade 15,9% Indeterminada 15,9% Neoplasia 8,7% Paragem cardio-respiratória 8,7% AVC 7,2% Enfarte do miorcárdio 4,3% Traumatismo 2,9% Insuficiência cardio-vascular 1,4% Afogamento 1,4% Sepsis 1,4% Fonte: Questionário da Rede Social – Centro de Saúde de Carrazeda de Ansiães, 2004

As causas de morte assinaladas pelo Centro de Saúde põem a Insuficiência

Cardio-Respiratória como causa de morte mais frequente em 2004 (cerca de

32% das mortes - situação que também acontecia em 2003, como consta no pré-

diagnóstico), seguida pela Senilidade e morte de causa Indeterminada.

Existem 5 médicos de família no Centro de Saúde, pelos quais se distribuem 7 546

utentes, havendo uma média de 1509 utentes por médico de família.

Por fim, e finalizando este capítulo, resta salientar que o Centro de Saúde de

Carrazeda de Ansiães se encontra a funcionar em edifício novo, pelo que comporta

muito boas condições físicas.

Diagnóstico Social

58

5. Emprego

De acordo com os censos 2001, dos 6 693 residentes em idade activa (com 15 ou

mais anos), apenas 2 543 têm actividade económica, ou seja, apenas 38% dos

residentes em idade activa, e destes, encontravam-se desempregados 263

indivíduos (10% dos “activos”), 93 homens e 170 mulheres.

Quadro N.º 30 - População Residente, com 15 ou mais Anos, segundo a Condição

Perante a Actividade Económica (sentido lato), em 1991 e 2001

Em 1991 Em 2001 Condição Perante a Actividade Económica H M Total % H M Total %

População Empregada 2000 619 2619 33,3 1498 782 2280 34,1 População Desempregada 101 126 227 2,9 93 170 263 3,9

Estudantes 373 420 793 10,1 229 281 510 7,6 Domésticas 12 1466 1478 18,8 3 750 753 11,3 Reformados 862 1021 1883 23,9 1015 1261 2276 34,0

Incapacitados Permanentes para o

Trabalho

94

72

166

2,1

129

100

229

3,4

Outros 363 347 710 9,0 249 133 382 5,7

População sem Actividade Económica

TOTAL 3805 4071 7876 100 3216 3477 6693 100 Fonte: INE, Censos 1991 e Censos 2001

Quadro N.º 31- . População Activa e População Sem Actividade Económica, em

1991 e 2001

Em 1991 Em 2001 H M Total % H M Total %

Pop. Activa 2101 745 2846 36,1 1591 952 2543 38 Pop. sem Actividade 1704 3326 5030 63,9 1625 2525 4150 62 Total 3805 4071 7876 100 3216 3477 6693 100 Fonte: INE, Censos 1991 e Censos 2001 Nota: em 1991 a entrada na vida activa era a partir dos 12 anos de idade; em 2001 refere-se à população residente com 15 ou mais anos

Diagnóstico Social

59

Gráfico N.º 12População em Idade Activa Residente no Concelho, por Sexo e

Condição perante a Actividade Económica

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

População Activa População sem Actividade

HomensMulheres

Verifica-se que o “grupo dos activos” que suporta, quer o peso dos seus

ascendentes idosos, quer o encargo dos seus descendentes – crianças e jovens, é muito reduzido. Temos 38% de população activa para 62% de população sem actividade económica.

De entre a população sem actividade económica, a proporção das mulheres é

significativamente superior à dos homens: cerca 60% dos indivíduos sem actividade

económica são mulheres. Por outro lado, este grupo é constituído maioritariamente

por reformados (55%). Aliás, se compararmos os valores de 2001 com os de 1991,

verificamos que foi a população reformada aquela que mais viu subir os seus

valores (de um peso de 23,9% na população com 15 ou mais anos, passa para 34%

em 2001).

O grupo dos estudantes e das domésticas regista uma quebra neste período, em

especial o das domésticas (-7,5%), que continua a ser, no entanto, o grupo que, a

seguir aos reformados, regista um maior peso dentro da população sem actividade

económica.

Se analisarmos a evolução registada entre 1991 e 2001, verifica-se que, mesmo

sendo “os activos” um grupo tão reduzido, houve um pequeno aumento na taxa de

Diagnóstico Social

60

actividade (relação entre a população com actividade económica e a população

com 15 ou mais anos), de 2,5%, neste período intercensitário.

Quadro N.º32 - Taxa de Actividade em 1991 e 2001 no Concelho de Carrazeda de

Ansiães, no Douro e Alto-Trás-os-Montes

Carrazeda de Ansiães

Douro Alto Trás-os-Montes

H M Total H M Total H M Total Taxa de Actividade em 1991 46,9 15,7 30,8 49,2 24 36,3 47,6 24 35,7 Taxa de Actividade em 2001 43,1 24,1 33,3 49,5 30 39,4 46,8 28,5 37,4 Fonte: INE, Censos 2001

Como se pode constatar no quadro anterior, o aumento registado na taxa de

actividade deve-se na sua totalidade ao aumento dos activos femininos (de 1991

para 2001 a taxa de actividade feminina sobe no concelho 8,4%), registando-se, por

outro lado, uma diminuição da taxa de actividade nos homens. Se a este

resultado se juntar a diminuição da proporção de inactivos femininos e o aumento

da de inactivos masculinos (ver Quadro N.º22, página anterior), é possível concluir

que há uma alteração na composição da mão-de-obra, no sentido de uma maior

participação feminina, face a 1991, acompanhando, aliás, a tendência das regiões

com que se compara no quadro acima representado, bem como a tendência

nacional.

Importa, contudo, registar também que, apesar de ter havido um aumento da mão-

de-obra feminina, ela continua a ser muito menor em comparação com a média da

sub-região do Douro e do Alto Trás os- Montes.

Vejamos agora como é que esta mão-de-obra de distribui pelos três grandes

sectores de actividade.

Diagnóstico Social

61

Quadro N:º33 - População Residente Empregada, segundo o Sector de Actividade Económica e Sexo

Homens Mulheres Total Sector de Actividade N.º % N.º % N.º %

Primário 601 40,1 199 25,4 800 35,1 Secundário 359 24,0 69 8,8 428 18,8 Terciário 538 35,9 514 65,7 1052 46,1 Total 1498 100 782 100 2280 100

Fonte: INE, Censos 2001

Gráfico N.º 13População Empregada segundo o Sector de Actividade Económica e Sexo

0

10

20

30

40

50

60

70

Primário Secundário Terciário

Sector de Actividade

Popu

laçã

o Em

preg

ada

(%) Homens

Mulheres

Total

Como se pode verificar no quadro anterior, no concelho de Carrazeda de Ansiães, e

de acordo com os censos 2001, o sector terciário é aquele que emprega mais

população (cerca de 46%), seguido pelo sector primário (35%). A indústria tem um

peso muito pouco significativo no emprego do concelho, empregando o sector

secundário apenas 18% da população.

Analisando a população empregada por sectores segundo o género, verificamos

que, relativamente aos homens, o sector primário é o que tem mais peso (40% dos

Diagnóstico Social

62

homens empregados trabalham neste sector), quando olhamos para o grupo das

mulheres verificamos que elas estão maioritariamente no sector terciário (65,7%

das mulheres empregadas trabalham no sector terciário).

Vejamos agora qual foi a evolução da situação da população empregada por

sectores de actividade de 1991 para 2001.

Quadro N.º 34 - População Empregada por Sector de Actividade em 1991 e 2001

Sector Primário Sector Secundário Sector Terciário N.º % N.º % N.º %

1991 1483 57,0 364 14,0 772 29,0 2001 800 35,0 428 19,0 1052 46,0

Fonte: INE, Censos 1991 e 2001

Como se pode verificar no quadro atrás exposto, nos últimos dez anos o concelho

assistiu a uma grande alteração na distribuição da sua população empregada e,

portanto, do peso dos diversos sectores na economia local. Assim, o sector

primário, que em 1991 empregava mais de metade da população activa do

concelho, vê o seu peso cair de 57% para 35%, ao passo que o sector terciário, que

empregava, em 1991, 29% da população empregada do concelho, emprega

actualmente 46% da mesma. Estamos perante a terciarização da economia,

acompanhando a tendência nacional, continuando, no entanto, apesar de um

aumento de 5% no período intercensitário em análise, a ter uma industria com

pouca importância empregadora.

No que se refere à população empregada por situação na profissão, atenda-se ao

quadro que se segue.

Diagnóstico Social

63

Quadro N.º35 - População Residente Empregada segundo a Situação na Profissão

e Sexo

Homens Mulheres Total Situação na Profissão N.º % N.º % N.º %

Empregador 290 19,4 129 16,5 419 18,4 Trabalho por Conta Própria 220 14,7 76 9,7 296 13,0 Trabalho Familiar não Remunerado 13 0,9 29 3,7 42 1,8 Trabalho por Conta de Outrém 968 64,6 536 68,5 1504 66,0 Membro Activo de Cooperativa -- 0 -- 0 -- 0 Outra Situação 7 0,5 12 1,5 19 0,8 Total 1498 100 782 100 2280 100 Fonte: INE, Censos 2001

Como se pode constatar, a maioria da população empregada (66%) trabalha por conta de outrém. Existem 419 residentes que são empregadores, e destes

apenas 30% são mulheres. A trabalhar por conta própria estão 296 residentes,

grupo também maioritariamente masculino, representando as mulheres apenas

25,6%. O trabalho familiar não remunerado tem, segundo os censos de 2001, muito

pouca expressão, representa apenas 1,8% da população residente empregada, no

entanto, nesta situação as mulheres são maioritárias, sendo este grupo constituído

em cerca de 70% pelo sexo feminino.

Quadro N.º 36 - População Empregada segundo a Situação na Profissão, em 1991

e 2001

Situação na Profissão 1991 2001 Empregador 162 419 Trabalhador por Conta Própria 1006 296 Trabalhador Familiar não Remunerado 138 42 Trabalhador por Conta de Outrém 1289 1504

Fonte: Censos 1991 e Censos 2001

Atendendo ao peso de cada uma das situações perante a profissão da população

empregada relativamente ao número total desta população em cada um dos anos

em análise, constatamos que o peso da população empregada em situação de

empregador passou de 6,2%, em 1991, para 13%, em 2001. Por outro lado, os

trabalhadores por conta própria passam de um peso relativo de 38% para 13%

Diagnóstico Social

64

neste período. Estes valores reflectem-se ao nível do peso dos trabalhadores por

conta de outrém, que passam de uma importância relativa na população empregada

de 49% para 60%.

Relativamente à situação da população com actividade económica face ao emprego

no concelho (ver Quadro N.º25, página anterior), aquando das operações para os

censos 2001 estavam desempregados 263 indivíduos, dos quais 170 eram

mulheres e 93 homens, correspondendo no total a cerca de 10% dos activos.

Quadro N.º37 - População Desempregada por Situação face ao Desemprego

Homens Mulheres Total Situação perante o Desemprego N.º % N.º % N.º %

Á Procura de 1.º Emprego 30 32,3 84 49,4 114 43,3 À Procura de Novo Emprego 63 67,7 86 50,6 149 56,7

Total 93 100 170 100 263 100 Fonte: INE, Censos 2001

Através do quadro anterior, o número de pessoas desempregadas à procura de 1.º

emprego está muito próximo do número de desempregados à procura de novo

emprego, embora este último grupo seja relativamente maior.

Como já anteriormente se referiu o desemprego no concelho é maioritariamente

feminino e se atendermos à população desempregada à procura de 1.º emprego,

constatamos que destes cerca de 74% são mulheres.

Quadro N.º38 - Taxa de Desemprego, por sexo, em Carrazeda de Ansiães, no

Douro e no Alto Trás-os-Montes, em 1991 e 2001

Carrazeda de Ansiães

Douro Alto Trás-os-Montes

H M Total H M Total H M Total Taxa de Desemprego em 1991 4,8 16,9 8,0 4,1 12,4 7,0 4,0 10,4 6,2 Taxa de Desemprego em 2001 5,8 17,9 10,3 4,9 13,4 8,2 5,6 13,4 8,6 Fonte: INE, Censos 2001

Segundo os Censos 2001, a taxa de desemprego no concelho de Carrazeda de

Ansiães era, nesse período censitário, de 10,3%, superior às taxas registadas no

Douro e no Alto Trás-os-Montes, que eram de 8,2 e 8,6 respectivamente, como se

pode verificar no quadro acima exposto. Comparando os dados da sub-região onde

Diagnóstico Social

65

se enquadra o concelho, com a sub-região de Trás-os-Montes e com os dados do

concelho, com a situação nacional, deparamo-nos com taxas de desemprego muito

superiores à média do país, que, no mesmo período, se situava nos 6,8%.

Constatamos também que o desemprego é maioritariamente feminino nas três

zonas territoriais em análise, tal como sucede aliás em relação à média nacional.

No entanto, o concelho de Carrazeda de Ansiães apresenta uma maior incidência

do desemprego feminino que os restantes territórios: em Carrazeda a taxa de

desemprego nas mulheres é maior em 12,5% do que nos homens, nas duas sub-

regiões com que se compara é maior em cerca de 8% e quando olhamos para os

valores nacionais, essa diferença não ultrapassa os 3,5%.

Quanto à evolução da taxa de desemprego de 1991 para 2001, podemos constatar

que aumentou no concelho, neste últimos dez anos, em cerca de 2,3%, um

aumento ligeiramente superior ao verificado no Douro (que aumentou em 1,2%) e

semelhante ao verificado na sub-região de Trás-os-Montes (2,4%). Todos estes

territórios em análise viram as suas taxas de desemprego aumentar muito acima da

média nacional, que de uma taxa de desemprego de 6,1% em 1991 passa para

6,8% em 2001.

Diagnóstico Social

66

Quadro N.º39 - Desempregados Inscritos no Centro de Emprego de Mirandela, por

Freguesia, em Maio de 2004

Freguesias Masc. Fem. Total %

Amedo 4 7 11 3,7%

B. Grande 4 6 10 3,4%

Belver 2 4 6 2,0%

Car. Ansiães 25 67 92 31,3%

Castanheiro 3 14 17 5,8%

Fontelonga 0 3 3 1,0%

Lavandeira 0 6 6 2,0%

Linhares 6 10 16 5,4%

Marzagão 5 12 17 5,8%

M. Malta 0 3 3 1,0%

Parambos 12 9 21 7,1%

Pereiros 6 6 12 4,1%

P. Norte 3 11 14 4,8%

Pombal 9 10 19 6,5%

Ribalonga 1 0 1 0,3%

Seixo Ansiães 1 6 7 2,4%

Selores 4 2 6 2,0%

V. Castanheira 5 7 12 4,1%

Zedes 9 12 21 7,1%

Total 99 195 294 100,0% Fonte: Centro de Emprego de Mirandela

Quadro N.º40 - Desempregados Inscritos no Centro de Emprego , segundo o

Grupo Etário, em Maio de 2004

Idades N.º % Menos de 25 anos 53 18,0

25 a 49 anos 181 61,6 50 e mais anos 60 20,4

Total 294 100,0 Fonte: Centro de Emprego de Mirandela

Em Maio de 2004, estavam registados no Centro de Emprego de Mirandela 294

pessoas com residência em Carrazeda de Ansiães (no Pré-Diagnóstico, onde os

Diagnóstico Social

67

dados eram relativos a Dezembro de 2002, o número de inscritos era de 187,

menos 107 que nesta data).

A freguesia de Carrazeda de Ansiães é a que regista um maior número de

inscritos, 31,3% do total de pessoas inscritas, seguida, mas com grande distância

de valores, pelas freguesias de Parambos e Zedes, que não deixam de apresentar

valores elevados atendendo ao número de residentes que possuem. De facto,

estas taxas significam que em Parambos, dos 109 “activos” residentes (dados dos

Censos 2001), 19% estão desempregados, valor que na freguesia de Zedes atinge

os 37,5%. A freguesia de Carrazeda de Ansiães tem uma taxa de desemprego,

segundo os mesmos cálculos, de cerca de 13%.

Analisando estes valores por faixa etária constatamos que 61,6% do total de

desempregados inscritos têm entre 25 a 49 anos de idade.

Quadro N.º41 -. Desempregados Inscritos no Centro de Emprego por Nível de

Instrução, em Maio de 2004

Habilitações Literárias N.º % Não Sabe Ler 22 7,5 Lê e Escreve 12 4,1 4 Anos de Escolaridade 112 38,1 6 Anos de Escolaridade 71 24,1 9 Anos de Escolaridade 38 12,9 12 Anos de Escolaridade 17 5,8 Bacharelato 2 0,7 Licenciatura 20 6,8 Mestrado - 0,0 Doutoramento - 0,0 Total 294 100,0

Fonte: Centro de Emprego de Mirandela

Relativamente ao nível de instrução dos desempregados inscritos, constatamos

que este é baixo, sendo que 49,7% possui habilitações até ao 4.º ano de

escolaridade, e deste cerca de 11,6% não possui qualquer nível de escolaridade. A

partir do 12.º, e com este nível de ensino inclusive, a proporção de desempregados

inscritos é apenas de 13,3%.

Diagnóstico Social

68

No entanto, comparando estes dados com os dados de Dezembro de 2002 (dados

que constavam no Pré-Diagnóstico), constatamos que o número de desempregados

inscritos com o 12.º ano e mais habilitações passou de 16 para 39 e o peso dos

inscritos com licenciatura duplicou, passando de um peso relativo de 3,2% para

6,8% (de 6 para 20 pessoas inscritas), neste período.

Diagnóstico Social

69

6. Actividades Económicas

Segundo os mais recentes números relativos ao tecido empresarial do concelho,

focados no Anuário Estatístico da Região Norte 2002, do INE, operavam em

Carrazeda de Ansiães, em Dezembro de 2001, 746 empresas e, dentro destas,

existiam, no mesmo período, 71 sociedades.

Comparando com os dados relativos ao ano anterior, Dezembro de 2000, e

segundo a mesma fonte (Anuário Estatístico da Região Norte de 2001), verifica-se

que houve uma diminuição do número de empresas, menos 40, neste período de

um ano ( em 200 existiam 786 empresas), e um aumento no número de sociedades,

havendo em 2001 mais 13 sociedades que em 2000.

Relativamente às sociedades, destacam-se as sociedades ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos e bens de uso pessoal e doméstico (17 sociedades), seguidas das sociedades ligadas

aos transportes, armazenagem e comunicações (14 sociedades), das sociedades

ligadas à indústria transformadora (11) e, por fim, as sociedades com actividade na

agricultura, produção animal, caça e silvicultura (8). Estas quatro áreas de

actividade correspondem a cerca de 70% do total das sociedades. As restantes

áreas de actividade distribuem entre si os restantes 30% das sociedades, tendo

todas elas um peso pouco significativo.

Verifica-se que o sector primário, sobretudo a “agricultura, produção animal, caça

e silvicultura”, é ainda uma actividade com um peso preponderante,

representando 23,7% das empresas com sede no concelho, valor próximo das

duas sub-regiões comparadas, mas muito acima da média nacional, que é de 7,9%.

Quando analisamos os números das sociedades sediadas no concelho verificamos

que o peso deste sector diminui relativamente às empresas, no entanto, ele revela-

se superior ao peso médio relativos que tem no Douro e muito acima do peso médio

relativo registado em Trás-os-Montes e no país (ver Quadro N.º32, página

seguinte).

Diagnóstico Social

70

O conjunto das 71 sociedades com sede no concelho de Carrazeda de Ansiães

empregavam, em Dezembro de 2001, 265 activos, menos 40 activos que no

mesmo período do ano de 2000.

Quadro N.º42 - Número de Empresas com sede no Concelho de Carrazeda de

Ansiães, no Douro, no Alto Trás-os-Montes e Portugal (31.12.2001)

Carrazeda de Ansiães

Douro Alto Trás-os-Montes

Portugal CAE

N.º % N.º % N.º % N.º % Agricultura, produção animal, caça e silvicultura + pescas

177

23,7

3 733 19,7

4 717

22,2

87 241

7,9

Indústrias Extractivas 1 0,1 48 0,3 71 0,3 2 062 0,2 Indústrias Transformadoras 76 10,2 1 307 6,9 1 358 6,4 117 386 10,6 Produção e Distribuição de Electricidade, gás e água

-

-

4 0,0

9

0,0

372

0,0

Construção 91 12,2 2 492 13,2 2 422 11,4 187 597 16,9 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e bens de uso pessoal e doméstico

239

32,0

6 588 34,8

7 174

33,7

385 465

34,7

Alojamento e restauração (restaurantes e similares)

68

9,1

1 911 10,1

2 603

12,2

97 114

8,7

Transportes, armazenagem e comunicações

33

4,4

759 4,0

725

3,4

32 821

3,0

Actividades financeiras 10 1,3 537 2,8 529 2,5 37 556 3,4 Act. Imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas

25

3,4

899 4,7

916

4,3

108 278

9,8

Administração pública, defesa e segurança social obrigatória

Educação

Saúde e acção social

Outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais

Famílias com empregados domésticos

Organismos internacio. e outras instituições extraterritoriais

26

3,5

671

3,5

743

3,5

54 598

4,9

TOTAL 746 100 18 949 100 21 267 100 1 110 490 100 Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte 2002, INE 2003

Diagnóstico Social

71

Quadro N.º43 - Número de Sociedades com Sede no Concelho de Carrazeda de Ansiães,

no Douro, no Alto Trás-os-Montes e em Portugal (31.12.2001)

Carrazeda de Ansiães

Douro Alto Trás-os-Montes

Portugal CAE

N.º % N.º % N.º % N.º % Agricultura, produção animal, caça e silvicultura + pescas

8 11,3 265 8,3 98 3,3 7597 2,5

Indústrias Extractivas 1 1,4 33 1,0 39 1,3 961 0,3 Indústrias Transformadoras 11 15,5 357 11,2 369 12,5 43535 14,1 Produção e Distribuição de Electricidade, gás e água - - 3 0,1 9 0,3 343 0,1 Construção 4 5,6 349 10,9 338 11,4 37601 12,2 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e bens de uso pessoal e doméstico

17 23,9 1065 33,3 1103 37,4 98419 31,9

Alojamento e restauração (restaurantes e similares) 4 5,6 269 8,4 267 9,0 28782 9,3 Transportes, armazenagem e comunicações 14 19,7 303 9,5 263 8,9 18929 6,1 Actividades financeiras 2 2,8 23 0,7 18 0,6 2083 0,7 Act. Imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas

7 9,9 309 9,7 240 8,1 48881 15,8

Administração pública, defesa e segurança social obrigatória

Educação

Saúde e acção social

Outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais

Famílias com empregados domésticos

Organismos internacio. e outras instituições extraterritoriais

3

4,2

221

6,9

208

7,0

21550

7,0

TOTAL 71 100 3197 100 2952 100 308681 100 Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte 2002, INE 2003

6.1 - Sector Primário

No que se refere às Árvores de Fruto vendidas pelos viveiristas com destino ao concelho

de Carrazeda de Ansiães, no período entre 2001 e 2002, segundo o Anuário Estatístico da

Região Norte 2002, foram vendidas um total de 25.920 árvores de fruto, das quais 18.550

(71,5% do total de árvores de fruto compradas no concelho) foram Macieiras, o que

demostra o peso relativo da produção de maçã no concelho. Depois das macieiras

aparecem com árvores mais vendidas neste período, embora com muito menor peso, as

2.300 Oliveiras, as 1.750 Amendoeiras, os 1.350 Castanheiros e 910 Cerejeiras. Além

Diagnóstico Social

72

destas árvores de fruto mencionadas, todas as outras têm um peso relativo muito pouco

significativo.

