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Unidade Auditada: DEPARTAMENTO REGIONAL DO SENAI EM M.GERAIS Exercício: 2014 Município: Belo Horizonte - MG Relatório nº: 201503993 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/MG, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503993, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -Departamento Regional do Estado de Minas Gerais - SENAI-DR/MG. 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 15/06 a 26/06/2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consiste, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Entidade ao Tribunal de Contas da União – TCU. Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste Relatório foram estruturados por área de gestão, segundo os assuntos com os quais se relacionam diretamente.

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Unidade Auditada: DEPARTAMENTO REGIONAL DO SENAI EM M.GERAISExercício: 2014Município: Belo Horizonte - MGRelatório nº: 201503993UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS

_______________________________________________Análise Gerencial

Senhor Chefe da CGU-Regional/MG,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503993, e consoante oestabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001,apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anualapresentada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -Departamento Regional doEstado de Minas Gerais - SENAI-DR/MG.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 15/06 a 26/06/2015, por meio detestes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e apartir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observânciaàs normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos,que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, quecontém o detalhamento das análises realizadas. Consiste, assim, em subsídio ao julgamentodas contas apresentadas pela Entidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste Relatório foram estruturadospor área de gestão, segundo os assuntos com os quais se relacionam diretamente.

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2. Resultados dos trabalhos

De acordo com o escopo de auditoria firmado por meio da Ata de Reunião realizada em04/11/2014 entre a Controladoria Geral da União - CGU e o Tribunal de Contas da Uniãoforam efetuadas as seguintes análises:

1. Avaliação, considerando a natureza jurídica e o negócio da unidade jurisdicionada, daconformidade das peças exigidas nos incisos I e II do art. 13 da IN TCU 63/2010 com asnormas que regem a elaboração de tais peças.

2. Avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial quanto àeficácia e eficiência da execução física e financeira das ações e demais projetos da áreafinalística, identificando as causas de insucessos no desempenho da gestão.

3. Avaliação da gestão de pessoas contemplando, em especial:a) adequabilidade da força de trabalho da unidade frente às suas atribuições;b) observância da legislação sobre admissão, remuneração, cessão e requisição de pessoal;c) consistência dos controles internos administrativos relacionados à gestão de pessoas;d) Qualidade do controle da unidade jurisdicionada para identificar e tratar as acumulaçõesilegais de cargos;

Observação: o tema remuneração apresenta especial ênfase aos seguintes assuntos:- Programa de Remuneração Variável dos Empregados das Entidades do Sistema S:Existência; Base normativa da Remuneração (Fixa/Variável); Histórico de Pagamentos;Valores pagos por cargo; Periodicidade de pagamentos; Quantidade de salários pagos a títulodo programa; Publicidade dos valores pagos; Abrangência; Percentual da remuneraçãovariável em relação à fixa; Existência de estudos de impacto nos resultados institucionais daentidade após implantação do programa.- Previdência Privada Complementar: aporte de recursos da entidade destinados aopagamento de plano de previdência privada aberta para seus dirigentes e funcionários, sem aobservância da regra de paridade contributiva estabelecida no art. 202, §3º, da ConstituiçãoFederal.

4. Avaliação da gestão das transferências concedidas mediante convênio, contrato derepasse, termo de parceria, termo de cooperação, termo de compromisso ou outros acordos,ajustes ou instrumentos congêneres, devendo abordas:a) a atuação da UJ para:i. garantir que, na fase de concessão, os instrumentos reúnam requisitos afins com osobjetivos da ação governamental; ii. fiscalizar a execução do objetivo da avença, inclusive quanto à utilização de verificaçõesfísicas e presenciais;iii. analisar a prestação de contas dos convênios ou contratos.b) a suficiência das estruturas de pessoal e tecnológica para a gestão de transferências;

5. Avaliação da gestão de compras e contratações, especialmente no que diz respeito àregularidade dos processos licitatórios e das contratações e aquisições feitas porinexigibilidade e dispensa de licitação.

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2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

Considerando a natureza jurídica e o negócio do Serviço Nacional de AprendizagemIndustrial de Minas Gerais – SENAI-DR/MG, o presente item teve como objetivo avaliar aconformidade de duas peças de que tratam os incisos I e II do art. 13 da IN/TCU nº 63, de01/09/2010, quais sejam: o Rol de Responsáveis e o Relatório de Gestão, os quais foramencaminhados, por meio do Sistema E-contas, diretamente ao Tribunal de Contas da União-TCU.

A metodologia adotada consistiu na análise documental das duas peças, observando aaderência com os seguintes normativos:a) do Rol de Responsáveis: art. 10 da IN/TCU nº 63;b) do conteúdo e formatos obrigatórios do Relatório de Gestão: Decisão Normativa TCU nº134, de 04/12/2013, alterada pela Decisão Normativa TCU nº 139, de 24/09/2014, da DNTCU nº 140/2014, de 15/10/2014 e da Portaria TCU nº 90, de 16/4/2014.

A partir dos exames, concluiu-se que o SENAI-DR/MG apresentou o Relatório de Gestãoconforme as normas do TCU, em que pesem as seguintes peculiaridades:

1) Item 5.3 da parte “C” da DN TCU nº 134/13:Em relação à desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº12.546/2011 e pelo art. 2º do Decreto nº 7.828/2012:a) Demonstração das medidas adotadas para revisão dos contratos vigentes firmados comempresas beneficiadas pela referida desoneração, atentando para os efeitos retroativos àsdatas de início da desoneração, mencionadas na legislação;b) Demonstração das iniciativas e dos resultados para a obtenção administrativa doressarcimento dos valores pagos a maior (elisão do dano) em relação aos contratos jáencerrados que foram firmados com empresas beneficiadas pela desoneração;c) Demonstrativo dos contratos (vigentes e encerrados) afetados pela desoneração, contendo,no mínimo, nome da unidade contratante, número identificador do contrato, nome daempresa contratada, CNPJ da empresa contratada, objeto e vigência do contrato, economiaobtida (redução do valor contratual) com a revisão de cada contrato.

No item 1.1.1 da parte introdutória do Relatório de Gestão, o SENAI-DR/MG inseriu aseguinte informação acerca do assunto:

“Desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da lei 12.546/2011 epelo art. 2º do decreto 7.828/2012: Não aplicável à natureza jurídica da Unidade Jurisdicionada (UJ). Não cabe àsentidades privadas a verificação de que as medidas efetivadas pela Lei 12.546/2011tenham repercutido, ou não, em ganhos para as empresas contratadas. O reequilíbrioeconômico-financeiro do contrato, na forma prevista no art. 65, § 5º da Lei 8.666/1993,visa proteger essencialmente a parte privada no contrato administrativo frente àscompetências extraordinárias da Administração Pública, mas não perante as demaisentidades privadas. Ou seja, inexiste fundamento legal para que o SENAI reúnainformações para identificar os contratos firmados com as empresas beneficiadas peladesoneração da folha de pagamento, como também para requerer a revisão dos valorescontratuais”.

O quadro a seguir contempla, a título de exemplos, dados relativos à amostra de cinco

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contratos celebrados pelo SENAI-DR/MG, vigentes em 2014, aos quais, em tese, poderiamser aplicados os efeitos da Lei nº 12.546/2011 e/ou do Decreto nº 7.828/2012:

2) Item 9.2 da DN TCU nº 134/13:Acerca do tratamento das recomendações feitas pelo órgão de controle interno a que aEntidade se vincula, o SENAI-DR/MG entendeu que somente as recomendações exaradaspela CGU no exercício auditado seriam passíveis de serem informadas para o item. Porém, ainformação requerida refere-se ao tratamento dado, no ano de 2014, às recomendaçõesexaradas para a Entidade, não se restringindo somente àquelas emitidas no exercício em tela.Com isso, verificou-se a existência de 36 recomendações nesta situação, que embora tenhamsido emitidas em exercícios anteriores, encontravam-se com prazo de implementação para oexercício de 2014, ou seja, seriam passíveis de serem relacionadas no Relatório de Gestão.Alertada sobre o fato, a Entidade se comprometeu a modificar os seus procedimentos“informando nos próximos relatórios de gestão todas as recomendações expedidas, mesmoque não limitadas ao exercício em curso, desde que se encontrem pendentes deimplantação”.

3) Item 2.4 da DN TCU nº 134/13:O citado item exige a demonstração da execução física e financeira das ações da LOA doexercício de referência, comparando-se os valores planejados ou previstos com osefetivamente realizados e justificando as variações significativas. A respeito, o Senai-DR/MG mantém o entendimento de que a Entidade “não possui sob sua responsabilidadeações estabelecidas pela Lei Orçamentária Anual (LOA)”.

4) Item 8.1 da DN TCU nº 134/13:Quanto à adoção de critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens e nacontratação de serviços ou obras, as informações requeridas pelo TCU foram consideradasdesnecessárias ou inaplicáveis aos Serviços Sociais Autônomos, de acordo com a PortariaTCU nº 90, de 16/4/2014.

5) Item 6.2 da DN TCU nº 134/13:No que tange à gestão dos imóveis locados de terceiros e do patrimônio imobiliário,especificamente, quanto ao custo de aquisição e valor de mercado, as informaçõesrequeridas pelo TCU foram consideradas desnecessárias ou inaplicáveis aos Serviços SociaisAutônomos, de acordo com a Portaria TCU nº 90, de 16/4/2014. ##/Fato##

Modalidade Contrato Objeto Data CNPJValor

Contratado(R$)

Valor Pago(R$)

Convite 126/2014Serviços de

transporte depessoas

19/08 08154647000180 364.950,00 314.039,47

Concorrência 19/2014 Obras e reforma 22/05 64261142000195 6.461.633,76 4.502.706,29

Concorrência 47/2014Obras civis

iniciais15/12 01105935000103 1.587.634,38 0,00

Concorrência 38/2014

Execução deobras em salasde aula e paraampliação ereformas de

prédio

18/11 66223777000123 4.851.298,85 0,00

Concorrência 18/2014Execução de

obra de reformae ampliação

24/03 13637797000184 4.644.591,75 2.304.698,10

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2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

Com relação aos resultados quantitativos e qualitativos obtidos pelo SENAI-DR/MG noexercício de 2014, foram analisadas as atividades de “Treinamento”; “Ação Pesquisa”;“Desenvolvimento e Inovação de Produto”; “Assessoria e Consultoria em ProcessoProdutivo”; “Habilitação Técnica de Nível Médio” e “Suporte ao Negócio” vinculadas àsáreas finalísticas e administrativas. O quadro a seguir contempla os resultados físicos efinanceiros das atividades analisadas, cujas rotinas operacionais são realizadas pelo próprioSENAI-DR/MG:

Centro deResponsabilidade

(Ação)

Unidade deMedida

Metaprevista

Metarealizada

OrçamentoPrevisto (RS)

OrçamentoRealizado (R$)

Habilitação Técnicade Nível Médio

Nº dematrículas

56.440 46.980 128.536.121,00 111.980.567,91

Ação Pesquisa,Desenvolvimento e

Inovação de ProdutoNº de serviços 221 20 10.675.946,00 10.673.956,63

Assessoria eConsultoria em

Processo ProdutivoNº de serviços 2.102 1.251 4.014.845,00 2.602.855,52

TreinamentoPercentual

cumprimentoorçamento

100,00 58,52 81.900,00 47.928,44

Suporte ao NegócioPercentual

cumprimentoorçamento

100,00 99,15 15.955.770,00 15.819.479,53

Quanto ao registro de beneficiários (matrículas/ atendimentos), o SENAI-DR/MG utilizaprincipalmente os seguintes sistemas informatizados:- TOTVS – Sistema de Gestão Escolar CLASSIS, na ação Habilitação Técnica de NívelMédio;- SATT – Sistema de Apropriação de Serviços de Tecnologia e Inovação – SATT,desenvolvido pelo SENAI – DN, que registra os atendimentos mensais realizados pelasUnidades na Ação Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Produto;- SISTEC – Sistema de Apropriação de Serviços Técnicos e Tecnológicos e de Inovação doCentro de Inovação e Tecnologia SENAI – Campus CETEC – CIT SF que realiza a gestãode serviços/ensaios realizados pelo CIT SF.

Os dados cadastrais solicitados dos beneficiários são CPF, Identidade, responsável, endereçofísico e eletrônico, razão social, CNPJ, inscrição e dados bancários.

Dentre as ações objeto desta auditoria, a Entidade realiza avaliação de impacto através depesquisa de satisfação ao final dos cursos somente para a ação “Habilitação Técnica deNível Médio”, sendo que os resultados das pesquisas de impacto dos cursos presenciaisapontaram para um resultado bom/ótimo da ordem de 78%, o que a princípio atesta a boaqualidade dos cursos oferecidos pelo SENAI-DR/MG.

As avaliações de impacto dos cursos à distância demonstraram satisfação por parte dosalunos quanto à quantidade e qualidade dos conteúdos aplicados, tendo em vista os

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percentuais de Ótimo e Bom alcançarem, respectivamente, 58% e 61% para os itensavaliados.

A avaliação de egressos é aplicada um ano após a conclusão do curso e realizada por meiode resposta a questionário enviado aos concluintes via correio eletrônico. Para o exercício de2014, relativo aos cursos encerrados no ano de 2013, dos 920 alunos concluintes, 33,28%conseguiram emprego dentro dos primeiros doze meses após a conclusão do curso.

Verificou-se, especialmente naquilo que se refere à eficácia e à eficiência na aplicação derecursos parafiscais, que o Senai-DR/MG não ajustou os valores de previsão e execução dasmetas físicas e financeiras para a ação “Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Produto”.O resultado de 9% na execução física em consonância com a execução de 100% da metafinanceira da ação decorreu, segundo o Senai-DR/MG, da reclassificação efetuada peloDepartamento Nacional do Senai que considerou ações de inovação em ações de serviçosoperacionais, resultando na inconsistência apresentada. ##/Fato##

2.3 Avaliação da Gestão de Pessoas

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item, consideraram-se asseguintes questões de auditoria:

A gestão de pessoas possui processos e rotinas que buscam a adequabilidade da força detrabalho da unidade frente às suas atribuições?- O setor responsável observou a legislação aplicável à remuneração de pessoal?- O setor responsável observou a legislação aplicável à admissão de pessoal?- Os empregados incorreram em acúmulo de empregos, cargos e/ou funções comincompatibilidade da carga horária e/ou turnos de trabalho?- Há irregularidade quanto ao preenchimento de cargos e funções e o respectivo pagamentode remuneração, em função de empregados com benefício do INSS por invalidez e/ouregistro de óbito em sistema governamental?- Os registros pertinentes no sistema contábil e demais sistemas corporativos são fidedignos?- Os planos de previdência complementar privada instituídos e/ou contratados observaram alegislação aplicável?- Foi observado o princípio de paridade contributiva prevista no art. 202, § 3º, daConstituição Federal de 1988?- Os controles internos administrativos relacionados à gestão de pessoas são consistentes?

A metodologia utilizada pela equipe de auditoria foi diferenciada conforme o item. Quanto àforça de trabalho, foi realizada a confirmação das informações prestadas no Relatório deGestão da Entidade com a subsequente análise. Em relação à remuneração de pessoal eanálise da folha foram realizadas verificações acerca da adequabilidade, aos normativosvigentes, dos pagamentos a título de remuneração variável ou de distribuição de lucros ouresultados, a partir das informações prestadas pelo Superintendente de Administração eFinanças em resposta às Solicitações de Auditoria. Quanto à seleção de pessoal, foi realizadaanálise com base amostral nos processos de recrutamento e seleção realizados no exercício.Quanto à acumulação funcional e eventuais impedimentos utilizaram-se dos cruzamentos dedados realizados no âmbito da CGU e acrescentaram-se outros realizados pela equipe deauditoria. Em relação à Previdência Complementar buscou-se verificar a conformação do

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seu instituto à legislação aplicável. Foram verificados, ainda, mecanismos de controleadotados na gestão de recursos humanos, de modo a atestar a efetividade dos controlesinternos administrativos.

a) Quantitativo de Pessoal

Com base nas informações extraídas do Relatório de Gestão de 2014, validadas durante ostrabalhos de auditoria o quadro de pessoal do SENAI-DR/MG estava assim constituído, em31/12/2014:

Área QuantitativoApoio 109 Educação Profissional 2.889 Gestão 67 Suporte ao Negócio 829 Tecnologia 420

Considerando o escopo dos trabalhos de auditoria, buscou-se avaliar a suficiência da forçade trabalho diante das necessidades do SENAI-DR/MG para a consecução de seus objetivosinstitucionais. Para tanto, requereu-se ao Diretor Regional do SENAI-DR/MG, porintermédio da Solicitação de Auditoria nº 201503993/01, de 09/06/2015, apresentar osestudos de dimensionamento da força de trabalho, no que diz respeito ao quantitativo,composição, perfil e parâmetros de lotação, especificamente quanto aos macroprocessos donegócio Inovação e Tecnologia e quanto ao macroprocesso do negócio EducaçãoProfissional.

Por meio do Ofício nº 033 - SIAF-GICI, de 18/06/2015, o Superintendente de Administraçãoe Finanças demonstrou que o SENAI-DR/MG se utiliza de parâmetros mensuráveis para odimensionamento de pessoal nos cargos afeitos ao negócio Educação Profissional, como,por exemplo, os números de instrutores, de matrículas e a área construída, dentre outros.

Quanto ao negócio Inovação e Tecnologia, o Superintendente ateve-se a discorrer acerca dascompetências alusivas aos cargos específicos para o seu atendimento, os quais seriam:auxiliar e técnico de laboratório; assistente e analista de tecnologia e pesquisador.Complementou sua manifestação com a informação de que mantêm em seu quadro ascompetências necessárias para sua atuação e que promove as movimentações que a demandaexige.

