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Capítulo 13
Hidrosfera 2
Capítulo 14
Águas continentais e subterrâneas 8
Capítulo 15
Águas oceânicas 26
Capítulo 16
Degradação da hidrosfera 50
Volume 4
capí
tulo
A água é um recurso essencial para as atividades humanas
e para a sobrevivência dos seres vivos. Para que não falte água
à geração presente e às futuras, é importante saber mais sobre
ela, de sua origem ao modo como se distribui na Terra.
O fenômeno natural representado na imagem tem uma re-
lação muito grande com a água existente em nosso planeta. Con-
verse com o professor e os colegas sobre esse assunto, com base
nas questões seguintes: Você sabe como a chuva é formada?
Qual é a importância desse fenômeno para os seres vivos? Quais
são as características das paisagens nos locais onde não chove?
Os seres humanos podem interferir na dinâmica das chuvas?
Hidrosfera 13
• Origem da
hidrosfera
• Distribuição da água no planeta
o que vocêvai conhecer
Chuva no Lago Orta, 1808, tela do pintor italiano Luigi Arbarello (1860-1923)
©Album/Album/Fotoarena/A. DAGLI ORTI/DEA
2
Geografia
Origem da hidrosfera
A origem da água na Terra está relacionada à formação da atmosfera. Há bilhões de anos,
o nosso planeta era extremamente quente e, posteriormente, foi se resfriando. Durante o
resfriamento, uma grande quantidade de gases e vapores-d’água foi liberada dos materiais da
superfície e da atividade vulcânica, originando uma atmosfera primitiva. A água, que estava em
estado gasoso, deu origem a nuvens que, com o resfriamento gradual do planeta, ocasiona-
ram chuvas constantes, em um processo denominado condensação. Com o tempo, a água das
chuvas se depositou em grandes quantidades na superfície terrestre e se acomodou nos locais
mais baixos do relevo. Formaram-se, assim, os primeiros oceanos, mares, rios e lagos.
Portanto, a hidrosfera é a parte líquida da esfera terrestre, formada por água em seus
diferentes estados físicos (líquido, sólido e gasoso), como oceanos, geleiras, rios, lagos,
águas subterrâneas e vapores-d’água presentes na atmosfera.
A água é uma substância composta de oxigênio e hidrogênio (H O). Faz parte de quase
toda matéria e é a substância presente em maior quantidade no corpo humano, nas células
e no sangue dos animais, e também na seiva das plantas. Podemos dizer, assim, que a água é
um recurso fundamental para a vida.
Na Terra, há mais água que terras emersas. Atualmente, cerca
de 71% da superfície terrestre é coberta por água. Para ter uma
ideia do significado desse número, observe o planisfério seguinte,
criado pela Nasa com base em imagens de satélites, e verifique a
área ocupada apenas pelos oceanos, em relação aos continentes.
• Conhecer a origem e a importância da hidrosfera.
• Compreender a dinâmica do ciclo hidrológico.
• Entender a distribuição da água no planeta.
• Analisar os usos e a disponibilidade dos recursos hídricos.
objetivos do capítulo
condensação: passagem de um material do estado gasoso para o líquido, que pode ocorrer quando o
vapor é resfriado.
terras emersas: terras acima do nível médio dos mares.
Fonte: NASA Visible Earth. Blue marble: land surface, shallow water and shaded topography. Disponível em: <https://visibleearth.nasa.gov/images/57752/blue-marble-land-surface-shallow-water-and-shaded-topography>. Acesso em: 29 abr. 2019.
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Degelo
Radiação
solar
Evaporação do
solo, transpiração
das plantas
Precipitação no
continente
Escoamento
superficial
Ar úmido em
direção ao
continenteFluxo da água subterrânea em
direção aos rios e oceanos
Infiltração
Evaporação dos
lagos, rios, etc.
Precipitação
no oceano
Ciclo hidrológico
Na Terra, a quantidade de água é praticamente a mesma há milhões de anos, pois ela se man-
tém em um sistema conhecido como ciclo hidrológico, ou ciclo da água. Nele, a água circula entre
o subsolo, a superfície terrestre e a atmosfera, em diferentes estados físicos. Os principais fato-
res responsáveis pelo constante movimento da água são o calor do Sol e a força da gravidade.
Na imagem a seguir, observe o esquema do ciclo hidrológico.
Com base no esquema do ciclo hidrológico, responda às questões a seguir.
1 Como ocorre o ciclo hidrológico?
2 Quais são os estados físicos pelos quais a água passa no ciclo hidrológico? Dê exemplos.
3 Qual é a importância do calor do Sol para a manutenção do ciclo hidrológico?
olhar geográfico
evaporação: processo em que um líquido se transforma em vapor, geralmente por aquecimento.
infiltração: fluxo de água que passa da superfície da Terra para o subsolo.
precipitação: ocorre quando as nuvens ficam repletas de umidade, podendo apresentar a forma líquida (chuva) ou sólida (neve ou granizo).
Ciclo hidrológico
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Geografia
O ciclo hidrológico é um mecanismo natural muito importante para a dinâmica da Terra,
possibilitando o desenvolvimento da vida nos continentes. Nas regiões onde ocorre abun-
dância de água e insolação, por exemplo, estão localizados os ambientes mais ricos em es-
pécies animais e vegetais de todo o planeta. É fundamental compreender a importância
desse ciclo, pois a alteração de qualquer uma de suas fases pode gerar um sério desequilí-
brio ambiental.
Durante seu ciclo, a água passa por alguns processos capazes de eliminar suas
impurezas. Durante a evaporação, por exemplo, algumas partículas sólidas mais pe-
sadas são eliminadas. Já as águas que se infiltram são filtradas naturalmente pelas
sucessivas camadas de solo e rocha. Entretanto, esses processos naturais não são ca-
pazes de purificar águas muito poluídas por resíduos químicos ou contaminadas por
micro-organismos.
curiosidade?
Distribuição da água na Terra
O ciclo hidrológico purifica e renova a água, mas não a produz. Esse conhecimento per-
mitiu determinar o potencial hídrico da Terra, isto é, a quantidade de água existente, que é
97,5% de água salgada e apenas 2,5% de água doce.
Observe a ilustração a seguir, que representa a distribuição da água no planeta.
Geleiras e calotas
polares: 68,7%
Águas superficiais
(lagos, rios, manguezais,
atmosfera, corpos de
animais e plantas): 1,2%Lençóis freáticos e
aquíferos: 30,1%Água doce: 2,5%
Água salgada: 97,5%
Distribuição da água no planeta Distribuição da água doce no planeta
Fonte: UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY. Water science school: where is Earth's water? Disponível em: <https://www.usgs.gov/special-topic/water-science-school/science/where-earths-water?qt-science_center_objects=0#qt-science_center_objects>. Acesso em: 2 maio 2019.
Na ilustração, percebemos que a quantidade de água doce é proporcionalmente peque-
na. Além disso, ela não está distribuída igualmente no globo terrestre. O Brasil, por exemplo,
apresenta um grande potencial hídrico, contando com 12% de toda a água doce disponível
no planeta. Entretanto, essa água não é distribuída igualmente em nosso território: a maior
parte dela fica nas regiões Norte e Centro-Oeste, que são as menos habitadas.
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Desse modo, a distribuição desigual de água, tanto no Brasil quanto no mundo, pode
gerar carência de água em determinados lugares. Com isso, parte da população mundial não
dispõe de água potável e/ou tratada para beber, cultivar e preparar alimentos, ou para reali-
zar as demais atividades domésticas, como tomar banho e fazer a limpeza de suas moradias.
Do volume total de água doce, uma fração mínima, menor que 0,1%, encontra-se na
atmosfera. Apesar de parecer pouco, essa quantidade é fundamental para a manutenção
do ciclo hidrológico, pois os processos de evaporação e precipitação redistribuem a água na
superfície terrestre.
A umidade do ar também é importante
para regular a temperatura na superfície,
interferindo, assim, nas condições dos di-
ferentes climas do planeta. Há regiões, por
exemplo, em que a baixa umidade está rela-
cionada a climas secos e ambientes áridos,
ou com poucas reservas de água.
Já em outras regiões do planeta, a umi-
dade do ar é extremamente elevada e pro-
duz climas úmidos e formação de grandes
reservatórios de água. Há regiões, ainda, em
que o equilíbrio de umidade resulta em am-
bientes com períodos secos e outros úmidos.
A água presente na atmosfera é, por-
tanto, um elemento fundamental para co-
nhecermos melhor a dinâmica climática da
Terra, que pode resultar em situações de
excesso, equilíbrio ou escassez de água. Em-
bora a falta de água em algumas áreas tenha
origens naturais, é importante entender que
isso também pode estar relacionado a ativi-
dades humanas: uso excessivo desse recur-
so; grande concentração populacional, que
resulta em aumento do consumo; e gestão
ineficaz dos recursos hídricos. Mesmo sen-
do um recurso natural renovável, se a água
for mal aproveitada e desperdiçada, ela po-
derá faltar.Encontro das Águas do Rio Negro com o Rio Solimões, Amazonas, 2018. A Floresta Amazônica está localizada em uma das regiões com maior quantidade de água disponível no planeta.
A água é um recurso natural, pois é oriunda da natureza. Como o ciclo hidrológico é constante, podemos afirmar
que a água é um recurso natural renovável, isto é, que não se esgota, porque se renova rapidamente. Já os recursos
naturais não renováveis são aqueles que, ao serem extraídos da natureza, levam muito tempo para se refazerem , como
o petróleo e outros minerais.
San Pedro de Atacama, Chile, 2012. Mesmo em paisagens secas, como a do Deserto do Atacama, o vapor-d’água está presente na atmosfera em pequena quantidade.
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Geografia
1 Como se formou a hidrosfera?
2 Qual é a importância dos vapores-d’água presentes na atmosfera?
3 Observe os gráficos seguintes e responda à questão proposta.
o que já conquistei
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Água salgada Água doce
Geleiras e calotas polares
Águas subterrâneas
Águas superficiais
Distribuição da água no planeta Distribuição da água doce no planeta
Fonte: UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY. Water science school: where is Earth's water? Disponível em: <https://www.usgs.gov/special-topic/water-science-school/science/where-earths-water?qt-science_center_objects=0#qt-science_center_objects>. Acesso em: 2 maio 2019.
Que relação podemos estabelecer entre a porcentagem de água doce na Terra e sua distribuição e o total de água existente?
4 Como aprendemos, a água é um recurso natural renovável. Faça uma pesquisa para descobrir se os
recursos naturais seguintes são renováveis ou não e classifique-os.
