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 · Núncio Antonio Sól GT13 - Deficiência e Políticas Públicas Éverton Luís Pereira Lívia Barbosa Wederson Rufino dos Santos ... Carlos Botazzo GT38

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  • Realizao

    Gesto 2015-2018Presidente

    Gasto Wagner de Souza Campos FCM/UNICAMP

    Vice-presidentesCipriano Maia de Vasconcelos - UFRNEduardo Faerstein - IMS/UERJEli Iola Gurgel Andrade - UFMGElias Rassi Neto - UFGJos Antonio de Freitas Sestelo - Leny Alves Bonfim Trad ISC/UFBAMrio Csar Scheffer - DMP/FMUSPNilton Pereira Junior - UFUPaulo Duarte de Carvalho Amarante ENSP/FIOCRUZPaulo Svio Angeiras de Ges - UFPE

    Conselho DeliberativoAlcides Silva de Miranda - PPG Sade Coletiva/UFRGSAnaclaudia Gastal Fassa - DMS/FM/UFPelEleonora dOrsi - DSC/UFSCElza Machado de Melo - NESCON/UFMGGuilherme Franco Netto - FIOCRUZJos Ivo dos Santos Pedrosa - UFPILeonor Maria Pacheco dos Santos - UnBMaria da Glria Lima Cruz Teixeira - ISC/UFBAMarlia Louvison - FSP/USPRaquel Maria Rigotto UFCE Ronir Raggio Luiz - IESC/UFRJ

    Secretaria ExecutivaCarlos dos Santos Silva - Secretrio ExecutivoThiago Barreto Bacellar Pereira - Secretrio Executivo Adjunto

    Gerente GeralMarco Aurlio Ferreira Pinto

    Gerente FinanceiraCtia Pinheiro de Souza

    Setor de ContabilidadeRozane Landskron Gonalves

    Administrativo/FinanceiroDayane Souza, Andrea de Cssia de Souza, Aline Macario Barzelai Rodrigues e Jorge Luiz Lucas

    Secretaria e Assessoria GeralMaria Ins Genoese e Roberta Nascimento

    AssociadosJanaina Hora e Roberta Nascimento

    ComunicaoVilma Reis CoordenaoBruno Dias

    Abrasco LivrosInez Damasceno Pinheiro Saurin GernciaFidel Pinheiro e Monica da Silva

  • Comisso de Cincias Sociais e Humanas em Sade

    Coordenadora: Tatiana Engel Gerhardt (PPGSC/UFRGS)

    Vice -coordenadores: Maria Helena Mendona (ENSP/Fiocruz); Reni Aparecida Barsaglini (UFMT); e Luis Eduardo Batista Instituto de Sade (IS/SESP)

    Departamento de Medicina Preventiva/FMUSPMarcia Couto Falco (titular)Andr Mota (suplente)

    Escola Nacional de Sade Pblica/FIOCRUZMaria Helena Mendona (titular)Marilene Castilho de S (suplente)

    Faculdade de Cincias Mdicas/Santa Casa de So Paulo

    Patrcia Montanari (titular)Cssio Silveira (suplente)

    Faculdade de Cincias Da Sade/UNBAna Valria Machado Mendona (titular)Miguel ngelo Montagner (suplente)

    Faculdade de Medicina/UFMGElza Machado de Melo (titular)

    Faculdade de Sade Pblica/USPurea Maria Zllner Ianni (titular)

    Instituto de Estudos em Sade Coletiva/UFRJRachel Aisengart Menezes (titular)Neide Emy Kurokawa e Silva (suplente)

    Instituto de Medicina Social/UERJRoseni Pinheiro (titular)Francisco Xavier Guerrero Ortega (suplente)

    Instituto de Sade SESPLuis Eduardo Batista (titular)Marina Ruiz de Matos (suplente)

    Instituto de Sade Coletiva/UFBALeny A. Bomfim Trad (titular)Mnica Nunes Torrent (suplente)

    Instituto de Sade Coletiva/UFMTReni Aparecida Barsaglini (titular)Silvia Gugelmin (suplente)

    Programa de Ps-Graduao em Epidemiologia/ UFRGS

    Daniela Riva Knauth (titular)

    Programa de Ps-Graduao em Sade Coletiva/ UFRGS

    Tatiana Engel Gerhardt (titular)Jos Geraldo Soares Damico (suplente)

    Universidade Catlica de SantosSilvia Viodres (Titular)Rosa Maria Ferreiro Pinto (suplente)

    Universidade Estadual do CearAndrea Caprara (titular)Mara Salete Bessa Jorge (suplente)

    Universidade Estadual de CampinasNelson Filice (titular)Juliana Luporini Nacimento (suplente)

    Universidade de FortalezaRosendo Freitas de Amorim (titular)Ftima Luna Pinheiro Landim (suplente)

    Universidade do Vale dos SinosLaura Ceclia Lpez (titular)Tonantzin Ribeiro Gonalves (suplente)

    Universidade Federal do CearMaria Lcia Magalhes Bosi (titular)Ricardo Jos Soares Pontes (suplente)

    Universidade Federal do Estado de So PauloDenise Martin Coviello (titular)

  • Comisso Organizadora e Comisso Cientfica

    Comisso Organizadora NacionalTatiana Engel Gerhardt - Presidente do CongressoElza MelloLeny Alves Bomfim TradLuis Eduardo BatistaMaria Helena Magalhes de MendonaMnica NunesPedro CruzReni BarsagliniRoseni Pinheiro

    Comisso CientficaAna Valria M. MendonaAndr MotaAndrea CapraraAurea IanniDenise Martin CovielloElza MelloJos DamicoLeny Alves Bomfim TradLuis Eduardo BatistaMrcia CoutoMaria Helena Magalhes de MendonaMaria Lcia BosiMaria Salete Bessa JorgeMarilene de Castilho SMarta Gislene PignatiMiguel MontagnerMnica NunesNeide Emy Kurokawa e SilvaNelson Filice de BarrosPatrcia Martins MontanariPedro CruzRachel Aisengart MenezesReni BarsagliniRoseni PinheiroSilvia ngela GugelminSilvia Regina Viodres InoueTatiana Engel GerhardtTonantzin Ribeiro Gonalves

    Comisso Organizadora LocalReni Barsaglini - CoordenadoraAlessandra Stefan PottratzAna Paula MuraroBenedito Dilcio MoreiraEmilia Carvalho Leito BiatoGisela Soares BrunkenJosied M. CunhaLaura Filomena ArajoLeonor Cristina Alves PereiraLuis Henrique da Costa LeoMaria Clara WeissMaria Salete RibeiroMarta Gislene PignatiNeuci Cunha dos SantosNina Rosa Ferreira SoaresRegina Paula de Oliveira Amorim CostaRosa Lcia Rocha RibeiroSilvia ngela GugelminSimone Carvalho CharbelSuely Correa de Oliveira

    Comisso de Atividades CulturaisAlba Regina Silva MedeirosFabrcio CarvalhoFernanda FicagnaGisela Soares BrunkenLuiz Gustavo de Souza de Lima JuniorMrcia Bomfim de ArrudaNeuza Cristina Gomes da Costa

  • Coordenadores de GT

    GT1 - Etnografias da/na sade: experincias, aportes e dilemas

    Rosamaria CarneiroEunice NakamuraSilvia Guimaraes

    GT3 - Justia e transformao social na rea da sadeMichelle Cecille Bandeira TeixeiraCristiane Maria Amorim Costa

    GT4 - Direito humano sadeFelipe AsensiRoseni PinheiroJuliana Lofego

    GT5 - Sade nas Prises: abordagens qualitativasMartinho Braga Batista e SilvaCristiane Paulin SimonMariana de Medeiros e Albuquerque Barcinski

    GT6 - Racionalidades Mdicas e Prticas Integrativas e Complementares

    Nelson Filice de BarrosCharles D. TesserMadel Luz

    GT8 - Cincias Sociais e Humanas em sade e os adoecimentos de longa durao

    Ana Maria CanesquiReni Aparecida BarsagliniLucas Pereira de Melo

    GT9 - Prticas Integrativas de Sade, Promoo e Modo de Vida Saudvel

    Priscila Nardes PauseSolanyara Maria da SilvaAna Paula Faria

    GT10 - O pensamento crtico e a educao emancipatria na formAO dos trabalhadores de sade mediada pelas Tecnologias Digitais de Informao e Comunicao (TDIC)

    Lucia Maria Dupret Vassallo do Amaral BaptistaTatiana Wargas Faria BaptistaMilta Neide Freire Barron Torrez

    GT12 - Anlise Institucional e Sade ColetivaSolange LAbbateLuciane Maria PezzatoNncio Antonio Sl

    GT13 - Deficincia e Polticas Pblicasverton Lus PereiraLvia BarbosaWederson Rufino dos Santos

    GT14 - Polticas, Subjetividades e DST/HIV/AIDSIvia MaksudLus Felipe Rios NascimentoClaudia Mercedes Mora Crdenas

    GT16 - Polticas do corpo e do cuidado: corporeidade, diversidade sociocultural e as prticas de sade

    Edemilson Antunes de CamposMaria Marce MolianiLore Fortes

    GT17 - Itinerrios Teraputicos nas mltiplas dimenses e os desafios para a integralidade em sade

    Yeimi Alexandra Alzate LpezTatiana Engel GerhardtFran Demtrio

    GT18 - Sade Coletiva e Direitos HumanosMiriam Ventura da SilvaJos Ricardo de Carvalho Mesquita AiresVeriano Terto Jnior

    GT19 - Concepes sobre o social e sua incorporao nas polticas sociais e de sade hoje

    Lenaura de Vasconcelos Costa LobatoMonica de Castro Maia SennaLuciene Burlandy

    GT21 Internet e SadeAndre Pereira NetoAna Valria Machado MendonaCristianne Famer Rocha

    GT23 - Ateno bsica e os desafios tico-polticos para intervenes emancipadoras

    Carlos Roberto de castro e SilvaEdna Peters KahhaleMirian Ribeiro Conceio

    GT25 - Sade e MdiaJanine Miranda CardosoAdauto EmmerichWedencley Alves Santana

    GT26 - Lugares, perspectivas e saberes: dialogando entre prticas emancipatrias em sade

    Leonardo Fabiano Sousa MalcherLcia Cristina Cavalcante da SilvaRosiane Costa de Souza

    GT27 - Cincias Humanas e Sociais em Alimentao, Nutrio e Sade

    Shirley Donizete PradoMaria Claudia da Veiga Soares CarvalhoMaria Lucia Magalhes Bosi

    GT28 - Sade, Produo e TrabalhoJandira Maciel da SilvaLetcia Coelho da Costa NobreGeordeci Menezes de Souza

    GT30 - Educao Popular na Formao em SadePedro Jos Santos Carneiro CruzVera DantasRenata Pekelman

    GT31 - Saberes, sabedorias e prticas populares de sade: pesquisa e construo compartilhada de conhecimentos

    Helena Maria Scherlowski Leal DavidSnia Acioli de OliveiraJos Ivo Pedrosa

    GT33 - Sade da Populao NegraEstela Maria Garcia Pinto da CunhaPaulo Alberto Santos VieiraJos Marmo da Silva

  • GT34 - tica, Sade, Trabalho e Ambiente no agronegcioLus Henrique da Costa LeoDeise Lisboa RiquinhoLia Geraldo

    GT35 - Democracia, alteridade e liberdade: novas perspectivas em Sade Mental

    Mnica de Oliveira Nunes de TorrentPaulo AmaranteIzabel Friche Passos

    GT36 - Ensino, Servio e Comunidade: o agir em sade de forma integrada e compartilhada

    Luiz Antonio de Castro SantosLina FariaWaneska Alves

    GT37 - Narrativas de prticas de pesquisa qualitativa no campo da Sade Bucal Coletiva

    Cristine WarmlingElizabethe Fagundes de SouzaCarlos Botazzo

    GT38 - Ampliando LinguagensMnica de Oliveira Nunes de TorrentRoseni PinheiroTatiana Engel Gerhardt