Diante do exposto, conclui-se que, em princípio, a força de trabalho existente coaduna-secom as necessidades exigidas para execução das atividades fins da Entidade,especificamente, quanto aos negócios Educação Profissional e Inovação e Tecnologia,voltados à capacitação do industriário para o mercado de trabalho.

b) Critérios de Seleção

Quanto aos processos seletivos de admissão de pessoal e de ascensão funcional no SENAI-DR/MG, realizados no exercício de 2014, os exames de auditoria tiveram por objetivoanalisar os processos/dossiês de recrutamentos externo e interno, precedidos ou não deprocesso seletivo público, de modo a avaliar se as contratações de pessoal e/ou as ascensõesfuncionais ocorrem com observância aos princípios da legalidade, oportunidade, e mediantea utilização de critérios que não afrontam a legalidade, a moralidade, a transparência e a

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competitividade da seleção. Considerando o citado escopo de auditoria, não foramidentificadas fragilidades nos processos de seleção de pessoal e demais formas de admissãode empregados em 2014.

Embora não haja explicitação, nos documentos convocatórios, da previsão de interposiçãode recursos por parte dos candidatos, a instituição conta com canal de relacionamentoutilizado para tal finalidade.

Sobre o tema, destacam-se nos processos seletivos públicos realizados: a divulgação decláusula editalícia, definindo etapas e conteúdo programático das avaliações objetivas; e aampla divulgação dos certames, por meio da publicação do edital em jornal de grandecirculação.

Em relação às situações de ascensão funcional, contudo, não se verificou o aspecto positivoda ocorrência de processos abertos para a ocupação de cargos dentro da instituição, o quegeraria oportunidade e motivação para todo o corpo funcional.

c) Acumulação Funcional e Hipóteses de Impedimento

Quanto à gestão de pessoas no SENAI-DR/MG, no exercício de 2014, os exames deauditoria tiveram por objetivo verificar a regularidade da situação funcional dosempregados, com relação aos seguintes aspectos:- acumulação de empregos;- acumulação de emprego com cargo;- acumulação de emprego com benefício do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS porinvalidez; e- funcionário ativo com registro de óbito.

Não foram verificadas irregularidades na gestão de pessoas, exceto quanto à ocorrência detrês funcionários ativos em 2014 que perceberam também benefícios do INSS a título deaposentadoria por invalidez. Cabe ressaltar, contudo, que o Setor de Recursos Humanos doSENAI-DR/MG não dispõe de ferramenta hábil a verificar, no momento da contratação depessoal ou ao longo desta, a existência de benefício previdenciário por invalidez permanenteconcedido pelo INSS, tampouco compete à Entidade exercer tal verificação. Assim, pormeio da Nota de Auditoria nº 201503993/01, recomendou-se ao SENAI-DR/MG notificarformalmente o INSS, para as providências cabíveis, acerca dos vínculos empregatícioseventualmente mantidos com funcionários ou ex-funcionários, sempre que detectada apossibilidade de incompatibilidade de percepção concomitante de benefícios previdenciáriosconcedidos a título de aposentadoria por invalidez permanente. Assim, mediante Ofício s/n,de 12/08/2015, o SENAI-DR/MG deu ciência ao INSS da situação relatada.

d) Folha de Pagamentos

Com relação à análise da folha de pagamento dos funcionários do SENAI-DR/MG,apresentam-se as informações sobre o pagamento de remuneração variável.

Por meio da Portaria nº 24/2014 o Sistema Fiemg instituiu o Programa de Remuneração porDesempenho, ano referência 2014, para todos os empregados do Sistema Fiemg. ARemuneração tem por base os quantitativos de 0,5 a 2,0 vezes o salário base do empregadovigente em 2014.

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Nos últimos três exercícios, os gastos globais com o pagamento da remuneraçãocomportaram-se conforme demonstrado no quadro a seguir:

Ano deReferência

Percentual do SalárioBase *

Valor Global(R$)

2012 100,00% 3.647.738,542013 96,00% 4.202.784,482014 88,00% 4.363.608,93

* Percentual de acordo com o alcance de metas estabelecidas pelas respectivas portarias.

A complexidade, amplitude de conhecimento e responsabilidade sobre os resultados são abase para aplicação dos índices em três níveis funcionais, conforme explicitado a seguir:

- Operacional: Administrativo/Técnico com índice de 0,5 do salário base- Gestão: Gerencial, com índice de 1,00 do salário base; Superintendência, com índice de 2,00 do salário base

O pagamento da remuneração é realizado no mês de março do ano seguinte ao ano dereferência, sendo que os empregados admitidos e licenciados no ano de referência farão jus àremuneração por desempenho proporcionalmente a 1/12 por mês trabalhado.O valor do Prêmio da Remuneração por Desempenho é resultado de pontuação obtida portrês grupos de Metas Globais estabelecidas para a composição do Prêmio, quais sejam:Metas Financeiras, Legais e de Produção. A meta financeira é composta pelo resultadoOperacional sem investimentos que se atingida corresponderá a 30% do bônus. A metaLegal está atrelada ao percentual de sua receita líquida, destinado à gratuidade ofertada noscursos, que se atingida corresponderá a outros 30% do Bônus. Para o último indicador,Metas de Produção, tem-se que para algumas metas estabelecidas por meio dos focosestratégicos da Entidade, caso haja seu cumprimento, corresponderá aos 40% restantes parao pagamento do Bônus.

O impacto nos resultados institucionais da Entidade após a implantação do Programa aindanão puderam ser medidos pelo SENAI-DR/MG, tendo em vista a incipiência de suainstituição, embora o Superintendente de Administração e Finanças tenha afirmado que osmesmos seriam positivos diante do contexto e da estratégia definida para o Sistema Fiemg.

Constatou-se também que as referidas remunerações consistem em pagamento anual aosempregados, tendo por base o salário da faixa salarial a que pertence o empregado,respaldado na avaliação das metas institucionais associadas a resultados. Acrescenta-se, queos valores pagos se vinculam aos níveis funcionais acima expostos, com valoraçãoqualitativa das atividades desempenhadas.

A respeito do tema, importante esclarecer que a CGU reitera seu posicionamento acerca daimpossibilidade de distribuição de lucros ou resultados superavitários por entidadesparaestatais sem fins lucrativos. A Lei nº 10.101, de 19/12/2000, regulamentou o art. 7º,inciso XI da Constituição, especificando a forma como se daria a participação dostrabalhadores nos lucros ou resultados das empresas, bem como criando regras de eficácia eaplicabilidade para o exercício de tal direito. No entanto, a referida Lei limitou, em seuartigo 2º, parágrafo 3º, sua incidência às empresas, vedando explicitamente suaaplicabilidade às entidades sem fins lucrativos, como o SENAI-DR/MG e demais entidadesparticipantes do denominado Sistema “S”.

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Por conseguinte, pelos motivos já expostos no Relatório de Auditoria nº 201407989, relativoàs contas anuais do exercício 2013 do SESI-DR/MG, entidade que conjuntamente aoSENAI-DR/MG integra o Sistema Fiemg, a CGU considera sem amparo legal a instituiçãode Programas de Remuneração por Desempenho (ou de remuneração variável ougratificações etc.) que venham a ser aplicados analogamente ao disposto na Lei n°10.101/2000, fato que se verifica no Programa ora analisado.

e) Previdência Complementar

O SENAI-DR/MG instituiu o Plano de Benefícios Sistema Fiemg, denominado PLANO, pormeio de Regulamento s/n, de 2012, registrado no Cadastro Nacional de Plano de Benefíciossob o n.º 19980.030-19, tendo como operadora a Caixa de Assistência e Previdência Fábiode Araújo Motta - CASFAM, CNPJ 18.742.833/0001-93.

O Plano de Previdência conta com 1.727 participantes, sendo todos os inscritos pessoasfísicas empregadas do SENAI-DR/MG. Os exames de auditoria não revelaram a existênciade participantes autopatrocinados, isto é, pessoas físicas que rescindiram seus vínculosempregatícios com o SENAI-DR/MG, mas que ainda permanecem vinculados ao Plano, nostermos e condições previstas no respectivo Regulamento. Também não se constatou aexistência de participantes do plano de previdência que não integrassem os quadros daentidade auditada.

As contribuições do SENAI-DR/MG, contabilizaram em 2014 o montante de R$4.736.417,36. Cabe ressaltar que o SENAI-DR/MG observou o princípio de paridadecontributiva prevista no art. 202, § 3º, da Constituição Federal de 1988, haja vista acontribuição do SENAI-DR/MG não ter excedido a contribuição dos participantes.

f) Controles Internos Administrativos

As Políticas, Práticas e Orientações que direcionam a execução das principais atividadesenvolvidas na gestão de pessoas estão apoiadas por diversas normas internas (InstruçõesNormativas) específicas, por assunto.

Em relação ao processo de planejamento da Gestão de Pessoas, notadamente quanto àaprovação e publicidade dos objetivos, metas e indicadores de desempenho, a Entidade nãodemonstrou de que forma se dá esse ato de gestão. Equivocadamente, informou para esteitem, justamente, etapas posteriores ao estágio do planejamento: o monitoramento das metase indicadores afeitos à área e os repasses dos resultados alcançados às estruturas de gestão,especificamente, ao Presidente, Diretor Regional do SENAI-DR/MG e Superintendentes.

Ainda com respeito à etapa de planejamento, as práticas de gestão são feitas de formasistêmica, abrangendo iniciativas desenvolvidas pelas áreas técnicas, conforme asnecessidades e oportunidades de melhorias identificadas por elas. Adicionalmente, aSuperintendência Integrada de Recursos Humanos - SIRH, assim como as demais áreascorporativas, também executa ações de planejamento com o objetivo de programar aspráticas a serem realizadas e orientar as tomadas de decisões dos gestores. As Políticas,Práticas e Orientações de Gestão de Pessoas, as Instruções Normativas e o Quadro deAlçadas estabelecidos orientam as ações de planejamento, aprovação e execução das práticas

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de gestão de pessoas nos níveis de hierarquia da Entidade. A avaliação é realizada pelasáreas técnicas e pelas áreas corporativas a partir da análise do contexto organizacionalinterno e externo, possibilitando identificar aprimoramentos nas práticas de gestão depessoas, como por exemplo, treinamentos e revisão de processos que promovem otimizaçãoe melhorias na execução do trabalho.

Quanto à segregação de funções relativas ao reconhecimento de direitos e seus respectivospagamentos, a Entidade utiliza-se de duas áreas: a Gerência de Cargos e Remuneração queanalisa a existência do direito e a Gerência Integrada Financeira que efetua o pagamento.

As necessidades de treinamento são identificadas por meio do monitoramento deinformações em relação às mudanças de legislação. O acompanhamento também é feito poráreas internas (controle interno e controladoria) observando, ainda, as decisões dos tribunais.

Quanto à realização de auditorias internas com vistas a verificar o regular pagamento dopessoal, não foi identificada intervenção de auditoria no processo de verificação dasconformidades desses atos. Porém, segundo o Superintendente de Administração e Finanças,a Entidade verifica sistematicamente a conformidade no pagamento de direitos na área depessoal, tendo por escopo o seguinte: a certificação de que os empregados da Unidade estãosendo pagos de acordo com os valores corretos, de acordo com a estrutura de cargos; que ospagamentos ao pessoal são sempre devidamente autorizados; que as despesas de pessoal,inclusive encargos, estão distribuídas contabilmente de forma apropriada, e que estãoadequadamente apresentadas nas demonstrações financeiras; que todas as rotinas de pessoalestão sendo executadas, conforme a legislação em vigor e as normas internas da Entidade.

Em relação à utilização da opinião dos colaboradores visando melhoria do ambiente detrabalho, a Entidade listou inúmeras iniciativas de integração (Colônia de Férias, MomentoCultural, Dia da Mulher, Dia da Voz, Dias das Mães, Dia das Crianças, Dia dos Pais, Prêmiopor Tempo de Serviço, Prêmio Destaque, Café com o Presidente, Boa Ideia, Atitude Nota10, Bate Papo no Café e Aniversariantes do Mês), que, em princípio, não se prestam,necessariamente, a gerar mudanças no ambiente organizacional da Entidade, ao menossistematicamente.

Sobre a intervenção de órgão consultivo ou deliberativo da Entidade com vistas a mitigarsituações de alto risco em relação aos assuntos afeitos à área, o Superintendente deAdministração e Finanças afirmou que os assuntos seriam tratados pelas equipes envolvidas,do que se denota que as situações de risco envolvendo o setor não seriam levadas àprovocação de qualquer colegiado da instituição visando sua interveniência.

Quanto ao desenvolvimento de processo sucessório para substituição nas posições deliderança da Entidade, o SENAI-DR/MG não conta com nenhum processo sistemático arespeito, e baseia-se na IN RH nº 01/09 para nomeações aos cargos/funções de confiança, aqual permite a livre nomeação desde que justificada circunstanciadamente. Assim, conclui-se pela fragilidade nos processos de transparência e, principalmente, na questãomotivacional do corpo funcional, haja vista os funcionários não disporem de informaçõessistematizadas acerca da matéria, que pudessem envolvê-los e estimulá-los a almejar seucrescimento funcional por meio da promoção, gerando competitividade com repercussãopositiva nos resultados da instituição.

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Diante do exposto, levando-se em consideração que alguns pontos encontram-se passíveisde melhorias, verifica-se que a maturidade do sistema de controle interno do SENAI-DR/MG, no que se refere à gestão de pessoas, encontra-se no estágio aprimorado (nível 4 de5 possíveis), onde os controles internos obedecem aos princípios estabelecidos, sendosupervisionados e regularmente aprimorados. ##/Fato##

2.4 Avaliação da Situação das Transferências Voluntárias

A avaliação das transferências financeiras concedidas pelo SENAI-DR/MG, no exercíciode 2014, teve por objetivo verificar a qualidade e suficiência dos controles internosadministrativos instituídos pela Entidade auditada, relacionados à gestão dastransferências, bem como a sua atuação para garantir o alcance dos objetivos definidos nosrespectivos instrumentos; analisar a prestação de contas dos convenentes ou contratados;fiscalizar a execução do objeto da avença, inclusive quanto à utilização de verificaçõesfísicas e presenciais, e também a suficiência das estruturas de pessoal e tecnológica para agestão das transferências.

Conforme dados obtidos mediante levantamento de informações junto à Entidade, noexercício de 2014, foram firmados onze instrumentos de transferência, totalizandoR$8.722.853,00 de recursos concedidos. Salienta-se que esse valor exclui o montante deR$2.542.359,27, repassado à Federação das Indústrias de Minas Gerais – Fiemg, ematendimento ao artigo 45 do Regulamento do SENAI.

Os recursos concedidos foram repassados mediante utilização dos seguintes instrumentos:convênio, patrocínio e termo de cooperação. Conforme definição apresentada pelo SENAI-DR/MG, assim se conceituam os instrumentos utilizados para formalização dastransferências financeiras no âmbito da Entidade:

- Convênio: Instrumento formal que disciplina transferência de recursos para realização deobjetivos de interesse recíproco e que tenham por objeto a execução de projetos ourealização de eventos. Tem como particularidade a estratégia para implantação ou ampliaçãodas ações e atividades da Entidade.

- Patrocínio: Instrumento formal de apoio financeiro e/ou econômico concedido a projetos eatividades de terceiros, com o objetivo de divulgar atuação, fortalecer conceito, agregarvalor à marca, gerar reconhecimento ou ampliar relacionamento do patrocinador com seuspúblicos de interesse. Tem como particularidade a estratégia de “investimento”. A Entidadealmeja alcançar um retorno através do patrocínio. O objetivo maior está focado nofortalecimento da imagem e da marca.

- Termo de Cooperação: Instrumento formal para realização de projeto, atividades, serviços,aquisição de bens ou evento de interesse recíproco em regime de mútua cooperação. Adiferenciação de Termo de Cooperação e Convênio é meramente didática, prevalecendo oajuste e o acordo pactuado. Tem como particularidade a estratégia para implantação ouampliação das ações e atividades da Entidade.

O quadro a seguir detalha os tipos de instrumento de transferência utilizados no exercício de2014, em ordem decrescente do montante transferido, e respectivos percentuais.

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Transferências concedidas pelo SENAI-DR/MG por instrumento utilizado no exercício de 2014

Instrumento detransferência

Quantidadepactuada

Montantepactuado Percentual

(R$)Termo de Cooperação 02 7.542.852,00 86,5%Patrocínio 08 1.080.000,00 12,4%Convênio 01 100.000,00 1,1%

Total transferido 11 8.722.852,00Fonte: Planilha "Transferências Concedidas SENAI-DR/MG, exercício 2014", encaminhadamediante o Ofício SIAF/GICI nº 003/2015, de 30/01/2015.

A sistemática para concessão de recursos financeiros mediante transferências pelo SENAI-DR/MG está estabelecida na Instrução Normativa IN22.01 Revisão 00, de 01/04/2014, quedisciplina a concessão de apoio financeiro a atividades e projetos, e ainda na InstruçãoNormativa IN01-21 Revisão 01, de 08/09/2014, que estabelece procedimentos paraconcessão de patrocínio. Contudo, uma vez que as referidas instruções normativas forameditadas ao longo do exercício de 2014, alguns dos instrumentos foram firmados na vigênciadas normas anteriores, quais sejam: a Instrução Normativa IN01-13.01 Revisão 05, no quediz respeito à concessão de apoio financeiro a atividades e projetos, e a Instrução NormativaIN01-21 Revisão 00, para concessão de patrocínio.

No que diz respeito à gestão das transferências, o SENAI-DR/MG informou, mediante oOfício nº 029 - SIAF-GICI, de 18/06/2015, que a estrutura física e financeira disponibilizadaatende às ações necessárias para o acompanhamento e gestão dos instrumentos firmados,tendo em vista as especificidades de cada área de atuação. De acordo com a Entidade, aequipe responsável pela gestão das transferências é composta de vinte empregados queatuam em diversas áreas, sendo esse quantitativo suficiente para realização do controle eacompanhamento dos recursos concedidos. Ressalta-se que, em setembro de 2014, foi criadaa Gerência Integrada de Prestação de Contas com a atribuição de atuar na análise deprestação de contas de todas as entidades do Sistema Fiemg. A Gerência está mapeando suasatividades, visando assegurar que as prestações de contas dos projetos executados comrecursos do Sistema, dentre as quais o SENAI-DR/MG faz parte, sejam apresentadas demaneira correta, aliando as exigências dos instrumentos jurídicos e as regras internas.