Relativamente à Produção de Azeite manifestada em 2001, foram declarados 6 lagares

em laboração, 1.574 toneladas de azeitona oleificada e 2.841 hl de azeite obtido.

Comparando estes valores com a média registada na sub-região do Douro, verifica-se que

o peso relativo da produção de azeite do concelho de Carrazeda de Ansiães é de cerca de

5% na sub-região.

A Produção de Vinho expressa em mosto em 2001 foi, segundo a mesma fonte

estatística, de 44 029 hl, dos quais 24 672 hl (56% do total de vinho produzido) eram de

qualidade VLQPRD, 15 919 hl VQPRD (36,2%), 2 102 hl de Vinho Regional (4,8%) e

1334 hl de Vinho de Mesa (3%). Analisando agora o peso relativo da produção de vinho

no concelho na sub-região do Douro onde se insere verificamos que Carrazeda de Ansiães

apenas contribui com 2,6% para a produção total do Douro.

Em 1999, segundo os dados do Recenseamento Geral da Agricultura do INE, haviam no

concelho de Carrazeda de Ansiães 1.909 explorações agrícolas, distribuídas por uma

área agrícola de 8299 hectares, dos quais 7.947 hectares correspondem a SAU (Superfície Agrícola Utilizada – constituída pelas terras aráveis limpas e sob-coberto de

matas e florestas, culturas permanentes e pastagens permanentes), como podemos

verificar no quadro que se segue.

Diagnóstico Social

73

Quadro N.º44 -. Número de Explorações Agrícolas, Área e Superfície Agrícola

Utilizada (SAU) em 1989 e 1999, por Freguesia

Em 1989 Em 1999 Freguesias N.º

Explorações

Área Agrícola

(ha)

SAU (ha)

N.º Exploraçõe

s

Área Agrícola

(ha)

SAU (ha)

Amedo 80 512 255 76 364 362 Beira Grande 88 637 572 88 625 602 Belver 72 232 209 49 246 242 Carrazeda Ansiães 110 550 446 79 443 420 Castanheiro 163 732 613 126 502 483 Fontelonga 123 642 565 100 562 553 Lavandeira 90 338 279 65 174 170 Linhares 200 791 667 184 627 597 Marzagão 129 821 623 97 453 407 Mogo de Malta 40 185 143 28 207 142 Parambos 103 443 302 81 283 273 Pereiros 96 352 243 82 197 196 Pinhal do Norte 139 438 343 120 ... 371 Pombal 172 593 535 150 .... 515 Ribalonga 65 421 245 73 .... 335 Seixo de Ansiães 180 835 754 134 729 689 Selores 71 232 206 63 287 277 Vilarinho da Castanh. 235 1208 892 256 1008 992 Zedes 43 217 175 58 365 319

Total 2199 10182 8070 1909 8299 7947 Fonte: INE, RGA 1999

Como se pode constatar no quadro anterior, Carrazeda sofreu uma diminuição de

290 explorações no período que vai de 1989 a 1999. Todas as freguesias perderam

explorações agrícolas à excepção de Vilarinho da Castanheira, que ganhou 21

explorações nesse período de 10 anos, e a freguesia de Zedes que regista em 1999

mais 15 explorações que em 1989.

Diagnóstico Social

74

Quadro N.º45 - Tipo de Explorações Agrícolas, Número de Explorações, Áreas e

SAU, em 1989 e 1999 no Concelho de Carrazeda de Ansiães

Em 1989 Em 1999 Tipo de Explorações N.º de

Explor

Área (há)

SAU (ha)

N.º de Explo

r

Área (ha)

SAU (ha)

Pousio sob-coberto de matas e florestas - - 8070 - - 7947 Superfície total 2199 13335 8070 1909 13296 7947 Terra arável limpa com culturas temporárias 1431 1539 8070 967 1074 7947 Terra arável limpa com pousio 235 123 8070 371 224 7947 Terra arável limpa com horta familiar 1958 144 8070 1411 156 7947 Culturas temporárias sob-coberto de matas e florestas

1 .. 8070 .. .. 7947

Pastagens permanentes sem culturas sob-coberto 15 6,1 8070 1 .. 7947 Total de culturas sob-coberto de matas e florestas 16 7,8 8070 1 .. 7947 Culturas permanentes sem culturas sob-coberto 2167 5178 8070 1872 5642 7947 Culturas permanentes com culturas temporárias x x 8070 63 12 7947 Superfície agrícola não utilizada 915 2112 8070 264 352 7947 Total de terra arável limpa 2034 1806 8070 1569 1455 7947 Outras formas de utilização das terras 294 169 8070 559 1169 7947 Culturas permanentes com pousio x x 8070 - - 7947 Matas e florestas com culturas sob-coberto 1417 2983 8070 1370 3838 7947 Superfície Agrícola Utilizada (SAU) 2195 8070 8070 1908 7947 7947 Pastagens permanentes em terra limpa 957 1035 8070 716 833 7947 Total de culturas permanentes 2167 5221 8070 1872 5657 7947 Culturas permanentes com pastagens permanentes - - 8070 2 .. 7947 Culturas permanentes com horta familiar 141 9 8070 46 3 7947 Fonte: INE, RGA 1999

Relativamente à utilização da terra, constatamos que a área total das explorações

agrícolas é, de acordo com o último recenseamento (1999), de 13296 hectares,

ocupando a SAU cerca de 60% dessa área. A fracção da superfície agrícola não

utilizada, entendida como a área não explorada mas susceptível de recuperação,

representa, neste período, apenas 2,6% da área total das explorações, verificando-

se um elevado decréscimo neste tipo de superfície em relação ao ano de 1989 que

representava 15,8% da área total das explorações.

As culturas temporárias ocupam 13,5% da SAU, e assiste-se a uma significativa

diminuição da superfície reservada a este tipo de cultura (menos 465 hectares).

Diagnóstico Social

75

Segundo o último RGA, são utilizados no concelho 1168 ha em culturas

temporárias, dos quais 654 ha (56%), divididos por 664 explorações, se destinam à

produção de cereais para grão. Por ordem de importância surgem de seguida,

neste tipo de culturas, as culturas forrageiras, com 307 explorações numa área de

279 ha, e a batata, com 554 explorações e ocupando uma área de 181 ha. As

restantes culturas temporárias existentes têm uma importância muito insignificante

no concelho.

Em 1999 apuraram-se 7 947 hectares de SAU , menos 123 hectares que em 1989,

representando as culturas permanentes a maior fracção (71,2%) e

correspondendo a 98% das explorações. Durante o período entre os dois

recenseamentos, as culturas permanentes viram diminuir o número de explorações,

menos 295 explorações em dez anos, mas viram aumentar a área em 436 hectares.

Efectivamente, é neste tipo de cultura que o concelho tem apresentado uma maior

evolução, como se pode confirmar através da análise do quadro que se segue:

Quadro N.º46 - Evolução da Área Ocupada Pelas Culturas Permanentes

1979 1989 1999 Var. 79/89(%)

Var. 89/99 (%)

Var. 79/99(%)

N.º de Explorações 2 497 2 167 1 872 -13,20 -13,20 -25,00 Área (ha) 3 350 5 223 5 658 55,90 8,30 69,00 Fonte: Plano Estratégico de Desenvolvimento de Carrazeda de Ansiães

Como se pode constatar assistiu-se, nos últimos vinte anos, a uma franca expansão

das áreas de produção de culturas permanentes, com uma variação positiva de

1979 para 1999 de 69%, ao mesmo tempo que se assiste a uma diminuição do

número de explorações, menos 25% no mesmo período, o que indicia uma certa

tendência para o emparcelamento.

Relativamente ao tipo de culturas permanentes presentes no concelho, atenda-se

ao quadro que se segue:

Diagnóstico Social

76

Quadro N.º47 - Principais Culturas Permanentes

Culturas Permanet.

Frutos Frescos

Citrinos

Frutos Sub-

Tropicais

Frutos Secos

Olival

Vinha

Viveiros

Explo 1 872 378 222 4 749 1 492 1 782 3 Área 5 658 491 57 0 628 1 892 2 588 1

Fonte: INE, RGA 1999

A vinha e o olival apresentam-se como as principais culturas permanentes na

região, ocupando cerca de 80% da área abrangida por este tipo de cultura.

Com a excepção do olival, todas as restantes culturas registaram aumentos da área

e da produção. O decréscimo do olival (de 39,7% para 33,4% de área ocupada de

1989 para 1999), verificado a partir do início da década de 90, uma vez que entre

1979 e 1989 registou um aumento de 38,4%, parece ficar a dever-se à substituição

do olival por vinha e/ou amendoal, assim como ao arranque de árvores que serviam

de bordadura às vinhas da Região Demarcada do Douro.

A vinha é, definitivamente, a cultura permanente com maior aposta por parte dos

agricultores do concelho. A área ocupada por esta cultura aumentou 43,5% entre

1979 e 1999. A valorização dos vinhos do Douro e Porto, o aparecimento de novos

produtores engarrafadores e a associação desta cultura ao turismo têm constituído

o motor de crescimento da vinha na região do Douro e, por inerência, no concelho

de Carrazeda de Ansiães.

Nos frutos frescos predomina a macieira que, a par da vinha, tem registado uma

evolução técnica acentuada, apresentado-se como uma cultura de futuro no

concelho. A existência de uma Cooperativa de produtores de maçã (FRUCAR)

demonstra a importância deste produto no concelho.

Os citrinos têm pouca expressão económica, representando apenas 1% da área

ocupada.

Nos frutos secos, onde predomina a amendoeira, a área de plantação aumentou

também ao longo da última década, representando, em 1999, cerca de 11% da área

ocupada.

Diagnóstico Social

77

As matas e florestas sem culturas sob-coberto (superfícies cobertas com árvores

ou arbustos florestais, quer se trate de povoamentos puros quer de povoamentos

mistos) assumem a segunda posição na composição da SAU (48,3%), e registaram

também, entre os dois momentos censitários, uma diminuição do número de

explorações (menos 47) e um aumento da dimensão da área (mais 855 hectares).

As terras aráveis limpas representam cerca de 18,3% da SAU, e viram diminuir nos

dez anos em estudo quer o número de explorações, menos 465, quer o número de

hectares, menos 351.

Relativamente ao efectivo animal, atenda-se ao quadro que se segue:

Quadro N.º48 - O Efectivo Animal

N.º Explorações N.º Efectivos

Bovinos 68 301

Suínos 187 648

Ovinos 70 5221

Caprinos 26 1033

Equídeos 852 897

Coelhas 165 491

Aves 313 1697

Colmeias 35 573

Total 1716 10861 Fonte: INE, RGA 1999

No seu conjunto, as explorações pecuárias têm pouco significado na estrutura de

produção agrária do concelho, no entanto, deve-se salientar que, a par com o

decréscimo do número de explorações com efectivos animais no último período

intercensitário, assistiu-se a um aumento dos efectivos por exploração, o que indicia

uma evolução positiva na dinâmica do sector.

“O relativo isolamento face aos mercados pecuniários, inexistência de indústrias

fortes e competitivas no sector, inexistência de produtos tradicionais de renome,

dificuldades de mão-de-obra, podem ajudar a aplicar o progressivo desinteresse na

actividade pecuária”. (Plano Estratégico de Desenvolvimento de Carrazeda de

Ansiães, pp.80-81)

Diagnóstico Social

78

Quanto às características dos produtores agrícolas vejamos os quadros que se

seguem.

Quadro N.º49 - Forma de Exploração da SAU pelo Produtor Agrícola

Conta Própria Arrendamento Outras Formas

N.º Explorações 1 895 46 49

SAU 7 583 258 109

Fonte: INE; RGA 1999

Quadro N.º50 - Natureza Jurídica do Produtor

Produtor Singular

Autónomo Empresário

Sociedades

N.º Explorações 1 753 142 14

SAL 5 982 1 626 337

Fonte: INE; RGA 1999

Quadro N.º51 - Tipo de Contabilidade Agrícola

Contabilidade Organizada

Registo de Receitas e Despesas

Outra Situação

N.º Explorações 37 111 1 761

SAL 726 1137 6 083

Fonte: INE; RGA 1999

Observa-se que a esmagadora maioria dos produtores (95%) são produtores

singulares (por conta própria), e destes, apenas 7,5% são empresários. Foram

recenseadas apenas 14 sociedades agrícolas.

Em termos de contabilidade agrícola, reflecte-se o panorama atrás exposto,

registando-se apenas 2% de produtores com contabilidade organizada, valores

muito abaixo dos valores registados pela região do Douro (3,6) ou da região Norte

(5,2), se bem que se tratam também eles de valores muito baixos. Estes valores

reflectem as características da produção agrícola do concelho e a rentabilidade da

maior parte das explorações.

Diagnóstico Social

79

Quadro N.º52 - . Número de Produtores Agrícolas Singulares segundo a Idade e

Sexo no Concelho de Carrazeda de Ansiães, em 1898 e 1999

1989 1999 Produtor Singular

N.º N.º

Número de produtores singulares 2178 1895

Produtores singulares masculinos 1806 1497

Produtores singulares femininos 372 398

Produtores singulares com idade entre 15 e 24 anos 10 8

Produtores singulares com idade entre 25 e 34 anos 78 55

Produtores singulares com idade entre 35 e 44 anos 255 180

Produtores singulares com idade entre 45 e 54 anos 434 333

Produtores singulares com idade entre 55 e 64 anos 649 485

Produtores singulares com idade igual ou superior a 65 anos 752 834

Fonte: INE, RGA 1999

Como se pode verificar, foram declarados, em 1999, no âmbito do Recenseamento

Geral de Agricultura, 1 895 produtores singulares, menos 283 que em 1989. Os

produtores singulares masculinos representam cerca de 80% dos produtores

singulares, tendo as mulheres um peso relativo pouco significativo nesta actividade.

Trata-se de uma população muito envelhecida, pois, como se pode constatar no

quadro anterior, cerca de 44% dos produtores agrícolas singulares têm 65 ou mais

anos, e cerca de 70% têm mais de 54 anos. Os produtores jovens, com idades

compreendidas entre os 15 e os 44 anos, representam apenas 12,8% do total de

produtores singulares.

Diagnóstico Social

80

Quadro N.º53 - . Produtores Singulares segundo as Habilitações Literárias no Concelho, em 1989 e 1999

1989 1999 Habilitações Literárias do Produtor

Singular N.º % N.º %

Não sabe ler nem escrever 452 21,7 298 15,7

Sabe ler e escrever 387 18,6 405 21,4

1.º Ciclo 1163 55,9 934 49,3

2.º Ciclo 79 3,8 108 5,7

3.º Ciclo x 0,0 50 2,6

Ensino secundário não agrícola x 0,0 8 0,4

Ensino secundário agrícola x 0,0 30 1,6

Politécnico/superior não agrícola x 0,0 11 0,6

Politécnico/superior agrícola x 0,0 51 2,7

Total 2 081 100 1 895 100,0

Fonte: RGA 1999

Revela-se também uma baixo nível de instrução nesta população: dos 1 895

produtores agrícolas singulares inquiridos, 1 637 (86,4%) não ultrapassavam o 1.º Ciclo como nível de escolaridade, e destes 18,2% são analfabetos e 30,8% sabem

ler e escrever mas não têm certificação escolar.

Há, contudo, a salientar a franca evolução sofrida nos últimos dez anos em análise.

Efectivamente, enquanto que em 1989 não havia registo de produtores singulares

com habilitações superiores ao 2.º ciclo, em 1999, este grupo correspondia já a 8%

dos produtores singulares. Saliente-se ainda que, no último recenseamento,

registaram-se 30 produtores com o ensino secundário agrícola e 51 com o

politécnico/superior agrícola, demonstrando uma certa evolução positiva na

dinâmica deste sector, no sentido de procurar saber técnico-científico que, há dez

anos atrás era completamente inexistente.

Diagnóstico Social

81

Quadro N.º54 - Formação Profissional Agrícola do Produtor Singular

Formação Profissional Agrícola N.º de Produtores Singulares

Exclusivamente Prática 1 824

Curta duração 13

Longa Duração 30

Longa e Curta Duração 9

Completa 19

Total 1 895

Fonte: INE, RGA 1999

Completando o que já foi referido, o quadro anterior traça-nos o panorama da

formação profissional dos produtores agrícolas singulares. Assim, de acordo com

o último recenseamento agrícola, cerca de 96% dos produtores singulares tinham

formação profissional agrícola exclusivamente prática, sendo que apenas 1%

dos produtores tinham formação profissional agrícola completa.

Quadro N.º55 - Tempo de Actividade Agrícola

Tempo de Actividade Agrícola

N.º Produtores Singulares

Tempo Parcial 1 843

> 0- < 25% 633

25 - < 50% 500

50 - < 75% 426

75 - < 100% 284

Tempo Completo 52

Fonte: INE, RGA 1999

Apenas 52 produtores agrícolas singulares (2,7%) se dedicam a tempo inteiro à

actividade agrícola. A esmagadora maioria trabalha na agricultura a tempo parcial e

destes cerca de 60% trabalha menos de 50% do tempo considerado completo.

Trata-se, efectivamente, de uma actividade a tempo parcial.

Diagnóstico Social

82

Quadro N.º56 - Actividades Remuneradas Exteriores à Exploração

Actividades Remuneradas Exteriores à Exploração

N.º de Produtores Singulares

Actividade Principal 438

Sector Primário 129

Sector Secundário 95

Sector Terciário 214

Actividade Secundária 89

Sector Primário 64

Sector Secundário 8

Sector Terciário 17

Fonte: INE, RGA 1999

Através do quadro anterior, constatamos que, apesar de apenas 52 produtores

singulares se dedicarem a tempo inteiro, somente 527 produtores (num universo

1895) têm remunerações exteriores à exploração. Destes, 438 (23% dos

produtores singulares) têm como actividade principal outra que não a sua

exploração, empregando o sector terciário cerca de metade destes produtores.

Produtores com actividades secundárias remuneradas exteriores à exploração

registaram-se 89, correspondendo, na sua maioria, a actividades ligadas ao sector

primário.

Os dados apresentados ao longo deste sub-capítulo vêm de encontro à ideia de que

a agricultura é um parente menor dentro dos sectores económicos. Prevalece o

conceito de que apenas é preciso saber “lavrar” as terras para se ser produtor,

saber este que se aprende somente com a prática. A falta de visão empresarial, a

quase inexistência de uma gestão agrícola profissionalizada, os baixos níveis de

escolarização e saber técnico, o pouco tempo dedicado às explorações que,

indiciam ser de pequenas dimensões e concomitantemente de baixos rendimentos,

num mundo global, cada vez mais competitivo, não fazem revelar um futuro muito

promissor para o sector primário no concelho. É no entanto de salientar o

surgimento de novos produtores, principalmente ao nível da vinha, mas também da

maçã, nos últimos anos, com saber fazer aliado ao saber técnico e uma visão

estratégica de negócio para as suas explorações. Contudo, são ainda uma minoria

dentro de um panorama não muito promissor.

Diagnóstico Social

83

As dificuldades que atravessam o sector agrícola, que condicionam a sua desejável

evolução, são realçadas nos quadros que se seguem e que nos permitem fazer

uma melhor avaliação da situação actual.

Quadro N.º57 - Evolução dos Índices de Preços dos meios de Produção e Preço do

Gasóleo

Ano Bens e Serviços de Consumo Corrente

Bens e Serviços de Investimento

Preço do Gasóleo (Euros/100l)

1996 103,1 102,1

1997 101,1 106,1

1998 97,5 108,9

1999 97,3 111,3 31,46

2000 100,8 116,7 42,10

2001 109,2 118,2 42,02

Variação 96/01 (%) 5,92 15,77

Fonte: INE, Índices de Preços dos Meios de Produção (Base de 1995) e Preço do Gasóleo, in Plano Estratégico de Desenvolvimento de Carrazeda de Ansiães, 2003

Quadro N.º58 - Evolução do Índice de Preços de Produtos Agrícolas

ANO

TOTAL

Vinho de

Mesa

Vinho de Qualidade

Azeite

Frutos Frescos

Maçã

Frutos de

Casca Rija

Produtos Animais

Ovinos

1996 102,00 106,00 100,50 141,90 105,40 101,40 83,80 103,20 108,10

1997 102,60 76,20 101,40 88,70 98,20 107,80 89,00 102,40 109,20

1998 103,90 117,80 107,30 82,50 142,30 147,20 71,70 96,70 97,30

1999 99,00 134,40 116,70 69,90 129,10 149,70 67,60 92,30 92,00

2000 103,80 113,70 124,60 65,00 112,40 128,80 67,30 102,00 95,10

2001 110,50 85,80 129,20 58,10 128,70 129,70 93,30 108,40 113,10

Variação 8,33 -19,06 28,56 -59,06 22,11 27,91 11,34 5,04 4,63 Fonte: INE, Índices de Preços dos Produtos Agrícolas (Base de 1995), in Plano Estratégico de Desenvolvimento

de Carrazeda de Ansiães, 2003

Como se pode constatar, os custos de produção têm apresentado uma evolução

crescente, com uma variação de 16% no que se refere aos custos de investimento.

Por seu lado, os preços dos produtos agrícolas registam, de uma forma geral,

crescimentos muito inferiores aos valores do investimento e variações anuais

Diagnóstico Social

84

significativas. Apenas os vinhos de qualidade e os frutos frescos, nos quais se

inclui a maçã, registaram crescimentos superiores, em oposição ao azeite que

desde 1996 assiste a uma variação negativa do seu preço que ronda os 60%.

Esta situação reflecte a dificuldade de realização de investimentos na agricultura,

tendo ainda a considerar a dependência das condições climatéricas na previsão das

receitas das explorações.

Desta forma, a necessidade de procurar alternativas que possam complementar os

rendimentos da actividade agrária e também a valorização dos produtos do

concelho, assume uma importância vital.

6.2 - Sector Secundário

O concelho de Carrazeda de Ansiães é um concelho tipicamente rural, sendo a

indústria quase inexistente e com pouca ou nenhuma tradição.

Analisando os dados referentes à Indústria Transformadora, com dados de 2000

e de 2001 (Anuário Estatístico da Região Norte 2001 e 2002) constata-se que

existem 76 empresas em 2001, menos 9 que em 2000, que operam no concelho, e

11 sociedades no mesmo período, empregando estas um conjunto de 52 trabalhadores, com especial incidência no âmbito das “Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco” (63,6% do total das sociedades e 65,4% do total de

empregados neste sector).

