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Capítulo 3 Terra e os biomas 2 Capítulo 4 Plantas 36 O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com os temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones: Imagem microscópica Coloração artificial Escala numérica Coloração semelhante à natural Fora de escala numérica Fora de proporção Imagem ampliada Formas em proporção Representa- ção artística Volume 2

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Capítulo 3Terra e os biomas 2

Capítulo 4 Plantas 36

O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com os temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:

Imagem microscópica

Coloração artificial

Escala numérica

Coloração semelhante à natural Fora de escala

numéricaFora de proporção Imagem

ampliadaFormas em proporção

Representa-ção artística

Volume 2

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capí

tulo

Terra e os biomas 3©Shutterstock/Leonardo Mercon

Na imagem, é possível observar uma área do Pantanal.

Essa região do Brasil tem uma enorme diversidade de micro-

-organismos, plantas e animais (como onças, jacarés, capivaras

e aves) e está sendo constantemente ameaçada – assim como

as espécies que nela vivem – por atividades humanas que le-

vam à redução desse bioma.

Quais características que o Pantanal apresenta para abrigar ta-

manha diversidade? Por que é importante preservá-lo?

Biomas na Terra

Distribuição das espécies e a história da Terra

o que vocêvai conhecer

Vista aérea do Pantanal

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Ciências

Diferenciar os biomas brasileiros dos mundiais a partir de suas características.

Relacionar as características dos biomas com as espécies que neles habitam.

Discutir variáveis que interferem na formação dos diferen-tes biomas.

objetivos do capítulo

Biomas na Terra

A biosfera é formada por inúmeros ecossistemas aquáticos e terrestres, constituídos por meio da interação entre os fatores bióticos (seres vivos) e abióticos (componentes físico--químicos do ambiente). As características fundamentais que os diferenciam podem ser: ti-pos de solo, umidade, temperatura, salinidade e altitude.

Os ecossistemas são muito variados e não se distribuem de forma homogênea pelo glo-bo terrestre. Desse modo, aqueles que apresentam semelhanças de clima, cobertura vege-tal, diversidade de seres vivos e tipos de solo são agrupados em biomas. Bioma pode ser definido como uma grande área formada por um complexo de ecossistemas.

Biomas mundiais

O tipo de vegetação de um bioma é muito importante, pois tem influência direta nas espé-cies de seres vivos que serão encontradas nesse local e em suas condições ambientais. Por isso, os biomas mundiais terrestres são classificados considerando clima, fauna e flora próprios. Veja no mapa a localização deles no mundo.

Principais biomas da Terra

Fonte: RICKLEFS, Robert E. A economia da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p. 84. Adaptação.

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Floresta pluvial tropical A denominação pluvial se deve aos altos índices de

chuva apresentados nesse bioma. Nele, o clima é quen-te. É uma das regiões com maior biodiversidade devi-do à presença de água e de luz solar em abundância. A grande variedade de plantas permite o desenvolvimen-to de muitas espécies de animais diferentes, que po-dem as utilizar como alimento ou local de abrigo. São exemplos: Floresta Amazônica, florestas da América Central e da região central da África.

SavanaEsse bioma é próprio de regiões com

climas tropical e subtropical, sendo quente e com duas estações bem definidas: uma chuvosa e outra seca. Nesta, as folhas caem das árvores para evitar a perda de água e suas longas raízes captam-na de camadas mais profundas do solo. Já os animais preci-sam migrar para conseguir alimento e água. São exemplos: Savana africana e Cerrado brasileiro.

Floresta pluvial tropical localizada no Pará, Brasil; região com umidade bastante elevada.

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Savana africana localizada no Quênia, África, no período chuvoso, quando a vegetação cresce.

ciência em práticaNeste experimento, você observará por que é tão importante, para as árvores da Sa-

vana, as folhas caírem durante a estação seca.

ObjetivoCompreender a importância da perda

de folhas que as plantas da Savana têm du-rante a estação seca.

Materiais 1 embalagem plástica transparente

1 pedaço de barbante

1 planta

Como fazer1. Separe algumas folhas de uma planta sem destacá-las do galho.

Pode ser de alguma plantada em um vaso ou de uma árvore do jar-dim da escola.

2. Envolva o galho e as folhas, com cuidado, na embalagem plástica transparente e amarre a extremidade desse recipiente com barban-te, conforme representa a imagem ao lado.

3. Mantenha-a no sol por uma ou duas horas.

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Ciências

Conclusão 1 Descreva o que você observou.

2 Como é possível relacionar o que foi observado com a perda de folhas das plantas da Savana na estação de seca?

Deserto subtropical Região onde praticamente não ocorrem chuvas e as

temperaturas são altas durante o dia, mas muito baixas à noite. Pelo fato de os solos serem secos e pouco fér-teis, a cobertura vegetal é mínima, na qual crescem ape-nas arbustos e cactos, que apresentam como adaptação o armazenamento de água em seu caule. Os animais que sobrevivem a esse ambiente apresentam, em sua maio-ria, hábitos noturnos, quando as temperaturas estão mais amenas. São exemplos: Deserto do Saara e Grande Deserto Arenoso da Austrália.

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Deserto australiano

Que animais vivem no deserto?

Na região central do deserto do Saara, o maior do mundo, já foram descritas 70 espécies de mamíferos, 90 de pássaros resi-dentes (excluindo os migratórios) e por volta de 100 de répteis, entre outros animais. Essa bicharada enfrenta, além da falta de água e do clima extremamente seco, grandes oscilações de tem-peratura ao longo do dia. [...] Esse rigor climático obriga os ani-mais a adotar curiosas estratégias de sobrevivência. [...]

DROMEDÁRIO [...] Este parente do camelo fica até 17 dias sem beber e comer, mas, quando acha uma fonte de água, engole 100 litros em 10 minutos! Uma fileira extra de cílios protege os olhos e a musculatura das narinas permite que ele barre a entra-da de areia. [...]

JERBOA [...] Seus rins produzem xixi altamente concentrado, minimizando a perda de água. [...] ele vive em tocas cavadas em até 1,5 metro de profundidade, onde o solo úmido deixa a tem-peratura mais fresca. Ele faz ainda tocas provisórias para escapar de seus predadores [...]

curiosidade?

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Dromedários

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Jerboa, roedor encontrado no Deserto do Saara.

VASCONCELOS, Yuri. Que animais vivem no deserto? Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/que-animais-vivem-no-deserto/>. Acesso em: 6 fev. 2019. (grifos do original).

10 cm

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CampoNesse bioma, o clima é temperado e seco,

o que impede o crescimento de grandes ár-

vores, havendo, portanto, predominância de

gramíneas. Nele, podem ser encontrados ani-

mais como lobos, raposas e insetos. Também

pode ser chamado de deserto temperado e

recebe denominações específicas em algumas

regiões, como pradaria na América do Norte,

pampa na América do Sul e estepe na Ásia.

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Bosques ou arbustos Bioma de regiões caracterizadas por

chuvas, com temperaturas amenas no inver-

no e clima seco no verão. A vegetação for-

mada por arbustos apresenta adaptações

para resistir à seca, como raízes longas para

absorver água de camadas profundas do

solo. São exemplos: regiões do sul da Euro-

pa e área central do Chile.

Área de bosques e arbustos no Chile

©Shutterstock/Pataporn Kuanui

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Bisão, animal típico dos campos dos Estados Unidos, América do Norte.

Floresta sazonal temperadaEsse bioma ocorre predominantemente no Hemisfério Norte e sua característica principal é

a presença de neve no inverno, estação em que os dias ficam mais curtos, limitando a luminosida-

de. A vegetação é formada por musgos, arbustos e árvores, que perdem as folhas antes do início

do inverno. Em algumas áreas, onde o solo é pobre em nutrientes, se desenvolvem diferentes

espécies de pinheiros.

2,8 m

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Ciências

Floresta pluvial temperada

É um bioma encontrado em regiões como a

América do Norte e a Oceania. Tem uma vegetação

com enormes árvores, como as sequoias, que po-

dem chegar a mais de 100 metros de altura. Alguns

animais que podem ser encontrados nesse ambien-

te são ursos, insetos, coiotes e lobos. No inverno, a

chuva é intensa e as temperaturas são baixas, já no

verão, quando a estação é mais seca, os nevoeiros

são constantes.

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Floresta de sequoias nos Estados Unidos

Caminho inverso

Até pouco tempo atrás, achava-se que era impossível as árvores absorverem água pelas folhas. [...] Segundo a visão clássica, as folhas estão sempre transpirando, perdendo água para o ar [...] a perda de água por transpiração exerce uma força de sucção [...] fazendo a água subir até as folhas enquanto mais água é retirada do solo pelas raízes. [...]

Nos últimos anos, entretanto, alguns pesquisadores começaram a observar que esse fluxo pode ser invertido em situações em que o ar está mais úmido do que a terra. [...]

As florestas de sequoias, árvores com até 115 metros de altura, ocorrem em regiões da Califórnia onde cai uma quantidade de chuva comparável à do sertão nordestino. O que salva essas árvores da seca é a neblina vinda do mar, que satura o ar de vapor-d’água. Nessa condi-ção, as folhas das sequoias absorvem água e param de transpirar, cessando o fluxo de baixo para cima. Ao mesmo tempo, a secura no interior do tronco cria uma força de sucção capaz de puxar a água da atmosfera para baixo, até a árvore se reidratar.

curiosidade?

sucção: ato de sugar uma substância líquida. No caso das plantas, refere-se ao ato de sugar a água pelas raízes para repor o que foi perdido por meio da transpiração.

ZOINERKEVIC, Igor. Caminho inverso. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/05/caminho-inverso/>. Acesso em: 13 mar. 2019.

Taiga

Localiza-se ao norte do planeta, em regiões do

Alasca, do Canadá, da Europa e da Ásia. Também é

conhecida como floresta de coníferas, devido à quan-

tidade imensa de pinheiros. Nesse bioma, as tempe-

raturas são extremamente baixas e há apenas duas es-

tações durante o ano: o inverno, caracterizado por ser

longo, e o verão, por ser curto. As condições ambien-

tais favorecem o desenvolvimento de grandes árvores

e de algumas espécies de animais, como lobos, ursos,

tigres, coelhos e alces, as quais apresentam caracte-

rísticas que lhes permitem sobreviver em locais com

baixas temperaturas, por exemplo: grossa camada de

gordura abaixo da pele e grande quantidade de pelos. Pinheiros da Taiga cobertos de neve durante o inverno

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Tundra

É localizada em regiões de clima polar.

Sua vegetação é baixa, formada por pequenos

arbustos, musgos e liquens, que se desenvol-

vem em um solo permanentemente gelado

e com poucos nutrientes. A camada de solo,

que sempre está congelada, é chamada de

permafrost. A fauna é composta de aves e

mamíferos com características que facilitam a

sobrevivência em regiões frias, como pele gros-

sa, vasto revestimento de pelos e camada de

gordura corporal espessa.

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Ecossistemas aquáticos

A superfície terrestre, além dos continentes, tem uma vasta área coberta por água que

forma diversos ecossistemas. As diferenças entre eles são determinadas principalmente

pela temperatura da água, quantidade de nutrientes dissolvidos, luminosidade, composição

química (como a salinidade), entre outras. De acordo com essas características, os ecossiste-

mas aquáticos podem ser classificados de água doce ou marinhos. Entre eles estão

lagos, córregos e rios;

recifes de corais;

zonas bênticas, que correspondem ao fundo do mar;

zonas pelágicas oceânicas, que são as águas abertas dos oceanos;

estuários, áreas que sofrem o impacto das marés entre os rios e os mares, como os

manguezais;

zonas entremarés, impactadas diretamente pela subida e descida da maré, intercalando

períodos cobertos por água e outros não.

Tundra durante o período de verão, quando as temperaturas chegam a 10 oC e a vegetação se desenvolve.

1,5 m

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Biomas brasileiros

O Brasil é riquíssimo em biodiversidade e abriga inúmeros biomas importantes em seu

território, os quais podem ser de dois tipos:

Biomas continentais – onde está a maior parte da biodiversidade. São eles a Amazônia,

a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pampa e o Pantanal.

Biomas costeiros – abrangem vários ecossistemas diferentes na extensa costa litorânea

brasileira, como manguezais, dunas, costões rochosos, ilhas, restingas, recifes de corais,

baías, praias e falésias.

Analise o mapa a seguir. As porcentagens indicadas no gráfico que o acompanha corres-

pondem à área ocupada por cada bioma do território brasileiro. Assim, aquele que ocupa a

maior área é a Floresta Amazônica, e o que corresponde à menor é o Pantanal.

Fonte: IBGE. Atlas nacional digital. Rio de Janeiro, 2005. Adaptação.

Biomas continentais brasileiros

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Amazônia49,29%

Cerrado23,92%

Mata Atlântica13,04%

Caatinga9,92%

Pampa2,07%

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Amazônia É o maior bioma brasileiro e onde está inserida a maior parte

da Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo. Suas características são: grande quantidade de rios; alta umidade do ar (devido à grande ocorrência de chuvas); solo raso, o qual é pobre em nutrientes devido à rapidez da decomposição de matéria or-gânica e da absorção de nutrientes pelas raízes das plantas.

Estrato superior

Estrato médio

Estrato inferior

A sumaúma é uma das maiores árvores amazônicas e pode chegar a 60 metros de altura. Na imagem, podemos ver que ela compõe o estrato superior da floresta, e outras espécies menores formam os estratos médio e inferior.

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axis A Amazônia abriga cerca de 10% das

plantas do mundo, distribuídas em 3,7 mi-lhões de quilômetros quadrados (na parte brasileira). Nesse bioma, é possível encon-trar diversos tipos de ecossistema associa-dos, que vão desde as florestas fechadas de terra firme, onde existem árvores de 30 a 60 metros de altura, até as várzeas ribeirinhas.

As árvores têm diferentes tamanhos, va-riando de altas a baixas, formando diferentes níveis (estratos) na floresta. Estes reduzem a quantidade de luz que chega ao solo e, por isso, são poucas as plantas rasteiras que se desenvolvem.