(R) Recurso natural renovável (NR) Recurso natural não renovável
( ) Vento
( ) Gás natural
( ) Energia solar
( ) Carvão mineral
( ) Ouro e prata
5 De que maneira a água está presente no seu dia a dia? Liste ao menos três funções e/ou motivos que fazem da água um recurso essencial em seu cotidiano. Em seguida, converse com os colegas
sobre as atitudes que você adota no dia a dia para preservar a água e anote suas conclusões em forma de lista.
7
capí
tulo
A maior parte da superfície da Terra é recoberta de água,
que pode ser classificada em águas oceânicas (salgadas), for-
madas de oceanos e mares, e águas continentais (doces), cons-
tituídas de rios, lagos, geleiras e águas subterrâneas. Neste
capítulo, aprenderemos mais sobre a dinâmica das águas con-
tinentais. Observe a imagem e reflita com o professor e os
colegas sobre a importância das águas continentais para os seres
humanos.
Águas continentais e subterrâneas
14
• Rios
• Lagos
• Águas subterrâneas
• Geleiras continentais
o que vocêvai conhecer
Mercado flutuante, método tradicional e popular de comercializar produtos em alguns países asiáticos, Samut Songkhram, Tailândia, 2019
©Shutterstock/Sittirak Jadlit
8
Geografia
• Compreender a formação dos rios e sua interação com o relevo.
• Identificar os diferentes tipos de rios, suas características e seus elementos.
• Reconhecer as bacias hidrográficas e seus elementos.
• Entender a importância dos rios e de suas bacias para a sociedade, com base nas diversas formas de aproveitamento de suas águas.
• Compreender e identificar os lagos de acordo com suas origens.
• Entender a formação das geleiras e sua relação com o relevo.
objetivos do capítulo
Rios
Os rios são cursos de água que fluem sobre os continentes. De extrema importância para
o ser humano, eles são fonte de água potável e alimento, servem de vias de transporte de
pessoas e mercadorias e podem ser utilizados como locais de lazer e esporte. Entre outras
utilidades, os rios são uma alternativa para a geração de energia elétrica.
Como aprendemos no capítulo anterior, no ciclo hidrológico, uma parte da água das chu-
vas escoa sobre a superfície do solo, das partes mais altas para as partes mais baixas do ter-
reno, o que se denomina escoamento superficial direto. Essa água pode formar pequenos
filetes, que se juntam e criam pequenos riachos e, posteriormente, os rios. No entanto, uma
parte da água da chuva
se infiltra no solo e nas
camadas subterrâneas
de rochas porosas,
dando origem a len-
çóis subterrâneos, ou
lençóis freáticos, que
também alimentam os
rios. Esse escoamento
é denominado de base
ou subterrâneo. Quan-
do esse lençol atinge
a superfície, ocorre o
brotamento de águas
subterrâneas e o surgi-
mento da nascente de
um rio.
Como nasce um rio
Poros das
rochas
Rochas
Infiltração
Escoamento
superficial
Lençol freático
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Há rios que nascem de um lago, como o Rio Nilo, situado no norte da África, ou do der-
retimento de geleiras, como alguns afluentes do Rio Amazonas, que nascem nas montanhas
nevadas da Cordilheira dos Andes, no Peru, e atravessam toda a Região Norte do Brasil. A
maioria desses rios desemboca em mares e oceanos, mas alguns deságuam em lagos, como
o Rio Ramis, que lança suas águas no Lago Titicaca, no Peru.
Peru: Rio Ramis e Lago Titicaca
Fonte: ©Google Earth/Image Landsat/Copernicus/Data SIO, NOAA, U.S. Navy, NGA, GEBCO. Adaptação.
No período mais chuvoso do ano, as águas dos rios aumentam de volume: são as chama-
das cheias. Na estação mais seca, o volume das águas diminui: são as vazantes. A variação
no volume das águas forma o regime dos rios, que pode depender, portanto, das chuvas, do
derretimento de geleiras ou de ambos.
Rio Acre em dois momentos: no período da seca (à esquerda, em 2016) e das cheias (à direita, em 2014), Rio Branco, Acre
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Geografia
Assim, os rios podem correr tanto por áreas montanhosas quanto por planaltos e planí-
cies. Por isso, podemos dizer que há uma relação entre os rios e o relevo terrestre.
Observe a ilustração a seguir, que apresenta os elementos de um rio.
O caminho que um rio percorre
entre a cabeceira e a foz
chama-se curso. O fundo do
canal por onde as águas
correm denomina-se leito.
Em geral, quando o relevo é
movimentado, os rios correm
com mais velocidade. Nesse
caso, às vezes, os leitos
apresentam desníveis bruscos,
os quais dão origem a
quedas-d’água ou cachoeiras.
Um rio quase sempre recebe
as águas de outros rios, que
são chamados de afluentes ou
tributários. Os rios que
recebem as águas dos
afluentes são conhecidos
como principais.
O lugar onde o rio lança suas
águas chama-se foz.
O lugar onde o rio nasce é
chamado nascente ou cabeceira.
Desse ponto, o rio corre em
direção a outro rio, a um lago ou
ao mar, onde lança suas águas.
As terras que ficam nos dois lados
do rio são as margens. Dando as
costas para a cabeceira do rio,
temos, à direita, a margem direita
e, à esquerda, a margem esquerda.
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Ação dos rios
Em todo o seu percurso, da nascente à foz, os rios retiram, transportam e depositam
materiais ou sedimentos, que podem ser de areias finas a grandes blocos de rocha. Dessa
forma, os rios constroem e destroem suas margens. Essa ação é chamada de erosão fluvial.
Com o trabalho de erosão, os rios vão
formando vales fluviais com diferentes as-
pectos, que dependem de muitos fatores:
inclinação do leito; força da corrente da
água; tipo de rocha em que o canal foi sendo
escavado; e condições climáticas, principal-
mente as relacionadas à quantidade de chu-
vas que cai na região. Esses fatores atuam
em conjunto, modificando o leito do rio e
suas vertentes (as paredes do vale).
Existem vários tipos de vales fluviais,
sendo os mais comuns os vales em V e os câ-
nions, também conhecidos como gargantas.
Vale em V: o trabalho de erosão do rio
é realizado tanto no aprofundamento
de leito quanto no desenvolvimento das
vertentes. Em áreas de clima úmido, a
água das chuvas e os deslizamentos de
rochas e solos podem modificar a forma
das vertentes e alargar o vale. Observe
as imagens a seguir.Vale em V
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Vale do Rio Santo Antônio, Ferros, Minas Gerais, 2018
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Geografia
Cânion ou garganta: o trabalho de apro-
fundamento do leito do rio é mais forte
que o de formação das vertentes. Em
geral, o cânion aparece em áreas de ro-
chas sedimentares, que oferecem pouca
resistência ao trabalho das águas. Quan-
do o clima é pouco chuvoso ou mesmo
seco, as vertentes são praticamente ver-
ticais. Um dos mais belos exemplos de
cânion é o formado pelo Rio Colorado,
no oeste dos Estados Unidos, onde as
vertentes verticais chegam a mais de mil
metros de altura.
Formação de um cânion
Meandros
Meandros são as curvas que um rio forma em seu percurso por uma área plana. Com o
passar do tempo, um rio pode alterar sua trajetória e, quando isso acontece, ele abandona
uma curva (meandro), que dará origem a um lago.
Quando o rio constrói um meandro, retira materiais da margem externa da curva e deposi-
ta sedimentos trazidos de outras partes na margem de dentro. Nessas margens, formam-se as
barras de pontal ou barras de meandro, que podem formar ilhas, compondo a planície aluvial ou
várzea. Muitas vezes, os sedimentos não depositados nas margens
acabam parando no fundo dos rios, em locais de depósito, onde se
formam os bancos de areia. Quando esses bancos afloram na super-
fície da água, formam ilhas onde pode nascer nova vegetação.
Rio Colorado, Arizona, 2018. No oeste dos Estados Unidos, planaltos de rochas sedimentares pouco resistentes à erosão permitiram que alguns rios escavassem vales profundos ou gargantas.
várzea: terrenos baixos junto
às margens dos rios. Em certos lugares, são aproveitados para
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Observe a imagem a seguir.
Muitas vezes, com o crescimento
das cidades, os cursos dos rios são al-
terados, o que causa grandes impactos
sobre eles. A retificação, por exemplo,
ocorre quando os meandros de um rio
são eliminados para tornar seu percur-
so mais uniforme, alterando seu curso
natural. Isso pode resultar no estreita-
mento do canal do rio e no aumento da
velocidade de suas águas, o que pode
levar a inundações durante fortes chu-
vas. Essa situação torna-se ainda mais
grave quando ocorre também a retira-
da da mata ciliar, ou mata de galeria,
vegetação que acompanha o leito do
rio. As raízes dessa vegetação ajudam
a impedir a erosão das margens flu-
viais, reduzindo o assoreamento, isto
é, o depósito de sedimentos no fundo
dos rios. Quando há assoreamento, o
rio fica menos profundo, o que amplia
ainda mais a possibilidade de inunda-
ções durante as chuvas.
Rio Bananal, Tocantins, 2012
Barra de pontal ou barra de meandro
Banco de areia
Canal do rio
Meandro abandonado
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a Cidade Universitária - USP, ao lado da marginal do
Rio Pinheiros, São Paulo, 2018
Alagamento na marginal do Rio Pinheiros, São Paulo, 2019A
O percurso do Rio Pinheiros, em São Paulo, foi alterado para atender às necessidades
da crescente urbanização da cidade. Em períodos de fortes chuvas, seu leito costuma transbordar, causando transtornos.
14
Aproveitamento dos rios
Os rios de planície são aqueles
que percorrem áreas aplainadas
e que não costumam apresentar
grandes desníveis em seu leito.
Esses rios formam caminhos natu-
rais, utilizados pelos seres huma-
nos para navegação.
Os rios de planalto também podem apresentar trechos próprios para navegação, mas
costumam ter desníveis no curso de seu leito, os quais são aproveitados pela sua força hi-
dráulica. As represas ou barragens construídas acumulam a energia da água, que é utilizada
para movimentar turbinas, que, por sua vez, acionam geradores de eletricidade. Quando a
força das águas não é usada para gerar energia, formam-se cachoeiras nos desníveis.
Para um rio ser navegável ou ser aproveitado para instalação de hidrelétricas, é necessá-
rio que ele se mantenha corrente o ano inteiro, isto é, que não seque em nenhum período do
ano. Os rios que apresentam essa característica são chamados de perenes.
Em locais onde a estação seca é prolongada, existem rios temporários ou intermitentes,
que secam completamente durante um período do ano, em razão da escassez de chuvas.
