Upload
vuongkhanh
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ANO 5 - Número 1119Brasília-DF, Quinta-feira, 20 de novembro de 2003 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 318-5099 • Fax: (61) 318-2196
ImpressoEspecial
11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS
DEPUTADOS
CORREIOS
MAIORIDADE PENAL 2
CPI 4
Sessão solene homenageia Rede Sarah de Hospitais Página 6
11204/2002-DR/BSB
DEVOLUÇÃOGARANTIDACORREIOS
Uma missão
oficial do Con-
gresso Nacional
vai aos Estados
Unidos no próxi-mo dia 30 para
negociar com o
governo norte-americano a li-
bertação dos 922 brasileiros
que estão presos naquele país
porque tentavam entrar ilegal-
mente ou trabalhavam semvisto. O anúncio foi feito on-
tem pelo senador Hélio Costa,
durante audiência pública da
Comissão de Relações Exteri-ores da Câmara (foto).
Para o deputado Ivo José,
autor do requerimento para re-
alização da audiência, é neces-
Parceria com o setor privadodeve ser votada neste ano
Plenário aprovamudanças no
Salário-EducaçãoO Plenário aprovou on-
tem uma nova distribuição
dos recursos do Salário -
Educação, beneficiando os
municípios no repasse da
arrecadação dessa contri-
buição. De acordo com o
texto, o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Edu-
cação (FNDE) repassará,
em quotas, 90% do total ar-
recadado. Página 3
O ministro do Planeja-mento, Guido Mantega, en-tregou ontem ao presidenteda Câmara, João Paulo Cu-nha, o projeto de lei do go-verno que institui normasgerais para licitação e con-tratação de Parcerias Públi-co-privadas (PPP) no âmbi-to da Administração Públi-ca. Segundo Mantega, o go-verno espera que essa pro-posta possa estimular inves-timentos que ajudem nocumprimento da meta decrescimento para o País en-tre 4% e 5% do Produto In-terno Bruto. A propostachega à Câmara com urgên-cia constitucional e deveentrar na pauta de votaçãoaté o final do ano. Página 7
João Paulo recebe de Guido Mantega projeto de leisobre parcerias na Administração Pública
Consciência negraA Câmara realiza a partir
das 9 horas sessão soleneem homenagem ao Dia
Nacional da ConsciênciaNegra, celebrado hoje emmemória do líder negroZumbi dos Palmares.
Leia a agendacompleta da Casa
na página 12.
Comissãodebaterá
mudanças noEstatuto da
Criança e doAdolescente
Policiais eseguranças
participam degrupos de
extermínio noNordeste
Dia da BandeiraOs presidentes da Câmara, João Paulo Cunha, e do Senado, José
Sarney, participaram ontem da cerimônia em homenagem ao Dia daBandeira, realizada em frente ao Congresso Nacional. A solenidade
contou com a participação da Banda do Exército, com a execução doHino Nacional e do Hino da Bandeira, e dos Dragões da Independência.
GU
STAV
O B
EZER
RA
SALÚ
PAR
ENTE
Brasileiros detidos nos EUA podem ser libertadossária uma ação ur-
gente e permanen-
te das autoridades
brasileiras em defe-
sa dos brasileiros noexterior. “A situa-
ção nos Estados
Unidos é crítica,mas existem de-
núncias de problemas em outros
países. Até mesmo em Portugal,
Suriname e Paraguai existem
brasileiros vivendo constrangi-mento e situações humilhan-
tes”, afirmou. Página 3
OTÁ
VIO
PR
AXED
ES
Brasília, 20 de novembro de 20032
Mesa da Câmara dosDeputados
52° LegislaturaPresidente:João Paulo Cunha
1º Vice-Presidente:Inocêncio Oliveira2º Vice-Presidente:Luiz Piauhylino1º Secretário:Geddel Vieira Lima2º Secretário:Severino Cavalcanti3º Secretário:Nilton Capixaba4º Secretário:Ciro Nogueira
Suplentes:Gonzaga Patriota,Wilson Santos,Confúcio Moura eJoão Caldas
Procuradoria Parlamentar:Luiz Antonio Fleury
Ouvidoria Parlamentar:Luciano Zica
Diretor-Geral:Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida
Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva
SECOMSecretaria deComunicação Social
Diretor:Márcio Araújo(061) 318-5085 / Fax: (061) 318-2108
Divulgação:Mauro di Deus(061) 318-5085
Relações Públicas:Sílvia Mergulhão(061) 318-5092
Rádio Câmara:Humberto Martins(061) 318-8310
TV Câmara:Sueli Navarro(061) 318-5080
Agência Câmara:Paulo César Santos(061) 318-8473
Mídia Alternativa:Arnolfo Carvalho(061) 318-7420
Coordenação de Jornalismo:Cid Queiroz(61) 318-8893
Jornal da Câmara
Diretor:Roberto Seabra(061) 318-5098 /99Fax: (61) 318-2196
Editor-Chefe:Marcondes Sampaio
O presidente João PauloCunha admitiu ontem a pos-sibilidade de autoconvocaçãodo Congresso Nacional apóso dia 15 de dezembro, se atélá o Orçamento da União e oPlano Plurianual (PPA) não
Distribuição:(61) 318-5102/318-5103
Editores:Beluco Marra, Christian Morais,Oscar Telles, Renata Torres,Vera M. B. Ramos
Equipe de redação:Alessandra Rios, Carlos Malta,Fábio Silva, Isolda Marinho,Luciana Oliveira,Luis Castro,Malu Sigmaringa,Marcus Vinicius Almeida,Patrícia Araújo e Vânia Alves
Produção:Castro Júnior, Pedro Dantase Waldyr Sanchez
“O problema dos menores é muito mais complexo,demanda uma discussão profunda e não se resolvecom alteração na lei ou com aumento de pena”
O presidente da Câma-ra, João Paulo Cunha, deveinstalar até a próxima se-mana uma comissão paraanalisar todos os projetosem tramitação na Casa quetratam de alterações no Es-tatuto da Criança e doAdolescente, incluindo aproposta apresentada on-tem pelo governador deSão Paulo, Geraldo Alck-min. João Paulo disse quepretende indicar hoje osdeputados que integrarão ogrupo e que a intenção éelaborar um projeto sobreo assunto a ser votado na Câ-mara. Na avaliação do presi-dente, as sugestões apresen-tadas pelo governador, comoa continuação do cumpri-mento da sentença em regi-me fechado após o menorcompletar 18 anos e o aumen-to das penas no caso de adul-tos que se utilizem de meno-res na prática de crimes, sãopositivas. “É uma idéia quevamos discutir. Muitos meno-res estão na Febem e não sa-bem por quanto tempo vão fi-car, se um mês, um ano, trêsanos, por isso é preciso regu-lamentar as penas”, defendeu.
O presidente ressaltou, en-tretanto, que mais importan-te do que o aumento das pe-
tiverem sido votados. A autocon-vocação poderia estender-se, se-gundo o presidente, até o dia 20de dezembro.
Durante o café da manhãde hoje, João Paulo e os líde-res da base aliada discutiram
a pauta de votação do plená-rio até o final do ano. Não hou-ve uma definição absoluta, masforam apontados como priori-tários, além do Orçamento edo PPA, o projeto de lei quecorrige a tabela do Imposto de
nas é recuperar o sistema pri-sional existente no Brasil, poisa função de entidades como aFebem deve ser a de recuperaros menores infratores e resso-cializá-los. “O problema dosmenores é muito mais comple-xo, demanda uma discussãoprofunda e não se resolve comalteração na lei ou com au-mento de pena, senão seria fá-cil”, avaliou. A redução damaioridade penal, segundoJoão Paulo, também não resol-ve a questão da violência, poishá no Brasil “milhares de man-datos de prisão e um sistemaprisional abarrotado de gente”,e o mais importante não seriaa redução da maioridade ou oaumento das penas, mas o
cumprimento delas.Maioridade penal
A solução para a redução daviolência entre os menores pas-saria, segundo o presidente daCâmara, pela garantia de escolapara as crianças, boa estruturafamiliar, emprego para os pais,moradia digna e lazer. “Hoje vi-vemos uma situação na qual omenor não tem praticamentepara onde ir a não ser para o cri-me”, afirmou.
O presidente da Câmaralembrou ainda que a redução damaioridade penal não dependeapenas de uma decisão política,porque há uma série de implica-ções, como correntes do pensa-mento jurídico para quem otema é cláusula pétrea da Cons-
tituição. Além disso, há umasérie de acordos internacionaisassinados pelo Brasil que fixama maioridade penal em 18 anos.João Paulo destacou tambémmedidas que a Câmara já vemtomando no sentido de tornarmais rigoroso o combate ao cri-me, como a aprovação no dia18 de novembro de emendas aoProjeto de Lei 5.073/01, que al-tera a Lei de Execução Penal(Lei 7.210/84) e estende de 30para 360 dias o prazo máximode isolamento do preso que co-meter falta grave.
Reforma política
Para João Paulo, a votação dareforma política ainda neste anono Plenário dependerá de umacompatibilização na agenda dostrabalhos. Segundo o presiden-te da Câmara, há temas impor-tantes e polêmicos, como maté-rias sobre arrecadação, que de-vem ser votados antes da refor-ma. O presidente disse preten-der também que a Comissão deConstituição e Justiça e de Re-dação se pronuncie sobre o tema.“A reforma é muito importante,mas temos um tempo muito cur-to, praticamente mais quatro se-manas, então precisamos anali-sar como compatibilizar a refor-ma política nessa agenda, porquea demanda é muito grande e nãohá muito tempo”, explicou.
