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/ ESTADO DO CEARÁ TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS GABINETE DO CONSELHEIRO DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO PROCESSO N.°: 2010.BXO.PCS.01669/11 NATUREZA: Prestação de Contas de Gestão - Embargos de Declaração n° 1613/16 UNIDADE GESTORA: Prefeitura Municipal de Baixio PERÍODO: de 1°/01 a 30/09/2010 GESTORA: Glória Isabel Pires Ferreira RELATOR: Conselheiro Domingos Gomes de Aguiar Filho ACÓRDÃO N.°: A1452 /A G EMENTA: - Embargos de Declaração. - Prestação de Contas de Gestão da Prefeitura Municipal de Baixio, período de 1°/01 a 30/09/2010. - Ministério Público de Contas pela INADMISSIBILIDADE dos Embargos. -Decisão pela ADMISSIBILIDADE dos Embargos interpostos, visto que a pretensão recursal se enquadra em requisito estabelecido no art. 32, da Lei Orgânica deste Tribunal Contas (contradição), com o PROVIMENTO PARCIAL da pretensão recursal, reduzindo a multa de R$ 7.980,75 para R$ 6.916,65 e excluindo o débito de R$ 478.480,56 (subitem 2.19 do Acórdão Inicial), sem modificar, no entanto, a decisão nos demais termos, uma vez que mantidos os questionamentos que resultaram na irregularidade das contas (subitens 2.18 e 2.20) e as falhas de menor gravidade que também ensejaram em multas. - Transitada em julgado a decisão, oficiar à Promotoria de Justiça da Comarca e ao ente municipal respectivo, para que estes adotem as medidas que julgarem cabíveis, na forma da Lei n° 8429/92 (art. 10, IX da Lei n° 8.429/92), tendo em vista a indicação, em tese, da prática de ato de improbidade administrativa, em virtude das falhas descritas no subitem 2.20 do Acórdão embargado. - Concessão de prazo recursal. ACORDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos relativos aos Embargos de Declaração interpostos pela Sra. Glória Isabel Pires Ferreira, Gestora da Prefeitura Municipal de Baixio, período de 1°101 a 30/0912010, ACORDA a 2a. Câmara deste Tribunal de Contas dos Municípios pela ADMISSIBILIDADE dos Embargos interpostos, visto que a pretensão recursal se enquadra em requisito estabelecido (contradição) no art. 32, da Lei Orgânica deste Tribunal Contas, com o PROVIMENTO PARCIAL da pretensão recursal, reduzindo a multa de 2010.BXO.PCS.01669/11 - MCS - 03/03/2016 Av. General Afonso Albuquerque Lima, 130 — Cambeba — CEP 60.822-325 — Fortaleza-CE www.tem.ce.gov.br 1 / 8

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ESTADO DO CEARÁ TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS

GABINETE DO CONSELHEIRO DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

PROCESSO N.°: 2010.BXO.PCS.01669/11 NATUREZA: Prestação de Contas de Gestão - Embargos de Declaração n°

1613/16 UNIDADE GESTORA: Prefeitura Municipal de Baixio PERÍODO: de 1°/01 a 30/09/2010 GESTORA: Glória Isabel Pires Ferreira RELATOR: Conselheiro Domingos Gomes de Aguiar Filho

ACÓRDÃO N.°: A1452 /A G

EMENTA: - Embargos de Declaração. - Prestação de Contas de Gestão da Prefeitura Municipal de Baixio, período de 1°/01 a 30/09/2010. - Ministério Público de Contas pela INADMISSIBILIDADE dos Embargos. -Decisão pela ADMISSIBILIDADE dos Embargos interpostos, visto que a pretensão recursal se enquadra em requisito estabelecido no art. 32, da Lei Orgânica deste Tribunal Contas (contradição), com o PROVIMENTO PARCIAL da pretensão recursal, reduzindo a multa de R$ 7.980,75 para R$ 6.916,65 e excluindo o débito de R$ 478.480,56 (subitem 2.19 do Acórdão Inicial), sem modificar, no entanto, a decisão nos demais termos, uma vez que mantidos os questionamentos que resultaram na irregularidade das contas (subitens 2.18 e 2.20) e as falhas de menor gravidade que também ensejaram em multas.