Para além das 7 sociedades existentes no concelho relativas à indústria alimentar,

de bebidas e tabaco, existe uma sociedade ligada à actividade “Indústrias da

madeira e da cortiça e suas obras” e 3 sociedades no âmbito das “Indústrias

metalúrgicas de base e de produtos metálicos”.

6.3 - Sector Terciário

A sector terciário é o sector que no concelho assume maior importância

empregadora. De facto, o sector do comércio e serviços empregava, em 2000,

segundo o Anuário Estatístico da Região Norte 2002, cerca de 50% do total dos

trabalhadores por conta de outrém, e cerca de 78% das mulheres empregadas

por conta de outrém encontravam-se, nesse período, a trabalhar neste sector.

Diagnóstico Social

85

Quadro N.º59 -.Trabalhadores por Conta de Outrém no Concelho, segundo o

Sector de Actividade e Sexo, em 2000

Total Primário Secundário Terciário

HM H M HM H M HM H M HM H M

Em 2000 360 270 90 9 7 2 171 153 18 180 110 70

% 2,5 1,9 0,6 47,5 42,5 5,0 50,0 30,6 19,4 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Norte, 2002

Os censos de 2001 reforçam esta realidade ao analisar a população residente

empregada segundo o sector de actividade económica. Segundo esta fonte, dos

2280 residentes empregados 1052 (46,1%) trabalhavam, neste período censitário,

no sector dos serviços.

A área comercial assume uma importância relativa no concelho e caracteriza-se

pelo elevado número de estabelecimentos, especialmente os que estão ligados à

restauração e venda de produtos alimentares, de reduzida dimensão tanto ao nível

do número de trabalhadores que empregam como ao nível da área de venda ao

público.

Nos dias 10, 20 e último dia de cada mês, a sede do concelho adquire uma certa

animação, decorrente da realização das feiras mensais, que desempenham um

papel fundamental na vida social e económica da vila.

Com o objectivo de apoiar a actividade comercial e industrial do concelho foi criada

a ACICA (Associação Comercial e Industrial de Carrazeda de Ansiães), fundada em

1990, conta actualmente com 137 sócios, na sua maioria ligados ao comércio.

Segundo os dados existentes na Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães,

existem actualmente cerca de 110 estabelecimentos comerciais ligados à área de

alojamento e restauração. Destes, a grande maioria são cafés e tabernas,

estabelecimento que se podem encontrar por todo o concelho, seguidos pelos

restaurantes, que se situam quase exclusivamente em Carrazeda de Ansiães.

Residenciais são 4, duas situadas na sede do concelho, uma na Sr.ª da Ribeira

(freguesia do Seixo de Ansiães) e uma em Vilarinho da Castanheira. Existe também

Diagnóstico Social

86

um Hotel Rural (em Pombal de Ansiães) e uma Quinta da Turismo Rural (Vilarinho

da Castanheira).

Para além destes estabelecimentos existem, no mesmo levantamento, cerca de 180

outros estabelecimentos comerciais e de serviços distribuídos por diversas áreas,

onde o comércio por grosso e a retalho têm um peso preponderante.

6.4 - Dados Globais

Relativamente ao volume de vendas nas sociedades sediadas no concelho, em

Dezembro de 2001, segundo os dados do Anuário Estatístico da Região Norte

2002, somava um total de 16.7 milhões euros/3.4 milhões de contos, um valor

muito baixo que posiciona Carrazeda de Ansiães em 5.º lugar, a contar de baixo

para cima, de entre os 19 concelhos da sub-região do Douro.

No volume de vendas das sociedades salientam-se as sociedades ligadas ao

“Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos

e bens de uso pessoal e doméstico“ (25%), seguidas das sociedades ligadas à

industria transformadora (21,6%). As demais sociedades vão distribuindo entre si,

todas elas com um peso muito inferior às duas anteriormente referidas, o valor

restante.

Em 2002 registaram-se, segundo a mesma fonte estatística, 6 constituições de

novas sociedades, muito menos que as registadas em 2001, altura em que se

constituíram 13 novas sociedades.

É na sede do concelho que se desenvolve a maior parte da actividade empresarial e

a onde se desencadeia o maior número e volume de negócios, e estes acontecem

especialmente nas áreas do comércio e indústria extractiva. Nas restantes

freguesias a vida económica é pouco significativa.

Diagnóstico Social

87

Quadro N.º60 - Principais Actividades Económicas por Freguesia

Freguesias

Distância à Sede

População (picos

populacionais)

Tecido Económico

Amedo

3 Km 1950 (796 hab.) Tem como principal actividade uma agricultura de subsistência, com produções de frutas diversas, hortaliças, amêndoa, azeite e vinho; tem um lagar de azeite desactivado; tem vários lagares de vinho e fornos de cozer pãp (particulares); a indústria é inexistente e o comércio pouco significativo

Beira Grande

11 Km 1940 (496 hab.) A actividade económica exclusiva é a agricultura que atravessa, à semelhança das circundantes zonas de montanha, momentos mais difíceis; produz vinho do Porto, maçã, algum azeite e, cada vez menos, amêndoa; as matas de sobreiros e pinheiros já foram uma importante fonte de rendimento mas, com os incêndios verificados ao longo dos últimos anos, perderam a sua vitalidade; possui um lagar de azeite e moinhos desactivados; a indústria é inexistente e o comércio pouco significativo.

Belver

3 Km 1950 (549 hab.) A principal actividade é a agro-pecuária (gado ovino); produz, com abundância, castanha, noz, vinho, cereais e maçã; a indústria e o comércio têm-se desenvolvido, embora lentamente; possui uma fábrica de blocos, oficinas de tanoaria, serração e marcenaria, oficinas de mecânica e um posto de abastecimento de combustível.

Carrazeda Ansiães

Sede do concelho

1950 (1 464 hab.) Possui diversas actividades e serviços de apoio, carcaterísticos das sedes de concelho, mas é a agricultura (destacando-se a pecuária) que tem o maior peso na economia local; o comércio tradicional é uma referência para todo o concelho; realiza 3 feiras por mês; a construção civil e obras públicas tem sofrido um leve impulso; possui 3 agências bancárias e unidades hoteleiras.

Castanheiro

9 Km 1950 (1 364 hab.) A principal actividade é a agricultura com plantações de vinha (vinho do Porto) e de Oliveiras; a indústria e o comércio são quase inexistentes, havendo uma oficina de pirotecnia e alguns cafés e mercearias; possui também alguns lagares de azeite e fornos de cozer pão; a estação da linha do Douro e da linha do Tua da CP, em Foz Tua, conferem-lhe alguma vitalidade.

Fontelonga

5 Km 1940 (843 hab.) As principais actividades são a agricultura, com produções de maçã, vinho, azeite, amêndoa, cereais e castanha, e a pecuária, com rebanhos de cabras e ovelhas; as restantes actividades não são significativas e possuem características rudimentares e tradicionais.

Lavandeira

8 Km 1960 (504 hab.) A agricultura é a actividade principal, com produções de vinho, trigo, milho, azeite e frutas, em especial a maçã; as restantes actividades não têm muita significância, existindo alguns cafés/mercearias, carpintarias e um lagar de azeite.

Linhares

8 Km 1950 (1 676 hab.) A actividade quase única e básica é a agricultura, muito tradicional; produz em abundância batatas, vinho, azeite e alguma fruta (amêndoa e maçã) e tem muitas matas de sobreiros e pinheiros; possui algumas actividades comerciais muito tradicionais e alguns lagares de azeite desactivados.

Marzagão

5 Km 1950 (789 hab.) A actividade básica é a agricultura e os produtos principais são a fruta, especialmente a maçã (com imensos pomares), o vinho, o azeite e cereais (trigo e milho); possui também matas de pinheiros e de sobreiros; a pecuária é pouco utilizada como actividade lucrativa, apesar de usarem muito os animais nos trabalhos agrícolas; não existe indústria e o comércio é muito tradicional e rudimentar; recorrem a freguesias vizinhas para fazer o azeite e ferrarem os animais.

Mogo de Malta

5 Km 1940 (305 hab.) A principal actividade económica é a agricultura, produzindo batatas, cereais, vinho, castanhas e maçãs; possui alguma pecuária; o comércio é pouco expressivo e a produção industrial resume-se à manufacturação de rendas e colchas.

Parambos

5 Km 1900 (696 hab.) A agricultura é a base da economia local, produzindo batatas, vinho, azeite, castanhas, maçãs e outras frutas; existem também alguns rebanhos; o comércio é pouco significativo e a indústria pouco desenvolvida, existindo algumas oficinas de serração, de serralharia e de mecânica; existe uma fábrica de estofos.

Pereiros

12 Km 1900 (798 hab.) A actividade principal é a agricultura, produzindo em quantidade considerável amêndoa, batatas, azeite e vinho; há muita resina, cortiça e madeira de castanho e pinheiro, que têm vindo a ser ameaçadas pelos incêndios que têm devastado as matas que circundam a freguesia; o comércio é muito tradicional, destacando-se os cafés e as mercearias; a indústria e manufactureira e tradicional (artesanato).

Pinhal do Norte

17 Km 1900 (825 hab.) A agricultura é a actividade com maior significância, com boas produções de amêndoa, azeite, algum vinho, cereais e bons pomares de abrunheiros, bem como matas de pinheiros e sobreiros; as restantes actividades não têm significado e são muito artesanais.

Pombal

22 Km 1866 (880 hab.) Apresenta uma agricultura de subsistência, pouco mecanizada devido ao declive do terreno; produz azeite, batatas, cortiça, madeira de pinho, frutas, vinho generoso e de consumo; nos últimos anos, com apoios comunitários, tem explorado parcelas maiores, com platações de vinha de benefício e de árvores de frutos secos como avelãs; o comércio e a indústria são muito menos significativos e bastante artesanais.

Ribalonga

10 Km 1950 (540 hab.) A actividade económica básica é a agricultura; a vinha é a principal fonte de rendimento, produzindo ainda muito azeite, amêndoa, figos e laranjas; a indústria é inexistente e o comércio não vai além de pequenos estabelecimentos tradicionais, como café e mercearia.

Seixo de Ansiães

9 Km 1930 (1 265 hab.) A agricultura é a actividade quase exclusiva, produzindo grandes quantidades de vinho (na sua maior parte generoso), azeite, maçãs, amêndoa e batata; o comércio cinge-se a alguns cafés e mercearias e a indústria é muito rudimentar e artesanal.

Selores

6 Km 1960 (532 hab.) A actividade praticada é a agricultura, com produções abundantes de batata, vinho, maçã, azeite e milho; as restantes actividades são diminutas, existindo ainda algum comércio (cafés e mercearia) e alguma pecuária.

Vilarinho Castanh.

14 Km 1950 (1 560 hab.) A agricultura, em particular o vinho do Porto, é a principal fonte de riqueza; produz ainda azeite, figos, amêndoa e maçã; a mecanização, à semelhança das restantes freguesias, é muito reduzida.

Zedes

6 Km 1960 (392 hab.) A agricultura persiste em ser a actividade principal, com produções de vinho, azeite, cereais, batata, amêndoa, castanha e maçã; existe alguma pecuária, com gado ovino, caprino e bovino; o comércio tem pouco significado e a indústria resume-se a algumas oficinas de carpintaria e serralharia mecânica e à manufacturação de cobertores e colchas de lã.

Fonte: Plano Estratégico de Desenvolvimento para Carrazeda de Ansiães, 2003

Diagnóstico Social

88

No comércio intracomunitário, aparece apenas declarada uma empresa em 2001,

no entanto, não aparecem dados sobre as expedições e as chegadas.

Não se regista qualquer empresa a trabalhar no comércio extracomunitário.

Relativamente ao sector do Turismo, o Anuário Estatístico da Região Norte de

2002 apresenta-se igualmente sem quaisquer dados relativamente a este sector no

concelho. No entanto, sabemos existirem 5 unidades hoteleiras no concelho, como

se referiu no sub-capítulo anterior, que não aparecem nas estatísticas porque não

se encontram classificadas pelo DGT (Direcção-Geral do Turismo), embora uma

delas, o único hotel existente, esteja em fase de classificação.

As unidades hoteleiras existentes são de pequena dimensão e estão geralmente

associadas à actividade de restauração e a sua exploração apresenta uma natureza

familiar.

No plano dos movimento bancários (Anuário 2002; INE 2003), o concelho tinha,

em 2001, 2 agências bancárias e uma Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, com um

volume de depósitos na ordem dos 99 milhões de euros/19.8 milhões de contos,

dos quais 15.4 milhões euros/3 milhões de contos ((15,5%) foram depósitos de

emigrantes. Neste caso, o concelho demonstra precisamente o inverso do que

acontecia em relação ao volume de vendas das sociedades. De facto, em relação

ao volume de depósitos, Carrazeda de Ansiães situa-se no 5.º lugar, a contar do

topo, comparativamente com o volume de depósitos registados nos 19 concelho da

sub-região do Douro. O volume de créditos concedidos no mesmo ano foi de 62.6

milhões de euros/ 12.5 milhões de contos, dos quais 10.4 milhões de euros/2

milhões de contos (16,6%) tiveram a habitação como destino.

Em 2001 a Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães teve receitas e despesas anuais na ordem dos 9.3 milhões de euros/1.8 milhões de contos. Nas despesas,

3.3 milhões de euros/660 mil contos (35,5%) são despesas correntes e 6 milhões de

euros/1.2 milhões de contos são despesas de capital (64,5%), das quais 4.5

milhões de euros (75% das despesas de capital) se destinaram a investimentos.

Por fim, resta, neste capítulo destinado à caracterização sócio-económica do

concelho, registar alguns dados fornecidos pelo INE ao nível do Poder de Compra

Concelhio (INE, Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio, Número V, 2002).

Diagnóstico Social

89

Segundo este estudo, o Indicador per Capita (IpC) (Número índice que compara o

poder de compra regularmente manifestado nos diferentes concelhos e regiões, em

termos per capita, com poder de compra médio do País, a que foi atribuído o valor

100) do concelho de Carrazeda de Ansiães tem um valor de 43,51, valor bastante

abaixo da média da sub-região do Douro (NUTS III) onde este índice se cifra em

61,66.

Comparando este indicador com a média registada nas sete regiões NUTS III que

compõem a região Norte (NUTS II), constatamos que a região do Douro se situa em

penúltimo lugar com os valores mais baixos, cabendo, neste “ranking” o último lugar

à região do Tâmega (53,55).

O valor médio do poder de compra per capita na região Norte é de 85,58, quase o

dobro do poder de compra do concelho de Carrazeda de Ansiães, muito acima da

média verificada na região do Douro, o que reflecte as disparidades existentes entre

os concelhos que a compõem. Se por um lado, tem municípios com elevado poder

de compra per capita, como os do grande Porto que no seu conjunto atingem um

valor médio de IpC que ultrapassa em 22% a média do país, integra também

concelhos com poder de compra per capita muito reduzido.

Apenas a título de informação, é de referir este estudo nos mostra que a região de

Lisboa é a que apresenta, segundo o IpC, um poder de compra mais elevado, que

ultrapassa a média do país em 47,9% (mais 104% que a média de Carrazeda de

Ansiães).

Relativamente à Percentagem do Poder de Compra (PPC), segundo o INE, esta

define-se como um indicador, inferido do indicador per capita de poder de compra,

que se propõe medir o peso do poder de compra de cada concelho e região no total

do país que toma o valor de 100. A PPC reflecte não só a distribuição do poder de

compra pelo país, mas também, e concomitantemente, a distribuição da população.

Segundo o mesmo estudo sobre o poder de compra concelhio acima referido, a

estrutura do poder de compra do país por regiões do NUTS II salienta o predomínio

da região de Lisboa com um peso de 38% no total nacional do poder de compra,

logo seguida da Região Norte acima dos 30%. A Região centro representa mais de

18% deste todo. Com contributos mais modestos, surgem o Alentejo, com quase

6%, e o Algarve que se fica pelos 4%.

Diagnóstico Social

90

A análise da estrutura do poder de compra por regiões NUTS III mostra-nos a

região do Douro com um peso de 1,33% no total do poder de compra nacional,

tratando-se da região com menor peso no poder de compra do País em toda a

Região Norte, logo seguida da região do Alto Trás-os-Montes. A percentagem de

poder de compra de Carrazeda de Ansiães é de 0,03%.

A distribuição espacial da PPC ilustra, de forma muito evidente, as assimetrias

regionais do País, reflectindo a concentração, quer do poder de compra, quer da

população, nas duas grandes cidades portuguesas e suas envolventes sub-

urbanas, assim como mais geralmente na faixa litoral. Poucos são os concelhos do

interior capazes de assumir algum relevo no total nacional do poder de compra.

Diagnóstico Social

91

7. Acção Social

7.1. Equipamentos de Apoio Social

Em termos de serviços e equipamentos a prestar apoio social à população do

concelho de Carrazeda de Ansiães, identificaram-se os seguintes:

Quadro N.º61 - . Serviços e Equipamentos Existentes em Carrazeda de Ansiães,

por Área de Intervenção, População Alvo e Número Existente no Concelho, em

2003

Áreas de Intervenção

Serviços e Equipamentos

População Alvo Existentes no

Concelho

Creche

Resposta Social de âmbito sócio-educativo destinada a crianças

dos 4 meses aos 3 anos de idade, proporcionando às crianças

condições adequadas ao desenvolvimento harmonioso e global e

cooperando com as famílias em todo o seu processo educativo.

1

Pré-Escolar

Jardim de

Infância

Equipamento vocacionado para o desenvolvimento da criança dos

3 aos 6 anos de idade, proporcionando actividades educativas e

actividades de apoio à família.

7

Infância e Juventude

C.A.T.L.

Resposta que se destina a proporcionar actividades de animação

sócio-cultural a crianças, tendencialmente, a partir dos 6 anos e a

jovens, nos períodos disponíveis das responsabilidades,

escolares, de trabalho e outras.

3

Centro de Dia

Resposta social desenvolvida em equipamento , que consiste na

prestação de um conjunto de serviços que contribuem para a

manutenção dos idosos no seu meio sócio-familiar.

4

Lar de Idosos

Equipamento de alojamento colectivo, de utilização temporária ou

permanente, para idosos.

4

Idosos

Apoio

Domiciliário

Resposta social que consiste na prestação de cuidados

individualizados e personalizados, no domicílio, a indivíduos e

famílias quando, por motivos de doença, deficiência ou outro

impedimento, não possam assegurar, temporária ou

permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas

e/ou actividades da vida diária

5

Fonte: Questionário da Rede Social aplicado às IPSS’s do concelho e Serviço Local de Segurança Social, Dezembro de 2003 a

Fevereiro de 2004

Diagnóstico Social

92

Do levantamento efectuado no que concerne aos serviços e entidades que

desenvolvem actividades de apoio social à comunidade, foram identificadas as

seguintes:

Quadro N.º62 - .Instituições/Organizações de Solidariedade Social do Concelho de

Carrazeda de Ansiães, por Natureza Jurídica, Localização e Serviços/Valências,

em 2003

Natureza Jurídica

Instituição/Organização Localização Serviço/Valência

Santa Casa da Misericórdia

Carrazeda de

Ansiães

Creche; Jardim de Infância; Lar de

Idosos; Centro de Dia; Apoio

Domiciliário.

Centro Social e Paroquial da Fontelonga

Fontelonga

Jardim de Infância; CATL; Centro de

Dia; Lar de Idosos; Apoio Domiciliário.

Centro Social e Paroquial de Mogos

Mogo de Malta

Jardim de Infância; CATL; Centro de

Dia, Lar de Idosos; Apoio Domiciliário.

Centro Social e Paroquial do Pombal

Pombal

Centro de Dia e Apoio Domiciliário

IPSS’s

Centro Social e Paroquial de Vilarinho da Castanheira

Vlarinho da

Castanheira

CATL; Centro de Dia; Lar ; Apoio

Domiciliário.

ONG

Cruz Vermelha Portuguesa – Núcleo de Carrazeda de

Ansiães

Carrazeda de

Ansiães

De momento sem sede e sem plano

de actividades.

Instituições Públicas

Serviço Local de Segurança e Solidariedade Social

Carrazeda de

Ansiães

Regimes; Acção Social; RMG/RSI

Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo

de Carrazeda de Ansiães

Carrazeda de

Ansiães

Intervenção ao nível da protecção e

promoção de crianças e jovens em

situação de risco

Outras Entidades

Equipe de Intervenção Precoce

Carrazeda de

Ansiães

Resposta destinada a crianças até

aos 6 anos que apresentem

deficiência ou risco de atraso grave,

através de medidas de apoio

integrado no âmbito da educação,

saúde e acção social.

Fonte: Questionário da Rede Social aplicado às IPSS’s do concelho e Serviço Local de Segurança Social, Dezembro de 2003 a Fevereiro de 2004

Diagnóstico Social

93

Como se pode constatar nos quadros acima expostos, o concelho está coberto por

uma rede de serviços de apoio social que vão desde o apoio à infância e à

juventude até à população idosa. Relativamente às entidades que levam a cabo

estes serviços, foram identificadas 9 organismos, dos quais 5 se referem a IPSS’s.

É de registar que não existem no concelho respostas direccionadas para a

população com deficiência.

Para melhor explanarmos a situação do concelho ao nível da acção social,

passaremos à descrição e análise por áreas de intervenção.

Diagnóstico Social

94

7.2. Infância e Juventude

Analisando os equipamentos e serviços destinados a crianças e jovens, verifica-se

que existem no concelho um total de 11 serviços/equipamentos: 7 Jardins de

Infância, 3 Centros de Actividades de Tempos Livres (CATL) e 1 Creche.

Quadro N.º63 - Serviços e Equipamentos de Apoio à Infância e Juventude

existentes no Concelho de Carrazeda de Ansiães, 2003

Designação do Equipamentos

Localização Serviço N.º Utentes

Carrazeda de Ansiães Jardim de Infância 21

Mogo de Malta Jardim de Infância 11

Seixo de Ansiães Jardim de Infância 9

Castanheiro Jardim de Infância 8

Rede Pública do Pré-Escolar

Vilarinho da Castanheira Jardim de Infância 11

Total de Utentes 60

Creche 45 Santa Casa da Misericórdia

Carrazeda de Ansiães Jardim de Infância 66

Total de Utentes 111

Jardim de Infância 21 Centro Social e Paroquial da Fontelonga

Fontelonga

CATL (s/ refeição) 10

Total de Utentes 31

Centro Social e Paroquial de Mogos

Mogo de Malta

CATL (s/ refeição)

15

C/ refeição 5 Centro Social e Paroquial de Vilarinho da Castanheira

Vilarinho da Castanheira

CATL S/ refeição 10

Total de Utentes 15

TOTAL GLOBAL DE UTENTES 232 Fonte: Questionário da Rede Social aplicado às IPSS´s, Agrupamento Vertical de Carrazeda de Ansiães e Serviço Local de

Solidariedade e Segurança Social de Cª Ansiães, de Dezembro de 2003 a Fevereiro de 2004, com actualização em Dezembro de 2005.

