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/// axxu DOMINGO, 13 DE JULHO DE 1903 A '.° 104 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA Assignatura Anno. 1S000 réis; semestre, . ioo réis. Pagamento adeantado. _ parn 0 Brazil, anno. 2$5oo réis (moeda fonej. A Avulso, no dia da publicação. 20 réis. p EDITOR— José Augusto Saloio P 19, i.‘ — RUA DIREITA — 19, 1.° v-X J D E C-*-vX JLi Jb3 C^r A l . Publicações Annuncios— i.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, A 20 réis. Annuncios na 4.-' pagina, contracto cspicial. Os auto- í Í graphos náo se restituem quer sejam ou náo publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EX P ED IEN TE Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias qiic sejaiu de interesse publico. Rogamos ao» nossos estimáveis assignantes a fineza «le nos participa rem qualquer falta na re messa «lo jornal, para de prompto p rov i d e n ciar mos. A Mais um crime se deu agora em Lisboa, onde entrou em scena a repu gnante navalha, a arma dos pérfidos e dos cobar des. Um homem foi ag- gredido á traição, com es se vil instrumento, ficando em perigo de vida E’ preciso, é urgentíssi mo que se dê uma licção severa a esses .homens, es coria da sociedade, que não sabem atacar um ini migo de cara a cara e que para se vingarem vão ser vir-se de uma arma trai çoeira. Banil-os da socie dade é um dever que se impõe aos homens hones tos e de coração. Que vão conviver com as feras, por que de feras são os seus sentimentos e qualidades. Um homem qualquer, pa- cifico e bom, não póde es tar á mercê de qualquer vadio que, para saciar os seus instinctos malévolos, vá tirar-lhe a vida, rouban do assim á sociedade uma pessoa util. Todo o rigor da lei sobre esses miserá veis que não se pejam de assassinar cobardemente o seu similhante. São quasi sempre as mu lheres de costumes faceis que dão origem a essas vergonhosas scenas. E' vêl- as de cigarro ao canto da bòca, assistindo curiosas a too sangrentos espectácu los e indo depois empenhar °s miseros farrapos para salvarem o amante das mãos da justiça. Triste e degradante! , Educados na escola do V |cio, esses homens nunca Pôdem ser prestantes á so ciedade. Vivem á custa dessas desgraçadas, a quem ex ploram, valendo-se da sua vida crapulosa, e não se en tregam a nenhuma quali dade de trabalho, porque acham aviltante empregar as forças musculares em qualquer acto laborioso. A justiça não deve ter contemplação de especie al guma com esses homens. Cáia sobre elles o castigo mais severo, para que aos outros sirva isso de licção proveitosa. JOAQUIM DOS ANJOS. Malvadez Pelas 11 horas e meia da noite de 5 do corrente, re gressavam a esta villa, vin dos de Setúbal, em um cai ro, os nossos amigos José Maria Mendes Junior, Ma nuel de Jesus Bisca e An tonio Rodrigues Calleiro e dois sobrinhos seus, ainda creanças. P roximo da quin ta do ex."10 sr. Domingos Tavares, digno presidente da camara deste concelho, denominada o Camarral, passaram os nossos ami gos por tres indivíduos que estavam parados na estra da. Momentos depois foi- lhes disparado um tiro de espingarda que, fazendo o chumbo uma grande roda, se foram alojar na nuca e pescoço de Mende Junior e Calleiro e na cara de seu sobrinho Joaquim alguns bagos. Os scelerados pen saram, naturalmente, inti- midal-os ao ponto de os poderem roubai'. Teem-se dado naquelle sitio alguns assaltos, e os malfeitores, sem receio pelas auctorida des continuam livrementea sua honrosa profissão. Os nossos amigos foram no dia immediato a Setú bal dar parte do occorrido ás auctoridades daquella cidade. Por emquanto na do se sabe; mas é prová vel que as diligencias ago ra empregadas sejam co mo as que até aqui tem havido. Consta-nos que a phy larmonica i.° de Dezem bro dá brevemente um pas seio ao Norte. A VINDIMADEIRA De todas as colheitas é a da vinha a que mais de longe preoccupa as nossas populações ruraes, e é tambem a que reveste uma feição mais festiva, quando nem a abundancia nem a qualidade dos fruetos cor respondem ás fadigas e an- ciosos cuidados do lavra dor. E como não havia de ser assim, se a vinha, a despei to de tantas adversidades que soffrc, domina todas as culturas, pela sua vasti dão e pela sua importancia económica?! Como não havia de ser assim, se é no rendimento do vinho que um grandíssimo numero de cultivadores põem, to do o anno, as suas melho res esperanças? Tal foi sempre a impor tancia perdominante desta colheita, que outrora a epocha das vindimas era annunciada nos paizes vi nhateiros por festas publi cas celebradas com gran de solemnidade. As aucto ridades, acompanhadas de agricultores esclarecidos e experientes, percorriam os vinhedos, para julgarem do estado de maturação das uvas; e ninguém podia vindimar, sem que solem- nemente fosse proclamada a permissão para o fazer. A este costume allude o nosso Ferreira Lapa, recor dando que antigamente era era marcado em cado povoação o dia da vin dima, para o que a aucto- ridade local deitava o cha mado pregão da vindima. Com o volver do tempo proscreveu-se esse uso; mas perdura a effusiva alegria das vindimas, que vem um pouco da própria natureza do produeto, do qual dizia o poeta beirão: Oh. vinho, licor famoso! A ventura devo a <1 ti! Essa ruidosa alegria vem ainda da tradição secular, destas festas propiciató rias da antiguidade, que as civilisações foram trans formando, mas de que nos paizes vinhateiros subsis tem esbatidos reflexos, nas danças e cantares dos vin- dimadores. Os typos e as scenas da vindima tiveram sempre tão pittorescos e tão sug- gestivos aspectos, que os mais celebres poetas os descreveram, e os mais insignes artistas os pinta ram ou esculpiram. E as sim, nas obras da arte, ve mos a evolução operada nos custumes ruraes, e ao mesmo tempo na esthese dos artistas. A arte antiga dá-nos a impressão das fes tas báchicas. Na idade mé dia o christianismo impri me ás vindimas um senti mento religioso, perdendo nas suas obras d arte o ca racter pagão, para glori i- carem o produeto da vi nha com um precioso dom ie Deus. Tal é o assumpto do famoso Iresco J- flò- ntino Benozzo Gozzoli. do Campo Santo de Pisa Í1468). A renascença, re gressando ás concepções pagãs, ceUbra novamente as scenas orgiacas, como nos celebres Bebedores de Velasque em que o deus Baccho está coroando um dos seus fieis adeptos (1629). No seculo X V III a arte dá novo aspecto á vindima, que deixa de ser uma or gia grosseira, para reves tir a fórma galante de uma delicada diversão campesi na. Modernamente, a arte obedece a um sentimento mais humano e mais ver dadeiro: os pintores repro duzem os quadros interes santes da vida rural, fazen do sobresair a sádía jovia lidade do trabalho dos vin- dimadores. Nesta phase entram os bellos quadros de Daubigny, As vindimas na Boigonha. de Julio Bre- ton, As vindimadeiras, e de Curzon, A vindima em Procida. Mas, d’entre os numero sos quadros modernos con sagrados a este assumpto tão antigo, e que parece sempre novo, um dos que mais agradavel impressão nos desperta, na sobrieda de da composição, e em não sei que effluvio de can- dida alegria, é esta Vindi- madeira, de Eduardo Sain, com que abrimos o presen te volume. Em verdade, quem és tu, meiga e risonha Vindima- deira, que pareces trazer em teus olhos a aurora dos campos, e soltar dos teus labios frescos um cântico de paz e de esperança? Laboriosa abèlha do ale gre «enxame camponez!» Tu symbolisas, na modés tia do teu porte, na louça- nia d,o teu rosto, na robus tez dos teus braços, na franqueza de teu olhar, na suavidade de teu sorrir a rainha das fadas A fada incansável, a industria rural. E’s tu que animas os ran chos com teus cantares, és tu que enches celleiros com teu labòr! A’ soga dos bois, na arrenda dos milhos, na seita da seara; apascentan do os gados, sachando nos campos, colhendo os fruc? tos, assedando o linho, lian do o bragal; és tu, sempre tu, que dás poesia ao cam po, amor e felicidade ao ir — e o grandioso exem plo da virtude do trabalho! V in di m ad ei r a ! 1 ab o ri osa, simples e amoravel mulher do campo! Terás talvez o desdem da cidade; mas não te falta a bencão de Deus! JULIO GAMA. Da Gaveta/das Aldeias). Estão affixados editaes para se proceder no dia 26 do corrente ás arremata ções da rend t dos portos para descarrego de lamas, 1:178 metros de carris de ferro e 6 wagonetes que serviram nas obras do ater ro da Caldeira. O certamen snsisicai cm Setúbal Conforme noticiámos,te ve logar no domingo ulti mo na praça de touros D. Carlos, o certamen musi cal, a premióã, que come çou um pouco depois do meio dia e terminou ás 4 horas da tarde. Obteve o primeiro premio a phylar monica i.° de Dezembro, desta villa, e o 2.0 a do Commando Geral d’Arti- Iheria, de Lisboa. Estas phy- tharmonicas abrilhantaram o arraial das festas á Se-