Comissão examinará propostasde alteração no estatuto
João Paulo prevê autoconvocação em dezembroRenda e as medidas provi-sórias 135/03, que acabacom a cumulatividade eeleva a alíquota da Cofins,a 132/03, que institui o Pro-
grama Bolsa Família e 133/03, da habitação popular.
Revisoras:May Wolf e Cida Fialho
Diagramadores:Antônio Alves Ferreira JúniorJosé Alberto de Almeida FilhoAndré CerinoJosé Antônio FilhoGuilherme Rangel Barros
Projeto Gráfico e Ilustrações:André Cerino
O presidente da Câmara, o governador e parlamentares discutem o ECA
LUÍZ CRUVINEL
PRES
IDÊN
CIA
Brasília, 20 de novembro de 2003 3
CÓDIGO PENALNa mesma sessão, os deputados aprovaram a Proposta de Emenda àConstituição 254/00, que prorroga por mais dez anos a aplicação, por parteda União, de percentuais mínimos dos recursos destinados à irrigação.
Mudança no Salário-Educaçãobeneficia municípios
Plenário agravapena paratrabalho escravo
Outros dois projetos quetratam de modificações noCódigo Penal tambémforam aprovados na sessãode ontem. O PL 7.429/02,do Senado, redefine atipificação do crime dereduzir alguém à condiçãoanáloga à de escravo. Pelotexto, são citadas na novaredação a submissão atrabalhos forçados ou ajornada exaustiva, sejasujeitando a pessoa acondições degradantes detrabalho ou restringindo sualocomoção em razão dedívida contraída com oempregador ou preposto.Segundo o projeto, que vaia sanção, será sujeito àmesma pena quem cercearo uso de qualquer meio detransporte por parte dotrabalhador com o objetivode retê-lo no local detrabalho e aquele quemantém vigilânciaostensiva no local ou seapodera de documentos ouobjetos pessoais da vítimapara impedi-la de sairdesse local. A pena éaumentada da metade se ocrime for cometido contracriança ou adolescente ouse ocorrer por motivo deraça, etnia, cor, religião ouorigem.O PL 3.757/97, dodeputado Paulo Rocha(PT-PA), trata do mesmotema de trabalho escravo ediz que incidirá na pena dereclusão de dois a oitoanos quem contratar menorde 14 anos para finseconômicos usando atipificação de trabalhoescravo. O projeto incluiqualquer forma decontratação, direta ouindireta, mas faz exceçãoao trabalho do adolescenteque ajude os pais ouresponsáveis, desde quefora do horário de escola,sem prejuízo de suaformação educacional eque seja compatível comsuas condições físicas epsíquicas. A pena éaumentada de um terço seo trabalho for insalubre,perigoso ou penoso. Esteprojeto, entretanto,vai ao Senado.
Uma nova distribuição dos
recursos do Salário-Educação
foi aprovada ontem pelo Plená-
rio com o Projeto de Lei 475/
03, do Senado, beneficiando os
municípios no repasse da arre-
cadação dessa contribuição. De
acordo com o texto, o Fundo
Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE) repassa-
rá, em quotas, 90% do total ar-
recadado. A matéria vai a san-
ção.
Na quota de dois terços
desse repasse, os municípios
passam a ser citados explicita-
mente como beneficiários, di-
vidindo com os estados o di-
nheiro a ser creditado automa-
ticamente nas contas das secre-
tarias de educação para finan-
ciarem programas, projetos e
ações de ensino fundamental.
Outra modificação do pro-
jeto determina que, em vez de
uma parcela mínima de 50%,
essa quota será repartida inte-
gralmente entre estados e mu-
nicípios, proporcionalmente ao
número de alunos matriculados
no ensino fundamental nas res-
pectivas redes de ensino.
Na mesma sessão, os depu-
tados aprovaram por unanimi-
dade, em primeiro turno, a Pro-
posta de Emenda à Constitui-
ção 254/00, que prorroga por
mais dez anos a aplicação, por
parte da União, de percentuais
mínimos dos recursos destina-
dos à irrigação. O prazo atual,
iniciado em 1988, termina nes-
te ano. A proposta não modifi-
ca, entretanto, os percentuais,
que continuam sendo de 20%
para a Região Centro-Oeste e
de 50% para o Nordeste, pre-
ferencialmente no semi-árido.
Parlamentares vão aos EUA negociar libertação de brasileiros
PLEN
ÁRIO
Um grupo de parlamenta-res brasileiros vai aos EstadosUnidos, no próximo dia 30, fa-zer gestões junto ao governonorte-americano pela liberta-ção dos 922 brasileiros que es-tão presos naquele país porquetentavam entrar ilegalmenteou trabalhavam sem visto. Oanúncio foi feito ontem pelosenador Hélio Costa (PMDB-MG), durante audiência pú-blica da Comissão de RelaçõesExteriores da Câmara que de-bateu a situação dos brasilei-ros que vivem no exterior comrepresentantes do Itamaraty,do Ministério Público, pesqui-sadores e entidades da socie-dade.
O senador revelou que temrecebido muitas cartas de fa-miliares pedindo ajuda paraobter informações sobre osbrasileiros presos, que sãomantidos em prisão comum.Segundo Hélio Costa, no to-tal já houve 3.200 detençõesdesse tipo nos Estados Unidos,
sendo que o maior número debrasileiros detidos é de MinasGerais e reside em Houston.Na Inglaterra e na França, deacordo com o parlamentar, háregistros de cerca de 900 bra-sileiros presos.
A missão oficial aos Esta-dos Unidos será integrada porHélio Costa e pelo senadorMarcelo Crivela (PL-RJ); epelos deputados João Magno eIvo José, ambos do PT de Mi-nas Gerais.
Estima-se que 1,6 milhãode brasileiros vivem atualmen-te no exterior. A maioria estános Estados Unidos, tem esco-laridade média e saiu da cida-de mineira de Governador Va-ladares. A principal razão queos leva para fora do País é abusca de melhores oportunida-des de trabalho.
Esses dados foram apresen-tados durante a audiência pú-blica pelo professor Weber So-ares, da Universidade do Valedo Rio Doce. Ele explicou que
o fenômeno migratório aumen-tou na década de 80, períodoem que o Brasil passou por gra-ves crises econômicas.
O procurador da Repúbli-ca Guilherme Schelb propôs acriação de uma central telefô-nica pelo governo para aten-der casos graves que envolvambrasileiros no exterior. Ele tam-bém sugeriu a criação do Es-tatuto do Brasileiro no Exteri-or, e relatou que em Portugalmuitas brasileiras são tratadascomo prostitutas no próprioaeroporto de desembarque.Schelb defendeu a revisão dataxa de remessa de dinheiro doexterior para o Brasil, que hojeequivale a 10% do valor envi-ado. Segundo ele, só em 1999os brasileiros enviaram do ex-terior mais de R$ 1 bilhão.
O diretor-geral de Assun-tos Consular, Jurídico e de As-sistência a Brasileiros no Exte-rior do Ministério das RelaçõesExteriores, embaixador AdolfWestphalen, garantiu que a
orientação do Itamaraty é dedar assistência total aos brasi-leiros no exterior e tentar es-tabelecer vínculos com suasfamílias. Ele disse que cerca de2% da população do País viveno exterior, a maior parte nosEstados Unidos.
Para o deputado Ivo José,autor do requerimento pararealização da audiência, é ne-cessária uma ação urgente epermanente das autoridadesbrasileiras em defesa dos bra-sileiros no exterior. “A situa-ção nos Estados Unidos é crí-tica, mas existem denúncias deproblemas em outros países.Até mesmo em Portugal, Suri-name e Paraguai, existem bra-sileiros vivendo constrangi-mento e situações humilhan-tes”, afirmou.
Segundo dados das repre-sentações diplomáticas, nes-te ano já foram deportados338 brasileiros da Espanha,126 da Itália e 184 dos Esta-dos Unidos.
Brasília, 20 de novembro de 2003
INTERNACIONAL
CO
MIS
SÃO O crime organizado só funciona quando tem tentáculos no
judiciário, nas administrações políticas e nas polícias. Ele nãoexiste isoladamente em uma instituição Plácido Medeiros
4
Em depoimento prestadoontem na CPI dos Grupos deExtermínio no Nordeste, o pre-sidente da Comissão de Discipli-na da Corregedoria de PolíciaCivil do Rio Grande do Norte,delegado Plácido Medeiros,confirmou o envolvimento depoliciais civis e militares como crime organizado no estado.Medeiros disse que, entre osgrupos de extermínio queatuam em seu estado, pelo me-nos três são compostos e coor-denados por policiais.