- Transitada em julgado a decisão, oficiar à Promotoria de Justiça da Comarca e ao ente municipal respectivo, para que estes adotem as medidas que julgarem cabíveis, na forma da Lei n° 8429/92 (art. 10, IX da Lei n° 8.429/92), tendo em vista a indicação, em tese, da prática de ato de improbidade administrativa, em virtude das falhas descritas no subitem 2.20 do Acórdão embargado. - Concessão de prazo recursal.

ACORDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos relativos aos Embargos de Declaração interpostos pela Sra. Glória Isabel Pires Ferreira, Gestora da Prefeitura Municipal de Baixio, período de 1°101 a 30/0912010, ACORDA a 2a. Câmara deste Tribunal de Contas dos Municípios pela ADMISSIBILIDADE dos Embargos interpostos, visto que a pretensão recursal se enquadra em requisito estabelecido (contradição) no art. 32, da Lei Orgânica deste Tribunal Contas, com o PROVIMENTO PARCIAL da pretensão recursal, reduzindo a multa de

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- Presidente

Relator

ESTADO DO CEARÁ TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS

GABINETE DO CONSELHEIRO DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

R$ 7.980,75 para R$ 6.916,65 e Excluindo o débito de R$ 478.480,56 (subitem 2.19 do Acórdão Inicial), sem modificar, no entanto, a decisão nos demais termos, uma vez que mantidos os questionamentos que resultaram na IRREGULARIDADE das contas (subitens 2.18 e 2.20) e as falhas de menor gravidade que também ensejaram em multas, bem como mantida a improbidade administrativa indicada no subitem 2.20, nos termos do Relatório e Voto abaixo transcritos. Concessão de Prazo Recursal.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO E RA, Fort leza, 0.9 de -/Y1C-L2-1) de ãolê' .

Fui presente - Procurador(a) de Contas

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ESTADO DO CEARÁ TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNKÁPIOS

GABINETE DO CONSELHEIRO DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

PROCESSO N.°: 2010.BXO.PCS.01669/11 NATUREZA: Prestação de Contas de Gestão - Embargos de Declaração n°

1613/16 UNIDADE GESTORA: Prefeitura Municipal de Baixio PERÍODO: de 1°/01 a 30/09/2010 GESTORA: Glória Isabel Pires Ferreira RELATOR: Conselheiro Domingos Gomes de Aguiar Filho

RELATÓRIO

Reportam-se os autos sobre Embargos de Declaração interpostos pela Sra. Glória Isabel Pires Ferreira, contra a decisão emitida pela 2a Câmara desta Corte de Contas, através do Acórdão n° 6028/15, fls.2187/2210, protocolado sob o n° 1613/16, fls.2218/2244.

Constam às fls. 2211, a certidão de julgamento (11/11/2015) e o ofício n° 39761/15, fls.2213, dando ciência à Responsável sobre o mencionado julgamento, que retornou após 03 (três) tentativas de entrega frustradas, razão pela qual foi publicado no Diário Oficial Eletrônico, fls.2216/2217.

Os citados Embargos foram distribuídos a este Relator, fls.2245, cuja tempestividade foi certificada às fls.2246.

O Ministério Público se manifestou sobre o assunto, tendo a ilustre Procuradora Cláudia Patrícia Rodriques Alves Cristino emitido o Parecer n° 1909/16, fls.2249/2251, pela inadmissibilidade dos embargos, visto que as razões não se enquadram nessa espécie de recurso.

É o Relatório.

RAZÕES DO VOTO

1. DA PRELIMINAR

1.1. DA TRAMITAÇÃO REGULAR DO PROCESSO. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA ASSEGURADOS À RESPONSÁVEL PELOS ATOS EM EXAME.

Destaco que a tramitação do processo em exame obedeceu às normas estabelecidas pela Lei Orgânica e o Regimento Interno deste Tribunal de Contas dos Municípios - TCM e as garantias e princípios preconizados na Constituição da República, sendo assegurado à parte responsável pelas Contas em apreço o direito

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à ampla defesa e ao contraditório, que, no presente caso, apresentou Embargos de Declaração à Decisão prolatada, tendo protocolado referida pretensão recursal tempestivamente.