Manaus, 2019. O Rio Amazonas, assim como outros rios da Região Amazônica, é
intensamente utilizado para o transporte de pessoas e mercadorias.
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Usina de Três Gargantas construída no Rio Yangtze, ou Rio Azul, na China, 2010
15
No Brasil, a maioria dos rios é perene. Os rios temporários encontram-se principalmente
no interior da Região Nordeste. Com um colega, consulte o mapa de climas do mundo, estu-
dado na página 29 do capítulo 10, e descubram por que isso ocorre nessa região.
olhar geográfico
Leito do Rio Murchison, na Austrália, em dois momentos: no período da seca (à esquerda, em 2013) e no período chuvoso (à direita, em 2018), Kalbarri National Park
Bacias hidrográficas
Um rio e seus afluentes formam uma rede fluvial, e a área drenada por essa rede é cha-
mada de bacia hidrográfica. As porções mais altas do relevo em torno de uma bacia hidrográ-
fica funcionam como divisores de águas, que estabelecem os limites da bacia, direcionando
toda a água das chuvas, que escoa pelas encostas até os pontos mais baixos do relevo.
Divisores de águas de bacias hidrográficas brasileiras em Santos, São Paulo, 2012
Divisor de águas
Rio principal
Afluentes
Encostas
Bacia hidrográfica
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16
Geografia
Na maior parte do território brasileiro, há muitos rios, distribuídos em várias bacias hi-
drográficas. No mapa abaixo, observe um exemplo, o das bacias hidrográficas do estado do
Paraná. Cada traço em azul-claro representa um rio, e as cores delimitam as diferentes bacias
hidrográficas.
Fonte: SUDERHSA. Bacias hidrográficas do Paraná. Disponível em: <http://www.aguasparana.pr.gov.br/pagina-80.html>. Acesso em: 2 jul. 2019. Adaptação.
É importante conhecer as características das bacias hidrográficas, pois modificações sem
planejamento adequado podem trazer consequências graves para o ambiente, que vão re-
fletir na qualidade de vida do ser humano.
Por exemplo: a retirada da cobertura vegetal de uma bacia hidrográfica pode aumentar
o depósito de detritos nos rios, comprometendo a qualidade de suas águas, o que pode ge-
rar escassez de água para consumo. Por isso, a conservação das bacias hidrográficas é muito
importante. No Brasil, existem leis federais e estaduais que exigem das unidades da federa-
ção um plano de estudo das bacias hidrográficas para assegurar sua conservação, garantindo
o fluxo e o uso sustentável de suas águas.
A Agência Nacional de Águas (ANA) é um órgão do governo federal responsável pela
regulação do uso de recursos hídricos existentes em território nacional. A ANA monitora e
fiscaliza a situação da captação de águas para todos os tipos de usos – industrial, residencial
e agropecuário – em parceria com os governos estaduais e municipais, planejando a utili-
zação e prevenindo possíveis problemas relacionados à aplicação inadequada dos recursos
hídricos existentes no país. Além disso, a agência coordena projetos de implementação de
comitês para gestão das bacias hidrográficas brasileiras.
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Paraná: bacias hidrográficas
17
Qual é o rio mais próximo da escola onde você estuda? Reúna-se com três colegas e, com a orientação do professor, façam uma pesquisa seguindo o roteiro abaixo.
a) Nome do rio.
b) É um rio principal ou afluente?
c) Onde fica a nascente?
d) Em que lugar ele deságua?
e) É um rio perene ou temporário?
f) Qual é a época das cheias?
g) Qual é a época das vazantes?
h) O rio faz trabalho de erosão?
i) É utilizado para abastecimento, lazer ou navegação?
Em dia agendado, conversem com a turma sobre as características, as condições e a importância desse rio para a comunidade.
pesquisa
Ao construir barragens para
conter a água dos rios, o ser hu-
mano transforma os trechos re-
presados em lagos artificiais, utili-
zados para a construção de usinas
hidrelétricas. É o caso do Lago de
Itaipu, que se formou junto à usi-
na de mesmo nome, entre o Brasil
e o Paraguai.
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Para a construção da hidrelétrica de Itaipu, o Salto das Sete Quedas, acima, foi submerso. Em seu lugar, hoje existe o Lago de Itaipu, o maior lago artificial do Brasil, localizado entre as cidades de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.
©Wikimedia Commons/Jonas de Carvalho
Salto das Sete Quedas no Rio Paraná, em Guairá, PR, 1982
Usina Hidrelétrica de Itaipu, 2011
18
Geografia
Lagos
Os lagos são constituídos de massas líquidas envolvidas por terras e são encontrados no
interior dos continentes, podendo ter águas salgadas ou não.
De acordo com sua origem, os lagos podem ser naturais ou artificiais. Os lagos que se
localizam em depressões originadas por fraturas ou falhas da crosta terrestre são chamados
tectônicos, como o Lago Baikal, na Rússia, o mais profundo e volumoso da Terra.
Ao longo dos bilhões de anos da Terra, em certos períodos, o nível dos oceanos se elevou
e cobriu, inteira ou parcialmente, um ou outro continente. Posteriormente, o mar recuou,
deixando parte de suas águas acumuladas em depressões e áreas baixas, formando grandes
lagos salgados.
Dependendo da área ou do país, esses lagos podem receber também a denominação de
mar. É o caso do Mar Aral e do Mar Morto, situados na Ásia, e do Mar Cáspio, localizado entre
a Europa e a Ásia.
À esquerda, imagem de satélite obtida em 2013, à direita, foto do Lago Baikal em Irkutsk, Rússia, 2018
Uma das margens do Mar Morto, um grande lado de água salgada entre Jordânia e Israel, 2012
©Google Earth/Data Intas Project 99-1669 ©Shutterstock/Amnat Phuthamrong
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atividades
Relacione as duas colunas.
a. Rio perene
b. Rio temporário
c. Meandros
d. Rede fluvial
e. Bacia hidrográfica
f. Divisores de águas
g. Afluentes
( ) Curvas formadas por um rio em seu percurso.
( ) Limites em torno de uma bacia hidrográfica.
( ) Rio que apresenta água em seu leito o ano todo.
( ) Área drenada por uma rede fluvial.
( ) Formada por um rio e seus afluentes.
( ) Rios que deságuam em rios principais.
( ) Rio que desaparece durante as secas.
Águas subterrâneas
Você já sabe que, de toda a água existente na superfície da Terra, apenas 2,5% são de
água doce. Todos os 97,5% restantes são de água salgada, os quais constituem oceanos e
mares.
Da água doce, cerca de 70% constituem as geleiras, e os outros 30% são quase todos de
águas subterrâneas. Portanto, a maior parte da água disponível para o uso humano é sub-
terrânea; o restante corresponde às águas de superfície (rios, lagos, etc.), que representam
apenas 0,3% do total de água doce do planeta.
Do total de águas subterrâneas e superficiais utilizadas pelos seres humanos, 69% são
usados na agricultura, 21% têm emprego industrial e apenas 10% são de uso doméstico.
As águas subterrâneas são formadas pelas águas das chuvas,
que se infiltram no solo em virtude da permeabilidade do terre-
no, atraídas pela força da gravidade. Ao encontrar uma superfície
de argila ou de rochas impermeáveis, como o basalto, as águas in-
filtradas se esparramam sobre ela, formando o que se denomina
lençol freático.
Geralmente, essas águas estão a uma pequena profundidade e, quando afloram, dão
origem aos chamados olhos-d’água. Mesmo abaixo da terra, elas podem ser facilmen-
te captadas para o uso com a abertura de poços domésticos, como é comum em zonas
rurais.
A variação natural dos níveis freáticos e sua reposição dependem do regime das
chuvas, mas os seres humanos podem interferir nesse processo ao utilizarem a água sem as
devidas precauções.
permeabilidade: propriedade de
um material de se deixar penetrar por uma substância, através de seus poros.
20
Geografia
confinados: fechados, isolados.
Área de recarga
(infiltração)
Camadas de
rochas pouco
permeáveis
Poço artesiano
Aquífero
confinado
Aquífero confinado
Por causa da profundidade e, principalmente, por estar abaixo de uma camada de ro-
cha impermeável, a água dos aquíferos confinados só pode ser aproveitada com o uso de
equipamentos especiais, como os utilizados para perfurar poços artesianos. Esses poços
devem se localizar nas partes do terreno mais baixas que as áreas de recarga, pois, assim,
a água sobe espontaneamente à superfície, em razão da pressão a que está submetida
no aquífero.
O Brasil dispõe de enormes reservas de águas subterrâneas. Existem pelo menos 27
aquíferos confinados no Brasil, entre os quais se destacam o Alter do Chão, nos estados do
Pará e Amazonas, e o Aquífero Guarani, um dos maiores do mundo.
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As águas infiltradas podem atingir níveis mais profundos, aproveitando rochas
permeáveis existentes na superfície. Quando isso acontece, inundam extensas cama-
das porosas intercaladas entre rochas pouco permeáveis, dando origem aos aquíferos
confinados, que são realimentados permanentemente pelas
áreas de recarga e demoram um longo tempo para ser forma-
dos. Acompanhe o esquema de formação dos aquíferos confina-
dos na imagem a seguir.
21
Geleiras continentais
Você já deve ter visto, pela televisão ou por outro meio de comunicação, imagens de
grandes extensões de gelo. São as geleiras, que se estabelecem sobre áreas continentais
em regiões polares ou de climas com invernos muito rigorosos. No verão, com a elevação
das temperaturas, as geleiras sofrem fragmentação. Os blocos fragmentados geralmente
deslizam para os oceanos e formam os icebergs.
Rupturas do gelo
glacial e deslizamento
para o oceano
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Formação de um iceberg
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Os icebergs são perigosos para a navegação por dois motivos: primeiro, porque a maior
parte dos blocos fica submersa, isto é, sob a água, só aparecendo sua crista; segundo, porque
eles se movimentam.
Já houve muitos acidentes causados por choques contra essas montanhas de gelo. Um
dos mais conhecidos é o do transatlântico Titanic, o maior navio do mundo na época, que ia
de Liverpool, na Inglaterra, a Nova Iorque, nos Estados Unidos, em abril de 1912. No norte do
Oceano Atlântico, o navio sofreu um enorme corte no casco quando se chocou com um iceberg,
causando um dos maiores naufrágios da história. Nesse episódio, morreram 1 513 pessoas.
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Icebergs flutuam com a maior parte do corpo submerso nos mares gelados da Groenlândia,
Dinamarca, 2012
22
Geografia
As geleiras também podem se formar nos picos das altas montanhas. Nessas formações,
a erosão glacial, que é a ação do gelo sobre a superfície terrestre, torna-se mais evidente.
