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ESTUDO 3 JUVENTUDE E TRABALHO: INSERÇÃO PRODUTIVA DOS JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO DE MANAUS NOS ANOS 2000 Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE MARÇO DE 2012

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ESTUDO 3JUVENTUDE E TRABALHO:

INSERÇÃO PRODUTIVA DOS JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO DE MANAUS NOS ANOS 2000

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE

MARÇO DE 2012

EXPEDIENTE SECRETARIA MUNICIPAL DE TRABALHO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS - SEMTRAD

Amazonino Armando MendesPrefeito do Município de Manaus

Vital da Costa MeloSecretário de Trabalho e Desenvolvimento Social

Francisco dos Santos SoaresSubsecretário de Trabalho e Desenvolvimento Social

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 2

EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE

Direção TécnicaClemente Ganz Lúcio – Diretor Técnico

Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e DesenvolvimentoJosé Silvestre Prado de Oliveira – Coordenador de Relações Sindicais

Clemente Ganz Lúcio – Coordenador de PesquisasNelson de Chueri Karam – Coordenador de Educação

Rosana de Freitas – Coordenadora Administrativa e Financeira

Coordenação Geral do ProjetoAdemir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento

Angela Maria Schwengber – Supervisora dos Observatórios do TrabalhoValéria Bolognini – Técnica Responsável pelo Projeto

Equipe ExecutoraDIEESE

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos SocioeconômicosRua Aurora, 957 – Centro – São Paulo – SP – CEP 01209-001

Fone: (11) 3821 2199 – Fax: (11) 3821 2179E-mail: [email protected]

http://www.dieese.org.br

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SUMÁRIO

NOTA METODOLÓGICA................................................................................................................................. 3

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................. 3

I. O MERCADO DE TRABALHO NO AMAZONAS DURANTE OS ANOS 2000..............................................3

1. A dinâmica demográfica dos jovens no estado do amazonas nos anos 2000..........................................3

1.1 PIA Jovem por sexo............................................................................................................................ 3

1.2 PIA Jovem por cor ou raça (etnia)......................................................................................................3

1.4 PIA Jovem por situação de estudo e trabalho....................................................................................3

1.5 PIA Jovem por escolaridade...............................................................................................................3

1.6 PIA Jovem por situação de domicílio..................................................................................................3

2.CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO DO JOVEM NO AMAZONAS NOS ANOS 2000. .3

2.1 Jovens por condição de ocupação.....................................................................................................3

2.2 Jovens por posição ocupacional.........................................................................................................3

2.3 Ocupação do jovem por faixa de rendimento mensal do trabalho principal........................................3

2.4 Taxa de desocupação dos jovens......................................................................................................3

2.5 Taxa de informalidade dos jovens......................................................................................................3

2.6 Taxa de sindicalização dos jovens.....................................................................................................3

II – O MERCADO DE TRABALHO FORMAL PARA OS JOVENS DE MANAUS NOS ANOS 2000................3

1. CARACTERISTICAS GERAIS..................................................................................................................3

2. A JUVENTUDE TRABALHADORA...........................................................................................................3

2.1 O mercado de trabalho formal segundo sexo.....................................................................................3

2.2 O mercado de trabalho formal segundo escolaridade........................................................................3

3. A INSERÇÃO PROFISSIONAL DO JOVEM NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL........................3

3.1 Por setor e subsetor de atividade.......................................................................................................3

3.2 Por tamanho do estabelecimento.......................................................................................................3

3.3 Por remuneração................................................................................................................................ 3

3.4 Por tipo de admissão.......................................................................................................................... 3

3.5 Por jornada de trabalho semanal........................................................................................................3

3.6 Por tipo de desligamento....................................................................................................................3

3.7 Por tempo de permanência no emprego.............................................................................................3

4. A INSERÇÃO PROFISSIONAL DO JOVEM POR FAMILIAS OCUPACIONAIS......................................3

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................................. 3