í v-X J D E C-*-vX JLi Jb3 C^r l com que abrimos o presen ......gos por tres indivíduos que estavam parados na estra da. Momentos depois foi- lhes disparado um tiro de espingarda

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Page 1: í v-X J D E C-*-vX JLi Jb3 C^r l com que abrimos o presen ......gos por tres indivíduos que estavam parados na estra da. Momentos depois foi- lhes disparado um tiro de espingarda

/// a x x u DOMINGO, 13 DE JULHO DE 1903 A'.° 104

S E M A N A R I O N O T I C I O S O , L I T T E R A R I O E A G R I C O L A

A ss ig n a tu raAnno. 1S000 réis; semestre, .ioo réis. Pagamento adeantado. _ parn 0 Brazil, anno. 2$5oo réis (moeda fonej. AAvulso, no dia da publicação. 20 réis. p

EDITOR — José Augusto Saloio P 19, i . ‘ — R U A D IR E IT A — 19, 1.°v-X J D E C-*-vX JL i Jb 3 C ^ r A l.

P u b l i c a ç õ e sAnnuncios— i . a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes,

A 20 réis. Annuncios na 4.-' pagina, contracto cspicial. Os auto- í Í graphos náo se restituem quer sejam ou náo publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

E X P E D I E N T E

Acceitam-se com grati­dão quaesquer noticias qiic sejaiu de interesse publico.

Rogamos ao» n o sso s estimáveis a s s ig n a n te s a fineza «le nos p a r t ic ip a ­r e m q u a lq u e r fa lta na r e ­messa «lo jo rn a l , p a ra de prompto p rov i d e n c ia r ­mos.

AMais um crim e se deu

agora em Lisboa, onde entrou em scena a repu­gnante navalha, a arm a dos pérfidos e dos cobar­des. Um homem foi ag- gredido á traição, com es­se vil instrumento, ficando em perigo de vida

E’ preciso, é urgentíssi­mo que se dê uma licção severa a esses .homens, es­coria da sociedade, que não sabem atacar um ini­migo de cara a cara e que para se vingarem vão ser­vir-se de uma arma trai­çoeira. Banil-os da socie­dade é um dever que se impõe aos homens hones­tos e de coração. Q ue vão conviver com as feras, por­que de feras são os seus sentimentos e qualidades. Um homem qualquer, pa- cifico e bom, não póde es­tar á mercê de qualquer vadio que, para saciar os seus instinctos malévolos, vá tirar-lhe a vida, rouban­do assim á sociedade uma pessoa util. Todo o rig o r da lei sobre esses miserá­veis que não se pejam de assassinar cobardemente o seu similhante.

São quasi sempre as m u­lheres de costumes faceis que dão origem a essas vergonhosas scenas. E' vêl- as de cigarro ao canto da bòca, assistindo curiosas a too sangrentos espectácu­los e indo depois empenhar °s miseros farrapos para salvarem o amante das mãos da justiça. Triste e degradante!, Educados na escola do

V|cio, esses homens nunca Pôdem ser prestantes á so­ciedade.