Em muitos casos, formam-se vales de fundo achatado, ou vales em U. São os chamados
vales glaciais, que se formam quando antigos vales fluviais em V são retrabalhados pelo gelo
que os recobre, alargando sua base.
Antes da glaciação
Vale em V Geleiras Vale em U
Durante a glaciação Depois da glaciação
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Em áreas litorâ-
neas de altas encostas,
muitas vezes os vales
em U, após a glacia-
ção, são invadidos pe-
las águas do oceano,
formando ali um braço
de mar. São os fiordes,
encontrados em abun-
dância nos litorais da
Noruega e do Chile, e
em menor quantidade,
no sudeste do Alasca,
Estados Unidos.
Vale glacial com fundo achatado e
recoberto de gelo, Alasca, EUA, 2006
Vale glacial com fundo achatado e recoberto de gelo, Ålesund, Noruega, 2019
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1 Observe a imagem captada pelo satélite Landsat, que mostra o Rio Amarelo, na China, desaguando no Mar Bohai, no Oceano Índico.
o que já conquistei
a) A imagem mostra a nascente ou a foz do Rio Amarelo? Justifique sua resposta.
b) Imagine que você está de barco, seguindo o curso do Rio Amarelo em direção à foz. Que pontos (A e B) representam a margem direita e a esquerda desse rio? Justifique sua resposta.
c) Na imagem, a área urbana está localizada à margem esquerda ou à direita do rio?
Fonte: NASA. Disponível em: <http://eoimages.gsfc.nasa.gov/images/imagerecords/42000/42439/yellow_river_20090620_lrg.jpg>. Acesso em: 16 out. 2019. Adaptação.
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24
Geografia
2 Defina bacia hidrográfica e explique a necessidade de seu estudo e conservação.
3 Por que é importante a preservação das matas ciliares, ou de galeria, nas margens dos rios?
4 Sobre as geleiras continentais, responda às questões a seguir.
a) Onde elas se localizam?
b) Como se formam os icebergs e por que eles são perigosos para a navegação?
c) Como são formados os vales em U?
d) O que são fiordes e como são formados?
5 Para facilitar a visualização e a fixação dos conceitos abordados neste capítulo, produzam, com a orientação do professor, uma maquete que represente os diferentes elementos relacionados à hidrografia.
25
capí
tulo
Sabemos que 97,5% das águas da Terra são de água salgada.
Essas águas formam oceanos e mares, sendo fontes de oxigênio e
outros gases que regulam a atmosfera e as temperaturas do pla-
neta. Além disso, formam importantes ecossistemas, que abrigam
variadas formas de vida. Neste capítulo, você vai conhecer mais so-
bre os ambientes marinhos e sua importância para a humanidade.
O que a imagem retrata? A qual atividade econômica ela se
relaciona? Quais outras atividades podem ser realizadas em mares
e oceanos? Converse com o professor e os colegas sobre o modo
como os oceanos influenciam a economia das sociedades.
Águas oceânicas15
• Oceanos
• Movimentos do mar
e sua ação sobre o relevo terrestre
• Ambientes marinhos
o que vocêvai conhecer
SOROLLA, Joaquín. Pescadores valencianos. 1897. 1 óleo sobre tela, color., 85 cm × 65 cm. Coleção particular.
©Joaquín Sorolla/Coleção Particular
26
Geografia
• Identificar as principais características dos oceanos e mares do planeta.
• Reconhecer a importância dos mares e oceanos para as sociedades.
• Compreender a relação entre os movimentos do mar e o relevo terrestre.
• Reconhecer as características dos diferentes ambientes marinhos.
objetivos do capítulo
Oceanos
Como você pôde perceber na conversa de abertura, os ocea-
nos influenciam nossas vidas de várias maneiras diferentes. Ao
observar o planisfério a seguir, você verá que a superfície ter-
restre é recoberta por uma grande massa de água contínua, ao
contrário dos continentes. Essa massa é contínua, isto é, não há
separação física entre os oceanos, contudo ela apresenta carac-
terísticas particulares em cada porção do planeta onde se en-
contra, o que justifica sua divisão em diversos oceanos. Assim,
dizemos que os oceanos são as grandes massas de água salgada
que separam os continentes.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. p. 34 e 56. Adaptação.
Planisfério: oceanos e mares
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leitura cartográfica
Com base no mapa Planisfério: oceanos e mares, responda às questões.
1 Qual dos oceanos é o mais extenso? Que continentes são banhados por ele?
2 Quais são os continentes banhados pelo Oceano Índico?
3 Qual é o nome do oceano que banha a costa leste do Brasil?
4 A unidade da federação onde você mora é banhada pelo Oceano Atlântico? Em caso afirmativo, você já visitou algumas de suas praias? Como elas são? Elas parecem limpas?
A imensa massa de água salgada que cobre a Terra foi dividida em cinco porções, ou ba-
cias oceânicas: oceanos Pacífico, Atlântico, Índico, Glacial Ártico e Glacial Antártico.
Oceano Pacífico
O Oceano Pacífico é o mais extenso dos oceanos da Terra. No planisfério abaixo, note
que ele separa a América da Ásia e da Oceania. Ao norte, estende-se até o Oceano Ártico e,
ao sul, até a Antártica.
Planisfério: Oceano Pacífico
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. Adaptação.
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Geografia
Os cientistas têm grande interesse nesse oceano devido às características variadas de
seu relevo. Isso porque, além de muitas ilhas, o Pacífico abrange diversas fossas oceânicas,
que são áreas mais profundas. A mais profunda do planeta é a Fossa das Marianas, onde a
Placa do Pacífico mergulha sob a Placa Filipina.
O Pacífico também tem cadeias montanhosas submarinas, algumas das quais apresen-
tam os picos fora da água, como a mais alta montanha da Terra (considerando a medição
da base ao pico), o Mauna Kea, no arquipélago do Havaí. Além disso, sob ele, existe intensa
atividade vulcânica.
Oceano Atlântico
O Oceano Atlântico destaca-se por sua importância econômica, pois é intensamente uti-
lizado por rotas de navegação, especialmente em sua porção setentrional, entre Estados
Unidos e Canadá, de um lado, e a Europa Ocidental, de outro. Por ele, esses países, assim
como a África e a América Latina, comercializam muitos produtos.
Dessa forma, há nele grande movimento de pessoas, mercadorias e embarcações. Por
esse motivo, partes desse oceano são significativamente poluídas. Observe os mapas a se-
guir para compreender melhor.
Fonte: MARINE TRAFFIC. Disponível em: <https://www.marinetraffic.com/>. Acesso em: 5 jul. 2019. Adaptação.
Fonte: NATIONAL CENTER FOR ECOLOGICAL ANALYSIS AND SYNTHESIS. Impacts by activity: Ocean-basedPollution. Disponível em: <https://www.nceas.ucsb.edu/globalmarine/impacts>. Acesso em: 5 jul. 2019. Adaptação.
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Oceano Atlântico: navegação Oceano Atlântico: poluição
29
leitura cartográfica
Compare os dois mapas da página anterior. Qual é a relação entre eles?
O Oceano Atlântico também apresenta um relevo submarino que desperta o interesse
dos cientistas, especialmente geólogos e oceanógrafos. Trata-se da cordilheira submarina
que o atravessa de sul a norte: a Dorsal Mesoatlântica. No centro dela, há uma grande falha,
onde se formam novos trechos da crosta terrestre com a lava vulcânica que brota do manto.
Ao entrar em contato com a água fria do fundo do oceano, o magma se resfria rapidamente,
solidificando-se. Assim, o fundo do mar entre a América e a África permanece em contínua
e lenta expansão.
A imagem abaixo mostra uma paisagem do Parque Nacional Thingvellir, na Islândia, onde
a Dorsal Mesoatlântica emerge sobre o oceano, expondo o encontro de duas Placas Tectôni-
cas: Eurasiana e Norte-Americana.
Oceano Índico
O Oceano Índico, o terceiro maior do mundo, é rodeado de continentes: ao norte, Ásia; a
oeste, África; e a leste, Oceania. Ao sul, encontra-se com o Oceano Glacial Antártico.
Localiza-se, em grande parte, na Zona Tropical, por isso é também o oceano com a tempe-
ratura média mais elevada, o que favorece a grande diversidade de vida marinha. O Oceano Ín-
dico apresenta grande quantidade de recifes de corais e ilhas coralinas, conhecidas como atóis.
Parque Nacional Thingvellir, Islândia, 2017
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Geografia
O coral nada mais é que um pequeno animal marinho, que vive em colônias – geralmente em mares de temperatura mais amena, como nas regiões tropicais e subtropicais. Enquanto está vivo, esse organismo secreta à sua volta um esqueleto de carbonato de cálcio, substância extraída da água do mar. Após sua morte, novas colônias desenvolvem-se sobre essa estrutura rígida, forman-do, com o tempo, os paredões calcários que chamamos de recife. O processo todo demora, obvia-mente, milhares de anos.
“Existem três tipos de recifes de coral: franjas, barreiras e atóis”, afirma a bióloga Flora Hadel, da Universidade de São Paulo (USP). Sua formação geralmente começa pelas praias, estendendo--se até 400 metros mar adentro. Nesse estágio inicial, eles são batizados de franjas. Já as barreiras surgem quando a erosão das praias afasta o recife da beira-mar. É o caso da mais famosa dessas formações, a Grande Barreira de Corais, na Austrália, com 2 000 quilômetros de extensão. O atol, por sua vez, é como um anel, formado quando essas barreiras circundam alguma ilha que, tam-bém devido à erosão, deixa de existir.
Os recifes de coral têm vital importância para a manutenção do equilíbrio biológico, por servirem de abrigo para uma enorme diversidade de espécies de peixes, algas, crustáceos e outras criaturas marinhas que vivem e se reproduzem sob sua proteção. Eles também estão entre os mais ameaçados pela elevação da temperatura da Terra, pois o aquecimento dos mares pode levá-los à extinção.
COMO se formam os recifes? Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-se-formam-os-recifes/>. Acesso em: 17 jan. 2020.
curiosidade?
O Índico é extremamente importante para os continentes que são banhados por ele
(África, Ásia e Oceania), e suas águas também são intensamente navegadas.
Nesse oceano, ocorrem as mais fortes monções do planeta. Trata-se do regime de ventos
do Sudeste Asiático, que muda de direção ao passar do inverno para o verão. Isso ocorre em
razão da diferença de temperatura existente entre as massas de terra e as do oceano. No
verão, os ventos sopram do oceano para o continente, levando umidade e, no inverno, fazem
o caminho inverso, gerando períodos de seca.