GLOSSÁRIO.................................................................................................................................................... 3

ANEXO............................................................................................................................................................. 3

LISTA DE SIGLAS............................................................................................................................................ 3

BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................. 3

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NOTA METODOLÓGICA

O objetivo desse estudo é analisar a inserção produtiva dos jovens de Manaus nos anos 2000,

buscando compreender o mercado de trabalho do jovem do Amazonas e na capital do estado. Para

tanto se utilizou de dados estatísticos da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)

realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da RAIS (Relação Anual de

Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O primeiro passo para a elaboração do presente estudo foi a delimitação do grupo denominado

Juventude, conforme definição da Secretaria Nacional de Juventude1, vinculada à Presidência da

República. O recorte etário adotado neste estudo (14 a 29 anos) está em consonância com o recorte

adotado pelo Conselho Nacional de Juventude (15 a 29 anos) incorporando, por uma questão de

análise da força de trabalho amazonense e manauara, os jovens com 14 anos ou mais, que podem

ser empregados na modalidade de aprendizagem, conforme estabelecido pela Lei da

Aprendizagem2.

Em termos práticos, serve tão somente como artifício para tratar do tema da juventude, embora seja

reconhecidamente limitado para abarcar todas as dimensões do que está, de fato, na base dessa

categoria analítica.

A seleção de dados oficiais sobre a população do Amazonas ficou restrita a dados de pesquisa

amostral, já que não ocorreu a divulgação dos dados sobre ‘Educação, trabalho, rendimento e

deslocamento’ do Censo 2010, prevista no cronograma de divulgação do IBGE para novembro de

20123. Assim, a opção deste estudo foi trabalhar com dados da PNAD (anos 2001 e 2009), na busca

de apreender o movimento populacional demográfico ocorrido no estado nos anos 2000.

1 http://www.juventude.gov.br/ (Acessado em 8 de março de 2012).2 Lei de Aprendizagem – Lei Nº 10.097/2000, ampliada pelo Decreto Federal nº 5.598/2005. Determina que todas as empresas de médio e grande porte contratem um número de aprendizes equivalente a um mínimo de 5% e um máximo de 15% do seu quadro de funcionários cujas funções demandem formação profissional. Aprendiz é o jovem de 14 a 24 anos incompletos que estejam cursando o ensino fundamental ou o ensino médio. A idade máxima prevista não se aplica a aprendizes com deficiência. O jovem deve receber, ao mesmo tempo, formação na profissão para a qual está se capacitando. A jornada de trabalho não deve ser superior a seis horas diárias, admitindo-se a de oito horas para os aprendizes que já tiverem completado o Ensino Fundamental, se nessa jornada forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. O contrato de aprendizagem é um contrato de trabalho especial, com duração máxima de dois anos, anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, salário mínimo/hora e todos os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. As empresas estão sujeitas ao recolhimento de alíquota de 2% sobre os valores de remuneração de cada jovem, inclusive sobre gratificações, para crédito na conta vinculada ao FGTS. O recolhimento da contribuição ao INSS é obrigatório, sendo o aprendiz segurado-empregado.3 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/calendario.shtm (Acessado em 8 de março de 2012).

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A PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, não disponibiliza dados por municípios,

sendo que os dados mais desagregados disponibilizados pelo sistema são referentes às Regiões

Metropolitanas de nove estados brasileiros4. Assim, como não há dados disponíveis referentes à

Região Metropolitana de Manaus, foi feita a opção de utilizar na sessão I deste estudo, que

caracteriza o mercado de trabalho no Amazonas durante os anos 2000, dados estatísticos da

população urbana do estado. Esta opção se justifica pelo fato de que 99,5% da população de

Manaus é urbana5 (IBGE/Censo 2010).