Vivem á custa dessas

desgraçadas, a quem ex­ploram, valendo-se da sua vida crapulosa, e não se en­tregam a nenhuma quali­dade de trabalho, porque acham aviltante empregar as forças musculares em qualquer acto laborioso.

A justiça não deve ter contemplação de especie al­guma com esses homens. Cáia sobre elles o castigo mais severo, para que aos outros sirva isso de licção proveitosa.

JO AQ UIM DOS ANJOS.

M alvadez

Pelas 11 horas e meia da noite de 5 do corrente, re­gressavam a esta villa, vin­dos de Setúbal, em um c a i­ro, os nossos amigos José Maria Mendes Junior, Ma­nuel de Jesus Bisca e A n­tonio Rodrigues C alleiro e dois sobrinhos seus, ainda creanças. P roximo da quin­ta do ex."10 sr. Domingos Tavares, digno presidente da camara deste concelho, denominada o Cam arral, passaram os nossos ami­gos por tres indivíduos que estavam parados na estra­da. Momentos depois foi- lhes disparado um tiro de espingarda que, fazendo o chumbo uma grande roda, se foram alojar na nuca e pescoço de Mende Junior e Calleiro e na cara de seu sobrinho Joaquim alguns bagos. O s scelerados pen­saram, naturalmente, inti- midal-os ao ponto de os poderem roubai'. Teem-se dado naquelle sitio alguns assaltos, e os malfeitores, sem receio pelas auctorida­des continuam livrem entea sua honrosa profissão.

O s nossos amigos foram no dia immediato a Setú­bal dar parte do occorrido ás auctoridades daquella cidade. Por emquanto na­do se sabe; mas é prová­vel que as diligencias ago­ra empregadas sejam co­mo as que até aqui tem havido.

Consta-nos que a phy­larmonica i.° de Dezem­bro dá brevemente um pas­seio ao Norte.

A V IN D IM A D E IR A

De todas as colheitas é a da vinha a que mais de longe preoccupa as nossas populações ruraes, e é tambem a que reveste uma feição mais festiva, quando nem a abundancia nem a qualidade dos fruetos cor­respondem ás fadigas e an- ciosos cuidados do lavra­dor.

E como não havia de ser assim, se a vinha, a despei­to de tantas adversidades que soffrc, domina todas as culturas, pela sua vasti­dão e pela sua importancia económica?! Com o não havia de ser assim, se é no rendimento do vinho que um grandíssimo numero de cultivadores põem, to­do o anno, as suas melho­res esperanças?

Tal foi sempre a im por­tancia perdominante desta colheita, que o u tro ra a epocha das vindimas era annunciada nos paizes vi­nhateiros por festas publi­cas celebradas com gran­de solemnidade. As aucto­ridades, acompanhadas de agricultores esclarecidos e experientes, percorriam os vinhedos, para julgarem do estado de maturação das uvas; e ninguém podia vindimar, sem que solem- nemente fosse proclamada a permissão para o fazer. A este costume allude o nosso Ferreira Lapa, recor­dando que antigamente era era marcado em cado povoação o dia da vin­dima, para o que a aucto- ridade local deitava o cha­mado pregão da vindima. C om o volver do tempo proscreveu-se esse u so ; mas perdura a effusiva alegria das vindimas, que vem um pouco da própria natureza do produeto, do qual dizia o poeta beirão:

Oh. vinho, licor famoso!A ventura devo a <1 ti!

Essa ruidosa alegria vem ainda da tradição secular, destas festas propiciató­rias da antiguidade, que as civilisações foram trans­formando, mas de que nos paizes vinhateiros subsis­

tem esbatidos reflexos, nas

danças e cantares dos vin- dimadores.

O s typos e as scenas da vindima tiveram sempre tão pittorescos e tão sug- gestivos aspectos, que os mais celebres poetas os descreveram , e os mais insignes artistas os pinta­ram ou esculpiram. E as­sim, nas obras da arte, ve­mos a evolução operada nos custumes ruraes, e ao mesmo tempo na esthese dos artistas. A arte antiga dá-nos a impressão das fes­tas báchicas. Na idade mé­dia o christianismo im pri­me ás vindimas um senti­mento religioso, perdendo nas suas obras d arte o ca­racter pagão, para glori i- carem o produeto da v i­nha com um precioso dom ie Deus. Tal é o assumpto do famoso Iresco J - flò-

ntino Benozzo Gozzoli. do Cam po Santo de Pisa Í1468). A renascença, re­gressando ás concepções pagãs, ceUbra novamente as scenas orgiacas, como nos celebres Bebedores de V e la s q u e em que o deus Baccho está coroando um dos seus fieis adeptos (1629). No seculo X V II I a arte dá novo aspecto á vindima, que deixa de ser uma or­gia grosseira, para reves­tir a fórma galante de uma delicada diversão campesi­na. Modernamente, a arte obedece a um sentimento mais humano e mais ver­dadeiro: os pintores repro­duzem os quadros interes­santes da vida rural, fazen­do sobresair a sádía jovia­lidade do trabalho dos vin- dimadores. Nesta phase entram os bellos quadros de Daubigny, As vindimas na Boigonha. de Julio Bre- ton, As vindimadeiras, e de Curzon, A vindima em Procida.

Mas, d’entre os num ero­sos quadros modernos con­sagrados a este assumpto tão antigo, e que parece sempre novo, um dos que mais agradavel impressão nos desperta, na sobrieda­de da composição, e em não sei que effluvio de can- dida alegria, é esta Vindi- madeira, de Eduardo Sain,

com que abrimos o presen­te volume.

Em verdade, quem és tu, meiga e risonha Vindima- deira, que pareces trazer em teus olhos a aurora dos campos, e soltar dos teus labios frescos um cântico de paz e de esperança?

Laboriosa abèlha do ale­gre «enxame camponez!» T u symbolisas, na modés­tia do teu porte, na louça- nia d,o teu rosto, na robus­tez dos teus braços, na franqueza de teu olhar, na suavidade de teu sorrir

a rainha das fadas A fada incansável, a industria rural.