    GT39 - Modos de Vida, Violncia Estrutural, Interculturalidade e Cuidado em Sade: Minorias tnico-Raciais e Grupos Vulnerveis

    Regina Yoshie MatsueSilvia Angela GugelminLeny Alves Bomfim Trad

    GT40 - Desafios para uma Nova Epistemologia Social: Marcadores Sociais da Diferena, Formao em Sade e Arenas Transepistmicas Ampliadas

    Cristiane Gonalves da SilvaElaine Rabello

    GT41 - Gnero, Sexualidade, Aborto: Ativismos e Desafios tico-Poltico

    Cristiane CabralMario Felipe de Lima Carvalho

    Avaliadores dos resumos

    Adauto EmmerichAdriana Kelly SantosAdriana Lenho de Figueiredo PereiraAdriana VellosoAidecivaldo Fernandes de JesusAlba Lucia Castelo BrancoAlejandro GoldbergAlexandre Barbosa PereiraAlexandre CostaAlexandre Dias Porto Chiavegatto FilhoAlfredo Oliveira NetoAline do Monte GurgelAline Guio CavacaAline Tonheiro PalmeiraAloir PaciniAluisio Gomes da Silva JuniorAmbela Avelar CordeiroAna Anglica RochaAna Carolina FonsecaAna CatribAna CostaAna Elisa Madalena RinaldiAna Eliza Port LourenoAna Flvia Pires dOliveiraAna Gretel Echaz BschemeierAna Kalliny de Sousa SeveroAna Keila Mosca PineziAna Lucia AbrahoAna Lusa Petersen CogoAna M B BockAna Maria AuelrAna Maria CanesquiAna Paula MuraroAna Paula Scheffer Schell da SilvaAna Rita de PaulaAndhressa Araujo FagundesAndr Luis de Oliveira Mendona

    Andrea CapraraAndra Fachel LealAndrea JurdiAndrea Lizabeth Costa GomesAndra Neiva da SilvaAndrea SilveiraAnete Arajo de SousaAngel Martinez HernaezAnna Karynne MeloAnne DamsioAntonia Angulo-TuestaAntonia Nubia OliveiraAntnio Pithon CyrinoAntnio ThomazAri Ghiggi JuniorAugustin de TugnyAureliano LopesBernard LarouzBethania AssyCamila GonaloCamila JapurCamilo Darsie de SouzaCarla Aparecida SpagnolCarla Cilene SilvaCarla Frana ArajoCarla GuedesCarlos BotazzoCarlos Dimas Martins RibeiroCarlos Eduardo SiqueiraCarlos Guilherme do ValleCarlos Roberto de Castro e SilvaCarmen Hein de CamposCarolina BrancoCarolina Luisa Alves BarbieriCssia Maria Carraco PalosCssio SilveiraCeres Gomes da Silva

    Charles Dalcanale TesserCinira Magali FortunaClarice MotaClarice RiosClarissa Terenzi SeixasClaudia Carneiro da CunhaClaudia CunhaClaudia MascarenhasClaudia MoraClaudio Luis de Camargo PenteadoCristian Fabiano GuimaresCristiane BrandoCristiane Gonalves da SilvaCristiane Maria Amorim CostaCristiane Marques SeixasCristiani Vieira MachadoCristina AmazonasCristina CamaraCristina DiasCristina StrauszCristine GabrielDailton Alencar de LacerdaDaniel AvelinoDaniela Barsotti SantosDaniela CastilhoDaniela MurtaDario Frederico PascheDeisy de Freitas Lima VenturaDenise CoutinhoDenise MartinDina CzeresniaEdemilson Antunes de CamposEdna Maria ArajoEdna Peters kahhaleEdnalva M NevesEduardao ValEduardo Alves Melo

  • Eduardo Jorge Sant Ana HonoratoEliana DiehlEliana MarcolinoEliana Miura ZucchiEliane Garcia RezendeEliane Portes VargasElida HenningtonElisa Beatriz Braga Dell Orto van EykenElisabete Franco CruzElisete CasottiElizabeth DiasElizabeth Rose Costa MartinsElizabethe C.Fagundes de SouzaEliziane Nicolodi Francescato RuizEliziane RuisEmilia Carvalho Leitao BiatoErica QuinagliaErika DitizEstela Marcia Saraiva CamposEunice NakamuraEvnia SeverianoEverton PereiraEwerton AiresFabiana Bom KraemerFabiana Schneider PiresFabiane SimioniFabiano Tonaco BorgesFabiene GamaFabio HebertFbio OliveiraFatima MenezesFelipe Dutra AsensiFelipe MachadoFernanda Baeza ScagliusiFernanda Bittencourt RibeiroFernanda LopesFernanda PenaforteFernanda Ribeiro PUC-RSFernando AithFlvia CamposFlvia SquincaFlvia TeixeiraFlavio EdlerFlorncio Mariano da Costa JniorFrances Valeria Costa e SilvaFrancini GuizardiFrancisco de Assis Guedes de VasconcelosFrancisco Romo FerreiraFrancisco VianaFrederico Viana MachadoGabriel SchutzGabriela Bittencourt Gonzalez MoseguiGabriela LamegoGabriela MietoGardenia AbreuGeison Vasconcelos LiraGermana Fernandes BarataGildeci Alves de LiraGilza Sandre-PereiraGlucila LelisGraziele TagliamentoGuilherme Arantes MelloGustavo VenturiHelen Gonalves

    Hlne LaperrireHeleno CorreaHugo Ferrari CardosoId GurgelIgor SacramentoIns BomfimInesita Soares AraujoIris Moraes ArajoIsabel CruzIsabel LamarcaIsabel LimaIsaltina GomesIslndia Maria Carvalho de SousaIvan Frana JuniorIvia MaksudIzabel Friche PassosJacqueline de Souza GomesJairnilson PaimJanana PenalvaJandira MacielJanine CardosoJaqueline CaracasJaqueline FerreiraJaqueline Santos de Andrade MartinsJarbas Ribeiro de OliveiraJarbas Ricardo Almeida CunhaJeane Saskya Campos TavaresJeni VaitsmanJoo Leite Ferreira NetoJorge IriartJorge Luiz de Souza RiscadoJorge Otvio Maia BarretoJos Augusto Leandro UEPGJose Carlos LeiteJos Francisco de Melo NetoJos Mendes RibeiroJos Miguel RasiaJos Ricardo AyresJos Ricardo CunhaJuciano LacerdaJuliana LofegoJuliana Oliveira Gomes-ValrioJlio Alberto Wong UnJlio Csar BorgesJulio Cesar SchweickardJnia Marise Matos de SouzaKtia LernerKtia RibeiroKtia Yumi UchimuraKelly Cristina do NascimentoKrley Braga Pereira Bento CasarilKsia PazKleber MendonaLarissa WollzLaua F. MacruzLaura MattarLaura MurrayLeandro Feitosa AndradeLeila JeolsLlia Cpua NunesLenita Lorena ClaroLeny Alves Bonfim TradLeticia Coelho da Costa NobreLia Thieme Oikawa ZangirolaniLgia Giovanella

    Lilia Blima SchraiberLilian KoifmanLlian Perdigo Caixeta ReisLiliane BittencourtLina FariaLore FortesLucas P. MeloLucia Cardoso MouroLuciana de Cssia CardosoLuciana Dias LimaLuciana Narciso da Silva CampanyLuciana PazLuciane da Costa MosLuciane M. PezzatoLuciane Marques de AraujoLuis Antonio Bogo ChiesLus Augusto Vasconcelos da SilvaLus Felipe Kojima HiranoLuis Henrique da Costo LeoLuiz Felipe ZagoLuiz Fernando Dias DuarteLuiza GarneloLuziana OliveiraMadel Therezinha LuzMagda Guimares de Arajo FariaMara Regina Rosa RibeiroMarcelo Eduardo Pfeiffer CastellanosMarcelo VieiraMrcia GrisottiMarcia Regina CubasMarcia Silva de OliveiraMrcia Tavares MachadoMarcio BrottoMarco AkermanMarco Antnio Dias da SilvaMarco Antonio SeparavichMarco Jos Oliveira DuarteMarcos Antonio Albuquerque de SennaMarcos Aurlio MacedoMarcos GarciaMarcos NascimentoMarcos PellegriniMarcos Pereira RufinoMaria Anglica MedeirosMaria Carolina Ortiz WhitakerMaria Clia DelduqueMaria da Graa Garcia AndradeMaria da Graa Marchina GonalvesMaria da Purificao N. ArajoMaria Fernanda FrutuosoMaria Gabriela Curubeto GodoyMaria Helena LenardtMaria Helena MendonaMaria Inez MontagnerMaria Juliana Moura CorraMaria Ligia Rangel SantosMaria Lucia FrizonMaria Marta Amancio AmorimMaria Paula do Amaral ZaituneMaria Rocineide Ferreira e SilvaMaria Waldenez OliveriaMariana CostaMariana NasserMarie Jane Soares CarvalhoMarilene Cabral do Nascimento

  • Marilene de Castilho SMarilise MesquitaMario Felipe de Lima CarvalhoMarisete HoffmannMarla Fernanda KuhnMarta Maria Antonieta de Souza SantosMarta PignattiMartha Helena Teixeira de SouzaMartinho SilvaMaurice de TorrentMaurcio GarciaMaurcio LeiteMercedes NetoMicheli Dantas SoaresMicheli SoaresMichelle Cecille Bandeira TeixeiraMichelle MedeirosMiriam StruchinerMiriam VenturaMirian BaioMnica AbdalaMnica Angelim Gomes de LimaMnica de AssisMnica de Oliveira Nunes de TorrentMnica de RezendeMonica FranchMonica MaltaMnica Vilella GouvaMuna OdehMurilo Mariano VilaaMurilo Peixoto da MotaNadia HeusiNadia MeinerzNadja MurtaNair Lumi YoshinoNeide SilvaNelmires Ferreira da SilvaNncio A.A. SolOctavio BonetOsmundo PinhoPablo Francisco di LeoPamela BlockPmela SiegelPatricia BarretoPatrcia ConstantinoPatrcia RezendePatty Fidelis de AlmeidaPaula FurlanPaulette Cavalcanti de AlbuquerquePaulo Henrique Almeida RodriguesPaulo LeivasPaulo Sergio DelgadoPedro NascimentoPedro Paulo Gomes PereiraPriscila Nardes PauseRafael AroucaRafael PatignoRafaela ZorzanelliRafaella Eloy de NovaesRaimunda Magalhes SilvaRaquel SiqueiraRaquel SouzasRegia Cristina OliveiraRegina FaccchiniRegina Helena Simes Barbosa

    Regina Yoshie MatsueReni BarsagliniRicardo de Mattos Russo RafaelRicardo Ferreira FreitasRita FariasRoberta Alvarenga ReisRoberta GregoliRobson Fonseca NevesRodrigo ArantesRodrigo Sanches PeresRodrigo SilveiraRomilda de Souza LimaRosa CandidaRosa Maria da RochaRosa Maria Monteiro LpezRosa OliveiraRosa Wanda Diez GarciaRosamaria CarneiroRosana ArantesRosana MachinRosana MaffacciolliRosana MagalhesRose Mary Quint SilochiRosely MagalhesRosemary SeguradoRosendo AmorimRoseney BellatoRoseni PinheiroRosilda MendesRozeli PortoSandra BrignolSandra CaponiSandra Maciel LimaSandra ValongueiroSara Mota Borges BottinoSaulo Luders FernandesSemramis Martins lvares DomeneSrgio Luis CarraraSheila Rubia LindnerShirley Donizete PradoSilvia AguioSlvia GuimaresSilvia Regina Viodres InoueSilvia TedescoSimone vilaSimone Mainieri PaulonSimone MonteiroSimone OliveiraSolange LabbateSolanyara Maria da SilvaSonia Marinho de SouzaSonia Regina LourenoSoraya FleischerStella Maris Malpici LunaSuely DeslandesSuely MarinhoSusanne Pinheiro Costa e SilvaSuze SantAnnaSylvia Helena BatistaTnia Christiane Ferreira BispoTarcisio Marcio Magalhaes PinheiroTatiana Coelho LopesTatiana de Andarde BarbariniTatiana Engel GerhardtTatiana Liono