Os serviços de apoio à infância e juventude existentes em Carrazeda de Ansiães

abrangem um total 232 crianças e jovens.

A Rede Pública do Pré-Escolar, no ano lectivo 2003/2004, é constituída por um

total de 5 equipamentos, distribuídos por 5 freguesias das 19 existentes no

Diagnóstico Social

95

concelho, e possui um total de 60 crianças em idade pré-escolar, o que

corresponde a uma taxa de cobertura de 0,9%.

O concelho de Carrazeda de Ansiães possui 4 instituições particulares de

solidariedade social (IPSS´s) que disponibilizam serviços e equipamentos de apoio

à infância e juventude, abrangendo um total de 172 crianças e jovens.

Constata-se que apenas 6 freguesias dispõem de equipamentos/serviços

destinados a esta população mais jovem, embora as IPSS´s acima referenciadas

tenham uma área de abrangência além dos limites das freguesias onde estão

situadas, havendo, pelo menos em algumas delas, um serviço de transporte para as

crianças que residem longe do equipamento. No entanto, é também de realçar que

equipamentos destinados a crianças dos 0 aos 3 anos (Creche) existe apenas um

no concelho.

Relativamente às crianças e jovens abrangidos pela acção social escolar, tal como

já foi referido no capitulo da Educação, todos os alunos do 1.º Ciclo recebem apoio,

por parte da autarquia, na aquisição dos livros escolares. Nos restantes níveis de

ensino, a maioria das crianças/jovens a frequentar a escola estão abrangidas pela

acção social escolar : de um total de 526 alunos (somando os alunos do 2.º Ciclo,

do 3.º Ciclo e do Secundário), 276 (52,5%) recebem auxílios económicos, dos

quais 221 (80% do total de alunos abrangidos pela acção social escolar) se situam

no Escalão A e 55 no Escalão B.

Para além destes, registam-se 8 alunos a receber Bolsas de Mérito. Tratam-se de

alunos carenciados e com excelente aproveitamento escolar.

Na área de intervenção infância e juventude destaca-se ainda o trabalho

desenvolvido no âmbito da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens

(CPCJ) de Carrazeda de Ansiães (criada através da portaria n.º387/2003), tendo

como objectivo primordial a protecção dos direitos das crianças e jovens em perigo

(até aos dezoito anos de idade), garantindo o seu bem-estar e desenvolvimento

integral, quando os pais, representantes legais ou quem tenha a sua guarda de

facto, ameaçam a sua segurança, saúde, formação, educação e desenvolvimento

integral (Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo, Lei 147/99).

Diagnóstico Social

96

Em 2003 foram instaurados 28 processos pela CPCJ de Carrazeda de Ansiães

envolvendo 32 crianças/jovens, cujas idades vão desde os 0 anos até aos 18 anos

de idade.

Quadro N.º64 - Crianças/Jovens Acompanhados pela CPCJ em 2003, segundo a

Faixa Etária e Sexo

0-2 anos 3-5 anos 6-9 anos 10-12 anos

13-15 anos

16-18 anos Grupo Etário

E Sexo M F M F M F M F M F M F

1 1 1 2 5 6 3 4 4 4 1 Nº de Crianças/Jovens 2 3 11 7 8 1

TOTAL 32

Fonte: CPCJ de Carrazeda de Ansiães

Como se pode constatar no quadro acima exposto, a grande maioria das

crianças/jovens acompanhadas pela CPCJ situam-se nas faixas etárias que vão dos

6 aos 15 anos, idades que correspondem à faixa etária abrangida pela escolaridade

obrigatória, a que certamente não estará alheio o facto da problemática dominante

dos processos ser o abandono e absentismo escolar.

Analisando os dados segundo os sexo, constata-se que 46,9% são crianças/jovens

do sexo masculino e 53,1% são do sexo feminino.

As problemáticas assinaladas (no seu todo 39, uma vez que cada processo pode

ter mais que uma problemática associada), apontam sobretudo para o absentismo e abandono escolar (cerca de 46% do total de processos), seguidas pela

negligência (18%) e pelos maus tratos físicos e psicológicos (15,4%).

Relativamente ao tipo de famílias com que residem os menores em

acompanhamento, trata-se, na grande maioria, de famílias nucleares (64,3%),

dentro das quais 4 famílias são extensas. A seguir a este tipo de famílias surgem,

por ordem de prevalência, as famílias monoparentais (25%), dentro destas, apenas

uma família é monoparental masculina. As restantes famílias (10,7%) são famílias

reconstituídas.

O principal meio de vida das famílias dos menores com processo na CPCJ, e

falando apenas em relação às 21 famílias (de um total de 28 famílias) das quais se

detém esta informação, é, para cerca de metade destes agregados, o rendimento

Diagnóstico Social

97

proveniente do trabalho. Os restantes agregados têm como principal meio de vida, e

distribuídos quase de igual forma segundo os meios que a seguir se enumeram, o

Subsídio de Desemprego, o Rendimento Social de Inserção ou Pensão.

7.3. População Idosa

Como já foi referido várias vezes no presente relatório, a população do concelho

está a envelhecer a um ritmo galopante, devido fundamentalmente a dois factores:

por um lado, a diminuição (que no concelho é de quase 50% nos últimos dez anos)

da população jovem e, por outro lado, o aumento da esperança de vida que faz com

que o grupo etário dos 65 anos ou mais tenha assistido, no último período

intercensitário, a um aumento de 16% dos seus efectivos.

Os idosos representam actualmente cerca de 27,8% da população residente no

concelho, contando este grupo etário com um total de 2119 residentes.

Por outro lado, a este grupo etário é associado um conjunto crescente de

necessidades, consequência da alteração dos modos de vida e da recomposição

das estruturas familiares, bem como das inerentes vulnerabilidades económicas, de

saúde, e outras, que fazem deste grupo um grupo de risco face à pobreza e à

exclusão social, merecendo, desta forma, especial atenção por parte das entidades,

instituições e organizações que trabalham no domínio da acção social.

Destinados a esta população existem no concelho de Carrazeda de Ansiães os

seguintes serviços e equipamentos:

Diagnóstico Social

98

Quadro N.º65 - . Serviços e Equipamentos de Apoio à População Idosa

Designação da Entidade

Localização Serviço/Equipamento Lista de Espera

Capacidade Utentes (N.º)

Centro de Dia --- 20 10

Lar de Idosos 70 50 51

Santa Casa da Misericórdia

Carrazeda de Ansiães

Apoio Domiciliário --- 100 75

Total de Utentes 136

Centro de Dia -- 10 6

Lar de Idosos 6 15 21

Centro Social e Paroquial da

Fontelonga

Fontelonga

Apoio Domiciliário -- 18 18

Total de Utentes 45

Centro de Dia -- 30 6 Centro Social e Paroquial do

Pombal

Pombal

Apoio Domiciliário -- 25 20

Total de Utentes 26

Centro de Dia -- 10 5

Mini-Lar de Idosos -- 12 12

Centro Social e Paroquial do

Mogos

Mogo de

Malta

Apoio Domiciliário -- 30 30

Total de Utentes 47

Centro de Dia - 10

Lar de Idosos 10 - 15

Centro Social e Paroquial de

Vilarinho da Castanheira

Vilarinho da Castanheira

Apoio Domiciliário 8 - 10

Total de Utentes 35

Numero Global de Utentes 289 Fonte: Questionário da Rede Social às IPSS’s, Dezembro de 2003 a Fevereiro de 2004, com actualização em Dezembro de 2005

Como se pode constatar, existem, actualmente no concelho, cinco IPSS’s a prestar

serviços de apoio à população idosa, abrangendo um total de 289 utentes, 13,6%

da população idosa residente no concelho. Segundo a Carta Social (DEPP, 2000), a

Diagnóstico Social

99

média da população abrangida por este tipo de valências no continente situa-se em

11,4%, e a média do Distrito de Bragança em 14,8%.

A análise do quadro permite-nos também concluir que a oferta de equipamentos

com valências na área dos idosos é feita na totalidade por organizações particulares

sem fins lucrativos, não existindo no concelho qualquer estabelecimento com fins

lucrativos a prestar este tipo de respostas.

Os 289 utentes dos serviços acima expostos dividem-se pelas valências de Centro de Dia (37 utentes), Lar de Idosos (99 utentes) e Apoio Domiciliário (153

utentes).

O Apoio Domiciliário é a resposta que abrange um maior número de idosos (quase

53% do total global de utentes). No entanto, analisando os dados relativos à

capacidade do equipamento e às listas de espera existentes, podemos constatar

que a resposta “Lar” é a única com lista de espera, dos dados apurados, há pelo

menos 86 idosos a aguardar vaga para integrarem esta resposta. A taxa de

utilização (calculada com base na capacidade instalada e o número de idosos que

abrange) desta valência é na ordem dos 100%. A valência de Apoio Domiciliário,

tema igualmente a sua capacidade de resposta quase preenchida, apresentando

uma taxa de utilização de cerca de 84%.

A valência de Centro de Dia é a resposta menos procurada pela população idosa

do concelho, apresentando uma Taxa de Utilização na ordem dos 46%.

Analisando as taxas de cobertura (calculada com base na capacidade de resposta

e os efectivos populacionais deste grupo etário) dos equipamentos e serviços de

apoio à população idosa, constata-se que, como já acima foi referido, o conjunto

destas valências abrange 13,6% da população idosa residente no concelho.

Desagregando a taxa de cobertura por valência, observa-se que 1,7% da

população idosa do concelho frequenta Centros de Dia, 4,6% está

institucionalizada em Lar e 7,2% tem Apoio Domiciliário.

Diagnóstico Social

100

7.4. População com Deficiência

Segundo a Organização Mundial de Saúde, e partindo do ponto de vista da saúde,

considera-se Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) aquela que apresente, em

carácter permanente, perda ou reduções da sua estrutura, ou função anatómica,

fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidades para certas actividades,

dentro do padrão considerado normal para o ser humano.

Relativamente à classificação das deficiências, estas podem ser congénitas

(nascidas com) ou adquiridas, podendo ser de diferentes tipos: Motora, Paralisia

Cerebral, Mental, Visual, Auditiva e Múltipla.

Segundo os Censos 2001, existem no concelho de Carrazeda 725 indivíduos com deficiência (aproximadamente 9,5% do total da população residente no concelho).

Destes, 335 (46,2%) foram considerados como não tendo grau atribuído e a 390

(53,8%) foi-lhes atribuído grau de incapacidade, com especial destaque para os

indivíduos com grau de incapacidade entre 60% a 80% (20,8% do total da

população residente com deficiência).

Quadro N.º66 - População Residente com Deficiência segundo o Tipo de

Deficiência e Sexo, por Grau de Incapacidade Atribuído

Total Auditiva Visual Motora Mental Paralis.Cerebr.

Outra Defici.

Grau de Incapacidad

e HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM H Total 725 383 73 39 164 69 221 130 111 62 14 8 142 75

Sem Grau Atribuído

335 177 43 21 86 40 86 51 46 24 6 4 68 37

Inferior a 30%

82 42 3 2 14 4 31 19 18 10 1 1 15 6

De 30 a 59% 157 81 11 6 35 14 56 32 23 13 1 1 31 15 De 60 a 80% 94 45 6 3 23 7 32 17 18 10 1 1 15 6

Superior a 80%

57 38 10 7 6 4 16 11 6 4 4 1 15 11

Fonte: INE, Censos 2001

No que concerne ao tipo de deficiência, salientam-se os 221 indivíduos com “deficiência motora” (30,5% do total de indivíduos com deficiência) e os 164 indivíduos com “deficiência visual” (22,6%), a “deficiência mental” representa

Diagnóstico Social

101

também um peso considerável de 15,3% no total da população com deficiência.

Foram ainda contabilizadas 142 pessoas com “outra deficiência”.

Relativamente ao género, observa-se que a deficiência se distribui quase

igualitariamente pelos géneros, sendo que 52,8% das pessoas com deficiência do

concelho são homens e 47,2% são mulheres.

Quadro N.º67 - População Residente com Deficiência, segundo o Tipo de

Deficiência e o Grupo Etário

Tipo de Deficiência Total Grupo Etário

Auditiva Visual Motora Mental Paralisia Cerebral

Outra Defic.

N.º

%

0-9 2 3 3 3 - 6 17 2,4

10-19 - 15 7 9 2 6 39 5,4

20-29 2 12 7 17 1 10 49 6,8

30-39 2 10 6 16 2 15 51 7

40-49 6 6 13 15 2 18 60 8,3

50-59 12 25 35 18 2 27 119 16,4

60-69 16 36 53 15 - 30 150 20,7

70-79 18 43 67 10 2 20 160 22

80-89 12 8 26 8 3 10 67 9,2

90 ou mais anos

3 6 4 - - - 13 1,8

Total 73 164 221 111 14 142 725 100

% 10,1 22.6 30,5 15,3 1,9 19,6 100

Fonte: INE, Censos 2001

Segundo os dados disponíveis, cerca de 60% das pessoas com deficiência

residentes no concelho situam-se nas faixas etárias que vão dos 50 aos 79 anos de

idade. Dentro deste grupos etários, destacam-se os indivíduos com idades

compreendidas entre os 60 e os 69 anos de idade, representando 20,7% do total de

Diagnóstico Social

102

indivíduos com deficiência, e o grupo etário dos 70 aos 79 anos de idade, cujo peso

percentual é de 22%.

Quadro N.º68 - População Residente Deficiente no Concelho, com 15 ou mais

anos, Segundo o Tipo de Deficiência e Sexo, por Condição perante a Actividade

Económica

Tipo de Deficiência Total Condição perante a actividade económica Auditiva Visual Motora Mental Paralisia

Cerebral Outra Defici.

N.º %

População com Actividade Económica

9 27 20’ 6 1 19 82 11,9

População Empregada 9 25 17 5 1 17 74 10,7 População desempregada - 2 3 1 - 2 8 1,2

População sem Actividade Económica

62 127 195 98 12 114 608 88,1

Estudantes - 9 3 3 1 1 17 2,5 Domésticos 8 13 12 5 1 7 46 6,7

Reformados, aposentados ou na reserva

45 80 120 47 2 72 366 53,0

Incapacitados permanentemente para o

trabalho

5 17 54 34 7 23 140 20,3

Outros 3 6 - 4 1 3 39 5,7 TOTAL 71 154 215 104 13 133 690 100

Fonte: INE, Censos 2001

Como se pode constatar no quadro anterior, a grande maioria da população

deficiente, com 15 ou mais anos, residente no concelho, não tem actividade

económica, representando este grupo 88,1% do total das pessoas com deficiência.

Destes, a grande parte situa-se no grupo dos “Reformados, aposentados ou na

reserva” (53%). Salienta-se também a proporção de indivíduos “incapacitados

permanentemente para o trabalho” (20,3%).

Os valores apresentados ao longo deste sub-capítulo destinado à população com

deficiência, são valores que devemos ter em conta quando analisamos a realidade

social. A população com deficiência é um grupo vulnerável à pobreza e à exclusão,

e a sua vulnerabilidade estende-se à família, pois, necessita de grande

disponibilidade para dar apoio à pessoa com deficiência, com consequências sérias

ao nível da economia familiar: as despesas, pelo menos em determinados tipos de

deficiência, são maiores e o rendimento familiar é, à partida mais reduzido, uma vez

que cerca de 88% dos portadores de deficiência não têm actividade económica e,

como é sabido, as pensões e reformas são muito baixas; por outro lado, é muitas

Diagnóstico Social

103

vezes necessário que um elemento da família não trabalhe para prestar o apoio

necessário à pessoa com deficiência.

A agravar toda esta realidade, está o facto de não existir em todo o concelho

qualquer equipamento ou serviço destinado a este grupo, que, pelo que já foi dito,

deveria ser prioritário no domínio da acção social.

7.5. População de Etnia Cigana

A população de etnia cigana é também um grupo de risco a analisar, de grande

vulnerabilidade face à pobreza e exclusão social, inserem-se numa cultura de

marginalização, sendo muito difícil a sua integração social.

No concelho de Carrazeda de Ansiães, residem actualmente, e segundo dados da

Divisão de Acção Social da Câmara Municipal e do Questionário aplicado ao grupo

pela equipa técnica da Rede Social, cerca de 113 indivíduos de etnia cigana,

divididos por 28 Núcleos Familiares.

Quadro N.º69 - População de Etnia Cigana, Residente no Concelho de Carrazeda

de Ansiães, por Escalão Etário

0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos 65 ou +

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

Total

19 26 14 11 19 20 1 3

45 25 39 4

113

Fonte: Questionário da Rede Social, Setembro/Novembro de 2004

À semelhança do que acontece na generalidade das comunidades ciganas, trata-

se de uma população muito jovem, 40% da população de etnia cigana residente

no concelho tem idades compreendidas entre os 0 (zero) e os 14 anos, que

compensam a proporcional falta de idosos (existem apenas 4 idosos dentro desta

comunidade).

Comparando esta realidade com a realidade concelhia, as diferenças são radicais.

Segundo os censos de 2001 a população jovem do concelho representa apenas

12,4% da população residente e o grupo etário com 65 ou mais anos tem um peso

de 27,8% .

Diagnóstico Social

104

A diferença entre o índice de envelhecimento no concelho e neste grupo

específico é assim abismal: no concelho o índice é de 183,4, na comunidade

cigana é de 8,8.

Na realidade, os Ciganos casam-se mais cedo que os não ciganos, o que se traduz

num maior número de filhos por casal e uma maior fecundidade das mulheres, pelo

que o crescimento demográfico é maior do que entre os não ciganos.

Na comunidade cigana de Carrazeda de Ansiães apurou-se, através do já citado

questionário, que cerca de 50% das mulheres com filhos tiveram o primeiro filho

com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos.

Por outro lado, alguns autores assinalam que a esperança de vida é em geral mais

baixa que no resto da população não cigana.

Analisemos, de seguida, as famílias: a sua tipologia, dimensão e estado civil.

Quadro N.º70 – Tipologia das Famílias de Etnia Cigana Residentes no Concelho

Isolada 3

2

2

Monoparental Mãe com filhos Pai com filhos

-

19

18

Nuclear C/ filhos S/ filhos

1

2

2

Extensa Avós com netos

Avó com netos Avô com netos

1

Alargada 2 núcleos

3 ou + núcleos 1

Reconstituída 1

Institucional 1

Fonte: Questionário da Rede Social, Setembro/Novembro de 2004

Diagnóstico Social

105

Como podemos verificar, o tipo de famílias que prevalece na comunidade em

estudo é a família nuclear, representando esta 68% do total das famílias, e, à

exepção de uma família que ainda não tem filhos, todas as restantes são nucleares

com filhos. O número de famílias isoladas é muito baixo, apenas 3 pessoas vivem

nesta situação. Existem duas famílias monoparentais, duas famílias extensas, uma

família reconstituída e uma família institucional.

Quadro N.º71 – Famílias de Etnia Cigana segundo o Estado Civil e o Sexo do

Representante

Casado Total

Solteiro

Legalmente “De Facto”

Viúvo

Separado

Divorciado

HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM H

28 2 1 1 7 1 13 - 5 - 1 - 1 -

Fonte: Questionário da Rede Social, Setembro/Novembro de 2004

O estado civil da grande maioria das famílias de etnia cigana é o de casado (71%),

embora apenas 35% destes estejam casados legalmente. Efectivamente, as

“uniões de facto” têm uma grande prevalência nesta comunidade, correspondendo

a 65% dos casados (na população não cigana do concelho este grupo representa

apenas 3% dos casados). Este tipo de “união” regista-se, na sua totalidade, nos

casais mais jovens (da 2.ª e 3ª geração). O grupo dos viúvos, aliás, das viúvas, é

representado por 5 núcleos familiares, existe apenas um solteiro, um separado e

um divorciado.

Quadro N.º72 – Agregados de Etnia Cigana com Filhos Menores, por Número de

Filhos

C/ 1 Filho Menor 5

C/ 2 5

C/ 3 8

C/ 4 3

Total 21

Fonte: Questionário da Rede Social, Setembro/Novembro de 2004

Diagnóstico Social

106

Quadro N.º73 – Famílias de Etnia Cigana segundo a Dimensão (n.º de pessoas)

C/1 C/2 C3 C/4 C/5 C/6 C/7 C/8 C/9 C/10 ou + Total

3 3 6 4 6 3 1 - 1 1 28

Fonte: Questionário da Rede Social, Setembro/Novembro de 2004

Na comunidade cigana de Carrazeda de Ansiães mais de metade das famílias com

filhos têm 3 ou mais filhos menores de idade, o que se revela na dimensão das

famílias, onde também podemos constatar as diferenças entre esta comunidade e

a comunidade dominante.

De facto, enquanto que a nível concelhio as famílias com 1 e 2 pessoas

representavam em 2001 58,8% do total das famílias, no grupo de etnia cigana este

tipo de famílias representa apenas 21% do total de famílias. Por outro lado, as

famílias com 5 ou mais pessoas representam neste grupo cerca de 43% das

famílias ao passo que no concelho elas representam apenas 8%.

Estamos perante grandes diferenças na estrutura demográfica e estrutura familiar o

que é demonstrativo das diferenças culturais que separam os dois grupos.

É na freguesia de Carrazeda de Ansiães que residem grande parte dos indivíduos

de etnia cigana do concelho (84%).

A comunidade cigana de Carrazeda de Ansiães reside, na sua grande maioria, em

Barracas, num acampamento situado em terreno cedido pela Câmara, sem

quaisquer condições de habitabilidade e salubridade.

Diagnóstico Social

107

Quadro N.º74 - População de Etnia Cigana Residente no Concelho de Carrazeda

de Ansiães, Indivíduos e Núcleos Familiares, por Tipo de Alojamento e Condições

de Habitabilidade

Barracas Habitação Definitiva Sem Condições de habitabilidade

Localidade/Freguesia

Indivíduos Núcleos Famil.

Indivíduos Núcleos Famil.

Indivíduos Núcleos Famil.

Carrazeda de Ansiães 74 17 16 5 85 19

Zedes - - 13 4 3 2

Marzagão-Luzelos - - 3 1 - -

Fontelonga-Penafria - - 5 1 5 1

TOTAL 74 17 37 11 93 22

Fonte: Inquérito da Rede Social, Setembro a Novembro de 2004

Nota: Não está contabilizada a pessoa em situação de institucionalização.

Como se pode constatar, cerca de 67% do total dos residentes de etnia cigana

reside em barracas, todas elas situadas no mesmo acampamento, na freguesia

de Carrazeda de Ansiães.

Existem 37 indivíduos a residir em habitações definitivas, no entanto, só 18 destes

indivíduos (7 núcleos familiares) possuem condições de habitabilidade.

84% dos indivíduos de etnia cigana residentes no concelho, 22 dos 28 núcleos

familiares existentes, não possuem condições de habitabilidade.