Ele confirmou também osmais de 60 assassinatos atribuí-dos às quadrilhas, entre eles achacina de toda uma família, emmaio desse ano, que teria infor-mações que poderiam ligar osmatadores a membros da cúpu-la da Segurança Pública poti-guar. “O crime organizado sófunciona quando tem tentácu-los no Judiciário, nas administra-ções políticas e nas polícias. Elenão existe isoladamente em umainstituição. O crime organizadoatua sob proteção de várias ins-
A Comissão da Amazô-nia e de DesenvolvimentoRegional realizou audiênciapública ontem para discutiro Congresso Internacionalde Direito Amazônico, queocorre de 1° a 5 de dezem-bro em Boa Vista (RR). Dr.Rodolfo Pereira (PDT-RR),autor do requerimento daaudiência, considerou cora-josa a tentativa de criar umdireito amazônico buscan-do as particularidades daregião, em uma época naqual se busca a globalização.“Essa tentativa é legítima,
O Grupo ParlamentarBrasil-Bolívia,
coordenado pelodeputado Nilson Mourão
(PT-AC), reuniu-seontem com o presidenteda Bolívia, Carlos Mesa.
Os parlamentaresentregaram à Mesa uma
lista com mais de 30propostas de acordos e
convênios bilaterais quetramitam no Congresso
e dizem respeito àsquestões de segurança,
saúde, infra-estrutura,comércio e educação.
Os parlamentarestambém defenderam a
solução do impasseentre os dois países em
torno da convalidaçãode diplomas de
estudantesuniversitários brasileiros,
principalmente dosalunos brasileiros de
Medicina que estudamnaquele país. Esse
tema foi abordado pelodeputado Confúcio
Moura (PMDB-RO) epela senadora Fátima
Cleide (PT-RO), queregistrou a integração
ribeirinha que já ocorrenos 1.300 quilômetros
de fronteira deRondônia com a Bolívia.
Carlos Mesa disse aosparlamentares que ointercâmbio bilateral
passa pelo tripéintegração aérea,
energia e corredorbinacional ecológico – o
último ponto foilevantado pelo
deputado HamiltonCasara (PSDB-RO), ex-presidente nacional doIbama, instituição queformulou esse projeto.
Também estevepresente o deputado
boliviano AndrésGusman. O Grupo
Parlamentar Brasil-Bolívia é formado por
38 deputados esenadores.
Parlamentaresreúnem-se com
presidente daBolívia
Grupos de extermínio matarammais de 60 pessoas no RN
tituições”, afirmou o delegado,que já foi vítima de atentados eestá recebendo segurança deagentes da Polícia Federal.
Segurança
A CPI também ouviu ontemo presidente da ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores emSegurança Privada, José Boaven-tura, que reiterou o envolvimen-to de seguranças com grupos deextermínio e milícias de fazendei-ros no Norte e Nordeste. Ele acu-sou as empresas irregulares, semcadastro na Polícia Federal, deserem responsáveis pela existên-cia de 100 mil armas nas ruas ede 1,5 milhão de pessoas que
agem como seguranças, sem trei-namento adequado.
“Colocar uma pessoa paratrabalhar, por exemplo, como se-gurança na porta de uma escola,que não tenha um teste de ap-tidão psicológica é, muitas ve-zes, colocar um estupradorpara tomar conta de crianças”,disse Boaventura, lembrandoque órgãos públicos federaisestariam contratando esse ser-viço irregular. O relator daCPI, Luiz Couto (PT-PB), en-caminhará à Polícia Federalum pedido de esclarecimentosobre a fiscalização das firmasde segurança privada no País.
Capitão do matoNa terça-feira, a CPI ouviu o
diretor do Conselho Estadual deDireitos Humanos do Rio Gran-de do Norte, advogado RobertoMonte, que acusou o subcoorde-nador da Secretaria de Seguran-ça Pública do estado, Maurílio deMedeiros, de envolvimento comgrupos de extermínio. Mauríliochegou a ser investigado no casodo assassinato, em 1995, de Fran-cisco de Carvalho, diretor deuma ONG que denunciava poli-ciais acusados de crimes. Para oadvogado, esses policiais agemcomo “capitães-do-mato moder-nos”, apoiados pela cúpula daSegurança Pública potiguar. Eleafirma que Maurílio recebia co-bertura do Judiciário estadual.O presidente da comissão, de-putado Medeiros (PL-SP), afir-mou que a CPI convocarámembros do Judiciário nordes-tino, já que em todos os depo-imentos tomados mencionou-se a conivência do Judiciárioestadual ou o envolvimento demagistrados com o crime.
Encontro debate criação de direito amazônicoem uma região cheiade diferenças”, disse.
Segundo o presi-dente da AssociaçãoBrasileira de LetrasAgrárias (Abla), Al-cir de Miranda, oencontro contarácom 31 conferencistas de novepaíses. “Vamos debater a reali-dade dessa região e do amazô-nida (pessoa que nasceu oumora na Amazônia) para ten-tar estruturar um direito espe-cífico e próprio para essa re-gião”, afirmou, explicando queo evento debaterá temas da
Amazônia dentrode uma visão jurídi-ca. “Nossa preocu-pação não é o direi-to amazônico comoum novo ramo doDireito, mas um di-reito de aplicação,
observando a realidade regio-nal”, explicou.
O professor Lucas AbreuBarroso, da P UC de MinasGerais, ressaltou que o direitoregionalizado é a tendênciamundial para fazer prevaleceras peculiaridades econômicas,sociais, geográficas e históri-
Boaventura e Medeiros confirmaram as denúncias recebidas pela CPI
cas. “Essa é a missão queo direito mundial tem adesempenhar. Devemoslevar adiante essa realida-de cultural regionalizadana criação do direito”,afirmou o professor. Emsua avaliação, os amazôni-das precisam de leis quelhes garantam condiçõesde emancipação. “Defen-do que a experiência deum povo seja usada comomodo de construção dodireito e de um processode emancipação desse mes-mo povo”, disse Barroso.
GILBERTO NASCIMENTO
Brasília, 20 de novembro de 2003 5
REFORMAO presidente da comissão, deputado HenriqueFontana, acredita que o prazo poderá servir parafechar um acordo sobre os pontos sem consensoC
OM
ISSÃ
O
CPI dos Planos de Saúdeadia votação de relatório
ObservatóriofiscalizaJudiciário no CE
A Comissão de Reformado Judiciário realizouontem uma audiênciacom a advogada LiaCavalcante sobre aexperiência doObservatório doJudiciário, no Ceará,instituição que reúne 29entidades da sociedadecivil e visa fiscalizar aJustiça estadual. Elalembrou que oObservatório nasceu hátrês anos, quando foiengavetada uma CPI doJudiciário na AssembléiaLegislativa do Ceará queinvestigava mais de 30denúncias de corrupçãocontra juízes edesembargadores. Ofracasso da CPI deuorigem à instituição. “Noprimeiro ano, o Judiciáriocearense afastou doisdesembargadores e trêsjuízes. Mas digamos queo processo de auto-limpeza não prosseguiu.Hoje a gente enviaprocedimentos para osórgãos responsáveis,tentando fazer com queas punições continuem eaqueles que hojeenvergonham o nome doJudiciário brasileirosejam punidos eafastados”, disse.O deputado João Alfredo(PT-CE) foi o autor daproposta, comodeputado estadual, daCPI do Judiciáriocearense. Para ele, queparticipou da criação doObservatório, a iniciativaprova que a sociedadecivil pode ter papelimportante namoralização doJudiciário e abre caminhopara um verdadeirocontrole externo. Masdefende também outrosmeios. “Do ponto de vistaformal, é importante terouvidoria, ter o ConselhoNacional de Justiça, queé o órgão nacional decontrole externo, e terórgãos de controleexterno também nosestados”, afirmou.
Frente defende regulamentação da Emenda 29
A CPI dos Planos de Saúdeadiou para a próxima terça-fei-ra, dia 25, a votação do relató-rio apresentado por Dr. RibamarAlves (PSB-MA), que desde se-gunda-feira está sendo discuti-do pelos integrantes da comis-são. O presidente da CPI, Hen-rique Fontana (PT-RS), acredi-ta que esse prazo poderá servirpara o fechamento de um acor-do sobre os pontos sem consen-so. Um deles é a limitação para100% do índice de reajuste dasmensalidades dos planos de saú-de entre a primeira e a últimafaixa etária. Hoje, as operado-ras estão autorizadas pela Agên-cia Nacional de Saúde Suple-mentar a praticar um reajusteque varia entre 500 a 600%, di-vidido em seis faixas.
Henrique Fontana destacoualguns pontos do relatório quesão consensuais, citando comoexemplo a criação da taxa deressarcimento ao SUS pelo aten-dimento na rede pública dos pa-
cientes oriun-dos dos planosprivados. Elecitou tambéma proibição dacobrança docheque-cau-ção pelos hos-pitais privadose a sugestãopara que aAgência Naci-onal de SaúdeSuplementarcrie uma cen-tral de atendi-mento paraatender as re-clamações e asdúvidas dos usuários.
Fontana fez uma ampla de-fesa do relatório que, segundoele, levantou as principais irre-gularidades praticadas pelas em-presas de planos de saúde. Eledisse que o documento contémmedidas importantes em defesado usuário e exige das operado-
ras ajustes para melhorar o se-tor. Para ele, as operadoras deplanos de saúde estão no mer-cado para vender saúde, visan-do ao lucro, e não para ajudar oSUS no atendimento médico-hospitalar. Ele elogiou algumaspropostas contidas no relatório,como a regulamentação da mi-
gração dos planos de saúde con-tratados antes do dia 2 de ja-neiro de 1999 para o regime ins-tituído pela Lei 9.656/98.