    Tatiana VargasTeresa Vital de SousaTereza Cristina Cavalcanti Ferreira de AraujoTonantzin GonalvesTulio FrancoValria Melki BusinVanessa RangelVania BustamanteVera Ceclia FrossardVera FrossardVera Lucia DantasVera Maria Ribeiro NogueiraVera PepeVilma C. F. SantosVilma Diuana de CastroVilma SantanaVirginia MachadoWaleska de Arajo AurelianoWanderlei PignatiWaneska AlvesWedencley Alves SantanaWederson SantosWilma Madeira da SilvaWilsa RamosWilson BorgesWilza VilellaXimena Pamela Diaz BermudezYara Nogueira MonteiroYemi Alzate Lopez

    DESIGN E EDITORAO: Carlota Rios/ Cena Tropical Comunicaes

    LOGOMARCA DO CONGRESSO: Carlota Rios / Cena Tropical Comunicaes Inspirada em foto de Mike Bueno

  • Sumrio

    SEO I COMUNICAO ORAL 13

    GT1 - Etnografias da/na sade: experincias, aportes e dilemas

    Relatos de Pesquisas 14Relatos de Experincias 20

    GT3 - Justia e transformao social na rea da sade

    Relatos de Pesquisas 21Relatos de Experincias 29

    GT4 - Direito humano sadeRelatos de Pesquisas 31Relatos de Experincias 38

    GT5 - Sade nas Prises: abordagens qualitativasRelatos de Pesquisas 39Relatos de Experincias 42

    GT6 - Racionalidades Mdicas e Prticas Integrativas e Complementares

    Relatos de Pesquisas 44Relatos de Experincias 48

    GT8 - Cincias Sociais e Humanas em sade e os adoecimentos de longa durao

    Relatos de Pesquisas 49Relatos de Experincias 58

    GT9 - Prticas Integrativas de Sade, Promoo e Modo de Vida Saudvel

    Relatos de Pesquisas 59Relatos de Experincias 61

    GT10 - O pensamento crtico e a educao emancipatria na formAO dos trabalhadores de sade mediada pelas Tecnologias Digitais de Informao e Comunicao (TDIC)

    Relatos de Pesquisas 62Relatos de Experincias 64

    GT12 - Anlise Institucional e Sade ColetivaRelatos de Pesquisas 74Relatos de Experincias 80

    GT13 - Deficincia e Polticas PblicasRelatos de Pesquisas 83Relatos de Experincias 90

    GT14 - Polticas, Subjetividades e DST/HIV/AIDSRelatos de Pesquisas 91Relatos de Experincias 96

    GT16 - Polticas do corpo e do cuidado: corporeidade, diversidade sociocultural e as prticas de sade

    Relatos de Pesquisas 99Relatos de Experincias 103

    GT17 - Itinerrios Teraputicos nas mltiplas dimenses e os desafios para a integralidade em sade

    Relatos de Pesquisas 105

    GT18 - Sade Coletiva e Direitos HumanosRelatos de Pesquisas 108

    GT19 - Concepes sobre o social e sua incorporao nas polticas sociais e de sade hoje

    Relatos de Pesquisas 117

    GT21 Internet e SadeRelatos de Pesquisas 121Relatos de Experincias 124

    GT23 - Ateno bsica e os desafios tico-polticos para intervenes emancipadorasCarlos Roberto de castro e Silva

    Relatos de Pesquisas 125Relatos de Experincias 136

    GT25 - Sade e MdiaRelatos de Pesquisas 138Relatos de Experincias 146

    GT26 - Lugares, perspectivas e saberes: dialogando entre prticas emancipatrias em sade

    Relatos de Pesquisas 147Relatos de Experincias 153

    GT27 - Cincias Humanas e Sociais em Alimentao, Nutrio e Sade

    Relatos de Pesquisas 155Relatos de Experincias 167

    GT28 - Sade, Produo e TrabalhoRelatos de Pesquisas 170Relatos de Experincias 177

    GT30 - Educao Popular na Formao em SadeRelatos de Pesquisas 179Relatos de Experincias 185

    GT31 - Saberes, sabedorias e prticas populares de sade: pesquisa e construo compartilhada de conhecimentos

    Relatos de Pesquisas 189Relatos de Experincias 194

    GT33 - Sade da Populao NegraRelatos de Pesquisas 195Relatos de Experincias 204

    GT34 - tica, Sade, Trabalho e Ambiente no a gronegcio

    Relatos de Pesquisas 206Relatos de Experincias 212

  • GT35 - Democracia, alteridade e liberdade: novas perspectivas em Sade Mental

    Relatos de Pesquisas 212Relatos de Experincias 219

    GT36 - Ensino, Servio e Comunidade: o agir em sade de forma integrada e compartilhada

    Relatos de Pesquisas 221Relatos de Experincias 223

    GT37 - Narrativas de prticas de pesquisa qualitativa no campo da Sade Bucal Coletiva

    Relatos de Pesquisas 234

    GT39 - Modos de Vida, Violncia Estrutural, Interculturalidade e Cuidado em Sade: Minorias tnico-Raciais e Grupos Vulnerveis

    Relatos de Pesquisas 241Relatos de Experincias 253

    GT40 - Desafios para uma Nova Epistemologia Social: Marcadores Sociais da Diferena, Formao em Sade e Arenas Transepistmicas Ampliadas

    Relatos de Pesquisas 255Relatos de Experincias 261

    GT41 - Gnero, Sexualidade, Aborto: Ativismos e Desafios tico-Poltico

    Relatos de Pesquisas 262Relatos de Experincias 270

    SEO II COMUNICAO BREVE 273

    GT1 - Etnografias da/na sade: experincias, aportes e dilemas

    Relatos de Pesquisas 274

    GT3 - Justia e transformao social na rea da sadeRelatos de Pesquisas 279

    GT4 - Direito humano sadeRelatos de Pesquisas 282Relatos de Experincias 289

    GT5 - Sade nas Prises: abordagens qualitativasRelatos de Pesquisas 290Relatos de Experincias 291

    GT6 - Racionalidades Mdicas e Prticas Integrativas e Complementares

    Relatos de Pesquisas 292

    GT8 - Cincias Sociais e Humanas em sade e os adoecimentos de longa durao

    Relatos de Pesquisas 294Relatos de Experincias 299

    GT9 - Prticas Integrativas de Sade, Promoo e Modo de Vida Saudvel

    Relatos de Pesquisas 301Relatos de Experincias 302

    GT10 - O pensamento crtico e a educao emancipatria na formAO dos trabalhadores de sade mediada pelas Tecnologias Digitais de Informao e Comunicao (TDIC)

    Relatos de Pesquisas 303Relatos de Experincias 305

    GT12 - Anlise Institucional e Sade ColetivaRelatos de Pesquisas 308Relatos de Experincias 320

    GT13 - Deficincia e Polticas PblicasRelatos de Pesquisas 325Relatos de Experincias 329

    GT14 - Polticas, Subjetividades e DST/HIV/AIDSRelatos de Pesquisas 332Relatos de Experincias 338

    GT16 - Polticas do corpo e do cuidado: corporeidade, diversidade sociocultural e as prticas de sade

    Relatos de Pesquisas 338Relatos de Experincias 344

    GT17 - Itinerrios Teraputicos nas mltiplas dimenses e os desafios para a integralidade em sade

    Relatos de Pesquisas 344Relatos de Experincias 349

    GT18 - Sade Coletiva e Direitos HumanosRelatos de Pesquisas 350Relatos de Experincias 353

    GT19 - Concepes sobre o social e sua incorporao nas polticas sociais e de sade hoje

    Relatos de Pesquisas 356

    GT21 Internet e SadeRelatos de Pesquisas 361Relatos de Experincias 367

    GT23 - Ateno bsica e os desafios tico-polticos para intervenes emancipadorasCarlos Roberto de castro e Silva

    Relatos de Pesquisas 369

    GT25 - Sade e MdiaRelatos de Pesquisas 381Relatos de Experincias 385

    GT26 - Lugares, perspectivas e saberes: dialogando entre prticas emancipatrias em sade

    Relatos de Pesquisas 385Relatos de Experincias 389

    GT27 - Cincias Humanas e Sociais em Alimentao, Nutrio e Sade

    Relatos de Pesquisas 391Relatos de Experincias 396

    GT28 - Sade, Produo e TrabalhoRelatos de Pesquisas 401Relatos de Experincias 417

  • GT30 - Educao Popular na Formao em SadeRelatos de Experincias 422

    GT31 - Saberes, sabedorias e prticas populares de sade: pesquisa e construo compartilhada de conhecimentos

    Relatos de Pesquisas 427Relatos de Experincias 428

    GT33 - Sade da Populao NegraRelatos de Pesquisas 430

    GT34 - tica, Sade, Trabalho e Ambiente no agronegcio

    Relatos de Pesquisas 433Relatos de Experincias 436

    GT35 - Democracia, alteridade e liberdade: novas perspectivas em Sade Mental

    Relatos de Pesquisas 437Relatos de Experincias 442

    GT36 - Ensino, Servio e Comunidade: o agir em sade de forma integrada e compartilhada

    Relatos de Pesquisas 445Relatos de Experincias 455

    GT37 - Narrativas de prticas de pesquisa qualitativa no campo da Sade Bucal Coletiva

    Relatos de Pesquisas 473

    GT39 - Modos de Vida, Violncia Estrutural, Interculturalidade e Cuidado em Sade: Minorias tnico-Raciais e Grupos Vulnerveis

    Relatos de Pesquisas 475Relatos de Experincias 483

    GT40 - Desafios para uma Nova Epistemologia Social: Marcadores Sociais da Diferena, Formao em Sade e Arenas Transepistmicas Ampliadas

    Relatos de Pesquisas 485Relatos de Experincias 491

    GT41 - Gnero, Sexualidade, Aborto: Ativismos e Desafios tico-Poltico

    Relatos de Pesquisas 493

    SEO III AMPLIANDO LINGUAGENS 499

  • 14 7 Congresso Brasileiro de Cincias Sociais e Humanas em SadeANAIS

    GT1 - Relatos de Pesquisas

    11754 - HOSPITAL NO, PELO AMOR!: ETNOGRAFANDO PROCESSOS DE DESOSPITALIZAO

    APRESENTAO/INTRODUO A melhoria da qualidade de vida e das respostas da biomedicina nos fez viver mais tempo que as geraes de nossos avs. O envelhecimento do nosso corpo propicia a instalao de doenas crnicas que geram perdas econmicas mundiais na ordem dos bilhes de dlares assim como o gasto em sade. Os hospitais e as prticas desenvolvidas nas suas entranhas so de longe a tecnologia mais cara do setor sade. Umas das respostas sanitrias est baseada nos processos de desospitalizao. OBJETIVOS Responder pergunta: Como fazer desospitalizao em hospital geral? METODOLOGIA Trata-se de estudo exploratrio em documentos pblicos (acadmicos, oficiais e operacionais) utilizando-se a anlise documental clssica e em documentos privados (memrias e lembranas do pesquisador) utilizando-se alguns procedimentos da etnografia. DISCUSSO E RESULTADOS Atravs das anlises dos documentos acadmicos descobriu-se que a utilizao da desospitalizao como forma de racionalizao dos recursos do hospital data desde o final da II Guerra Mundial. Dos documentos oficiais compreendeu-se que para o SUS esse processo visa garantir a alta responsvel dos pacientes do hospital. Dos documentos operacionais, foi possvel depreender que o processo de desospitalizao composto de macroprocessos que objetivam a incluso da famlia, o treinamento do cuidador familiar e a organizao de rede de ateno sade. Com as memrias e lembranas foi possvel identificarmos a construo do campo pela perspectiva historiogrfica da Equipe de Apoio Desospitalizao e Educao em Sade (EADES) do Hospital Federal de Bonsucesso e a construo do objeto de pesquisa pela perspectiva participante do pesquisador nos campos e com os artefatos. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS possvel afirmar que a desospitalizao em hospital geral se d de mltiplas maneiras e que todas elas nos direcionam a ampliar nosso olhar sobre os sujeitos. Mesmo que se tenha conseguido reunir um nmero significativo de informaes sugestivas sobre o seu modus operandi cabem ainda muitos outros estudos sobre o tema pois, antes de tudo, desospitalizao ainda continua sendo um tema pouco explorado em pesquisas acadmicas.