O maior rio do mundo em extensão e volume de água se encontra na Floresta Amazônica, é o Rio Amazonas. Na imagem, é possível observar o ponto onde ele deságua no mar visto do espaço

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A Floresta Amazônica é uma vasta região com aproximadamente 60% de sua área no território brasileiro, mas também se estende por outros países que fazem divisa com o Brasil. São eles: Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

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A diversidade de animais na Amazônia também é enorme. Há uma grande variedade de

aves (incluindo papagaios e araras), primatas (como o uacari e o macaco-aranha), roedores,

bichos-preguiça, onças-pintadas, ariranhas, jacarés, lagartos, sapos e insetos. Em seus rios, cir-

cula a maior diversidade de peixes do mundo.

Toda essa biodiversidade sofre constante ameaça principalmente por causa de desmata-

mentos e queimadas, que acontecem para abertura de áreas destinadas à pecuária, à agricul-

tura, à produção de carvão e ao comércio ilegal de madeira de árvores nativas.

Outro grande problema que ameaça a floresta é a construção de usinas hidrelétricas,

como a de Balbina. Quando isso acontece, formam-se lagos artificiais que inundam grandes

áreas e fragmentam o hábitat de muitos seres vivos, modificando a dinâmica populacional nes-

sas regiões.

Peixes em um rio amazônico Araras em florestas do bioma amazônico

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Cerrado Esse é o segundo maior bioma brasileiro e

se localiza nas seguintes unidades federativas:

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocan-

tins, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, São

Paulo e Paraná.

Suas características são: clima tropical

quente e duas estações definidas, inverno seco

e verão chuvoso. Em sua maior extensão, o solo

é arenoso, ácido e rico em alumínio; por causa

dessa característica, é pouco fértil e tem baixa

capacidade de reter água.

A formação vegetal do Cerrado é caracteriza-

da por vegetação rasteira e árvores pequenas de

casca grossa, com galhos retorcidos, aparentando

ser um ambiente seco ou xerofítico (xero=seco)

semelhante ao da Savana. Nele, abrigam-se apro-

ximadamente 10 mil espécies de plantas e muitas

delas são endêmicas, ou seja, não se encontram

em qualquer outro local do mundo.

As plantas têm raízes longas para facilitar

a captação de água presente em grande quan-

tidade no subsolo. No inverno, é comum ocor-

rerem queimadas naturais que, com o calor,

auxiliam na germinação de sementes. As cascas

grossas das árvores as deixam protegidas do

fogo e por isso elas conseguem rebrotar após

a queimada.

Várias áreas desse bioma foram desmata-

das ou queimadas propositalmente para a inserção da pecuária e(ou) da agricultura, porém

esse ambiente deve ser preservado, pois abriga grande diversidade de seres vivos. Entre as

plantas e os animais mais característicos do Cerrado, estão o pequizeiro, o araçá e a gabiro-

ba, bem como a ema, o tamanduá-bandeira, o tatu e o lobo-guará.

Cerrado durante a estação chuvosa

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Queimada no Cerrado durante a estação seca

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Ciências

curiosidade?

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA. Monitoramen-to do desmatamento do Cerrado brasileiro por satélite. Disponível em: <http://www.obt.inpe.br/cerrado>. Acesso em: 13 mar. 2019.

Caatinga A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro localizado

nas seguintes unidades federativas: Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Bahia e norte de Minas Gerais. A palavra "caatinga" é originária do tupi-guarani e significa "mata branca", referindo-se ao aspecto seco da mata durante a maior parte do ano.

Suas características são: clima quente e seco, com pouca chuva. Por essa razão, alguns rios chegam a “desaparecer” du-rante a estação da seca, ocorrida em geral entre os meses de abril e setembro. O solo é rico em nutrientes minerais, mas po-bre em matéria orgânica. O Rio São Francisco é o principal rio da Caatinga e um dos poucos que têm água durante todo o ano.

Entre as espécies de plantas desse bioma, destacam-se os cactos, como o mandacaru e o xique-xique. Para evitar a perda de água, suas folhas são transformadas em espinhos, e os cau-les suculentos armazenam água e realizam fotossíntese.

Além dos cactos, há espécies de arbustos e árvores de porte menor. Essas plantas geralmente apresentam raízes longas e ra-mificadas, que aumentam a capacidade de absorção da água nas camadas mais profundas do solo. Na estação de chuvas, ficam re-pletas de folhas, e o solo fica forrado de pequenas plantas, subs-tituindo a aparência acinzentada pela verde. Como exemplos de árvores maiores podem ser citadas a aroeira, o juazeiro e o umbu.

©Shutterstock/Raul Romario

©Shutterstock/Fabiano Vieira

Cactos, como o xique-xique, são típicos do bioma Caatinga.

O lagarto, chamado popularmente de calango, é encontrado na Caatinga.

Monitoramento do desmatamento do Cerrado

brasileiro por satélite

[...] A partir da década de 1970 o Cerrado se transformou em uma nova e importante fronteira agrícola brasileira. [...] Mas a implementação do conjunto de ações para ocupação humana no Cerrado teve como consequência o aumento do desmatamento – responsável por grande parte das alterações da sua paisagem.

Assim, o Brasil se viu encorajado a estruturar um sistema oficial de monitoramento sistemático do desmatamento para esta região. [...]

O projeto tem como triplo objetivo fortalecer a capacidade institucional do Brasil para o monito-ramento do desmatamento, disponibilizar informações sobre riscos de incêndios florestais e estimar a emissão de GEE [gases do efeito estufa] oriunda do desmatamento e das queimadas no Cerrado.

3 m

30 cm

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Entre os animais encontrados na Caatinga, estão o calango, o carcará, o gambá e o vea-do-catingueiro. Muitos deles têm hábitos noturnos, quando as temperaturas estão mais amenas. O desmatamento na região, devido a atividades agropecuárias, é a principal ameaça para esse bioma, principalmente para as espécies que vivem nele.

Mata AtlânticaEsse bioma originalmente cobria toda a costa brasileira do Rio Grande do Norte até o Rio

Grande do Sul. Hoje, apenas fragmentos dele podem ser encontrados nas regiões litorâneas brasileiras.

Suas características são: clima quente e úmido com grande incidência de chuvas, re-sultando em grande disponibilidade de água, bem como solo pouco profundo e bastante úmido.

As árvores podem atingir 30 metros de al-tura e, em sua maioria, têm raízes tabulares, que servem de suporte no solo pouco pro-fundo. Em sua maioria, as espécies de plantas apresentam folhas largas, já que a disponibi-lidade de água não é um problema nesse am-biente. As espécies mais encontradas eram o jacarandá, o pau-brasil e o palmito, os três praticamente extintos. Contudo, há, ainda, o ipê, o jambo, o jatobá, a embaúba, as bromé-lias, as samambaias, os musgos, as orquídeas, os cipós, entre outros. As espécies vegetais, como em outras florestas, também formam estratos, e tanto as folhas quanto os galhos que caem conservam a umidade do solo e a ma-téria orgânica.

Os animais mais comuns desse tipo de ambiente são: o cachorro-vinagre, a paca, a cutia, o mico-leão-dourado, diversos tipos de morcegos e muitos répteis, anfíbios e aves. Vários deles estão ameaçados de extinção devido à redução do hábitat.

Pelo fato de a Mata Atlântica se estender por planícies e montanhas em uma grande área, abriga variados tipos de vegetação, como floresta pluvial tropical, Mata de Araucárias, restingas e manguezais nas áreas costeiras.

Mico-leão-dourado, primata típico da Mata Atlântica e ameaçado de extinção.

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O grupo deste animal, um anfíbio, é muito

encontrado nesse bioma devido à grande umidade do ambiente.

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Montanhas da costa brasileira cobertas pelo bioma Mata Atlântica

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Ciências

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A Mata Atlântica é uma floresta tropical que originalmente cobria a costa brasileira

do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Como foi a primeira área a ser coloni-

zada e explorada, para a construção de cidades, hoje há somente 7% da mata original

abrigando uma das maiores biodiversidades do planeta. Além disso, a perda da cobertura

vegetal interfere no ciclo de chuvas das várias regiões do Brasil, já que as plantas, pelo

processo de transpiração pelas folhas, liberam grande quantidade de água para a atmos-

fera, que se condensa formando as nuvens.

curiosidade

Pantanal Grande parte do Pantanal está no território

brasileiro e se localiza nas unidades federativas

do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Entretanto,

sua área também se estende pelo Paraguai e pela

Bolívia.

Suas características são: clima quente e úmido,

com dois períodos distintos durante o ano: o de

cheia e o de seca.

Esse bioma é uma planície com muitos rios que

transportam diversos nutrientes, os quais são es-

palhados pelo solo durante as inundações ocorri-

das anualmente ao longo do período das cheias.

Fonte: SOS MATA Atlântica. Disponível em: <www.sosmataatlantica.org.br>. Acesso em: 1 dez. 2011. Adaptação.

Mata Atlântica: original e atual

©Shutterstock/Uwe Bergwitz

©Shutterstock/Lucas Leuzinger

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Vistas aéreas do Pantanal nas estações seca (A)

e chuvosa (B)

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A fauna do Pantanal é uma das mais ri-

cas do Brasil em quantidade de indivíduos.

Os animais mais característicos são o tuiuiú,

a garça, a onça-pintada, a capivara, o jacaré e

diversas espécies de peixes e de anfíbios. A

flora é composta de espécies como aroeira,

angico-vermelho, ingazeiro, embaúba, bro-

mélias e aguapés.

O período de cheia, que vai de novem-

bro a abril, é muito importante para a manu-

tenção do equilíbrio desse ambiente. Nessa

época, os rios dessa região ficam cheios de partículas de alimentos, servindo de comida aos

peixes, que, por sua vez, podem ser consumidos por outros animais, como jacarés, sucuris e

aves que povoam as margens das lagoas. Desse modo, mantém-se o equilíbrio dinâmico da

natureza.

Já o período de seca, que vai de maio a outubro, também permite o desenvolvimento

de muitas formas de vida. Pelo fato de as chuvas se tornarem escassas, o nível das águas

começa a baixar e, consequentemente, algumas lagoas secam. As áreas antes inundadas se

tornam ricas em matéria orgânica, que serve de adubo para as plantas. Nessa época, muitas

árvores começam a florir, e os animais que estavam refugiados vão para as planícies. As aves

começam a pôr seus ovos e a cuidar dos seus filhotes, e os seus ninhos, localizados nas árvo-

res mais altas, ficam cheios de garça, biguá e tuiuiú – ave símbolo do Pantanal.

Este bioma vem sendo constantemente destruído pelo desmatamento, principalmente

para a implantação de áreas para pecuária e agricultura.

PampaO Pampa, termo indígena para "região plana", é um tipo de campo que ocupa pouco

mais de 2% do território do Brasil, sendo cerca de 47% da área do Rio Grande do Sul. Ele se

estende também sobre partes do Uruguai e da Argentina.

Suas características são: clima chuvoso, com temperaturas baixas no inverno. O solo é

fértil, rico em matéria orgânica e nutrientes. Há formação de extensas planícies.

Nessas planícies, a vegetação é rasteira, formada principalmente por gramíneas e arbus-

tos. Nelas, habitam o quero-quero e o joão-de-barro, além de várias espécies de mamíferos,

répteis e anfíbios. De forma semelhante a outros biomas, a pecuária e a agricultura provo-

cam uma grande redução da área de Pampa, ameaçando as espécies que ali vivem.

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As áreas alagadas do Pantanal servem de local para alimentação de muitas espécies, incluindo as aves.

Áreas do Pampa são cobertas por gramíneas A ave conhecida popularmente como quero-quero é típica do Pampa

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Ciências

atividades

1 Ao estudar a Terra e seus ambientes, é importante correlacioná-los com os conceitos estudados em Ecologia. Relacione cada um dos conceitos abaixo com sua respectiva descrição.

( a ) Biosfera

( b ) Ecossistema

( c ) Bioma

( d ) Biodiversidade

( ) Formada por inúmeros ecossistemas, aquáticos e terres-tres, que podem ser pequenos, como uma poça-d’água, ou grandes, como um deserto.

( ) Nome dado ao agrupamento de ambientes que apresen-tam semelhanças de clima, diversidade de seres vivos, ti-pos de solo e cobertura vegetal.

( ) Corresponde à variedade de espécies (fauna, flora e mi-cro-organismos) existentes na natureza.

( ) Formado por fatores bióticos (seres vivos) e abióticos (componentes físico-químicos) como também pela intera-ção entre eles.

2 Bioma com pouca cobertura vegetal e com animais de hábito noturno. Apresenta grandes oscila-ções de temperatura ao longo do dia, com dias quentes e noites frias.

Essa descrição se refere ao bioma chamado

a) Campo.

b) Deserto.

c) Floresta pluvial temperada.

d) Floresta pluvial tropical.

3 Os ursos polares, renas e raposas-do-ártico são animais que apresentam pele grossa, um denso re-vestimento de pelos e a presença de uma grossa camada de gordura corporal. Vivem em um bioma que apresenta muita neve no inverno, quando as temperaturas podem chegar a – 30 oC. No verão, a temperatura chega a, no máximo, 10 oC. A vegetação, nessa região, é baixa, formada por pequenos arbustos, musgos e liquens, que se desenvolvem em solo permanentemente gelado e com poucos nutrientes. As características mencionadas estão se referindo ao bioma denominado

a) Taiga.

b) Savana.

c) Bosques e arbustos.

d) Tundra.

4 O Brasil apresenta muitos ecossistemas que podem estar integrados. Eles têm características co-muns em relação ao clima e à biodiversidade. Nesse caso, dizemos que há um bioma. As imagens a

seguir representam alguns biomas brasileiros, com semelhanças entre eles, mas contendo diferen-ças importantes que auxiliarão na sua identificação. Depois de identificá-los, escreva os aspectos que lhes permitiram fazer essa identificação.

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5 Leia o texto e responda às questões.

Ovo

Mangue

Larva

Oceano

Adulto

a) Qual é a importância dos manguezais para a manutenção da biodiversidade em mares e oceanos?

b) De que maneira a vegetação do manguezal está relacionada com os animais que nele habitam?

Cervo-do-pantanal

Os manguezais se localizam próximo à foz dos rios, onde a água doce do rio se encontra com a água salgada do mar. Por essa razão, esses ecossistemas têm influência tanto do ambiente marinho quanto do ambiente de água doce. O camarão-branco e o camarão-rosa, por exemplo, podem ser encontrados em mar aberto na fase adulta. No entanto, durante a fase jovem de seu desenvolvimento, eles habitam o emaranhado das raízes dos manguezais, onde encontram pro-teção contra os predadores e fartura de alimento, o que contribui para o seu desenvolvimento inicial. Muitos outros animais, inclusive peixes, também deixam seus ovos nos manguezais, garantindo, assim, o desenvolvimento e a alimentação de seus “filhotes”.