Recife de coralVulcão extinto
Laguna do recife
Crosta terrestre
Atóis são ilhas em forma de anel ou semicírculo, constituídas por recifes de
corais que crescem ao redor de uma ilha vulcânica extinta e submersa.
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Oceano Glacial Ártico
O Oceano Glacial Ártico localiza-se próximo ao Polo Norte e é quase todo cercado pela
Ásia, Europa, América do Norte e por centenas de ilhas. Ele permanece a maior parte do ano
congelado, o que dificulta a navegação. No entanto, esse oceano desperta fortes interesses
econômicos nos países que o rodeiam, pois é rico em recursos naturais, como petróleo, que se
estendem embaixo do mar congelado ou das geleiras nas bordas do Ártico. O mapa a seguir
mostra como os depósitos de petróleo e gás natural estão distribuídos nesse oceano, o que
leva os países do entorno a reivindicar sua exploração.
Fonte: U.S. ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION. Arcticoiland natural gasresources. Disponível em: <https://www.eia.gov/todayinenergy/detail.php?id=4650>. Acesso em: 10 jul. 2019. Adaptação.
Nos últimos anos, cientistas têm observado um aquecimento das águas desse oceano, o
que tem reduzido sua cobertura de gelo. Por isso, os países que o rodeiam procuram garan-
tir, desde já, seus direitos sobre a exploração futura do Ártico. Muitas nações já o exploram,
pois têm direitos sobre as águas próximas às suas costas, que são zonas econômicas exclusi-
vas de cada país.
Também se desenvolvem, no Ártico, muitos trabalhos científicos cooperativos entre as
nações, muitos relacionados às mudanças climáticas.
Oceano Glacial Antártico
O Oceano Glacial Antártico localiza-se ao redor da Antártica, no Polo Sul. Por isso, tam-
bém apresenta boa parte de suas águas congeladas durante os períodos de inverno.
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Ártico: depósitos de petróleo e gás natural
32
Geografia
Esse oceano desperta grande interesse científico,
pois suas águas são ricas em animais invertebrados mui-
to parecidos com o camarão, chamados krill. Eles consti-
tuem um importante elemento para a cadeia alimentar
dos oceanos, servindo de base alimentar para grande
quantidade de espécies, como pinguins e focas. Por ser
um alimento rico em nutrientes, esse crustáceo serve
também à alimentação humana.
A Antártica conta com diversas bases científicas,
que recebem milhares de pesquisadores, incluindo bra-
sileiros, interessados em estudar melhor seus ambien-
tes, especialmente o oceano e as dinâmicas climáticas.
Mares
Mares são massas de água salgada, e a maioria deles faz parte dos oceanos. Contudo, no
interior dos continentes, existem massas de água salgada chamadas de mares, como o Mar
Morto e o Mar Aral, na Ásia, também considerados lagos salgados.
Os mares diferem dos oceanos principalmente porque são menores em extensão e têm
menos profundidade. O termo “mar” se refere, portanto, a extensões de água quase fecha-
das (em certos casos, completamente fechadas) ou a partes bem definidas de algum oceano.
Há diferentes tipos de mares. A maioria deles tem ampla comunicação com os oceanos: são
mares abertos ou costeiros, como o Mar das Antilhas, na América Central. Alguns mares, porém,
têm uma comunicação estreita com os oceanos: são mares continentais ou interiores, como o
Mar Mediterrâneo e o Mar Báltico, ambos situados na Europa. Há, ainda, os mares fechados ou
isolados, que não têm comunicação com o oceano, como o Mar Cáspio, que fica na Ásia.
Imagem de satélite do Polo Sul mostrando a área do Oceano Glacial Antártico
atividades
1 Consulte novamente o Planisfério: oceanos e mares, na página 27, para localizar os mares citados no texto. Pesquise também outros exemplos de mares abertos, continentais e fechados, e compar-
tilhe com os colegas e o professor o que você encontrou.
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33
2 Escreva o nome dos mares que fazem parte de cada oceano. Lembre-se de que o Mar Cáspio não faz parte de nenhum oceano, pois é um mar fechado ou lago salgado.
a) Oceano Pacífico:
b) Oceano Atlântico:
c) Oceano Índico:
d) Oceano Glacial Ártico:
e) Oceano Glacial Antártico:
3 Escreva as características dos oceanos que você considera mais importantes.
a) Oceano Pacífico:
b) Oceano Atlântico:
c) Oceano Índico:
d) Oceano Glacial Ártico:
e) Oceano Glacial Antártico:
Importância dos mares e oceanos
Os oceanos e mares são fundamentais para a manutenção da vida no planeta, pois são
importantes elementos reguladores dos climas. Graças a eles, parte do calor do Sol que in-
cide nas áreas tropicais é absorvida e redistribuída, ajudando a equilibrar a temperatura da
Terra. Além disso, as correntes oceânicas também transferem a energia térmica no planeta,
afetando as condições climáticas e a temperatura.
Os oceanos também reduzem a quantidade de dióxido de car-
bono na atmosfera, gás associado ao efeito estufa. Isso ocorre
por meio da fotossíntese realizada pelo fitoplâncton, organismos
microscópicos dos oceanos que são a base da cadeia alimentar
marinha.
fotossíntese: processo pelo qual plantas e organismos, como o
fitoplâncton, utilizam a energia da luz solar para transformar água e dióxido de carbono em alimento.
34
Geografia
Essa espécie de peixe, denominada Linophryne arborifera, raramente é vista pelos seres
humanos, pois vive em regiões profundas dos oceanos. Na imagem, observe que ela tem
uma adaptação importante para habitar essas regiões. Você sabe qual é essa adaptação?
E qual é a relação com o hábitat em que essas espécies vivem?
olhar geográfico
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Além de interferirem nas dinâmicas cli-
máticas, os oceanos foram essenciais para
o surgimento dos primeiros seres vivos.
Atualmente, muitos cientistas afirmam
que, provavelmente, as primeiras formas
de vida surgiram nos oceanos. As pesquisas
atuais sobre a fauna de ambientes costei-
ros e submarinos permitem avaliar os pro-
cessos evolutivos dos seres vivos, assim
como suas formas de adaptação, alimenta-
ção e sobrevivência.
Um importante ambiente submarino são as fontes hidrotermais, nome dado às áreas submarinas de onde jorra lava e vapor extremamente quente, geralmente situadas perto das cordilheiras oceânicas. Surpreendentemente, são ambientes que abrigam formas de vida muito parecidas às que existiam na Terra primitiva. Fumarolas negras abrigam comunidades de vermes marinhos.
Oceano Pacífico, 2012
35
Riquezas dos mares e oceanos
É fácil comprovar a existência de sal na
água do mar. Basta colocar um litro de água
do mar em uma vasilha aberta e esperar que
toda a água se evapore. Após isso, no fundo
da vasilha, ficará um pequeno depósito de
cloreto de sódio, o conhecido sal de cozinha.
Em cada litro de água do mar, há 35 gramas
de sal em média.
O sal é uma das principais riquezas ob-
tidas do mar. Ele é utilizado para fins indus-
triais, na alimentação de pessoas e animais,
e na fabricação de muitos produtos, como a
soda cáustica.
A pesca e a caça marinhas também são
atividades econômicas importantes. Muitas
empresas contratam um número elevado de
trabalhadores para desenvolver essas ati-
vidades. Peixes e outros animais marinhos
servem para a alimentação humana e para
a produção de óleo comestível, além de se-
rem utilizados na produção de ração para
animais e como adubo para plantações.
Muitas empresas, preocupadas apenas com seus lucros, realizam a pesca predatória, isto
é, destruidora da natureza. Algumas espécies de baleias, por exemplo, quase não são mais
encontradas em razão do abate sem controle.
Extração de sal obtida por evaporação da água do mar, Trapani, Itália, 2016
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Baleias a bordo de navio japonês, 2005. Depois de mais de 30 anos da proibição da caça comercial de baleias, a fim
de que a população se recuperasse, o Japão anunciou, em 2019, que retomaria essa atividade, muito criticada por ambientalistas.
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36
Geografia
A navegação é outro motivo pelo qual mares e oceanos são importantes para as socie-
dades humanas. Os povos de diferentes lugares puderam se comunicar uns com os outros,
além de realizar explorações, trocas culturais, comerciais e de informações. Atualmente, não
é diferente, pois um número cada vez maior de navios circula pelas águas oceânicas, permi-
tindo o transporte de pessoas e mercadorias.
Além disso, atualmente, oceanos e mares têm sido usados na geração de energia. Isso
pode ser feito com o aproveitamento das marés, das ondas e das correntes marítimas.
Os oceanos também são fontes de um recurso mineral particularmente importante: o
petróleo. No Brasil, por exemplo, as maiores jazidas estão sob o oceano, especialmente no
Rio de Janeiro e na Bahia.
Por isso, os oceanos geram milhões de empregos relacionados às atividades marinhas,
como a pesca, o transporte, o turismo e a pesquisa científica. Estima-se que aproximada-
mente três bilhões de pessoas necessitem da biodiversidade costeira e marinha para viver.
Assim, em razão da importância dos oceanos, a Organização das Nações Unidas (ONU) es-
tabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década Internacional da Oceanografia para o
Desenvolvimento Sustentável, a fim de promover a preservação dos oceanos e a gestão dos
recursos naturais das zonas costeiras, garantindo que esse importante estoque de recurso
natural não falte para as gerações futuras.
O texto que você acabou de ler comenta sobre a Década Internacional da Oceanografia para o Desenvolvimento Sustentável. Você sabe o que é Oceanografia? Realize uma pesquisa e descubra os objetos de estudo dessa ciência, as suas áreas de atuação e qual a sua importância para a sociedade. Escreva as suas conclusões no caderno e compartilhe o resultado com a turma, em dia agendado pelo professor.
pesquisa
Movimentos do mar e sua ação sobre o relevo terrestre
A água do mar realiza vários movimentos, entre os quais se destacam o marulho, as on-
das, as marés e as correntes marítimas ou oceânicas.
Marulho
Se você estiver navegando em mar calmo e soltar na água um objeto flutuante, verá que
ele não ficará parado, mas fará um pequeno movimento de subida e descida. Isso acontece
porque a água do mar está sempre oscilando num vaivém vertical. Esse movimento é o ma-
rulho, uma leve oscilação da água do mar provocada pela ação do vento. É conhecido por um
ruído constante, considerado agradável por muitas pessoas.