    AUTORES: Luciano Teixeira Rocha;

    11080 - A CARTOETNOGRAFIA ENQUANTO PROPOSTA TERICO-METODOLGICA: REFLEXES INICIAIS ACERCA DE SUAS POSSIBILIDADES E LIMITES NAS CINCIAS SOCIAIS EM SADE

    APRESENTAO/INTRODUO As abordagens cartogrfica e etnogrfica tm se mostrado de grande valia no mbito dos estudos das cincias sociais em sade (FERIGATO; CARVALHO, 2011; NUNES, 2013). Trazendo semelhanas em diversos aspectos, como a valorizao da experincia e o questionamento da pretensa neutralidade cientfica, as duas vertentes mostram-se

    potencialmente conjugveis a fim de enriquecer investigaes voltadas para processos socioexistenciais. Nesse sentido, Portugal e Nunes (2015) vm propor a cartoetnografia como uma nova possibilidade terico-metodolgica para pensar os estudos sobre a aflio e a experincia de adoecimento. OBJETIVOS Nosso trabalho visa a apresentar os aspectos terico-conceituais concernentes abordagem cartoetnogrfica e discutir sua aplicabilidade enquanto metodologia, tomando como base a pesquisa de tese da primeira autora sobre processos de desinstitucionalizao em sade mental perpetrados por adeptos do candombl em Salvador, Bahia. Pretendemos ainda discutir as possibilidades e limites dessa abordagem no campo das cincias sociais em sade. METODOLOGIA A elaborao da abordagem cartoetnogrfica parte de uma reviso bibliogrfica acerca das metodologias cartogrfica e etnogrfica, destacando autores como Bruno Latour, Annemarie Mol, Tim Ingold, Lauren Berlant, Suely Rolnik, Deleuze e Guattari, entre outros. J em seu modus operandi, a metodologia funda-se em uma triangulao metodolgica baseada na realizao de entrevistas no-estruturadas e observao participante nos moldes etnogrficos nos espaos da vida cotidiana dos atores que se propuseram a participar do estudo. A anlise de dados compreende dois movimentos que se entrecruzam: o primeiro envolve uma anlise inicial do material emprico a partir de categorias ticas construdas a partir dos objetivos da pesquisa e dos conceitos de atuao (MOL, 2002) e modos de existncia (LATOUR, 2013) e em um segundo movimento, a anlise compartilhada em reunies com os participantes e colegas do grupo de pesquisa. DISCUSSO E RESULTADOS Para os fins desse trabalho, reiteramos que a cartoetnografia uma metodologia que transita entre o global e o local, subvertendo a mal fadada oposio entre agncia e estrutura.O caminhar-conjunto com os participantes faz com que esse qurum esteja permanentemente aberto e com engajamento variante no curso do processo, o que permite acessar a fluidez das relaes em curso nos circuitos institucionais e no mbito da vida privada (que se confundem e interpem frequentemente). Em nosso caso especfico, percebemos que o trnsito entre os settings religioso, familiar e dos servios formais de sade alinhavado por outras formas de pertencimento e engajamento no mundo, mesmo nos casos em que essa elaborao cotidiana d-se de forma muito frgil e problemtica. Alm disso, observamos que tomar aquele que se props a participar como orientador do processo influencia diretamente o curso do empoderamento e o incremento das relaes de alteridade, o que faz do pesquisador uma espcie de novo elemento que ajuda a pr em questo as relaes sociais e pessoais em curso e ajuda em um processo de autorreflexo acerca deste, o que pode levar construo de novas possibilidades de atuao. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS Podemos concluir que a cartoetnografia aparece como uma espcie de hbrido que permite, sem negligenciar a dimenso simblica, abordar questes pertinentes ao processo sade-doena em contextos socioculturais particulares quando aspectos relativos singularidade so de fundamental importncia para os objetivos do estudo a se realizar. No nosso caso, a conjugao entre a vida religiosa afro-brasileira e a trajetria de desinstitucionalizao em sade mental mostra-se um campo frtil para esse tipo de abordagem, j que a densidade desses microterritrios na elaborao dos territrios existenciais em questo exige pensar a partir da fruio das afeces, dando visibilidade construo dessa experincia por meio das prticas que lhe do forma. Emerge, portanto, como uma interessante ferramenta, pois permite acessar os aspectos mais mpares e idiossincrticos da experincia (singular e compartilhada) dos atores, sobretudo daqueles em situao de vulnerabilidade e excluso social.

    AUTORES: Clarice Moreira Portugal; Mnica de Oliveira Nunes de Torrent;

    GT1 - Etnografias da/na sade: experincias, aportes e dilemas

  • 15ANAISSeo I - Comunicao Oral

    10788 - DEVOLUO DOS DADOS AOS SERVIOS DE ATENDIMENTO DE USURIOS DE DROGAS NO RIO GRANDE DO SUL A PARTIR DE UMA PESQUISA ANTROPOLGICA

    APRESENTAO/INTRODUO O trabalho apresenta o processo de devoluo dos dados de pesquisa aos profissionais de sade de dois servios de atendimento de usurios de drogas na rede pblica de sade mental no Rio Grande do Sul. Levou-se em considerao a perspectiva dos profissionais nesses servios em relao aos modelos de atendimento nfase hospitalar ou psicossocial dispensado pela instituio queles que usam drogas. Num contexto de luta antimanicomial, a reforma psiquitrica priorizou o atendimento ambulatorial em detrimento dos atendimentos hospitalar, entretanto, com o pnico moral instalado atravs de uma suposta epidemia do crack, as possibilidades de internao compulsria e o tratamento em comunidades teraputicas se evidenciaram como possibilidade de resoluo para as demandas sociais. Esse processo de transio na poltica pblica complexo e envolve os profissionais da rede, que esto entremeados aos protocolos e aos cuidados dispensados na prtica. Aps a pesquisa de dissertao, no mbito do PPPGAS/UFRGS, coube devolver os dados aos interlocutores, analisando esse encontro etnogrfico atravs das potencialidades de trocas e discusses sobre cuidados dos usurios de drogas. OBJETIVOS O objetivo de estudar como se deu essa troca atravs da devoluo dos dados de pesquisa etnogrfica, reflete as experincias e dilemas da interao de concepes entre reas de conhecimento distintas nas quais esto os profissionais da rea da sade e os pesquisadores da antropologia. Com gestores e profissionais que atuam nos servios de sade, essa interlocuo pode contribuir com o dilogo entre reas, e at mesmo atravs da reflexo sobre os dispositivos de cuidado oferecido pelos servios de mental voltado aos usurios de drogas. METODOLOGIA O momento de apresentao dos dados aps a etnografia realizada em servios de sade tambm pode ser objeto de anlise do pesquisador. Conforme a Resoluo 196/ 96, do Conselho Nacional de Sade, que discorre sobre diretrizes e normas para a pesquisa envolvendo seres humanos, esse retorno uma exigncia normativa, mas tambm de compromisso estabelecido com aqueles que aceitaram participar da pesquisa. Assim, refletir antropologicamente sobre o ps-campo nesse retorno faz parte da pesquisa, bem como o campo a que se props. DISCUSSO E RESULTADOS Depois de dois anos de realizao da pesquisa, a devoluo apenas da dissertao no bastante para saber o impacto da pesquisa entre os profissionais pesquisados. Logo, atravs de reunies marcadas e estabelecidas para apresentar e discutir sobre os dados gerados, pode-se compreender o meandro dessa troca de expectativas. A insistncia do pesquisador parte desse processo, sendo que em muitas pesquisas se desdenha esse momento por inmeros motivos: falta de tempo de ambos lados, pouco interesse dos envolvidos, burocracia do processo etc. Considerar a possibilidade de encontro etnogrfico atravs da devoluo dos dados , por si, um dado. Essa abertura de dilogo solidifica a aproximao entre Cincias Humanas e Cincias de Sade. Ainda que a pesquisa social tenha um carter subjetivo, e reforce o que os profissionais de sade j percebem no cotidiano de trabalho, o retorno do resultado do estudo no apenas um compromisso tico, mas um posicionamento poltico para com os pesquisados. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS Considerar as questes ticas e polticas do momento de devoluo de dados evidencia, cada vez mais, um imbricamento possvel entre reas diferentes que tem como temas de estudo o mesmo objeto. O que pode contribuir com a prtica da gesto do servio, o reposicionamento dos dispositivos das polticas pblicas e as percepes dos atores

    envolvidos sobre os significados sociais em relao aos modelos de ateno e estratgias institucionais para lidas com os usurios de drogas na rede sade mental. Assim, os desafios dessa troca deve permitir a reflexo sobre as potencialidades da etnografia vinculada produo terica das Cincias Humanas e Cincias em Sade, podendo pensar conjuntamente sobre as demandas da sociedade.

    AUTORES: Priscila Farfan Barroso; Danila Riva Knauth;

    10734 - DILEMAS METODOLGICOS DA ETNOGRAFIA DO USO DO CRACK E DO PROGRAMA DE BRAOS ABERTOS DA PREFEITURA PAULISTANA

    APRESENTAO/INTRODUO Diferente da cocana em p que pode ser inalada ou injetada, o crack em pedra fumado, o que o assemelha quanto rapidez de incio dos efeitos e sua magnitude ao uso da cocana por via intravenosa. Outras implicaes do uso do crack dizem respeito dinmica social de uso. Trata-se de uma droga que, sob certas circunstncias, revela-se empatognica, o que faz surgir, aliado a outros fatores como sua disponibilidade e vulnerabilidade da populao em situao de rua, as cenas de uso conhecidas como cracolndias, um importante problema de sade pblica. Muitas teorias enfatizam as poderosas propriedades farmacolgicas dos psicoativos, outras, destacam estruturas de personalidade deficientes. tambm comum associar o uso de drogas a deficincias de desenvolvimento social, como pobreza. Porm, no se deve colocar nfase em um dos aspectos do uso de qualquer droga, seja ele farmacolgico, psicolgico ou o social. Enquanto a maior parte das teorias sobre o uso de substncias baseada em experincias advindas da clnica de usurios problemticos, portanto, se queremos chegar ao fulcro da questo, torna-se necessrio estudar o fenmeno primordialmente em sua arena natural. OBJETIVOS 1) Descrever o padro de uso do crack e os fatores pessoais associados atravs de dados obtidos por pesquisa etnogrfica. 2) Determinar os fatores preponderantes na maior ou menor autorregulao do uso de crack (tais como: disponibilidade da droga, estrutura de vida, rituais e regras). E sua mudana a partir da introduo do De Braos Abertos. 3) Descrever os significados associados s prticas cotidianas vinculadas, ou no, com o consumo de crack. 4) Descrever os papis sociais existentes na cena e criar tipologias capazes de codifica-los. METODOLOGIA Pretendeu-se observar cuidadosamente, atravs de uma pesquisa etnogrfica, indivduos em seu dia a dia, registrando quando fazem, o que fazem, onde, com quem, e porque, evitando as cegueiras das noes pr-concebidas. Para tanto, em nossa pesquisa sobre usurios de crack adentramos na comunidade sob estudo, muito similarmente ao antroplogo cultural clssico que estuda uma sociedade tradicional (Grund, 1993). Nossa anlise resultante se fundamentou-se no estudo da experincia e percepo dos sujeitos sobre seu contexto, buscando apreender, por meio da imerso no grupo, modos de vida e padres de significado. Descrever estes ambientes e as atividades que neles se desenrolam, assim como as pessoas e os significados por elas atribudos a tais atividades (Patton, 1980). Compreender processos, inter-relaes pessoais e possveis padres desenvolvidos nos contextos sociais (Jorgensen, 1989). Finalmente, identificar problemas e gerar hipteses para futuros estudos (Grinell, 1997). DISCUSSO E RESULTADOS Com apoio estatal criou-se um negcio lucrativo e sem riscos, no qual o poder pblico envia atualmente milhares de usurios para serem tratados e engordarem os bolsos dos donos de clnicas, um verdadeiro complexo industrial do abuso de drogas. Isto no seria possvel sem certas crenas criadas desde o incio da chamada Guerra s Drogas. A primeira delas a de que, com menos usurios nas ruas teremos uma menor quantidade de uso abusivo. No caso do crack, isto se d de modo mais dramtico por se desconsiderar a possibilidade de qualquer uso no abusivo da substncia. Portanto, fica mais forte a ideia de que se punindo os usurios e reduzindo-se pela represso a