Quanto à fiscalização da aplicação dos recursos repassados, o SENAI-DR/MG esclareceuque não existe um planejamento estabelecido de visitas técnicas a serem realizadas noslocais dos objetos avençados, contudo afirmou que são executadas atividades deacompanhamento dos ajustes firmados. De acordo com as informações prestadas, foramrealizadas fiscalizações em nove dos onze instrumentos de transferência firmados em 2014.

Por sua vez, quanto ao tratamento das prestações de contas, a análise é realizada pelagerência técnica responsável pelo instrumento, a partir dos procedimentos estabelecidos nasinstruções normativas. A gerência técnica, após exame dos documentos, deve emitirdocumento formal de aprovação das contas e encaminhar o processo para a GerênciaIntegrada de Prestação de Contas que procederá a análise da comprovação da realização doprojeto e ratificação da aprovação anterior. Contudo, conforme informações prestadas peloSENAI-DR/MG, não existem na Entidade normativos e rotinas estabelecidos quedisciplinem eventuais casos de instauração de procedimento administrativo em virtude de

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irregularidades constatadas quando da análise das prestações de contas. Não obstante, oSENAI-DR/MG informou que está desenvolvendo mecanismos para essa finalidade.

No que tange aos exames de auditoria realizados, a metodologia da equipe da CGU consistiuna análise das transferências concedidas pelo SENAI-DR/MG, durante o exercício de 2014,selecionadas por meio de amostragem não probabilística, considerados os critérios decriticidade e relevância. Foi analisada a documentação constante em quatro processos depatrocínios firmados, além de um processo de convênio. Os exames efetuados pela auditoria limitaram-se à verificação da formalização dosprocessos de concessão dos instrumentos e suas respectivas prestações de contas de acordocom a instrução normativa vigente à época da transferência do recurso.

O quadro a seguir contempla a quantidade total de transferências concedidas no exercício, orespectivo volume de recursos transferidos, a quantidade de transferências examinadas pelaequipe de auditoria da CGU, bem como o volume de recursos analisados.

Qtde. detransferênciasfirmadas em

2014

Valor totalpactuado mediante

transferência noexercício

(R$)

Qtde. detransferências

avaliadas

Volume derecursosavaliados

(R$)

Quantidadeem que foidetectada

irregularidade

Volume dosrecursos em que

foi detectadaalguma

irregularidade (R$)

11 8.722.852,00 05 820.000,00 00 0,00

Fonte: Planilha "Transferências Concedidas SENAI-DR/MG, exercício 2014", encaminhada mediante o Ofício SIAF/GICI nº003/2015, de 30/01/2015.

A despeito de não terem sido detectadas irregularidades quanto à formalização e aderênciados processos analisados aos normativos, no que se refere à avaliação da gestão dastransferências concedidas pelo SENAI-DR/MG imperioso destacar o arcabouço normativoinstituído pela Entidade durante o exercício de 2014.

Em 08/09/2014, o SENAI-DR/MG e o Departamento Regional do Serviço Social daIndústria – SESI-DR/MG, ambos integrantes do Sistema Fiemg, publicaram a Revisão 01 daInstrução Normativa IN01-21, que disciplina os procedimentos para apresentação, análise edeliberação acerca da concessão de patrocínios a projetos de terceiros pelas referidasEntidades.

Dentre as alterações efetuadas pela Revisão 01, destaca-se a supressão da obrigatoriedade deprestação de contas financeira dos projetos patrocinados pelas Entidades. O texto atual danorma não contém mais a exigência da apresentação, por parte dos patrocinados, dedocumentos financeiros e fiscais comprobatórios do bom e regular emprego dos valoresrepassados.

Dessa forma, a prestação de contas dos recursos transferidos, mediante contratos depatrocínio, passou a ser única e exclusivamente física, bastando ao patrocinado acomprovação da realização do projeto patrocinado, mediante evidências físicas de suaexecução, e a divulgação da marca do SENAI-DR/MG.

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A ausência de prestação de contas financeira dos recursos repassados mediante instrumentode patrocínio impossibilita a verificação da utilização dos recursos transferidos no objetopactuado. A atual redação da IN01-21, Revisão 01, compromete a observância de princípiosconstitucionais, tais como os da legalidade, moralidade e publicidade, e ainda de princípiosgerais aplicáveis à Administração Pública, como o da transparência nos gastos e o damoralidade administrativa.

Ressalta-se que a Revisão 01 da IN01-21 foi editada após recomendações emitidas pelaCGU ao SESI-DR/MG mediante Relatório de Auditoria Anual de Contas Gestão 2013 nosentido de que a Entidade aprimorasse a gestão das transferências concedidas,compreendendo medida fundamental a ser adotada a realização de ajustes do texto da IN01-21 no sentido de fortalecer as diretrizes balizadoras da concessão, acompanhamento eprestação de contas dos recursos transferidos mediante patrocínio, uma vez que a normaentão vigente não foi capaz de evitar a ocorrência das falhas e irregularidades verificadas.Contudo, conforme detalhado na parte “Achados de Auditoria” deste Relatório, não obstanteas falhas apontadas e as recomendações exaradas pela CGU para fins de aprimoramento daIN 01.21, o SESI-DR/MG e o SENAI-DR/MG optaram por suprimir a exigência deprestação de contas financeira dos instrumentos de patrocínios firmados, eximindo-se assimda verificação do regular emprego dos valores repassados e da efetiva comprovação dautilização dos recursos no objeto pactuado, em afronta aos princípios constitucionais e aosprincípios gerais aplicáveis à Administração Pública. ##/Fato##

2.5 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

A análise dos processos licitatórios realizados pelo SENAI-DR/MG no exercício de 2014teve por objetivo verificar se os procedimentos licitatórios realizados no ano foramregulares, segundo os princípios e os normativos aplicáveis à Entidade, bem como se ascompras e contratações diretas estavam amparadas pelos normativos internos.

A quantidade e o montante contratados pelo SENAI-DR/MG no exercício de 2014 estãodemonstrados nos quadros a seguir:

a) Licitação – Geral:

Quantidadetotal

processoslicitatórios

Volume totalde recursos

dos processoslicitatórios

(R$)

Quantidade

avaliada

Volume derecursosavaliados

(R$)

Quantidadeem que foidetectadaalguma

irregularidade

Volume dosrecursos em

que foidetectadaalguma

irregularidade(R$)

166 91.382.612,12(1) 13 4.473.628,52 13 4.473.628,52(1) Inclui licitações corporativas, ou seja, aquelas realizadas para atender mais de uma Entidade do Sistema Fiemg.Fonte: Planilha "Licitantes e Fornecedores 2014", encaminhada mediante o Ofício SIAF/GICI nº 005/2015, de02/02/2015.

b) Dispensa de Licitação:

Quantidadetotal de

Dispensa de

Volume totalde recursos

Dispensas de

Quantidadeavaliada

Volume derecursosavaliados

Quantidadeem que foidetectada

Volume dosrecursos em

que foi

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LicitaçãoLicitação

(R$)(R$)

algumairregularidade

detectadaalguma

irregularidade(R$)

21 4.354.747,85 031.101.165,2

502 961.182,66

Fonte: Planilha "Licitantes e Fornecedores 2014", encaminhada mediante o Ofício SIAF/GICI nº 005/2015, de02/02/2015.

c) Inexigibilidade de Licitação:

Quantidadetotal de

Inexigibilidade

de Licitação

Volume totalde recursos de

Inexigibilidadesde Licitação

(R$)

QuantidadeAvaliada

Volume derecursosavaliados

(R$)

Quantidadeem que foidetectadaalguma

irregularidade

Volume dosrecursos em

que foidetectadaalguma

irregularidade(R$)

18 5.084.062,48 01 69.115,00 01 69.115,00Fonte: Planilha "Licitantes e Fornecedores 2014", encaminhada mediante o Ofício SIAF/GICI nº 005/2015, de02/02/2015.

Ressalta-se que, no cômputo de processos com alguma irregularidade, não estãoconsideradas licitações em que foram detectadas falhas de cunho meramente formal oufalhas já detectadas em auditorias anteriores realizadas no SENAI-DR/MG ou ainda noSESI-DR/MG, e cujas providências adotadas pelas Entidades em relação às recomendaçõesexpedidas pela CGU estão sendo monitoradas por meio do Plano de ProvidênciasPermanente. Destaca-se que o SENAI-DR/MG e o SESI-DR/MG possuem estruturaadministrativa compartilhada, de modo que as aquisições/licitações das citadas Entidadessão realizadas pela mesma área, ou seja, pelo mesmo pessoal.

Durante os trabalhos da Auditoria Anual de Contas – AAC, foram analisados dezesseteprocessos de compras e contratações diretas realizadas pelo SENAI-DR/MG em 2014. Osreferidos processos, iniciados no exercício em questão, foram selecionados por meio deamostra não probabilística, determinada segundo critérios de materialidade e criticidade.Apresenta-se, no quadro a seguir, resumo dos principais dados dos processos analisados naAAC:

Processos Analisados na Auditoria Anual de Contas do Exercício 2014

ModalidadeLicitatória

Nº doProcesso

ObjetoNº do

ContratoContratado

Valor doContrato

(R$)

Dispensa 043/2014 Conservação e Limpeza. 87026LVA Serviços, Limpeza eConservação Ltda. – EPP

839.884,68

Dispensa 044/2014 Conservação e Limpeza. 87192LVA Serviços, Limpeza eConservação Ltda. – EPP

121.297,98

Dispensa 051/2014 Conservação e Limpeza. 87562Clássica ServiçosEspecializados Ltda.

139.982,59

Inexigibilidade 023/2014 Prestação de serviços deconsultoria especializadaem segurança, paraatendimento a Olimpíadado Conhecimento fasenacional, a ser realizada noExpominas e no IMA, noperíodo de 31/08 á

060607 Instituto Nacional deDesenvolvimento e DefesaSocial – INDS

69.115,00

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07/09/2014.

Convite 066/2014

Contratação de prestação deserviços para elaboração deprojeto de visitaçãoorientada visandoatendimento a Olimpíadado Conhecimento 2014 –Fase Nacional a serrealizado no Expominas,em Belo Horizonte – MG.

060881Tectran Técnicos emTransporte Ltda.

160.000,00

Convite 067/2014

Contratação de empresapara prestação de serviçospara vídeo monitoramentodo ambiente e do entornodo Evento, por meio deCircuito Fechado deTelevisão (CFTV), visandoo atendimento a Olimpíadado Conhecimento 2014 –Fase Nacional, a serrealizado no Expominas,em Belo Horizonte – MG.

061129Método Mobile Com e Servem Telecom Ltda.

89.780,00

Convite 075/2014

Contratação de empresapara prestação dos serviçosde impressão de material aser utilizado na Olimpíadado Conhecimento – FaseNacional 2014.

061399 Gráfica e Editora 101 Ltda. 75.360,00

61398Gestores de Mídia BrasilCentral Ltda.

39.280,00

061402Tamóios Editora GráficaLtda.

5.520,00

61401Gráfica e Editora Del ReyIndústria e Comércio Ltda.

5.406,00

Convite 078/2014

Contratação de empresapara prestação de serviçosde conservação, limpeza eportaria, para atendimento aCentral de Distribuição daOlimpíada doConhecimento 2014 – FaseNacional.

084518LVA Serviços, Limpeza eConservação Ltda. - EPP

58.058,52

Convite 091/2014

Contratação de empresaespecializada para aprestação dos serviços deGerenciamento de ResíduosSólidos, em atendimento àOlimpíada doConhecimento – FaseNacional 2014, que serárealizada no Expominas, emBelo Horizonte – MG.

061697Anita Chequer CoelhoComércio de RecicláveisLtda.

141.681,94

Convite 135/2014

Contratação de empresapara prestação de serviçosde transporte de insumospara alimentação, conformeAnexo I, visando oatendimento à Olimpíadado Conhecimento 2014 –Fase Nacional.

062386Áquila Transporte de CargasLtda.

250.000,00

Pregão 001/2014

Contratação de veículos detransporte para públicoespecífico (TransporteExecutivo).

060873Transportes Birchal Eireli –EPP

690.000,00

Pregão 030/2014 Contratação de empresa 061243 Áquila Transporte de Cargas 212.500,00

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para prestação de serviçosde remoção, movimentação,coleta, carga e descarga etransporte especial demáquinas e equipamentosvisando a realização daOlimpíada doConhecimento 2014 – FaseNacional.

Ltda.

61244 Logcon Ltda. ME 193.498,00

Pregão 034/2014

Contratação de empresapara prestação de serviçosde remoção, movimentação,coleta, carga e descargacom ou sem içamento etransporte especial demáquinas e equipamentos,para a realização daOlimpíada doConhecimento 2014 – FaseNacional, evento doSENAI.

061650Áquila Transporte de CargasLtda.

1.057.626,00

061652Guindaspeso Locação eTransporte Ltda. EPP

18.549,00

Pregão 035/2014

Contratação de empresapara prestação dos serviçosde conservação e limpeza,copa e carregadores gerais,no período de 19 de agostoa 12 de setembro de 2014,em atendimento àOlimpíada doConhecimento – FaseNacional.

061919LVA Serviços, Limpeza eConservação Ltda. - EPP

842.273,09

Pregão 040/2014

Contratação de empresapara prestação de serviçosde remoção, movimentação,coleta, carga e descargacom ou sem içamento etransporte especial demáquinas e equipamentosconforme anexos, para arealização da Olimpíada doConhecimento 2014 – FaseNacional.

062005Áquila Transporte de CargasLtda.

192.750,00

062004Guindaspeso Locação eTransporte Ltda. EPP

63.722,00

Concorrência(1) 006/2014

Contratação de empresaspara prestação de serviçosde conservação, limpeza eportaria, para atendimento aalgumas Unidades do SESIe do SENAI, localizadasnas cidades de Uberlândia,Mariana e Muriaé, todas noEstado de Minas Gerais.

084245Clássica ServiçosEspecializados Ltda.

80.491,76

Concorrência(1)

011/2014 Contratação de empresapara prestação de serviçosde conservação, limpeza eportaria, para atendimento aalgumas Unidades do SESIe SENAI localizadas nascidades de Betim, OuroBranco, Barroso,Cataguases, Divinópolis,

086577LVA Serviços, Limpeza eConservação Ltda. - EPP

54.258,48

086578LVA Serviços, Limpeza eConservação Ltda. - EPP

51.857,29

086573 Clássica ServiçosEspecializados Ltda.

191.016,44

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João Monlevade, Muriaé,Total

(1) Licitação corporativa, ou seja, realizada para atender mais de uma Entidade do Sistema Fiemg.

Em relação aos processos licitatórios, verificou-se, a partir dos exames realizados, que, emgeral, o SENAI-DR/MG não realiza a estimativa de custos para as suas contratações demaneira adequada. Em consequência, o gestor não dispõe de meios confiáveis para autorizara realização do certame e posteriormente verificar a compatibilidade dos valores contratadoscom os preços praticados no mercado. Ademais, a inexistência ou a falta de divulgação doorçamento estimado prejudica os licitantes na elaboração das suas respectivas propostas,haja vista não conhecerem os valores considerados para cada item a ser adquirido/contratadoe o valor global da licitação, além de impedir a definição de um critério de aceitabilidadedos preços. Assim, identifica-se o risco concreto de a Entidade realizar suascontratações/aquisições por valores superiores aos preços praticados no mercado.

Ressalta-se que as mesmas fragilidades ocorrem habitualmente em relação àsaquisições/contratações realizadas por meio de dispensa ou inexigibilidade de licitação, oque dificulta a verificação da adequabilidade dos preços contratados aos praticados nomercado.

Nesse sentido, apontam-se fragilidades em relação aos Controles Internos Administrativosda Gestão de Compras. Acerca do assunto, a Entidade informou que não há rotina deaprovação formal dos artefatos do planejamento das contratações (estudos técnicospreliminares, plano de trabalho e termo de referência ou projeto básico). Informou tambémque está normatizando os critérios para elaboração de pesquisas de preços. Além disso,complementou:“Apesar de não ser uma exigência do Regulamento de Licitações e Contratos do SENAI, aEntidade buscou aperfeiçoar os seus processos para aferição de preços de materiaisavaliando a viabilidade da implantação de um sistema disponível no mercado, (instituição“Negócios Públicos”) que possibilitaria a realização de pesquisa prévia eletrônica paragrande parte dos materiais adquiridos. Contudo, verificou-se que o referido sistema nãoatenderia as expectativas da Entidade.(...)”

Em que pese a Entidade informar que procurou aperfeiçoar seus processos para aferição depreços de materiais, na prática, constata-se que não houve evolução em relação à elaboraçãoe inserção dos orçamentos estimados nos processos para contratação/aquisição realizadospela Entidade, tendo em vista que o assunto em tela já foi objeto de apontamentos da CGUno Relatório nº 201308562, relativo à Auditoria Anual de Contas do exercício de 2012, doSENAI-DR/MG, bem como no Relatório nº 201407989, referente à Auditoria Anual deContas do exercício 2013, do Departamento Regional do Serviço Social da Indústria noEstado de Minas Gerais – SESI-DR/MG, entidade também integrante do Sistema Fiemg.

Por fim, não só no que diz respeito à estimativa de preços, mas também no que se refere àdefinição dos quantitativos contratados e à formalização dos processos, a ausência dedefinição de rotinas referentes ao planejamento das compras e contratações geraram aindaimpactos negativos e até mesmo prejuízo financeiro à Entidade, conforme descrito na parte“Achados de Auditoria” deste relatório. ##/Fato##

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2.6 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

Os exames de auditoria tiveram como objetivo aferir e informar acerca do atendimento àseventuais determinações e/ou recomendações deliberadas pelo Tribunal de Contas da União– TCU, mediante acórdãos e decisões, e suas consequências na gestão do SENAI-DR/MG,evidenciando os resultados no que concerne à prevenção, normalização, orientação e açõescorretivas.