Quadro N.º75 - Indivíduos de Etnia Cigana Sem Condições de Habitabilidade, por

Localidade de Residência e Faixa Etária

Faixas Etárias Localidade

0-14 15-24 25-64 65 ou +

Carrazeda de Ansiães 37 20 26 2

Zedes - - 1 1

Marzagão-Luzelos - - - -

Fontelonga-Penafria 3 - 2 -

TOTAL 40 20 28 3

Fonte: Inquérito da Rede Social, Setembro a Novembro de 2004

Diagnóstico Social

108

Analisando os indivíduos de etnia cigana por condições de habitabilidade e faixa

etária, verificamos que existem no concelho 40 crianças a viver sem as mínimas

condições de habitabilidade, praticamente metade do total da população a viver

nestas condições. Importa ainda referir que 32 destas crianças vivem em barracas,

onde a falta de condições significa não ter luz, nem casa-de-banho, existência de

grandes infiltrações de água, inexistência de qualquer isolamento térmico, sem

segurança, sem quartos próprios para dormir, sendo na maioria dos casos o

mesmo espaço e a mesma cama para todo o agregado, em suma, sem as mínimas

condições de salubridade.

Relativamente ao regime de habitação e tipo de alojamento a situação é a

seguinte:

Quadro N.º76 – Regime da Habitação dos Alojamentos Familiares na Comunidade

de Etnia Cigana

Renda 1

Própria 7

Emprestada 2

Coabitada 1

Acampamento 16

Institucional 1

Total 27

Fonte: Inquérito da Rede Social, Setembro a Novembro de 2004 Quadro N.º77 – Tipo de Alojamentos Familiares na Comunidade de Etnia Cigana

Clássico 9

Barraca 16

Casa Rudimentar de Madeira -

Móvel -

Quarto ou Divisão de Casa -

Sem Abrigo -

Outra 3

Total 28

Fonte: Inquérito da Rede Social, Setembro a Novembro de 2004

Diagnóstico Social

109

Através da análise dos dois quadros anteriores constatamos que apenas 7 núcleos

familiares possuem casa própria, dois núcleos residem em habitação emprestada e

um está em regime de coabitação. A maioria das famílias (60%) residem no já

citado acampamento.

O tipo de alojamento vem de encontro ao que atrás se referiu: 9 famílias vivem em

alojamentos clássicos, 16 vivem em barracas e 3 em outro tipo de alojamento (são

casas tipo armazém, espaços exíguos e sem divisões).

Relativamente ao Principal Meio de Vida dos membros desta comunidade,

podemos afirmar que a sua grande maioria depende dos subsídios eventuais (RSI;

Subsídios de Desemprego e outros), do Abono de Família e Abono Complementar

e Pensões.

Os rendimentos provenientes do trabalho, quando existem são irregulares, pois

dependem de trabalhos pontuais, essencialmente agrícolas, que surgem na época

das colheitas (apanha da maçã, vindima e apanha de azeitona).

Existem também alguns agregados que retiram algum rendimento, também ele

instável, da venda de sucata e de cestaria-.

Quadro N.º78 - Receitas/Rendimentos dos Agregados Familiares

Provenientes do Trabalho 12

Abonos de Família 12

Abonos Complementares 5

Pensões 10

Reformas -

Subsídios 5

RSI 7

Outros - Fonte: Inquérito da Rede Social, Setembro a Novembro de 2004

Há, efectivamente, uma grande dependência pública por parte desta comunidade

em todos os sentidos (habitação, rendimentos, etc.) e muitos poucos recursos

pessoais e grupais para sair desta situação.

44% do total das famílias vivem com a ajuda do RSI e do Subsídio de

Desemprego.

Diagnóstico Social

110

Não têm trabalhos estáveis, nem contínuos, vivem “o dia-a-dia”, e os trabalhos que

lhes eram característicos, tais como: recolha de sucata e venda ambulante não

regulada, são cada vez mais difíceis. Por vezes trabalham na agricultura, à jeira,

trabalhos de carácter eventual, que surgem, especialmente, no período das

colheitas, como já foi referido.

O nível de instrução é muito baixo, à semelhança do que se passa na generalidade

das comunidades ciganas.

Segundo os dados apurados pelo inquérito aplicado, a taxa de analfabetismo

(pessoas com 10 ou mais anos que não sabem ler nem escrever) na comunidade

ronda os 66% que, juntando ao número de pessoas que sabem ler e escrever mas

não têm qualquer nível de escolaridade, alcança os 74%. Apenas 7,8% da

população cigana atingiu o 1.º Ciclo e regista-se apenas uma pessoa com o 2.º

ciclo, não se contemplando mais ninguém para além deste níveis mencionados.

O Absentismo Escolar e o Abandono Escolar precoce também são uma

realidade visível nesta comunidade, embora se tenham desenvolvido esforços para

o combater e, segundo informações do Agrupamento Vertical de Carrazeda de

Ansiães, neste momento, ao nível do 1.º Ciclo Básico, todas as crianças de etnia

cigana estão a ir à escola, no entanto, o absentismo ronda actualmente os 90%.

Para os ciganos a família é a chave de transmissão de valores e de educação dos

filhos. Em geral, delega-se muito pouco na escola, a educação é entendida como

algo que se realiza fundamentalmente na família que, à partida, já não coloca

expectativas na escolarização, ou, quando aceita integrar um processo educativo

fá-lo numa perspectiva minimalista, apenas para dotar as crianças dos elementos

mínimos – aprender a ler, a contar e a escrever. A escola é também muitas vezes

considerada como um espaço alheio e adverso à sua cultura. Por outro lado, as

rotinas escolares não são percebidas pelas crianças ciganas que são socializadas

em contextos de liberdade, espontaneidade e de improviso, criando depois

dificuldades na aceitação do professor como figura de autoridade, porque só

respeitam a hierarquia familiar.

Diagnóstico Social

111

Esta é uma problemática que necessita necessariamente de reflexão e estudo no

sentido de repensar a “escola para todos”, a escola multicultural, capaz de

conhecer e reconhecer as diferenças culturais dos seus alunos e dotada dos meios

necessários para cumprir estes objectivos.

Continuando na análise dos dados do inquérito, das 34 pessoas que frequentaram

o ensino normal ao nível do 1.º ciclo, 27 (79,4%) abandonaram sem concluir.

Também no ensino recorrente, e segundo os resultados do mesmo inquérito, das

21 pessoas desta etnia que o frequentaram, apenas 5 (23,8%) concluíram com sucesso.

É de registar ainda que foram contabilizados 20 indivíduos (26% da população

cigana com 10 ou mais anos) que nunca frequentaram a escola, dos quais 75%

são mulheres. 70% dos inquiridos que nunca frequentaram a escola situam-se na

faixa etária dos 25 aos 64 anos de idade.

Actualmente frequentam a Pré-Escola 3 crianças desta comunidade, no 1.º ciclo

estão 18 crianças e apenas 1 no 2.º ciclo e 1 no 3.º ciclo.

Relativamente à formação profissional, 3 inquiridos, do sexo masculino,

afirmaram ter frequentado um curso de cestaria, dos quais 2 praticam, ainda que

de forma irregular, essa actividade. Actualmente encontra-se um elemento do sexo

feminino a frequentar um curso de formação profissional em compotas e doçaria.

Olhando agora para a relação da comunidade cigana com a saúde e a doença

verificamos o que já a literatura sobre o tema nos indicava. A saúde não é, para os

ciganos, pese embora a generalização aqui feita, um assunto que os preocupe

desde que não produzam manifestações de doença. Os ciganos têm muito medo

da doença e da morte e têm pouca consciência que estas se podem prevenir.

Há crianças que ainda crescem sem vacinação adequada devido à ignorância com

respeito à função das vacinas, terror ao processo e à má organização dos pais,

que esquecem datas e prazos.

Por outro lado, algumas crianças terão também deficiente alimentação e nutrição,

por ausência de horários e hábitos saudáveis na organização das refeições.

Diagnóstico Social

112

A sujidade, o abandono em relação ao vestuário e aos cuidados com o corpo,

continuam a ser um elemento frequente, para além da falta de salubridade e

higiene nas habitações.

Por outro lado, o ambiente de liberdade em que a criança cigana é educada, de

“ficar na rua sem supervisão”, pode também ser causa de um maior nível de

acidentes ou lesões.

Na comunidade cigana de Carrazeda constatou-se, através da inquirição, que

existem 15 agregados familiares com doenças crónicas (55% do total dos

agregados). A anemia, a epilepsia e a má circulação são algumas das doenças

mais referenciadas.

Constatou-se também que existe uma enorme taxa de pessoas com deficiência, cerca de 18,7% da população cigana, o que corresponde ao dobro da taxa

presente no concelho (9,5%). Ao contrário de que se constata nos valores dos

Censos 2001, em que 60% das pessoas com deficiência no concelho tinham mais

de 50 anos, na comunidade cigana a população com deficiência é muito jovem,

85,7% situam-se nas faixas etárias que vão dos 0 aos 39 anos.

No que concerne ao tipo de deficiência, dos 21 indivíduos com deficiência, 7 têm

deficiência auditiva (33,3%). A deficiência mental surge a seguir como o tipo de

deficiência com maior incidência neste grupo, registando-se 5 indivíduos. A

deficiência visual e motora também estão presentes, representando cada uma

14,3% das pessoas com deficiência. Há uma situação de paralisia cerebral e dois

indivíduos com outro tipo de deficiência.

Relativamente às famílias, esta problemática atinge 12 dos 27 núcleos inquiridos

(44% das famílias), sendo que existem 4 famílias com 2 deficientes e 1 família com 3 ou mais deficientes.

Mais de metade das mães da comunidade têm filhos falecidos, na sua maioria

(80%) tinham menos de 1 ano de idade à data do óbito.

40% das mulheres com filhos admitiram nunca terem ido a consultas durante a

gravidez e 12% diz apenas ter ido a consultas com o último(s) filho(s). No entanto,

às consultas de saúde infantil, praticamente todas as mulheres responderam que

Diagnóstico Social

113

sim, embora 26% apenas o fizesse somente quando a criança se apresentava

doente.

73% das mulheres dizem ter dado as vacinas aos filhos, 19% afirma ter dados as

vacinas apenas aos últimos filhos e 2 mulheres admitem que nunca deram as

vacinas. Contudo, quando interrogadas sobre se elas próprias tinham levado

vacinas, praticamente 100% afirmaram que não.

Ainda acerca da saúde materno infantil, cerca de 31% das mulheres tiveram

situações de interrupção involuntária da gravidez e regista-se a mesma taxa

para as situações de gravidezes de risco.

Ao nível do planeamento familiar, no que respeita à contracepção, a realidade

nesta comunidade também não é muito animadora. Cerca de 70% das mulheres

em idade fecunda não fazem qualquer tipo de contracepção, embora grande parte

assuma não querer ter mais filhos. Parece-nos que a falta de informação, algum

constrangimento em falar do assunto com os técnicos de saúde, certos mitos que

ainda persistem relativamente à consequências do uso de contraceptivos e

também alguma repulsa em “tomar comprimidos” e falta de organização para o

cumprimento dos horários, serão as causas mais frequentes para este valores.

Por fim, resta salientar que o local do parto para as mulheres desta comunidade

reparte-se quase com igual valor entre o hospital e a casa: 48,6% dos partos foram

feitos em casa e 51,4% no hospital.

Relativamente aos dados atrás expostos há que salientar que, como era de

esperar, os cuidados de saúde, tais como as vacinas, o acompanhamento médico

e a realização dos partos em meio hospitalar têm sofrido uma clara evolução, tal

como no resto da comunidade não cigana. Efectivamente, a preocupação com a

saúde é muito mais evidente nas famílias mais jovens.

Em jeito de conclusão, resta dizer que os ciganos são socialmente encarados

como um grupo problemático e conflituoso, a comunidade não cigana não

compreende o seu modo de vida, pois, vivem na dependência, não trabalham,

portanto, para a maioria das pessoas “eles vivem assim porque assim o querem”.

Por outro lado, os Ciganos vivem caracteristicamente em comunidades muito

Diagnóstico Social

114

fechadas, com regras muito próprias, e uma cultura que choca muitas vezes com a

cultura dominante, principalmente na forma como o trabalho é entendido.

Para os Ciganos, o trabalho é uma necessidade e não um fim em si mesmo. A

forma de entender o trabalho transcende o âmbito laboral e tem reflexos na sua

forma de entender a vida. Preferem ocupações que lhes permitam um controle

sobre a organização do seu trabalho e uma certa independência, pois, necessitam

de dispor de tempo livre para se ocuparem dos assuntos sociais que, para eles,

são vitais. A sua filosofia de trabalho alia muitos valores da sua anterior vida

nómada: liberdade, trabalho em família, conceito de riqueza não cumulativo,

polivalência, etc. Para os Ciganos é muito difícil não só sentirem-se submetidos ao

cumprimento de um horário como admitir a dependência laboral face a outras

pessoas5.

A população da etnia cigana residente em Carrazeda de Ansiães é, em suma, um

grupo destruturado e marginal, extremamente pobre (com recursos muito

escassos) e sofrendo de exclusão social em todos os domínios em que ela pode

acontecer.

7.6. Segurança Social

Segundo os censos de 2001, existiam, no concelho, nesse período censitário, 2499 pensionistas/reformados (32,7% da população residente), 67 indivíduos a receber

subsídio de desemprego (27 homens e, 40 mulheres) e 18 indivíduos abrangidos

pelo Rendimento Mínimo Garantido (12 homens e 6 mulheres), a receber Apoio

Social registavam-se 35 residentes, dos quais 20 eram do sexo masculino.

Os dados fornecidos pelo Serviço Local de Segurança Social, em Agosto de 2004,

dizem-nos que existiam no concelho, nessa altura, 12 processos de Rendimento

Social de Inserção (RSI)”6 , abrangendo um total de 38 indivíduos (0,5% da

5 Associação Secretariados General Gitano, “Actuar com a Comunidade Cigana - Orientações para a Intervenção em Toxicodependência a partir dos Serviços de Assistência” 6 Trata-se de uma prestação pecuniária do regime não contributivo, de montante indexado ao valor da pensão social, sendo calculado em função do rendimento e da composição do agregado familiar.

Diagnóstico Social

115

população residente), sendo a freguesia de Carrazeda de Ansiães aquela que

contém uma maior número de processos e de indivíduos abrangidos.

Quadro N.º79 - Processos Activos de Rendimento Social de Inserção no Concelho

de Carrazeda de Ansiães, por Freguesia, em Agosto de 2004

Processos Activos Freguesias

N.º Indivíduos Abrangidos

Amedo - -

Beira Grande 1 3

Belver - -

Carrazeda Ansiães 5 18

Castanheiro - -

Fontelonga - -

Lavandeira - -

Linhares - -

Marzagão 1 4

Mogo de Malta - -

Parambos (Misquel) 2 5

Pereiros - -

Pinhal do Norte - -

Pombal - -

Ribalonga - -

Seixo de Ansiães 1 1

Selores - -

Vilarinho da Castanheira 1 5

Zedes 1 3

TOTAL 12 38

Fonte: Serviço Local de Carrazeda de Ansiães

Analisando os titulares por sexo, verificamos que se repartem de igual forma pelo

sexo masculino e feminino e, relativamente às faixas etárias, situam-se entre as

faixas que vão dos 25 aos 59 anos de idade.

A atribuição pecuniária é de carácter temporário e pressupõe um programa de inserção sócio-profissional, do qual o idoso está dispensado.

Diagnóstico Social

116

Quadro N.º80 - Titulares do RSI por grupo Etário, em Agosto de 2004

Sexo Grupos Etários

Masc. Fem.

Total

« de 19 anos

20 – 24

25 – 29 2 2

30 – 34 2 2

35 – 39 2 2

40 – 44 1 1

45 – 49 1 1

50 – 54 2 1 3

55 – 59 1 1

60 – 64

65 – 69

70 – 74

75 – 79

80 – 84

Total 6 6 12

Fonte: Serviço Local de Carrazeda de Ansiães

No quadro que se segue, constatamos que 75% das famílias abrangidas pelo RSI

são famílias nucleares com filhos.

Quadro N.º81 - Titulares do RSI por Tipo de Agregado Familiar

Tipo de Agregado Familiar Total

Nuclear sem filhos 1

Nuclear com filhos 9

Mulher com filhos 1 Monoparental

Homem com filhos

Família alargada

Mulher Isolados

Homem 1

Total 12

Fonte: Serviço Local de Carrazeda de Ansiães

Diagnóstico Social

117

O escalão de rendimentos dos agregados beneficiários e o valor da prestação são-

nos demonstrados nos quadros que se seguem.

Quadro N.º82 - Beneficiários do RSI, segundo o Escalão de Rendimento, em

Agosto de 2004

Escalão de Rendimento

0-50€ 50-100€ 100-200€ 200-300€ 300-400€ 400€ e +

% de Beneficiários

30% - - 30% 30% 10%

Fonte: Serviço Local de Carrazeda de Ansiães Nota: Só temos informação dos rendimentos de 10 titulares

Quadro Nº83 - Beneficiários do RSI, segundo o Valor da Prestação, em Agosto de

2004

Valor da Prestação

0-50€ 50-100€ 100-200€

200-300€

300-400€

400€ e +

Total

N.º de

Beneficiários

16,7% 50,0% 8,3% 16,7% 8,3% 0,0% 100%

Fonte: Serviço Local de Carrazeda de Ansiães

Como se pode verificar, 60% dos beneficiários têm rendimentos entre 200€ e os

400€ e o valor da prestação para quase 50% dos beneficiários situa-se entre os

50€ e os 100€, apenas 25% dos beneficiários auferem prestações acima dos 200€.

Diagnóstico Social

118

8. Habitação e Habitação Social

Segundo os censos 2001, existem actualmente no concelho de Carrazeda de

Ansiães 4.955 alojamentos familiares, registando-se, no último período

intercensitário, um decréscimo de 1% (menos 50 alojamentos). Regista-se

igualmente, no mesmo período, uma diminuição no n.º de edifícios (menos 75

edifícios).

Quadro N.º84 - Famílias, Alojamentos Familiares e Edifícios em 1991 e 2001

(variação %)

Famílias Clássicas

Alojamentos Familiares

Edifícios

1991 3229 5005 4912

2001 2992 4955 4837

Variação (%) -7,4 - 1 - 1,5

Fonte: INE, Censos 2001

O decréscimo registado a nível habitacional está intimamente ligado à diminuição

dos efectivos populacionais e, concomitantemente, à diminuição do número de

famílias, menos 237 entre 1991 e 2001.

Vejamos como é que esta realidade se distribui pelas dezanove freguesias do

concelho:

Diagnóstico Social

119

Quadro N.º85 - N.º de Alojamentos Familiares e N.º de Famílias, por Freguesia, em

1991 e 2001 (variação %)

Famílias Clássicas Alojamentos familiares Freguesias 1991 2001 Var. (%) 1991 2001 Var. (%)

Amedo 145 122 -15,8 222 264 +18,9 Beira Grande 108 85 -21,3 175 123 -29,7 Belver 127 126 0,0 230 217 -5,6 Carrazeda Ansiães 409 522 +27,6 604 751 +24,3 Castanheiro 253 241 -0,5 403 383 -5,0 Fontelonga 160 157 -19,3 233 221 -5,1 Lavandeira 113 77 -31,8 154 195 +26,6 Linhares 296 236 -20,3 375 334 -10,9 Marzagão 120 132 +1 211 185 -7,6 Mogo de Malta 57 45 -21 86 90 +4,6 Parambos 141 116 -17,7 213 163 -23,5 Pereiros 133 118 -11,3 218 235 +7,8 Pinhal do Norte 162 144 -11,1 234 163 +12,4 Pombal 190 174 -8,4 310 275 -11,3 Ribalonga 66 52 -21,2 132 117 -11,4 Seixo de Ansiães 181 165 -8,8 310 277 -10,6 Selores 92 74 -19,5 132 126 -4,5 Vilarinho da Castanheira 374 316 -15,5 604 574 -5,0 Zedes 102 90 -11,8 159 152 -4,4

TOTAL 3.229 2.992 -7,4 5.005 4.955 -1,0 Fonte: INE, Censos 2001

O número de alojamentos familiares diminuiu em 13 das 19 freguesias, salientado-

se, em termos negativos, a este nível, a freguesia de Beira Grande que registou

uma variação percentual de -29,7%, seguida pela freguesia de Parambos, com uma

variação de -23,5% alojamentos nos últimos 10 anos.

Dentro das freguesias que registaram aumentos no número de alojamentos,

destaca-se a sede do concelho, com mais 24,3% de alojamentos familiares,

acompanhando o aumento registado no número de famílias clássicas (+27,6%).

Contudo, em primeiro lugar neste “ranking” situa-se a freguesia da Lavandeira que,

ao contrário do que se faria esperar, uma vez que foi a freguesia que se destacou

na perda da população e, como se pode verificar no quadro anterior, teve um

decréscimo de 31,8% no número de famílias clássicas, regista um aumento de

alojamentos na ordem dos 26,6%.

Diagnóstico Social

120

Analisando os Alojamentos segundo a forma de ocupação, veja-se o Quadro que se

segue, observa-se que, dos 4.921 Alojamentos Clássicos contabilizados, 2.925

(59,4%) são utilizados como residência habitual, 1.392 (28,3%) são de Uso Sazonal ou Temporário e os restantes 604 (12,3%) estão vagos.

Quadro N.º86 - Alojamentos Familiares segundo a Forma de Ocupação, 2001

Forma de Ocupação N.º Alojamentos %

Residência Habitual 2.925 59,4

Residência de Uso Sazonal ou Temporário 1.392 28,3

Vagos 604 12,3

Total de Alojamentos Familiares 4.921 100

Fonte: INE, Censos 2001

Quadro N.º87 - Regime de Ocupação dos Alojamentos Clássicos Ocupados

como Residência Habitual, 2001

Regime de Ocupação Total Geral Ocup.

Proprietário Arrendamento Outros

Concelho de Carrazeda de

Ansiães

2 925 2 728 154 43

Fonte: Censos 2001

Quadro N.º88 - Alojamentos Familiares Ocupados, em Edifícios principalmente

Residenciais, por Tipo de Alojamento, 2001

Tipo de Alojamento N.º

Com 1 aloja. 2807

Com 2 Aloja. 73

Com 3 ou + Aloj. 36

Alojamentos Clássicos

Total 2916

Barracas 11

Outros 23

Alojamentos não Clássicos

Total 34

Fonte: INE, Censos 2001

Diagnóstico Social

121

Analisando o Regime de Ocupação dos Alojamentos Clássicos Ocupados como

Residência Habitual, verificamos que a esmagadora maioria dos alojamentos é

ocupada pelo proprietário (93,3%), o Arrendamento tem pouca expressão no

concelho, existindo apenas 154 alojamentos nesta situação (5,3%).