Na primeira parte deste estudo, utilizou-se a categoria PIA Jovem (População em Idade Ativa

formada por jovens de 14 a 29 anos de idade) com o objetivo de focalizar a análise populacional

naqueles jovens que podem acessar o mercado de trabalho. Optou-se também por produzir análises

por faixa etárias intermediárias (14 a 15 anos, 16 a 18 anos, 19 a 24 anos e 25 a 29 anos) com o

intuito de captar a heterogeneidade no interior do grupo populacional denominado jovem.

Na sessão II, que trata do mercado de trabalho formal nos anos 2000, utilizou-se dados da RAIS

(Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para os anos

de 2000, 2005 e 2010, com exceção do tema famílias ocupacionais em que somente serão

abordados os anos de 2005 e 20106. As informações sobre famílias ocupacionais estão disponíveis

na RAIS somente a partir de 2003, dessa forma optou-se por compatibilizar os períodos analisados e

por tanto, somente serão analisados os anos de 2005 e 2010.

Ao fazer uso da variável ‘faixa etária’ na RAIS, foi necessário, nos dados referentes ao ano 2000,

agregar as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’ em uma única faixa etária

denominada ‘até 17 anos’, com o intuito de padronizar as informações desse ano com o de anos

posteriores (2005 e 2010) que também foram analisados. De fato, a faixa de 10 a 14 anos existia na

base até 2003, entretanto é possível que essas declarações tenham algum erro de preenchimento,

posto que a legislação não previa e nem prevê trabalho infantil. A legislação brasileira proíbe o

trabalho abaixo dos 16 anos7, salvo o trabalho em regime de aprendizagem, permitido a partir de 14

4 As Regiões Metropolitanas que possuem dados na PNAD são: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 5 Indicadores sociais municipais: uma análise dos resultados do universo do Censo Demográfico 2010. Censo 2010/IBGE Cidades@. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/ (Acessado em 8 de março de 2012).6 Ver CBO 2002.7 Estabelecido pela legislação nacional, em conformidade com a Convenção 138, sobre a Idade Mínima para Admissão a Emprego, de 1973 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil em 28/6/2001.

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anos. Abaixo de 18 anos, o trabalho também é proibido, sem exceção, quando é perigoso, insalubre,

penoso, noturno e prejudicial ao desenvolvimento físico, psíquico, moral e social.

Assim, a partir de 2003 a RAIS passou a divulgar essa informação em uma única faixa etária que

agrupa os trabalhadores de até 17 anos de idade.

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INTRODUÇÃO

Este é o terceiro estudo de análise estrutural do mercado de trabalho desenvolvido pelo

Observatório do Trabalho de Manaus, no âmbito do contrato entre a Secretaria Municipal do

Trabalho e Desenvolvimento Social (SEMTRAD) e o Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O tema desenvolvido foi juventude no mercado de trabalho

no Amazonas e em Manaus nos anos 2000.

Os jovens, enquanto sujeitos sociais, constituídos histórica e culturalmente a partir da diversidade

de condições sociais vividas, são objeto de estudo das Ciências Humanas com certa frequência,

principalmente nos enfoques da Psicologia, da Educação e da Sociologia. As Nações Unidas

entendem os jovens como indivíduos com idade entre 15 e 24 anos, com a devida salvaguarda que

cada país, de acordo com a sua realidade, estabelece sua "faixa jovem". No caso do Brasil,

conforme a Secretaria Nacional de Juventude8, adotou-se o recorte etário definido pelo Conselho

Nacional de Juventude que é de 15 a 29 anos.

Entre os estudos que analisam a situação da juventude no mercado de trabalho brasileiro, é

relevante apontar dois estudos realizados pelo DIEESE, ‘A ocupação dos jovens nos mercados de

trabalho metropolitanos’, de 2006, e ‘Trajetórias da juventude nos mercados de trabalho

metropolitanos’, de 20089. Muito embora retratem uma conjuntura econômica diferente da

vivenciada hoje no Brasil, ambos os estudos trazem questões relevantes para aqueles que pretendem

se aprofundar na questão da inserção dos jovens no mercado de trabalho.