Max Rosenmann (PMDB-PR) defendeu a manutenção doíndice de reajuste praticado atu-almente pelas operadoras. Eleapresentou, junto com DarcísioPerondi (PMDB-RS), umaemenda que retira do texto dorelator a proposta de restringiro aumento das mensalidades dosplanos de saúde ao índice máxi-mo de 100% entre a primeira ea última faixa. Rosenmann ar-gumentou que as operadoras deplanos de saúde já praticam re-ajustes abaixo da inflação e atra-
vessam dificuldades financeiras.Segundo ele, a implementaçãodesse índice desmontaria o siste-ma. Nelson Meurer (PP-PR) e Sa-raiva Felipe (PMDB-MG) tambémse opuseram à mudança na regrado reajuste. Antonio Carlos Bis-caia (PT-RJ) defendeu a manuten-ção do índice de reajuste.
A Frente Parlamentar daSaúde iniciará movimento,junto à Presidência da Câmarae às lideranças partidárias, paraque seja votado ainda nesteano projeto do deputado Ro-berto Gouveia (PT-SP) que re-gulamenta a Emenda Constitu-cional 29. O dispositivo desti-na recursos orçamentários daUnião e dos estados à área daSaúde. “É fundamental que es-ses recursos sejam garantidos omais rápido possível”, afirmouo presidente da Frente, RafaelGuerra (PSDB-MG).
Em reunião com represen-tantes de entidades de saúde
ontem, Guerra fez um balançodas atividades da Frente des-de a sua criação, há seis me-ses. Ele destacou como princi-
pal conquista do grupo a reti-rada de veto do governo à Leide Diretrizes Orçamentáriaspara 2004, que permitiria a des-tinação de R$ 3,7 bilhões derecursos da saúde ao Fundo deCombate à Pobreza.
De acordo com o parlamen-tar, a retirada permitiu salvarcerca de R$ 9 bilhões de re-cursos que serão gastos em2004, em saneamento, Progra-
ma Saúde da Família, prevençãode atendimento, ampliação dedistribuição gratuita de medi-camentos e atendimento médi-co hospitalar de média e altacomplexidade.
A reunião também debateua Medida Provisória 135/03,que acaba com a cumulativida-de da Cofins e aumenta a alí-quota do imposto de 3% para7,6%. A proposta da FrenteParlamentar da Saúde é que acontribuição para os setores desaúde seja mantida como está.“Não queremos isenção, que-remos é que não haja aumen-to da Cofins,” afirmou Guer-ra, lembrando que a Frentepretende se reunir com repre-sentantes da indústria farma-cêutica e seguradora de saúdepara discutir propostas para osetor.
Dr. Ribamar Alves e Henrique Fontana: limitação de100% no reajuste das mensalidades dos planos é
um dos pontos sem consenso no relatório
GIL
. NAS
CIM
ENTO
Rafael Guerra
Brasília, 20 de novembro de 2003
PINGA-FOGO ...os acidentes de trânsito representam, desde1995, o principal motivo de internação depacientes com lesões graves
6
PLEN
ÁRIO
Para homenagear o Depar-tamento Nacional de ObrasContra as Secas (Dnocs), o ple-nário da Câmara realizou ontemsessão solene, acatando reque-rimento dos deputados MauroBenevides (PMDB-CE) e Euní-cio Oliveira (PMDB-CE).
Presidindo a sessão, o depu-tado Gonzaga Patriota (PSB-PE), lembrou que na história doNordeste é de grande importân-cia o papel exercido pelo Dnocs.“Mais antigo departamento fe-deral atuando no Nordeste, oDnocs traduz a coragem, firme-za e obstinação do sertanejofrente à adversidade ”, registrouPatriota, assinalando que, em1909, foi criada a Inspetoria deObras contra as Secas que, em1945, recebeu a atual denomi-nação.
Para Mauro Benevides o ór-gão é patrimônio da nordestini-dade, faltando-lhe apenas recur-sos para pôr em prática o idea-lismo e a visão empreendedorade seus administradores. Por
Convenção nacionalDepois de anunciar que nasexta-feira será realizada a
Convenção Nacional doPSDB, Sebastião Madeira(PSDB-MA) afirmou que o
partido, com menos de duasdécadas de existência, já
elegeu e reelegeu um presi-dente da República, além de
ter tido um papel fundamentalna história do País. Destacoua atuação do atual presidente
nacional do PSDB, o ex-deputado José Anibal, pelotrabalho que desempenhounos últimos três anos, e do
secretário-geral, MárcioFortes, que ocupa o cargodesde a Executiva anteriorcomandada pelo senador
Teotônio Vilela. Revelou aindaque na sexta-feira haverá a
passagem de uma Executivaque dirigiu o PSDB quando
ainda era governo para umanova, agora na oposição, que
será comandada pelo ex-senador José Serra.
Critérios políticosAntonio Carlos Pannunzio
(PSDB-SP) denunciou que aministra da Assistência e
Promoção Social, Benedita daSilva, distribuirá unidades do
Programa Casa da Famíliapara 45 municípios paulistas
dos quais 80% administradospelo Partido dos Trabalhado-
res. “Queremos saber quais oscritérios objetivos para privile-
giar prefeituras petistas emdetrimento de municípios
governados por outros partidospolíticos”, questionou.
Maioridade penalDefensora da redução damaioridade penal para 16
anos, a deputada Kelly Moraes(PTB-RS) informou ter assina-do um documento propondo a
realização de plebiscito paraque a população se manifeste
sobre o assunto. Enfatizou quesua posição não tem relação
com o recente assassinato docasal de namorados de São
Paulo, que contou com aparticipação de um adolescen-
te de 16 anos. No caso doEstatuto da Criança e do
Adolescente, Kelly Moraesreconhece que o ECA alcan-
çou êxitos, mas lamenta que oestatuto tenha deixado muitoa desejar em relação aos pré-adolescentes e adolescentes.
Em homenagem à Rede Sa-rah de Hospitais, a Câmara dosDeputados realizou, na segun-da-feira, sessão solene a pedidoda deputada Rose de Freitas(PMDB-ES). Ao classificar aRede Sarah como um dos me-lhores centros de reabilitação deortopedia e neuropsicologia domundo, o presidente da Câma-ra, João Paulo Cunha, destacouo atendimento prestado pelainstituição cujas representaçõessediadas em Brasília, Rio de Ja-neiro, Belo Horizonte, Salvador,Fortaleza e São Luís receberam,somente no ano passado, maisde 1,300 milhão de pacientes.João Paulo chamou a atençãopara o fato de os acidentes detrânsito representarem, desde1995, o principal motivo de in-ternação com lesões graves. Eleaproveitou para parabenizar o
diretor Aloysio Campos da Paze todos os funcionários da RedeSarah pelo trabalho que desen-volvem.
A autora do requerimento,deputada Rose de Freitas, afir-mou que a instituição tem umahistória que se integra à própriahistória da saúde pública brasi-
leira. Para a parlamentar, aRede Sarah é exportadora detecnologia, tanto que o gover-no dinamarquês formalizou aintenção de implantar em seupaís o mesmo sistema daquelehospital. “Copiando a arquite-tura e até suas rotinas, enviouao Brasil arquitetos, médicos,
neuropsicólogos, fisioterapeutase administradores para aprende-rem com os colegas brasileiros”,informou. A parlamentar mani-festou, porém, apreensão com asalterações no Plano Plurianual,que, conforme acentuou, põemem risco o futuro do trabalho re-alizado pela Rede Sarah. Explicouque essas mudanças colocam ainstituição como mero prestadorde serviços de saúde, além de re-duzir o número de pacientes.
Também se manifestaram nasessão os deputados SandraRosado (PMDB-RN), Maninha(PT-DF), José Roberto Arruda(PFL-DF), Walter Feldman(PSDB-SP), Márcio ReinaldoMoreira (PP-MG), Dr. Evilásio(PSB-SP), Geraldo Resende(PPS-MS), Sérgio Miranda(PCdoB-MG), Coronel Alves(PL-AP), Marcelo Ortiz (PV-SP).
Rede Sarah recebehomenagem
Sessão solene exalta papel do Dnocs para o NEimposição do destino, observou,em três oportunidades defendeua manutenção do Dnocs, quan-do investidas tentaram fazê-lodesaparecer da organização doExecutivo. Acrescentou que oDnocs não é de ninguém; nemde partidos e nem de grupos oli-gárquicos; mas uma conquistade todos que o prestigiaram.Ressaltou que agora que CiroGomes é titular do Ministério daIntegração Nacional, a entida-de prosseguirá numa linha decompetência, deixando paratrás os pregoeiros de sua “alega-da e injusta ineficiência.”
Ao fazer um histórico dainstituição, o deputado EunícioOliveira disse que, nos últimos94 anos, o Dnocs é o principalaliado do sertanejo contra aseca, construindo açudes hámais de nove décadas, abrindopoços e criando alternativaseconômicas, como a piscicultu-ra e a agricultura irrigada. Nosseus primeiros 50 anos de vida,recordou o parlamentar, o
DnocsS foi praticamente aúnica agência governamentalexecutora de obras de enge-nharia na região e chegou aser conhecido como a maiorempreiteira da América Lati-na. O parlamentar considerade fundamental importância amodernização e o fortaleci-mento do Dnocs, levando emconsideração que o País apre-senta agudas desigualdadesregionais que comprometem odesenvolvimento nacional.