Contudo, segundo informado no item 9.1 do Capítulo 9 do Relatório de Gestão do exercíciode 2014 e de acordo com pesquisa de jurisprudência realizada no site do TCU, o referidoTribunal não expediu quaisquer deliberações contendo determinações e/ou recomendaçõespara o SENAI-DR/MG no citado período. ##/Fato##

2.7 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

Os exames de auditoria tiveram como objetivo aferir e informar acerca do atendimento àseventuais recomendações expedidas pela Controladoria-Geral da União – CGU no exercíciosob exame, e suas consequências na gestão do SENAI-DR/MG, evidenciando os resultadosno que concerne à prevenção, normalização, orientação e ações corretivas.

Contudo, segundo informado no item 9.1.3 do Capítulo 9 do Relatório de Gestão doexercício de 2014 e de acordo com os registros oriundos dos sistemas corporativos da CGU,a Controladoria não expediu recomendações para o SENAI-DR/MG no citado período.

As recomendações emitidas pela CGU anteriormente ao exercício de 2014 estão sendomonitoradas pela Controladoria no âmbito do Plano de Providências Permanenteapresentado pelo SENAI-DR/MG. ##/Fato##

3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo à Entidade, quandoidentificadas, foram devidamente tratadas pela equipe de auditoria durante a realização dostrabalhos de campo e as providências corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serãoincluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com o SENAI-DR/MG emonitorado pelo Controle Interno. Por conseguinte, abordados os pontos requeridos pelalegislação aplicável, submete-se o presente relatório à consideração superior, de modo apossibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Belo Horizonte/MG, 14 de setembro de 2015.

______________________________________________

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Achados da Auditoria - nº 201503993

1 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

1.1 CONVÊNIOS DE OBRAS, SERVIÇOS E DE SUPRIMENTO

1.1.1 AVALIAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS

1.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Edição da Revisão 01 da Instrução Normativa IN01-21, que regulamenta a concessão de patrocínios no âmbito do SENAI-DR/MG, comprometeu a observância de princípios constitucionais e princípios gerais aplicáveis à Administração Pública uma vez que suprimiu a exigência da prestação de contas financeira pelos patrocinados.

Fato

Em 08/09/2014, o SENAI-DR/MG e o SESI-DR/MG, ambos integrantes do Sistema Fiemg,publicaram a Revisão 01 da Instrução Normativa IN01-21, que disciplina os procedimentospara apresentação, análise e deliberação acerca da concessão de patrocínios a projetos deterceiros pelas referidas Entidades.

Dentre as alterações efetuadas pela Revisão 01, destaca-se a supressão da obrigatoriedade deprestação de contas financeira dos projetos patrocinados pelas Entidades. O texto atual danorma não contém mais a exigência da apresentação, por parte dos patrocinados, dedocumentos financeiros e fiscais comprobatórios do bom e regular emprego dos valoresrepassados.

Dessa forma, a prestação de contas dos recursos transferidos, mediante contratos depatrocínio, passou a ser única e exclusivamente física, bastando ao patrocinado acomprovação da realização do projeto patrocinado, mediante evidências físicas de suaexecução, e a divulgação da marca do SENAI-DR/MG.

A ausência de prestação de contas financeira dos recursos repassados mediante instrumentode patrocínio impossibilita a verificação da utilização dos recursos transferidos no objetopactuado. A atual redação da IN01-21, Revisão 01, compromete a observância de princípiosconstitucionais, tais como os da legalidade, moralidade e publicidade, e ainda de princípiosgerais aplicáveis à Administração Pública, como o da transparência nos gastos e o damoralidade administrativa.

Acerca do fato, imperioso destacar o contexto sob o qual foi editada a Revisão 01 da IN01-21. Em 2014, a CGU realizou Auditoria Anual de Contas no SESI-DR/MG. Os exames deauditoria realizados à época identificaram fragilidades na atuação daquela Entidade quantoaos seguintes aspectos ou atividades:- realizar a devida análise técnica dos projetos propostos pelos partícipes;- garantir o alcance dos objetivos definidos nos instrumentos firmados;- analisar a prestação de contas dos patrocinados; e- fiscalizar a execução do objeto da avença.

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A equipe de auditoria da CGU avaliou que os mecanismos de controle existentes naEntidade não foram suficientes para impedir as inconsistências verificadas nos contratosexaminados, quais sejam: - concessão de patrocínios sem a especificação das despesas nas quais seriam aplicados osrecursos repassados; - pagamento de despesas inelegíveis e de gastos para os quais não houve comprovação desua aplicação na realização do objeto pactuado;- prestações de contas aprovadas, embora apresentassem documentos fiscais genéricos quenão discriminavam os serviços realizados, nem faziam menção ao número ou ao objeto dopatrocínio firmado;- inclusão, nas prestações de contas aprovadas, de notas fiscais emitidas fora do período devigência dos contratos firmados; e- desvio de finalidade na aplicação dos recursos repassados.

Por conseguinte, foi recomendado ao SESI-DR/MG aprimorar a gestão das transferênciasconcedidas e a sua estrutura de controle interno, visando mitigar riscos e a ocorrência defalhas. Medida fundamental apontada seria o aprimoramento do texto da IN01-21, tendo porobjetivo inserir determinação expressa no sentido de passar a exigir que as solicitações depatrocínio encaminhadas à Entidade apresentassem a especificação das despesas nas quaisseriam aplicados os recursos repassados, bem como o detalhamento do custo total previstopara a realização do objeto do patrocínio. Além disso, a norma deveria exigir que, naprestação de contas, o patrocinado apresentasse a documentação fiscal pertinente, indicandocom exatidão os serviços executados e ainda o número ou o objeto do contrato de patrocíniofirmado.

O SESI-DR/MG considerou inviável adotar as medidas corretivas propostas pela CGU e, emsentido contrário, editou, juntamento com SENAI-DR/MG, a Revisão 01 da IN 01.21, de“modo que a prestação de contas [fosse] apenas física, demonstrando o valor agregado àmarca e à imagem do SESI/DRMG”. Frisa-se, por oportuno, que a estrutura administrativadas Entidades é a mesma, pois, conforme já mencionado, ambas são integrantes do SistemaFiemg.

Diante do exposto, conclui-se que, não obstante as falhas e irregularidades apontadas naAuditoria Anual de Contas Gestão 2013 do SESI-DR/MG e as recomendações exaradas pelaCGU para fins de aprimoramento da IN 01.21, o SESI-DR/MG e o SENAI-DR/MG optarampor suprimir a exigência de prestação de contas financeira dos instrumentos de patrocíniosfirmados, eximindo-se assim da verificação do regular emprego dos valores repassados e daefetiva comprovação da utilização dos recursos no objeto pactuado. Dessa forma, a ediçãoda Revisão 01 da IN 01.21 ao suprimir à exigência da prestação de contas financeira dosrecursos transferidos mediante patrocínio, afronta princípios constitucionais, tais como os dalegalidade, moralidade e publicidade, e ainda de princípios gerais aplicáveis à AdministraçãoPública, como o da transparência nos gastos e o da moralidade administrativa. ##/Fato##

Causa

A Gerente de Comunicação e Marketing e a Gerente de Prestação de Contas, assim como osSuperintendentes de Gestão e Comunicação, Administração e Finanças e o Diretor Regionaldo SENAI/DR-MG comprometeram a observância de princípios constitucionais e deprincípios gerais aplicáveis à Administração Pública, ao editarem a Revisão 01 da InstruçãoNormativa IN01-21, que disciplina os procedimentos para apresentação, análise e

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deliberação acerca da concessão de patrocínios a projetos de terceiros pelas referidasEntidades, a qual suprimiu a exigência da prestação de contas financeira dos instrumentos depatrocínios firmados pela Entidade. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Acerca do fato relatado, o Superintendente de Administração e Finanças do SENAI/DR-MG,por meio do Ofício nº 053 - SIAF/GICI, de 03/07/2015, manifestou-se nos seguintes termos:

“Informamos que o SENAI/DRMG é entidade privada, não integrante da AdministraçãoPública Direta ou Indireta de quaisquer dos Entes Federativos, estando vinculado aosistema sindical, por força do disposto no art. 240 da Constituição Federal. A Entidade temautonomia administrativa e normativa conforme entendimento pacificado do Tribunal deContas da União.

Dessa forma, visando dar segurança jurídica e previsibilidade às suas ações, oSENAI/DRMG, nos limites de suas atribuições, edita atos normativos que orientam os seusprocedimentos. E, no exercício de sua competência, com relação aos Patrocínios, instituiu aIN 01.21 - Revisão 01, para definição, em rol taxativo, dos itens que deverão constar daspropostas, bem como fundamento para sua análise, itens estes que orientarão a Entidade eos patrocinados, na elaboração, celebração e na fiscalização de contrato de patrocínio.

Cabe ressaltar o conceito de ‘Patrocínio’ adotado na IN 01.21 - Revisão 01 acima citada:‘Apoio financeiro e/ou econômico concedido a projetos de terceiros, com o objetivo dedivulgar atuação fortalecer conceito, agregar valor à marca, gerar reconhecimento e/ouampliar relacionamento do patrocinador com seus públicos de interesse’. Nota-se que oobjetivo maior está focado no fortalecimento da imagem e da marca.

Importante esclarecer ainda que, a IN 01.21 - Revisão 01, fonte a partir da qual oSENAI/DRMG e os patrocinados devem se orientar na formalização do contrato depatrocínio, não dispõe que a concessão de patrocínio tenha que ser formalizada com aespecificação das despesas nas quais serão aplicados os recursos repassados peloSENAI/DRMG e nem com o detalhamento do custo total previsto para a realização doobjeto do patrocínio, em decorrência da própria natureza e dinâmica do contrato depatrocínio, o que se diferencia do convênio, por exemplo.

Assim sendo, no patrocínio, a Entidade, mediante estudo de viabilidade técnica emercadológica, ‘compra uma cota de patrocínio’, diferentemente do que faria em um‘convênio’, no qual seriam estabelecidas especificações de despesas, detalhamento de custototal previsto, descrição detalhada das etapas do cumprimento do objeto consensado entreos partícipes e cronograma físico-financeiro das atividades a serem realizadas, dentreoutros detalhamentos que possam, na conclusão das etapas, serem verificados, medianteprestação de contas financeira, o que, na execução de um ‘patrocínio’ não seria adequado.Isso porque, no patrocínio, a contrapartida assumida pelo patrocinado é a de promover edivulgar a marca do patrocinador, não sendo necessária, portanto, a demonstraçãodetalhada de cada despesa realizada e o custo total do objeto, o que é necessário aosconvênios.

Nesse contexto, exigir a prestação de contas financeira equivaleria a conferir aos contratosde patrocínio o mesmo dispensado aos convênios. Entretanto, isso não seria possível, já que

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o contrato de patrocínio e o convênio possuem natureza jurídica distinta, o que implicaaplicação de regime jurídico diverso, com consequências e exigências igualmentediferentes, caso se trate de convênio ou de contrato de patrocínio.

Exatamente por isso, afirmamos que a Instrução Normativa que rege PATROCÍNIOS sediferencia daquela que rege os CONVÉNIOS. Somente no normativo que rege os Convêniosé solicitado ao CONVENENTE que faça a especificação, no Plano de Trabalho, dasdespesas nas quais serão aplicados os recursos bem como o detalhamento do custo totalprevisto, o que é plenamente compatível com a figura do convênio, mas não do patrocínio.

Ressalta-se que, nesse procedimento, não há qualquer irregularidade ou afronta aosprincípios da publicidade e transparência, tendo em vista que a IN 01-21 - Revisão 01 éclara ao dispor quanto a obrigatoriedade da prestação de contas do patrocínio através daapresentação do Relatório das Atividades Desenvolvidas, Evidências Físicas da execuçãodo projeto, Comprovação da Divulgação da Marca do patrocinador na forma estabelecidano contrato e demais documentos estabelecidos no contrato, comprovando, assim, arealização de todas as contrapartidas previstas no contrato.

Ou seja, na apresentação do Relatório Final deverá constar a avaliação de todos osresultados decorrentes do Patrocínio em observância aos princípios da transparência,publicidade e da eficiência administrativa.

Em cada procedimento, o SENAI/DRMG sempre se orienta pelos princípios constitucionaisda legalidade, moralidade, finalidade, isonomia, igualdade, publicidade e economicidade,justificando o seu interesse na concessão do patrocínio e demonstrando a relação debenefícios dessa ação.

Por fim, cabe registrar que, na mesma linha de entendimento dessa Entidade, a InstruçãoNormativa SECOM-PR n°. 09 de 19 de dezembro de 2014, que disciplina o patrocínio dosórgãos e entidades da administração pública federal, também dispõe sobre a avaliação deresultados do Patrocínio por meio da Prestação de Contas Físicas, ao estabelecer que ‘paraa prestação de contas do patrocínio, o patrocinador exigirá do patrocinado,exclusivamente, a comprovação da realização da iniciativa patrocinada e dascontrapartidas previstas no contrato.”

Posteriormente, quando do encaminhamento do Relatório Preliminar de Auditoria, o DiretorRegional do SENAI/DR-MG, por meio do Ofício nº 066 - SIAF/GICI, de 21/08/2015,acrescentou:

“Segundo a análise dessa Controladoria-Geral da União, a edição da Revisão 01 da IN01.21, ao suprimir a exigência da prestação de contas financeira dos recursos transferidosmediante patrocínio, afrontaria princípios constitucionais aplicáveis à AdministraçãoPública. Afirma ainda, a CGU, que a atual redação da citada instrução normativa nãopermitiria que se estabelecesse o nexo causal entre o objeto realizado e os valorestransferidos ao ente patrocinado.

Contudo, reiteramos nosso entendimento de que o SENAI/DRMG é entidade privada, nãointegrante da Administração Pública Direta ou Indireta, instituída para atuar sob a égideda lei civil e mediante gestão privada e não pode ser obrigado a cumprir normas inerentesa pessoas jurídicas de direito público, direto ou indireto.

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Esse tema foi inclusive analisado de forma minudente no julgamento do recursoextraordinário 789.874 DF, processado neste Supremo Tribunal Federal com repercussãogeral, e que teve como Relator o Ministro TEORI ZAVASCKI, cuja ementa foi publicada noDJE 19/11/2014,in verbis:

EMENTA: ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOSVINCULADOS A ENTIDADES SINDICAIS. SISTEMA “S”. AUTONOMIAADMINISTRATIVA. RECRUTAMENTO DE PESSOAL. REGIME JURÍDICO DEFINIDO NALEGISLAÇÃO INSTITUIDORA. SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE. NÃO SUBMISSÃOAO PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II, DA CF). 1. Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema “S”, vinculados aentidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente por recursos recolhidos dopróprio setor produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa jurídica de direito privadoe não integram a Administração Pública, embora colaborem com ela na execução deatividades de relevante significado social. Tanto a Constituição Federal de 1988, como acorrespondente legislação de regência (como a Lei 8.706/93, que criou o Serviço Social doTrabalho – SEST) asseguram autonomia administrativa a essas entidades, sujeitas,formalmente, apenas ao controle finalístico, pelo Tribunal de Contas, da aplicação dosrecursos recebidos. Presentes essas características, não estão submetidas à exigência deconcurso público para a contratação de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da ConstituiçãoFederal. Precedente: ADI 1864, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 2/5/2008. 2. Recurso extraordinário a que se nega provimento.

Justamente por ostentar perfil jurídico singular, o SENAI há de merecer tratamento próprio,não podendo ficar sujeito às normas constitucionais e legais dirigidas, incisiva eexclusivamente, a pessoas da Administração Pública, nem por extensão ou equiparação,sob pena de violação dos princípios da legalidade e da separação dos poderes e, atémesmo, de norma constitucional em sentido contrário.

Dessa forma, visando dar segurança jurídica e previsibilidade às suas ações, oSENAI/DRMG, nos limites de suas atribuições, institui e edita atos normativos próprios queorientam os seus procedimentos. E, no exercício de sua competência, com relação aosPatrocínios, instituiu a IN 01.21 – Revisão 01, para definição, em rol taxativo, dos itens quedeverão constar das propostas, bem como fundamento para sua análise, itens estes queorientarão a Entidade e os patrocinados, na elaboração, celebração e na fiscalização decontrato de patrocínio.

A citada Instrução Normativa foi revisada com o objetivo de aprimorar os procedimentosda Entidade adequando-os ao real conceito e natureza jurídica do Patrocínio, suprimindoas fragilidades identificadas pela CGU em 2014 quanto aos aspectos abaixo:- realizar a devida análise técnica dos projetos propostos pelos partícipes;- garantir o alcance dos objetivos definidos nos instrumentos firmados;- analisar a prestação de contas dos patrocinados; e- fiscalizar a execução do objeto da avença.

Oportuno lembrar o conceito de “Patrocínio” adotado na IN 01.21 – Revisão 01 acimacitada: “Apoio financeiro e/ou econômico concedido a projetos de terceiros, com o objetivode divulgar atuação, fortalecer conceito, agregar valor à marca, gerar reconhecimento e/ouampliar relacionamento do patrocinador com seus públicos de interesse”. Nota-se que oobjetivo maior está focado no fortalecimento da imagem e da marca.

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Assim, não houve a renúncia à prestação de contas, mas ela passou a ser exigida nostermos e em conformidade com a natureza do patrocínio. Como no patrocínio, acontrapartida assumida pelo patrocinado é a de promover e divulgar a marca dopatrocinador, não há porque ser exigida a demonstração detalhada de cada despesarealizada e o custo total do objeto, o que é necessário aos convênios. O que deve serdemonstrado, em suma, é a realização do evento, a sua pertinência com o objeto social daEntidade, a divulgação e o fortalecimento da marca da Entidade e os ganhos que para elaadvieram em decorrência do patrocínio.