37
Ondas
Quanto mais forte for a velocidade dos ventos, maior será a movimentação nas águas
dos mares e oceanos, formando assim as ondas que quebram nas praias. Nas áreas litorâ-
neas, em razão da pouca profundidade do mar, as ondas desaceleram ao se aproximarem,
embora novas ondas continuem a chegar. Como resultado, as ondas se acumulam em espa-
ços mais próximos, crescendo em altura e se inclinando, até arrebentarem.
As ondas podem atingir vários metros de altura e, em alto-mar, representam grande
perigo para a navegação.
Esquema de rebentação das ondas
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Direção das ondas. Elas se deslocam mais lentamente na água rasa e, à medida que se aproximam da praia, tornam-se muito inclinadas e se quebram.Praias
Águas rasas
Águas profundas
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©2012 Inav/Geosistemas SRL/
MapLink/Tele Atlas/Image Geo Eye
Barra da Lagoa, Florianópolis, Santa Catarina, 2012. A rebentação das ondas é o fenômeno
que mais chama a atenção de quem vai à praia e olha o mar pela primeira vez.
38
Geografia
Marés
No litoral, podemos observar que o nível da água do mar varia ao longo de 24 horas: ora
está mais alto, ora está mais baixo, como representado nas imagens a seguir.
Maré baixa na foz do Rio Amazonas, Parque do Forte, Macapá, Amapá, 11 de novembro de 2011, às 7 horas e 29 minutos
Maré alta na foz do Rio Amazonas, Parque do Forte, Macapá, Amapá, 11 de novembro de 2011, às 16 horas
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Você já percebeu o fenômeno apresentado nas fotos? Sabe o que provoca a variação do
nível das águas do mar? Você sabe o nome desse fenômeno? Sabe como a subida e a descida
das águas do mar interferem nas atividades desenvolvidas pelos seres humanos?
A lenta subida e descida do nível das águas do mar constitui o fenômeno das marés, que
influenciam o movimento de alguns portos marítimos, por exemplo. Às vezes, um navio de
grande porte precisa esperar a maré alta para se aproximar ou se afastar do porto.
Quando há ventos fortes durante a maré alta, as ondas avançam bastante sobre as praias.
Esse fenômeno é conhecido como ressaca.
As marés acontecem porque a Lua exerce uma atração sobre os oceanos e mares: por
onde ela passa, o nível das águas aumenta. O mesmo acontece no lado simetricamente opos-
to do globo terrestre.
O Sol também exerce atração sobre as águas dos oceanos e mares. No entanto, essa
atração é muito menor que a da Lua. Por isso, as marés geradas por esse satélite são bem
maiores que as marés causadas pelo Sol.
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Destruição da orla na Rodovia do Sol
em Guarapari, Espírito Santo, 2019
39
O período de tempo entre uma maré e outra, bem como sua magnitude, varia de um
lugar para outro. Mas é possível considerar que, em geral, costumam ocorrer duas elevações
e dois rebaixamentos do nível das águas por dia.
O nível máximo das águas é chamado maré alta ou preamar, e o nível mínimo, maré baixa
ou baixa-mar.
Observe as imagens, que representam como isso acontece.
Maré lunar
Maré lunar
Maré solar
Maré solar
Lua cheia Lua nova
Lua minguante
Lua crescente
Uma das utilidades das marés é a geração de energia elétrica, que ocorre utilizando a
variação de altura entre as marés altas e baixas, denominada energia maremotriz. A maior
usina elétrica movida pela movimentação das marés fica no norte da França, no Rio Rance.
No Brasil, um local apropriado para a construção de uma usina maremotriz seria o Maranhão,
onde há a maior variação de marés do Brasil: a diferença entre a maré alta e a maré baixa
pode chegar a oito metros. Embora esse tipo de energia seja considerado pouco poluente,
pode causar impactos nos oceanos, prejudicando as espécies marinhas do local e, conse-
quentemente, a pesca comercial.
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Fonte: GARRISON, Tom. Fundamentos de oceanografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010. p. 223.
Posições relativas do Sol, da Lua e da Terra nas marés. Observe que, na primeira imagem, as marés lunar e solar podem se somar, resultando nas maiores marés altas durante a lua nova, ou podem se subtrair, resultando nas menores marés baixas durante a lua cheia. Já na segunda imagem, as marés da Lua e do Sol agem cada qual em uma direção diferente, de forma que as marés, tanto altas quanto baixas, durante as luas crescente e minguante,
tendem a ser mais amenas.
40
Geografia
Correntes marítimas
Todos sabem que os pinguins vivem
em lugares bem gelados. Por isso, muitos
grupos deles habitam a costa da Antárti-
ca, onde as temperaturas são baixas prati-
camente o ano todo. Contudo, de vez em
quando, chegam levas de pinguins às praias
brasileiras, principalmente na Região Sul.
Porém, existem relatos da aparição desses
animais em praias de outras regiões do país.
Eles são trazidos por uma corrente marítima
de águas frias, que vem do Oceano Glacial
Antártico.
As correntes marítimas são massas de
água que se deslocam continuamente nos
oceanos, na mesma direção e com igual ve-
locidade. Elas se diferenciam das águas em torno porque apresentam salinidade e tempe-
ratura específicas. São provocadas pela diferença de temperatura, pressão e salinidade dos
oceanos e impulsionadas pelos ventos. O movimento de rotação da Terra e a forma das ba-
cias oceânicas também são responsáveis pela formação das correntes marítimas. Observe o
mapa a seguir, que representa os dois tipos de correntes dos oceanos.
Planisfério: correntes marítimas
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro, 2018. p. 58. Adaptação.
Pinguim na Praia de Provetá, na Ilha Grande em Angra dos Reis, RJ, 2016
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Como aprendemos anteriormente, há correntes marítimas quentes e frias. As quentes
partem das áreas mais quentes do globo, próximo à Linha do Equador, em direção aos polos,
contornando os continentes. As frias fazem o caminho inverso: elas originam-se nos polos,
que são áreas muito frias, e seguem em direção às áreas mais quentes.
As correntes marítimas desempenham um papel importante nas características de algu-
mas paisagens geográficas, pois influenciam o tipo de clima de certas regiões. Por exemplo,
a Corrente do Golfo, por ser quente, aquece o litoral europeu, amenizando o clima, princi-
palmente o do Reino Unido. Já a Corrente do Labrador, por ser fria, provoca o congelamento
das águas do porto de Nova Iorque, nos Estados Unidos, o que dificulta o movimento dos
navios durante o inverno.
Nas áreas costeiras de alguns países e em certas regiões dos oceanos, há um movimento
ascendente das águas profundas, induzido geralmente pelo próprio relevo da costa. Ao subi-
rem à superfície, essas águas frias transportam grande quantidade
de nutrientes do fundo oceânico, o que torna tais áreas piscosas e,
por isso, intensamente aproveitadas para a produção de pescados
de alguns países.
Esse fenômeno é conhecido como ressurgência e ocorre, por exemplo, no Peru e na cos-
ta oeste dos Estados Unidos, na Califórnia. Observe a ilustração, que representa como isso
costuma ocorrer na porção sul do Oceano Pacífico.
piscosas: com grande quantidade de peixe.
Chuva
Ressurgência
Águas quentes
Águas frias
e profundas
Fonte: GARRISON, Tom. Fundamentos de oceanografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010. p. 179.
Divo Padilha. 2012. 3D
.
O esquema representa a ressurgência na costa do Peru, na América do Sul. As águas quentes, que se dirigem ao
oeste, evaporam e provocam chuva nas costas que atingem, ao passo que, do outro lado do oceano, as águas frias que sobem à superfície produzem pouca evaporação e influenciam a existência de ambientes com pouca umidade.
42
Geografia
Ação dos mares sobre o relevo terrestre
Os litorais têm formas bastante dinâmicas, isto é, eles se transformam constantemente
ao longo do tempo. Essas modificações são provocadas pelas águas dos oceanos e mares,
cuja ação é chamada de erosão marinha. As águas alteram as linhas costeiras (outra deno-
minação para litoral), retirando sedimentos das partes altas e depositando-os nas partes
baixas. Esse processo erosivo pode ser tanto destrutivo quanto construtivo.
O trabalho destrutivo do mar ocorre, principalmente, em áreas de costa alta. Ao quebrar
nesse tipo de costa, as ondas do mar causam a fragmentação e o desmoronamento das pa-
redes rochosas. Esse processo é denominado abrasão.
Aos poucos, a costa alta (também conhecida como falésia) fragmenta-se em blocos de
vários tamanhos. Esses blocos se deslocam, caem junto ao sopé das falésias, fragmentam-se
novamente e continuam sendo trabalhados pelo mar. A superfície que se forma no sopé de
antigas falésias é chamada de plataforma de abrasão.
Nível da maré alta
Nível da maré baixa
Plataforma de abrasão
Plataforma de abrasão
Plataforma de abrasão
Depósito de sedimentos
Depósito de sedimentos
Nível da maré alta
Nível da maré baixa
Nível da maré alta
Nível da maré baixa
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Evolução de uma falésia
Falésias na praia de Canoa Quebrada, Ceará, 2019
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Portanto, a rebentação das ondas é o principal elemento da erosão marinha. Os frag-
mentos de rocha arrancados pelas ondas são arrastados pelas águas e, com o tempo, se
transformam em areia.
O material que se deposita na costa tende a se acumular nas reentrâncias do litoral, como
baías e enseadas, dando origem às praias, que nada mais são do que o acúmulo de sedimen-
tos que os mares transportam e lá depositam. Esse trabalho construtivo do mar é chamado
de acumulação e é mais notado em áreas de costa baixa, como a da imagem acima.
Em seu lento trabalho de acumulação ou deposição, o mar pode formar algo parecido
com cordões de areia paralelos à costa, chamados de restingas. Com a formação de restin-
gas, uma parte do mar pode ficar aprisionada no litoral em formação. A água retida dará
origem a uma lagoa ou a uma laguna, se a água aprisionada tiver ligação direta com o mar.
Restingas, lagoas
costeiras e lagunas são
muito comuns no lito-
ral brasileiro, do sul do
estado da Bahia ao Rio
Grande do Sul, onde a
larga planície costeira
se formou pelo trabalho
de deposição dos rios
e, principalmente, do
mar. Com isso, surgiram
muitas lagunas e lagoas,
destacando-se a grande
Lagoa dos Patos, repre-
sentada no mapa. Ape-
sar do nome, na verdade
é uma laguna, pois apre-
senta acesso ao mar.
Feições costeiras
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro,
2018. Adaptação.
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Praia de Calhetas, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, 2019
44
Geografia
Às vezes, as areias de antigas praias se consolidam, transformando-se em arenito. Quan-
do isso acontece, surgem os recifes, que também podem ser formados pelo acúmulo de
corais. Assim, os recifes podem ser tanto de arenito quanto de corais. Existem muitos deles
no trecho do litoral brasileiro que vai do Maranhão à Bahia.