Também homenagearam oDnocs os deputados José Pi-mentel (PT-CE), Jorge Alber-to (PMDB-SE), Fernando deFabinho (PFL-BA), Marcon-des Gadelha (PFL-PB), Anto-nio Cambraia (PSDB-CE),Bismarck Maia (PSDB-CE),Severino Cavalcanti (PP-PE),Reinaldo Betão (PL-RJ), Gon-zaga Patriota (PSB-PE), Ed-son Duarte (PV-BA), InácioArruda (PCdoB-CE) e AldoRebelo (PCdoB-SP).
Dr. Aloysio Campos da Paz (E), o presidente do STF, Maurício Corrêa,João Paulo Cunha e o ministro da Educação, Cristovam Buarque
SALÚ PARENTE
João Paulo Cunha
Para Mauro Benevides (E), o Dnocs é patrimônio da nordestinidade
J. BATISTA
Brasília, 20 de novembro de 2003
CIDADANIANesse tipo de parceria, o setor privado arca com ofinanciamento total da obra e só depois de pronta começaa receber a amortização do investimento realizado
7
Um grupo de dez prefeitosesteve ontem em Brasília paracobrar do governo federal a li-beração de mais uma parcela doempréstimo com o Banco Inte-ramericano de Desenvolvimen-to (BID) para o Habitar Brasil -programa de urbanização e cons-trução de casas populares quecontempla, principalmente, ca-pitais e grandes centros urbanos.
Durante audiência na Co-missão de DesenvolvimentoUrbano e Interior, os prefeitos -entre eles, o de Palmas, NilmarRuiz, e o de João Pessoa, CíceroLucena - destacaram que a de-mora no repasse de R$ 40 mi-lhões frustra a expectativa demilhares de famílias, que seriamdiretamente beneficiadas peloprograma. O dinheiro corres-ponde à última parcela que oOrçamento da União prevê para
Foi adiada para a próximasemana, na Comissão deConstituição e Justiça e deRedação, a votação do PL254/03, do senador Eduar-do Suplicy (PT-SP), quecria a renda básica decidadania. O adiamentoaconteceu em função deum pedido de vistas dosdeputados Zenaldo Couti-nho (PSDB-PA) e a JuízaDenise Frossard (PSDB-RJ). Coutinho questionou avotação da matéria, queimplica aumento de despesa“sem indicar de onde virãoos recursos”, ao contrário doque determina a Lei deResponsabilidade Fiscal.UniversalizaçãoA renda básica proposta porSuplicy é um benefício aser pago anualmente, como objetivo de atender àsdespesas mínimas de cadacidadão. Zenaldo Coutinhotambém questionou auniversalização do benefí-cio, que deverá beneficiarinclusive pessoas que têmrenda. “Não acho corretoque deputados, empresári-os, profissionais liberaisrecebam R$ 100 ou R$ 150por mês, porque isso vaifazer falta para os maispobres. A idéia é correta, éinteressante, mas devia serapenas para pobres, paraquem não tem condiçõesde garantir o mínimo dequalidade de vida para afamília”, disse Coutinho.Eduardo Suplicy estevepresente à reunião ejustificou a universalidadecomo forma de garantir quetodos os brasileiros rece-bam o mesmo benefício,embora o objetivo principalseja atender aos maispobres. O senador citouexemplos, como o doAlasca, que adota umbenefício semelhante econseguiu elevar em 28% arenda dos mais pobres.
Programa de rendabásica não apontafonte de receitasCâmara recebe projeto de
parcerias público-privadas
o Habitar Brasil em 2003. Nesteano, o programa recebeu R$ 80milhões dos R$ 120 milhões pre-vistos no Orçamento.
O secretário de AssuntosInternacionais do Ministério doPlanejamento, Demian Fiocca,disse aos prefeitos que a libera-ção dos recursos só será possí-vel se houver aumento da arre-cadação em novembro e dezem-bro. O presidente da Subcomis-são de Habitação e Regulariza-
ção Fundiária Urbana, deputa-do Ari Vanazzi (PT-RS), solici-tou ao secretário um estudo jun-to ao Ministério da Fazenda, natentativa de repassar os R$ 40milhões retidos pelo governo.
“Se esse valor não for libera-do agora, as obras andarão len-tamente, muitas delas provavel-mente vão parar, porque o queos municípios têm recebido é in-suficiente para manter o anda-mento de obras importantes. A
tendência é que haja uma dimi-nuição no ritmo dos canteiros deobra”, avaliou o parlamentar.
A coordenadora do progra-ma, Inês Magalhães, disse ser oHabitar Brasil prioritário para ogoverno. Ela comparou a libe-ração financeira do GovernoLula com a do Governo FHC.Segundo Inês, neste ano foramliberados R$ 80 milhões, en-quanto, entre 2000 e 2002, fo-ram investidos R$ 62 milhões.No Plano Plurianual 2004/2007,estão destinados ao programaR$ 869 milhões.
O Habitar Brasil, criado em1999, tem 36 obras em anda-mento. Entre as mais importan-tes está a construção de casaspopulares no Tocantins, onde asfamílias beneficiadas organiza-ram-se em mutirão para ajudara construir os imóveis.
Prefeitos pedem liberação de verbas para Habitar Brasil
O ministro do Planejamento,Guido Mantega, entregou ontemao presidente da Câmara, JoãoPaulo Cunha, o projeto de lei dogoverno que institui normas ge-rais para licitação e contrataçãode Parcerias Público-privadas(PPP) no âmbito da Administra-ção Pública. A proposta chega àCâmara com urgência constitu-cional e deve entrar na pauta devotação até o final do ano.
Segundo Guido Mantega, ogoverno espera que essa propos-ta possa estimular investimentosque ajudem no cumprimento dameta de crescimento do Paísentre 4% e 5% do Produto In-terno Bruto. O ministro afirmouque, com os projetos de parce-ria entre o setor público e a ini-ciativa privada, será possível in-vestir R$ 300 bilhões em infra-
estrutura nos próximos quatroanos, o que equivale ao orçamen-to de um ano inteiro. Mantegaexplicou que esse valor será oresultado da soma das parcerias
do PPP, recursos orçamentáriose financiamentos públicos.
O ministro acredita na apro-vação do projeto até 15 de de-zembro e, para isso, conversouontem com líderes da base go-vernista, que se mostraram dis-postos a apoiar a matéria. Ameta agora é convencer as ou-tras lideranças partidárias, umatarefa que, segundo Mantega,não será difícil. “Acredito quetodos vão estar de acordo como projeto. Temos governadoresde outros partidos que tambémquerem que a proposta seja via-bilizada.” Segundo ele, os gover-nadores de São Paulo, GeraldoAlckimin, de Minas Gerias,Aécio Neves, e do Ceará, LúcioAlcântara, apóiam o projeto.
Prioridade
Mantega disse ter recebi-
do do presidente João PauloCunha a garantia de que pro-jeto das PPP estará na lista deprioridades de votação da Câ-mara para este ano. O minis-tro disse que, no dia 27 de no-vembro, o governo fará emSão Paulo o lançamento ofi-cial das PPP e apresentação deportifólio com as 30 principaisobras consideradas atrativaspelo governo para o setor pri-vado no Brasil e no exterior.Entre elas estão um novo aces-so para o Porto de Santos (SP),outro acesso para o Porto deSepetiba (RJ), trechos norte esul das BR-101 e 163, e a Fer-rovia Norte -Sul. Mantegaanunciou que, no início dedezembro, fará o lançamentodas PPP em Washington, paraempresários estrangeiros.
Guido Mantega
GILBERTO NASCIMENTO
Carlos Marum (e), Demian Biocca, Nilmar Magalhães, Ary Vanazzi, InêsMagalhães e Osvaldo Serrano discutem verbas para habitação
Brasília, 20 de novembro de 2003
PINGA-FOGO Raquel Moreno sugeriu a regulamentaçãoda profissão de pesquisador e a criaçãode um conselho consultivo
8
CO
MIS
SÃO
Até que ponto as pesquisaseleitorais influenciam o elei-tor? Elas são confiáveis? Exis-te transparência na elaboraçãoe divulgação dos dados ou aspesquisas são manipuladas?Essas foram questões levanta-das na última audiência pú-blica da Comissão Especial daReforma Política, que contoucom a participação de repre-sentantes de cinco institutosde pesquisa.
A representante da Asso-ciação Nacional das Empresasde Pesquisa, Adélia Franceschi-ni, discorda de que a pesquisaencaminha o voto ou que oeleitor acaba votando no pri-meiro indicado. “O que podeacontecer é um reposiciona-mento do eleitor, que tem todoo direito de se informar sobre aposição dos candidatos”, disse.Ela garantiu que as pesquisaseleitorais são tratadas com ri-gor. Apesar de representarem
Walter Pinheiro (PT-BA)defendeu a aprovação da
PEC 205/00, que reduzpara um mês o períodode 90 dias do recesso
parlamentar,estabelecido pela
Constituição. A alteração,a seu ver, contribuiria
para melhorar a qualidadede vida de parlamentares
e funcionários doLegislativo, além de
proporcionar economiade recursos, já que a
convocaçãoextraordinária da Câmara
e do Senado implica opagamento de despesas
extras.
Vigília
Maninha (PT-DF)informou sobre vigília no
Tribunal SuperiorEleitoral que tem por
objetivo mostrar aosjuízes daquela Corte a
procedência dasacusações que pairamsobre o governador do
Distrito Federal, JoaquimRoriz. “A todo momento
surgem processoscomprovando que Roriz,candidato do PMDB-DF,
fraudou o processoeleitoral”, salientou.