Exatamente por isso, a Instrução Normativa que rege PATROCÍNIOS se diferencia daquelaque rege os CONVÊNIOS. Somente no normativo que rege os Convênios é solicitado aoCONVENENTE que faça a especificação, no Plano de Trabalho, das despesas nas quaisserão aplicados os recursos bem como o detalhamento do custo total previsto, o que éplenamente compatível com a figura do convênio, mas não do patrocínio.

Por isso, a alteração normativa discutida não representa qualquer irregularidade ouafronta aos princípios da publicidade e transparência, tendo em vista que a IN 01-21 -Revisão 01 é clara ao dispor quanto a obrigatoriedade da prestação de contas dopatrocínio através da apresentação do Relatório das Atividades Desenvolvidas, EvidênciasFísicas da execução do projeto, Comprovação da Divulgação da Marca do patrocinador naforma estabelecida no contrato e demais documentos estabelecidos no contrato,comprovando, assim, a realização de todas as contrapartidas previstas no contrato.

Ou seja, na apresentação do Relatório Final deverá constar a avaliação de todos osresultados decorrentes do Patrocínio em observância aos princípios da transparência,publicidade e da eficiência administrativa.

Por fim, cabe registrar que, na mesma linha de entendimento dessa Entidade, a InstruçãoNormativa SECOM-PR nº. 09 de 19 de dezembro de 2014, que disciplina o patrocínio dosórgãos e entidades da administração pública federal, também dispõe sobre a avaliação deresultados do Patrocínio por meio da Prestação de Contas Físicas, ao estabelecer que“para a prestação de contas do patrocínio, o patrocinador exigirá do patrocinado,exclusivamente, a comprovação da realização da iniciativa patrocinada e dascontrapartidas previstas no contrato”.

Pelo exposto, verifica-se que não houve qualquer irregularidade no procedimento adotadopelo SENAI/DRMG, pelo que se torna incabível, data venia, a recomendação formulada.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Conforme pacificado pelo Tribunal de Contas da União - TCU, o SENAI-DR/MG e o SESI-DR/MG ainda que não pertençam ao Poder Público, devem respeitar os princípiosconstitucionais, assim como os princípios gerais da Administração Pública. A existência deregulamentos e normativos próprios não autoriza a adoção de interpretações incompatíveisaos princípios que essas Entidades devem observar.

Embora reconhecida a natureza privada das entidades do Sistema S, o TCU tem firmadoposicionamento no sentido de que a subsunção aos princípios gerais aplicáveis àAdministração Pública obriga as referidas entidades a prestar contas acerca dos contratos depatrocínio realizados. Independentemente da forma adotada para a transferência concedida,

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se convênio ou patrocínio, a única maneira de assegurar-se que os recursos repassados foramefetivamente aplicados no objeto pactuado é exigindo-se a documentação necessária esuficiente para tanto.

Nesse sentido, conforme os Acórdãos nº 2.277/2006 e 447/2008, ambos do Plenário,observa-se que o TCU tem se preocupado com a qualidade das prestações de contas dosrecursos repassados a título de patrocínio e tem cobrado dos patrocinados que apresentemdocumentos comprobatórios (notas fiscais, recibos, relatório das ações desenvolvidas ecomprovação das contrapartidas avençadas) que evidenciem o destino dado ao montanterecebido em consonância a avaliação sistemática dos resultados obtidos.

A atual redação da IN01-21, Revisão 01, ao estabelecer que a prestação de contas dopatrocínio se dará mediante a apresentação de relatório de atividades desenvolvidas,evidências físicas da execução do projeto, comprovação da divulgação da marca dopatrocinador e realização das contrapartidas avençadas em contrato, não permite que seestabeleça o nexo causal entre o objeto realizado e os valores transferidos pelo SENAI/DR-MG ao ente patrocinado. Tal verificação, contudo, se mostra imprescindível ao exame daregularidade da utilização dos recursos.

Desse modo, não basta a comprovação da execução do projeto pactuado, é imperioso que,com os documentos apresentados, seja possível constatar o bom e regular emprego dosvalores transferidos e sua efetiva utilização no objeto. A não exigência da devidacomprovação dos recursos transferidos a entidades privadas a título de patrocíniosignificaria possibilitar a abertura de portas a desvios, desmandos e malversações dessesrecursos.

Salienta-se que o TCU, em caso semelhante, ao verificar a regularidade de instruçãonormativa do SEBRAE Nacional que dispensava o convenente da prestação de contas dosrecursos transferidos a título de patrocínio, mediante o Acórdão nº 922/2009 – TCUPlenário, determinou o ajuste da referida norma aos princípios constitucionais norteadoresda Administração Pública, bem como à jurisprudência do Tribunal, no que diz respeito àprestação de contas dos recursos destinados a patrocínio quanto à exigência da apresentaçãode documentos fiscais e financeiros que evidenciem o destino dado ao montante recebido.

No que diz respeito à manifestação do SENAI-DR/MG ao Relatório Preliminar, reafirma-seo fato de que a natureza privada da Entidade não a desobriga do dever de respeitar osprincípios constitucionais na edição de seus regulamentos e normativos próprios.

Independente da forma de ajuste, convênio ou patrocínio, o meio pelo qual o SENAI-DR/MG tem de se certificar que os recursos transferidos foram realmente aplicados noalcance do objetivo firmado no contrato é exigindo os documentos fiscais e financeiros quedemonstrem a correta aplicação. Dessa forma, resta comprovado não apenas a consecuçãodo objeto, mas, também, o nexo de causalidade entre o dinheiro transferido e as açõesimplementadas pelo beneficiário.

Em outras palavras, ao vincular sua marca à realização de um projeto, o SENAI-DR/MGvisa obter ganho à sua imagem institucional, porém não pode prescindir de verificar se, defato, o patrocinado utilizou os recursos transferidos nas ações do projeto apoiado, as quaisdevem guardar consonância com os valores organizacionais e princípios éticos perseguidospela Entidade.

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No que diz respeito à Instrução Normativa SECOM-PR nº 09/2014, trata-se de normativoque disciplina o patrocínio dos órgãos e entidades da administração pública federal, cujoexame de legalidade não foi objeto deste trabalho de auditoria, embora, em primeira leitura,demonstre-se contrária à questão pacificada na jurisprudência do TCU acerca daobrigatoriedade da prestação de contas dos recursos transferidos por meio de contratos depatrocínio para fins de verificação da regular aplicação de tais valores nas estritasfinalidades para os quais foram destinados.

Do exposto, repisa-se que a Revisão 01 da IN 01.21 ao suprimir a exigência da prestação decontas financeira dos recursos transferidos mediante patrocínio e obstaculizar a verificaçãodo regular emprego dos valores repassados e da efetiva comprovação da utilização dosrecursos no objeto pactuado, afronta os princípios constitucionais da legalidade, moralidade,publicidade e a transparência nos gastos. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:Recomendação 1: Proceder à alteração da IN01-21, Revisão 01, restabelecendo a exigênciade que a prestação de contas apresentada pelo patrocinado contenha a comprovaçãofinanceira da boa e regular utilização dos recursos transferidos devendo ser apresentados osdocumentos financeiros e fiscais (notas fiscais e recibos contendo descrição que permitaidentificar os serviços e bens adquiridos) além das evidências físicas da execução do projeto,comprovantes das contrapartidas avençadas e relatório das atividades desenvolvidas.

1.2 PROCESSOS LICITATÓRIOS

1.2.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

1.2.1.1 CONSTATAÇÃO

Inexistência de orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários em contratações realizadas pelo SENAI-DR/MG.

Fato

Preliminarmente, informa-se que para execução dos exames de auditoria foramselecionados, por meio de amostragem não probabilística, dezessete processos licitatórios,incluindo três dispensas e uma inexigibilidade de licitação, promovidos pelo SENAI-DR/MG no exercício de 2014, conforme detalhado a seguir:

ModalidadeLicitatória

Nº doProcesso

Nº doContrato

Valor doContrato (R$)

Contratado

Dispensa 043/2014 87026 839.884,68LVA Serviços, Limpeza e Conservação Ltda. –EPP

Dispensa 044/2014 87192 121.297,98LVA Serviços, Limpeza e Conservação Ltda. –EPP

Dispensa 051/2014 87562 139.982,59 Clássica Serviços Especializados Ltda.

Inexigibilidade 023/2014 060607 69.115,00Instituto Nacional de Desenvolvimento eDefesa Social – INDS

Convite 066/2014 060881 160.000,00 Tectran Técnicos em Transporte Ltda.Convite 067/2014 061129 89.780,00 Método Mobile Com e Serv em Telecom Ltda.Convite 075/2014 061399 75.360,00 Gráfica e Editora 101 Ltda.

61398 39.280,00 Gestores de Mídia Brasil Central Ltda.

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061402 5.520,00 Tamóios Editora Gráfica Ltda.

61401 5.406,00Gráfica e Editora Del Rey Indústria eComércio Ltda.

Convite 078/2014 084518 58.058,52LVA Serviços, Limpeza e Conservação Ltda. -EPP

Convite 091/2014 061697 141.681,94Anita Chequer Coelho Comércio deRecicláveis Ltda.

Convite 135/2014 062386 250.000,00 Áquila Transporte de Cargas Ltda.Pregão 001/2014 060873 690.000,00 Transportes Birchal Eireli – EPP

Pregão 030/2014061243 212.500,00 Áquila Transporte de Cargas Ltda.61244 193.498,00 Logcon Ltda. ME

Pregão 034/2014061650 1.057.626,00 Áquila Transporte de Cargas Ltda.061652 18.549,00 Guindaspeso Locação e Transporte Ltda. EPP

Pregão 035/2014 061919 842.273,09LVA Serviços, Limpeza e Conservação Ltda. -EPP

Pregão 040/2014062005 192.750,00 Áquila Transporte de Cargas Ltda.062004 63.722,00 Guindaspeso Locação e Transporte Ltda. EPP

Concorrência 006/2014 084245 80.491,76 Clássica Serviços Especializados Ltda.

Concorrência 011/2014

086577 54.258,48LVA Serviços, Limpeza e Conservação Ltda. -EPP

086578 51.857,29LVA Serviços, Limpeza e Conservação Ltda. -EPP

086573 191.016,44 Clássica Serviços Especializados Ltda.

Quanto às contratações, as boas práticas demonstram que os atos desenvolvem-se emsequência lógica, iniciando-se pelo planejamento e prosseguindo até a assinatura dorespectivo contrato ou emissão de documento correspondente. Neste contexto, dentre osprocedimentos licitatórios, de dispensa ou ainda de inexigibilidade de licitação, destaca-se oato de estimar o valor da contratação, o qual exerce o papel de balizador a ser utilizado pelogestor para autorização da realização dos certames, bem como para a verificação posteriorda compatibilidade dos valores ofertados pelos licitantes em relação aos preços praticadosno mercado.

Em análise aos processos licitatórios, de dispensa ou de inexigibilidade listados no quadroanterior, verificou-se que os respectivos documentos de solicitação da contrataçãocontinham o valor estimado pela Entidade para a prestação do serviço. Contudo, o SENAI-DR/MG não inseriu nos processos analisados orçamentos baseados em planilhas dequantitativos e preços unitários ou qualquer outra documentação que demonstrasse ametodologia de apuração das citadas estimativas de gastos.

Por conseguinte, inexiste nos autos dos processos examinados qualquer fundamentação paraa formação do preço admissível pela Entidade, fato que impossibilitaria à autoridadecompetente autorizar a realização dos certames. Inobstante a inexistência nos autos doorçamento prévio à licitação, o Diretor Regional do SENAI-DR/MG e o Presidente daFiemg autorizaram a realização dos referidos certames.

Destaca-se que a inexistência de orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preçosunitários em processos licitatórios impossibilita a indicação do valor estimado nos editais delicitação, impedindo os licitantes de tomarem conhecimento dos valores adotados para cadaitem a ser adquirido/contratado e o valor global, prejudicando a elaboração das suasrespectivas propostas dentro dos limites impostos. Outra consequência danosa dainexistência de orçamento estimado é o impedimento de se estabelecer um critério deaceitabilidade dos preços. Além disso, nos casos em tela, por falta de parâmetros

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orçamentários, não foi possível ao SENAI-DR/MG avaliar se as propostas dos licitanteseram adequadas aos preços praticados no mercado.

Na comparação entre os valores estimados pelo SENAI-DR/MG e os valores contratadospela Entidade verificaram-se discrepâncias de até 72,8%, conforme a seguir:

Processo Valor estimado (R$) Valor contratado (R$) Variação (%)*Convite nº 067/2014 150.000,00 89.780,00 -40,1Convite nº 075/2014 300.000,00 125.566,00 -58,1Convite nº 078/2014 205.892,94 115.445,10 -43,9

Pregão Presencial nº 001/2014 1.280.000,00 690.000,00 -46,1Pregão Eletrônico nº 034/2014 7.385.000,00 2.009.207,00 -72,8Pregão Eletrônico nº 040/2014 608.000,00 414.491,98 -31,8

Concorrência Corporativa nº 011/2014 605.805,00 479.534,97 -20,8* Foram listados os processos cuja diferença entre os valores estimados e contratados foi superior a 20%.

Diante do exposto, solicitou-se ao SENAI-DR/MG esclarecer a metodologia adotada pelaEntidade para estimar os gastos das suas contratações, tendo em vista a existência dediscrepâncias significativas na comparação entre os valores estimados e os efetivamentecontratados.

Destaca-se que o assunto em tela já foi objeto de apontamentos da CGU no Relatório nº201308562, relativo à Auditoria Anual de Contas do exercício de 2012, do SENAI-DR/MG,bem como no Relatório nº 201407989, referente à Auditoria Anual de Contas do exercício2013, do Departamento Regional do Serviço Social da Indústria no Estado de Minas Gerais– SESI-DR/MG, entidade também integrante do Sistema Fiemg. ##/Fato##

Causa

O Diretor Regional do SENAI-DR/MG e o Presidente da Fiemg autorizaram a realização delicitações sem que houvesse nos respectivos autos a devida fundamentação para a estimativado preço admissível pela Entidade para a execução do objeto licitado. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Acerca do apontamento da CGU, o Superintendente de Administração e Finanças doSENAI-DR/MG encaminhou o Ofício nº 056 – SIAF - GICI, de 10/07/2015, nos seguintestermos:

“Em matéria de Licitações e Contratos, o SENAI/DRMG não está subordinado ao regimeda Lei 8.666/93, mas sim a regulamento próprio, conforme jurisprudência consolidada doTribunal de Contas da União e toda a rotina adotada pela Entidade no preparo daslicitações e contratações está baseada em suas Instruções Normativas e Regulamento deLicitações e Contratos.

Dito isso, destacamos que todos os processos têm sua instrução iniciada pela solicitação decompras que, por sua vez, conta com o valor estimado aprovado pela Entidade. Cabesalientar ainda que o Art. 13, do Regulamento de Licitações e Contratos do SENAI exige,apenas e tão somente, que a solicitação aponte a “estimativa de seu valor”, não impondo arealização de pesquisas ou consultas prévias, portanto, não há de se dilatar esta exigência.

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Referente à existência de orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preçosunitários em processos licitatórios, no Regulamento de Licitações e Contratos do SENAI,inexiste a obrigação da Entidade apresentar no Edital de Licitação o orçamento básico. Talexigência consta apenas do Art. 40, §2º, inciso II, da Lei n. 8.666/93, que não se aplica aoSENAI/DRMG.

Ademais, tal imposição pode ser prejudicial ao SENAI/DRMG, na medida em que oslicitantes, sabendo, desde já, os valores de referência, poderão oferecer proposta superioràquela que poderia ser apresentada, caso não tivessem tal informação, fazendo com queeles apresentem preços cada vez menores para serem competitivos.

Com isso, permite-se que as licitações sejam mais vantajosas ao interesse público, pois sepermite a busca pelo melhor preço, já que, não sabendo qual o valor que se pretende pagarpelo objeto contratual, os licitantes tenderão a baixar a sua oferta em busca dacompetitividade. Por outro lado, como o SENAI/DRMG possui os valores estimados, terámeios de avaliar os preços ofertados, a sua vantajosidade e obter, na prática, contratos queatendam de forma cada vez mais satisfatória ao interesse público.

Assim, caso o SENAI/DRMG disponibilizasse em seus editais o orçamento estimado combase nos orçamentos prévios apresentados pelos licitantes, isso poderia incitar aapresentação de propostas com valores mais elevados, e, por conseguinte, acarretarevidentes prejuízos financeiros a Entidade.

Importante ressaltar que o SENAI/DRMG não está se insurgindo contra a elaboração deorçamentos estimativos em planilhas de quantitativos e custos unitários, bem como decritério de aceitabilidade dos preços unitários e global, vez que tais procedimentos fazemparte de suas licitações e sim contra a inclusão de tais informações em seus editais ou emmaterial anexo aos editais para a sua divulgação, de modo a impedir a busca pelacompetitividade acima indicada.

De todo modo, o SENAI/DRMG, ressalta que, apesar de não ser uma exigência de seuRegulamento de Licitações e Contratos, está aprimorando os procedimentos internos,buscando mitigar eventuais discrepâncias que porventura possam ocorrer.

Ademais, o SENAI/DRMG reitera o MS 33442 MC/DF do STF, que apesar dos efeitos daliminar possuir caráter inter partes, suspendeu decisão do Tribunal de Contas da União(TCU) que determinava ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) ainclusão, em seus editais de licitação, de dispositivos previstos na Lei 8.666/1993, que tratade normas para licitações e contratos da administração pública, é inegável que tal decisãocorrobora com outros precedentes dos Tribunais Superiores no entendimento segundo oqual são inaplicáveis as regras da Lei nº 8.666/1993 às Entidades do Sistema S, por nãointegrarem a Administração Pública direta ou indireta.”