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    disponibilidade da droga combate-se uma suposta epidemia. No se acredita, ou melhor, se desconhecem os controles sociais informais que poderiam ser fomentados e se considera que todos que usam crack so necessariamente abusadores. Porm, iniciativas como o De Braos Abertos nos mostram como controles sociais formais razoveis podem interagir perfeitamente com rituais e sanes responsveis por estabelecer controles sociais informais. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS Alm de apontar a existncia de controles informais sobre o uso do crack a pesquisa procurou observar o que ocorria de fato nas cenas de uso, sem preocupar-se em fazer um discurso antidrogas, ou em desencorajar seu uso. Se partssemos do pressuposto do uso de substncias tornadas ilcitas ser um mal absoluto a ser combatido de todas as maneiras, teramos feito um estudo mais dedutivo que indutivo. Nada foi elaborado sem ter sado da interlocuo no campo. Distorcer os fatos observados e elaborados a partir do campo, em nome do apoio ao discurso de condenao ao uso de drogas ilcitas, nos colocaria sob o risco de ficarmos desmoralizados frente aos usurios e potenciais usurios quando percebessem nossa falsificao. Certamente, o consumo do crack pode trazer danos terrveis, mas em certos contextos, seu uso pode ser diminudo e mesmo administrado de modo mais controlado e at ser uma maneira de se buscar uma certa vida comunitria.

    AUTORES: Ygor Diego Delgado Alves; Pedro Paulo Gomes Pereira; Odilon Castro;

    11381 - EL PROCESO DE DECIDIR REALIZARSE UN TEST GENTICO PARA DETERMINAR RIESGO DE CNCER DE COLON: DECISIONES INFORMADAS, Y DECISIONES PERFORMATIVAS

    APRESENTAO/INTRODUO Los avances en las tecnologas genmicas han llevado a la prctica asistencial bateras de test genticos para determinar riesgo de padecer diferentes enfermedades, entre ellas cncer de colon (CCR). En base a los resultados de los test, los genetistas aconsejan a las personas que tuvieron CCR y a sus familiares sobre controles peridicos para detectar cncer en estados tempranos, medidas que para los portadores de las mutaciones pueden ser invasivas y afectar su calidad de vida (por ej: colectomia total o histerectoma). El objetivo del asesoramiento gentico es generar un marco de comunicacin emptico para que los pacientes y sus familiares puedan tomar decisiones informadas y autnomas. Sin embargo hay pocos estudios sobre los procesos de toma de decisiones de los pacientes y sus familias, y las lgicas que guan la decisin de realizarse los test, en el contexto de un proceso de asesoramiento gentico. OBJETIVOS El objetivo de esta ponencia es describir y analizar, desde la perspectiva nativa de pacientes y familiares, el proceso para decidir realizarse la batera de test genticos predictivos para Sindrome de Lynch (S. Lynch), que es un tipo de CCR hereditario, en el que el riesgo de desarrollar CCR es incierto (penetrancia incompleta). Esta complejidad representa, potencialmente, varios itinerarios de decisin posibles, por lo tanto constituye un escenario rico para describir e indagar en los procesos de decisin y en las dimensiones vinculadas a los mismos. METODOLOGIA El estudio se realiz en el contexto de una investigacin etnogrfica sobre vivencias de las personas que, por sus antecedentes, atraviesan algunas de las etapas del diagnstico gentico de S. Lynch. El trabajo de campo se realiz entre abril de 2014 y diciembre de 2015 en instituciones que realizan asesoramiento para S. Lynch, y consisti en observacin participante de actividades mdicas, observacin no participante de consultas de asesoramiento para CCR, entrevistas en profundidad a pacientes que se contactaron durante las consultas y entrevistas a familiares referidos por ellos. La seleccin de los pacientes a entrevistar se realiz en base a la bsqueda de perfiles distintos en cuanto a sexo, edad, nivel socioeconmico, diagnstico y estado

    de realizacin del test. El anlisis del proceso de decisin se realiz articulando y poniendo en tensin las observaciones de las consultas y las entrevistas. DISCUSSO E RESULTADOS Se presenciaron 79 consultas de asesoramiento sobre prevencin de CCR y asesoramiento sobre CCR hereditario, y se realizaron 17 entrevistas a pacientes y familiares a los que se les haba recomendado realizar el test (15 haban tenido CCR, 7 resultaron con S. de Lynch.). Identificamos al menos 5 procesos de decisin distintos: algunos aceptaron, al momento del asesoramiento gentico y sin dudar, realizarse el test por la confianza que depositan en la indicacin de los mdicos (mi cuerpo lo puse en manos de esa persona), o porque lo consideran parte de estudios relacionados al tratamiento del cncer (como parte del proceso de defenderme de la enfermedad y de defender a mi familia). En estos casos la comprensin se fue adquiriendo en el proceso de realizarse el test. En otros casos la decisin se desarrolla en el tiempo: a unos el asesoramiento los va convenciendo de la necesidad de realizarse el test (en cierta manera me motivaron), en otros la decisin se expresa en trminos racionales de informacin, comprensin y decisin (tengo que investigar ms y despus vamos a ir viendo). Los familiares en general se realizaron el test por las decisiones familiares colectivas CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS Este estudio permite ver que la decisin de realizar el test gentico para CCR puede presentarse con diversas temporalidades, desde personas que deciden en etapas de informacin, dilogo (familiar y con el genetista), convencimiento y reflexin, con modelos semejantes a los que plantea la nocin de decisin informada, hasta aquellas que instantneamente aceptan la indicacin sin mediacin de procesos de comprensin ni reflexivos. En estos casos puede pensarse que la indicacin misma tiene efectos performativos: la prescripcin en s misma funda la necesidad de conocer la propia constitucin gentica como instancia ineludible del cuidado de s y de la prevencin. Esta diversidad lleva tanto a pensar abordajes del asesoramiento que tengan en cuenta el carcter de necesidad ineludible que, para algunos, instaura la palabra del mdico, como tambin a reflexionar sobre los espacios de autonoma de los pacientes y de los alcances del concepto de decisin informada.

    AUTORES: Adriana Dawidowski; Florencia Fossa-Riglos; Valeria Hernandez;

    11812 - ESPACIO Y TIEMPO EN LA ATENCIN OBSTTRICA HOSPITALARIA. APORTES DEL ENFOQUE ETNOGRFICO

    APRESENTAO/INTRODUO En esta ponencia se presentan los aportes y el potencial del abordaje etnogrfico en el estudio de los procesos de institucionalizacin de la atencin de la enfermedad, los daos y padecimientos a partir de los resultados de una etnografa de un hospital pblico del Gran Buenos Aires. Se desarrolla un enfoque terico-metodolgico para el estudio de las polticas y prcticas sanitarias que toma como punto de partida la heterologa de los procesos salud-enfermedad-atencin, esto es, la multiplicidad de voces, prcticas y perspectivas que constituyen el padecimiento y su tratamiento. Este punto de vista supone que el proceso salud-enfermedad-atencin es simultneamente social y biolgico, material y simblico y se produce en la vida social como una totalidad configurndose en la interseccin de procesos polticos, econmicos, sociales e ideolgicos, relaciones entre muy diversos actores, biografas e interacciones cotidianas. OBJETIVOS A partir de la etnografa de un centro obsttrico ubicado en uno de los partidos ms poblados y con peores indicadores socioeconmicos del Gran Buenos Aires, se analizan las estrategias institucionales que, con la coartada de la precariedad del trabajo en el sistema pblico de salud y la distincin entre lo tcnico-racional y la supuesta ignorancia e

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    incluso peligrosidad de la poblacin atendida, resultan en mecanismos de indiferencia afectiva, de creacin de distancias jerrquicas, el cercamiento de los espacios de atencin y el rechazo de la presencia social de las pacientes y sus soportes afectivos. METODOLOGIA Se prioriz una perspectiva etnogrfica que, antes que aprehender el punto de vista del nativo, busc moverse a travs de diferentes procesos, mltiples sujetos y actores y prcticas heterogneas. Entre 2007 y 2011, concurrimos al hospital con asiduidad y una mnima estructuracin de las actividades, siguiendo la dinmica de la vida cotidiana hospitalaria y atendiendo a las trayectorias y tcticas de los sujetos que buscan atencin, las relaciones entre ellos y con el personal, los criterios de cada trabajador del hospital en su desempeo cotidiano y las normas y pautas de la institucin Para la descripcin y anlisis del centro obsttrico, donde se realizan las consultas de urgencias, los partos, cesreas y legrados, tomamos en cuenta los procedimientos mdico-administrativos, las distribuciones y usos espaciales, la organizacin y el manejo del tiempo en tanto dimensiones significativas que intervienen en la configuracin de la experiencia de atenderse y parir en el hospital DISCUSSO E RESULTADOS El centro obsttrico presenta diferentes lugares. Adentro consultorios, pasillos, offices, quirfano, sala de partos. Afuera, la pequea sala de espera en donde las mujeres aguardan atencin y los acompaantes noticias durante horas, hasta das. Estos espacios se comunican y separan por medio de dos puertas que slo pueden abrirse desde dentro: una permite el ingreso del personal habilitado, la otra el de las mujeres, sin acompaantes Las rutinas mdico-administrativas de la admisin marcan la separacin de la mujer del afuera. A partir del ingreso su cuerpo es dispuesto para la intervencin mdica y su nombre se reemplaza por jerga mdica; se instala un nuevo orden de verdad, el de la guardia. Para ellas la internacin abre tiempos inciertos de espera segn disponibilidad de profesionales y recursos del da Afuera el tiempo transcurre marcado por la incertidumbre de los acompaantes sobre cundo se comunicarn novedades; en ese espacio quedan sitiadas las emociones asociadas a la atencin del ser querido. Adentro las maneras de comunicar varan segn el criterio del mdico a cargo, las caractersticas del caso y la demanda insistente y los golpes en la puerta de las personas afuera CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS En la perspectiva etnogrfica el mapa, exposicin esttica de la distribucin y dimensiones de los lugares, se acompaa por los recorridos, por las operaciones que fabrican el espacio. Los espacios hospitalarios son lugares practicados efecto de prcticas que los orientan y temporalizan La distribucin espacial y las temporalidades impuestas a los pacientes por las instituciones tienen implicancias teraputicas (abandono de tratamientos, oportunidades perdidas); existenciales en las vivencias de la cotidianeidad de la atencin en los servicios de salud pblicos y pedaggicas asociadas al aprendizaje y normalizacin de la precariedad y del valor diferencial del tiempo entre pacientes y staff hospitalario Los usos de espacio y tiempo expresan y producen as relaciones de desigualdad social. Pero las instituciones son heterogneas: otros espacios y tiempos pueden posibilitar procesos de sociabilidad que reconozcan al sujeto y sus acompaantes como actores centrales del proceso teraputico

    AUTORES: Susana Margulies;