2. DO MÉRITO

Inconformada com a decisão proferida no Acórdão n° 6028/15, que julgou pela irregularidade das contas, com aplicação de multa no valor de R$ 7.980,75, com imputação de débito na cifra de R$ 478.480,56 e com indicação, em tese, da prática de improbidade administrativa, a Responsável, Sra. Glória Isabel Pires Ferreira, apresentou Embargos de Declaração, os quais foram protocolados sob o n° 1613/16, alegando ocorrência de omissão e contradições em alguns pontos do Acórdão n° 6028/2015, quais sejam:

a) Subitem 2.1 - Não apresentação da Lei de Descentralização da Unidade Gestora em exame

Dispõe a Embargante:

"A gestora em alusão era também a Prefeita do Município de Baixio, ordenadora de despesas de todas as unidades do Município, não havendo que se falar em descentralização.

Portanto a Lei enviada, qual seja a de instituição das Unidades Gestoras, é a documentação pertinente, cujo documento repousa as fls. 1916/1924, cópia da Lei Municipal n° 0027/2006, de 10 de Novembro de 2006, que dispõe sobre a organização administrativa do Município e o quadro de cargos.

Desta forma nenhuma irregularidade passível de penalidade."

O Ministério Público de Contas dispõe que a omissão destacada pela Embargante se refere à desconcentração da Unidade, o que, na verdade, acaba tratando do mérito da falha, o que não é possível pela via estreita dos Embargos.

Destaco que o Instrumento Legal mencionado pela Embargante em sua pretensão foi devidamente analisado quando do proferimento do Acórdão Inicial, razão pela qual a omissão destacada pela Embargante, na presente alínea, inexiste, portanto, sendo incabível o reexame do mérito pela via de Embargos de Declaração.

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b) Subitem 2.19 - Impossibilidade de se confirmar o saldo financeiro, devido às divergências observadas no saldo financeiro para o período seguinte relativo às contas bancárias n° 160-2 (R$ 8.058,27), n° 161-0 (R$ 1.229,82), n° 219-6 (R$ 295.464,84) e n° 26.886-0 (R$ 11,76), que perfizeram um total de R$ 304.764,69

Aponta a Embargante que "diferentemente do que fora exposto pelos técnicos e corroborado pelo E. Relator, os extratos constantes dos autos são capazes de elidir os questionamentos quanto às divergências apontadas, tratando individualmente de diversas contas bancárias"

Novamente, a Procuradoria de Contas, considerando que o apontado tem como fundamento rever o mérito da decisão, discordando do trabalho técnico e da Relatoria, e que, bem explicitado (fls. 2203/2204), restam demonstradas que a mácula permaneceu, não havendo a contradição questionada.

Transcrevo abaixo o quadro demonstrativo registrado na Informação Complementar n° 1536/13, o qual embasou minha decisão pretérita no que se refere às sanções relativas ao saldo financeiro final:

N° CONTA SALDO DO BALANÇO

FINANCEIRO SALDO DO EXTRATO

BANCARIO

160-2 4.545,11 (3.513,16)

161-0 1.279,82 50,00

219-6 295.514,84 50,00

26.886-0 48.692,18 48.680,42

Examinando o questionamento, constatei que assiste razão à Gestora, pois confirmada a contradição apontada, uma vez que os extratos bancários constavam nos autos, antes do Acórdão ora atacado, sendo os mesmos satisfatórios à comprovação do saldo financeiro final, exceto em relação à ínfima divergência de R$ 11,76 (onze reais e setenta e seis centavos), conforme demonstrativo abaixo:

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N° CONTA SALDO FINAL BALANÇO FINANCEIRO FLS. 05/06

SALDO EXTRATOS BANCÁRIOS (R$) (Extratos + Aplicação)

FOLHAS

160-2 4.545,11 3.513,16 + 1.031,9 = 4.545,11 35/36 e 354/355

161-0 1.279,82 50,00+1.279,82 = 1.279,82 37 e 363/364 219-6 295.414,84 295.364,84 + 50,00 34, 40 e 370

=295.414,84 26.886-0 48.692,18 64,62 + 48.615,80 = 48.680,42 62/63

(#11,76)

Acrescento, para maior clareza dos fatos, que a numeração de uma mesma conta ocorreu de diversas formas: no Balanço Financeiro (n° 219-6), no extrato da conta corrente (n° 1960-006-00000219-6) e no extrato da aplicação (n° 1960600015), o que, consequentemente, ocasionou a divergência da análise técnica e, consequentemente, a contradição ventilada pela parte.

No que se refere à conta n° 26668-0, única conta ora não confirmado o saldo financeiro, como a divergência persistente é de apenas R$ 11,76 (onze reais e setenta e seis centavos), aplico ao caso o Princípio da Razoabilidade.