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Distribuição das espécies e a história da Terra

Ao estudar os biomas terrestres, é possível observar que cada um deles apresenta espécies típicas de seres vivos. As ca-racterísticas que esses seres apresentam estão relacionadas com as condições ambientais.

Um exemplo é o cervo-do-pantanal, que atualmente é encon-trado quase que exclusivamente no Pantanal.

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Ciências

Outro exemplo é a palmeira buriti, encontrada naturalmente

no Cerrado. Essas espécies são chamadas de espécies endêmicas.

Os seres vivos são amplamente distribuídos pela Terra e, em

alguns casos, uma mesma espécie pode ser encontrada em dife-

rentes biomas pelo mundo.

A compreensão dessa distribuição passa não somente pelo

estudo das características dos biomas, mas pelo entendimento

de como ocorreram as modificações nos ambientes no decorrer

de milhões de anos e a interação dos seres humanos com as ou-

tras espécies.

Biogeografia

A Biogeografia é o ramo da ciência que estuda o modo de dis-

tribuição das espécies pelo planeta Terra ao longo do tempo. Trata-

-se de uma área de estudo complexa, que engloba conhecimentos

da Ecologia, Geologia, Evolução, Paleontologia e Geografia, e é

muito importante na identificação das áreas de espécies endêmi-

cas e na demarcação de áreas de conservação da biodiversidade.

Para compreender essa distribuição, a Biogeografia também

pesquisa por que e quanto cada um dos ecossistemas de um bioma

são diferentes. Este tem aspectos que podem estar relacionados a

temperatura, umidade, relevo, solo e ação humana. Os seres vivos,

por sua vez, têm características próprias que facilitam sua sobrevi-

vência onde habitam. Assim, quando ocorrem transformações no

ambiente, aqueles que apresentam atributos favorecedores para

viver em meio a essas mudanças sobrevivem e geram descendentes.

Para entender a distribuição das espécies no planeta Terra, é ne-

cessário considerar alguns fatores em relação ao ambiente de vida:

recursos disponíveis, como água, alimento e abrigo;

capacidade dos indivíduos de conquistar novos ambientes;

presença de características nesses seres vivos que permitem

a eles sobreviver às mudanças ambientais;

grau de interferência das atividades humanas, como desma-

tamento, caça, poluição, transporte de espécies de um local

para outro, medidas de conservação, etc.;

atuais condições ambientais da Terra e também a influência

de eventos históricos ocorridos ao longo de milhões de anos

nela, como alterações do nível do mar e glaciações.

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As glaciações correspondem a períodos em que a temperatura do planeta está abaixo da média, fazendo com que boa parte dele fique coberta de gelo. Esse fenômeno pode durar milhares de anos e causar a extinção de muitos seres vivos.

A teoria da evolução, proposta

por Charles Darwin (1809-1882),

considera que o ambiente está

em permanente transformação

e, desse modo, as espécies são

afetadas ao longo do tempo.

Se um ambiente é modificado,

os indivíduos presentes nele

precisam sobreviver a essas

mudanças, porém nem todos

resistem. Isso define um

processo denominado por

Darwin de seleção natural,

em que aqueles indivíduos

com características favoráveis

a um determinado ambiente

sobrevivem às mudanças

e geram descendentes,

garantindo a continuidade

da espécie nesse local.

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Então por que antigamente não existiam zebras e cavalos na América, já que essa região apresenta biomas semelhantes aos da Ásia e da África? Porque o oceano é uma barreira natural intransponível para esses animais. Os cavalos foram trazidos em caravelas pelos eu-ropeus quando chegaram à América e nela se estabeleceram, domesticados ou em grupos selvagens.

Placas Tectônicas e deriva continental

O local onde estão os seres vivos é a camada superior do nosso planeta, denominada de crosta terrestre, que pode chegar a uma profundidade de 70 Km e é responsável pela formação dos continentes e do fundo dos oceanos. Por muito tempo, pensou-se que essa camada tinha a mesma disposição desde a formação do planeta, sendo uma estrutura contínua, fixa e que não sofria alterações.

Contudo, na década de 1910, começou a ser aceita uma ideia defendida por vários estu-diosos, entre eles o meteorologista e geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930), de que os continentes se movimentam e, inicialmente, todos eles estavam unidos formando um supercon-tinente denominado Pangeia e um oceano único, que recebeu o nome Panthalassa. Essa ideia é chamada de teoria da deriva continental e, segundo ela, em milhões de anos esse continente único se fragmentou em blocos continentais que foram se afastando. Inicialmente foram forma-dos dois continentes – um ao norte, denominado Laurásia, e outro ao sul, denominado Gondwa-na. Depois, eles deram origem a outros continentes, que, com o passar dos anos, assumiram a forma atual.

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Representação esquemática da distribuição de cavalos, asnos e zebras nos continentes asiático e africano

Zebra de Grevy

Zebra da montanha

Zebra da planície

Asno africano

Onagro

Cavalo de Przewalski

Um exemplo é o do gênero Equus (cavalos e zebras), que apresenta várias espécies dis-tintas, originárias de um ancestral que se espalhou pelos continentes asiático e africano. As zebras que vivem nas montanhas têm muitas semelhanças com as outras espécies desse gênero, porém apresentam peculiaridades exclusivas, que as diferenciam, por exemplo, das zebras das planícies. Portanto, são de espécies diferentes.

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Ciências

Os fatores que justificam essa teoria são: a forma dos continentes atuais, que, se fosse

possível de serem movimentados, poderiam ser encaixados; a similaridade das rochas en-

contradas nas bordas dos continentes; a identificação de fósseis de animais e de plantas em

diferentes continentes que hoje são distantes entre si.

280 milhões de anos 135 milhões de anos Atualmente

Pangeia Laurásia e Gondwana

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Representação esquemática da separação dos continentes no decorrer de milhões de anos

curiosidade?

Fósseis nos diferentes continentes

Não existem registros

de como era o planeta Terra

milhões de anos atrás. O es-

tudo dos fósseis, das rochas

e do clima, por sua vez, per-

mite o desenvolvimento de

teorias sobre como o planeta

se modificou no decorrer do

tempo.

A teoria de que os conti-

nentes já foram unidos é re-

forçada, por exemplo, pelo

fato de fósseis das mesmas

plantas (já extintas) serem

encontrados na África, no

Brasil, na Austrália, na Índia e na Antártica. Essas plantas não teriam como atravessar os

oceanos, há milhões de anos, para se propagarem por esses locais.

Outro indício dessa união são os fósseis de dinossauros encontrados apenas na Áfri-

ca e na América do Sul, esses animais também não sobreviveriam à travessia dos oceanos.

Divo. Padilha 2017. Digital.

Representação esquemática de alguns fósseis encontrados em diferentes regiões da

Terra, sugerindo proximidade dos continentes no passado.

América do Norte

América do Norte

América do Norte

América do Sul

América do Sul

América do Sul

AntárticaAntártica

Antártica

AustráliaAustrália

ÁfricaÁfricaÁfrica

EurásiaEurásia

Eurásia

Mar de Tétis

Mar de Tétis

Oceano Índico

Ártico

Índia

Oceano Atlântico

Cynognathus

África

Índia

Lystrosaurus

Austrália

Antártica

Mesosaurus

Glossopteris

Américado Sul

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A deriva continental considera que nosso o planeta é dinâmico e está em transformação

ao longo do tempo, inclusive na atualidade. Porém, quando essa teoria foi estabelecida, não

explicava como os continentes poderiam se movimentar.

Essa explicação foi possível a partir da compreensão de que a crosta terrestre não é

contínua, mas formada por blocos denominados Placas Tectônicas. Estas se estendem dos

continentes até a base dos oceanos e estão em constante movimentação, podendo se apro-

ximar ou se afastar uns dos outros, por flutuarem sobre o magma que se encontra no manto

terrestre, logo abaixo da crosta.

Esse movimento das Placas Tectônicas permitiu, em milhões

de anos, o deslocamento dos continentes desde a Pangeia até

como os conhecemos hoje e ocasiona a formação de cadeias de

montanha, terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas.

Planisfério: Placas Tectônicas

Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Cia Editora Nacional, 2009. p. 86. Adaptação.

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Costas Sul-americana e Africana

A teoria da deriva continental, de Wegener, precisou ser apoiada por evidências obser-

vadas no ambiente. No sentido de embasá-la, o estudo das costas da África e da América

do Sul teve um importante papel, pois várias características comuns entre elas forneceram

evidências de que no passado já foram unidas e que, há aproximadamente 220 milhões de

anos, iniciaram sua separação. Entre esses indícios estão:

tsunamis: ondas gigantescas geradas pelo deslocamento de uma grande massa de água.

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Ciências

O formato das duas costas, o qual permite

um encaixe entre elas. Desse modo, toda

a parte da costa que hoje corresponde

ao Brasil já foi ligada ao que atualmente

equivale à costa de vários países africanos.

A identificação de que, em vários pontos,

onde as costas se encaixam, as formações

rochosas são semelhantes. Por exemplo,

na Região Sul do Brasil, há várias formações

de rochas basálticas e, na região próxima

ao litoral da Namíbia, onde as costas esta-

vam unidas no passado, também são en-

contradas grandes formações de rochas

basálticas.

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Brasil

ÁFRICA

OCEANOATLÂNTICO

OCEANOÍNDICO

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Formações basálticas na Namíbia

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Formações basálticas do Brasil que alcançam o mar, em

Torres, RS.

A existência de vários fósseis de espécies animais e vegetais encontrados nos conti-

nentes sul-americano e africano que não teriam condições físicas de ter atravessado o

Oceano Atlântico a nado. Assim, a conclusão é que habitaram essas regiões no período

em que os continentes eram ligados.

A separação entre a América do Sul e a África permitiu a abertura do Oceano Atlântico e

levou milhões de anos para ocorrer. Ela aconteceu simultaneamente em toda a sua extensão,

e as análises levam a entender que a última ligação física entre os continentes se rompeu há

cerca de 110 milhões de anos, na região que hoje corresponde à Paraíba e ao Rio Grande do

Norte, na porção brasileira, e à Nigéria, na parte africana.

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140 milhões de anos 120 milhões de anos 80 milhões de anos

50 milhões de anos Atualmemente

Afastamento dos continentes e aumento

do Oceano Atlântico

Início da formação do Oceano Atlântico

Representação esquemática da formação do Oceano Atlântico após a separação completa dos continentes

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ciência em práticaNeste experimento, você observará o encaixe e a movimentação dos continentes sul-

-americano e africano.

ObjetivoCompreender a movimentação das Placas Tectônicas e a separação entre as costas

Sul-Americana e Africana.

Materiais Moldes da América do Sul e da África

Espuma de EVA de duas cores

diferentes

Folha de papel dobradura

Tesoura

Massa de modelar

Como fazer1. Recorte os moldes da América do Sul e da África na espuma

de EVA, cada um com uma cor diferente.

2. Dobre a folha de papel em formato plissado.

3. Posicione os continentes de EVA unidos em cima da folha

de papel dobrada e coloque um peso de massa de modelar

sobre eles.

4. Você e um colega devem esticar a folha de papel para lados

opostos com movimentos lentos.

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Ciências

Conclusão 1 Comente com seus colegas o que você

observou.

2 Podemos identificar que o encaixe entre os conti-nentes como está hoje não é perfeito. A que se deve isso?

3 Podemos dizer que o movimento feito com o peda-ço de papel, colocado dobrado abaixo dos moldes dos continentes, representa o movimento das Pla-cas Tectônicas? Justifique sua resposta.

4 Explique como podemos relacionar o que foi observado no experimento com a formação do Ocea-no Atlântico.

Fenômenos naturais e impactos ambientaisA teoria da deriva continental e o modelo das Placas Tectônicas dão a dimensão do

quanto o planeta Terra está em constante transformação. Isso porque mostram que não são

somente tempestades, ventos e marés que podem modificar o relevo, mas também fenô-

menos naturais desencadeados pela movimentação das placas ou pelas falhas nelas, como

erupções vulcânicas, tsunamis e terremotos.

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Esses eventos normalmente ocorrem em regiões que coincidem com as áreas de limite

entre as Placas Tectônicas.

Planisfério: zonas sísmicas e vulcânicas

Fonte: STUDENT Atlas. 5.ed. London: Dorling Kindersley, 2008. p. 16. Adaptação.

O Brasil se encontra no centro da Placa Tectônica Sul-Americana, por isso atualmente é

menos sujeito a fenômenos naturais, como vulcanismo e terremoto. Porém, terremotos de

baixa escala já aconteceram e ainda acontecem no país, o que se deve a possíveis desgastes

na Placa Tectônica, formando falhas geológicas.

Estudo revela 48 falhas geológicas

Um estudo elaborado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) identificou pelo menos 48 grandes falhas geológicas no país [...]

As falhas descritas na pesquisa, concluída em 2002, são descontinuidades na rocha, uma espé-cie de "fratura". Elas podem estar inativas e ocorrem apesar de o país estar no meio de uma placa tectônica, o que evita que seja afetado por tremores de maiores proporções.

Abalos sísmicos menores são comuns no Brasil. O município de Alagoinha (PE) foi atingido por uma série de tremores em março. Em três dias, foram cerca de 50 – o de maior intensidade foi de 3,2 graus na escala Richter.

O geólogo Cristiano Chimpliganond, que faz doutorado na UnB, diz que “[...] Pode ser que ama-nhã ocorram terremotos de magnitude 5 em São Paulo ou Brasília. A gente não sabe." O Brasil, afirma, pode ter outras falhas geológicas que ainda não foram identificadas. Segundo ele, regiões onde já houve abalos mais significativos, como Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Mato Grosso, deveriam ter construções reforçadas.

curiosidade?

ESTUDO revela 48 falhas geológicas. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0404201006.htm>. Acesso em: 14 mar. 2019.

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Ciências

Vulcões, terremotos e tsunamis podem ocasionar enorme

impacto ambiental e oferecer riscos às pessoas, destruindo vi-

las e cidades. Esses fenômenos não podem ser evitados, mas o

estudo sobre eles é extremamente importante para tentar pre-

ver seu acontecimento e alertar as pessoas para que saiam a

tempo das áreas atingidas, procurando, desse modo, minimizar

seus efeitos.