    10967 - ETNOGRAFIA COM JOVENS ACOMPANHADOS EM UM CAPS ADULTO NA CIDADE DE SO PAULO

    APRESENTAO/INTRODUO O conceito de juventude uma construo sociocultural e histrica. um perodo de transitoriedade para a vida adulta com diferenas nos percursos traados. Alguns jovens experimentam a primeira crise psquica caracterizando uma ruptura deste processo, dando incio a uma forma particular nesta transio. Novos processos se iniciam com esta ruptura, nos quais em alguns momentos o controle sobre suas escolhas,

    desejos, pensamentos e aes fogem de si. importante problematizar a realizao de uma etnografia no contexto de um servio de sade mental no cuidado de jovens com sofrimento psquico grave. OBJETIVOS Conhecer o significado da transio para a vida adulta em jovens que realizam acompanhamento em um servio de atendimento em sade mental. METODOLOGIA O estudo foi realizado em um Centro de Ateno Psicossocial II Adulto (CAPS), em um bairro perifrico no municpio de So Paulo, Brasil. Os participantes estavam em regime de tratamento intensivo ou semi-intensivo e participavam de um grupo de jovens como proposta teraputica. O grupo realizava atividades fora do servio (passeios a parques, shoppings e outras atividades culturais). No trabalho de campo foi acompanhado o grupo de jovens e foram utilizadas as tcnicas de observao participante, registros em um caderno de campo e entrevistas em profundidade. As entrevistas focaram nas questes relacionadas ao itinerrio teraputico, experincia do sofrimento psquico, perspectivas para a vida adulta, uso do tempo livre, cotidiano e atividades de lazer. A anlise foi realizada pela perspectiva da reabilitao psicossocial e das cincias sociais. Consideramos importante expor o contexto institucional e a experincia pessoal da pesquisadora no processo de realizao da pesquisa. DISCUSSO E RESULTADOS Atravs da etnografia foi possvel se aproximar das vivncias desses jovens no que se refere ao pr, durante e ps-crise psquica, possibilitando uma compreenso maior sobre seus processos de transio para a vida adulta. As rupturas e transformaes de si e de seus contextos de vida proporcionadas pelas crises psquicas no os mantiveram estagnados, uma vez que novas configuraes de vida foram formadas, porm, com perdas na sociabilidade, na insero no trabalho e na autonomia. O CAPS apareceu como um servio de grande suporte e confivel para os momentos de crise, atendimentos, medicaes e conversas casuais, preenchendo, em alguns casos, o lugar de socializao destes jovens. Todos os participantes tinham como suporte seus familiares que demonstraram se modificar e criar novas realidades possveis de serem partilhadas entre todos. A posio da pesquisadora, que foi terapeuta ocupacional do grupo de jovens e posteriormente voluntria, permitiu um olhar privilegiado na pesquisa. A potncia da etnografia, neste caso, no se se referiu ao estranhamento, mas na proximidade mantida por um vnculo existente entre a pesquisadora e aquelas pessoas. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS A vinculao dos jovens no contexto institucional do CAPS, as questes ticas e prticas sobre como abordar projetos futuros com pessoas que sofreram uma ruptura causada pela crise psquica, as limitaes nas entrevistas causadas por caractersticas do sofrimento ou por medicao, e o lugar das pesquisadoras no contexto particular desta pesquisa foram tenses presentes no desenvolvimento da pesquisa. Entre o devir e o porvir do ser jovem e do ser adulto, as experincias do sofrimento psquico so condutoras destes processos como elementos que os freiam e os modificam, construindo modos singulares de viver. A etnografia nos permitiu falar da maneira como as pessoas lutam pela sua vida, seu esforos e sua criatividade, e de sua experincia de sofrimento.

    AUTORES: Denise; Aline Milhomens;

    12124 - LIMITES E POTENCIALIDADES DA CONVERSO DE PROFISSIONAIS DE SADE IMAGINAO ANTROPOLGICA

    APRESENTAO/INTRODUO Esta proposta consiste em problematizar a adoo de perspectiva antropolgica em investigaes realizadas por profissionais de sade que realizaram pesquisas de observao participante e adotaram

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    a escrita etnogrfica como recurso para analisarem seus prprios ambientes de trabalho. Neste artigo sero analisadas quatro dissertaes de estudantes de mestrado profissional com nfase em ensino e sade, bem como seus produtos: materiais educativos voltados para o ensino no-formal. Pretende-se discutir a tenso entre o deslocamento epistemolgico proporcionado pela converso abordagem antropolgica e a apropriao de um instrumental analtico que permitiu a tais sujeitos desde uma elaborao crtica da relao entre sujeito e objeto de conhecimento, at uma reflexo sobre sua prtica profissional. Como resultado, seus trabalhos revelam o processo de descentramento (mais ou menos bem sucedido) proporcionado pela observao participante, no sentido de produzir um estranhamento do familiar, bem como o esforo de traduo do ponto de vista dos outros (alunos ou usurios de servios de sade) para seus pares. OBJETIVOS A partir de minha experincia como orientadora busco analisar o processo de construo do objeto, da coleta de dados, sua anlise e escrita, realizado por profissionais de sade. Os riscos estavam relacionados exiguidade do tempo e prpria disposio de tais estudantes de assumirem sua condio de nativos em suas pesquisas. As vantagens pareciam promissoras, sobretudo no que diz respeito possibilidade de romper com uma viso normativa e naturalizada de suas realidades laborais e buscar a compreenso do outro em seus prprios termos. METODOLOGIA O ponto de partida para discusso da observao participante foi a retomada da idia de que este instrumento, antes de ser apropriado como uma tcnica profissional, consistiu numa forma de subjetividade em que a observao e a reflexo sobre si e sobre um complexo sistema de relaes produziam uma construo narrativa. Clifford (1998) denominou subjetividade etnogrfica uma atitude definida como condio de descentramento num mundo de distintos sistemas de significado, uma situao de estar na cultura e ao mesmo tempo olhar a cultura .... (:101). Se o enfrentamento da discusso terica demandou empenho considervel, a pesquisa de campo lhes exigiu ainda mais. Em primeiro lugar, porque no uma tarefa fcil administrar sua subjetividade, mantendo-se ao mesmo tempo prximo e distante do grupo estudado (Vctora, Knauth, Hassen 2002). Em segundo lugar, porque esta empreitada torna-se ainda mais difcil quando o pesquisador iniciante e estuda seu prprio grupo de pertena. DISCUSSO E RESULTADOS Os trabalhos de pesquisa empreendidos pelos profissionais de sade analisados tinham como caracterstica, alm do esforo de apropriao de nova perspectiva terica, a exigncia de estranhamento do que lhes era familiar. Ao longo do desenrolar de pesquisas, foi possvel perceber mudanas em suas percepes, no sentido de realizar um estranhamento, que possibilitou suas pesquisas. Para alm de suas duplas inseres no campo, como profissionais e integrantes do grupo analisado, as relaes de poder entre sujeitos e objetos de pesquisa eram, na maioria dos casos, desiguais, pois tratavam das relaes entre profissionais e usurios e/ou alunos, sendo apenas em um dos casos relaes mais igualitrias, posto que estabelecidas entre profissionais. Dentre os resultados encontrados foi possvel perceber o processo de relativizao de tais profissionais acerca de suas prticas assistenciais, bem como uma certa possibilidade de compreender outros pontos de vistas e de pensar reflexivamente sobre as relaes de poder presentes em seu cotidiano laboral. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS A ampliao do uso de mtodos de investigao antropolgicos possibilitou o descentramento de profissionais, cuja formao voltada para o cuidado apresentam uma pratica bastante interventora. Olhar sua prpria realidade de modo mais distanciado, possibilita a ampliao do dialogo entre tais sujeitos.

    AUTORES: Ruth Helena de Souza Britto Ferreira de Carvalho;

    11143 - OS DESAFIOS DA ETNOGRAFIA COMO BILDUNG E BILDUNG COMO CURA NA ANTROPOSOFIA

    APRESENTAO/INTRODUO Este resumo versa sobre os desafios do mtodo etnogrfico ao realizar a pesquisa no campo da Sade Coletiva, sobre a concepo de cura na Antroposofia cincia espiritual elaborada pelo filsofo neorromntico e esotrico Rudolf Steiner, no incio do sculo XX, na Sua realizada na Unifesp, intitulada Corpo e Sade na Antroposofia: a Bildung como cura, desenvolvida entre os anos de 2012 e 2016. O campo etnogrfico foi composto pelos dois primeiros Ramos da Antroposofia, pioneiros fora da Europa e os primeiros na Amrica Latina, especificamente no Brasil, situados no Estado de So Paulo: a Clnica Tobias, no Ramo Tobias, na Capital; a comunidade da Demtria no Ramo Jatob, em Botucatu, interior do Estado; e o Ramo Christian Rose Croix, na Sua, situado na cidade de Lausanne. A organizao dos Ramos da Sociedade Antroposfica comeou a ocorrer no Brasil em 1939. Um Ramo (do alemo Zweig) a representao oficial do local da Sociedade Antroposfica. A Antroposofia atuante em diversas reas do conhecimento, como: a pedagogia Waldorf; a Medicina Antroposfica, implantada como racionalidade mdica no Sistema nico de Sade (SUS), em 2011; e os medicamentos da Weleda. OBJETIVOS A pesquisa objetivava compreender a concepo de cura na Antroposofia, nas terapias do esprito, da alma e do corpo, e estabelecer possveis relaes com a palavra-conceito Bildung como mote teraputico e o estilo de vida antroposfico. A palavra-conceito Bildung foi elaborada durante o Romantismo Alemo e expressa o processo de autoformao da cultura germnica. A Antroposofia, influenciada pela medicina romntica e fundamentada no mtodo fenomenolgico de Goethe, desenvolveu um sistema teraputico, articulador entre a cincia, a moral e a esttica, direcionado para a cura das enfermidades. METODOLOGIA Na primeira parte da pesquisa, em 2012, realizei uma descrio densa e minuciosa dos trabalhos teraputicos realizados na Clnica Tobias, etnografando as terapias do esprito, as da alma e as do corpo. Para isso, eu participei das terapias como paciente acometida pela asma, com frequncia semanal, por mais de trs meses. Registrei todas as experincias medicamentosas que vivenciei, permitindo-me ser afetada pelas ideias antroposficas para compreender a lgica interna dos processos de cura. Na segunda parte, em 2013, passei a morar na comunidade antroposfica no bairro rural da Demtria, e a frequentar lugares estratgicos como a feira de orgnicos, a escola Waldorf Aitiara e a comunidade de cristos. E, em 2014, fui morar na Sua, para compreender as origens da Antroposofia na Europa. Esta descrio densa, tipicamente obtida por meio da imerso na vida diria do grupo pesquisado, permitiu um acesso a informaes subjacentes, para explicar os modos de vida. DISCUSSO E RESULTADOS Sobre a funo da Bildung na Antroposofia, possvel afirmar que o termo assume importncia e intenes distintas, conforme a localizao do Ramo. Na capital, a Bildung confere aos antropsofos um ar arrojado, atraindo como clientela a classe mdia paulistana avessa religiosidade institucionalizada, enquanto no interior do Estado, a Bildung apresentou um contedo simplificado, diludo em expresses como formao e experincia de vida, com uma importncia menor para os interlocutores. Na Sua, o termo, apesar da relevncia cultural, est desgastado pelo tempo e no apresentou o glamour da tradio alem. A relao entre Bildung e cura acontece de forma dialtica, onde a busca da cura leva a uma Bildung e a busca da Bildung leva a uma cura, no sentido romntico de movimento. A cura na Antroposofia ocorre atravs do autoconhecimento, por meio do contnuo esforo da vontade em dominar o self. O sofrimento deve ser compreendido como karma, no sentido de uma saga pica, que, se cumprida com coragem e dignidade, honrar a morte como possibilidade de cura, fazendo evoluir na hierarquia celestial. A Antroposofia crist, mas no h a busca pelo sofrimento.