Obras
Murilo Zauith (PFL-MS )revelou a preocupação da
bancada de seu estadocom a paralisação devárias obras no Mato
Grosso do Sul, trazendo,segundo o deputado,
desemprego aosmunicípios. Ele citou o
Hospital Universitário daSanta Casa, em
Dourados, que precisa deR$ 4,5 milhões para ser
inaugurado, mas estásem recursos para
terminar a obra. “Essasobras federais,
normalmente, levam odesenvolvimento aomunicípio, gerando
oportunidades”, disse.
O deputado Julio Semeghi-ni (PSDB-SP) sustentou que otrabalho de algumas comissõesparlamentares de inquérito é res-ponsável por parte da populaçãonão acreditar no Congresso. Nasua opinião, uma CPI tem comoobjetivo trazer informações paraa Casa na qual foi instalada, paraque esta possa cumprir a funçãode legislar sobre o tema, contro-lar o Executivo e auxiliar os par-lamentares. Segundo o deputa-do, esse é o trabalho que vemsendo realizado pela CPI da Pi-rataria, da qual é o terceiro-vice-presidente.
“Temos tido a preocupaçãode ouvir os vários setores da so-
apenas 10% do faturamento doinstituto, significam muito emtermos de conquista de credi-bilidade, afirmou.
De acordo com o represen-tante do Datafolha, MauroFrancisco Paulino, desde 1994o instituto analisa o que o elei-tor faz com o resultado da pes-quisa eleitoral. Segundo ele,
15% admitem levar em conside-ração a pesquisa para a defini-ção do voto, e só 2% admitemvotar no primeiro colocado napesquisa. Há também os quevotam nos candidatos com me-nos chances.
A representante da Socie-dade Brasileira de Pesquisado-res de Mercado e Mídia, Raquel
Moreno, sugeriu a regulamen-tação da profissão de pesquisa-dor que, segundo ela, é exerci-da por qualquer um. Raquel de-fendeu também a criação de umconselho consultivo, com a par-ticipação dos pesquisadores ede quem não esteja envolvidona eleição.
Os representantes dos insti-tutos defenderam mudanças nalegislação. Hoje, por exemplo, apesquisa deve ser registrada noTribunal Superior Eleitoral cin-co dias antes da divulgação.Para a representante do Ibope,Márcia Cavallari, o prazo é lon-go e dá margem para que umoutro instituto antecipe a mes-ma pesquisa.
“Qualquer instituto conse-gue fazer uma pesquisa em me-nos de cinco dias”, disse. Elaalertou também para a possibi-lidade de uso indevido de in-formações de uma pesquisa ain-da não divulgada.
ciedade prejudicados pela pirata-ria para verificar as conseqüên-cias que ela tem sobre a nossa eco-nomia”, declarou. De acordo como parlamentar paulista, uma dasprimeiras preocupações da CPI foiouvir das gravadoras os motivospelos quais elas não lançam comfreqüência novos talentos. “Esta-mos vendo o investimento acabare essas indústrias serem fechadas,derrotadas pela pirataria e aca-bando com o que o brasileiro temde mais precioso: a nossa cultu-ra”, enfatizou.
Em relação aos remédios, Se-meghini lamentou o fato de a es-trutura que o País possui na áreanão ser aproveitada pelo governo
federal. Elogiou, porém, a prisãode um milionário cubano, no País,responsável pela remessa, emmenos de seis meses, de mais de
100 milhões de dólares para forado Brasil com a venda de remé-dios falsificados, vencidos e pi-rateados.
O deputado tucano chamoua atenção para o fato de que noParaguai existem, atualmente,12 fábricas de cigarros que con-trabandeiam seus produtos parao Brasil e ficam com os empre-gos e os impostos.
Semeghini salientou aindaque a evasão de impostos, apu-rada pela CPI da Pirataria, é es-timada em cerca de R$ 30 mi-lhões, o que, em sua análise, po-deria ser utilizado em programascomo o Fome Zero e na constru-ção de casas populares.
Institutos afirmam que pesquisaeleitoral não influencia voto
Semeghini elogia trabalho da CPI da Pirataria
Recesso
Julio Semeghini
Institutos de pesquisa e parlamentares debateram o tema na comissão
GIL NASCIMENTO
Brasília, 20 de novembro de 2003 9
COMISSÃOA PEC propõe a efetivação de cerca de 100 mil servidores queforam contratados depois de 1983 e que não ganharam estabilidade noServiço Público com a promulgação da Constituição de 1988
Os servidores federais, es-taduais e municipais só devemser contratados após aprova-dos em concurso público. Foio que disse o Subchefe de Co-ordenação da Ação Governa-mental da Casa Civil, Luiz Al-berto dos Santos, na audiên-cia pública da comissão espe-cial que analisa a Proposta deEmenda à Constituição n° 54.Esta PEC propõe a efetivaçãode cerca de 100 mil servido-res que foram contratados de-pois de 1983 e que não ganha-ram estabilidade no ServiçoPúblico com a promulgaçãoda Constituição de 1988. ACasa Civil da Presidência da
Frente de Apoio aCentros deAlternânciaO presidente João PauloCunha participou ontem dasolenidade de lançamento daFrente Parlamentar de Apoioa Centros Familiares deFormação por Alternância(Ceffas). A Frente pretendelevar ao Poder Públicopropostas como a inserçãodos Centros nas políticaspúblicas para a Educação ea garantia de recursos noOrçamento. Articulado pelodeputado César Medeiros(PT-MG), o movimentoidentifica-se com a Pedago-gia da Alternância, métodoutilizado pelos Ceffas doBrasil, em que o jovempermanece um período naescola e outro colocando emprática, juntamente com afamília, o que foi aprendidonos Centros Familiares.
Emendas ao PPAe ao OrçamentoA Comissão de Agricultura ePolítica Rural aprovou ontemcinco emendas ao Orçamen-to do próximo ano e cincoemendas ao PPA 2004/2007,que totalizam R$ 5,88bilhões. As emendasaprovadas vão beneficiar oprodutor rural com a destina-ção de verba para estimular aagricultura familiar, para aEmbrapa desenvolverpesquisas e aplicações aoagronegócio, e para apoiarprojetos de desenvolvimentodo setor agropecuário.Duas emendas ao PPA, deautoria do deputado Walde-mir Moka (PMDB-MS),garantem R$ 400 milhõespara apoiar projetos dedesenvolvimento do setoragropecuário e R$ 120milhões para aprimorar amecanização agrícola. Asoutras três emendas são deautoria do Partido dosTrabalhadores e destinam R$5,2 bilhões para implementarassentamentos sustentáveispara trabalhadores rurais; R$60 milhões para o seguro-rural de agricultores familia-res e R$ 100 milhões paraseguro-rural destinado àaqüicultura e pesca.
O deputado Chico Alencar (PT-RJ) – que é professorde História – fez o discurso de saudação durante o lança-mento, ontem, no Salão Nobre da Câmara, da revista Nos-
sa História, editada pela Biblioteca Nacional. Em seu pri-meiro número, a revista traz artigos dos historiadores Eval-do Cabral de Mello e José Murilo de Carvalho, entre ou-tros. A publicação terá periodicidade mensal, 96 páginasem cores e tiragem de 50 mil exemplares. A revista serádistribuída nacionalmente, em bancas de jornais, e custaráR$ 6,80. O evento fez parte das comemorações dos 180
Anos do Legislativo (1823-2003). Antes do lançamento foirealizada uma mesa-redonda, que debateu o tema História
e Cidadania: o direito ao passado.
Governo é contra emenda que dá estabilidade a temporários
República, segundo disse LuizAlberto dos Santos, vê commuita preocupação a aprova-ção da proposta.
“A PEC tem efeitos quenão são positivos para o con-junto da Administração Pú-blica, pois carrega dentro de
si uma mensagem negativa queenfraquece a confiança da soci-edade no sistema do mérito e noprocesso de renovação da Admi-nistração Pública através de con-cursos públicos”, disse.
O relator da PEC 54, de-putado Átila Lira (PSDB-PI),afirmou que concorda com orepresentante do governo so-bre a necessidade de realiza-ção de concurso público paracontratação de pessoal. Dis-se, no entanto, que a situa-ção dos milhares de servido-res temporários, alguns ematividade há 20 anos, mere-ce uma melhor análise doCongresso e do governo.
O Orçamento de2004 será calculadocom rigor para evitarcontingenciamentoem áreas prioritárias.Foi o que garantiu orelator-geral do Orça-mento, Jorge Bittar(PT-RJ), após reuniãocom os dez relatores setoriais damatéria. Bittar analisa que oimpacto da Reforma Tributáriasobre o Orçamento será inferi-or a R$ 6 bilhões, com a trans-ferência da Contribuição deIntervenção do Domínio Eco-nômico (Cide) e do Fundo deCompensação para a Desonera-ção das Exportações para os es-tados e municípios. Ele pretendeainda fazer um levantamento daarrecadação prevista para o pró-ximo ano com a Previdência eoutros tributos, para analisar se
poderão ser destinadosmais recursos para in-vestimentos.