Vulcões

Os vulcões são aberturas da crosta terrestre. Eles podem estar

localizados na superfície da Terra ou podem ser submarinos e, nes-

te caso, suas erupções ocorrem no fundo dos oceanos.

A erupção de um vulcão envolve a liberação de lava e outros

materiais, como rochas e gases, para fora da crosta terrestre. Os

tipos de erupção variam segundo a composição química do mag-

ma, a temperatura, os gases e as condições ambientais. Quando

ocorrem no fundo dos oceanos, podem ocasionar tsunamis.

Impacto ambiental é todo

efeito no ambiente que traz

consequências para os seres

vivos, podendo ser causado

por fenômenos naturais,

como vulcões, terremotos

e tempestades, ou por

atividades humanas, por

exemplo desmatamento e

contaminação da água.

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O despejo incorreto de esgoto em rios e mares traz sérias consequências para o meio ambiente, prejudicando as espécies que vivem no local.

Nuvem de cinzas e fragmentos de rochas

Cratera

Conduto central de lavaCamadas de lava resfriada formando rochas

Derramamento de lavaCamadas de cinzas

Rocha

Magma

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Representação esquemática do interior de um vulcão em erupção

lava: nome dado ao magma quando chega à superfície terrestre. Apresenta temperaturas elevadas, acima de 1000 °C.

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A lava altera as paisagens e os ecossistemas; as plantas, os animais e os micro-organismos

não resistem às altas temperaturas. Quando resfriada e solidificada, a lava forma aglomerados

de rochas que, quando se decompõem, formam solos férteis, ricos em minerais.

As nuvens de gases liberadas pelos vulcões podem ser densas a ponto de impedir a pas-

sagem dos raios solares, dificultando a fotossíntese, reduzindo a temperatura do ambiente

e alterando o clima da região. Os gases liberados são tóxicos, podendo causar danos para os

seres vivos, além de atrapalhar o tráfego aéreo por dificultar a visibilidade.

Terremotos

Os terremo-

tos, também cha-

mados de abalos

sísmicos, ocorrem quando

Placas Tectônicas se chocam

e geram tremores no solo. Es-

sas placas são imensos blocos

de rocha que formam a crosta

terrestre e estão em constan-

te movimento, aproximando-

-se e afastando-se umas das

outras. Dependendo da inten-

sidade do choque, esses terre-

motos podem ter diferentes

impactos nos ecossistemas,

como a derrubada de vege-

tação, alteração de hábitat e

morte de seres vivos.

Quando acontecem no fundo dos oceanos, os terremotos são capazes de provocar tsu-

namis. Em alguns casos, essas ondas causam danos às regiões costeiras, afetando a vida dos

organismos e provocando muitas mortes.

Inúmeros terremotos acontecem diariamente, mas liberam uma energia tão pequena que

não são sentidos. A quantidade de energia liberada por um terremoto é medida pela escala de

magnitude Richter, estabelecida em 1935 por Charles Richter (1900-1985). Ela calcula a mag-

nitude do abalo com base na amplitude das ondas registradas em um sismógrafo. Essa escala

inicia na magnitude 1 (quando o terremoto não é sentido pelas pessoas) e não tem limite má-

ximo. Porém, até os dias atuais, foram raros os tremores com magnitude de valor 9.

Alguns fenômenos naturais – como vulcanismo, terremoto, tsunami e tempestade – pre-

judicam os seres humanos e também afetam as demais populações do ambiente, podendo

aumentar a incidência de doenças infecciosas, ameaçar espécies ou provocar a extinção delas,

alterar o comportamento e os hábitos dos indivíduos, comprometer as teias alimentares, alte-

rar rotas de migração, danificar paisagens, etc.

Não podemos evitar as catástrofes naturais, mas o uso associado

de tecnologias para detectá-las com antecedência nos auxilia a pre-

venir e minimizar os impactos negativos causados por esses eventos.

sismógrafo: equipamento que

identifica e registra movimentos do solo.

Crosta terrestre

Ondas de propagação do terremoto

Hipocentro

ponto de deslocamento das Placas Tectônicas

Epicentro – ponto em que o

terremoto atinge a superfície terrestre Falha na rocha causada

pelo terremoto

Representação esquemática da propagação de um terremoto

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Ciências

Cinzas de vulcão chileno chegam ao Sul do RS e podem atingir a capital

[...] Conforme previsto por meteorologistas, as cinzas expelidas por erupções do vulcão Calbuco, no Chile,

chegaram ao Rio Grande do Sul [...] nuvens causadas pelo fenômeno já cobrem a cidade de Chuí, no extremo

sul gaúcho, e também cidades da Campanha, na fronteira com o Uruguai.

[...] elas devem deixar o céu com uma coloração acinzentada [...] o Centro de Gerenciamento de Navegação

Aérea (CGNA) está monitorando o avanço das cinzas para ver se elas podem restringir pousos e decolagens

no Aeroporto Salgado Filho, na capital.

atividades

1 Explique por que é possível afirmar que o planeta Terra é dinâmico e está em constante transformação.

2 A inexistência de vulcões ativos e a baixa incidência de terremotos no Brasil se deve ao fato de que

a) a Placa Tectônica Sul-Americana tem sua borda passando exatamente no meio do Brasil.

b) a Placa Tectônica Africana, que é a mais próxima da placa em que o Brasil se encontra, não se movimenta.

c) o Brasil se encontra no centro da Placa Sul-Americana e os terremotos e vulcões são mais co-muns nas bordas das placas.

d) o Brasil permaneceu no mesmo local desde a Pangeia.

3 Leia a notícia e responda à questão.

CINZAS de vulcão chileno chegam ao sul do RS e podem atingir a capital. Disponível em: <http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/04/cinzas-de-vulcao-chileno-chegam-ao-sul-do-rs-e-podem-atingir-capital.html>. Acesso em: 11 fev. 2019.

As consequências da erupção do vulcão no Chile, relatadas na notícia, podem ser consideradas como um impacto negativo no ambiente? Justifique sua resposta.

4 Explique a relação entre os terremotos e os tsunamis.

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5 Leia a notícia e responda às questões.

Terremoto e tsunami atingem Indonésia e deixam mortos

Um forte terremoto de magnitude 7,5 sacudiu o centro da Indonésia nesta sexta-feira, parte de uma série de

abalos que afetaram a zona nas últimas horas. Um deles, de magnitude 6,1, provocou várias mortes – ainda

não há um balanço oficial. Os tremores se originaram no meio da ilha de Célebes, no centro do arquipélago,

segundo anunciou o Serviço Geológico dos Estados Unidos. As autoridades locais confirmaram danos pes-

soais e materiais como consequência dos tremores. Como consequência do tremor, um tsunami se formou

na região, com ondas de até um metro e meio, segundo a imprensa local. [...]

Segundo o serviço sismológico norte-americano o tremor ocorreu às 7h, hora de Brasília (18.02 hora lo-

cal). O epicentro estava localizado a 78 quilômetros ao norte da cidade de Palu, capital da província de

Celebes Central.

TERREMOTO e tsunami atingem Indonésia e deixam mortos. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/28/internacional/1538132306_239210.html>. Acesso em: 14 mar. 2019.

a) Explique a diferença entre tsunami e terremoto.

b) O epicentro do terremoto corresponde

( ) à área de ação do terremoto.

( ) ao ponto da superfície da crosta terrestre que recebe maior intensidade vinda do terremoto.

( ) ao ponto de deslocamento das placas tectônicas.

6 A imagem abaixo mostra um esquema de terremoto. Relacione cada um dos números com sua re-presentação na imagem.

( 1 ) Epicentro

( 2 ) Hipocentro

( 3 ) Limite da Placa Tectônica

( 4 ) Crosta terrestre

( 5 ) Ondas de propagação do terremoto

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Ciências

Biodiversidade da Amazônia

explicada

Não existem dúvidas de que a floresta ama-zônica compreende um dos mais diversificados biomas (conjunto de ecossistemas) do planeta. [...]

Há mais de 10 milhões de anos, o que conhe-cemos hoje como Amazônia ocupava uma área muito maior – denominada de pan-Amazônia –, que chegava ao oceano Pacífico. Em determina-do momento, essa área se estendeu para o sul, chegando a alcançar a parte norte da região do Paraná.

A paisagem dominante eram rios e ambien-tes costeiros, com o mar presente na parte norte do continente. [...] Então, tudo mudou… [...]

Há cerca de 23 milhões de anos, a parte cen-tral dos Andes começou a soerguer, fazendo com que a região oeste da Amazônia, onde havia um predomínio de rios, passasse a ficar alagada e pantanosa. [...] a parte norte dos Andes se ele-vou – o que ocorreu em torno de 10 milhões de anos atrás.

Como resultado, deixou de existir uma liga-ção do sistema fluvial com o oceano Pacífico e houve uma mudança significativa na drenagem da região [...] o protótipo do rio Amazonas estava surgindo. Segundo os pesquisadores, o sistema fluvial que envolve o maior rio do mundo se esta-beleceu definitivamente em torno de 7 milhões de anos atrás. [...]

O registro fóssil demonstra que a fauna de mamíferos da época era composta principal-mente de roedores, marsupiais, ungulados

(animais com casco) e xenartros (grupo que reú-ne tatus e preguiças).

Em termos de peixes, o registro paleonto-lógico apresenta bagres, caraciformes (que inclui a piranha) e ciclídeos – que hoje em dia são comuns nos rios da região, o que demons-tra que a fauna e flora da Amazônia são bem antigas. [...]

Com o surgimento de regiões alagadas e pantanosas, invertebrados marinhos rapida-mente ocuparam essas áreas, juntamente com gaviais (répteis semelhantes aos crocodilos) e caimões (ou jacarés-americanos). Um grande pico de biodiversidade ocorreu em torno dos 12 milhões de anos atrás [...]

Com o gradativo desaparecimento das áreas pantanosas, voltou a predominar um sistema fluvial na região em torno de 7 mi-lhões de anos atrás, o que levou à extinção das grandes formas [...] como o Purussaurus, um dos maiores répteis que já existiram. Durante esse período, houve uma mudança gradati-va de vegetação, com a substituição de áreas pantanosas por áreas de florestas.

KELLNER, Alexander. Biodiversidade da Amazônia explicada. Disponível em: <http://cienciahoje.org.br/coluna/biodiversidade-da-amazonia-explicada/>. Acesso em: 14 mar. 2019.

Leia o texto, converse com os colegas e professor e responda à questão.

De que maneira o estudo relatado no texto tem relação com os conhecimentos sobre os biomas brasileiros e as alterações no ambiente.

conectado

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Localização da Cordilheira dos Andes (marcada em amarelo)

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1 Como os seres vivos presentes em um bioma se relacionam com as condições ambientais desse local?

2 O nosso planeta apresenta sua maior área de superfície coberta por água e, dessa maneira, também apresenta inúmeros ecossistemas aquáticos, tanto de água doce quanto marinhos. Sobre isso, es-creva V nas afirmativas verdadeiras e F nas falsas.

a) ( ) As diferenças entre os ecossistemas aquáticos são determinadas por fatores como tempe-ratura e salinidade da água, tipos de nutrientes dissolvidos e luminosidade.

b) ( ) Córregos e rios são considerados ecossistemas marinhos, pois apresentam grande quanti-dade de sais dissolvidos na água.

c) ( ) Os oceanos são divididos em áreas de estudo de acordo com a profundidade, assim as zonas bênticas correspondem ao fundo do mar.

d) ( ) Os manguezais se localizam nas zonas entremarés, sofrendo a ação da água doce dos rios que deságuam no mar, e também da maré dos oceanos, recebendo água salgada.

3 Analise as características de cada um dos seres vivos descritos no quadro e preencha-o corretamen-te com os biomas a seguir.

Deserto Savana Floresta Tropical Manguezal Tundra

Planta que apresenta raízes extremamente longas para absorver água das camadas profundas do solo, retirando água da rara umidade do ar ao amanhecer.

Planta que pode chegar a 30 metros de altura e com folhas muito grandes.

Animal que vive parte do ano em uma região e, quando começa a estação seca, precisa migrar para conseguir alimento e água.

Animal com uma espessa cobertura de pelos e uma grossa camada de gordura abaixo da pele.

Planta que resiste à subida e à decida das marés e à alta salinidade do solo.

o que já conquistei

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Ciências

4 Leia o texto:

Aquecimento global transforma Tundra em floresta-estudo

Plantas e arbustos ocuparam parte da Tundra ártica nas últimas décadas, crescendo e se tornando árvores

pequenas, apontou um estudo científico, acrescentando que a mudança pode levar a um aumento nas pres-

sões para aquecimento global se replicada numa escala maior.

Cientistas da Finlândia e da Universidade de Oxford investigaram uma área de 100 mil quilômetros quadra-

dos, aproximadamente o tamanho da Islândia, no noroeste da Tundra da Eurásia, uma área indo do oeste da

Sibéria à Finlândia.

Utilizando informações de imagens de satélite, trabalho de campo e observações trazidas por pastores de

renas, eles encontraram que em 8 a 15 por cento da área, plantas como salgueiro e do gênero Alnus cresce-

ram até atingir mais de dois metros de altura nos últimos 30 a 40 anos. [...]

"É uma grande surpresa que estas plantas estejam reagindo desta maneira", afirmou Marc Macias-Fauria, da

Universidade de Oxford e principal autor do relatório.

Cientistas haviam pensado que a ocupação do Ártico com o aquecimento levaria séculos, afirmou.

"Mas o que encontramos é que os arbustos que já estão lá estão se transformando em árvores em apenas

algumas poucas décadas".

Estudos anteriores sugeriram que o avanço da floresta sobre a Tundra do Ártico poderia aumentar o aque-

cimento do Ártico em 1 a 2 graus Celsius adicionais até o fim do século 21.

O aquecimento no Ártico está acontecendo cerca de duas vezes mais rápido do que no resto do mundo.

REUTERS. Aquecimento global transforma tundra em floresta-estudo. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/06/aquecimento-global-transforma-tundra-em-floresta-estudo.html>. Acesso em: 13 mar. 2019.

Com base na leitura, reflita: quais seriam as possíveis consequências desse aquecimento na Tundra ártica?

5 Qual é o bioma brasileiro com grande extensão e que abriga diferentes tipos de ecossistema, como floresta pluvial tropical, mata de Araucárias, restingas e manguezais?

a) Cerrado.

b) Pantanal.

c) Floresta Amazônica.

d) Mata Atlântica.