Posteriormente, quando do encaminhamento do Relatório Preliminar de Auditoria, o DiretorRegional do SENAI/DR-MG, por meio do Ofício nº 066 - SIAF/GICI, de 21/08/2015,acrescentou:

“Sobre as recomendações apontadas por essa CGU, no Relatório Preliminar de Auditoria,relativo as pesquisa prévia de preços e planilha orçamentária com quantitativos de preços,o SENAI/DRMG, de modo repetitivo mas como cautela, reitera que em matéria de

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Licitações e Contratos, não está subordinado ao regime da Lei nº 8.666/93, mas sim aregulamento próprio, conforme jurisprudência consolidada do Tribunal de Contas da Uniãoe toda a rotina adotada pela Entidade no preparo das licitações e contratações estábaseada em suas Instruções Normativas e Regulamento de Licitações e Contratos.

Partindo dessas considerações, verifica-se que o Regulamento de Licitações e Contratosque se aplica às entidades do Sistema ‘S”, e, especialmente, ao SENAI/DRMG não lheimpõe como obrigação realizar pesquisa de preços amplamente no mercado e a divulgar osvalores estimados em seus editais.

Não obstante, a Controladoria-Geral da União entende que, apesar disso, caberia aoSENAI/DRMG assim agir. Para tanto, citou no Relatório Preliminar decisões em que o TCUrecomendou às Entidades do Sistema “S” comprovação, no respectivo processo, dapesquisa de preços de mercado a amplo número de potenciais fornecedores, como no casodo Acórdão nº 7.821/2010 - Primeira Câmara (TC-014.407/2006-4) e determinaçõescontidas no Acórdão nº 1.685/2010 - Segunda Câmara (TC-023.925/2008-5).

Contudo, ao se fazer uma análise mais detida das recomendações contidas em tais decisões,o que se verifica é que não há irregularidade a ser apontada no procedimento adotado peloSENAI/DRMG.

Nesse aspecto, verifica-se que na decisão do Acórdão 7.821/2010, assim consignou o TCU:“9.4. recomendar ao Conselho Nacional do Senac que insira no seu Regulamento deLicitações e Contratos, se ainda não o fez, a exigência de que, em casos de dispensa delicitação, seja comprovada, no respectivo processo, a pesquisa de preços de mercado a, pelomenos, três potenciais fornecedores;” Nota-se, portanto, que o Tribunal reconhece que oRegulamento de Licitações ao qual o Sistema S se subordina não prevê a pesquisa prévia e,nesse ponto, recomenda que o Conselho Nacional promova as modificações. Por evidente,apenas a partir da alteração do Regulamento de Licitações e de Contratos é que tal medidaserá impositiva, o que não é o caso em exame. Por isso, constata-se que o DepartamentoRegional, no caso o SENAI/DRMG, não se encontra irregular, haja vista ter cumprido o quedispõe seu Regulamento e, para que este venha a ser modificado, providências devem seradotadas pelo Conselho Nacional (e não pelo Departamento Regional de Minas Gerais).

Em relação ao Acórdão 1.685/2010, decidiu o TCU: “1.5.1.4. faça constar dos processos delicitação, dispensa ou inexigibilidade, consulta de preços correntes no mercado, ou fixadospor órgão oficial competente ou, ainda, constantes do sistema de registro de preços, emcumprimento ao disposto no art. 26, parágrafo único, incisos II e III, e art. 43, inciso IV, daLei nº 8.666/1993, consubstanciando a pesquisa no mercado em, pelo menos, trêsorçamentos de fornecedores distintos, e justificando sempre que não for possível obternúmero razoável de cotações;” Não é difícil perceber que, a decisão a Corte de Contas écontraditória, haja vista que fundamenta a exigência de pesquisa prévia de preços emdispositivos da Lei n. 8.666/1993, Lei esta que não se aplica aos Serviços SociaisAutônomos, conforme jurisprudência pacífica daquele mesmo Tribunal.

Na versão Preliminar do Relatório de Auditoria Anual de Contas, constaram aindaexemplos por meio dos quais a CGU buscou evidenciar que a estimativa de preçosrealizada pelo SENAI/DRMG, em determinados processos licitatórios, não refletiria ospreços efetivamente praticados no mercado.

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Na realidade, o que se observa é que, diferentemente do apontado pela CGU (cujas razõesse basearam em cenários hipotéticos), a realidade do processo utilizado como exemplomostra claramente quão vantajosos foram os preços obtidos na licitação, o que demonstraque a metodologia utilizada vem proporcionando contratações vantajosas ao interessepúblico.

O que deve ser avaliado é que, para um valor estimado de R$7.385.000,00 contratou-se osserviços por R$2.009.207,00, refletindo uma economia de R$5.375.793,00. Tudo que foranalisado além dessa evidência é, ao que nos parece, suposição. Além disso, em processoslicitatórios sob a modalidade Pregão (especialmente na forma eletrônica), é natural que asempresas entrem com sua primeira proposta com margem para negociação, e, durante afase de lances, acabem por reduzir o preço ofertado. Também é natural que nesse tipo deprocesso adquiram-se os bens ou serviços por valores inferiores às estimativas. Dessemodo, não visualizamos, com a devida venia, nenhuma irregularidade, risco ouinconveniente no processo: ao contrário, denotamos uma licitação exitosa.

Em outro exemplo, a CGU cita o Convite nº 135/2014 e observa que o único licitanteparticipante do certame apresentou proposta de preços de R$510.223,44, valor 104% maiorque o valor estimado pelo SENAI-DR/MG. Após negociação, o valor foi reduzido paraR$250.000,00 (valor estimado pela Entidade). Concluindo que a Entidade incorreu no riscode a contratação ter sido realizada por valores superiores aos de mercado, mesmo com adiminuição do valor proposto pela empresa. Porém, na realidade, o que de se pode denotaré o fato da negociação de preços ser a real preocupação do SENAI/DRMG com o usoadequado dos recursos. Fosse de outra forma, não teria negociado para reduzir o preço emmais de R$250.000,00.

Sobre os apontamentos da CGU, quanto à necessidade de indicação do valor estimado noseditais de licitação como forma de inibir que as propostas iniciais das empresas sejamsuperiores aos valores estimados e aos efetivamente contratados, o SENAI/DRMG tem aacrescentar que, conforme já mencionado, em praticamente todos os pregões eletrônicos, oslicitantes apresentam sua primeira proposta com margem para negociação, não tendo sobreesse fato controle. Isso porque a lógica do pregão é exatamente a disputa por meio delances e certamente apresentar um preço inicial que pode ser tido como superior àrealidade de mercado não significa (i) que o licitante será alijado do processo, e (ii) que aentidade contratará por preço acima do mercado. É exatamente a disputa de preços (emsessão) que permite que estes venham sendo reduzidos até os patamares da contratação.Essa prática ocorre não só com o SENAI/DRMG, mas com qualquer outra entidade ouórgão da Administração Pública. O importante não é o preço inicial proposto pelo licitanteem pregão, mas sim o seu preço final (que é aquele que será considerado para efeito decontratação).

Cabe ainda analisar as considerações da CGU acerca do Mandado de Segurança nº 33.442MC/DF, impetrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC contra oAcórdão nº 3.211/2014 do Tribunal de Contas da União, o qual a equipe de auditoriaafirma que a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal aplica-se tão-somente aoSENAC, garantindo ao impetrante o direito de não incluir em seus editais de licitação oorçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos unitários, bem como o critériode aceitabilidade dos preços unitários, enquanto não houver o julgamento do mérito damatéria recorrida.

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O SENAI/DRMG reconhece que a liminar do STF não tem efeito erga omnes, servindo (pelomenos por enquanto) somente à demanda SENAC. Ao utilizarmos a decisão liminar do STFno MS 33.442 como argumento para não realizarmos a pesquisa prévia na formarecomendada pela CGU e para não incluirmos nos editais o valor estimado, quisemosdemonstrar – e reafirmamos tal posicionamento – que a Corte Suprema compreende osserviços sociais autônomos como entidades desvinculadas da Administração Pública diretae indireta. Desse modo, estão elas desobrigadas de se submeterem às regras da Lei n.8.666/1993 e a todas e quaisquer orientações, recomendações ou determinações quetenham fundamento nas leis aplicáveis à Administração Pública ou que, ainda não sendoassim, que desprezem o texto dos Regulamentos próprios. A decisão liminar deixa issomuito claro. Portanto, apesar de não ter efeito erga omnes, ela denota o pensamentoprevalecente no Supremo Tribunal Federal que, por óbvio, não se vincula especificamenteao SENAC mas a todo e qualquer serviço social autônomo. Funciona, portanto, tal decisãocomo importante precedente que sinaliza o entendimento do STF sobre a matéria e que secoaduna com a prática que vem sendo adotada pelo SENAI/DR-MG.

Por fim, cabe ainda esclarecer que eventuais desconformidades, irregularidades ouinconvenientes expressamente dispostos/previstos no texto dos Regulamentos próprios,devem ser sanados perante os respectivos Departamentos Nacionais, eis que osRegulamentos são de nível nacional, não podendo o SENAI/DRMG (ainda que queira), porsua livre iniciativa, alterar esse texto. Em complemento a essa premissa, reforça-se que aoSENAI-DRMG cabe cumprir o que prevê o Regulamento, o que vem induvidosamente sendorealizado.

A Entidade indica, nas Solicitações de Compras, o valor estimado da contratação. Valoreste que, em razão dos argumentos já apontados (falta de previsão no Regulamento deLicitações e Contratos), não é divulgado no edital. De toda forma, antes da homologação ecomo meio de assegurar que os preços licitados são compatíveis com aqueles praticados nomercado, tem-se buscado validar os preços da licitação, utilizando-se, para tanto, de trêsmecanismos: (i) comparação com licitações ou com processos de compras diretasconcluídos no passado; (ii) pesquisa no portal Negócios Públicos; ou (iii) lançamento decotação de preços no mercado. Dessa forma, entende-se que o objetivo de evitar acontratação a preços fora de mercado está sendo alcançado. Importante mencionar que, apartir de julho/2015, os documentos de homologação passaram a contar com título de“validação de preços”, sob o qual é demonstrada a adequação do preço licitado àqueles domercado.

Por fim, é importante destacar que o próprio Tribunal de Contas da União manifestou-seem 09/12/2014, de forma expressa, ao entendimento consolidado pelo Supremo TribunalFederal ao apreciar matéria relativa à aplicação da Lei 10.101/2000 aos Serviços SociaisAutônomos, da regularidade dos mecanismos de remuneração/premiação variável – TC010.375/2014-7, Relator Aroldo Cedraz (doc. 23), do qual seguem destacados os seguintestrechos transcritos in verbis:

“17. Relembro de passagem de meu Voto, no qual falei de nossa tentação publicista dedeclarar a autonomia e a liberdade de auto-gestão do Sistema, falando da inaplicabilidadede normas como a Lei 8.666/1993, averbando, contraditoriamente, que o Sistema só estásubmetido aos princípios da administração pública. Ora, se são privados não estão regidospor princípios da administração pública. Prova é que eles não se submetem ao princípio dalegalidade administrativa. Ao contrário, quando falamos em princípios da moralidade, dalegitimidade, da eficiência, estamos a falar de meta-princípios, aplicáveis a todosindistintamente. Aos incrédulos dou um exemplo: quando a lei fundamental declara o direito

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fundamental à propriedade, ao mesmo tempo declara a função social da mesma, dizendodesapropriáveis as propriedades improdutivas. Nada mais está a falar o texto constitucionaldo que a produtividade (eficácia e eficiência) na iniciativa privada. O mesmo se pode dizerdo instituto da encampação de empresas.

18. E por vezes declaramos solenemente a autonomia e a auto-gestão dos integrantes doSistema S Sindical, associada à inaplicabilidade da lei de licitações, mas quando analisamosas normas internas de licitações, parece que só entendemos como lícito o que for similar àLei 8.666. Em síntese, serão livres se editarem regulamentos quase-idênticos à Lei deLicitações e Contratos.

19. Assim sendo, para o Sistema S é possível sim a interpretação extensiva de normas, dadoseu regime de direito privado.

(...)

21. Afirmo, sem qualquer hesitação, que ao Sistema S Sindical não se aplica o art. 37 daConstituição Federal, pois de Administração Pública não se trata. Também não lhe incide o§ 1º do art. 173 da Carta da República, pois não há estatuto jurídico especial do Sistema SSindical. São entidades de direito privado.

22. É chegada a hora de, no século XXI, estancarmos o viés do Estado Novo, estabelecidosna origem do Sistema S Sindical, quando se dava com uma mão (a lei de cobrançacompulsória) e tirava-se com a outra (a intervenção estatal na liberdade privada). Oupretendemos dizer que a lógica do art. 240 de nossa Carta encampa aquela posta naConstituição de 1937?

23. Diz o nosso artigo 240: “Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuaiscontribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários,destinadas àsentidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistemasindical.” ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Em sua manifestação, o Superintendente de Administração e Finanças alega que o“Regulamento de Licitações e Contratos do SENAI exige, apenas e tão somente, que asolicitação aponte a ‘estimativa de seu valor’, não impondo a realização de pesquisas ouconsultas prévias, portanto, não há de se dilatar esta exigência.”. E acrescenta que aEntidade elabora orçamentos estimativos em planilhas de quantitativos e custos unitários eestabelece critério de aceitabilidade de preços, mas se insurge tão-somente “contra ainclusão de tais informações em seus editais ou em material anexo aos editais para a suadivulgação, de modo a impedir a busca pela competitividade acima indicada”.

Embora alegue que a Entidade realiza pesquisas ou consultas prévias para estabelecer asestimativas que comporão suas solicitações de compras, o Superintendente de Administraçãoe Finanças não demonstrou de que maneira se daria essa estimativa dos preços, já que não hános processos qualquer documentação que demonstre a metodologia de apuração das citadasestimativas de gastos. Na verdade, constam nos autos dos processos analisados tão-somenteos valores globais estimados para as contratações, independentemente se o objeto licitado foiou não dividido em lotes.

Cabe ressaltar que existem diversos acórdãos do Tribunal de Contas da União - TCU queversam sobre o tema, os quais estabelecem que a pesquisa prévia realizada para obter aproposta mais vantajosa deve observar, entre outros, os seguintes aspectos:(i) ser realizada de forma ampla, entre diversas empresas do ramo; e

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(ii) conter a caracterização completa das empresas consultadas (endereço completo,acompanhado de telefones existentes), ainda que viabilizada por meio eletrônico e indicaçãodos valores praticados, acompanhados, em todo caso, da data e do local de expedição.

Há, inclusive, decisões em que o TCU recomendou às Entidades do Sistema “S”comprovação, no respectivo processo, da pesquisa prévia de preços de mercado a amplonúmero de potenciais fornecedores, como no caso do Acórdão nº 7.821/2010 - PrimeiraCâmara (TC-014.407/2006-4). Também podem ser citadas determinações contidas noAcórdão nº 1.685/2010 - Segunda Câmara (TC-023.925/2008-5) para que Entidade doSistema “S” fizesse “constar dos processos de licitação consulta de preços correntes nomercado, ou fixados por órgão oficial competente ou, ainda, constantes do sistema deregistro de preços, em cumprimento ao disposto no art. 26, parágrafo único, incisos II e III,e art. 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993, consubstanciando a pesquisa no mercado em, pelomenos, três orçamentos de fornecedores distintos, e justificando sempre que não for possívelobter número razoável de cotações”.

A título de exemplo, a análise dos autos do processo referente ao Pregão Eletrônico nº034/2014 evidencia a importância da realização de adequada pesquisa prévia de preços.

Tal processo foi iniciado a partir da Solicitação de Compra nº 079685, aprovada em26/06/2014, com a indicação do valor global estimado de R$7.385.000,00 para a contrataçãode empresa para prestação de serviços de remoção, movimentação, coleta, carga e descargacom ou sem içamento e transporte especial de máquinas e equipamentos para a realização daOlimpíada do Conhecimento 2014 – Fase Nacional, evento SENAI a ser realizado noExpominas em Belo Horizonte – MG, conforme termos e condições estabelecidos no edital.Frisa-se que, no caso concreto, embora o objeto tenha sido dividido em dezoito lotes, nosautos consta apenas o valor estimado global para a contratação.

Do exame documental, foram constatados os seguintes valores relativos às propostas dasempresas participantes:

NºLote

Maior propostainicial (R$)

Proposta inicial daempresa vencedora (R$)

Valor adjudicado àempresa vencedora (R$)

1 2.500.000,00 556.200,00 459.428,002 1.900.000,00 528.000,00 445.500,003 25.000.000,00 931.691,20 744.000,004 150.000,00 15.563,90 12.110,005 500.000,00 80.406,00 20.950,006 250.000,00 13.652,10 5.900,007 300.000,00 52.329,36 6.000,008 276.000,00 50.400,00 18.549,009 300.000,00 32.832,80 26.200,0010 1.233.408,00 85.925,40 85.923,0011 80.000,00 42.084,00 7.300,0012 100.000,00 61.200,00 3.348,0013 200.000,00 137.004,40 15.150,0014 212.448,00 29.856,20 26.900,0015 384.000,00 37.385,70 31.999,0016 600.000,00 286.874,40 93.450,0017 80.000,00 18.180,00 2.950,0018 100.000,00 13.800,00 3.550,00

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Total 34.165.856,00 2.973.385,46 2.009.207,00

A partir da análise do quadro anterior, verifica-se que a estimativa de preços realizada peloSENAI-DR/MG não refletia os preços efetivamente praticados no mercado. Admitindo-se apossibilidade da participação de apenas um licitante em cada lote, o que é permitido peloRegulamento de Licitações e Contratos da Instituição, observa-se o risco de se contratar umaempresa por valores muito superiores aos adequados. No caso em tela, existiu apossibilidade concreta de que ocorresse o desembolso de R$7.385.000,00, na hipótese limitede que houvesse somente um proponente para cada lote e que a soma dos valores finaispropostos pelos dezoito participantes, após negociação, coincidisse com o valor globalestimado pelo SENAI-DR/MG. Nessa hipótese, o desembolso (R$7.385.000,00) superariaem R$5.375.793,00 o valor efetivamente contratado (R$2.009.207,00). Em termospercentuais, portanto, o desembolso de recursos poderia ter sido 267% maior que o valortotal contratado. Ademais, mesmo que as empresas vencedoras fossem as únicas aapresentarem propostas para os respectivos lotes, ainda assim poderia ter sido desembolsadoum valor 48% superior ao efetivamente contratado (R$2.973.385,46), caso não houvesseconcorrentes que proporcionassem a redução dos preços na fase de lances.