E’s tu que animas os ran­chos com teus cantares, és tu que enches celleiros com teu labòr! A ’ soga dos bois, na arrenda dos milhos, na seita da seara; apascentan­do os gados, sachando nos campos, colhendo os fruc? tos, assedando o linho, lian­do o bragal; és tu, sempre tu, que dás poesia ao cam­po, amor e felicidade ao

ir — e o grandioso exem­plo da virtude do trabalho!

V in di m ad e i r a ! 1 ab o ri osa, simples e am oravel mulher do cam po! Terás talvez o desdem da cidade; mas não te falta a bencão de Deus!

JU L IO GAM A.

Da Gaveta/das Aldeias).

Estão affixados editaes para se proceder no dia 26 do corrente ás arrem ata­ções da rend t dos portos para descarrego de lamas, 1:178 metros de carris de ferro e 6 wagonetes que serviram nas obras do ater­ro da Caldeira.

O c e r ta m e n snsisicai cm S e tú b a l

Conform e noticiámos,te­ve logar no domingo ulti­mo na praça de touros D. C arlos, o certamen musi­cal, a premióã, que come­çou um pouco depois do meio dia e terminou ás 4 horas da tarde. Obteve o primeiro premio a phylar­monica i.° de Dezembro, desta villa, e o 2.0 a do Commando G eral d’A rti- Iheria, de Lisboa. Estas phy- tharmonicas abrilhantaram o arraial das festas á Se-

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O DOMI NGO 3nhora cFAríabida, tocando alternadamente nos doisco- retos, Municipal e Manueli­no, até ás duas horas da m adrugada de segunda fei­ra, hora a que terminou o arraial, sendo sempre mui­to applaudidas.

Tom aram parte no cer- tamen as phyiarmonicas i.° de Dezembro, de Alde­gallega; Progresso Alcace- rense, de Alcácer do Sal; Alum nos de Harmonia, Al um nos de Apollo e Com - mando Geral de Artilheria, de Lisboa.

O ju ry era composto pe­los srs. Cherubim Antonio d’Assis, mestre aposentado de uma das bandas de Lis­boa, Thom az Borba, pro­fessor do Conservatório de Lisboa, e José Maria A de­lino, mestre da banda de infanteria u , de Setúbal.

Pela maneira brilhantís­sima como a distincta phy­larm onica i.°de Dezembro se houve no concurso, en­viamos-lhe enthusiastica- menrte as nossas felicita­ções, e egualmente ao seu mestre, sr. Balthazar Ma­nuel Valente, por vèr todos os seus esforços coroados do maior exito.

multidão de povo, indo cumprim entar o seu mes­tre, sr. Balthazar Manuel Valente e a direcção. O povo, enthusiasmado pela victoria obtida pela distin­cta phylarmonica no certa- men musical, em Setúbal, levantou muitos vivas e lan­çou ao ar muitos foguetes

Ciraude pechiitclia!

Cassas que em qualquer outro estabelecimento se es­tão vendendo por 240 réis, vendem-se no G rande Ar­mazém do Com m ercio, do nosso amigo João Antonio Ribeiro, na praça Serpa Pin­to, pelo modico preco de

1 8 0 r é i s ’A este importante esta­

belecimento acaba de che­gar um bonito sortido de casimiras para fatos de ho­mem.

Tudo mais barato!

Na noite de 6 do corren­te, a Sociedade Phylarm o­nica i.° de Dezembro, illu- miriou a sua fichada, sendo por essa occasião lançadas ao ar muitas dezenas de foguetes. A phylarmonica percorreu as ruas da villa,. acompanhada de grande |

EXA M ES Resultado dos exames de

i.°- grau' de instrucção primaria obtido nos dias6 e 7 do corrente.

Escola official:Horacio Thomé Cam pos

Valente, bem.Ensino particular pelo sr.

Antonio Francisco Mo­reira de Sd:Antonio Pereira Duarte

Junior, bem; Luiz Salgado de O liveira, bem.Escola Lusitana:

Antonio Luiz Dantas Ju­nior, bem; Antonio Fausto Rosa Carneiro, bem; A r­naldo Gusm ão Arouca, bem; José Antonio Baldri- co, sufciiciente; José G e r­mano Serra, suíficiente; João Firmino Vintem, suf- íiciente; Lucio Lopes Junior, suíficiente; Sebastião Leal da Gama Junior, suíficiente.

Sexo feminino

Maria de Jesus Lopes, óptim a; Emilia de Jesus Lo­pes, bem; Beatriz C arm o da Veiga,-sufficiente.

G R A N D E A R M A Z E M

2 j íilulL

& C om p.a — *— f

Farinha, semea, arroz na­cional, alimpadúra, fava, milho, cevada, aveia, sul­phato e enxofre.

Todos estes generos se vendem por preços muito em conta tanto para o con­sum idor como para o re­vendedor.

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Itasa d o C aes —ALDEGALLEGA

COFRE DE PERQLAS

ENLEVO •À m in h a so b rin h a  l ice

Alma gentil, oh pérola mimosa,Pequenina de fronte radiante!. . .E s num s o rrir denlevos enebriante,Innocenle botão d'ebúrnea rosa!

D ebil vergontea,-casto mimo doce!A slrol beijo! canção! bloco de neve!. . .Ensaias, rindo, o leu passilo breve,Como num sonho que os teus labios ro c e ...

F o i la da elhérea lu* que tu vieste,Consolo! A lm a! 17ida dos teus paes!Tudo que é leu encanta!— e a elles mais. ..Oh 'sirella! oh f lo r ! oh pérola celeste!

»

O h' anjo! oh amor! oh pomba extremosa! Boquita rubra, quinda treme a fala. ..L ir io que desabrocha, e aroma exliala!E u rogo a Deus te fade bem ditosa!

B R A Z jVIACIIAD O .

P E N S A M E N T O SP o r imitação ama-se; por imitação deshonra-se; por

imitação casa-se; por imitação suicida-se.— Camillo C a s­tello Branco.

— A mulher é a mais bella, a mais preciosa jo ia ti­rada do cofre de Deus para ornamento e ventura do homem. — A. Guyard.