6 (UFG – GO) O Cerrado é um dos biomas brasileiros mais ameaçados diante de sua biodiversidade. A ameaça deste bioma se deve:

a) à profundidade do solo e à pouca quantidade de nutrientes nele existente.

b) às estações do ano bem definidas, sendo seca e chuvosa.

c) à estrutura das árvores que possuem folhas rígidas e troncos retorcidos.

d) às atividades humanas ligadas principalmente à agricultura e à pecuária.

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KOLBERT, Elisabeth. A sexta extinção: uma história não natural. Trad. de Mauro Pinheiro. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015.

a) Como se chama a teoria que é explicada no texto?

b) Qual é a relação entre essa teoria e as Placas Tectônicas?

9 Existem vários aglomerados rochosos na Namíbia que têm sua formação idêntica à de rocha encon-

trada em Santa Catarina. Sobre isso, escreva V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. Depois, corrija as falsas.

a) ( ) Esses locais apresentam formações rochosas semelhantes porque já estiveram unidos no período em que existia a Pangeia.

b) ( ) Se unir a costa brasileira com a costa africana, Santa Catarina ficará na mesma região em que se situa a Namíbia.

c) ( ) Os continentes eram ligados e se separaram pela força da água do oceano batendo na

parte continental.

d) ( ) A ideia da deriva continental foi reforçada por meio de evidências como a presença de rochas e de fósseis semelhantes encontrados em regiões da América do Sul e da África.

A sexta extinção: uma história não natural

No fim do século XIX, paleontólogos começaram a catalogar as várias correspondências curiosas exibidas pelos fósseis coletados em continentes diferentes. O mesossauro, por exem-plo, é um réptil magro com dentes protuberantes [...] os restos mortais dessa criatura foram encontrados na África e, a um oceano de distância, na América do Sul e na Austrália. [...] Dado que é difícil conceber que um réptil grande poderia ter atravessado o Atlântico [...] os paleon-tólogos especularam sobre a existência de várias pontes terrestres que se estendiam por vários milhares de quilômetros. [...] As duas partes devem ter se separado gradualmente num período de milhões de anos [...]

7 Relacione cada um dos conceitos com a sua definição.

( a ) Crosta terrestre

( b ) Placas Tectônicas

( c ) Deriva continental

( d ) Pangeia

( ) Blocos da crosta terrestre que formam tanto os continentes como a base dos oceanos e estão em constante movimentação por meio de flutuação no magma.

( ) Camada superior da Terra com até 70 Km de profundidade aproximadamente, onde estão os seres vivos.

( ) A união de todos os continentes atuais formava esse único continente há milhões de anos.

( ) Teoria que explica a existência de um único continente no passado e que com o passar do tempo, os continentes foram se movimentando e se adequando à configuração atual.

8 Leia o texto e responda às questões.

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Ciências

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10 Vários fósseis das mesmas espécies animais e vegetais já foram achados nos continentes sul-ameri-cano e africano. Pelos estudos realizados, identifica-se que esses seres viveram há milhões de anos, antes mesmo da existência dos humanos, e não teriam condições físicas de ter atravessado a nado o Oceano Atlântico de uma costa a outra. Podemos concluir com relação a isso que

a) a identificação dos fósseis foi realizada de maneira incorreta e eles devem corresponder a organismos aquáticos.

b) as costas sul-americana e africana deviam ser ligadas e se separaram em algum momento da história da Terra.

c) as espécies devem ter sido levadas em embarcações por seres humanos.

d) as espécies identificadas podem ter vivido em momentos diferentes em cada uma das regiões.

11 Explique de que modo erupções vulcânicas podem formar montanhas ou ilhas nos oceanos.

12 Os tsunamis são ondas gigantes que podem se formar no meio dos oceanos e se deslocar até o continente, causando grandes estragos nas áreas litorâneas. Sobre esse assunto, responda:

a) Quais fatores podem desencadear um tsunami?

b) Identifique, no esquema a seguir, em que locais estão as Placas Tectônicas e onde ocorrem o terremoto e o tsunami.

13 (FATEC – SP) O tsunami que matou, em dezembro de 2004, muitos milhares de habitantes de paí-ses banhados pelo Oceano Índico já estava quase esquecido quando, no final de maio de 2006, um forte tremor de terras na ilha de Java (Indonésia) fez novas vítimas, que chegaram a cerca de 5 mil mortos. Os dois fenômenos, tsunamis e terremotos:

a) estão relacionados às estruturas geológicas cristalinas, predominantes na região.

b) representam uma ocorrência comum nas regiões situadas no centro de uma placa tectônica.

c) resultam dos desequilíbrios geotérmicos que ocorrem no núcleo, parte central da Terra.

d) demonstram que os epicentros, locais de formação dos tremores, estão concentrados no He-misfério Sul.

e) têm origens semelhantes, pois ocorrem em decorrência da movimentação das placas tectônicas.

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É impossível imaginar um mundo sem números, pois

eles são fundamentais em nossa vida. Não importa a ativi-

dade que façamos, mesmo que indiretamente, eles estão

sempre presentes para nos ajudar.

Observando a imagem de abertura do capítulo, será

que você consegue imaginar a relação entre os números

que usamos e os dedos da nossa mão? para nos ajudar.

Peso 1 - Título do capítulo1

Números que usamos

Sistemas de numeração

egípcio e romano

Sistema de numeração indo-arábico

o que vocêvai conhecer?

capí

tulo

capí

tulo

Ao analisar os biomas mundiais, é possível observar a

enorme diversidade de plantas, desde aquáticas até espécies

que vivem em desertos, das mais altas – algumas atingem 100

metros de altura – às mais baixas – outras são muito peque-

nas. Porém, todas elas apresentam aspectos comuns e são a

base das cadeias alimentares dos ecossistemas.

Quais características das plantas permitem a elas que se-

jam classificadas em um mesmo grupo de seres vivos?

Plantas4

Características

gerais e classificação das plantas

Estrutura das plantas

o que vocêvai conhecer

©Shutterstock/Tenenbaum

Lago com vitórias-régias

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Ciências

Identificar as características gerais das plantas.

Descrever os principais grupos de plantas com base em suas princi-pais características.

Caracterizar os principais órgãos vegetativos e reprodutivos das plantas.

Relacionar as características das plantas com seu hábitat.

objetivos do capítulo

Características gerais e classificação das plantas

As plantas são classificadas como pertencentes ao reino Plantae e são seres autótro-fos, ou seja, produzem seu próprio alimento. Consideradas seres vivos pluricelulares, isto é, com grande número de células, apresentam clorofila. Esse pigmento está no interior de uma organela chamada cloroplasto (encontrada nas células vegetais), responsável pela fotossíntese.

Além dos cloroplastos, essas células apresentam estruturas específicas, como: a pare-de celular celulósica, que reveste a membrana plasmática dando proteção e sustentação à célula; e o vacúolo de suco celular, que pode armazenar várias substâncias, por exemplo a água, e atua na digestão intracelular.

Representação esquemática da estrutura de uma célula vegetal

A fotossíntese é o processo no qual as plantas, as algas e as cianobactérias (aquelas que realizam fotossíntese) produzem o seu próprio alimento utilizando a energia solar. Para que ela ocorra, além da energia luminosa, são necessários água, gás carbônico e pigmentos fotossintéticos, como a clorofila. Por isso, nas plantas, a fotossíntese ocorre nos cloroplastos. No final desse processo, acontece a produção de glicose (utilizada pela planta para a produção de energia) e a liberação de oxigênio para o ambiente.

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Folha de pteridófita com estruturas que liberam esporos

Estruturas com esporos

©Shutterstock/Oh_Very_BIG

30 cm

As plantas podem ser classificadas em quatro grupos, e os principais critérios para clas-sificá-las são a presença de tecidos vasculares (responsáveis pelo transporte de água e nu-trientes) e a de órgãos vegetais (folhas, caule, raízes, frutos e sementes).

Os tecidos vasculares formam os vasos condutores de seiva, nos quais o líquido (seiva), que lhes serve de alimento, circula pelo interior das plantas. A seiva pode ser bruta, quando constituída principalmente de água e sais minerais absorvidos pelas raízes do solo, ou elabo-rada, composta, sobretudo, de glicose produzida durante o processo de fotossíntese.

Com base nesses critérios, são formados quatro grupos principais de plantas:

Plantas sem sementes

Briófitas: não têm vasos condutores, por isso não alcançam grandes tamanhos.

Pteridófitas: primeiro grupo de plantas com vasos condutores de seiva.

Plantas com sementes

Gimnospermas: não têm flores e frutos, além disso, geralmente são de grande porte.

Angiospermas: plantas com sementes, flores e frutos.

Plantas sem sementes

Correspondem às briófitas e pteridófitas, plantas que normalmente se desenvolvem em ambientes úmidos, o que está relacionado, principalmente, ao seu tipo de reprodução.

Nesses dois grupos de plantas, a reprodução acontece por alternância de gerações, ou seja, é formada por duas fases: uma assexuada e outra sexuada.

assexuada: processo reprodutivo que não envolve células reprodutoras, chamadas gametas. Os

descendentes gerados terão material genético igual ao dos pais.

sexuada: processo reprodutivo em que há

envolvimento de gametas. Os descendentes gerados terão material genético diferente ao dos pais.

Além da reprodução, você verá outras características desses grupos de plantas que dependem de am-biente úmido e sombreado para se desenvolverem.

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Ciências

BriófitasAs briófitas são plantas muito pequenas e simples que crescem em locais úmidos e com

pouca luminosidade. Entre elas estão os musgos, as hepáticas e os antóceros.

Os musgos crescem em troncos de árvore, muros e rochas, juntos uns dos outros. Por isso,

quando observados de longe, parecem um “tapete aveludado”. É possível encontrá-los em

quase todos os lugares do nosso planeta, inclusive em regiões onde o ambiente não

apresenta condições favoráveis, como na Antártica. Apresentam

importante função ecológica nos ambientes, pois mantêm

a umidade do solo e evitam a ocorrência de erosão, ser-

vindo de abrigo para pequenos animais e de alimento

para mamíferos, pássaros e peixes.

Uma das principais características das briófi-

tas é que elas não apresentam vasos conduto-

res de seiva. Por esse motivo, são denomina-

das plantas avasculares. De maneira lenta, o

transporte de água e nutrientes é feito célula

a célula, isso limita a altura dessas plantas, que

geralmente não ultrapassam os 10 cm. Pelo

fato de as briófitas não terem esses vasos, os

termos empregados na denominação das estru-

turas dessas plantas são diferentes: cauloide é

usado em vez de caule; filoide, no lugar de folha;

rizoide, em substituição a raiz.

Desse modo, o tipo de reprodução e a ausência

dos vasos condutores de seiva fazem com que seu desen-

volvimento ocorra de maneira satisfatória somente em

ambientes úmidos, como as florestas tropicais.

Na fase sexuada, a água trans-

porta os gametas masculinos até

os femininos, permitindo a eles

que se encontrem. Portanto, se

nessa fase as plantas não estive-

rem em um ambiente com grande

umidade, a reprodução, essencial

para a continuidade das espécies,

não ocorrerá.

Já na fase assexuada, ocorre a

produção de esporos. Eles são es-

palhados pelo vento e pela água,

germinam e formam novas plantas.

Observe o esquema.

©Shutterstock/Gus Garcia

1 cm

Jack Art. 2010. Digital.Reprodução esquemática do ciclo reprodutivo de briófitas

Esporófito

Anterozoides

Gametófilo

masculino

Germinaçãodos esporos

Gametófilofeminino

Esporos

Esporófito jovem

Tronco de árvore coberto por briófitas

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Papel das briófitas na recuperação de áreas degradadas

Quando um terreno sofre algum tipo de dano, como desmatamento, as espécies vão

retornando para ele lentamente e de maneira natural. As primeiras espécies a se insta-

larem são chamadas de espécies pioneiras, as briófitas desempenham esse papel ecoló-

gico. Essas espécies produzem substâncias que auxiliam na fragmentação do substrato,

contribuindo para a formação do solo, aumentando a umidade disponível e permitindo,

consequentemente, o crescimento de plantas maiores.

curiosidade?

Pteridófitas Há milhões de anos, muito antes de surgirem as plantas atuais,

samambaias enormes dominavam florestas imensas. O domínio

das pteridófitas ocorreu enquanto consequência de uma grande

conquista: o desenvolvimento dos vasos condutores de seiva, ca-

pazes de transportar água e nutrientes pela planta. Como a seiva

pode ser levada com facilidade a todas as suas partes, as pteridó-

fitas puderam atingir um tamanho muito maior que as briófitas.

As espécies que formavam essas primeiras florestas estão

extintas. Atualmente, poucas pteridófitas têm grandes propor-

ções, um exemplo é a Dicksonia sellowiana, encontrada no Brasil

e chamada popularmente de xaxim ou de samambaiaçu, que se

desenvolve principalmente na Mata Atlântica e está ameaçada de

extinção.

As pteridófitas são, portanto, plantas vasculares (apresentam

raiz, caule e folhas). A maioria das plantas desse grupo é terres-

tre, desenvolvendo-se em lugares sombreados e úmidos. Porém,

a presença de vasos condutores de seiva permitiu às pteridófitas,

como a samambaia e a cavalinha, que se distribuíssem por um nú-

mero maior de ecossistemas, para além das florestas tropicais.

©Shutterstock/Vitormarigo

Xaxim, da espécie Dicksonia sellowiana, que pode chegar a 2 metros de altura.

©Shutterstock/ Ingrid Maasik

Pteridófita do gênero Equisetum, do grupo das cavalinhas. Originárias da Europa, Ásia e América do Norte, podem ser encontradas no Brasil.