Ambientes marinhos
Os oceanos abrigam grande riqueza biológica, e as regiões costeiras estão entre as mais
ricas. Essas áreas recebem nutrientes continentais depositados pelos rios e ventos e sedi-
mentos trazidos do fundo dos mares pela ressurgência das correntes oceânicas frias e ricas
em nutrientes. Elas recebem também muita luz por estarem expostas aos raios solares, per-
mitindo o desenvolvimento de plantas nas partes mais rasas.
Isso faz com que as regiões costeiras sejam propícias à atividade pesqueira. A maior par-
te da pesca mundial é obtida nas regiões litorâneas, onde milhares de toneladas de peixes
são capturadas a cada ano.
Os recursos biológicos do mar incluem os peixes capturados em seu próprio ambien-
te e animais obtidos com a maricultura, ou seja, criação de espécies marinhas em seus
hábitats.
Vista aérea dos recifes na Costa dos Corais em Maragogi, Alagoas, 2018. Os recifes são famosos por serem locais de lazer em áreas litorâneas.
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Barco de pesca em meio ao cultivo de ostras e mariscos no distrito de Ribeirão da Ilha, Florianópolis, Santa Catarina, 2014
Barra de Camaratuba, Paraíba, 2018. O manguezal é uma vegetação típica de ambientes litorâneos baixos, alagadiços e quentes, com plantas que desenvolvem raízes aéreas como forma de adaptação aos
solos com muito sal.
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Os cultivos de salmão e camarão-tigre-
-gigante, por exemplo, são praticados inten-
sivamente em vários países. Além dessas
espécies, pesquisas científicas têm se empe-
nhado em encontrar outras fontes alimenta-
res que possam ser criadas, como algas, krill
e peixes de profundidade.
As regiões costeiras e as ilhas reúnem,
ainda, vários ecossistemas importantes para
a vida marinha e para o ser humano. Entre os
de maior destaque, estão os pântanos salga-
dos, os mangues e os recifes de corais.©P
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Pântanos salgados e mangues
Nas zonas temperadas, as áreas litorâ-
neas alagadas pelas marés formam regiões
pantanosas; na zona tropical, os mangues.
Esses dois ambientes litorâneos favorecem o
crescimento de algas, que servem de alimen-
to a inúmeras espécies. Por isso, eles apre-
sentam fauna e flora muito diversificadas.
Além disso, os ambientes de transição
entre água doce e salgada são muito impor-
tantes para a retenção de poluentes que
vêm do continente pelos rios, porque fil-
tram essas águas e ajudam a conter os avan-
ços das marés altas, vindas do oceano.
A vegetação, conhecida como manguezal,
é adaptada a ambientes com grande quanti-
dade de sal, que recebem água doce dos rios,
que se esparramam ao chegar ao litoral. Os
mangues são encontrados em mais da meta-
de das praias tropicais e constituem fonte de
alimento para caranguejos, mariscos, peixes,
mamíferos aquáticos, entre outros.
Nos pântanos, principalmente no inver-
no, patos e gansos podem ser frequente-
mente avistados.
46
Geografia
Os mangues e os pântanos salgados se formam na desembocadura dos rios. São os
chamados estuários. Denomina-se estuário a foz de um rio que se abre para o mar e está
sujeita a variações das marés. Com isso, a foz fica dominada ora por água doce, ora por
água salgada.
Como recebem nutrientes
trazidos do continente pelos rios
e do fundo do oceano pela maré
alta, os estuários apresentam
ecossistemas favoráveis ao de-
senvolvimento de uma rica e en-
trelaçada cadeia alimentar.
curiosidade?
Recifes de corais
Como vimos no início do capítulo, os recifes de corais são formações típicas de mares
tropicais e constituem o hábitat de uma variedade de seres vivos. Isso ocorre porque os
nutrientes disponíveis na água são utilizados e reutilizados em uma cadeia alimentar bem
diversificada. Algas soltas e presas aos recifes formam a base da cadeia, que reúne peixes,
estrelas-do-mar, moluscos, medusas, tartarugas, anêmonas, ouriços, moreias, entre muitos
outros animais.
Esse ecossistema sobrevive gra-
ças às águas claras, com fluxo cons-
tante, temperatura acima de 21 ºC e
elevada salinidade. Qualquer forma
de modificação desse frágil e com-
plexo ambiente ocasiona o rompi-
mento de toda a cadeia alimentar.
A Grande Barreira de Coral da Austrália é um dos mais complexos e importantes ecossistemas da Terra e forma um translúcido labirinto com quase 3 mil recifes. Maior que
o território da Itália, ela abriga cerca de 1,5 mil espécies de peixes e mais de 360 de corais. Os recifes geram ainda 4 bilhões de dólares ao ano em receitas de turismo e pesca.
Grande Barreira de Coral da Austrália, 2016
Vista aérea da Barra do Itapocu no litoral catarinense, Araquari, 2012
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47
1 Cite exemplos de como as águas oceânicas podem ser aproveitadas pelo ser humano.
2 O Pacífico é o mais profundo dos oceanos. Por que os pesquisadores têm grande interesse por esse oceano?
3 A água do mar realiza vários movimentos. Com base nesse conhecimento, responda às questões a seguir.
a) Quais são os principais movimentos do mar?
b) Como se formam as ondas? Por que elas quebram na praia?
4 Observe novamente o esquema da evolução de uma falésia em três fases, na página 43. Depois, escreva uma legenda para cada fase.
a) Fase 1:
b) Fase 2:
c) Fase 3:
5 Qual é a importância das correntes marítimas?
o que já conquistei
48
Geografia
6 Observe no mapa as principais áreas de pesca do mundo e as espécies mais pescadas. Em seguida, responda às questões propostas.
Planisfério: pesca
Fonte: VEREGIN, Howard. Goode's world atlas. USA: Pearson, 2010. p. 63. Adaptação.
a) De acordo com a legenda, que informações o mapa apresenta?
b) Das espécies indicadas no mapa, escolha quatro que você conhece, ou que já consumiu, e indique
as áreas onde elas costumam ser encontradas.
Espécie 1:
Espécie 2:
Espécie 3:
Espécie 4:
c) Quais são as áreas de pesca mais importantes do litoral brasileiro? Que espécies são pescadas
em cada uma? Você conhece algum outro peixe encontrado no litoral brasileiro? Qual?
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49
Toda a água da Terra
Toda a água doce existente em águas subterrâneas, pântanos, rios e lagos
Toda a água doce existente em lagos e rios do planeta
Toda a água da Terra
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A água é um recurso essen-
cial para a vida na Terra. Entre-
tanto, as atividades humanas
vêm causando intensos impac-
tos sobre rios, lagos, aquíferos
e oceanos. Entender como isso
ocorre e quais as medidas ne-
cessárias para que esse recurso
não falte para as gerações futu-
ras é o objetivo deste capítulo.
Observe a ilustração, que
mostra toda a água existente na
Terra concentrada em gotas de
diferentes tamanhos, de acor-
do com sua categoria. Converse
com o professor e os colegas
sobre as informações nela apre-
sentadas e relacione-as à neces-
sidade de preservar a qualidade
da água disponível para consu-
mo humano.
• Poluição dos rios e lagos
• Poluição das águas
subterrâneas
• Poluição dos
ecossistemas marinhos
o que vocêvai conhecer
Fonte: USGS. How much water is there on earth? Disponível em: <https://www.usgs.gov/special-topic/water-science-school/science/how-much-water-there-earth?qt-science_center_objects=0#qt-science_center_objects>. Acesso em: 11 jul. 2019.
Degradação da hidrosfera 16
©Howard Perlman, Hydrologist, USGS, Jack Cook, Woods Hole
Oceanographic Institution, Adam Nieman, Igor Shiklamonov
50
Geografia
• Conhecer os impactos ambientais causados pelas ações huma-nas sobre os corpos hídricos em geral.
• Identificar medidas que podem ser tomadas para reduzir a poluição hídrica.
• Reconhecer o valor da água, percebendo-a como um patrimô-nio que deve ser preservado e utilizado de forma racional.
objetivos do capítulo
Como estudamos anteriormente, a quantidade de água doce no planeta Terra é muito
pequena e não está distribuída igualmente no globo terrestre. Com isso, parte da popu-
lação mundial sofre com escassez de água. Para agravar essa situação, os seres humanos,
muitas vezes, são os maiores responsáveis pela redução da quantidade e da qualidade da
água, em razão da falta de cuidado e de planejamento na realização das mais diversas
atividades.
Portanto, é necessário estar atento às atividades que levam à degradação dos ambien-
tes hídricos, as quais prejudicam não apenas as águas e as espécies que vivem nesse meio,
mas também toda a humanidade.
Poluição de rios e lagos
A expansão das atividades industriais e agrícolas, assim como o intenso processo de ur-
banização das últimas décadas, vem causando grandes impactos à qualidade da água de rios
e lagos e de seus ecossistemas.
Algumas ações humanas, citadas a seguir, são responsáveis pela degradação desse recurso.
Retirada da mata ciliar, que pode resultar
na deposição de sedimentos no leito dos
rios, levando ao seu assoreamento.
Despejo de esgoto doméstico não trata-
do e de rejeitos industriais, que levam à
poluição das águas.
Assoreamento no Ribeirão São José, Echaporã, São Paulo,
2017Esgoto não tratado sendo despejado no Córrego da Cruz Negra, afluente do Rio Tietê, São Paulo, São Paulo , 2019
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Utilização desordenada das águas de rios e lagos para irrigação de lavouras.
Fonte: NASA EARTH OBSERVATORY. World of change: shrinking ral Sea. Disponível em: <https://earthobservatory.nasa.gov/world-of-change/AralSea/show-all>. Acesso em: 12 jul. 2019.j
As imagens de satélite mostram a redução do volume de água do Lago Aral, na Ásia, entre os anos de 2000 (à esquerda) e 2018 (à direita). Essa redução se deve ao desvio dos rios que deságuam nesse lago para irrigar plantações,
que ocorre desde a década de 1960.
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Em duplas, realizem uma pesquisa e descrevam, no caderno, o modo como cada entidade do quadro deve agir para conservar a qualidade das águas dos rios.
pesquisa
Em dia agendado, o professor vai sortear algumas duplas para apresentarem o resultado da pesquisa à turma.
Uso excessivo e indiscriminado de
agrotóxicos na agricultura, que são le-
vados pelas chuvas, atingindo os corpos
hídricos.
Canalização ou retificação dos rios sem
o devido planejamento, o que reduz a
sua capacidade de reter a água das chu-
vas, aumentando o risco de inundações.
Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, 2015. Substâncias tóxicas podem atingir rios e lagos, matando peixes e afetando a saúde de seres humanos.
Rio canalizado transbordando em razão das chuvas, Rio de Janeiro, 2019
Governo População em geral Indústrias Agricultura
agrotóxicos: produtos químicos utilizados na agricultura para preservar as plantações da ação de insetos e ervas daninhas. Seu uso é comumente associado a danos ao meio
ambiente e à saúde dos seres vivos.
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52
Geografia
Poluição das águas subterrâneas
A poluição das águas subterrâneas, assim como a das águas superficiais, pode afetar a
saúde humana tanto diretamente, com o consumo da água extraída de poços artesianos con-
taminados, quanto indiretamente, com a contaminação dos lençóis freáticos que abastecem
rios e lagos. A água contaminada por compostos químicos e pelo esgoto, se consumida, pode
dar origem a diversas doenças.
Além disso, o uso excessivo desse recurso pode resultar em sua escassez futura, pois,
muitas vezes, a recarga do aquífero ocorre de maneira mais lenta que o consumo pelo
ser humano.
Observe, na imagem a seguir, as ações que podem resultar em contaminação das águas
subterrâneas. Em todas essas ações, os poluentes se infiltram no subsolo, contaminando os
aquíferos. Podemos concluir, portanto, que as ações humanas realizadas na superfície tam-
bém se refletem no subsolo.
Resíduos
industriais
Uso de defensivos
químicos na agricultura
Falta de rede
de esgoto
Chuva
ácida
Posto de
gasolina
Vazamento
Poço
Lixão a céu
aberto
Fonte: INSTITUTO GEOLÓGICO E MINEIRO. Água subterrânea: conhecer para preservar o futuro. Disponível em: <https://www.lneg.pt/
CienciaParaTodos/edicoes_online/diversos/agua_subterranea/texto#c4>. Acesso em: 15 jul. 2019.
Poluição dos ecossistemas marinhos
Assim como nos ecossistemas continentais, a diversidade de espécies nos oceanos
é muito grande. Além de reunir ricos ecossistemas, os oceanos constituem fonte de ali-
mento para milhões de pessoas em todo o mundo. É evidente, portanto, a necessidade de
sua conservação.
André A
raújo
. 2019. 3
D.
53
No capítulo anterior, você estudou que a água do mar contorna os continentes com
águas quentes e frias: as correntes marítimas. O movimento circular dessas correntes forma
os giros oceânicos, que transportam toneladas de lixo, especialmente plástico, e as concen-
tram em vários pontos dos mares.
O texto e a ilustração disponíveis nas páginas 1 e 2 do material de apoio ajudarão a
compreender como esse fenômeno acontece. Leia-os com atenção e responda às questões
a seguir.
1 Que relação é possível estabelecer entre os giros oceânicos e as grandes manchas de lixo que se formam?
2 Observe a ilustração e escreva onde se localizam, aproximadamente, os grandes giros oceânicos.
3 Quais são os impactos da ação humana sobre os oceanos?
olhar geográfico
Um dos principais problemas que atingem os ecossistemas costeiros, como mangues e
pântanos, é a grande concentração demográfica no litoral de muitos países.
Muitas dessas áreas são destruídas para dar lugar a assentamentos urbanos. No leste
da África, por exemplo, os manguezais são destruídos para fornecer lenha e vários outros
materiais de construção. No sudeste e no leste da Ásia, eles têm sido destruídos para ceder
lugar às plantações de arroz.
54
Já a degradação dos recifes ocorre em
razão da exploração turística, pois há turis-
tas e mergulhadores que retiram peixes, co-
rais e conchas para colecionar ou vender, por
causa da poluição das águas dos próprios
oceanos principalmente.
A maior parte da poluição oceânica vem
dos continentes, trazida por rios, chuvas e
ventos. Entre os principais poluentes, estão:
produtos agrotóxicos utilizados em
plantações;
materiais plásticos, latas, metais, madei-
ra e material de pesca;
resíduos industriais, pois muitas indús-
trias preferem se instalar no litoral para
facilitar a exportação e a importação, ou para se livrar com mais facilidade dos resíduos,
como metais pesados (chumbo, mercúrio, cobre, estanho);
esgotos lançados sem tratamento, principalmente em países como Índia, Paquistão e
Indonésia;
óleo e petróleo derramados por acidentes com navios-tanque, rompimentos de dutos e
emissários submarinos;
lixo radioativo depositado, por alguns países, no fundo do mar.
O esgoto e o escoamento de insumos químicos das lavouras levam às águas oceânicas
grande quantidade de nitrogênio e fósforo, presentes em detergentes e fertilizantes, por
exemplo. Esses elementos aumentam a quantidade de algas que deles se alimentam, prin-
cipalmente nas regiões costeiras. A multiplicação das algas vermelhas ou marrons forma
verdadeiros tapetes, que fizeram surgir a expressão “marés vermelhas”. Com isso, há dimi-
nuição do nível de oxigênio da água, o que sufoca as demais espécies.
As águas que apresentam baixo nível de oxigênio são conhecidas como zonas mortas.
Elas já foram identificadas no Golfo do México, no Mar Adriático, no Golfo Pérsico e no Ocea-
no Pacífico, na costa oeste dos Estados Unidos.
Área de estuário aterrada para ocupação urbana em Recife, Pernambuco, 2013
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Maré vermelha no estado de Washington, Estados Unidos, maio de 2010
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1 Assinale com um X as afirmações que se referem às ações necessárias para reduzir o impacto nega-tivo sobre os corpos hídricos. Depois, nas linhas seguintes, corrija as afirmações incorretas.
( ) Não lançar esgoto sem tratamento em rios, lagos e mares.
( ) Reduzir o uso de agrotóxicos nas plantações.
( ) Jogar lixo nos rios apenas quando estiverem acondicionados em sacos plásticos.
( ) Depositar o lixo em locais apropriados, para que os resíduos tóxicos não penetrem no subsolo.
( ) Lançar dejetos a grandes distâncias da costa por meio de emissários oceânicos.
2 Aponte algumas formas de poluição que podem atingir as águas subterrâneas.
3 Por que a poluição dos aquíferos pode afetar a saúde humana?
4 Aponte alguns dos principais problemas que atingem os ecossistemas marinhos.
5 Por que é importante preservar os ecossistemas marinhos, como mangues, pântanos salgados e
recifes de corais?
o que já conquistei
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Material de Apoio6°. ano – Volume 4
Geografia
Capítulo 16 – Página 54 – Olhar geográfico
Plástico forma ilhas de poluição nos oceanos
[...]
A poluição por plásticos é um problema global. Não existem barreiras nem fronteiras para os plásticos. Resíduos já foram encontrados em ilhas remotas do Pacífico, na Antártica e em muitos outros lugares onde não existe ocupação humana – diz Juliana Assunção Ivar do Sul, doutoranda do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenadora científica do projeto “Lixo marinho”, que busca somar os esforços no estudo da questão no Brasil e concentrar os dados sobre ela.
[...]
Durante séculos, o homem acreditou que, com sua vastidão, os imensos oceanos do pla-neta seriam capazes de assimilar e diluir o que quer que se jogasse neles. A realidade, no entanto, mostrou-se bem diferente. Em 1997, após participar de uma regata, o americano Charles Moore e sua tripulação voltavam [...] do Havaí para o sul da Califórnia quando o capi-tão decidiu alterar o curso e experimentar uma nova rota, um pouco mais ao norte, passando pela borda do chamado Giro Subtropical do Pacífico Norte, uma grande área do oceano que [...] normalmente era evitada pelos marinheiros.
Os anos de experiência no mar, porém, não prepararam Moore para o que ele encontrou lá: pedaços de redes, sacolas, garrafas e tampas; brinquedos, escovas de dente, tênis e isquei-ros. De embalagens de óleo e produtos de limpeza a cones de sinalização em estradas, Moore viu boiando praticamente todo objeto possível de ser feito com plástico.
De volta para casa e chocado com a imagem de tanta sujeira em um lugar tão isolado, ele abandonou seu negócio de reforma de móveis para criar a Fundação de Pesquisa Marinha Algalita (AMRF, na sigla em inglês) e estudar o que batizou e passou a ser conhecida como a “Grande Mancha de Lixo do Pacífico”.
Com uma área estimada em mais de 1,3 milhão de quilômetros quadrados, o lixão do Pací-fico cobre uma extensão maior que o estado do Pará. E também não é o único. Existem mais quatro giros oceânicos semelhantes no mundo, verdadeiros vórtices formados pela ação das correntes marítimas e dos ventos e que lentamente acumulam em seu interior o lixo que che-ga no mar e eventualmente não é devolvido à costa. [...]
Um dos grandes obstáculos para chamar a atenção para o problema, porém, é que grande parte desta sujeira não é facilmente visível. Isso porque, embora a maioria dos plásticos não seja biodegradável, a ação do Sol e da água faz boa parte dele se fragmentar relativamente rápido, sumindo da vista humana.
[...]
1
2
O consumo de plástico pelos animais faz com que grande parte acabe morrendo, tanto por ação mecânica, como engasgamento, quanto por uma sensação falsa de saciedade. Eles param de comer porque estão com o estômago cheio, mas é de lixo – conta o biólogo da USP. [...] É um problema ambiental que ocorre de forma disseminada do Sul ao Nordeste do Brasil. [...] Estas substâncias [...] vão se acumulando ao longo da cadeia alimentar e chegam aos seres humanos. Um zooplâncton, por exemplo, pode consumir um pe-daço microscópico de plástico cheio destes poluentes. Depois, este zoo-plâncton é comido por um organismo maior, que por sua vez alimenta um pequeno peixe, comido por outros de tamanhos crescentes até chegar no atum, um dos maiores predadores dos oceanos. Por fim, este atum, carre-gado de produtos tóxicos, é pescado e servido em um restaurante japonês qualquer.
Assim, o ser humano também acaba sendo indiretamente afetado – comenta Turra.
BAIMA, Cesar. Plástico forma ilhas de poluição nos oceanos. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/ciencia/plastico-forma-ilhas-de-poluicao-nosoceanos-2962119>. Acesso em: 11 jul. 2019.
zooplâncton: pequenos organismos com mobilidade limitada, como protozoários, crustáceos e larvas, que vivem flutuando na água e não têm capacidade de produzir seu próprio alimento.
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Os giros oceânicos, representados na imagem, são as áreas resultantes dos sistemas de correntes marítimas e dos ventos, que tendem a acumular grandes quantidades de plástico, chegando a formar grandes manchas de lixo flutuante