— E tão raro encontrar beneficiados agradecidos, como benfeitores desinteressados.

— 0 homem temperado, como o peixinho em ribeiro crystallinò, corre suavemente na branda corrente da vida.— Feltkan.

A N E C D O T A S

Gastão é estudante e volta ~da distribuição dos pré­mios.

— Mamã, apanhei o prémio de orthographia.— Está bem, meu filho; mas como conseguiste, sendo

lii sempre o peior estudante da tua classe?■— E ji lhe digo, mamã; 0 meu condiscípulo Paulo foi

quem leve o prémio, mas quando nos retiravamos, elle deixou-o cahir na rua, e eu então. . . apanhei-a. ..

iit iM m m iim n im i

D i-ja um parvo:— 0 que eu queria é que morresse todo o mundo e

que eu ficasse sósinho.— P ara quê? perguntou-lhe um amigo.— Para eu ficar com tudo, e casar depois com uma

mulher muito rica\

Assistiam a um enfermo umas mulheres muito feias; viu-as elle, e dirigindo-se a uns amigos disse:

— Sinto que. vou m o rrer. . .— Porque? peguntaram.— Porque l i em vários livros que d hora da morte

tem a gente visões extranhas. . . e eu estou tendo-as me­donhas !

SlSmstro «las Obras js. lílieas

Hontem, nesta villa, f0j verdadeiro dia de festa. As ruas Direita, C aes e Ponte estavam embandeiradas, 0 que dava um estylo alegre á terra. Seria uma hora da tarde quando da ponte dos vapores desta villa, em es­pera do ministro das obras publicas, desatracava um vapor onde iam algumas pessoas d’esta villa convi­dadas para esse fim. Pelas duas horas e meia chega­vam á ponte dos vapores desta villa, os vapores «Vi- ctoria» e «Lisbonense». Vi­nha neste o ministro das obras publicas acompanha­do dos ex.moS srs. José Ma­ria dos Santos, digno par do reino, José Dias Ferrei­ra, deputado por este cir­culo e muitas familias de suas relações e naquelle a ex.ma Cam ara Municipal e as pessoas por ella convida­das. A phylarmonica i,°de Dezembro tocou o hymno da carta á chegada do mi­nistro, levantando por essa occasião o povo que aguar­dava a sua chegada enthu- siasticos vivas. Eram ires horas estava o vasto salão dos Passos do Concelho, repleto de gente que ia as­sisar ao «lunch» offerecido pela ex."1''' Cam ara Munici­pal. Pouco depois, o ex.™ sr. Francisco da Silva, di­gno vice-presidente da ca­mara, em nome do ex."1" sr. Dom ingos Tavares, digno presidente, leu uma men­sagem em que dava as boas vindas a s. ex.a, e lhe fazia, além doutros, os se­guintes pedidos: que.con­sentisse que se désse o seu nome á rua da Ponte e que fosse alongada a praia, alim de facilitar as carreiras do vapores entre esta villa e Lisboa. Sua ex.a acce.deu promptamente a estes pe­didos, trocando-se por esla occasião caloros:;s brindei Tocou no salão durante 0 «lunch» a phylarmonica 1® de Dezembro. Eram 6 ho­ras quando s. ex.a retirou. Foi muito povo até á ponte dos vapores, havendo mui-

35 F O L H E T IM .

Traducção de J. DOS AN.lOâ

i l i i L i v r o p r i m e i r o

111

«Sabe o cajor que fazia; eu estava toda em fogo e o lago por onde tí­nhamos passado attrahia-me; não pu­de resistir á tentação. Entrei no par­que; despi-me depressa e metti-me na agua. Mas de repente um relarapago assQstador iijum nou tudo de roda de mim, enchendo-me 05 olhos com a ; suas chatnmas que quasi'me cegaram, e cahiu um raio perto daqui. Lu to' máca medo; quiz sahir da ngua e, na minha prc< ipitaçáo, prcuderam-se-iíie

as pernas nas hervas que estão no fundo. Julguei que estava perdida, e, agarrando me á borda do lago, dei o grito, que o., senhor ouviu.

— De modo que lhe salvei a vida! exclamou o Adriano.

—-Com certeza que Deus ou o dia­bo se metteram n’isso, objccto^ a Ma- gddena, porque quando isahi d’aqui estava muito resolnda n ãó o tornar a ver.

Mas para que se queria esquecer de mim?

— K ' porque eu não passo de uma rapariga pobre e que, apesar de o se­nhor dizer que gosta de mim. nunca uni homem da sua classe casará com uma humilde camponeza como eu. Só nos- livros é que os reis casam com pastoras.

— Mas eu não sou rei, respondeu

— Ah! que desgraça a minha cm o ter encontrado! suspirou ella.

E metteu a cabeça no travesseiro , para esconder as lagrimas.

— Socegue, tenha confiança, mur­murou-lhe o Adriano ao. ouvido. O que hei de fazer para lhe provar 0 meu sincero amor?

Ella não respondeu. Os protestos febris do Adriano abrazavam-lhe a al­ma. Estava vencida e elle perdia a ra­zão. Seccou-lhe as lagrimas com jbei- jos, emquanto deante dos olhos lhe passava, como n'uma visão phan.tasti- ca, a lembrança do? trágicos amõrès do Fausto è Margarida.

Dois dias depois! á uma hora da manhã, isto' é, alguns momentos antes de passar o comboio expresso que vae de Marselha para Paris, o A dria­no Hervev passeava <ósinb.-.> na òjTá- çlío de Monléiimar. L . jjc ava pela

Magdalena, com quem tinha combina- nado juntar-se alli.