©Shutterstock/Rattiya Thongdumhyu©©S©S©S©S©S©S©S©S©SSShShShuShuhuuu©©©©SSShuu©© u©©S©©©©SShuu©©©S©©© huu©©Shu©S©SSh©©S©SS u©©S©©©Shu©©© u©©S©©© u©©©©S© ttetttettetteetteeeerererrrrrrertteeerrtteerrrte ssstocstocstttotoctotoctoctoctocococtococtoccstoctococtoctocococococstococoococccoocooocooocccooocooccccooooccccoooccccccccccckkkk/Rk/Rk/Rkk/Rk/k/RRRRRRaRaRak/Rak/RaRaRakkk RRRakk aakkk/RaRaRak Rakkk/Rakkk/Rakk/Rakkk/Rakkkk akkkkk Rattiyttiyttiyttiyyaa Tha Tha a T TTTTa TTTha ThhTTT onnggdgdgdgdgdgdgddddggdgdgdgdggdgdgdddgggddgdddgddgdumuumhyumhyumhyumhyumumummmmmhhyumhyumhymhymmmmhyumumhyuumhymhyuumhymhymhymmhyumhymmhymhymhymhymhmhumhmmmhmhymhum ymh uuuuuuuuuuuuuu

Pteridófita do gênero Psilotum. Ela é encontrada no Brasil, na África do Sul, na América do Norte e na Nova Zelândia.

2 m

1 m

30 c

m

40

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Ciências

Algumas espécies apresentam em sua estrutura um cau-

le subterrâneo, chamado de rizoma, de onde saem as raízes

e as folhas. Exemplo disso são as folhas de samambaia, que,

em geral, saem do chão.

As pteridófitas, assim como as briófitas, têm grande im-

portância ecológica na manutenção da umidade do solo, além

de servirem de abrigo e de alimento para várias espécies de

insetos e de pequenos animais, como as centopeias.

A alternância de gerações também está presente nas

pteridófitas, em que uma nova planta é gerada e produz suas

folhas por meio do embrião formado pelo encontro dos ga-

metas masculino e feminino. A produção de esporos aconte-

ce na face inferior dessas folhas. Eles se es-

palham pelo ambiente, germinam e formam

uma pequena planta, em que esses gametas

são produzidos e se encontram.Raízes

Rizoma

Folhas

Representação esquemática de uma samambaia. Em detalhe, a estrutura responsável pela produção de esporos na face inferior da folha

Ra

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13

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l.

Além das pteridófitas, existe outro grupo de

plantas sem sementes que apresenta vasos con-

dutores de seiva, as licófitas. Sua diversidade era

maior há milhões de anos e atualmente são iden-

tificadas, aproximadamente, 1 200 espécies desse

grupo. Elas têm pequeno porte e se desenvolvem

em locais úmidos, principalmente nas florestas

tropicais em galhos de árvores.

curiosidade?©

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Licófita do gênero Selaginella

Plantas com sementes

Os grupos de plantas que apresentam sementes são dois: as gimnospermas e as angios-

permas. Com o surgimento das sementes, essas plantas não dependem mais da água para

sua reprodução e podem conquistar praticamente todos os ambientes da Terra, aumentan-

do assim a biodiversidade nos ecossistemas.

As sementes se formam por meio do processo de fecundação, no qual os gametas femi-

nino e masculino se unem e, a partir disso, é desenvolvido um embrião. Além de ter muitas

formas e tamanhos diferentes, elas apresentam embrião, reserva de alimento e envoltório

de proteção, as quais ajudam em seu crescimento inicial e são muito importantes para a

conquista de diferentes ecossistemas. Por seu caráter nutritivo, elas também se tornaram

alimento de muitos animais, incluindo os seres humanos.

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Sementes de Pinus (A), de abacate (B) e de girassol (C)

A B C

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Gimnosperma do gênero Welwitschia, encontrada em desertos. Gimnosperma do gênero Ephedra encontrada em regiões áridas.

GimnospermasO grupo das gimnospermas (nome que significa "sementes nuas") foi o primeiro a apre-

sentar sementes. Porém, não apresenta frutos para protegê-las, por isso recebeu essa

denominação.

Essas plantas, que também têm vasos condutores de seiva, podem ser encontradas em

diferentes ecossistemas, desde desertos (em que há espécies do gênero Welwitschia) e ou-

tras regiões áridas (nas quais há do gênero Ephedra) a locais com neve (onde há presença de

pinheiros e ciprestes, chamados de coníferas).

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As gimnospermas apresentam alter-nância de gerações em seu ciclo de vida,

isto é, têm duas fases de reprodução. Os

esporos produzidos por elas ficam den-

tro das estruturas reprodutoras chama-

das de estróbilos, que são folhas modifi-

cadas formando cones.

©Shutterstock/Jong 16899

Floresta de ciprestes comuns em biomas do Hemisfério Norte

15 m

1 cm7 mm

5 cm

2 m

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Ciências

Os estróbilos são masculinos ou femininos e podem estar

na mesma planta ou em plantas diferentes, como é o caso do

gênero Araucaria, que apresenta plantas exclusivamente mas-

culinas e exclusivamente femininas.

Nos estróbilos femininos, são geradas as oosferas, game-

tas femininos, e nos estróbilos masculinos, encontram-se os

grãos de pólen, formados pelo gameta masculino, e a parede

polínica, que o protege. Esses grãos são produzidos em grande

quantidade e transportados até o estróbilo feminino, princi-

palmente pelo vento. Esse tipo de polinização realizada pelo

vento é chamada de anemofilia.

No estróbilo feminino, o grão de pólen germina e dá ori-

gem ao tubo polínico, que se encarregará de levar o gameta

masculino até a oosfera. Após a fecundação, o embrião se de-

senvolve e fica protegido no interior da semente. Estróbilo feminino da Araucaria angustifolia

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Araucaria angustifolia, conhecida como pinheiro-do-paraná

Estróbilo masculino da Araucaria angustifolia

Estróbilo Estróbilo

Grãos depólen

Araucáriajovem

Semente(pinhão)

Embrião

Casca

Fecundação

Germinação da semente

Araucárias adultas(sexos separados)

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2. D

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Representação esquemática da reprodução de uma araucária

Quando a semente encontra as

condições favoráveis, o embrião inicia

seu desenvolvimento, processo conhe-

cido como germinação. Dessa forma,

nasce uma planta e um novo ciclo se

inicia. Observe atentamente um exem-

plo da reprodução de gimnospermas

no esquema ao lado.

40 m

15 cm

30 cm

43

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Angiospermas As angiospermas correspondem ao grupo de plantas com maior biodiversidade do mun-

do e são encontradas em diversos biomas, pois contam com uma infinidade de especiali-zações e adaptações garantindo assim a sobrevivência de suas espécies. O que caracteriza esse grupo é a presença de flores e de frutos, que revestem as sementes e, principalmente, contribuem para a dispersão delas.

As flores são órgãos especializados na reprodução das angiospermas. Nelas, são produ-zidos os gametas masculinos e femininos, além de ocorrer a fecundação e a formação tanto de sementes quanto de frutos. Em algumas espécies de angiospermas, a produção de grãos de pólen e a de óvulos ocorrem nas mesmas flor e planta. Em outras, as flores masculinas estão em uma planta e as femininas em outra.

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Geralmente as flores são coloridas e chamativas, como as da melancia (A), mas em algumas espécies, como o trigo (B), não têm essas características

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Flor do morango com estruturas reprodutoras masculinas e femininas.

Estruturas reprodutoras femininas

Estruturas reprodutoras masculinas

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Ciências

O processo de transporte do pólen até a parte feminina da flor, onde fica o óvulo, é chamado de polinização. Ela ocorre quando os grãos de pólen atingem a estrutura reprodu-tora feminina da flor, chamada de estigma, e germina formando o tubo polínico, que leva o gameta masculino do grão de pólen até o óvulo. Após a fecundação, o embrião se forma e se desenvolvem a semente e o fruto.

Dependendo da espécie de planta, a polinização pode ser feita por meio de alguns ani-mais, como insetos, pássaros e morcegos, ou do vento (neste caso, geralmente as flores não são chamativas). As cores, os perfumes e a produção de substâncias açucaradas, como o néc-tar, são importantes para atrair os animais polinizadores e garantir a reprodução das plantas.

Algumas espécies de plantas podem realizar autofecundação, quando uma mesma flor, por meio de suas estruturas próprias, realiza o transporte de pólen. A maioria delas, porém, depende de agentes para que a polinização aconteça.

O poder das flores

O desenvolvimento das plantas floríferas milhões de anos atrás transformou a monótona Terra num buquê de cores. […] Hoje as espécies de plantas floríferas são 20 vezes mais numerosas do que as de samambaias e as de coníferas [...] Como fonte de alimento, as floríferas nos fornecem, e ao resto do mundo animal, os nutrientes fundamentais para nossa existência. […] O que permitiu às plantas floríferas dominar tão depressa a flora do mundo? […]

Os insetos não foram a única espécie prestativa que ajudou a transportar plantas floríferas a todas as partes da Terra. Os dinossauros, os maiores espalha-brasas que o mundo já viu, involuntariamente abriram novos terrenos para as angiospermas com seu avanço estabanado pelas florestas primitivas. Eles também semearam a terra com as sementes expelidas por seu trato digestivo.

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Flor masculina do milho polinizada pelo vento (A), e flores sendo polinizadas por pássaros e insetos (B)

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KLESIUS, Michael. O poder das flores. Revista National Geographic, [S. l.], n. 27, jul. 2007.

9 cm

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1 Uma planta foi recolhida em uma área de floresta tropical e analisada por um grupo de pesquisa-dores. As características que eles observaram foram a ausência de vasos condutores de seiva e a presença de uma cápsula de onde eram liberados esporos. Com base nas informações do texto, podemos afirmar que essa planta pertence ao grupo das

a) angiospermas.

b) pteridófitas.

c) gimnospermas.

d) briófitas.

2 A presença de qual estrutura permitiu às pteridófitas que apresentassem um tamanho maior que as briófitas? Justifique sua resposta.

3 Eucaliptos e pinheiros são árvores de grande porte, que formam sementes. Os eucaliptos produzem frutos; os pinheiros, não. Pela produção ou não de frutos, podemos classificar essas plantas, respec-tivamente, em

a) pteridófitas e gimnospermas.

b) angiospermas e gimnospermas.

c) vasculares e avasculares.

d) angiospermas e angiospermas.

4 Observe o esquema relacionando briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas a algumas características evolutivas que as diferenciam. Complete os quadros com as estruturas que aparece-ram em cada um dos grupos no decorrer do tempo.

Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Vasos condutores

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Ciências

5 Na primeira coluna, são enumerados os diferentes grupos de plantas, e, na segunda, algumas de suas prin-cipais características. Associe qual característica pertence a cada grupo e marque a alternativa correta.

I. Briófitas

II. Pteridófitas

III. Gimnospermas

IV. Angiospermas

1. Primeiro grupo de plantas com vasos condutores de seiva.

2. Primeiro grupo de plantas com sementes.

3. Plantas que apresentam sementes, flores e frutos.

4. Plantas que não apresentam vasos condutores de seiva.

a) I – 4, II – 1, III – 2 e IV – 3

b) I – 3, II – 4, III – 2 e IV – 1.

c) I – 3, II – 1, III – 4 e IV – 2.

d) I – 4, II – 3, III – 1 e IV – 2.

e) I – 3, II – 4, III – 1 e IV – 2.

6 Entre as plantas, o grupo das angiospermas é o maior em biodiversidade e está mais amplamente distribuído pelo planeta. Sobre isso, responda esta pergunta: Quais características desse grupo de plantas permitiram grande biodiversidade e ampla dispersão?

7 As plantas, assim como os animais, têm sua distribuição geográfica limitada pelas condições am-bientais. Dessa forma, algumas plantas conseguem se desenvolver melhor em alguns ambientes e em outros não. Considerando seus conhecimentos a respeito, reflita sobre onde é mais provável encontrar uma briófita: na Mata Atlântica ou no Cerrado? Por quê?

8 (UNISINOS – RS) O Decreto Estadual 51.109-14 declara a flora nativa ameaçada de extinção no es-tado do Rio Grande do Sul. De acordo com o Decreto, 804 espécies foram enquadradas como amea-çadas de extinção, sendo 722 espécies de angiospermas, três de gimnospermas, 64 de pteridófitas e 15 de briófitas. Sobre as características dos diferentes grupos vegetais, escreva V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.

( ) As angiospermas são plantas que possuem flores e se dispersam por sementes.

( ) As gimnospermas são plantas que produzem frutos, como o pinhão da araucária.

( ) As pteridófitas são um grupo de plantas vasculares sem sementes.

( ) As briófitas são plantas vasculares que se dispersam por esporos.

A ordem correta, de cima para baixo, é:

a) V–V–V–F

b) F–V–V–F

c) V–F–F–V

d) V–F–V–F

e) V–F–V–V

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Estrutura das plantas

Como se trata de seres vivos, as plantas são formadas por células que se organizam e formam os tecidos e órgãos vegetais, responsáveis por realizar processos para se man-terem vivas. As briófitas são a exceção, pois como não apresentam vasos condutores de seiva, também não têm órgãos, mas sim estruturas que desempenham funções específicas, como os rizoides para fixação, os cauloides, para a sustentação, e os filoides, para realizar a fotossíntese.

As plantas apresentam:

órgãos vegetativos, que apresentam funções relacionadas à manutenção da vida da planta e suas funções básicas de sobrevivência. São eles: folhas, caules e raízes.

órgãos reprodutivos, responsáveis pela reprodução das plantas. Deles serão estudados os mais representativos no grupo das angiospermas, que são flores, frutos e sementes.

Órgãos vegetativos

Esses órgãos estão relacionados principalmente ao processo de nutrição da planta, rea-lizando também absorção, distribuição e produção de nutrientes e substâncias. São impor-tantes também na sustentação da planta.

RaizAs raízes são órgãos que

têm como funções principais a fixação da planta no solo e a absorção de água e sais mi-nerais do ambiente. São en-contradas em quase todos os grupos de plantas, exceto nas briófitas.

Em algumas espécies, as raízes também podem desempenhar uma função muito importante de armazenamento de substâncias nutritivas em forma de amido, pro-duzidas na fotossíntese. É o que acontece na cenoura, beterraba, mandioca, entre outras. Essas raízes são chamadas de tuberosas.

Os tipos de raizes são muito diversos e têm relação com as funções que desempenham na planta e ao hábitat onde ela se encontra. Desse modo, de acordo com o hábitat, as raízes podem ser:

aquáticas: quando a raiz está submersa na água. Esse tipo de raiz absorve água e sais minerais e armazena ar para facilitar a flutua-ção da planta. Geralmente, são bastante ramificadas, o que au-menta a absorção de nutrientes dissolvidos na água.