O relator do Orça-mento disse ainda quequalquer perda de re-ceita será compensadapelo desempenho po-sitivo da economia
brasileira. “Temos problemascausados pela trajetória da eco-nomia, que neste ano terá cres-cimento menor do que o previs-to, mas também terá inflaçãomenor. No ano que vem, a ex-pectativa é de que a economiacresça acima do previsto, já queela está reagindo bem à políticado governo”, afirmou.
Jorge Bittar acredita que ocronograma de tramitação doOrçamento será cumprido e quea matéria será votada pelo Con-gresso até o dia 15 de dezembro.
Relator promete proteger
recurso de área essencial
Nossa HistóriaSALÚ PARENTE
Santos (E): PEC tem efeitos negativos para a Administração Pública
GIL
BERT
O N
ASC
IMEN
TO
CO
MIS
SÃO
Brasília, 20 de novembro de 2003
PINGA-FOGO
10
Os problemas que as metró-poles enfrentam, desde a déca-da de 70, oriundos do processode urbanização acelerada foramabordados pela deputada Fáti-ma Bezerra (PT-RN), paraquem a migração campo-cida-de é resultado da busca porempregos e serviços públicos.Para a parlamentar, fatorescomo educação e saúde se jun-tam à falta de condições de so-brevivência no meio rural, agra-vada com a impossibilidade deexpressiva parcela da populaçãoter acesso à terra. Dentre as áre-as onde se concentram os pro-blemas mais agudos das metró-poles, a parlamentar citou ahabitação, a saúde, o sanea-mento básico, os transportes ea geração de emprego e renda.
Para deputada, falta de acesso àterra causa problemas urbanos
Segundo Fátima Bezerra, asmetrópoles concentram cerca de33% da população, enquanto75% dos municípios possuempopulação inferior a 20 mil ha-bitantes; 10% da população ur-bana não são servidas por redesde água potável, e 40% não dis-
põem de redes de esgotos sani-tários. Outros dados registradospela deputada demostram que28 milhões de cidadãos não têmcasa para morar e desse total,85% recebem até cinco saláriosmínimos como renda familiarmensal; a pobreza atinge 53 mi-lhões de brasileiros, dos quais 22milhões se encontram em con-dições de absoluta miséria.
Fátima Bezerra apontou aconcentração da renda nacionalcomo fonte da desigualdade so-cial e econômica e responsávelpela situação atual: os 10% maisricos da população se apropri-am de quase 50% do total darenda nacional enquanto os50% mais pobres detêm pou-co mais de 10% dessa renda.
A deputada reconheceu
que as ações governamentaissão sempre insuficientes emesmo quando implementa-das são descontinuadas. Paraquebrar esse círculo vicioso,ela propôs um projeto de de-senvolvimento que trate a po-breza e as desigualdades soci-ais como questões que deman-dam solução urgente. “A cri-ação do Ministério das Cida-des representa um marco im-portante na superação das de-sigualdades sociais. Ao assu-mir a questão urbana comuma dimensão essencial daquestão social, o governo Lulaexpressa seu projeto de cons-trução de um novo modelo degestão das cidades capaz depromover a justiça social e ademocracia”, concluiu.
O deputado Alceste Almei-da (PMDB-RR) solicitou à Co-missão Interministerial, respon-sável pela questão fundiária deRoraima, que conclua com ur-gência seus estudos para evitarque a Amazônia “seja ocupadae se torne patrimônio alheio, fe-rindo assim a soberania brasilei-ra”. O deputado salientou quea falta de ações coordenadasentre o Incra, o Ibama e a Funaitem sido óbice ao desenvolvi-mento de Roraima, “já que ogoverno do estado fica relegadoe sem área própria para adminis-trar. Na opinião do parlamentar,essas instituições não podem ser“senhoras absolutas” dessa por-ção da Amazônia.
Almeida chamou a atençãopara a influência exercida naregião pelas chamadas organi-
Alceste Almeida alerta para a questãofundiária em Roraima
zações não-governamentais(ONGs) e outras entidades es-trangeiras, que, em sua opinião,“julgam-se donas da Amazôniae decidem sobre o destino dosrios, da mata e até mesmo dagente da região”.
Almeida criticou o teor deum documento redigido há 22anos, sob o amparo do ChristianChurch World Council, intitu-lado Diretrizes Brasil nº 4. Segun-do o parlamentar, o documentoatesta que a Amazônia não per-tence ao Brasil, mas à humani-dade, sendo dever dos autoresdaquele documento impedir aconstrução de obras que possamsignificar mudanças em buscade progresso.
Alceste Almeida acrescentouque o documento prega ainda anecessidade de infiltrar missioná-
rios, inclusive não-religiosos, emtodas as nações indígenas. Esti-mula também a confecção demapas que delimitem as naçõesindígenas, “sempre maximizandoessas áreas, em três ou quatro ve-zes mais, e sempre reivindicandoa devolução da terra dos índios,sob o argumento de que tudo per-
tence aos indígenas”. As rique-zas minerais, segundo o deputa-do, constam do documento como“reservas estratégicas das nações,a serem exploradas oportuna-mente”, e o território da Amazô-nia, como “área para desfruto dasgrandes civilizações européiascuja áreas naturais estejam redu-zidas a limites críticos”.
Para o deputado roraimense,o teor do documento apresentacorrelação com a atuação dasONGs em Roraima. “Missioná-rios e diversas organizações não-governamentais subdividiram tri-bos em inúmeras e pequeníssimasaldeias, fixando-as em ricas áre-as minerais, inviabilizando a ex-ploração de ouro, de nióbio, decassiterita e de diamante, reser-vando-os a interesses provavel-mente escusos”, denunciou.
Heleno Silva (PL-SE)protestou contra a forma
como é feita a distribuiçãodos recursos do BNDESpara as regiões. “Como
vamos combater a fome, amiséria e as desigualdadessociais quando a instituiçãoque tem como objetivo levar
o desenvolvimento trataregiões, como o Nordeste,
de forma diferenciada ediscriminada?”, condenou,
ao ressaltar que a regiãoSudeste ficou com 56% dos
R$ 22,2 bilhões liberadospelo banco. Silva informou
que a instituição develiberar, ainda neste ano, R$
34 bilhões. Por isso oparlamentar fez um apelo
para que as regiões Norte eNordeste sejam
beneficiadas nos projetosque gerem emprego e renda
para a população. “Nãoaceitamos que apenas 10%
dos recursos do BNDESsejam destinados para o
Nordeste, onde seconcentra metade da
pobreza do Brasil”,enfatizou.
Recursos do BNDES
Médicos ecaminhoneiros
Dr. Hélio (PDT-SP) defendeua aprovação pelo governo
federal de novaclassificação de
procedimentos e honoráriosmédicos para todo o Brasil.
Ele também manifestou seuapoio às reivindicações
feitas pela categoria doscaminhoneiros, tais como,
melhoria nas condições deconservação das estradas;
mais respeito aocaminhoneiro; revisão dos
contratos de concessão dasrodovias; taxas de pedágio
mais justas; cálculo da tarifapara os caminhões feita por
eixo; controle social daspróximas licitações de
concessão no setorrodoviário; e punição,
quando houverdescumprimento das
condições contratuais, alémde atendimento médico para
o caminhoneiro nasestradas.
Fátima Bezerra
Alceste Almeida
“Os 10% mais ricos da população se apropriam de quase50% do total da renda nacional enquanto os 50% maispobres detêm pouco mais de 10% dessa renda”PL
ENÁR
IO
Fátima Bezerra
Brasília, 20 de novembro de 2003
RELATÓRIOSebastião Madeira classificou de extremamente generosos os valoresda cooperação técnica com a Unesco e adiantou que vai continuarinsistindo em suas indagações e no aprofundamento do debate
11
Em audiência pública reali-zada na terça-feira pela Comis-são de Seguridade Social e Fa-mília, o ministro de SegurançaAlimentar e Combate à Fome,José Graziano, garantiu a lega-lidade do acordo de cooperaçãotécnica com a Unesco, no valorde R$ 26,6 milhões, e disse queesse dinheiro está sendo utiliza-do para capacitação e treina-mento do pessoal que trabalhano Programa Fome Zero. Grazia-no informou que o programa es-tará atendendo 3,6 milhões defamílias a partir de dezembro.
Já o Bolsa Família, segundo oministro, está presente em 4.396municípios, atende a 1,15 mi-lhão de famílias e investiuR$ 84,7 milhões. Os programas,que estão sob a direção de Gra-ziano, atendem também quilom-bolas, indígenas e trabalhadores
A Comissão de DireitosHumanos divulgou, naterça-feira, o relatório dasvisitas a terras indígenasrealizadas pelos deputadosOrlando Fantazzini (PT-SP), Pastor Reinaldo (PTB-RS) e César Medeiros (PT-MG). Durante 15 dias, elesestiveram em sete estadose visitaram aldeias dediversas etnias, comoXavantes, Terenas, CintaLarga, Makuxi, Kaingang eXucuru.Entre os problemasdetectados, estão ainvasão de terras indígenaspor fazendeiros egarimpeiros; a máutilização dos recursosrepassados pela Funai; e afalta de fiscalização e deproteção aos índios.Segundo Fantazzini, quecoordenou a caravana, odesrespeito aos índiosdeve-se à falta de umapolítica coerente da Funaie, em alguns casos, àconivência dos governosestaduais e da PolíciaFederal com os produtoresrurais.“É um processo organizadopor setores da sociedade,em alguns estados porprodutores rurais comapoio governamental, emoutros estados porentidades que rivalizam. Ea Funai não tem umapolítica clara para acondução da problemáticaindígena”, disse Fantazzini.A comissão propõe, norelatório, que será enviadoà Presidência daRepública, à Funai, aoSupremo Tribunal Federale ao Congresso Nacional,uma política clara para ahomologação de terrasindígenas, elaborada pelaFunai com a participaçãodas comunidades, e adefinição de recursosorçamentários paraimplementar açõesvoltadas para os índios. Nareunião, foi apresentadoum vídeo das atividades dacaravana, realizado pelaTV Câmara.