A noite estava escura è a chuva ca- hia em torrentes,— uma verdadeira noite de aventuras. Na estação allu- miada ainda n"aquelle momento só

por um bico de gaz. tudo estava so- cegado e só sé ouvia a bulha do ven­to que sacudia as portas e da chuva que cahiii.no tecto. 0 Adriano anda va de um lado para o outro,fòlhando

de quando em quando para o relogio.Por vezes npproximava-se da«porta

de entrada e collava a fronte ardente

aos v dros em que a agua gotejava, procurando debalde vencer as trevas

1 * -r-espessas que envolviam a.estaçao. 11- nha o coraçãp opprimido. Parecia-lhe

que a Magdalena tardava e tènra que lhe tivesse succedidò alguma coisa, l-énsíiva t.wibetn na magua que ops.c

havia de sentir quando soubesse fuga da iilhal

Depois a imaginação transportava 0 a Paris, á casa modesta onde a rmie esperava que elle voltasse, sem sus­peitar do grave acontecimento iluC elle estava resolvido a participar-lhe. E como receberia ella uma ta! confis­são? Abriria os braços á Magdalena:-1' nha? Perdoaria ao filho? Estas idék confundiam-se tumultuosamente 11,1 espirito do Adriano, causavam-lhe fe’ bre, excitavam-lhe o.s nervos e t',rna' vam-lhe ainda mais dolorosa fiqueis espera cruel.

De repente ouviu-se a sineta. 1 1,1 empregado Hccendeu os tpico- de & l e o da bilheteira abriu o postigo cg '1' tou com voz forte:

— Passageiros para alinha dc Paris-

(Continuai*

Page 3: í v-X J D E C-*-vX JLi Jb3 C^r l com que abrimos o presen ......gos por tres indivíduos que estavam parados na estra da. Momentos depois foi- lhes disparado um tiro de espingarda

tos vivas ao ministro e ao eX»° sr. José M aria dos Santos, tocando a phylar- monica i.° de Dezem bro, t Ouvindo-se no a r o cs-tralejara-uetes.b

constante dos f o- ;

Alguns phyiarmonicos da sociedade i.° de Dezem ­bro, formaram honte á noi­te uma fanfarra, percor­rendo as ruas da villa, to­cando até altas horas da noite-

Aninivcrsario

Completa no dia 16 do corrente o seu 2 .° anniver­sario natalicio o estreme­cido filhinho do nosso ami­go Cesar Augusto Coelho, digno 2 ° aspirante da re­partição de fazenda d’este concelho.

Os nossos parabéns.

A N N U N C I O S

M O D I S T A

Maria do Nascimento Moreira da Fonseca, mo­dista de vestidos e ehapéos para senhoras e creanças, acaba de chegar a esta importante villa de Alde­gallega, onde executa to­dos os trabalhos- corres­pondentes ao seu mister

com a maxima perfeição, elegancia, economia e pon­tualidade.

Espera receber a coadju- vação do amavel povo de Aldegallega, pelo que já se confessa immensamente grata.

Rua do Conselheiro João Franco, 3, i,°— A ld e­gallega.

O S ’ D B A M A S BA COJÍTE

(Chronica do re nado de Luiz X V )

Romance historico por

E, LADOUCETTE

Os amores trágicos de Mánon Les raut com o celebre Çavaljeiro de Grieux, formam o entrecho d’este romani e, rigorosamente historico,' ;i que Lacloui ette im prim iu um cunho de originalidade deveras encantador.

A - Cfirte de Luiz xv. com todos os seus esplendores e misérias, ti escri- pta nr gistr. Imente pelo auetor d '0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvi­da a alcançar entre nós exito egual aquelle com que.foi recebido em Pa ris, onde se conta-am por milhares os exemplares vendidos.

A ed.ção portugueza do popular e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande fo rm to , illustrados com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas dc 2 volumes.

r é is o fa sc ícu lo1.00 r é is o íoiíso

2 valiosos brindes a todos os assignantes

Pedidos á Bibliotheca Popular, E m ­presa Editora, 162. Rua da Rosa, 162 — Lisboa.

(1AHVÂO M KOKEDas Companhias Reuni­

das G az e Electricidade, Lisboa, a 5 0 0 réis ca­

da sacca de q5 kilos.

L a rg o «la Caldeira

— * A L D E G A L L E G A *—20

TABOLETASHa duas tabalétas gran­

des e em bom uso para ven­der. Trata-se com o sr. João Antonio R ibeiro , pra­ça Serpa Pinto, 5g — Alde­gallega.

O D O M I N G O

c o m p a n h i a mm mmL

P o r Soo reis semanaes se adquirem as cele­bres machinas SINGER para coser.

Pedidos a A U R É L IO J O Ã O D A C R IJZ , cobrador da casa <&- «v1 e concessionário em Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Pnvia catalogas a quem os desejar, 70. rua do Rato, 70 — Alcochete.

l l í M f . 1 UO D I A R I O I)E NOTICIASA G U E R R A A N G L O - B O E R

Impressões do Transvaal

Interessantíssima narração das luetas entre inglezes e boers, «illustrada» om numerosas zinc o-gravur; s de «homens celebres» do 1 ransvaal e do

Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruenta- daG l J E R R A A N G L O -B O E R

For um funçcionario da C ru z V erm elha ao serviçodo Transvaal.

Fasciculos semanaes de 16 paginas.......................?Q réisTomo de 5 fasciculos......................................... 1S0 »A G U ER R A A N G LO B O ER é a obra de mais palpitante actualidade.

N ella são descrii_tas, «por uma teUemunha presencial», as differentes phases e acontecimentos emocionantes da terrivel guerra que tem espantado 0 mundo inteiro.

A G U E R R A A N G L O -1 O ER faz passar a fie os olhos do leitor todas a “ grandes bati lhas, combates» e «es; aVánuiças? d‘esta prolongada e acerrim: lueta entre inglezes. traasvaalisnos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroismo e tenacidade, em que são egnrlmente admiravéis a coragem e de dtcaçáo p, triotica de ve.nc dos e vencedores.

Os incidentes variadíssimos d'esta contenda e-tre a poderosa Inglater ra e as duas pequ nas republicas sul-africanas. decorrem atravez de verda­deiras peripecias, f or tal manei-a dram; ticas e pittorescas, que d; o á G U E R 1

A N G L O -B O E R . conjutietamente com o irresistível attractivo dum a nar­rativa histórica dos nossos d as, o,encanto da leitura romantisada.

A Bibliotheca do D IA R IO DE N O T IC IA Sapresentando ao pu E iico esta obra em «ésme,Tâdã edição,» e po r um p ’ eçõ dí- niinuto. julga prestar um. serviço nos n:m e ro so s leitores que ao mesrn tempo desejnm deleiíar-se e ad q u irir períe to conhecim ento dos succes.:.o que m ai; interessam o m undo culto r.a actunlid; de.