A temática da Juventude constituiu-se, nos últimos anos, em um item relevante da agenda nacional,

com aumento de políticas e programas destinados aos jovens em diferentes esferas governamentais,

principalmente nas áreas de educação, qualificação profissional e trabalho, propondo medidas

voltadas a inserção profissional de adolescentes e jovens em idade legal para entrada no mercado de

trabalho.

A juventude é um marco na transição para a vida adulta, configurando-se em um tempo de

passagem do mundo escolar para o mundo do trabalho, vivenciado nas diversas combinações

8 http://www.juventude.gov.br/ (Acessado em 8 de março de 2012).9 http://www.dieese.org.br/esp/estudos_jovem.xml (Acessado em 8 de março de 2012).

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possíveis entre trabalho e escola. Essas combinações entre trabalho e estudo, levam muitos dos

jovens trabalhadores a vivenciar longas jornadas diárias, que podem ainda serem agravadas pelos

trabalhos domésticos, assumido, principalmente, pelas jovens do sexo feminino.

As transformações ocorridas na esfera do trabalho desde a década de 70 se refletem em uma crise

da sociedade assalariada. Mesmo em período de aumento na atividade econômica como a que

vivemos durante os anos 2000, essas transformações econômicas e sociais, ocorridas intensamente

na década de 90, ainda marcam a inserção profissional dos jovens no país, principalmente pela

presença de um alto desemprego juvenil e formas de inserção profissional precárias. Vale destacar

que, o aumento no nível de escolaridade não se refletiu entre os jovens em ingresso facilitado ao

mercado de trabalho.

O desemprego juvenil permaneceu alto em relação ao desemprego de adultos, mesmo em tempos de

crescimento econômico. Ou seja, pode-se dizer que, embora seja uma condição necessária, o

crescimento econômico por si não traz melhoria substantiva para o problema do desemprego entre

os jovens, principalmente daqueles de baixa renda, baixa escolaridade e as jovens mulheres, para os

quais as taxas são mais elevadas.

Assim, a associação da categoria juventude a outras variáveis como sexo e escolaridade possibilita a

compreensão da desigualdade que atinge a população juvenil, retratada nas diversas situações de

inserção dos jovens no mercado de trabalho, entre eles o ingresso precoce no universo do trabalho.

De fato, são necessárias políticas públicas que garantam oportunidades para os jovens obterem

ocupações de qualidade, bem como condições para a construção de uma trajetória profissional

ascendente e estável, visando melhorar a qualidade do emprego a qual o jovem tem acesso.

Também se faz necessário políticas públicas que ampliem as chances de conciliação entre trabalho,

estudos e vida familiar entre os jovens das classes populares. Vale dizer que, mesmo que tenha

ocorrido aumento nos níveis de escolaridade e qualificação profissional, ainda é preciso investir na

ampliação do acesso ao ensino superior e a formação profissional.

A afirmação de uma política de juventude com efeitos estratégicos para o desenvolvimento social e

econômico de um país aponta para a relevância deste segmento populacional e sua importância

como condição transformadora dos problemas sociais de nosso tempo10. Uma Política de Juventude

10 A importância dos jovens para as estratégias de desenvolvimento das nações foi ressaltada em diversos fóruns, como na Conferência Mundial de Ministros responsáveis pela Juventude, que ocorreu em 1998, em Lisboa. Os primeiros

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 9

constitui-se em um conjunto de ações para, em parceria com a sociedade civil, estabelecer

objetivos, diretrizes e estratégias que busquem fomentar e coordenar as atividades em favor da

juventude, de modo que façam parte de uma dinâmica de desenvolvimento local e nacionalmente.