Relativamente ao Tipo de Alojamentos Familiares Ocupados, dos 2950 alojamentos

familiares ocupados como residência habitual, situados em edifícios principalmente

residenciais, 2916 (98,8%) são alojamentos clássicos, e 34 (1,1%) são

alojamentos não clássicos, dos quais 11 alojamentos são Barracas e 23 respeitantes a Outros alojamentos não clássicos (por Outros alojamentos não

clássicos, entende-se, local que, sem qualquer intervenção directa do homem no

sentido de o adaptar funcionalmente para habitação, estava a ser utilizado como

alojamento de um ou mais indivíduos, no momento censitário. Ex.: grutas, vãos de

escada, etc.)

Registe-se ainda que no concelho foram contabilizados 7 alojamentos colectivos,

dos quais 2 são Hotéis e similares e 5 são Convivências.

Atenda-se agora aos dados relativos às instalações existentes nos alojamentos

familiares ocupados, que se expõem nos quadros que se seguem.

Diagnóstico Social

122

Quadro N.º89 - Alojamentos Familiares, Ocupados como Residência Habitual,

segundo Instalações Existentes (Electricidade e Sanitárias) nos Alojamentos, por

Freguesia, 2001

Instalações de Electricidade

Com Retrete no Alojamento Freguesias

Com Elect.

Sem Elect.

Ligado à Rede

Pública de Esgotos

Ligado a Sistema

Particular de Esgotos

Outros Casos

Retrete fora do

Alojamento mas no

Edifício

Sem

Retrete

Amedo 122 - 41 66 3 - 12 Beira Grande 84 1 13 63 1 - 8 Belver 123 3 51 52 2 4 17 Carrazeda Ansiães

513 9 411 69 7 10 25

Castanheiro 231 1 98 104 3 - 27 Fontelonga 136 - 104 8 1 1 22 Lavandeira 77 - - 56 6 - 15 Linhares 231 5 120 60 5 - 51 Marzagão 132 - 3 85 14 3 27 Mogo de Malta 45 - 21 18 -- - 6 Parambos 115 - 57 46 4 - 8 Pereiros 116 2 - 84 1 1 32 Pinhal do Norte 142 2 75 46 3 - 20 Pombal 173 1 102 49 2 - 21 Ribalonga 51 1 5 41 1 - 5 Seixo de Ansiães 163 - 105 45 3 - 10 Selores 73 1 2 53 3 2 14 Vilarinho da Casta.

311 5 213 44 2 24 33

Zedes 87 3 65 17 1 - 7 TOTAL 2 925 34 1 486 1006 62 45 360

Fonte: INE, Censos 2001

Como se pode observar, dos 2959 alojamentos familiares ocupados como

residência habitual, 34 (1,1%) não dispõem de instalações eléctricas e 360 não têm retrete (12,2%), destacando-se, a freguesia da Lavandeira com o maior

número de alojamentos sem retrete.

Relativamente aos alojamentos com retrete no alojamento, apenas 66% estão

ligados ao Sistema de Rede Pública de Esgotos, 44,6% tem Sistema Particular de Esgotos e 2,7% corresponde a Outros Casos.

Diagnóstico Social

123

As freguesias da Lavandeira e Pereiros não têm qualquer alojamento ligado à Rede

Pública de Esgotos porque, provavelmente estaria em execução a sua instalação.

Segundo dados da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, em Março de 2004,

apenas 3 localidades do concelho se encontravam em fase de conclusão

relativamente à Drenagem e Esgotos de Águas Residuais (Foz-Tua, Penafria e

Fiolhal), à excepção destas todas as localidades do concelho estão cobertas pelo

Sistema Público de Esgostos.

Relativamente à Rede Pública de Água e de Iluminação Eléctrica, actualmente,

todas as localidades do concelho estão cobertas a 100%.

Diagnóstico Social

124

Quadro N.º90 - Alojamentos Familiares, ocupados como Residência Habitual,

segundo Instalações Existentes (Água Canalizada, Banho ou Duche e Sistema de

Aquecimento) nos Alojamentos, por Freguesia, 2001

Água Canalizada Instalações de banho ou

Duche

Sistema de Aquecimento

Freguesias C/ Água Canaliz.

S/ Água Canaliz.

C/ Banho

S/ Banho

Aquec. Central

Lareira Aparelhos Fixos ou Móveis

(eléctricos, gás, etc.)

S/ Aquecim.

Amedo 118 4 104 18 5 113 4 - Beira Grande 84 1 73 12 8 70 6 1 Belver 120 6 109 17 17 106 3 - Carrazeda Ansiães

506 16 490 32 80 335 96 11

Castanheiro 228 4 180 52 6 176 45 5 Fontelonga 135 1 113 23 - 135 1 - Lavandeira 74 3 59 18 1 75 - 1 Linhares 222 14 181 55 4 227 5 - Marzagão 128 4 97 35 12 103 17 - Mogo de Malta 43 2 39 6 6 39 - - Parambos 115 - 100 15 1 103 11 - Pereiros 105 13 85 33 - 117 1 - Pinhal do Norte

137 7 122 22 2 142 - -

Pombal 168 6 146 28 1 171 2 - Ribalonga 51 1 44 8 4 39 7 2 Seixo de Ansiães

158 5 149 14 3 155 4 1

Selores 73 1 57 17 3 65 4 2 Vilarinho da Casta.

306 10 240 76 23 287 5 1

Zedes 87 3 80 10 3 84 3 - TOTAL 2 858 101 2 468 491 179 2 542 214 24

Fonte: Censos 2001

Através da análise do quadro anterior, podemos constatar que, e de acordo com os

Censos 2001, cerca de 97% dos alojamentos familiares ocupados como residência

habitual possui água canalizada, no entanto, existem ainda 101 alojamentos sem esta instalação, destacando-se a freguesia de Carrazeda de Ansiães, seguida

muito de perto pela freguesia da Lavandeira, com o maior número de alojamentos

nesta situação.

Diagnóstico Social

125

Relativamente à instalação de banho ou duche, dos 2.959 alojamentos familiares

ocupados como residência habitual contabilizados no concelho, 2.468 (83,4%)

possuem essa instalação e 491 (16,6%) não têm instalação de banho ou duche

no alojamento. Vilarinho da Castanheira é a freguesia que se destaca com maior

número de alojamentos sem este tipo de equipamento (76 alojamentos), seguida

pela freguesia do Castanheiro (52 alojamentos) e Carrazeda de Ansiães (32

alojamentos).

Observando os dados relativos ao sistema de aquecimento, verificamos que o

sistema utilizada na grande maioria dos alojamentos é a Lareira (85,9% dos alojamentos). Existiam no concelho, em 2001, 24 alojamentos familiares

ocupados sem qualquer tipo de aquecimento, situando-se a grande maioria deles

na freguesia de Carrazeda de Ansiães.

Quadro N.º91 - Edifícios Licenciados por Época de Construção

Época de Construção N.º de Edifícios

%

Antes de 1919 974 20,1

1919-1945 427 8,8

1946-1960 371 7,7

1961-1970 482 10,0

1971-1980 974 20,1

1981-1990 914 18,9

1991-2001 695 14,4

Total 4837 100

Fonte: INE, Censos 2001

Como se pode verificar no quadro anterior, existem no concelho, segundo os

Censos 2001, 4.837 edifícios licenciados, 20% destes foram construídos antes de

1919. A década de 70 e a década de 80 foram os períodos de maior construção,

39% dos edifícios licenciados forma construídos nestas duas décadas. No último

período intercensitário regista-se uma quebra de 4,5% nos edifícios construídos

relativamente à década anterior.

Diagnóstico Social

126

Quadro N.º92 - Edifícios segundo o Estado de Conservação, por Freguesia, 2001

Estado de Conservação Com Necessidade de Reparação

Freguesias

Total

Sem Necessidade

de Reparação

Total

Pequenas Reparação

Reparações Médias

Grandes Reparações

Muito

Degradado

Amedo 264 195 68 60 7 1 1 Beira Grande 123 75 48 29 14 5 -- Belver 215 179 35 31 4 - 1 Carrazeda Ansi. 675 538 136 109 19 8 1 Castanheiro 369 214 152 121 22 9 3 Fontelonga 222 78 136 55 55 26 8 Lavandeira 195 127 68 39 26 3 -- Linhares 331 143 187 78 55 54 1 Marzagão 182 60 117 62 37 18 5 Mogo de Malta 91 14 52 22 15 15 25 Parambos 163 33 129 55 56 18 1 Pereiros 230 59 168 57 77 34 3 Pinhal do Norte 263 85 148 51 48 49 30 Pombal 274 14 229 52 75 102 31 Ribalonga 115 66 38 19 5 14 11 Seixo de Ansi. 278 163 112 52 39 21 3 Selores 126 87 33 22 7 4 6 Vilarinho Casta. 570 137 322 139 105 78 111 Zedes 151 99 52 27 18 7 -- TOTAL 4 837 2 366 2 230 1 080 684 466 241

Fonte: INE, Censos 2001

Segundo os Censos de 2001, dos 4.837 edifícios existentes no concelho, apenas

2.366 (48,9%) se apresentam sem necessidade de reparação. 2.230 (46,1%)

edifícios apresentam necessidade de reparação, dos quais 1.080 (22,3%)

necessitam apenas de pequenas reparações, 684 (14,1%) carecem de reparações

médias e 466 (9,6%) necessitam urgentemente de grandes reparações. Edifícios

Muito Degradados, foram contabilizados 241, dos quais 111 (46% dos edifícios

muito degradados) se encontravam na freguesia de Vilarinho da Castanheira.

Diagnóstico Social

127

8.1 – Habitação Social

A habitação social do concelho de Carrazeda de Ansiães concentra-se

exclusivamente na sede deste, e reparte-se por 4 bairros, constituídos na sua

globalidade por 94 alojamentos, onde residem actualmente, segundo as

estimativas da Câmara Municipal e da Santa Casa da Misericórdia, cerca de 100 núcleos familiares.

Bairro da Misericórdia

Construído pela Santa Casa da Misericórdia de Carrazeda de Ansiães,

aproximadamente em 1970, é constituído por 6 Fogos, de tipologia T2, cuja renda

é de valor simbólico.

Actualmente, apenas 4 dos 6 alojamentos são Ocupados como Residência

Habitual. Os restantes 2 alojamentos têm uso Sazonal ou Temporário.

Bairro Dr. Francisco Sá Carneiro

Construído em 1981, este bairro é composto por 24 Fogos de tipologia T3. Trata-

se de um bairro a Custos Controlados, propriedade do extinto Fundo de Fomento

de Habitação (actual IGAPHE – Instituto de Gestão e Alienação do Património

Habitacional do estado), encontrando-se em curso o Protocolo de Transferência

desse património para a Câmara Municipal.

Dos 24 alojamentos existentes neste bairro, 11 encontram-se em Regime de

Renda Resolúvel, 2 são já Habitação Própria, os restantes 11 estão em Regime de

Arrendamento Social. Todos os alojamentos estão Ocupados como Residência

Habitual.

Bairro da Telheira

Concluído em 1991, este bairro viu o seu número de fogos aumentar em 2001, com

a construção de mais 2 habitações, o que perfaz um total de 32 fogos.

Diagnóstico Social

128

Financiado ao abrigo do DL N.º220/83, de 26 de Maio (a Custos Controlados), foi

vendido a 100%, na sua maioria a casal com filhos, residentes no concelho em

casa de familiares ou alugadas.

Os 32 fogos obedecem à seguinte tipologia: 8 T2; 22 T3 e 2 T4.

Bairro do Pereiro

O mais recente de todos, concluído em 2003, foi construído com o objectivo de

realojar os moradores do já extinto Bairro da Santa Águeda (construído em

1977/78 através do Programa C.A.R – Comissão de Alojamento de Retornados,

destinado à população regressada das ex-colónias portuguesas, contava com 24

fogos de pré-fabricação ligeira).

O Bairro do Pereiro foi construído a Custos Controlados e com base num Acordo

de Colaboração entre o IGAPHE, o Instituto Nacional de habitação e a Santa Casa

da Misericórdia de Carrazeda de Ansiães (Programa de Realojamento para

População Residente em Barracas).

A construção deste bairro contou também com um Acordo de Colaboração entre a

Santa Casa da Misericórdia de Carrazeda de Ansiães e a Câmara Municipal de

Carrazeda de Ansiães, a quem coube, o fornecimento dos projectos de execução e

acompanhamento da obra; os encargos financeiros relativos à instalação das infra-

estruturas gerais necessárias; apoio na selecção e realojamento das famílias

contempladas; demolição das barracas do Bairro de Santa Águeda.

O Regime de Arrendamento é a Renda Social e 100% dos alojamentos são

Ocupados como Residência Habitual.

Diagnóstico Social

129

Quadro N.º93 - Tipologia, N.º de Fogos, Núcleos Familiares e População

Residente no Bairro do Pereiro

Tipologia Nº de Fogos População Residente

Nº Núcleos Familiares

T1 5 7 7

T2 12 24 13

T3 11 41 11

T4 4 22 5

Total 32 94 36

Fonte : Santa Casa de Misericórdia de Carrazeda de Ansiães e Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, Março de 2004

Para finalizar este sub-capítulo, atenda-se ao quadro que se segue, que nos dá

alguns indicadores acerca do parque habitacional social concelhio.

Quadro N.º94 - Indicadores sobre a Habitação Social ou a Custos controlados no

concelho de Carrazeda de Ansiães

Estimativa da População Residente em Habitação Social 4%

Habitação Social Municipal Vendida 100%

Habitação Social Não Municipal Vendida 2%

Habitação a Custos Controlados 94%

Outros 6%

Fonte: Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, Divisão de Acção Social, 2004

8.2 – Programas de Recuperação/Reabilitação de Habitações

Para além dos Bairros Sociais, existem no concelho, promovidos pela Câmara

Municipal, outros Projectos de Intervenção a nível habitacional que de seguida

expomos.

Diagnóstico Social

130

Projecto de Luta Contra a Pobreza na Área Social da Deficiência

Promovido pelo CRSS Bragança e levado a efeito entre 1989 e 1993, este projecto

teve como um dos objectivos efectuar Obras de Recuperação/Reabilitação em

habitações de pessoas portadoras de deficiência.

Entre 1991/1993, foram realizadas obras de recuperação em 72 Alojamentos

Familiares, abrangendo um total de 98 indivíduos (43% dos 228 das pessoas com deficiência Identificadas entre 1989 e 1992.)

Relativamente ao Tipo de Obras efectuadas, a maioria consistiu na construção de

instalações sanitárias (mais de 50%). Registaram-se também obras de instalação

de saneamento, água canalizada e electricidade e obras de recuperação da

cobertura e soalho.

Além destas obras de recuperação foram feitas 4 aquisições de casa própria (2 das

quais para reconstrução), 3 construções de raiz e 1 ampliação.

SOLARH

Programa de Apoio Financeiro, inicialmente criado pelo decreto-lei nº 7/99,

revogado pelo decreto-lei nº 39/2001, de 9 Fevereiro que regula o financiamento,

sob a forma de empréstimo a conceder pelo INH por uma única vez a cada

habitação - empréstimo não superior a 30 anos, garantido por hipoteca da

habitação a favor do INH, que abrange as benfeitorias que venham a ser

introduzidas para a realização de obras de conservação ordinária ou extraordinária

e de beneficiação em Habitação própria permanente.

No âmbito deste Programa, que teve o seu início em 1999, regista-se apenas 1 candidatura já aprovada, com obras concluídas, e uma candidatura à espera de

aprovação pelo INH (Instituto Nacional de Habitação).

Cerca de 40 processos não chegaram à fase de candidatura porque não cumpriam

os requisitos (a maioria pelo facto da casa não se encontrar legalizada).

Existem, actualmente, 5 processos incompletos, a tratar da documentação

necessária.

Diagnóstico Social

131

A adesão a este Programa não tem sido significativa. O facto de se tratar de um

empréstimo (mesmo que sem juros), «amedronta» as famílias com necessidade de

apoio, sobretudo por se tratar ou de pessoas idosas, ou de agregados familiares

com rendimentos incertos. De facto, o que tem acontecido é que tentam

«remediar» a situação precária da habitação através do Programa Específico Para

a Melhoria da Habitação, que muito embora com um financiamento inferior, é a

fundo perdido. Outro grande impeditivo, é o facto de a maior parte das casas com

necessidade de recuperação, não estarem legalizadas, ou se encontrarem de tal

maneira degradadas, que o financiamento seria insuficiente.

Programa Específico para a Melhoria da Habitação

Iniciativa da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, cujo Regulamento consta

em Diário da República nº77 de 31 de Março de 2000, Aviso nº 2456/2000, este

Programa visa dar resposta, mediante comparticipação a fundo perdido para a

realização de obras habitacionais, que possibilitem aos agregados familiares de

fracos recursos económicos, melhorar as condições de habitabilidade, salubridade

e conforto.

De facto, nem todos os potenciais necessitados cumprem os requisitos

necessários, sobretudo no que concerne à legalização da casa onde vivem. Uma

grande maioria das famílias, não tem a casa registada na Conservatória, que lhes

foi atribuída, sobretudo, por herança verbal, ou adquirida em negócio não redigido

a escrito.

A maior parte das obras realizadas, refere-se à cobertura, soalho e instalações

sanitárias.

Ano Nº Candidatos Nº Candidatos Apoiados Verbas Despendidas

2000 23 4 10 689,85€

2001 14 8 19 931,00€

2002 16 7 25 013,53 €

2003 6 3 9 847,98€

2004 12 9 26 812,20€

Total 71 31 92 294,56€

Fonte: Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, Divisão de Acção Social, 2004

Diagnóstico Social

132

9. Justiça

Segundo o Anuário Estatístico da Região Norte de 2002, havia, em Janeiro de

2001, no concelho de Carrazeda de Ansiães, 326 processos cíveis pendentes, 19 processos penais e 15 processos tutelares.

No que diz respeito à Segurança Pública, esta é assegurado no concelho pela

Guarda Nacional Republicana, cujo posto se situa na sede do concelho.

Quadro N.º95 - Criminalidade Registada pela GNR no Concelho de Carrazeda de

Ansiães em 2003

Tipo de Crimes N.º

Crimes Contra as Pessoas 62

Crimes Contra o Património 54

Crimes Contra a Paz e a Humanidade -

Crimes Contra a Vida em Sociedade 48

Crimes Contra o Estado -

Crimes Previstos em Legislação Avulsa 19

TOTAL 183

Fonte: GNR de Carrazeda de Ansiães, 2004 Crimes C/ Pessoas: Homicídios, ofensas corporais, violência doméstica, injúria, etc. Crimes C/ Património: furtos, roubos, burlas, extorsão, abuso de confiança, etc. Crimes C/ Vida em Sociedade: incêndios, condução sob efeito de álcool, contrafacção,

falsificação, armas, etc. Crimes C/ Estado: desobediência, resistência, coacção, prisão ilegal, corrupção, peculato,

abuso de autoridade, etc. Crimes Previstos na Leg. Avulsa: estupefacientes, cheques s/ provisão, caça, jogo, condução

s/ habilitação, crimes fiscais, etc.

Segundo os dados disponíveis pela GNR relativamente à criminalidade, durante o

ano de 2003 verificou-se um total de 183 crimes, sendo que a maior parte deles

(33,9%) foram classificados como Crimes Contra as Pessoas, tratando-se

predominantemente de Crimes Contra a Integridade Física (61,3% dos crimes

registados como crimes contra as pessoas). É de salientar ainda em relação a este

crime (Crime Contra as Pessoas) que, segundo a mesma fonte, registou de 2002

para 2003 um aumento de 46,7%.

Em segundo lugar, pela sua predominância, aparecem os Crimes Contra o

Património que, no entanto, e ao contrário do que se verifica nos Crimes Contra

Diagnóstico Social

133

as Pessoas, registaram nos últimos 2 anos um decréscimo de 61,4%. Dentro deste

tipo de crimes o que mais se salienta é o Crime Contra a Propriedade (94,4% dos

Crimes Contra o Património registados em 2003).

São ainda de referir, pelo seu peso relativo, os 48 Crimes Contra a Vida em

Sociedade, tratando-se a maioria deles de Crimes de Perigo Comum.

De 2002 para 2003 houve um aumento no número de crimes, passando de 173

para 183 respectivamente.

Vejamos agora algumas características dos Agentes/Suspeitos de crimes.

Quadro N.º96 - . Agentes/Suspeitos de Crimes Registados no Ano de 2002 e

2003, por Sexo e Escalão Etário

N.º de Agentes/Suspeitos de Crimes, por Sexo e Escalão Etário em 2002

N.º de Agentes/Suspeitos de Crimes, por Sexo e Escalão Etário em 2003

Sexo Escalão Etário Sexo Escalão Etário

M F Menos de 16 anos

16 a 24 anos

26 e mais anos

M F Menos de 16 anos

16 a 24 anos

25 e mais anos

78 28 1 24 74 115 34 2 27 112

Fonte: GNR, 2004

Podemos concluir que o crime é maioritariamente perpetuado pelo sexo

masculino, as mulheres representam, em 2003, 29,6% (peso um pouco inferior ao

registado em 2002, em que as mulheres representavam 35,9% dos

agentes/suspeitos).

De 2002 para 2003 assistimos a um aumento do número de agentes/suspeitos de

crimes (mais 43 agentes/suspeitos), em especial no escalão etário dos 25 ou mais

anos.

Registam-se no concelho, 2 casos de agentes/suspeitos de crimes menores de

idade, mais 1 caso que em 2002, e 27 casos de agentes/suspeitos com idades

compreendidas entre os 16 e os 24 anos, mais 3 que em 2002.

Diagnóstico Social

134

Quadro N.º97 -. Lesados/Ofendidos Registados no Ano de 2002 e 2003, por Sexo

e Escalão Etários

N.º de Lesados/Ofendidos, por Sexo e Escalão Etário em 2002

N.º de Lesados/Ofendidos, por Sexo e Escalão Etário em 2003

Sexo Escalão Etário Sexo Escalão Etário

M F Menos de 16 anos

16 a 24 anos

26 e mais anos

M F Menos de 16 anos

16 a 24 anos

26 e mais anos

58 28 4 9 69 51 60 2 7 94

Fonte: GNR, 2004

Relativamente aos dados disponíveis acerca dos Lesados/Ofendidos, observa-se

um dado curioso no que se refere ao género dos Lesados, pois, em 2002 eles

eram maioritariamente do sexo masculino (67,4%), em 2003 passam a ser

maioritariamente do sexo feminino (54%).

Em consonância com o aumento do número de crimes e número de

agentes/suspeitos deles, verifica-se também um aumento global no número de

lesados/ofendidos, importa, contudo, realçar, que diminuiu o número de lesados

menores de idade e jovens.

Relativamente ao crime específico da Violência Doméstica, que consideramos ser

importante separa-lo dos outros crimes que têm a mesma classificação (Crimes

Contra as Pessoas), foram participados/notificados pela GNR 3 crimes deste tipo

em 2003, mais 1 que em 2002. Crime de Maus Tratos e Abuso Sexual de

Menores, registaram-se 2 participações/notificações em 2002, de 2003 não há

qualquer registo deste crime.

Atenda-se agora aos dados relativos à Sinistralidade Rodoviária.