• Pedidos d Emprega do D IA R IO D E A 0 7IC IA S Rííá do D iario de Noticias, i io - - L IS B O A

Agente em Aldegallega— A. Mendes Pinheiro Junior

J O S É DA SIL VA T H I M O T E O & F I L H ORELOJOARIA E OURIVESARIA

SiesiB rira!

Os proprietários d’este estabelecimento-'rogíim áosseus fré- guezes a fineza de.náo comprarem em oulra parte, mesmo em Lisboa,, sem que primeiro experimentem os modicos pre­ços d’este estabelecimento; porque no présente anhó deter­minou fazer propaganda, muito util para os seus freguezes: em prim eiro lqgar em vendas de ouro e prata, relogios e ou­tros artigos. Se comprarem mais barato em outra qualquer parte, devolve-se o seu dinheiro. Succede o mesmo em tra­balhos de relojoaria e ourivesaria. Soldas em ouro e em pra-, ta a too réis; Trabalhos .para os collegas, 20 p. c. de descon­to. Garantem-Se os trabalhos sob pena de se devolver as im- portancias justas,'quando estes náo estejam á vontade. Aos seus freguezes recommenda estar ás ordens para qualquer trabalho de occasião.

TO D O S OS, T R A B A L H O S S E GARAN TEM PO R UM ANNO

P R A Ç A S E R R A P I N T O — Aldegallega

l i l3 JRR5SZEIÍ! DO COMMERCIO

. JJOÃO ANTONIO RIBEIRO

5 9 , P R A Ç A S E R P A P I I S T T O , 5 9 — A L D E G A L L E G A

104

nas de costura, o des descontos.

P reco lixo!?!

Sem duvida é este o estabelecimento que melhor satisfaz as exi- gencias do publico, nao só por n’elle se encontrar todos os ar­tigos que lhe dizem respeito como pela modicidade de preços por que são vendidos. Acaba elle de receber um importante e variadíssimo sortimento de fazendas da sua especialidade para a presente estação por preços sem competencia.

Finissimas casimiras para fatos de homem, rendas, enleitos de to­das as qualidades, finas caças para blusas e magnificas linetes para forros.

Recommenda os finos diagonaes, estambres e cheviotes pretos, e bem assim as finissimas sedas pretas, alpacas e armures.

C hegou ha pouco um valioso fornecimento de óptimas machi- que ha de melhor. Vendas a prestações e a prompto com gran-

P rc c o fi&o?!! P re c o SIs.©!!!

TODAS AS NOITES HA EXPOSIÇÃO!!!...

Com pleto sortimento de cobertores de lã de differentes qualidades, havendo com desenhos de completa novidade.

Retrozeiro, fanqueiro e mercador. Encontram-se todos estes artigos no que ha de mais moderno.

Não comprar sem prim eiro confrontar os preços

E l i l M S Â IODOS OS SEIIS ■ FIIE1G R A N D E ARM AZÉM D O C O M M E R C IO

cíoíio A s s í o a s i o S S l f r c i r oPraça Serpa Pinto, 5c), Aldegallega

S E N H A B R IN D E .— Todos os freguezes teem direito a uma senha por cada compra de.aoo.rs.

B R IN D E S : 10 senhas, um bom sabonete grande 20, uma toalha de rosto - 5o. um corte de tecido em chiia para camisete - 100. um corte de biarritz para bluza— 200, uma sombrinha para senhora— 5oo. um corte de seda para blu-Z;1_1000, um corte de lã para vestido ou uma peça depanno patente.

A ttenção

0 seu proprietário resolveu ul­timamente f a* er uma grande re- ducção de preços em todos os ar­tigos, vendendo-os po r preços f i ­xos. Não se marcam as fazendas d porta p o r um preço para serem vendidas ao balcão po r outro.

Perfum aria! Perfum aria!

w & s m m s m

RELOJOARIA GARANTIDAD E

A V E L IN O M A R Q U ES C O N T R A M E S T R E -13 — -

Relogios de ouro. de prata, de aço. de nickel, de plaquet, de phanta­sia. aijKM-iranor. suissos de parede,._marirmos. despertadores americanos, des­pertadores'de phantasia, despe rtadoYes'tom música,' suissos de algibeira com rorda para oito dias. *

■Recom íienda-se- o relogio de A V E L IN O M A R Q U E S C O N T R A M E S T R E , um bom escape d"ancora muito forte por 5Soco réis.

Oxidam-se caixas d'aço com a maxima perfeição. Garantem-se todos os concertos.O D ronretario d'esta relojoaria compra ouro e prata pelo p-eco mais elevado.

• R U A D O P O Ç O — 1 - ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

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SALCHICHARÍA MERCANTIL1) E

Tendo augmentado consideravelm ente o sortimento d’este conhecido e van­tajoso estabelecimento, os seus proprietários, sem apregoar m ilagres, veem mais uma vez por este meio, pedir ao publico em geral que, quando qualquer com pra tenham de fazer ainda que insignificante, visitem este estabelecimento, aíim de se inteirarem das qualidades e preços por que são .vendidos os seus artigos. Não an- nunciam qualidades e preços impossíveis de se apresentarem ao com prador nem tão pouco com o fim de chamar a attenção do publico costumam annuneiar o que não teem nem podem ter. Para prova da seriedade deste estabelecimento, são sufficientes as ausências feitas pelos seus freguezes, ainda mesmo os menos dedi­cados.

Vendem a todos pelo mesmo preço. Não dão brindes porque para isso ser- lhes-hia forçoso augm entar a percentagem sobre os artigos a vender e d a h i re­sultaria não poderem fazer os preços que estão fazendo.

Como é sabido tem este estabelecimento, que garante vender muitos artigos ain­da mais baratos que em Lisboa, as secções de Fanqueiro — sortido grande; Retro- zeiro— não existe outro estabelecimento local com maior e mais completo sortimento; Modas— comquanto seja a secção de menos existencia, estão os proprietários muito satisfeitos com as suas escolhas; M ercador— sortimento sem rival, tendo já recebido alguns artigos para a estação de verão; Calçado— sortido e fabricação esmerada, pois que os proprietários mandam fabricar p o r sua conta, motivo de garantia para a sua venda; Chapelaria— ha collecções dos formatos mais usados. Tem mais alguns artigos de D ecorador, taes como: passadeiras, jutas para reposteiros, pannos para meza, vitragens para cortinas, etc., etc.