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    CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS Na Antroposofia brasileira, o que temos uma Bildung descontextualizada e adaptada s condies culturais, assim como ocorreu com os ideais liberais. O ethos privado do brasileiro permite estabelecer um comprometimento diferente na busca da cura, em acordo com as suas expectativas culturais. O esforo na transformao da vontade por meio da autoformao, ou Bildung, no exercitado no Brasil como na Sua. O percurso etnogrfico, assim como a Bildung, tambm tem carter autoformativo na vida do cientista. Ambos, envolvidos com o movimento da pulso romntica, conduzem o pesquisador pela jornada desafiadora da cultura do Outro, revelando o seu imprevisvel reflexo nos resultados encontrados na investigao. O acadmico se v exercitando a humildade de escutar o Outro, sendo esta a nica teoria relevante para a pesquisa. As etnografias, assim com a Bildung, exigem coragem do pesquisador para dar voz ao seu interlocutor.

    AUTORES: Raquel Littrio de Bastos; Pedro Paulo Gomes Pereira;

    10889 - POTENCIALIDADES E DESAFIOS DA ETNOGRAFIA APLICADA A PESQUISAS NA SADE

    APRESENTAO/INTRODUO A intercesso entre as cincias sociais e humanas com a sade coletiva profcua e desejvel. Ancorada em diferentes teorias e modelos de estudo, a pesquisa qualitativa possibilita a compreenso da realidade ao explorar aspectos que sustentam as relaes, os significados e os motivos que medeiam as atitudes dos sujeitos e participam da gnese das enfermidades. Nesse sentido, o mtodo etnogrfico sobressai por sua abrangncia e por permitir a utilizao de variadas tcnicas (entrevistas, observao participante, meios documentais e visuais, entre outros) na coleta dos dados empricos e a anlise incorpora novos elementos observados e ou obtidos no campo. Porm, embora a etnografia possibilite a descrio e a anlise do contexto ambiental total, a mudana de foco da tradicional tarefa de estudar as sociedades primitivas para a anlise cultural da sociedade de pertena introduz novas questes metodolgicas centrais, inclusive a reflexo sobre o objeto, o contexto e os prprios instrumentos da pesquisa antropolgica aplicadas na pesquisa mdica. Isso exige maiores discusses e anlises do mtodo. OBJETIVOS Interessa-nos apresentar e discutir o mtodo etnogrfico. Para tanto, o trabalho est orientado para as etapas que compe essa metodologia, explorando sua densidade terica, sua potencialidade e tambm as suas limitaes. Cabe mencionar as especificidades e as regras ao se fazer uma etnografia, evitando assim sua apropriao superficial e inadequada, sobretudo em pesquisas na rea da sade. METODOLOGIA A etnografia o mtodo de investigao caracterstico da Antropologia. Buscando ultrapassar a chamada antropologia de gabinete, esse mtodo considera que para compreender o que cincia o pesquisador no deve focar nas teorias ou descobertas cientficas, mas observar in loco como os praticantes da cincia agem. Encontros e desencontros podem ocorrer ao longo da experincia etnogrfica, sendo importante determinar as especificidades e as universalidades do grupo social investigado; como a doena construda e experimentada; como o tratamento selecionado e organizado, para depois retornar ao cenrio inicial e analisar como esses elementos afetam e como so influenciados pelo modelo cultural de sade, em cada contexto. Assume-se como contexto (segundo Roy Wagner) um ambiente de significado no qual elementos simblicos se interrelacionam e integram uma parte da experincia vivida, uma parte construda e outra formada pelo ato de relacion-las. DISCUSSO E RESULTADOS Embora construdo conjuntamente coleta de dados, o fazer etnogrfico se d em momentos no necessariamente coetneos: o contato, a imerso e o relato denso sobre isso. o chamado estar

    l e o estar aqui, definido por Clifford Geertz. No estar l ocorre contato com o interlocutor, mapeamento de espaos fsicos, observao, entrevistas e outros instrumentos de mediao, compondo dados ordinrios (o que esperado) e extraordinrios (os imponderveis da vida real - Malinowski), inclusive conflitos, emoes e barreiras ticas, limitantes da autoridade etnogrfica. No estar aqui trata-se de uma escrita sobre o encontro ou choque entre mundos distintos, mediado por afetos, que resulta em uma relao de sentido entre o discurso de quem observa e quem observado, como proposto por Eduardo Viveiros de Castro. Assim, haver um confronto permanente do pesquisador com seu arcabouo terico e um contnuo exerccio de autorreflexo e crtica. Nessa dialtica entre experincia e interpretao - Clifford Geertz - a etnografia revela e busca compreender contradies e convergncias entre a prtica, o discurso e os no-ditos inerentes complexidade de uma realidade social. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS Na etnografia o saber terico vai sendo construdo conjuntamente coleta dos dados, que podem ser obtidos em vrias etapas de investigao. Apesar da sua riqueza e talvez por sua especificidade, esse mtodo ainda precisa ser mais explorado e discutido pela Sade Coletiva. O fazer etnogrfico traz implcitos (ou explcitos) dilemas e limites inerentes tenso entre empiria e teoria que envolve: autoridade e tica ao se falar sobre o outro; conflitos e emoes experienciados pelo pesquisador em campo e; sobretudo, a conscincia de que todo conhecimento antropolgico tem uma implicao poltica e social. O que se coloca em questo : como fazer da escrita uma verso mais prxima do real vivido em campo? Uma experincia etnogrfica na Sade requer um texto que fale do afetar mtuo de duas culturas, no qual pesquisador e interlocutor contribuem com a matria-prima dos sentidos, dos valores e das crenas, inerentes ao encontro alteritrio.

    AUTORES: Janana de Souza Aredes; Joslia Oliveira Arajo Firmo; Karla Cristina Giacomin;

    11867 - UM INFILTRADO NA COZINHA: O PESQUISADOR SOB SUSPEITA NA PESQUISA QUALITATIVA EM SADE

    APRESENTAO/INTRODUO Trazemos neste trabalho o relato de experincia de uma pesquisa orientada pela etnografia, cujos desdobramentos da entrada no campo culminou com o afastamento do pesquisador sob a suspeita de ser um policial infiltrado. No mbito de uma pesquisa avaliativa acerca do Programa Mais Mdicos a partir de um estudo de caso, realizamos imerso ao campo orientados pelo mtodo etnogrfico para subsidiar a construo das informaes junto aos agentes de interesse inseridos em equipes de Sade da Famlia que receberam mdicos do Programa. A entrada no campo da pesquisa disparou questes acerca da real identidade do pesquisador, que acarretou na acusao por parte das agentes comunitrias de sade (ACS) de se tratar na verdade um policial infiltrado cujo intuito era obter informaes acerca do trfico de drogas no territrio. A acusao resultou no afastamento do pesquisador do campo, considerando a gravidade da acusao. Discute-se a forma como se deu a entrada no campo, os componentes de ordem simblica e estrutural presentes no contexto e aponta-se reflexes que podem subsidiar o planejamento de futuros pesquisadores que venham a utilizar o mtodo etnogrfico na pesquisa em sade. OBJETIVOS Discutir as implicaes da entrada em campo na pesquisa qualitativa em sade orientada pelo mtodo etnogrfico, a partir da experincia do pesquisador no contexto de uma pesquisa avaliativa do Programa Mais Mdicos. METODOLOGIA A experincia discutida neste trabalho se deu a partir da escolha da etnografia enquanto caminho para a construo das informaes para a pesquisa avaliativa de programas. O mtodo etnogrfico pressupe a capacidade do pesquisador de realizar uma descrio

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    densa (Geertz, 1989), no sentido de que os dados no so apenas apreendidos, mas devem ser interpretados, para que os vrios significados atribudos a experincias concretas possam ser revelados. Essa busca dos significados da experincia humana busca considerar o envolvimento do pesquisador, numa relao entre diferentes subjetividades, considerando os elementos de ordem simblica enquanto intermedirios entre as relaes dos sujeitos (Lvi-Strauss, 1993). Orientado pela avaliao de quarta gerao (Guba e Lincoln, 2011) o estudo previa a construo de categorias avaliativas a partir da compreenso das questes, preocupaes e reivindicaes dos agentes de interesse diretamente envolvidos com a interveno foco da avaliao. DISCUSSO E RESULTADOS A entrada no campo foi intermediada por dois gestores, um ligado secretaria de sade e outro chefe interino do servio. Ambos citaram a violncia no territrio enquanto uma questo de pouca importncia. Dada sua implicao pessoal, gestores responsveis por servios de sade podem muitas vezes omitir ou minimizar questes problemticas presentes no territrio, sobretudo em se tratando da relao com a pesquisa acadmica. Em se tratando de pesquisa avaliativa essa questo se torna ainda mais sensvel. Ao iniciar a observao na unidade de sade, o chefe interino do servio nos orientou a utilizar o espao da cozinha. Trata-se de espao especialmente cuidado pelos trabalhadores: decoraes caseiras na mesa e no fogo, canecas personalizadas organizadas no armrio e uma garrafa de caf usada, utenslios que compunham um ambiente caseiro, ntimo e de convivncia dos trabalhadores. Ali comem juntos, brincam e discutem questes da vida pessoal e do trabalho. Alm das questes de violncia que atravessam o trabalho em sade, ocupar este ambiente por induo de um chefe interino e sem criar um vnculo com as ACS pode ter colaborado para a suspeita em torno da identidade do pesquisador. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS O ambiente de uma unidade de sade pode ser compreendido enquanto espao de disputas e tenses, composto de significados atribudos por trabalhadores que ali convivem diariamente. Em nossa experincia de pesquisa, preteriu-se as relaes afetivas e de poder presentes no espao da unidade de sade, assim como as questes concretas de violncia no territrio que incidem nas representaes dos trabalhadores. A ponderao dos interesses e limites presentes na fala de agentes implicados com a gesto em sade podem auxiliar na compreenso dos contextos investigados. As implicaes da entrada de um pesquisador externo devem ser alvo de reflexo antes e durante a realizao de um estudo etnogrfico. A compreenso profunda dos diversos elementos de ordem simblica presente nos contextos dos servios de sade e que mediam as relaes entre as pessoas objeto central dos estudos de orientao etnogrfica, e suas implicaes podem acarretar entraves para o desenvolvimento da pesquisa.

    AUTORES: Max Felipe Vianna Gasparini;

    GT1 - Relatos de Experincias

    11528 - A CARTOGRAFIA COMO FERRAMENTA NA SUPERAO DA EXCLUSIVIDADE DA BIOMEDICINA NA FORMAO EM SADE.

    Perodo de Realizao da experincia A partir de 2014 at atualmente. OBJETO DA EXPERINCIA Experienciao da ferramenta cartografia no ensino e na extenso em Sade Coletiva na graduao mdica na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

    OBJETIVO(S) Introduzir os estudantes em cenrios de prtica, incluindo a abordagem de suas prprias experincias no entorno de onde residem, na

    problematizao do conceito ampliado de sade. Oportunizar para estes espaos reflexivos que dialoguem macropolticas e micropolticas na problematizao das situaes vivenciadas. Apresentar a estes possibilidades da pesquisa participativa na sade, problematizando o carter preponderantemente higienista de grande parte das propostas vinculadas promoo em sade. METODOLOGIA Na disciplina de Prtica em Territrios Cotidianos de Vida, estudantes do primeiro perodo da graduao mdica participam de uma construo coletiva, na problematizao de temticas como: ocupao dos territrios; diversidades e desigualdades; intersetorialidade; direitos; biopoder; redes de cuidado; dentre outros. Com apoio docente e de monitores, os estudantes realizam observaes interativas nos bairros onde residem. Em sala de aula, so configuradas rodas entre os grupos de estudantes que narram e debatem suas vivncias nos cenrios. Nos projetos de Extenso Educao Popular e Sade. Construo Compartilhada para um Cuidado Criativo e Inclusivo e Produo de Sentidos e Diversidades Expressivas na Formao Interativa e Interdisciplinar na Sade - bolsistas e voluntrios participam de vivncias de integrao universidade, servios e comunidades tendo como dispositivos experienciaes cartogrficas no conhecimento dos territrios nos quais se desenvolvem as propostas. RESULTADOS O processo vivenciado pelos estudantes e docentes nestes processos tm favorecido uma experincia, j no primeiro perodo, que busca superar a cultura hegemnica formativa, ainda vigente, focada na exclusividade da Biomedicina. As atividades de interferncia nos campus da universidade tm proporcionado processos mais comunicativos entre estudantes dos diferentes cursos. A insero dos extensionistas em cenrios comunitrios e nos equipamentos educacionais pblicos tem sido um dispositivo promissor para uma formao crtica e contextualizada ao cotidiano de vida da populao. ANLISE CRTICA O grande desafio enfrentado atualmente pela disciplina Prtica em Sade 1 estabelecer interlocues mais favorveis com as demais disciplinas na integrao curricular dos eixos formativos no sentido da efetivao das diretrizes preconizadas nas polticas educacionais nacionais. Ainda, faz se necessrio maior interlocuo com outros cursos da sade bem como os das reas humanas e de artes existentes na universidade. O nmero atual de docentes com perfil e interesse em participar da proposta necessita ser ampliado. CONCLUSES E/OU RECOMENDAES Esta proposta formativa contextualizadora invoca um olhar insistentemente cartogrfico para uma leitura mais crtica da realidade, para alm do campo biomdico, problematizando inclusive o biopoder. Recomenda-se alm da incluso dos outros cursos existentes na universidades, atravs de projetos de ensino-pesquisa e extenso afins, tambm estreitar intercmbios com experincias semelhantes de outras universidades e instituies educacionais na formao em sade, produzindo redes mais potentes na experienciao e no desenvolvimento de estudos sobre as contribuies da Cartografia na formao em sade.