Em outro exemplo, a contratação pelo valor estimado ocorreu em relação ao Convite nº135/2014. Observou-se que o único licitante participante do certame apresentou proposta depreços de R$510.223,44, valor 104% maior que o valor estimado pelo SENAI-DR/MG.Após negociação, o valor foi reduzido para R$250.000,00 (valor estimado pela Entidade).Considerando a possibilidade de a estimativa de custos realizada pelo SENAI-DR/MG tersido realizada de maneira inadequada, como ocorreu no Pregão Eletrônico nº 034/2014, aEntidade incorreu no risco de a contratação ter sido realizada por valores superiores aos demercado, mesmo com a diminuição do valor proposto pela empresa.

Além disso, é importante destacar que a Entidade considera que a indicação do valorestimado nos editais de licitação “pode ser prejudicial ao SENAI/DRMG, na medida em queos licitantes, sabendo, desde já, os valores de referência, poderão oferecer propostasuperior àquela que poderia ser apresentada, caso não tivessem tal informação, fazendocom que eles apresentem preços cada vez menores para serem competitivos”.

Acerca dessa consideração, o quadro anterior evidencia justamente o contrário, haja vistaque as propostas iniciais das empresas se mostraram sempre superiores aos valoresestimados, e muito superiores aos efetivamente contratados. No caso exemplificativo doPregão Eletrônico nº 034/2014, a soma dos maiores valores iniciais propostos peloslicitantes perfez R$34.165.856,00, montante 362% superior à estimativa global constantedos autos (R$7.385.000,00) e 1.600% superior ao total contratado. Por conseguinte,evidencia-se, de modo inequívoco, a importância de a Entidade estabelecer e divulgar oscritérios de aceitabilidade de preços.

A divulgação dos preços estimados pela Entidade e o estabelecimento de critérios deaceitabilidade de preços têm como objetivo exatamente assegurar que os preços contratadosestejam de acordo com os praticados no mercado, desde que seja realizada ampla pesquisade preços de mercado, previamente às contratações efetuadas, por meio de consulta afornecedores, sistemas de registro de preços do Governo Federal, revistas especializadas ououtras fontes disponíveis.

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Em relação ao Mandado de Segurança nº 33.442 MC/DF, impetrado pelo Serviço Nacionalde Aprendizagem Comercial - SENAC contra o Acórdão nº 3.211/2014 do Tribunal deContas da União, a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal aplica-se tão-somenteao SENAC, garantindo ao impetrante o direito de não incluir em seus editais de licitação oorçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos unitários, bem como o critério deaceitabilidade dos preços unitários, enquanto não houver o julgamento do mérito da matériarecorrida. Por conseguinte, tal remédio constitucional não serve como fundamento para oSENAI-DR/MG eximir-se de estimar adequadamente o custo de suas contratações.

Por fim, em que pese o SENAI-DR/MG não estar obrigado a seguir as regras da Lei nº8.666/1993, os regulamentos da Instituição devem se pautar pelos princípios gerais queregem a execução das despesas públicas, tendo em vista que a Entidade gerencia recursospúblicos de natureza parafiscal. Dessa forma, ao realizar suas licitações, a Instituição devesempre atender aos princípios da publicidade, isonomia, julgamento objetivo e seleção damelhor proposta, dentre outros princípios constitucionais ou administrativos.

Na manifestação acerca do Relatório Preliminar, o gestor demonstra discordar doposicionamento desta CGU-Regional. Entretanto, cita que “tem-se buscado validar ospreços da licitação, utilizando-se, para tanto, de três mecanismos: (i) comparação comlicitações ou com processos de compras diretas concluídos no passado; (ii) pesquisa noportal Negócios Públicos; ou (iii) lançamento de cotação de preços no mercado”. Alegatambém que “a partir de julho/2015, os documentos de homologação passaram a contarcom título de “validação de preços”, sob o qual é demonstrada a adequação do preçolicitado àqueles do mercado”.

Assim, o gestor reconhece a necessidade de se assegurar que os preços licitados sejamcompatíveis com os praticados no mercado, mas busca fazê-lo apenas na fase final doprocesso, ou seja, após a apuração da melhor proposta. Dessa forma, há a possibilidade de seidentificar que a proposta vencedora do certame é superior aos preços praticados nomercado, o que poderia ocasionar a revogação da licitação. Nessa hipótese, todo o esforçoinstitucional se revelaria ineficiente e inútil.

Essa manifestação não altera o posicionamento desta CGU-Regional, tendo em vista que arealização de pesquisa prévia de preços, conforme recomendado, além dos ganhos já citados,evitaria ineficiências administrativas advindas da revogação de certames por motivos quepoderiam ser identificados no início do processo licitatório. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:Recomendação 1: Realizar ampla pesquisa de preços de mercado, previamente à faseexterna das licitações efetuadas, de modo que a pesquisa de preços seja utilizada paraestimativa do custo do objeto a ser contratado, para definição dos recursos necessários àcobertura das despesas e para análise da adequabilidade das propostas ofertadas.

1.2.1.2 CONSTATAÇÃO

Falhas no planejamento realizado pelo SENAI-DR/MG, para fins da definição do quantitativo de veículos a ser contratado no Pregão Presencial nº 01/2014, acarretaramprejuízo financeiro à Entidade de R$ 100.400,00.

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Fato

Por intermédio do Pregão Presencial nº 01/2014, que teve como objeto a contratação deempresa para prestação de serviços de transporte executivo de passageiros visando oatendimento da delegação oficial da Olimpíada do Conhecimento 2014 - Fase Nacional, oSENAI-DR/MG contratou, pelo valor de R$ 690.000,00 a empresa Transportes BirchalEirelli (CNPJ: 08.154.647/0001-80).

O Anexo I do referido certame licitatório, “Escopo dos Serviços/Tabela de Veículos deTransporte Executivo”, definiu o quantitativo e o tipo de veículos demandados, assim comoas especificações, características e período de realização dos serviços a serem contratados.Dessa forma, verificou-se que, no período de maior utilização dos serviços, o SENAI-DR/MG demandaria 80 carros executivos com motorista em diária de 10 horas e mais 15vans executivas, também com motorista, capacidade mínima de 15 passageiros, em diária de24 horas.

Por sua vez, o exame dos pagamentos efetuados à empresa contratada demonstrou que, alémdo montante de R$ 690.000,00 contratado, foi pago ainda o valor de R$ 109.350,00. Nãoobstante a documentação desse fornecimento adicional não constar do processo decontratação analisado, verificou-se que o montante correspondeu a uma solicitação decompras complementar que viabilizou o aumento do número de diárias para as vansexecutivas e o pagamento de horas extras para os carros executivos. Conforme orçamento daempresa Transportes Birchal Eirelli, foram disponibilizadas mais 20 diárias de vansexecutivas e o total de 1.178 horas extras dos carros executivos.

Com intuito de verificar os procedimentos utilizados pela Entidade para definição doquantitativo de veículos contratados e os mecanismos de controle de utilização, requereu-seque fossem disponibilizados os estudos de demanda efetuados pelo SENAI-DR/MG pararealização do processo licitatório e os controles de utilização que permitiram verificar aefetiva prestação dos serviços contratados e a demanda pelos serviços complementares.

No que diz respeito aos controles de utilização dos veículos e à demanda complementar, aEntidade, por meio do Ofício nº 048 - SIAF/GICI, de 25/06/2015, apresentou planilhas equadros contendo informações consolidadas referentes à data de utilização dos veículos,horários, distância percorrida e, ainda, horas extras executadas. Do exame dos referidosdados, verificou-se que parte da demanda complementar decorreu da antecipação do períodode realização dos serviços. Conforme constante do edital de licitação e da autorização defornecimento 060873, os serviços de transporte executivo deveriam ter início em23/08/2014. No entanto, os quadros de controle registram a utilização dos veículos a partirde 13/08/2014.

Quanto à definição dos quantitativos de veículos a serem contratados no processo licitatório,os quadros e planilhas apresentados pela Entidade não demonstram como tal quantitativo foiobtido. Os dados apresentados trazem apenas a previsão da quantidade de participantes doevento, classificados de acordo com o público ao qual pertenceriam, os hotéis nos quaisestariam hospedados, indicando o período de hospedagem e a quantidade de diárias, ummapa com as etapas e os dias de realização do evento e um quadro da distância dos hotéis aolocal do evento. Não há qualquer ligação do quantitativo de participantes previstos com onúmero de veículos demandados no edital do Pregão Presencial nº 01/2014.

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Concluindo, não restou demonstrado como o SENAI-DR/MG realizou o planejamento doquantitativo a ser licitado, ou seja, como a Entidade estabeleceu a demanda dos veículos aserem contratados a partir do quantitativo de participantes previstos e do mapa de realizaçãodo evento, definindo, dessa forma, a quantidade total de 80 carros executivos e 15 vans nosperíodos de maior demanda dos serviços. ##/Fato##

Causa

Falhas no planejamento realizado pelo SENAI-DR/MG, para fins da definição doquantitativo de veículos a ser contratado no Pregão Presencial nº 01/2014, que teve comoobjeto a contratação de empresa para prestação de serviços de transporte executivo depassageiros visando o atendimento da delegação oficial da Olimpíada do Conhecimento2014 - Fase Nacional resultaram em um descompasso entre a quantidade de veículosdemandados e contratados durante a realização do contrato acarretando prejuízo financeirode R$ 100.400,00 à Entidade.

O Gerente de Educação Profissional requisitou e o Diretor Regional do SENAI/DR-MG,juntamente com o Presidente do Sistema Fiemg, autorizaram a realização do PregãoPresencial nº 01/2014, não obstante a existência de inconsistências no planejamentorealizado para definição do quantitativo de veículos a ser contratado, o que resultou em umprejuízo financeiro de R$ 100.400,00. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503993/16, de 22/06/2015, o Superintendentede Administração e Finanças do SENAI/DR-MG, por meio do Ofício nº 048 - SIAF/GICI,de 25/06/2015, e do Ofício nº 050 - SIAF/GICI, de 30/06/2015, manifestou-se nos seguintestermos:

“A frota com “perfil executivo” contratada foi estimada com base na demanda dos gruposdos dirigentes da CNI/SENAI Departamento Nacional, diretores regionais, superintendentese representantes de empresas parceiras e patrocinadoras juntamente com os staffs depreparação da estrutura e a participação no evento deste público. A planilha “Previsão em1103 dos Participantes x Hotéis Contratados - Mapão”, que reunia as informações sobrehospedagem foi a referência para o dimensionamento do transporte.

Especificamente sobre a contratação de transporte executivo, na planilha acima citada(coluna “Público”), constam descritos os grupos relacionados à diretoria da CNI/SENAIDepartamento Regional, dirigentes da World Skills (WSI) e Coordenação Executiva,usuários dos veículos com o referido perfil.

O grupo de coordenação executiva e lideres de processos (174 pessoas) iniciou as suasatividades em período anterior ao previsto em razão da antecipação do período demontagem do evento. A previsão inicial de montagem era para 18/08/14, demandando essegrupo a partir de 23/8/14. Com a antecipação da montagem para 04/08/14, tornou-senecessária a mobilização das equipes de preparação e montagem a partir de 13/08/14.

A mobilização das equipes foi seletiva, baseada em setores, projetos e nos públicosprioritários, tais como os projetos relacionados à competição, espaço do conhecimento,

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patrocinadores e diretoria. Essa mobilização demandou a antecipação das estruturas detransporte incluindo parte do transporte executivo (ver quadros de controle anexos).

O dimensionamento da demanda levou ainda em conta o histórico da edição anterior daOlimpíada do Conhecimento, os apontamentos dos comitês gestores de cada área(coordenação executiva) e o perfil de utilização, para definir a forma de contratação emquilometragem livre ou pré-definida.

A utilização do transporte nos dias iniciais à montagem apresentou grande variação doformato de uso e dos horários, pois atenderiam às demandas de deslocamentos deaeroportos, entrada em hotéis, deslocamento de pessoas entre hotéis e o local do evento. Àmedida que o projeto foi se estruturando, quanto à montagem, as demandas iam seregularizando e enquadrando no plano previsto. Há que se considerar a singularidade decada variável que contemplava o projeto, como o deslocamento de participantes de todos osestados e Distrito Federal, horários de voos (período próximo à Copa do Mundo e reformaem aeroportos). Somado a isso houve a antecipação do início do período de montagem.

A contratação com quilometragem livre tornou-se mais econômica para esses períodos epara o público com deslocamentos irregulares, permitindo ampliar a variação deutilização, porém não era o perfil predominante.

Os 70 veículos (carros) previstos atenderiam aos dirigentes da CNI/SENAI - DepartamentoNacional, sendo o pico da demanda; os 10 veículos com quilometragem livre atenderiamaos coordenadores executivos. As vans atenderiam ao restante do público deaproximadamente 210 pessoas ligadas diretamente aos diretores (ver mapa de hospedagem– Planilha Mapão) e outras 150 pessoas ligadas à coordenação executiva (staffs líderes deprocessos – ver mapa de hospedagem).

Esses veículos, exceto os dos dirigentes da CNI/SENAI - Departamento Nacional, eramutilizados em regime de substituição, ou seja, atendiam as demandas sem exclusividade depessoas. O veículo disponível fazia os deslocamentos dentro do perfil de transporte para opúblico estabelecido.”

Planilhas Anexas: - Planilha Previsão em 1.103 dos Participantes X Hotéis contratados - Mapão - Planilha Quadro de Controle 1 - Carros Executivos - Planilha Quadro de Controle 2 - Carros Executivos - Planilha Quadro de Controle 3 – Vans.

Por sua vez, quando do encaminhamento do Relatório Preliminar de Auditoria, o DiretorRegional do SENAI/DR-MG, por meio do Ofício nº 066 - SIAF/GICI, de 21/08/2015,acrescentou:

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“De acordo com a versão Preliminar do Relatório da Auditoria Anual de Contas, essa CGUafirma que houve falhas no planejamento realizado pelo SENAI/DRMG, na contratação deempresa para prestação de serviços de transporte executivo de passageiros visando aoatendimento da delegação oficial da Olimpíada do Conhecimento 2014 - Fase Nacionalresultando em um descompasso entre a quantidade de veículos demandados e contratados econsequente prejuízo financeiro de R$ 100.400,00 à Entidade.

Recomendou-se então que o SENAI/DRMG realize, nos processos de contratação deserviços, estudos prévios de dimensionamento de demanda, a fim de que se contrate oestritamente necessário para o seu atendimento e, que seja apurada a responsabilidadepelas eventuais falhas no processo de planejamento e definição do quantitativo de veículoscontratado no Pregão Presencial nº 01/2014.

Contudo, o SENAI/DRMG, ressalta que para definição do quantitativo de veículos queseriam contratados no Pregão Presencial nº 01/2014, foi realizado um planejamento comreferência nas últimas edições das Olímpiadas do Conhecimento, realizadas em outrosestados.

Ressalta, ainda, que comparando com as edições anteriores, o evento organizado pelaEntidade, em dimensões, foi o maior evento das Olímpiadas do Conhecimento Nacional, oque ensejou todo um planejamento direcionado a evitar riscos quanto à segurança egarantir a organização do evento.

Com efeito, para o planejamento dos quantitativos da locação dos veículos que ficaram àdisposição, foram consideradas todas as varáveis que contemplavam o projeto, como odeslocamento de participantes de todos os estados e Distrito Federal, horários de voos(período próximo à Copa do Mundo e reforma em aeroportos), manifestações populares queocorreriam naquele ano e a presença de diversas autoridades, como Presidentes dosConselhos Regionais e Gestores do SENAI/DN.

Todo esse contexto exigiu do SENAI/DRMG um planejamento cauteloso quanto à logísticados transportes. A locação dos veículos que ficaram à disposição foi medida de segurançaadotada pela Entidade, considerando, além dos fatores já citados, que poderia não haverempresas do ramo de locação com condições de atender a chamadas intempestivas eimprevistas que porventura poderiam ocorrer.

Ainda, o SENAI/DRMG, ao planejar a contratação dos serviços, previu a possibilidade dese deixar alguns veículos à disposição para atendimento a alguma eventualidade que sefizesse necessária, diante do panorama geral que o país atravessava naquele momento,dentro de uma margem de segurança, considerada razoável e pertinente para atendimentoaos interesses envolvidos na realização das Olímpiadas do Conhecimento, ou seja, apenas12% (doze) do total geral contratado.

Por esses motivos, o SENAI/DRMG entende que as recomendações dessa CGU devem serreconsideradas porque, para fins da definição do quantitativo de veículos, contratados noPregão Presencial nº 01/2014, foram realizados estudos e planejamentos visando atenderaos interesses da Entidade de forma eficiente.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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Não obstante as justificativas apresentadas, o SENAI-DR/MG permaneceu sem demonstrarcomo, mediante a utilização dos dados disponibilizados, obteve o quantitativo de veículos aser contratado no Pregão Presencial nº 01/2014.

A análise dos denominados “Quadro Controle” evidenciou que houve falha no quantitativode carros e vans contratados, o que gerou um prejuízo à Entidade de R$ 100.400,00. Dessaforma, do valor de R$ 690.000,00 contratado para prestação do serviço de transporteexecutivo, 14,55% (R$ 100.400,00) foram pagos sem que o serviço tenha sido efetivamenteutilizado pela Entidade.