Ganhar pouco para vender muito! Os muitos poucos fazem muito!P reço F ixo. T udo se manda a easa do fregnez e dão-se am ostras com pre­

ços a quem as req u isitarR U A D IR E IT A , 88 e 9 0 — P U A D O C O N D E , 2, A L D E G A L L E G A

JO AO BENTO & ATUÍSTES DE CARVALHO

D E P OS I T OI D E

V I N H O S , V I N A G R E S E A G U A R D E N T E SE EA B R I CA D E LICORES

\M D E P O S I T O D A A C M FA B IIC A DE

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JANSEN X C.‘ LISBOAD E

CERVEJAS, GAZOZAS, PIROLITOSV E N D ID O S PELO P R E C O D A F A B R IC A

— • L U C A S & C.A —L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

ViailiosVinho tinto de pasto de i.», litro

» » » » » 2.a, Ji» branco » » t.a, »» vçrde, tin to .. . . » »» abafado, branco » »» de Collares. tinto >; garrafa» Carcavellos br.c° » »* de Palm ella.. . . '> »» do Porto, superior »» da M adeira............. »

VinagresVinagre t nto de i . a. litro...........

» » » 2.a, » . . . . . . .a branco » i . a, » .........................» » í> 2.a, » ...........

L icoresl.ic o r tie ginja de i . a, litro.............

» » aniz » » » . . . . . .» » canella...............................» » rosa...................................» 11 hortelã pim enta...............

G ranito........................................Com a garrafa mais 6o réis.

70 1 6? 80

120 160 160 240 240 600 800

605o8060

rs. r » I »1} :

AguardentesAlcool 40o........................ litroAguardente ce prova jo°. »

» ginja............. »» de bagaço 20o » i . a>) » » 20' » 2.a» » » 18o »» » figo 20° »» » Evora 18o »

Caiina ItrancaParati................................litro

: Cabo V erd e..................... »Cognac............................garrafa

36o rs. 36 o . >' 240 » 180 » 160 » 140 » [60 » 160 »

700 rs. 600 »

Genebra.1S000

j 6o

<OtuhJ<0tuQ

1<

1

1801801801801S0280

CERVEJAS, GAZOZAS E PIROLITOSPosto em casa do consumidor

480 rs.1 C erveja de Março, du/.ia........| » Pilcener, » . . . . ;J » da pipa, meio barril .i Gazozas, d u z ia .................! Pirolitos, caixa, 24 garrafas...

72080042036o

Capilé, litro 9 6 0 réis. com garrafa * 2 0 réisE M A IS B E B ID A S D E D I F F E R E N T E S Q U A L ID A D E S

PARA REVENDERV E N D A S A . D I N H E I R O

PEDIDOS A LUCAS & C.' - ALDEGALLEGA

J O A Q U I M P E D U O . J E S U S RELOGIOC arne de porco, azeite de Castello Branco e mais

qualidades, petroleo, sabão, cereaes, legumes, mantei- gas puras de leite da Ilha da Madeira e da Praia d’An- cora e queijos de differentes qualidades.

Todos estes generos são de prim eira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.

5 4 a 56. Largo da Praça Serpa Pinlo, 54 a 56 . •#§* A LD E G A LLE G A ^

JOSÉ DA ROCHA BARBOSACom ofiteina «Se C o r re e iro e $ e lIe iro

18, IU JA D O F O R N O , 18 A S. E& l i ti A B, S, l i a; A

ESTEVÃO JO S E DOS REIS— * GOM * —

OFFICINA DE CALDEIREIRO DE COBRElilllllllllilllllllllllllliuillilllllllllllifll

Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.

R U A D E J O S É M A R IA D O S S A N T O S A L D E G A L L E G A

L O J A D O B A R A TM O U R A & R R À N ( l í )

126 7 - I S A M £ A E $ - 9 - AícVpííegu

O s proprietários deste acreditado estabelecimen­to participam aos seus muito estimáveis fregu;z_s e ao iilustre povo d’esta terra, que. esperançados pelas maximas garantias que pódem offerecer a todos que lhes derem a honra de visitar o seu estabelecimento, assim se uniram em sociedade, trabalhando quan.o possivel para o grande desenvolvimento da sua casa e poderem demonstrar, já pela qualidade dos artigos, como pela modicidade de preços que o seu estabele­cimento se acha variadamente sortido para todos os bons gostos e ao alcance de todas as bolças.

fl»a*eeos p o r sssetro

Lindos cortes em lã e seda, alta novidade qboArm ures pretos em phantasia............ 5ooBengalinetes (tecido de seda; ultima no­

vidade......................................................... 240Seda de phantasia própria para blu/.a. . . 5ooCaças para bluzas........................................ 180Caças com seda............................................ 240Velludo de diversas c ô re s......................... 36oSetineta e linetes em todas as côres......... 140Surah que era de 600 r é is ......................... 36oCrépon que era de 3oo ré is ..................... 120O xford para camizas que era de 160.. . . n oRiscado zephire que era de 160................. 115Panno patente............................................... 70Baetilha .......................................................... 60Cotim fo rte ................................................. 90Flanelta d’algodão para camizas................ 90Lenços e guardanapos.................................. - i 5Toalhas com franja.................................. .. • 3oToalhas de m eza.......................................... 200Lenços de sed a................................ ............. 75oMeias pretas sem costura côr fixe............ 80Toucas de lã para creança......................... 100

N'este importante estabelecimento encontra-se um colossal sortido de chitas, riscados, cotms-palentes,

aberlanhados, por preços sem compelencia.Ha muitos mais artigos que mencional-os aqui seria

quasi impossível.

3Feí)imos uma visita ao nossa estabelecimento

V E N D A S A P R O M P T O E P R E Ç O FI XOS^Lcnr-a <$> ffòranad-