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A cenoura e a beterraba são exemplos de raízes com acúmulo de substâncias nutritivas.©

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Raízes ramificadas de uma planta aquática

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Ciências

subterrâneas: quando estão enterradas no solo. Essas raízes desempenham um papel

ecológico muito importante, pois mantêm as partículas de solo agregadas e evitam que

sejam levadas pelo vento e pela chuva, o que caracteriza a erosão. Os dois principais

tipos de raízes subterrâneas são:

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aéreas: quando ficam sobre o solo, fora da terra. Isso ocorre geralmente em solos muito

rasos ou alagados. São exemplos dessas raízes:

Algumas plantas que são parasitas podem ainda apresentar raízes sugadoras, chamadas

de haustórios, que se fixam na planta hospedeira retirando sua seiva.

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A raiz axial ou pivotante, que apresenta

uma raiz principal de onde partem raízes

secundárias. Um exemplo é a raiz do

feijão.

Raízes tabulares, presentes, por exemplo, em árvores de grande porte que crescem em solos rasos nas florestas tropicais e auxiliam na sustentação da planta.

A raiz fasciculada, que apresenta um conjunto

de raízes finas, de tamanhos semelhantes,

partindo de um único ponto e se espalhando pelo

solo. Exemplos disso são as raízes fasciculadas de

grama no solo.

Raízes-escoras ou suporte, presentes em plantas encontradas nos manguezais, aumentando a fixação no solo lodoso, que recebe a interferência das marés. Podem também ter raízes respiratórias, que crescem fora do solo com orifícios especiais para absorver oxigênio.

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Caule Nas plantas vasculares, a água sobe da raiz até alcançar as folhas, e os nutrientes pro-

duzidos na fotossíntese são transportados em direção aos galhos e às raízes através de um conjunto de vasos que percorrem o interior do caule. Além de conduzir a seiva por todo o corpo da planta, o caule desempenha também as seguintes funções:

sustentação de folhas, flores e frutos;

alguns caules armazenam substâncias nutritivas;

os caules mais jovens, que são verdes, também realizam fotossíntese.

No geral, os caules podem ser

aéreos: estão acima do solo e são os mais comuns entre as plantas. São exemplos:

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subterrâneos: crescem no interior do solo. São os caules do tipo túberculos, por exemplo, que funcionam como órgão de reserva de substâncias nutritivas na forma de amido e são encontrados na batata, na cebola, no alho, entre outros.

aquáticos: são flexíveis e têm acúmulo de ar em seus tecidos para flutuar na água e chegar até a superfície, deixando assim as suas folhas expostas ao sol para realizar a fotossíntese. Isso também possibilita a elas que se movam com a água, evitando que se quebrem. Um exemplo é a vitória-régia.

A batata é um exemplo de caule subterrâneo do tipo tubérculo

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Caule do tipo tronco, presente em grandes árvores. Por exemplo na espécie Bertholletia excelsa, conhecida popularmente por castanha-da-amazônia, que seu extenso caule pode chegar a mais de 30 metros de altura.

O caule também pode ser flexível e apresentar clorofila, assim, além de sustentar a planta e conduzir a seiva, realiza a fotossíntese. As plantas herbáceas têm esse tipo de caule.

10 cm

50

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Ciências

ciência em práticaNeste experimento, você observará o transporte de seiva que ocorre através dos va-

sos condutores nos caules.

ObjetivoCompreender o processo de transporte de seiva ocorrido nos caules através dos va-

sos condutores.

Materiais duas flores brancas (de preferência rosa ou cravo)

tesoura sem ponta

3 copos com água

anilinas vermelha e azul

Como fazer1. Misture água com anilina vermelha em um copo.

2. Corte o caule no sentido diagonal. Esse corte deve ser feito, aproximadamente, 10 cm abaixo da flor.

3. Mergulhe o caule na água colorida e deixe-o por um ou dois dias em local iluminado. Observe-o.

4. Misture água com anilina vermelha em um copo.

5. Misture água com anilina azul em outro copo.

6. Pegue outra flor e corte o caule no meio, verticalmente.

7. Coloque uma parte do caule no copo com anilina vermelha e a outra parte no copo com anilina azul. Espere dois dias e observe o que ocorre.

Conclusão 1 O que aconteceu com a flor que foi colocada somente no copo com

anilina vermelha? Discuta isso com os colegas e anote suas conclusões.

2 O que aconteceu com a flor que teve metade do caule colocado no copo com anilina vermelha e a outra metade no copo com anilina azul? Como você explica o resultado obtido?

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Folhas

As folhas são órgãos vegetais em forma de lâmina, geralmente de cor verde, devido à presença da clorofila. As principais funções desempenhadas pelas folhas são a fotossíntese, a transpiração e a respiração, esta, como em outras partes da planta, por meio da glicose e do oxigênio, produz energia para as células.

A estrutura, o desenvolvimento e o tamanho das folhas em cada espécie são caracte-rísticas fundamentais para que esses processos vitais sejam realizados a fim de garantir a sobrevivência da planta no ambiente em que ela está.

A fotossíntese, processo em que a planta produz o seu alimento, ocorre nos cloroplastos, que contêm clorofila – pigmento verde capaz de captar a energia da luz solar. Nela, acontece a reação entre o gás carbônico e a água e, desse modo, a energia luminosa é transformada em energia química, produzindo glicose e gás oxigênio.

Por meio da transpiração, a planta per-de água para o ambiente e consegue manter a temperatura ideal a fim de realizar todas as funções vitais. Para que isso ocorra, exis-tem os estômatos, estruturas localizadas na epiderme das folhas, na parte de baixo (po-dendo se abrir ou se fechar), e que são res-ponsáveis pela transpiração e pelas trocas gasosas com o ambiente.

Existem alguns fatores capazes de es-timular a abertura ou o fechamento dos es-tômatos. A luz estimula a abertura deles, portanto é durante o dia eles ficam abertos para a entrada do gás carbônico necessário à fo-tossíntese. Em caso de falta de água, eles se fecham, fazendo com que a perda de água seja minimizada.

Nas plantas encontradas em florestas tropicais, um ambiente quente e úmido, os es-tômatos ficam abertos por mais tempo e as folhas são maiores. Com eles abertos, a água absorvida pelas raízes é eliminada pelas folhas.

Algumas espécies de plantas também podem apresentar folhas modificadas, com dife-rentes funções. Veja os exemplos.

As brácteas são folhas geralmente coloridas, com função de proteção das flores e atra-ção de polinizadores.

Estômatos presentes na folha de uma planta, observados em microscópio

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Na planta do gênero Bougainvillea, as flores correspondem às estruturas amarelas, e as folhas modificadas apresentam cores fortes e chamativas

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Ciências

Algumas espécies de plantas têm folhas insetívoras, estruturas que capturam principal-

mente insetos, por meio da secreção de uma

substância que mantém os organismos presos a

ela. Plantas com essas folhas são popularmen-

te chamadas de carnívoras. Elas realizam fotos-

síntese, porém, por crescerem normalmente

em locais com solo pobre em nitrogênio e ou-

tros sais minerais, os absorvem dos insetos que

capturam.

Folhas insetívoras na planta da espécie Drosera aliciae

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atividades

1 A respeito dos tipos de raiz, é correto afirmar que

a) as raízes fasciculadas, como da grama, têm um eixo principal, do qual saem outras raízes menores.

b) as raízes escoras, típicas em plantas de mangue, apresentam adaptações para se fixarem em solo lodoso.

c) os haustórios são raízes que se fixam em outras plantas, auxiliando-as na sua sustentação e fixação.

d) a única função desempenhada pelas raízes é a de absorção de água e nutrientes para a planta.

2 Sobre os tipos de caule e raiz, escreva V para verdadeiro e F para falso. Depois, assinale a alternati-va que apresenta a sequência correta.

( ) As raízes retiram elementos do solo; por isso não existem raízes aquáticas.

( ) Existem plantas com raízes adaptadas para sugar seiva de outras plantas, sendo consideradas parasitas.

( ) O caule auxilia no transporte da seiva e na sustentação da planta.

( ) Ao contrário das raízes, não existem caules comestíveis.

a) F, V, F, V.

b) V, F, F, V.

c) F, F, V, F.

d) F, V, F, F.

e) F, V, V, F.

3 Observe a estrutura representada na imagem e, em seguida, assinale a alternativa correta.

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a) ( ) A estrutura representada está presente na flor, órgão re-produtivo das pteridófitas e gimnospermas.

b) ( ) Tratam-se dos estômatos, que possibilitam a entrada e

a saída de oxigênio e gás carbônico da planta.

c) ( ) São os estômatos representados, estruturas que perma-necem abertas independente das condições do ambiente.

d) ( ) São estruturas presentes exclusivamente nos caules das plantas.

8 cm

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4 (ENEM) Os manguezais são considerados um ecossistema costeiro de transição, pois são terrestres e estão localizados no encontro das águas dos rios com o mar. Estão sujeitos ao regime das marés e são dominados por espécies vegetais típicas, que conseguem se desenvolver nesse ambiente de elevada salinidade. Nos manguezais, é comum observar raízes suporte, que ajudam na sustentação em função do solo lodoso, bem como raízes que crescem verticalmente do solo (geotropismo negativo).

Essas últimas raízes citadas desenvolvem estruturas em sua porção aérea relacionadas à

a) flutuação.

b) transpiração.

c) troca gasosa.

d) excreção de sal.

e) absorção de nutrientes.

Carpelo

Estigma

Filete

Sépalas

Estames

Pétalas

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Flor de laranjeira e suas estruturas masculinas e femininas

Órgãos reprodutivos

Flores e frutos são característicos das angiospermas. As flores têm a função de proteger

os órgãos masculinos e femininos produtores de gametas, e os frutos de proteger as semen-

tes e auxiliar na dispersão delas.

Assim, flores, frutos e sementes estão envolvidos na reprodução das plantas, por isso

são classificados como órgãos reprodutivos.

Flor As flores têm as estruturas responsáveis pela fecundação, ou seja, a união

do gameta masculino com o feminino. A partir desse processo, ocorre o desen-

volvimento e crescimento de sementes e frutos.

As flores são formadas por folhas modificadas. As pétalas, por meio de suas cores, suas

formas e seus tamanhos, atraem agentes polinizadores; além disso, são estruturas de prote-

ção, assim como as sépalas. As estruturas responsáveis diretamente pela reprodução são os

estames – parte masculina da flor (androceu) onde são produzidos os grãos de pólen – e o

carpelo – parte feminina da flor (gineceu) em que se encontra o ovário com os óvulos (células

reprodutivas) no seu interior. Uma flor pode apresentar as duas estruturas reprodutivas ou

apenas uma delas.

Ovário

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Ciências

O processo de transporte do pólen dos estames até o carpelo é chamado de polinização. Quando um grão de pólen atinge a estrutura superior do gineceu, chamada de estigma, ele dá origem ao tubo polínico, que leva o gameta masculino do grão de pólen até o óvulo. Após a fecundação do óvulo, forma-se o embrião (semente) e desenvolve-se o fruto.

Algumas espécies apresentam várias flo-res fixas em um mesmo lugar do ramo ou cau-le, sendo chamadas de inflorescências. O gi-rassol e a margarida são exemplos delas, pois no seu centro encontram-se as flores masculi-nas, que produzem pólen, e, em seu entorno, as flores femininas.

Flor masculina no centro

Flor feminina ao redor

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Detalhe de um girassol, exemplo de uma inflorescência

Por que o desaparecimento das abelhas seria uma catástrofe –

e o que você pode fazer para evitar isso

O que há em comum entre um pepino, uma abobrinha e uma manga?

Não muito, aparentemente. No entanto, essas três coisas devem sua existência a um inseto: a abelha [...]

Sem as abelhas, você poderia ter que abrir mão da geleia de morango no café da manhã, das amêndoas, maçãs, mangas, tomates, kiwis, me-lancias – e de inúmeros outros alimentos. [...]

"As abelhas polinizam a maior parte das plantas que existem", explica Carlos Vergara, professor da Universidade de las Américas em Puebla, no México.

"Todas as plantas que têm flor precisam ser polinizadas para produzir sementes e sobreviver. E cerca de dois terços da dieta dos seres humanos vêm de plantas polinizadas." [...]

As populações de abelhas têm sofrido particularmente na Europa e América do Norte, por um fenômeno conhecido como "desordem de colapso das colônias", em que abelhas operárias desapa-recem abruptamente das colmeias.

A causa exata desse fenômeno é desconhecida, mas acredita-se que ocorra por uma combinação de fatores [...] como perda de habitat natural, mudanças climáticas e más práticas agrícolas.

Políticas públicas que incentivem a redução do uso de agrotóxico e promovam a variedade de culturas [...] têm potencial de criar um ambiente natural para atrair abelhas.

curiosidade?

POR QUE O DESAPARECIMENTO das abelhas seria uma catástrofe – e o que você pode fazer para evitar isso. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-40220606>. Acesso em: 18 mar. 2019.

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Abelhas são agentes polinizadores de muitas plantas

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Frutos Os frutos têm a função de proteger as sementes em sua formação e seu amadurecimen-

to, auxiliando também em sua dispersão, pois geralmente são apetitosos e chamam a aten-ção de algumas espécies de animais.

Essa dispersão pode ocorrer pelo vento como acon-tece com sementes aladas ou pela água como ocorre com o coco. Outras, são espalhadas por animais e, para isso, as plantas têm seus frutos suculentos e adocicados para chamar a atenção deles. Assim, os animais se alimentam dos frutos, mas não digerem as sementes, que acabam saindo junto com as fezes e podem germinar. Em outras situações, a semente é grande e resistente, nesses casos o animal se alimenta do fruto, mas a joga fora, deixando-a li-

vre para germinar. Há também o carrapicho, planta que gruda nos pelos e na pele de animais para se dispersarem em regiões variadas.

Os frutos geralmente se originam do desenvolvimento do ovário da flor após a fecun-dação. Quando maduros, podem ser carnosos (como o pêssego, o abacate, a laranja e o pe-pino) ou secos (como o trigo, o arroz, o milho, bem como as vagens de ervilha, feijão e soja).

Carrapicho, fruto de planta preso em pelo de um animal

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A vagem de feijão (A) é um exemplo de fruto seco, e o pêssego (B), um exemplo de fruto carnoso.

Alguns frutos são classificados como pseudofrutos (ou frutos acessórios). Estes não são verdadeiros porque não provêm do ovário da flor. Nesses casos, originam-se de outras partes dela. São exemplos deles: maçã, pera, morango, caju, figo, entre outros.