Por intermédio do “Quadro Controle 1 - Carros Executivos”, que demonstra a utilização doscarros executivos, verificou-se que, no período de 19/08/2014 a 12/09/2014, foi pago o valorde R$ 53.900,00 referente a 70 diárias de veículos, quilometragem livre, que estiveram àdisposição da Entidade, mas que não foram utilizados. Esse valor foi apurado medianteexame das planilhas que realizavam o controle diário por horário e quilometragempercorrida dos carros para fins de definição do valor a ser pago por veículo. Dessa forma,constatou-se que mesmo havendo dias em que o veículo esteve parado, uma vez que ocontrole da quilometragem era igual a zero, o valor da diária foi computado para fins deapuração do montante a ser pago à empresa. Assim, a soma de todas as diárias cujos carrosapresentavam quilometragem igual a zero, resultou no valor de R$ 53.900,00 apontado.

Por sua vez, o “Quadro Controle 3 - Vans”, que contempla a utilização das vans, no períodode 13/08/2014 a 12/09/2014, apresenta o valor de R$ 46.500,00 pago sem a devidautilização do veículo, montante correspondente a 42 diárias, divididas entre veículos dequilometragem livre ou definida. De maneira similar a sistemática descrita para apuração dovalor relativo aos carros executivos, o valor de R$ 46.500,00 referente às vans foi calculadoconsiderando o valor das diárias dos veículos sem utilização, ou seja, aqueles que estavamcom o controle de quilometragem igual a zero.

Dessa forma, apurou-se o prejuízo de R$ 100.400,00, incorrido pelo SENAI-DR/MG,resultante do fato de a Entidade ter contratado número superior de veículos ao que eranecessário. Assim os veículos contratados estiveram à disposição do SENAI-DR/MG,contudo, não houve demanda para sua utilização.

A falha no planejamento do quantitativo da contratação torna-se mais evidente seconsiderarmos que houve ainda a solicitação de compra complementar de R$ 109.350,00.

Não obstante a Entidade ter informado que houve antecipação dos trabalhos de montagemdo evento e dessa forma foi necessária à disponibilização dos serviços de transporte emperíodo anterior ao contratado, tem-se que o valor pago a título de complementação tambémfoi impactado por erros na previsão. Observa-se nos quadros de controle que, enquanto emalguns dias o número de vans estava superdimensionado, implicando em veículos pagos,mas sem utilização, em outros dias, o quantitativo utilizado foi superior ao contratado,demandando vans extras. Já no que diz respeito aos carros executivos, além do descompassodos dias de demanda, houve ainda o impacto referente à quantidade de horas em que oserviço estava disponível. Foi pago o valor de R$ 88.350,00 em horas extras excedentes às10 horas diárias contratadas.

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Diante do exposto, restou constatado que houve falhas no processo de planejamentorealizado pelo SENAI-DR/MG, para fins da definição do quantitativo de veículos a sercontratado no Pregão Presencial nº 01/2014, que acarretaram prejuízo financeiro à Entidadede R$ 100.400,00.

No que diz respeito às manifestações adicionais apresentadas quando do encaminhamentodo Relatório Preliminar, novamente não restou demonstrado como a Entidade obteve oquantitativo de veículos a ser contratado no Pregão Presencial nº 01/2014, reafirmando,dessa forma, as falhas constatadas. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:Recomendação 1: Realizar, nos processos de contratação de serviços pelo SENAI-DR/MG,estudos prévios de dimensionamento de demanda e de modelos de contratação,demonstrando a aderência desses estudos na definição do quantitativo a ser licitado, a fim deque se contrate o estritamente necessário para o seu atendimento, em observância aoprincípio da eficiência inscrito no "caput" do art.37 da Constituição Federal de 1988.

Recomendação 2: Apurar responsabilidade pelas falhas no processo de planejamento edefinição do quantitativo de veículos contratado no Pregão Presencial nº 01/2014, as quaisacarretaram prejuízo financeiro ao SENAI-DR/MG de R$ 100.400,00.

1.3 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

1.3.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

1.3.1.1 CONSTATAÇÃO

Contratação de serviços de consultoria sem o devido amparo legal uma vez que, conforme a instrução processual, os atos autorizativos da contratação ocorreram posteriormente à realização do projeto.

Fato

Em 31/03/2014, o Gerente do Núcleo de Segurança Institucional, com a concordância doGerente de Educação Profissional e do Diretor Regional do SENAI-DR/MG, apresentoujustificativa para contratação de consultoria para desenvolvimento do projeto de segurançado evento “Olimpíada Nacional do Conhecimento 2014” realizado em setembro dessemesmo ano na cidade de Belo Horizonte.

Para elaboração do projeto de segurança, foi solicitada a contratação, por inexigibilidade delicitação, do Instituto Nacional de Desenvolvimento e Defesa Social - INDS (CNPJ17.557.425/0001-07), pelo custo estimado de R$70.000,00. Contudo, o valor de fato dacontratação foi R$69.115,00 conforme proposta apresentada pelo Instituto em 07/03/2014 emontante constante da Solicitação de Compra SENAI 076850 de 21/03/2014. Ressalta-seque não consta do processo a comprovação da adequação do preço ofertado pelo fornecedorcontratado em relação ao preço praticado no mercado, em afronta ao disciplinado no art. 11do Regulamento de Licitações e Contratos do Senai.

Quanto ao Instituto Nacional de Desenvolvimento e Defesa Social – INDS, trata-se deentidade privada, sem fins lucrativos, que iniciou suas atividades em 14/01/2013. Segundo

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informações constantes do processo, o INDS atua na defesa dos direitos sociais e atividadesassociativas ligadas à cultura e à arte e desenvolve soluções estruturadas a partir doplanejamento, execução e prestação de contas em projetos de interesse público no âmbito dadefesa social e segurança. Nesse sentido, conforme prevê o artigo 2º de seu Estatuto Social,planeja, administra e apoia a execução de congressos e eventos para associações sociais eprofissionais, entidades de classe e iniciativa privada. Como resultado dos trabalhos realizados, o Instituto Nacional de Desenvolvimento e DefesaSocial - INDS apresentou ao SENAI-DR/MG o Projeto Olímpiada Segura. Conforme constado referido documento, o projeto foi elaborado em maio de 2014, tendo sido finalizado em15/05/2014. Conforme detalhado a seguir, tal data confronta com o período de realizaçãodos procedimentos legais de contratação dos serviços do INDS pelo SENAI-DR/MG,demonstrando que a contratação ocorreu sem o devido amparo legal dado que ainstrumentação processual e os atos autorizativos da contratação ocorreram posteriormente àrealização do projeto.

Conforme se verificou no processo, o parecer jurídico que analisou a possibilidade decontratação direta do INDS foi elaborado em 27/05/2014. Já a publicação do Aviso deInexigibilidade de Licitação no Diário Oficial da União - DOU e a Autorização deFornecimento 60607, que substituiu o instrumento de contrato, datam de 02/06/2014.

Dessa forma, conforme demonstrado, constatou-se que a prestação dos serviços pelo INDSfoi realizada sem a devida formalização legal da contratação. Os documentos que dãosuporte e efetivam a contratação foram elaborados após a prestação dos serviços. ##/Fato##

Causa

Falhas nos controles internos da Entidade no que se refere à instrução dos processos decontratação da inexigibilidade de licitação do Instituto Nacional de Desenvolvimento eDefesa Social - INDS, no valor de R$ 69.115,00, para prestação de serviços de consultoriavisando à elaboração de projeto de segurança para atender a “Olimpíada Nacional doConhecimento 2014” - Projeto Olímpiada Segura. A contratação foi realizada sem o devidoamparo legal uma vez que a instrumentação processual e os atos autorizativos da contrataçãoocorreram posteriormente à realização do projeto.

O Superintendente Regional do SENAI/DR-MG autorizou a contratação, por inexigibilidadede licitação, do Instituto Nacional de Desenvolvimento e Defesa Social - INDS, no valor deR$ 69.115,00, para prestação de serviços de consultoria visando à elaboração de projeto desegurança para atender a “Olimpíada Nacional do Conhecimento 2014” - Projeto OlímpiadaSegura, sem o devido amparo legal uma vez que a instrumentação processual e os atosautorizativos da contratação ocorreram posteriormente à realização do projeto. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta a Solicitação de Auditoria nº 201503993/20, o Superintendente deAdministração e Finanças do SENAI/DR-MG, por meio do Ofício nº 052 - SIAF/GICI, de01/07/2015, manifestou-se nos seguintes termos:

“Informamos que o Projeto Olímpiada Segura foi apresentado pelo INDS ao SENAI/DR-MG em 09/06/2015, conforme cópia do Recibo 2014/090.006 emitido pelo referido Instituto.

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Corroborando com este fato, ressalta-se que o pagamento da prestação de serviços ao INDSsomente foi autorizado pela Gerência de Educação Profissional após a apresentação doprojeto nesta data.”

Por sua vez, quando do encaminhamento do Relatório Preliminar de Auditoria, o DiretorRegional do SENAI/DR-MG, por meio do Ofício nº 066 - SIAF/GICI, de 21/08/2015,acrescentou:

“Afirma essa CGU que a cópia do Recibo 2014/090.006 apresentada pelo SENAI/DRMG,emitido pelo INDS, comprovando o encaminhamento do Projeto Olimpíada Segura aoGerente do Núcleo de Segurança Institucional não constava do processo de inexigibilidade,sendo apresentado somente quando do questionamento da equipe da CGU. Diz ainda que aapresentação do referido recibo não seria capaz de refutar o fato constatado de que oProjeto Olimpíada Segura data de 15/05/2014, sendo, portanto, anterior à contratação de02/06/2014.

Recomendou, então, que o SENAI/DRMG procedesse com a apuração da responsabilidadepela contratação do Instituto Nacional de Desenvolvimento e Defesa Social – INDS sem odevido amparo legal uma vez que a instrução processual e os atos autorizativos dacontratação ocorreram posteriormente à realização do projeto.

Contudo, os argumentos dessa CGU não apresentam, data venia, fundamentos capazes dedesconstituir a legitimidade e veracidade dos documentos apresentados pelo SENAI/DRMGpor ocasião da auditoria. E, mesmo que o Recibo nº 2014/090.006 não constasse doprocesso de inexigibilidade e tenha sido apresentado somente quando solicitado, isso nãoimpede de reconhecer que se trata de documento legitimo e suficiente para comprovar que oProjeto Olimpíada Segura foi entregue pelo INDS ao SENAI/DRMG em 09/06/2015, ouseja, após encerrada a contratação, sendo que o pagamento da prestação de serviços aoINDS somente foi autorizado pela Gerência de Educação Profissional após a apresentaçãodo projeto nesta data.

Além disso, deve-se considerar que o serviço foi devidamente executado, o valor somentefoi pago depois de recebido o objeto contratado e que não houve qualquer dano aosinteresses da Entidade. Por isso, não há fundamento, data venia, para impedir a suaconsideração e o reconhecimento da validade da contratação, pelo que se requer sejareconsiderada a recomendação formulada por essa CGU.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A cópia do Recibo 2014/090.006 apresentada pelo SENAI/DR-MG à equipe de auditoriatrata de documento, emitido pelo INDS, em 09/06/2014, que teria encaminhado o ProjetoOlimpíada Segura ao Gerente do Núcleo de Segurança Institucional. Do referido documentoconsta ainda o protocolo e a assinatura do Gerente na mesma data. Ressalta-se que o recibonão constava do processo de inexigibilidade analisado assim como da documentaçãoreferente ao pagamento, sendo apresentado somente quando do questionamento da equipe.

A apresentação do Recibo 2014/090.006, contudo, não é capaz de refutar o fato constatadode que o Projeto Olimpíada Segura data de 15/05/2014 conforme consta à folha 29 doreferido Projeto sendo, portanto, anterior à referida contratação de 02/06/2014.

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Diante do exposto, tem-se que o SENAI-DR/MG procedeu à contratação, porinexigibilidade de licitação, do Instituto Nacional de Desenvolvimento e Defesa Social -INDS, no valor de R$ 69.115,00, para prestação de serviços de consultoria visando àelaboração de projeto de segurança para atender a “Olimpíada Nacional do Conhecimento2014” - Projeto Olímpiada Segura, sem o devido amparo legal uma vez que ainstrumentação processual e os atos autorizativos da contratação ocorreram posteriormente àrealização do projeto.

Quanto às considerações apresentadas quando do encaminhamento do Relatório Preliminar,não obstante a cópia do Recibo 2014/090.006 datar de 09/06/2014 tem-se que o ProjetoOlimpíada Segura data de 15/05/2014, demonstrando que a realização do referido Projetodeu-se em momento anterior à efetiva contratação do INDS que foi processada em02/06/2014. Dessa forma, as alegações apresentadas pelo SENAI-DR/MG nãodesconstituem o fato, já analisado, de que a contratação dos serviços de consultoria foirealizada sem o devido amparo legal uma vez que a instrumentação processual e os atosautorizativos ocorreram posteriormente à realização do projeto. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:Recomendação 1: Apurar responsabilidade pela contratação do Instituto Nacional deDesenvolvimento e Defesa Social - INDS, para prestação de serviços de consultoria visandoà elaboração de projeto de segurança para atender a "Olimpíada Nacional do Conhecimento2014" - Projeto Olimpíada Segura, sem o devido amparo legal uma vez que a instruçãoprocessual e os atos autorizativos da contratação ocorreram posteriormente à realização doprojeto.

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201503993Unidade(s) Auditada(s): DEPARTAMENTO REGIONAL DO SENAI EM M.GERAISMinistério Supervisor: MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGOMunicípio (UF): Belo Horizonte (MG)Exercício: 2014

1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01/2014 e 31/12/2014pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 daInstrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalhoinformado no Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201503993, em atendimento àlegislação federal aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram osresultados das ações de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre agestão da unidade auditada.

3. As seguintes constatações subsidiaram a certificação dos agentes do Rol deResponsáveis:

DEPARTAMENTO REGIONAL DO SENAI EM M.GERAIS - 201503993

– Edição da Revisão 01 da Instrução Normativa IN01-21, que regulamenta a concessão depatrocínios no âmbito do SENAI-DR/MG, comprometeu a observância de princípiosconstitucionais e princípios gerais aplicáveis à Administração Pública uma vez que suprimiu aexigência da prestação de contas financeira pelos patrocinados. (item 1.1.1.1)

– Inexistência de orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários emcontratações realizadas pelo SENAI-DR/MG. (item 1.2.1.1)

– Falhas no planejamento realizado pelo SENAI-DR/MG, para fins da definição doquantitativo de veículos a ser contratado no Pregão Presencial nº 01/2014, acarretaramprejuízo financeiro à Entidade de R$ 100.400,00. (item 1.2.1.2)

– Contratação de serviços de consultoria sem o devido amparo legal uma vez que, conforme ainstrução processual, os atos autorizativos da contratação ocorreram posteriormente àrealização do projeto. (item 1.3.1.1)

4. Diante dos exames realizados e da identificação de nexo de causalidade entreos atos de gestão de cada agente e as constatações mencionadas, proponho que oencaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja conforme indicado aseguir:

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

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CPF do agentepúblico

Cargo ou funçãoAvaliação do

órgão deControle Interno

Fundamentação da avaliação doControle Interno

***.470.518-** Diretor RegionalRegular com

Ressalva

Itens 1.1.1.1, 1.2.1.1 e 1.2.1.2do Relatório de Auditoria nº

201503993

***.392.146-**Superintendente de

Gestão eComunicação

Regular comRessalva

Item 1.1.1.1 do Relatório deAuditoria nº 201503993

***.475.776-** Diretor RegionalRegular com

Ressalva

Itens 1.2.1.1 e 1.3.1.1 doRelatório de Auditoria nº

201503993

***.893.956-**Superindente deAdministração e

Finanças

Regular comRessalva

Item 1.1.1.1 do Relatório deAuditoria nº 201503993

Demaisintegrantes do

Rol deResponsáveis

Regularidade

Considerando o escopo doRelatório de auditoria, não

foram identificadasirregularidades com participação

determinante destes agentes.

Belo Horizonte (MG), 14 de setembro de 2015.

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201503993

Unidade Auditada: DEPARTAMENTO REGIONAL DO SENAI EM MINAS GERAIS

Ministério Supervisor: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

Município/UF: Belo Horizonte (MG)

Exercício: 2014

Autoridade Supervisora: Manoel Dias

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do exercício de 2014, do

SENAI - Departamento Regional do Estado de Minas Gerais, expresso a seguinte opinião acerca dos atos de

gestão com base nos principais registros e recomendações formulados pela equipe de auditoria.

O Departamento Regional do SENAI em Minas Gerais tem a missão de promover a educação

profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a

competitividade da indústria brasileira.

Considerando as informações disponibilizadas no Relatório de Gestão e os registros do Relatório

de Auditoria, pode-se afirmar que o SENAI/MG executou as suas competências regimentais a contento.

As constatações mais relevantes detectadas pela auditoria abordaram fragilidades na contratação

de serviços de consultoria sem o devido amparo legal e falhas no planejamento para fins de definição do

quantitativo de veículos contratados pela Entidade.

Entre as causas relacionadas a essas falhas, identificam-se inconsistências no planejamento e nos

controles internos administrativos no que se refere à instrução dos processos de contratação. Dessa forma,

recomendou-se realizar estudos prévios de dimensionamento de demanda e de modelos de contratação,

demonstrando a aderência desses estudos na definição do quantitativo a ser licitado e, ainda, a apuração de

responsabilidade pela contratação de serviços de consultoria sem o devido processo legal.

Destacam-se como boa prática da gestão do SENAI/MG as avaliações de impacto dos cursos

presenciais e à distância realizadas periodicamente.

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Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei n.º 8.443/92,

combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da IN/TCU/N.º 63/2010

e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão expressa no Certificado de Auditoria. Desse

modo, o Ministro de Estado supervisor deverá ser informado de que as peças sob a responsabilidade da

CGU estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial de

que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e posterior remessa ao Tribunal de Contas da União por meio do

mesmo sistema.

Brasília/DF, 24 de setembro de 2015.

Diretor de Auditoria das Áreas de Previdência, Trabalho, Pessoal,

Serviços Sociais e Tomada de Contas Especial