Os representantes das con-federações nacionais do Co-mércio (CNC) e da Indústria(CNI) manifestaram apoio aoPL 1.785/03, da deputada Va-nessa Grazziotin (PCdoB-AM),que exclui da responsabilidade so-lidária o sócio minoritário da so-ciedade limitada, permitindo queo pagamento da dívida referenteaos tributos federais e ao INSSseja feito na proporção do capitalsocial que esse sócio detém.
O projeto foi discutido naterça-feira, em audiência públi-ca realizada pela Comissão deEconomia, Indústria e Comér-cio a pedido do relator, deputa-do Fernando de Fabinho (PFL-BA), que informou estar con-cluindo o texto substitutivo que
rurais sem-terra acampados.Modelo de Gestão
A diretora técnica da Unes-co no Brasil, Marlova Noleto,que também participou da au-diência, disse que o objetivo doacordo é implantar um modelode gestão para o Programa Fome
Zero. Graziano esclareceu queo acordo de cooperação dá con-tinuidade ao convênio firmadono governo passado. “Todo otreinamento e capacitação doPrograma Comunidade Solidária,do governo passado, foi feitopela Unesco. Nós continuamos
com um convênio que já exis-tia, e que está sendo exercidocom o maior rigor. A cada seismeses ele é revisado”, disse oministro.
Sem respostaO deputado Sebastião Ma-
deira (PSDB-MA) disse que amaioria das perguntas permane-ceu sem resposta. “Por que, porexemplo, no final do ano, de umorçamento de R$ 1,795 bilhão,somente 16% foram aplicados?”,indagou.
Madeira classificou de “ex-tremamente generosos” os valo-res da cooperação técnica coma Unesco. “Parece-me que quemestimou esses valores não tinhacontato com a realidade”, disseo deputado, adiantando que vaicontinuar insistindo em suas in-dagações e no aprofundamentodesse debate.
pretende apresentar.QuebradeiraO vice-presidente da CNC,
José Roberto Tadros, defendeu oprojeto, argumentando que ele fa-cilita o pagamento das dívidas àPrevidência Social. Tadros afirmounão ser justo que um sócio comapenas 5% do capital, que recebelucros sobre 5%, seja responsávelpor toda a dívida da empresa.
De acordo com o vice-presi-dente da CNC, essa responsabi-lização vem provocando muita“quebradeira” de pequenas em-presas, porque reduz a disposiçãodas pessoas para entrar em soci-edades e, portanto, a capacida-de de capitalização. Como os ju-ros e as condições de financia-mento não são favoráveis, lem-
brou Tadros, as pequenas empre-sas dependem muito dos sócioscomo forma de garantir capital.
Tadros contou o caso de umarquiteto que, ao participar deuma concorrência pública, teve
de vender seus bens para pa-gar a dívida de uma empresafamiliar com a Previdência, pordeter 20% do seu capital. Se-gundo o representante daCNC, “foi uma injustiça”, por-que o verdadeiro responsávelpela empresa inadimplente eraum irmão, dono de 60% do ca-pital da empresa.
O representante da CNI,advogado Sérgio Campinho,disse apoiar o projeto por enten-der que, ao desonerar o sóciominoritário, haverá estímulo àcapitalização das sociedades li-mitadas. Ele ressalvou, no en-tanto, que a proposta deveriaabranger apenas as dívidas pre-videnciárias, deixando de foraaquelas com a Receita Federal.
Graziano fala de acordoentre Fome Zero e Unesco
CNC e CNI querem mudar responsabilidade solidária
Fernando de Fabinho
Graziano (e) explica acordo, observado pelo deputado Roberto Gouveia
Comissão constatainvasões deterras indígenas
GILBERTO NASCIMENTO
CO
MIS
SÃO
Brasília, 20 de novembro de 2003
AGENDA
A pauta completa do plenário e das comissões pode ser consultada no endereço eletrônico www.camara.gov.br
12
SAIBA MAIS
Os presidentes da Câma-ra, João Paulo Cunha, e doSenado, José Sarney, abri-ram, na terça-feira, a expo-sição Obras de Arte - Câma-
ra e Senado, que estará mon-tada até o dia 8 de dezem-bro no Salão Negro do Con-gresso Nacional. A mostrafaz parte das comemoraçõesdos 180 Anos do Poder Legis-
lativo.São 50 quadros - 25 da
João Paulo e Sarney abrem exposiçãoCâmara e 25 do Senado - emtécnicas de óleo sobre tela,aquarela, acrílico, xilogra-vura e litografia de diversosperíodos da história da artebrasileira, que foram adqui-ridos ou doados ao Congres-so Nacional.
A exposição traz obras degrandes artistas como AlfredoVolpi, Iberê Camargo, RubemValentin, Aldemir Martins,Glênio Bianchetti, Marília Ro-
drigues, Rafael Falco e gravu-ras de Fayga Ostrower.
Uma curiosidade é o qua-dro Tiradentes e o Carrasco,de 1951, assinado por Ra-fael Falco. Essa obra fica noplenár io da Comissão deConstituição e Justiça e deR e d a ç ã o d a C â m a r a . Oacervo da Câmara será in-cluído em um catálogo deobras de arte a ser lançadoem breve pela Casa.
Seminário discutiráalternativa energética
na AmazôniaAs potencialidades e alternativas energéticas paraa região amazônica serão debatidas em seminárioa ser realizado hoje no Auditório Nereu Ramos. Oevento pretende diagnosticar os problemas degeração e distribuição de energia nos estadosamazônicos e apresentar sugestões para adefinição de políticas e um novo modelo energéticopara a região.Estarão presentes para os debates o vice-presidenteda República, José Alencar, e representantes doMinistério de Minas e Energia, da Eletronorte, deFurnas, da Agência Nacional de Energia Elétrica(Aneel), da Petrobras, da Eletrobrás, do BNDES edo Ministério Público Federal.O seminário, que será realizado das 9 às 17 horas,está sendo promovido pela Subcomissão deEnergia para a Região Amazônica, e pelascomissões da Amazônia e DesenvolvimentoRegional e de Minas e Energia.
QUINTA-FEIRA – 20/11
PLENÁRIO10 horasSessão solene em homenagem ao Dia Na-cional da Consciência Negra.
COMISSÕES
Turismo e Desporto9h30Apreciação do PL 1.043/03, que dispõesobre os fundamentos e a política doagroturismo ou turismo rural.Local: Plenário 5, Anexo II
Mista de Orçamento10 horasApreciação de relatórios.Local: Plenário 2, Anexo II
CCJR10 horasApreciação do PL 1.273/03, que institui re-gime especial para alteração estatutáriadas associações.Local: Plenário 1, Anexo II
Relações Exteriores10 horasApreciação de mensagens.Local: Plenário 3, Anexo II
Agricultura10 horasAudiência sobre a crise da triticultura brasi-leira. Presença do diretor de Abastecimen-to Agropecuário do Ministério da Agricultu-ra, José Maria dos Anjos.Local: Plenário 6, Anexo II
Ciência e Tecnologia10 horasAudiência sobre o andamento do projeto espa-cial brasileiro. Presença do presidente da Agên-cia Espacial Brasileira, Luiz Bevilacqua.Local: Plenário 13, Anexo II
Defesa do Consumidor10 horasAudiência sobre o licenciamento de operação, orelatório de impacto ambiental e o termo de ajustede conduta da refinaria de petróleo de Manguinhos(RJ) do Grupo Peixoto de Castro. Presença do pre-sidente da refinaria, Arthur Bastos Filho.Local: Plenário 8, Anexo II
Desenvolvimento Urbano10 horasAudiência sobre a Questão Metropolitana noBrasil – Experiências Legislativas eInstitucionais, Desafios de Gestão e de Finan-ciamento. Presença do coordenador do Obser-vatório de Políticas Urbanas e Gestão Munici-pal, Luís César Queiroz.Local: Plenário 14, Anexo II
Segurança Pública10 horasSeminário Polícia Científica: A importância daprova pericial no combate ao crime. Presençado diretor de Perícias Laboratoriais do Institutode Criminalística do DF, Celso Nenevê.Local: Plenário 4, Anexo II
COMISSÃO ESPECIAL
Biossegurança9h30Deliberação de requerimentos.Local: Plenário 12, Anexo II
ESPAÇO CULTURAL17h30Jornada África-Brasil – Dia da Consciência NegraPalestra com o professor da UnB, RafaelAraújo dos Anjos, sobre O Brasil, a África e osTerritórios Remanescentes de Quilombos.
BANCADANordesteCafé da manhã para discutir sobre a ferro-via Transnordestina. Presença do presiden-te da Companhia Ferroviária do Nordeste,Benjamin Steinbruch.Local: Restaurante do Anexo IV
José Sarney e João Paulo apreciam as obras expostas no Salão Negro
LUIZ CRUVINEL