Quadro N.º98 -. Número de Acidentes de Viação, por Tipo de Acidentes em 2002 e

2003

Acidentes de Viação 2002 2003

Colisões 46 53

Despistes 15 6

Atropelamentos 6 3

TOTAL 67 62

Fonte: GNR, 2004

Diagnóstico Social

135

Ocorreram, em 2003, 62 acidentes de viação no concelho, menos 5 que em 2002.

Analisando os dados de 2001 e 2002, verificamos que aumentaram as colisões,

mas diminuíram, para mais de metade, nesses dois anos, o número de despistes e

de atropelamentos.

Quadro N.º99 - . Principais Causas dos Acidentes de Viação Registados em 2002

e 2003

Causas % em 2002 % em 2003

Excesso de Álcool ou Estupefacientes 3 3

Cansaço - 3

Velocidade Excessiva 29,5 23

Não Cumprimento dos Sinais de Trânsito 16 12,5

Más Condições Climatéricas 1 3

Más Condições da Rodovia - -

Falta de Sinalização ou Sinalização Errada - 5

Distracção 22 19,5

Ultrapassagens Irregulares 4,5 8

Não Cumprimento das Regras de Prioridade 4,5 12,5

Outras. 19,5 10,5

Fonte: GNR, 2004

A Velocidade Excessiva é a causa com maior peso nos acidentes de viação

registados pela GNR (23% dos acidentes), apesar desse peso ter caído 6,5% de

2002 para 2003. A seguir, com maior preponderância, surge a Distracção, causa

de 19,5% do acidentes registados em 2003. Em pé de igualdade estão o Não

Cumprimento dos Sinais de Trânsito e o Não Cumprimento das Regras de

Prioridade, com 12,5%.

Diagnóstico Social

136

9. Cultura, Património, Desporto e Associativismo

A cultura assume uma importância fundamental no desenvolvimento e bem-estar

social. Constitui ainda um contributo fundamental para a preservação e valorização

do património e das tradições, bem como para a manutenção e fortalecimento da

identidade e coesão local e de efectivação da participação social.

Nesse sentido, no concelho de Carrazeda de Ansiães, as acções relacionadas com

a actividade cultural, desportiva e recreativa, têm vindo a merecer uma crescente

atenção.

Quadro N.º100 - Despesas da Câmara Municipal em Actividades Culturais em 1999, 2000 e 2001

Despesas Correntes (euros)

Património Publicações e Literatura

Jogos e Desportos Total de

Despes. Total

Total Museus Total Bibliotecas

Música

Artes Cénicas

Activi. Sócio-Cult.

Recintos Cult.

Total Recintos1999 305 579 305 579 6 400 - 5 018 - 3 517 2 713 202 243 - 26 885 26 885 2000 412 576 412 576 - - 10 934 - 3 536 848 217 665 150 116 105 51 187 20001 981 335 328 922 - - 31 674 10 639 4 220 5 906 183 747 - 26 087 - Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte de 2001 e 2002

De facto, como se pode verificar no quadro anterior, a Câmara Municipal, assiste,

ao longo dos três anos em análise, um aumento gradual e contínuo das despesas

com a Acção Cultural. O grande aumento registado em 2001 deve-se,

essencialmente, aos gastos inerentes com a Biblioteca Municipal, equipamento

muito recente no concelho.

Quadro N.º101 - Número de Utilizadores e Documentos Consultados na Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães, 2003

Utilizadores e Documentos Emprestados na Biblioteca Municipal de C. A. N.º

N.º de Utilizadores 1026

Utilizadores que solicitaram empréstimo 42 Documentos Emprestados para o Exterior Documentos emprestados 491 Fonte: Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, Divisão de Acção Social e Cultural, 2004

Ao nível de equipamentos desportivos, destacam-se no concelho os seguintes

equipamentos:

Diagnóstico Social

137

1 Complexo de Piscinas Municipais (descobertas);

1 Campo de Ténis;

4 Polidesportivos;

1 Campo de Volei;

1 Circuito de Manutenção;

1 Estádio de Futebol;

23 Campos de Futebol de Terra Batida, distribuídos por 23 localidades do

concelho.

Relativamente às iniciativas/actividades desportivas destacam-se alguns eventos

no concelho: os passeios todo-o-terreno das Amendoeiras em Flor, organizado

pelo município, bem como as provas desportivas motorizadas, no âmbito do

Campeonato Nacional de Motocross, organizado pelo Clube Douro Aventura e

integradas no campeonato nacional.

No que se refere a Espaços Culturais existentes no concelho, enumeram-se os

seguintes:

Quadro N.º102 - Espaços Culturais Existentes no Concelho, por Freguesia

Freguesias Espaços Culturais

Auditório do Centro de Apoio Rural:

Biblioteca Municipal :

Carrazeda de Ansiães

Salão dos Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães

Mogo de Ansiães (Belver) Salão da Associação Cultural e Recreativa de Mogo de Ansiães

Castanheiro Centro Cultural - Escola Velha

Mogo de Malta Salão da Assoc. Cultural e Recreativa de Mogos

Parambos Salão do Sporting Club de Parambos

Pereiros – Codeçais Salão da Associação Cultural e Desportiva de Codeçais

Pombal Salão da Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães

Seixo de Ansiães Salão do Centro Cultural e Recreativo de Seixo de Ansiães

Vilarinho da Castanheira Sede da Junta de Freguesia

Zedes Associação Cultural e Recreativa de Zedes - Sede da Junta de Freguesia

Fonte: Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, Divisão de Acção Social e Cultural, 2004

Diagnóstico Social

138

Das associações culturais e recreativas existentes no concelho, destacam-se dois

Grupos de Teatro Amador, uma Banda Filarmónica e vários Grupos Tradicionais.

As Associações e Colectividades Desportivas, Culturais e Recreativas constituem

uma grande fonte dinamizadora da Acção Cultural. No concelho de Carrazeda de

Ansiães existem cerca de 27 Associações/Colectividades deste cariz, contudo,

algumas delas estão, de momento sem actividade.

Quadro N.º103 - Associações e Colectividades Desportivas, Culturais e

Recreativas, do Concelho de Carrazeda de Ansiães

Freguesias Designação da Associação

Amedo Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Areias

Beira Grande Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Beira Grande

Associação Cultural e Recreativa de Mogo de Ansiães Belver

Liga dos Amigos de Belver

Associação dos Zíngaros Carrazeda de Ansiães

Grupo Desportivo da E.B.2,3+S de Carrazeda de Ansiães

Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Tralhariz Castanheiro

Centro Cultural e Desportivo de Castanheiro

Fontelonga Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Fontelonga

Lavandeira Associação Cultural e Recreativa da Lavandeira

Associação Cultural e Recreativa de Linhares Linhares

Associação Desportiva de Campelos

Marzagão Centro Cultural e Recreativo de Luzelos

Mogo de Malta Centro Cultural e Recreativo de Mogos

Sporting Clube de Parambos Parambos

Associação Cultural e Desportiva de Misquel

Pereiros Associação Cultural e Desportiva de Codeçais

Grupo Desportivo e recreativo de Pinhal do Norte Pinhal do Norte

Sport Brunheda e Benfica

Associação Cultural e Recreativa de Pombal de Ansiães Pombal

Club Recreativo de Paradela de Ansiães

Centro Cultural e Desportivo de Seixo de Ansiães Seixo de Ansiães

Centro Cultural, Desportivo e Recreativo de Coleja

Selores Associação Cultural e Recreativa de Selores

Associação Cultural de Vilacastanheira Vilarinho da Castanheira

Associação Filarmónica Vilarinhense

Zedes Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Zedes

Fonte: Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, Divisão de Acção Social e Cultura, 2004

Diagnóstico Social

139

Relativamente às actividades culturais, o concelho de Carrazeda de Ansiães

apresenta uma certa dinâmica na região, atendendo à sua relativa marginalização

em termos de roteiros culturais.

A realização do FARPA- Festival de Artes Culturais de Pombal de Ansiães –

organizado pela Associação Cultural e Recreativa de Pombal de Ansiães, que tem

vindo, há já alguns anos, a dinamizar um programa cultural que se mostra cada vez

mais consistente, ocupando uma semana dedicada a diversos tipos de

manifestações artísticas, com a participação de nomes consagrados a nível

nacional e internacional, e capaz de atrair um público que se vai tornando assíduo.

Há também a assinalar o Festival de Música Medieval, cuja promoção e

organização se deve à Câmara Municipal que, em 2002 deu início a este evento,

que constitui um importante cartaz de atracção turística.

O Festival Internacional de Marionetes e o Festival de Poesia Livre, ambos

também promovidos pela Câmara Municipal, são eventos culturais capazes de se

assumir na região, constituindo igualmente veículos de promoção turística.

Por fim, resta salienta a realização da Feira do Vinho, do Azeite e da Maçã que,

sendo uma feira económica e de promoção dos três produtos mais significativos do

concelho, está aliada a um cartaz de animação cultural, que atrai inúmeros

visitantes e mobiliza as gentes do concelho, constituindo também ela um óptimo

recurso estratégico quer cultural, quer económico e turístico.

O património cultura e arquitectónico do concelho é de uma riqueza única em toda

a região. Habitado desde tempos remotos, o concelho tem testemunhos

arqueológicos diversos, relativamente bem conservados, tendo sido inventariados,

até à data, 25 monumentos arqueológicos.

Em termos de património edificado, o concelho de Carrazeda de Ansiães possui 5

Monumentos Nacionais e 6 imóveis de interesse público. Destacam-se, o Castelo

de Ansiães, as gravuras rupestres da Rapa, os Pelourinhos e os diversos dólmens

existentes, nomeadamente o de Zedes e o de Vilarinho da Castanheira.

Neste sentido, está em curso, actualmente, um projecto de criação e dinamização

de roteiros culturais, promovido pelo Município.

Diagnóstico Social

140

O concelho Possui ainda uma estrutura termal: as termas de São Lourenço, com

águas quentes e sulfúreas, utilizadas para tratar doenças de pele, doenças

digestivas e problemas reumatismais, que possuem também um enorme potencial

turístico e cultural.

O património natural e paisagístico é imenso, estando identificados 11 locais de

grande interesse: Beira Grande, Amedo, Carrazeda, Selores, Vilarinho da

Castanheira, Castanheiro, Seixo de Ansiães, Mogo de Malta, Marzagão, Linhares e

Lavandeira.

Diagnóstico Social

141

II PARTE

Análise Estratégica

Diagnóstico Social

142

1. Nota Introdutória

O Diagnóstico Social traçado permitiu evidenciar um conjunto de problemas que

atravessam o concelho. O acentuado e contínuo declínio demográfico, o

envelhecimento da população e a diminuição da população fértil e em idade activa,

o encravamento físico e as fracas acessibilidades do concelho, os baixos níveis de

escolarização e qualificação dos recursos humanos, o peso de um sector agrícola

pouco dinâmico, a insignificância da indústria e do turismo, os baixos níveis de

rendimento e poder de compra da população, a insuficiência de respostas sociais,

são alguns dos problemas mais importantes com que Carrazeda de Ansiães se

depara.

Após a aprovação do Pré-Diagnóstico foram promovidos e dinamizados grupos de

trabalho temáticos, onde, em ambiente informal se levaram à discussão as

diversas problemáticas, na tentativa de encontrar em conjunto os problemas

inerentes a cada tema, as suas causas possíveis e os recursos e potencialidades

existentes para os combater. Para os diferentes grupos de trabalho foram

convidados a participar os parceiros, de acordo com temas e o trabalho que

desenvolviam, mas também foram convidadas pessoas da sociedade civil que se

considerara importantes para o debate, pelas características pessoais ou

profissionais que reuniam.

Os grupos de trabalho dividiram-se pelos seguintes temas: Demografia/População;

Educação; Agricultura; População Idosa; População com Deficiência; Alcoolismo e

Toxicodependência; Menores em Risco; População de Etnia Cigana;

Desenvolvimento Sócio-Económico e Emprego.

Apesar de não ter havido a participação que se esperava, os vários grupos foram

dinamizados, com a colaboração da equipa técnica de avaliação externa da UTAD,

e atingidos, de forma geral, os objectivos que se propunham. Apenas o grupo de

trabalho relativo ao Emprego não foi realizado por ausência da maioria dos

convidados, foi, no entanto, focado este tema no grupo que debatia o

Desenvolvimento Sócio-Económico.

Os resultados deste debates são apresentados no capítulo que se segue.

Diagnóstico Social

143

2. Grupos de Trabalho: Apresentação dos Resultados

Os grupos de trabalho realizados tinham objectivos de debate que se prendiam

com a construção de uma grelha onde teriam que constar os principais problemas,

de acordo com o tema, as suas causas fundamentais, as potencialidades

existentes no concelho, os grupos mais afectados pelos problemas, os dados que

traduzem a sua gravidade e as prioridades a adoptar para a sua resolução.

Apresenta-se, de seguida, os resultados de cada grupo de trabalho temático.

1. Demografia e População

Problemas

Envelhecimento da população;

Esvaziamento demográfico;

Diminuição da população em idade activa;

Diminuição da população jovem.

Causas Prováveis

Aumento da esperança de vida;

Mobilidade profissional;

Emigração;

Perificidade/interioridade;

Más acessibilidades;

Localização geográfica;

Sector primário em declínio;

Sector secundário quase inexistente.

Potencialidades Presentes (Recursos)

Produtos agrícolas de qualidade;

Existência de recursos naturais possíveis de explorar: pedra/granito;

Diagnóstico Social

144

Turismo.

Grupos mais Afectados

Idosos;

População em idade activa.

Dados que Traduzem a Gravidade do Problema

Índice de envelhecimento;

Evolução demográfica nas últimas décadas.

Prioridades

Dinamização do sector primário: promoção dos produtos locais;

Dinamização da actividade industrial;

Melhoria das acessibilidades.

2. Educação

Problemas

Abandono escolar precoce

Absentismo;

Insucesso Escolar;

Desmotivação;

Dificuldade de inserção dos jovens na vida activa.

Causas Prováveis

Sistema de ensino;

Sistema de valores;

Falta de acompanhamento familiar;

Falta de apoio escolar e psico-pedagógico;

Diagnóstico Social

145

Visão negativa do ensino profissional.

Potencialidades Presentes

Projecto de concentração do 1.º Ciclo na sede do concelho;

Escola Profissional;

Escola E.B.2,3+s;

Associação de Estudantes;

Associação de Pais e Encarregados de Educação.

Grupos Mais Afectados

Alunos do 3.º ciclo e secundário.

Dados que Traduzem o Problema

Níveis de escolarização da população;

Abandono escolar;

Absentismo escolar.

Prioridades

Trabalhar ao nível da motivação dos jovens.

3 Agricultura

Problemas

Comercialização;

Baixos níveis de escolaridade e falta de formação profissional dos

produtores agrícolas;

População muito envelhecida;

Falta de mão-de-obra;

Dimensão das explorações.

Diagnóstico Social

146

Causas Prováveis

Déficit de gestão;

Perificidade;

Subdivisão extrema das parcelas;

Estigma ao trabalho agrícola;

Instabilidade do trabalho/rendimentos agrícola.

Potencialidades Presentes

Qualidade dos produtos;

Turismo rural como complemento da agricultura;

Concentração da oferta (azeite e maçã)

Grupos Mais Afectados

Pequenos e médios agricultores.

Dados que Traduzem a Gravidade do Problema

Não escoamento do produto.

Prioridades

Potenciar os canais de distribuição e venda;

Melhorar os níveis de formação dos agricultores.

4.População Idosa

Problemas

Inadequação das respostas: desajustamentos entre as respostas que se

oferecem e as que são procuradas pela população;

Inadequação dos serviços às necessidades dos idosos;

Falta de redes primárias e de retaguarda familiar.

Diagnóstico Social

147

Causas Prováveis

Falta de recursos financeiros;

Falta de sinergias entre as instituições;

Falta de acompanhamento do organismo de tutela;

Baixo estatuto do idoso;

Falta de motivação/hetergeneidade dos grupos (dependência);

Política social feita de “cima para baixo”;

Despovoamento/Isolamento;

Socialização:

o Alteração dos modelos de família;

o Alteração dos comportamentos sociais – mudanças sociais;

o Modelo de sociedade onde o idoso não tem espaço.

Potencialidades Presentes

IPSS’s existentes no concelho;

Possibilidade de reajustamentos das valências;

Existência de várias Associações Culturais e Recreativas espalhadas pelo

concelho.

Grupos Mais Afectados

Idosos em situação de dependência.

Dados que Traduzem a Gravidade do Problema

Índice de envelhecimento;

Taxa de utilização por valência;

Taxa de cobertura das respostas sociais;

N.º de famílias compostas apenas por um elemento com 65 ou mais anos e

com 2 elementos em que pelo menos um deles tenha idade igual ou

superior a 65 anos;

Despovoamento;

Diagnóstico Social

148

Prioridades

Reforço das redes de apoio e desenvolvimento das sinergias, articulação e

coordenação das respostas entre as instituições de cariz social presentes no

concelho;

Inovação ao nível da gestão das IPSS’s;

Alteração dos modelos de acompanhamento e de entendimento da tutela.

5. População com Deficiência

Problemas

Ausência de respostas sociais;

Existência de barreiras arquitectónicas;

Dependência Económica – fracos recursos financeiros das pessoas com

deficiência.

Causas Prováveis

Alteração do modelo familiar/ausência de redes primárias;

Falta de associativismo;

Cultura/socialização/desvalorização do problema;

Critérios legais não aplicados (sector público);

Falta de informação, sensibilização e divulgação;

Passividade do grupo-alvo;

Falta de articulação dos serviços;

Dificuldade de inserção na vida activa;

Baixas prestações sociais;

Falta de competências profissionais;

Inadequação do sistema de ensino/formação profissional.

Potencialidades Presentes

Equipa de Intervenção Precoce;

Currículos Alternativos;

Diagnóstico Social

149

Apoios Educativos;

Ajudas Técnicas;

Escola Profissional;

Transporte para consultas;

IPSS’s;

Rede Social.

Grupos Mais Afectados

Pessoas com deficiência motora;

Pessoas com deficiência entre os 50 e os 79 anos de idade.

Dados que Traduzem a Gravidade do Problema

Ausência de respostas sociais;

Barreiras arquitectónicas;

População com deficiência segundo meio de vida (88,1% não tem actividade

económica);

Valor das pensões/reformas.

Prioridades

Criação/reforço das respostas sociais/equipamentos;

Campanhas de sensibilização, alerta e informação.

6. Alcoolismo e Toxicodependência

Problemas

Elevados padrões de consumo.

Causas Prováveis

Padrões culturais:

Diagnóstico Social

150

o “Tradução”/interpretação do álcool (consumo culturalmente e

socialmente aceite);

o Pressão do “grupo” (adolescência);

o Socialização familiar;

o Reprodução de comportamentos.

Demissão dos papéis parentais;

Não concentração do tratamento de doenças aditivas;

Integração da doença nos serviços de psiquiatria (estigma);

Distanciação dos serviços e das redes de suporte;

Falta de mecanismos de prevenção/de desenvolvimento de competências/

de articulação;

Falta de ocupação dos tempos livres para a população mais jovem.

Potencialidades Presentes

Centro de Saúde.

Prioridades

Investimento na área sócio-cultural;

Articulação dos serviços;

Acções de informação/prevenção;

Criação de uma Associação de Alcoólicos Anónimos.

7. Menores em Risco

Problemas

Absentismo e Abandono Escolar;

Negligência;

Maus tratos físicos e psicológicos.

Diagnóstico Social

151

Causas Prováveis

Política (definição e acompanhamento) e enquadramento legal;

Pobreza;

Má gestão familiar;

Interacção familiar (famílias disfuncionais);

Alcoolismo;

Desemprego;

Baixos níveis de escolaridade,

Potencialidades Presentes

CPCJ;

Acolhimento familiar.

Grupos Mais Afectados

Crianças/jovens dos 6 aos 15 anos de idade;

Crianças/jovens em ambiente de alcoolismo;

Crianças/jovens com debilidade mental;

Crianças/jovens de etnia cigana.

Dados que Traduzem a Gravidade do Problema

Instabilidade emocional e agressividade;

Insucesso escolar;

Abandono e absentismo escolar;

Nutrição inadequada.

Prioridades

Criação e dinamização de respostas sociais (CAT; Acolhimento familiar);

Colaboração/responsabilização efectiva dos serviços;

Diagnóstico Social

152

Apoio efectivo dos serviços de Saúde;

Escolas “mais atractivas”;

Potenciar os recursos das escolas.

8. População de Etnia Cigana

Problemas

Incompatibilização Cultural:

1. Inadequação do sistema de ensino:

o Absentismo Escolar;

o Abandono Escolar;

o Analfabetismo/Baixos níveis de escolaridade.

2. Inadequação do sistema de saúde:

o Atitude perante a doença.

3. Inadequação do sistema de habitação:

o Más condições de habitação;

o Ausência de infra-estruturas básicas.

4. Inadequação do modo de produção:

o Atitude perante o emprego;

o Dependência pública

Causas Prováveis

Socialização;

Inadequação das políticas sociais;

Inexistência de uma intervenção articulada/concertada entre os serviços.

Potencialidades Presentes

Rede Social.

Diagnóstico Social

153

Grupos Mais Afectados

População de etnia cigana dos 0 aos 24 anos de idade.

Dados que Traduzem a Gravidade do Problema

Abandono e absentismo escolar;

Tipo de habitação existente;

Tipo de infra-estruturas existentes;

Regime de ocupação das habitações;

Taxa de desemprego;

Taxa de analfabetismo;

Principal meio de vida;

Forma de utilização das estruturas de saúde.

Prioridades

Melhoria das condições habitacionais;

Combate ao absentismo/abandono escolar.

9. Desenvolvimento Sócio-Económico

Problemas

Baixa produtividade dos sectores económicos;

Falta de iniciativa empresarial;

Falta de oferta turística (alojamentos, informação e animação).

Causas Prováveis

Falta de associativismo;

Perificidade do concelho;

Envelhecimento da população e despovoamento;

Falta de informação e apoio ao nível da iniciativa;

Falta de promoção turística;

Diagnóstico Social

154

Baixos níveis de instrução;

Fraca exploração dos recursos naturais, paisagísticos e culturais.

Potencialidades Presentes

Roteiros culturais;

Produtos de qualidade;

Recursos naturais, paisagísticos e culturais;

Termas de S. Lourenço;

Incentivos existentes para o sector do turismo;

Centro de Apoio Rural;

Artesanato;

Gastronomia;

História e tradição;

Mercado Municipal;

Escola Profissional.

Grupos Mais Afectados

População em idade activa.

Dados que Traduzem a Gravidade do Problema

Volume de vendas;

Peso relativo dos sectores económicos;

Índice de envelhecimento;

Declínio demográfico.

Prioridades

Dinamização do associativismo;

Melhoria das acessibilidades;

Promoção do concelho e dos seus produtos;

Apoio e acompanhamento das iniciativas;

Diagnóstico Social

155

Melhor adequação do sistema de ensino/formação às necessidades do

mercado de trabalho.