Alguns são classifi-cados como pseudofru-tos múltiplos, quando formados por inflores-cências. Um exemplo é o abacaxi, formado pela inflorescência de uma es-pécie de bromélia. Como as flores estão agrupa-das, as estruturas florais começam a se espessar após a fecundação e se fundem.

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Representação esquemática do pseudofruto maçã e as regiões da flor que o originam.

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Ciências

Semente

Raiz

Estrutura que formará o caule Folhas

primárias Cotilédones (reserva nutritiva)

Raiz

Folhas

Sementes As sementes são compostas por embrião, reserva nutritiva e envoltório de proteção.

Quando existe apenas um óvulo dentro do ovário da flor, uma única semente se forma, que é o caso do pêssego e o do abacate. Quando existem vários óvulos, formam-se várias semen-tes, por exemplo a laranja, o mamão e o tomate.

No interior das sementes, os embriões encontram-se protegidos e acompanhados de substâncias nutritivas (geralmente amido) que fornecerão energia para o seu desenvolvi-mento até que a nova planta possa realizar fotossíntese.

Essas substâncias nutritivas estão localizadas em regiões da semente cha-madas de cotilédones. Cada semente de angiosperma pode ter um ou dois cotilédones e esse é um critério para dividi-las em dois subgrupos: as eudico-tiledôneas, com dois cotilédones, e as monocotiledôneas, com apenas um.

As sementes são muito importantes na conquista de novos ambientes pelas espécies vegetais e podem permanecer por anos sem germinar, em um estágio chamado de dormência.

Quando encontram condições ambientais favoráveis, como temperatura, umidade e oxi-gênio, iniciam sua germinação. São muito representativas no processo evolutivo, porque, ao contrário dos esporos, têm reserva nutritiva para iniciar seu desenvolvi-mento e não dependem da água para sua formação.

O que faz uma nova planta crescer a partir da semente é a presen-ça de um embrião em seu interior. Esse embrião pode ter uma ou duas folhas embrio nárias, chamadas cotilédones, onde se encontra a reserva nutritiva para que ele se desenvolva até ter folhas e iniciar a fotossíntese.

Embrião

Cotilédone

Representação esquemática comparativa entre as estruturas das sementes de feijão (eudicotiledônea) e de milho (monocotiledônea)

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Representação da germinação de uma semente

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atividades

1 As gramíneas apresentam um sistema com inúmeras raízes finas que se espalham na superfície do solo, formando um emaranhado. Em muitas encostas, onde existe a possibilidade de erosão pela água da chuva e deslizamentos de terra, são utilizadas gramíneas para conter e evitar que isso ocor-ra. Justifique a escolha dessas plantas.

2 O caule é o órgão da planta que fornece suporte a outros órgãos vegetais, como as folhas (que fi-cam em posição adequada à recepção de luz). Além disso, ele também conduz água e sais minerais das raízes ao corpo do vegetal e açúcares das folhas às demais partes da planta. Considerando essas informações, marque X nas afirmativas corretas.

( ) O caule não tem nenhuma ligação com a produção e a distribuição do alimento produzido pe-las plantas na fotossíntese.

( ) Pelos vasos condutores de seiva, presentes nos caules, passam as seivas bruta e elaborada.

( ) O melhor posicionamento das folhas em relação à luz solar, propiciado pelo caule, é importan-te para a realização da fotossíntese.

( ) As raízes recebem açúcares produzidos na fotossíntese, podendo armazená-los, como no caso das cenouras.

3 Leia a tirinha e responda às questões.

GOMES, Clara. Resistência. Bichinhos de jardim. 11 maio 2007. Disponível em: <http://bichinhosdejardim.com/?s=resist%C3%AAncia>. Acesso em: 13 fev. 2019.

a) Pesquise no dicionário o significado da palavra “efêmera”. Por que a personagem associa essa característica às flores?

b) O brotinho que está iniciando seu crescimento terá flores. Essa característica indica que ele é classificado em qual grupo de plantas?

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Ciências

estame

pétala

sépala

carpelo

4 Nas angiospermas, a semente se origina após a polinização e a fecundação. Qual é a diferença entre esses dois processos?

5 Leia o texto e, na sequência, assinale a alternativa correta.

A mandioca (também conhecida como macaxeira e aipim) é um alimento legitimamente brasileiro. Os indígenas foram os primeiros a consumi-la em suas refeições. Atualmente, ela faz parte da dieta de muitos brasileiros. Sua farinha é fonte de muitas calorias.

A que parte da planta o texto está se referindo?

a) A um caule tuberoso.

b) A uma raiz do tipo rizoma.

c) A uma raiz tuberosa.

d) A um caule tubérculo.

6 O termo “seca” indica um período sem chuvas. Assim, a umidade do solo diminui, prejudicando as plantações. Com o solo mais seco, calor e alta incidência de sol, as raízes têm dificuldade de absor-ver água rapidamente para balancear a perda pela transpiração, assim as plantas ficam murchas. Com base nessas informações, responda às questões.

a) Como os estômatos provavelmente se comportam em um cenário como o descrito no enunciado?

b) Se as plantas tiverem uma folha grande, o processo de perda de água pela transpiração pode ser maior? Essa seria uma característica vantajosa em um ambiente seco? Justifique sua resposta.

7 (CFTMG) Analise a imagem a seguir.

Nesse órgão das angiospermas, a estrutura reprodutiva feminina corresponde à(ao)

a) pétala.

b) sépala.

c) carpelo.

d) estame.

8 (CFTMG) As plantas carnívoras, diferentemente de outras, são capazes de atrair, capturar e digerir pequenos animais, principalmente os insetos.

Essa adaptação favorece sua sobrevivência porque elas:

a) são incapazes de realizar fotossíntese.

b) vivem em solos pobres em alguns nutrientes.

c) reduzem as populações de seus próprios predadores.

d) sintetizam estruturas protetoras com a quitina digerida.

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Como as raízes do Cerrado levam água a torneiras de todas as

regiões do Brasil

O rio São Francisco está secando, haverá cada vez menos água [...]

O alerta é do arqueólogo e antropólogo baiano Altair Sales Barbosa, que há quase 50 anos estuda o papel do Cerrado na regulação de grandes rios da América do Sul.

[...] a rápida destruição do bioma está golpeando um dos pilares do sistema: a gigantesca rede de raízes que atua como uma esponja, ajudando a recarregar os aquíferos que levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil.

[...] Barbosa conta que a água que alimenta o São Francisco e as represas de São Paulo e Brasília vem de três grandes depósitos subterrâneos no Cerrado: os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí.

Os aquíferos são reabastecidos pela chuva, mas dependem da vege-tação para que a água chegue lá embaixo.

Barbosa afirma que muitas plantas do Cerrado têm só um terço de sua estrutura acima da superfície e, para sobreviver num ambiente com solo oligotrófico (pobre em nutrientes), desenvolveram raízes profun-das e bastante ramificadas.

"Se você arrancar uma dessas plantas, vai contar milhares ou até mi-lhões de raízes, e quando cortar uma raiz e levá-la ao microscópio, verá

conectado

arqueólogo: pesquisador que estuda os diferentes aspectos das origens e do desenvolvimento da história da humanidade, as culturas e os hábitos de comunidades antigas.

antropólogo: especialista que estuda os aspectos dos seres humanos nas sociedades passadas e recentes.

aquíferos: formações rochosas que armazenam água em regiões subterrâneas da crosta terrestre.

©Shutterstock/Vinicius Tupinamba

O São Francisco é um dos rios mais importantes do Brasil e está secando aos poucos

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Ciências

inúmeras outras minirraízes que se entrelaçam com as de outras plantas, formando uma espécie de esponja."

Esse complexo sistema radicular retém água e alimenta as plantas na estação seca. [...]

Barbosa conta que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas, ver-tendo o líquido não absorvido para lençóis freáticos no fundo. Dos lençóis freáticos a água passa para os aquíferos.

O professor diz que essa dinâmica começou a ser afetada radicalmente nos anos 1970, com a expansão da pecuária e de grandes plantações de grãos e algodão pelo Cerrado. [...]

Bastaria então replantar o Cerrado para garantir a recarga dos aquíferos?

A solução não é tão simples, diz o professor. Ele conta que o Cerrado é o mais antigo dos biomas atuais do planeta, tendo se originado há pelo menos 40 milhões de anos. [...]

Ele exemplifica: há plantas do Cerrado que só são polinizadas por um ou outro tipo de abelhas ou vespas nativas, várias das quais foram extintas pelo uso de agrotóxicos nas lavouras. Essas plantas poderão sobreviver, mas não serão mais capazes de se reproduzir.

O Cerrado também é uma espécie de museu porque muitas de suas plantas levam séculos para se desenvolver e desempenhar plenamente suas funções ecológicas. É o caso dos buritis, uma das árvores mais famosas do bioma, que costuma brotar em brejos e cursos-d'água. [...]

Sabe-se hoje da existência de cerca de 13 mil tipos de plantas no Cerrado, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo. Dessas espécies, segundo o professor, não mais que 200 po-dem ser produzidas em viveiros.

Ele conta que a ciência ainda não consegue reproduzir em laboratório as complexas interações entre os elementos do bioma [...]

FELLET, João. Como as raízes do Cerrado levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-39391161>. Acesso em: 13 fev. 2019.

1. Discuta com colegas e professor de que maneira a manutenção das plantas do bioma Cerrado é importante para garantir a preservação da biodiversidade em outros ambientes próximos e também da vida dos próprios seres humanos. Em seguida, registre os pontos principais nas linhas a seguir.

2. Existe algum aquífero na região onde você mora? Pesquise a localização dos principais aquíferos do Brasil e, em sala de aula, converse com colegas e professor a respeito disso. Quais atitudes podem ser tomadas no dia a dia para que sejam preservados?

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Sementes Rizoma Flores Esporos

Vasos condutores de seiva Estróbilos Alternância de gerações

Pteridófitas

1 Marque X na alternativa que corresponde à característica que é comum em todos os grupos de plantas.

a) Vasos condutores de seiva.

b) Grãos de pólen.

c) Clorofila.

d) Semente.

2 Leia o trecho a seguir.

Se os vegetais desaparecessem de repente da Terra, toda a vida no planeta estaria compro-metida, diversos ciclos ambientais não poderiam mais ser realizados e a quantidade de alimen-to encontrada na natureza certamente seria insuficiente para alimentar os animais, inclusive os seres humanos.

Essa afirmação é verdadeira? Justifique sua resposta.

3 Complete o quadro comparativo com as principais características das briófitas e das pteridófitas.

Briófitas Pteridófitas

Como é feito o transporte de nutrientes e água?

Dependem da água para se reproduzir?

Produzem esporos?

4 Sobre as pteridófitas, preencha o esquema escolhendo as estruturas do quadro que estão relacio-nadas a esse grupo de plantas.

o que já conquistei

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Ciências

5 Observe a imagem de sequoias, as maiores árvores existentes, e a de musgos. Comparando as es-pécies, responda às questões.

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Sequoia Musgo

a) A quais grupos de classificação cada uma das plantas acima pertence?

b) A presença de qual estrutura, ausente nos musgos, é um dos fatores que permite às sequoias chegarem a ter grandes alturas?

6 Na tabela, marque X nas estruturas presentes em cada um dos diferentes grupos de planta.

Tabela gravata Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Vasos condutores de seiva

Sementes

Flores e frutos

Estróbilos

7 Leia o texto e responda às questões.

Primeiras plantas resfriaram atmosfera da Terra

há 470 milhões de anos

Há 470 milhões de anos, o ambiente no nosso planeta não era nada agradável. Na porção de terra que existia, quase toda concentrada em um supercontinente, o cenário era desola-dor: apenas rochas, poeira e um pouco de gelo eram visíveis no horizonte. A vida só existia no oceano, em forma de bactérias e pequenos animais invertebrados. O clima era muito abafado e úmido, e o ar, saturado de dióxido de carbono (CO

2). [...]

As primeiras plantas terrestres eram ancestrais do musgo moderno e se espalharam lenta-mente pelas rochas. Para sobreviver, extraíram dessas rochas minerais como cálcio, magnésio, fósforo e os submeteram a reações químicas. [...]

O CO2 na atmosfera diminuiu drasticamente com a atividade das plantas, e a temperatura

média da Terra deve ter diminuído em até 5 °C, o que é muito.

PRIMEIRAS plantas resfriaram atmosfera da Terra há 470 milhões de anos. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/ciencia/primeiras-plantas-resfriaram-atmosfera-da-terra-ha-470-milhoes-de-anos/>. Acesso em: 22 mar. 2019.

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a) a presença de flores.

b) a ausência de vasos condutores de seiva.

c) a presença de frutos.

d) a presença de sementes comestíveis.

e) o corpo composto de raiz, caule, folhas, flores e frutos secos.

11 (PUCRJ) Em relação aos indivíduos do reino vegetal [das plantas], pode-se afirmar que os(as):

a) briófitas não dependem diretamente da água para sua reprodução.

b) fungos são vegetais aclorofilados.

c) flores das pteridófitas são frutos modificados.

d) gimnospermas possuem flores e frutos verdadeiros.

e) frutos das angiospermas se originam a partir do desenvolvimento do ovário.

a) Qual processo é realizado pelas plantas que precisa do gás carbônico (CO2) para acontecer? O

que é produzido ao final desse processo?

b) Qual estrutura é responsável por absorver gás carbônico do ar e em qual órgão vegetativo se encontra?

8 Quanto às flores e aos frutos, assinale a alternativa correta.

a) Pétalas coloridas impedem a ação de polinizadores.

b) O número de óvulos presentes em uma flor definirá o número de sementes em um fruto.

c) Frutos de cores vivas espantam pássaros que poderiam comê-los.

d) Não existem flores com os dois sexos, pois isso levaria à autofecundação.

e) O transporte de pólen por animais é um exemplo de parasitismo.

9 (ENEM) Caso os cientistas descobrissem alguma substância que impedisse a reprodução de todos os insetos, certamente nos livraríamos de várias doenças em que esses animais são vetores. Em compensação teríamos grandes problemas como a diminuição drástica de plantas que dependem dos insetos para polinização, que é o caso das:

a) algas.

b) briófitas como os musgos.

c) pteridófitas como as samambaias.

d) gimnospermas como os pinheiros.

e) angiospermas como as árvores frutíferas.

10 Observe a imagem do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).

É correto afirmar que uma característica dessa planta é

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