    AUTORES: Carla Pontes de Albuquerque; Bianca Ramos Marins Silva; Giane Moliari Amaral Serra; Thais Salema Nogueira de Souza; Heitor Guinacio; Marina Baptista Majora; Jos Francisco Ferreira Lima; Gabriel Avellar; Nathany Goulart; Marianne Guimares Villela;

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    tempo de espera para a realizao da cirurgia de redesignao sexual. 5- A confidencialidade fica comprometida antes e durante o PT pelos silncios, seja em termos de atendimento das necessidades de sade, ou da heteronomia. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS O ingresso no Processo Transexualizador no colabora na realizao da capacidade de ser saudvel, que j comprometida antes mesmo do ingresso na referida poltica. Nesse sentido, verifica-se que a integralidade como base da poltica se mantm na qualidade de uma quimera. E essa constatao, amplia a discusso pela despatologizao da transexualidade, na qual o diagnstico deixaria de ser condio de ingresso na poltica do PT, visto que a a heteronomia impede o estabelecimento de vrios funcionamentos que compem essa capacidade. Para alm, surgiro novas demandas e necessidades de sade aps a alta do PT, sendo necessrio a criao e manuteno de espaos acolhedores e profissionais capacitados para tal.

    AUTORES: Cristiane Maria Amorim Costa; Marilena Cordeiro Dias Vilela Corra; Carlos Dimas Martins Ribeiro;

    10863 - A INCLUSO DE PESSOAS COM DEFICINCIA NO MERCADO DE TRABALHO: ADOTANDO UM NOVO PARADIGMA DE JUSTIA

    APRESENTAO/INTRODUO No Brasil existem 46,6 milhes de pessoas com deficincia funcional, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Esttistica (IBGE) de 2010, aproximadamente 24% da populao brasileira. Paralelamente ao comprovado aumento da populao com deficincia, houve tambm uma preocupao mais evidente com questes relacionadas acessibilidade, ao trabalho e entre vrias outras, sobre a possibilidade de uma vida sem a presena de barreiras que possam impedir a autonomia e a incluso social deste publico. Acredita-se, que assim como estamos paulatinamente transformando nosso paradigma do que seja uma vida satisfatria e um indivduo socialmente integrado, tambm a forma de fazer a gesto nas organizaes possa ser modificada, de maneira a permitir que indivduos mais vulnerveis, como as pessoas com deficincia, possam ser contemplados com melhores condies para o exerccio da cidadania sob um certo paradigma de igualdade. OBJETIVOS O objetivo deste artigo conjugar a proposta da tica organizacional nas empresas a uma perspectiva moral e poltica de justia, a saber, a perspectiva dos funcionamentos, de maneira a melhor abordar questes normativas e participativas que envolvem nosso contemporneo conceito de coletividade. METODOLOGIA O artigo ter carter exploratrio, descritivo e bibliogrfico e ser dividido em seis partes: introduo, dados gerais populacionais e educacionais, abordagem normativa, tica (gesto) organizacional, perspectiva dos funcionamentos e concluso. DISCUSSO E RESULTADOS A Perspectiva dos Funcionamentos ir adotar como objeto da moralidade indivduos entendidos como sistemas funcionais diversos e como objetivo de nossas normas e aes morais o florescimento dos mesmos, garantindo, assim, a particularidade de cada ser e suas demandas especficas. Para alcanar tal objetivo faz-se necessria uma escuta apurada do outro e uma melhor compreenso de nossa relao como o nosso entorno. Atravs da incorporao dos pressupostos da perspectiva dos funcionamentos tica organizacional de empresas, objetivamos promover uma maior reflexo sobre as condies e as oportunidades de trabalho de pessoas com deficincia e questionar a suficincia de uma abordagem normativa meramente procedimental para desfazer barreiras atitudinais, fsicas e sociais que permeiam o tema. CONCLUSES/CONSIDERAES FINAIS Pensamos que a capacitao dos trabalhadores com deficincia, atravs do empoderamento intelectual e atitudinal promova sua

    GT3 - Justia e transformao social na rea da sade

    GT3 - Relatos de Pesquisas

    11340 - A CONTRIBUIO DO PROCESSO TRANSEXUALIZADOR NA CAPACIDADE DE SER SAUDVEL DAS MULHERES TRANSEXUAIS

    APRESENTAO/INTRODUO A transexualidade, segundo Berenice Bento, refere-se a uma experincia identitria caracterizada pelo conflito com as normas de gnero. A promulgao das Portarias do Ministrio da Sade de nmeros 1707 e 457, de 2008, com sua ampliao em 2013 na Portaria 2803 instituiu, no Sistema nico de Sade (SUS), o Processo Transexualizador (PT), proporcionando a incluso das pessoas transexuais em aes governamentais e polticas pblicas. L-se em suas diretrizes: 1- o princpio da integralidade da ateno sade, sem que a centralidade da meta teraputica se encontre no procedimento cirrgico de transgenitalizao; 2- a rede de ateno, tendo como porta de entrada a Ateno Bsica. A perspectiva de justia proposta por Maria Clara Dias, denominada Funcionamentos Bsicos, define a sade como a capacidade normativa dos seres humanos, operando atravs de um conjunto de funcionamentos bsicos como um sistema dinmico e interativo que para serem desenvolvidos e exercidos precisam de determinadas condies materiais de existncia. Nesse sentido, torna-se relevante definir o conjunto de funcionamentos que compem a capacidade de ser saudvel para as pessoas transexuais. OBJETIVOS Compreendendo que a base moralmente justa do Processo Transexualizador seria a integralidade da ateno sade, este estudo teve por objetivo: 1- identificar os funcionamentos que compem a capacidade de ser saudvel e 2- analisar a realizao a capacidade de ser saudvel antes do ingresso e durante o processo transexualizador, a partir da taxonomia proposta por Cecilio. METODOLOGIA O estudo foi realizado em uma unidade de ateno especializada de um hospital universitrio localizado no municpio do Rio de Janeiro. Os sujeitos do estudo totalizaram 14 pessoas: 10 mulheres transexuais formalmente inseridas no Processo Transexualizador, e quatro profissionais que desenvolvem suas atividades no Processo Transexualizador. O projeto foi submetido ao Comit de tica em Pesquisa do Instituto de Medicina Social, sendo aprovado com protocolo de nmero 501.157. A coleta dos depoimentos deu-se atravs da realizao de entrevista semiestruturada, onde as mulheres transexuais, apontavam sua centralidade para sua vida, explanando sobre sua realizao ou no. Da mesma forma, os profissionais avaliavam a importncia - a seu ver da referida capacidade para a vida das mulheres transexuais. Os depoimentos foram gravados e transcritos, sendo sua anlise realizada a partir da Anlise de Contedo proposta por Bardin (2010). Em seguida, foi utilizado o software NVIVO. DISCUSSO E RESULTADOS A anlise dos depoimentos apontou os seguintes funcionamentos: 1- So apontados entraves no acesso rede de ateno, por discriminao e constrangimento, sendo a procura por atendimento apenas em caso de algum problema de sade, o que se mantm durante o atendimento no PT. 2- A utilizao de tecnologia em sade para as mulheres transexuais diz respeito modificaes corporais sejam elas, cirrgicas ou atravs de hormonioterapia. A hormonioterapia utilizada por automedicao antes e dentro do PT. A modificao corporal cirrgica atendida parcialmente. 3- A autonomia restrita pelo prprio embasamento da portaria do PT na resoluo do Conselho Federal de Medicina, que prev um laudo mdico para o ingresso na poltica. 4- O atendimento das necessidades de sade comprometido antes do ingresso do PT e durante o PT, visto que os problemas de sade no so informados porque o PT no reconhecido como espao adequado para sua resoluo ou pelo medo que aumente o

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    auto-estima, seu reconhecimento por parte dos demais e, como isso, sua real possibilidade de preencher posies de destaque e receber um tratamento igualitrio. Como resultado acredita-se que a pesquisa possa contribuir para a implementao de polticas pblicas que melhor preencham as demandas ticas de seus integrantes.

    AUTORES: Claudia Borges Paraizo; Luc Bgin; Maria Helena Machado; Maria Clara Dias;

    11012 - A PERSPECTIVA DOS FUNCIONAMENTOS: A INTERFACE ENTRE TICA E JUSTIA SOCIAL PARA PROMOO DE ESPAOS LIVRES DE HOMOFOBIA

    APRESENTAO/INTRODUO Homofobia uma prtica discriminatria bastante disseminada e arraigada em nossa sociedade. O carter discriminatrio da homofobia se expressa por um conjunto de prticas que vo desde injrias e agresses at restries de direitos que sustentam a inferioridade daqueles que vivenciam a sexualidade e o gnero em discordncia com os padres institucionalizados de valorao cultural que nomeamos de fora da heteronorma. A condio de subalternizao afirmada por prticas homofbicas se converte em sofrimento. A homofobia institui um regime diferenciado e desigual que priva as pessoas fora da heteronorma de recursos e oportunidades, sendo, portanto, injusto. O problema tico para o qual chamaremos ateno est na poltica da vulnerabilidade instituda sobre tais sujeitos, ou seja, nas foras sociais e polticas que, articuladas, so capazes de maximiz-la. Corrigir algumas distores sociais que resultam da poltica de precariedade imposta pela homofobia suscita pensarmos formas de minimizar a precariedade e sua distribuio desigual por meio de normas mais igualitrias e condies sociais mais justas. OBJETIVOS Descrever a Perspectiva dos Funcionamentos, idealizada por Maria Clara Dias, como estratgia poltica para promoo de espaos livres de homofobia. METODOLOGIA Este estudo est pautado na teoria fundamentada. Os estudos assentados na teoria fundamentada vislumbram e questionam as condies que afetam o modo de olhar, sentir e entender a prtica ou o fenmeno pesquisado. A metodologia da teoria fundamentada orienta a construo de um referencial epistemolgico rico em relaes ou proposies, discursivamente apresentadas por meio da captao e do desenvolvimento de conceitos e da comunicao descritiva do contedo do estudo. Essa abordagem analtica deve articular os conceitos aos dados, confrontando-os sistematicamente e incluindo comparaes, questes gerativas, amostragem terica, procedimentos de codificao e proposio de diretrizes com o objetivo de obter fundamentao, variao e integrao conceitual. DISCUSSO E RESULTADOS A Perspectiva dos Funcionamentos uma teoria de justia que defende a postura moral e poltica voltada para a realizao dos funcionamentos bsicos. Essa teoria prope a expanso do mbito da moralidade de modo a incluir diversos integrantes na concepo de bem-viver, que at ento eram colocados parte das principais discusses filosficas. luz da teoria imperativo ter o compromisso moral de promover o florescimento dos seres exis