No âmbito desta metodologia participativa os parceiros, e outras personalidades

convidadas, debateram e reflectiram sobre os vários temas atrás expostos. Desta

reflexão conjunta surgiram algumas conclusões que nos permitiram construir a

grelha FOFA (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças) para o concelho.

Desta reflexão foi consensual priorizar quatro grandes eixos problemáticos:

a) Acção Social, que abrange fundamentalmente cinco problemáticas:

Menores em Risco; Alcoolismo; População Idosa; População de Etnia

Cigana e População com Deficiência.

b) Economia/Emprego

c) População

d) Educação/Formação

Diagnóstico Social

156

3. Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças Acção Social

Forças

Menores em Risco CPCJ; Acolhimento Familiar

Alcoolismo Projecto de Prevenção Primária

População Idosa IPSS’s Possibilidade de reajustamento das

valências. População de Etnia Cigana

Rede Social População com Deficiência

Equipa de Intervenção Precoce/ Apoio Educativos e Currículos Alternativos;

Ajudas Técnicas; Transporte para consultas; IPSS’s; Rede Social; Articulação do trabalho ao nível dos

serviços de acção social.

Fraquezas

Menores em Risco Respostas sociais insuficientes; Escassez de recursos técnicos e

financeiros. Alcoolismo

Elevados padrões de consumo; “Permissividade cultural”; Deficiente organização/articulação

dos serviços; Falta de mecanismos de prevenção.

População Idosa Inadequação das respostas/

desajustamentos entre a oferta e a procura;

Lacunas ao nível dos serviços prestados;

Falta de redes primárias e de retaguarda familiar.

População de Etnia Cigana Incompatibilização cultural.

População com Deficiência Ausência de respostas sociais; Barreiras arquitectónicas; Dependência económica da pessoa

com deficiência.

Oportunidades

O envolvimento em parcerias e articulação entre os serviços e instituições;

Definição de prioridades, no âmbito do PDS, e a articulação das acções;

Criação de uma Unidade de Apoio Integrado;

Criação de um Centro de Noite; Políticas Sociais activa; Criação de novos equipamentos sociais

e/ou adaptação de equipamentos já existentes com vista a dar resposta às necessidades emergentes;

Possibilidade de definir candidaturas e recorrer aos programas nacionais existentes na área.

Ameaças

Desmobilização dos parceiros; Aumento do índice de envelhecimento e

índice de dependência – aumento da procura de serviços de apoio à 3.ºª idade.

Diagnóstico Social

157

Acção Social

Perspectiva Analítica

No âmbito da diversidade de problemáticas da acção social foram priorizadas

quatro áreas que, pela sua gravidade e complexidade ou pelo número de pessoas

atingidas, se destacaram na urgência de reflexão para a procura de soluções.

A problemática dos menores em risco foi consensualmente destacada, não tanto

pelo número de situações presentes no concelho, que embora não seja elevado

também não é de minimizar, mas mais pela complexidade das situações e pelas

limitações na actuação. Os menores em risco têm, geralmente, como “background“

famílias disfuncionais, a viver situações de pobreza e exclusão, onde o alcoolismo

é também uma presença, o que se traduz em situações muito complexas e de

difícil resolução.

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo de Carrazeda de

Ansiães (CPCJ), a funcionar desde Maio de 2002, foi criada com o objectivo de

responder e prevenir estas situações. Contudo, e apesar dos esforços e dos

resultados positivos atingidos, a CPCJ vê-se a par com uma série de

constrangimentos que dificultam a sua acção. A falta de recursos humanos

técnicos no concelho capazes de constituir uma verdadeira equipa interdisciplinar

com vista a prevenir e acompanhar as situações de crianças em perigo é um

enorme constrangimento à actuação desta entidade. A inexistência ou insuficiência

de equipamentos de apoio e de respostas sociais é outro obstáculo à resolução

dos problemas. Por fim, o enquadramento legal das CPCJ, a inexistência de

medidas legais a aplicar em situações de abandono escolar (a problemática mais

presente), a falta responsabilização/colaboração efectiva dos serviços (que

também se encontram com problemas de falta de meios técnicos e financeiros),

dificultam ainda mais a actuação desta comissão.

O Alcoolismo é outra das problemáticas presentes, e embora estando conotado

como um problema de saúde, o facto de estar na raiz, e ser ao mesmo tempo

causa, de muitos outros problemas sócio-familiares e de ter implicações ao nível do

Diagnóstico Social

158

comportamento humano, bem como o facto de ter questões culturais e de

mentalidade inerentes, foi aqui analisado como um problema social.

Embora não tenhamos nenhum levantamento rigoroso das situações de alcoolismo

no concelho, existe um levantamento, feito pela Técnica de Serviço Social da

autarquia, que, de Fevereiro de 1989 a Março de 1997 fez o registo dos

atendimentos realizados, destacando os casos que apresentavam problemas de

alcoolismo. Assim, de acordo com este registo, dos 536 atendimentos realizados,

223 indivíduos (podendo haver mais que um indivíduo em cada atendimento –

agregado familiar – com este problema) apresentavam situações de alcoolismo.

Destes indivíduos, 76% tratavam-se de homens e 24% de mulheres. 7,6% destes

eram menores de idade (dos 0 aos 17 anos). Analisando os dados por profissões,

destacam-se os jornaleiros agrícolas (37%), seguidos dos pensionistas (26%),

pelas domésticas (11%) e desempregados (9%). As habilitações literárias destes

indivíduos são muito baixas: 15% não sabe ler nem escrever; 15% não atingiram o

4.º ano e 21,5% têm o 1.º ciclo como o nível máximo de ensino atingido; 46%

respondeu não saber as habilitações que tem. Registaram-se 12 famílias com mais

do que um elemento alcoólico e 137 indivíduos com problemas financeiros.

De facto, os padrões de consumo são elevados, beber álcool, especialmente em

certos tipos de trabalho mais “braçais”, como é o caso do trabalho agrícola, é visto

com normalidade e até promovido: “o vinho dá força”. Os hábitos de consumo

estão muito enraizados e há uma grande falta de informação e, sobretudo, de real

compreensão sobre os seus malefícios. Esta realidade encontra-se sobretudo nas

gerações “mais velhas”, com níveis de escolaridade muito baixos, com trabalhos

instáveis, sobretudo na agricultura, e com poucos rendimentos.

Depois, há também o problema da reprodução de comportamentos, isto nas

gerações “mais novas”, a “pressão do grupo” (adolescência), e a tal permissividade

que a comunidade tem relativamente ao consumo de bebidas alcoólicas, que é, por

isso, muito facilitado e até aceite com normalidade.

A problemática que se segue diz respeito ao grande grupo dos idosos, que no

concelho corresponde já a cerca de 28% da população. O envelhecimento

demográfico, inerente ao aumento da esperança de vida, entre outros factores, tem

Diagnóstico Social

159

como consequência não só o aumento da população idosa, mas também o

aumento de pessoas a que podemos chamar “grandes idosos” ou, como já alguns

autores denominam, a “quarta idade”, que se refere às pessoas com 75 e mais

anos.

Esta nova realidade dá-nos conta e antecipa futuras dificuldades no que diz

respeito à capacidade de resposta das instituições, bem como no tipo e qualidade

de respostas necessárias, nomeadamente, nos serviços de apoio à terceira idade.

Será necessário melhorar a qualidade de vida da população residente no concelho

optimizando os serviços. Será também necessário combater o isolamento pessoal

e social da população idosa, preservando a sua autonomia e ligação aos espaços

que lhe são familiares, bem como combater a exclusão social a que muitos estão

votados. Há que repensar o estatuto do idoso e o papel que tem e o papel que

deveria ter no seio de uma sociedade mais solidária e mais justa.

É de relembrar que 16,6% das famílias do concelho são compostas por idosos a

viver sozinhos, às quais se juntarmos as famílias com dois elementos em que pelo

menos um deles tem 65 ou mais anos, o número sobe para 38,6% do total de

famílias residentes.

Para além da falta de retaguarda familiar, constatou-se também, no debate

realizado para este tema, que há um desajustamento entre a oferta e procura que

urge em corrigir. De facto, ao passo que algumas valência têm uma taxa de

utilização muito baixa, outras há em que a lista de espera é grande. Por outro lado,

a falta de meios financeiros e técnicos não permite muitas vezes prestar um serviço

que pense na pessoa idosa como um todo, com necessidades não só fisiológicas

mas também, e sobretudo, com necessidades afectivas e carências emocionais,

que precisam de resposta.

É necessário mobilizar a comunidade, dinamizar actividades sócio-culturais

capazes de envolver a população e o convívio inter-geracional, acções capazes de

promover o estatuto do idoso; Dinamizar o associativismo e o voluntariado,

promovendo redes de apoio informais e próximas do idoso; Articular as respostas

entre as instituições, procurando optimizar os equipamentos e serviços com vista à

Diagnóstico Social

160

melhoria das respostas. Estas foram algumas das prioridades lançadas no debate

e que importa reflectir.

A comunidade de etnia cigana residente no concelho é também apontada como

uma prioridade de acção pelos problemas de pobreza e exclusão social que

acarreta.

No sub-capítulo da 1.º parte do Diagnóstico dedicado a esta população traçamos o

retrato da situação presente. De facto, trata-se de um grupo destruturado, que

sofre de exclusão social em todos os domínios (económico, educação, emprego,

cidadania, cultura), e com poucos recursos pessoais e grupais para sair dessa

situação.

A maioria dos membros desta comunidade (84%) vivem sem as mínimas

condições de habitabilidade e salubridade, não têm empregos, a taxa de

analfabetismo é levada e os níveis de escolaridade são muito baixos, as crianças,

que correspondem a cerca de 40% da população cigana, faltam sucessivamente à

escola, o insucesso escolar é elevadíssimo, e a esmagadora maioria, quando não

abandona antes, não vai além do 1.º ciclo básico.

A melhoria das condições habitacionais e o combate ao absentismo e abandono

escolar foram as prioridades elegidas pelo grupo de trabalho.

A população com deficiência é outra problemática a merecer reflexão.

Efectivamente, foram recenseados, nos últimos censos, 725 pessoas com

deficiência no concelho, dos quais cerca de 54% têm grau de incapacidade

atribuído.

Esta população está completamente a descoberto ao nível de equipamentos de

apoio e, para além das respostas sociais relativas às pensões e reformas,

normalmente de valor muito baixo, não existem mais acções concretas de

acompanhamento e de inclusão social e promoção da igualdade de oportunidades

para estes cidadãos. As barreiras arquitectónicas e a falta de acessibilidade são

também problemas a considerar.

Torna-se prioritário reunir esforços no sentido de serem criadas respostas sociais e

equipamentos de apoio a esta população, bem como sensibilizar a comunidade

Diagnóstico Social

161

para este problema que, tal como se referiu relativamente aos idosos, se prende

também com o estatuto social que é atribuído ao cidadão com deficiência.

Diagnóstico Social

162

Actividades Económicas

Forças

Produtos agrícolas de qualidade (vinho, azeite e maçã);

Concentração da oferta (maçã e azeite); Recursos naturais (Granito); Diversidade e qualidade do património

natural e paisagístico; Vasto património arqueológico; O Potencial turístico-fluvial dos rios Douro

e Tua; A inserção do concelho na Rota do Vinho

do Porto e na Rota do Azeite; A linha ferroviária do Tua; As termas de S. Lourenço; Artesanato; Gastronomia; História e cultura; Roteiros culturais; Centro de Apoio Rural; Mercado municipal; Escola profissional;

Fraquezas

Relativo encravamento físico do concelho e más acessibilidades;

Evolução demográfica negativa e envelhecimento da população;

Baixa produtividade dos sectores económicos (tecido produtivo muito débil);

Grande peso do sector primário e pouco peso do sector secundário na economia do concelho;

Iniciativa empresarial pouco dinâmica e falta de cooperação entre os empresários;

Taxa de actividade muito baixa; Baixos níveis de escolaridade e de

qualificação da população activa; Taxa de desemprego elevada, sobretudo

no sexo feminino; Déficit de oferta hoteleira; Insuficiente oferta de animação cultural,

desportiva e de lazer; Falta de oportunidades de emprego.

Oportunidades

III e IV Quadro Comunitário de Apoio; Plano de Desenvolvimento do Turismo no

Douro; Criação de novas infra-estruturas

rodoviárias – IC5; Dinamização das linhas férreas históricas; Inserção na Região Demarcada do Douro,

Património Mundial; A Concentração da população na sede do

concelho permite ganhar massa crítica e aproveitar economias de aglomeração;

Procura crescente de actividades de lazer e produtos turísticos ligados à natureza e cultura.

Ameaças

Concorrência em termos de investimento pelos concelhos limítrofes, com melhores acessibilidades;

Fraco peso negocial do concelho (distância dos lugares de decisão; baixo peso relativo dos sectores económicos e peso demográfico);

Esvaziamento populacional progressivo do espaço rural, provocando o isolamento e marginalização dos aglomerados mais distantes da sede do concelho e a redução dos níveis de qualidade de vida;

Tendência para o despovoamento, com reflexos negativos na ocupação do solo, na manutenção do território e no planeamento das infraestruturas, dos equipamentos e dos serviços públicos;

Redução da população activa e dificuldades crescentes na fixação dos recursos humanos mais qualificados;

Diminuição da produtividade e da competetividade da economia local;

Incapacidade de renovar o tecido produtivo e redução da capacidade de iniciativa/investim.

Diagnóstico Social

163

Actividades Económicas

Perspectiva Analítica

O peso excessivo de um sector agrícola envelhecido, de carácter tradicional e

pouco produtivo e rentável, na economia do concelho, a insipiência da indústria e

do turismo, uma estrutura empresarial débil e pouco competitiva, associada à

reduzida dimensão das empresas, à baixa produtividade e à fraca capacidade de

iniciativa e investimento, numa região distante dos grandes centros de decisão e

mercados, bem como dos principais itinerários rodoviários, são alguns dos

problemas mais importantes do concelho.

Há necessidade de inverter esta situação e de promover e organizar o tecido

produtivo local, de apoiar o investimento produtivo em novos sectores de mercado

associados à valorização dos produtos locais.

Carrazeda de Ansiães possui, efectivamente, um quadro negro de problemas e

estrangulamentos, mas tem potencialidades impares: condições naturais e

paisagísticas excepcionais, um património histórico e arquitectónico singular,

produtos agrícolas de grande qualidade e aceitação no mercado, que, em conjunto,

formam interessantes motores de desenvolvimento de sectores e mercados que

ainda não estão a ser eficazmente explorados.

Diagnóstico Social

164

População

Forças

Crescimento e concentração de população na sede do concelho;

Surgimento de novas actividades ligadas ao 3.º Sector capazes de fixar alguma população jovem e qualificada;

Níveis de criminalidade muito baixos, oferecendo o concelho “qualidade de vida” a sectores da população que sentem o desgaste dos grandes centros urbanos, e procuram alternativas de vida, prezando o sossego e a proximidade com a natureza e beleza paisagística.

Fraquezas

Acentuado envelhecimento da população;.

Saldos migratórios e fisiológicos negativos;

Diminuição da população em idade fértil e activa;

Quebra acentuada da população jovem; Fraca densidade populacional; Fraca capacidade para fixar “capital

humano” no concelho (e região), sobretudo jovens com formação média e superior;

Enclave geográfico do concelho e fracas acessibilidades – factores de “repulsa”.

Oportunidades

Criação de emprego no sector social, especialmente nos equipamentos ligados à 3.ª idade;

Atracção de novos residentes provenientes de centros urbanos com problemas de congestionamento.

Ameaças

Esvaziamento e Isolamento populacional progressivo de algumas aldeias mais afastadas da sede do concelho;

Continuação da tendência negativa na evolução demográfica.

Aumento do índice de envelhecimento e do índice de dependência;

Aumento da necessidade de assistência médica e dos serviços de apoio social;

Aumento da dependência da população das contribuições da Segurança Social;

Desequilíbrios ao nível da ocupação do território, da sua manutenção, do planeamento e ordenamento e das infra-estruturas;

Enfraquecimento do peso reivindicativo do concelho;

Diagnóstico Social

165

População

Perspectiva Analítica

O declínio demográfico, o envelhecimento da população e o despovoamento, são,

sem dúvida, os principais problemas com que o concelho, e toda a região, se

debate actualmente e que se irá continuar a confrontar nos próximos anos.

As consequências deste declínio são inúmeras, podendo agravar

significativamente os problemas sociais e económicos já existentes. Da reflexão

feita em conjunto com os parceiros e baseados no Plano Estratégico de

Desenvolvimento para Carrazeda de Ansiães, retiraram-se algumas conclusões,

representadas na grelha acima exposta e referidas de seguida numa perspectiva

mais analítica.

A diminuição e o envelhecimento da população podem vir a ter um impacto

negativo na economia local: por um lado, a menor disponibilidade de mão-de-obra

refreará decisões de investimento na expansão/modernização do tecido

empresarial; por outro lado, a degradação dos índices de empregabilidade

diminuirá as perspectivas de emprego, favorecendo os fluxos migratórios

negativos.

Relativamente ao sistema social, as consequências previsíveis são também

preocupantes: a diminuição da população jovem faz prever implicações no sistema

de educação, que para se reajustar à diminuição de procura terá que encerrar

estabelecimentos de ensino e ver diminuir o seu corpo docente; o aumento da

população idosa reforçará a necessidade de assistência médica e hospitalar, bem

como dos serviços de apoio social e será mais dependente de pensões e reformas;

agravamento do desequilíbrio na pirâmide de idades (dificuldades de inserção

profissional dos jovens, diminuição da taxa de natalidade e índices de

nupcialidade), pondo em risco a coesão social e favorecendo os fluxos migratórios

negativos e o agravamento de fenómenos de marginalidade e exclusão social.

Por fim, o sistema territorial será também profundamente afectado: a desertificação

humana, com consequências negativas ao nível da densidade populacional, da

Diagnóstico Social

166

ocupação do solo e da manutenção do território, poderá provocar problemas

ambientais com a degradação do património natural da região; o despovoamento

acarretará desiquilíbrios ao nível da ocupação do território, do planeamento e

ordenamento do território e das infra-estruturas, criando problemas sérios em

matéria de abastecimento público, no acesso a bens e serviços, compremetendo a

viabilidade das comunidades e das actividades por elas desenvolvidas; a

diminuição do potencial demográfico levará ao enfraquecimento da

representatividade e do peso reivindicativo dos actores locais.

Este cenário pressupõe, evidentemente, que as principais dinâmicas de

transformação social, económica e territorial verificadas nos últimos anos se irão

manter e que, por outro lado, a acção dos poderes públicos, centrais e locais, e dos

agentes privados, bem como as políticas e os instrumentos de desenvolvimento

local não sofrerão alterações significativas nos próximos anos.

Torna-se imperativo prosseguir uma actividade sistemática que torne atraentes as

condições de vida e de trabalho, a par de razoáveis perspectivas de futuro, aos

residentes do concelho ou a quem nele se queira radicar. Este desígnio requer

ainda o estreitamento dos laços locais, o reforço da integração social e a promoção

da identidade cultural. Tratam-se de componentes fundamentais da ancoragem das

pessoas a um território e da manutenção do apego daqueles que embora nele não

residindo a ele se sentem, de algum modo, vinculados.

Este cenário deve servir de quadro de referência para o concelho, devendo orientar

a estratégia a formular e os objectivos a atingir num Plano de Desenvolvimento. O

concelho tem que saber aproveitar os seus recursos e capacidades para enfrentar

o desafio do desenvolvimento.

Diagnóstico Social

167

Educação/Formação

Forças

Concentração das escolas do 1.º Ciclo e de infra-estruturas de apoio;

Existência de todos os níveis de ensino, à excepção do superior;

Existência de ensino profissional; Criação da Carta Educativa do concelho

de Carrazeda de Ansiães; Associativismo.

Fraquezas

Abandono escolar/Desmotivação; Absentismo escolar; Visão negativa do ensino profissional; Dificuldade de inserção na vida activa; Falta de acompanhamento psico-

pedagógico dos alunos com problemas sócio-familiares e de insucesso escolar;

Falta de acompanhamento das situações de abandono escolar;

Elevada taxa de analfabetismo (nos escalões etários mais elevados);

Baixos níveis de escolaridade da população residente.

Oportunidades

Certificação e validação de competências;

Aumento da mão-de-obra qualificada; Aumento do n.º de quadros superiores; Implementação de projectos inovadores

e investimento na melhoria da qualidade de ensino/formação profissional.

Ameaças

Baixa qualificação escolar e profissional da mão-de-obra local;

Indefinição das políticas educativas; Mercado de trabalho débil - dificuldades

de inserção dos jovens na vida activa – desmotivação.

Diagnóstico Social

168

Educação/Formação

Perspectiva Analítica

O Diagnóstico traçado na primeira parte deste documento dá-nos conta que o

concelho apresenta uma taxa de analfabetismo elevada, níveis de escolaridade

muito baixos na população residente, abandono precoce do sistema escolar por

parte dos jovens, a quem falta motivação. Por outro lado, assiste-se a uma

população activa com níveis de qualificação profissional muito baixos, num mundo

onde a aposta nos recursos humanos é essencial para inverter as tendências das

actividades económicas, cada vez mais orientadas pela excelência na qualidade.

Efectivamente, em praticamente todos os temas debatidos em grupos de trabalho a

educação/formação esteve presente. O factor educação é um indicador de

desenvolvimento social integrado, tendo um papel crucial enquanto mecanismo de

mudança e modernização em todos os sectores sociais e económicos.

Importa, por isso, inverter a situação presente, apostando numa escola mais

atractiva e mais eficiente, perceber as causas da falta de motivação dos jovens e

combatê-las, criar espaços de lazer e tempos livres criativos e construtivos,

trabalhar para uma melhor adequação entre a formação profissional e as

necessidades do mercado de trabalho, bem como promover a

articulação/coordenação entre as empresas, Centro de Emprego e Formação

Profissional e a escola.

Diagnóstico Social

169

Considerações Finais

Toda a estratégia pressupõe um momento prévio de análise, de diagnóstico. Traçar

um caminho implica conhecê-lo e perceber as melhores alternativas a tomar.

O planeamento da intervenção para o desenvolvimento social depende do

conhecimento da realidade do concelho, e é justamente essa a função deste

Diagnóstico Social.

O trabalho desenvolvido ao longo destes meses permitiu identificar os principais

problemas presentes no concelho, os constrangimentos à mudança, as ameaças

que existem e as oportunidades e de desenvolvimento que temos ao dispor.

Este documento representa, assim, o ponto de partida para a elaboração de um

Plano de Desenvolvimento, que deverá ser amplamente participado e do qual

deverão resultar consensos entre as entidades e os agentes locais envolvidos

neste processo.

Efectivamente, a participação e a articulação são factores essenciais para a

viabilidade e efectividade de qualquer mudança que se proponha. Tratam-se de

condições fundamentais para se garantir a representação das diversas

sensibilidades face aos problemas e objectivos, bem como para assegurar a

afectação dos recursos essenciais para a efectivação da mudança.

Diagnóstico Social

170

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