Portanto, exclusivamente, por esta alínea, constatando a ocorrência de contradição, entendo por admitir os presentes embargos, o que resulta na exclusão da multa de R$ 1.064,10 e do débito de R$ 478.480,56 pertinentes ao subitem 2.19 da decisão pretérita.

c) Subitem 2.20 - Irregularidades no certame licitatório (fls. 164/313) que respaldou a despesa (R$ 134.825,80) com serviços de pavimentação em paralelepípedo nas ruas Maria Dantas, Dona Xiquinha e São Francisco, localizadas na sede do município de Baixio, junto à credora Mytus Engenharia e Consultoria Ltda.

Aponta a Embargante o seguinte:

"Foi aplicada nota de improbidade administrativa a gestora em virtude dos apontamentos tratados neste item, em contradição com outros julgados desta casa".

Outro ponto a se destacar é que se comprovou o efetivo cumprimento do objeto considerando o registro fotográfico constante dos fólios do presente processo, foram realizados dois pagamentos conforme se

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observa nas Nfs. n" 02 e 03 que somadas totalizam o montante empenhado no valor de R$ 134.825,80 (cento e trinta e quatro mil oitocentos e vinte e cinco reais e oitenta centavos), conforme relatado na exordial de engenharia.

Atente-se que na execução das despesas oriundas do já mencionado empenho foram levados em consideração todos os aspectos legais necessários à regularidade dos procedimentos inclusos, o procedimento licitatório, o empenho, a liquidação e o consecutivo pagamento."

O Ministério Público de Contas destaca que a Embargante alega que outros processos que trataram da mesma matéria tiveram tratamento diverso, portanto, a contradição alegada não permite a interposição da pretensão recursal, vez que a hipótese autorizadora dos Embargos é aquela constante no corpo do próprio decisório recorrido.

Diante do alegado pela Embargante, entendo por não acatar a pretensão recursal, vez que o amparo da contradição alegada pela parte é aspecto externo ao processo em exame. Nesse sentido, destaco:

[...] 1. "A contradição que dá ensejo aos embargos de declaração é a que se estabelece no âmbito interno do julgado embargado, ou seja, a contradição do julgado consigo mesmo, como quando, por exemplo, o dispositivo não decorre logicamente da fundamentação, e não a eventual contrariedade do acórdão com um parâmetro externo (um preceito normativo, um precedente jurisprudencial , uma prova etc.)". (AgRg no Resp. 987.769/DF, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira

Quanto à presente alínea, destarte, entendo que o pressuposto apontado pela parte em suas razões recursais não pode servir de parâmetro para a admissibilidade dos Embargos interpostos.

VOTO

Diante do exposto, VOTO, em discordância com o posicionamento apresentado pelo Ministério Público de Contas, pela ADMISSÃO dos Embargos de Declaração apresentados pelo Sra. Glória Isabel Pires Ferreira, posto que referida pretensão recursal se enquadra na hipótese de contradição prevista no art. 32, da Lei Estadual n° 12.160/93 — LOTCM/CE, com o PROVIMENTO PARCIAL da pretensão recursal, sem modificar, no entanto, a decisão nos demais termos, uma vez que mantidos os questionamentos que resultaram na IRREGULARIDADE das contas (subitens 2.18 e 2.20), e determino:

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GABINETE DO CONSELHEIRO DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

a) Redução da multa de R$ 7.980,75 para R$ 6.916,65 e exclusão do débito de R$ 478.480,56 (subitem 2.19 do Acórdão Inicial).

b) Transitada em Julgado a decisão, determino que seja OFICIADO à Promotoria de Justiça da Comarca e ao ente municipal respectivo, para que estes adotem as medidas que julgarem cabíveis, na forma da Lei n° 8429/92 (art. 10, IX da Lei n° 8.429/92), tendo em vista a permanência da indicação, em tese, da prática de ato de improbidade administrativa, em virtude das falhas descritas no subitem 2.20 do Acórdão embargado.

c) Caso não sejam apresentadas razões de recurso e nem efetivado o recolhimento determinado no prazo de 30 (trinta) dias, seja representado junto à Procuradoria Geral de Justiça, para adoção das medidas legais cabíveis, e comunicado ao Prefeito Municipal, para inscrição na dívida ativa municipal.

Expedientes e demais recomendações de praxe.

Fortaleza, 01 / 'mart /62oiC,

COLAS EIRO DOMINGOS GOMES DE A U AR Fl HO RELATOR

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