Este estudo tem como objetivo primeiro, subsidiar tais debates em âmbito municipal e para isso está

dividido em duas partes. A primeira parte apresenta a caracterização do mercado de trabalho do

jovem no Amazonas nos anos 2000, com uma análise do mercado de trabalho como um todo,

considerando o conjunto de trabalhadores ocupados do estado do Amazonas por meio da

PNAD/IBGE. A segunda parte analisa o mercado de trabalho formal do jovem em Manaus nos anos

2000, com informações sobre sexo, escolaridade, remuneração, tipo de vínculo, tipo de admissão e

desligamento, tempo de permanência no emprego, setores de atividades e tamanho dos

estabelecimentos, além de análises por famílias ocupacionais. Para essa análise foi utilizada a

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ao

final se apresentam algumas breves considerações com o objetivo de traçar um retrato da situação

do jovem manauara no mercado de trabalho durante o período selecionado neste estudo.

marcos orientativos sobre a questão da juventude foi o ‘Guidelines for further plannig and suitable development in the field of youth’, Resolução 40/14 de 1985, produzido pela Assembléia Geral da ONU no Ano Internacional da Juventude (disponível em http://www.un.org/documents/ga/res/40/a40r014.htm. Acesso em março de 2012). Cabe também apontar o Programa de Ação da ONU para a Juventude até o Ano 2000, de 1995 que definiu um modelo para as políticas nacionais de juventude.

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I. O MERCADO DE TRABALHO NO AMAZONAS DURANTE OS ANOS 2000

1. A dinâmica demográfica dos jovens no estado do amazonas nos anos 2000.

A oferta de trabalho em uma economia é determinada pelo tamanho da população e os efeitos

registrados de fecundidade, mortalidade e migração, em conjunto com fatores econômicos, sociais e

culturais condicionam o aumento ou diminuição das pessoas disponíveis para o trabalho. Desta

forma, conhecer a dinâmica demográfica da população jovem no Amazonas é o primeiro passo

deste estudo.

Registrou-se, em todo o Brasil, declínio da proporção de jovens na população total que passou de

29,7% para 27,9% entre 2001 e 2009. Essa taxa de crescimento menor reflete o processo de

desaceleração do ritmo de crescimento populacional do país, principalmente no contingente

populacional denominado jovem. Entretanto, mesmo em trajetória de queda, a fecundidade no

Amazonas ainda é maior que a do Brasil. Enquanto o país registra uma taxa de fecundidade de 1,9

(já abaixo da taxa de reposição demográfica que é de 2,1), apontando para um decréscimo

populacional daqui a 30 anos, o Amazonas registra uma taxa de 2,4; superior inclusive a taxa

registrada na Região Norte que foi de 2,3 (IPEA, 2012).

Foi na década de 1970 que se iniciou o processo de expansão demográfica e econômica da Região

Norte, em um esforço por conectar os estados nortistas ao circuito econômico nacional, tendo o

Governo Federal como grande patrocinador, no sentido de criação de mecanismos de redistribuição

populacional, como as iniciativas agrícolas (Fronteira Agrícola), Planos de Desenvolvimento e

programas de assentamento. Pode-se dizer que esse processo foi intensificado em meados da década

de 1990, no estado do Amazonas principalmente, tendo como vetor de crescimento populacional o

Pólo Industrial, que promoveu migrações, tanto internas ao estado quanto de outros estados

brasileiros, produzindo na capital Manaus um excedente populacional e promovendo uma

reorganização espacial urbana com adensamento na urbanização e nas demandas por serviços

públicos adequados (Ferreira e Nascimento, 2008).

O envelhecimento da população, resultado de uma menor fecundidade associado a uma significativa

queda na mortalidade, com crescimento da expectativa de vida do brasileiro, é uma realidade para o

país e o estado do Amazonas consequentemente. Mesmo assim, a participação de jovens na

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população brasileira (27,9% em 2009), e mais ainda na população amazonense, de 31,2%, como

será visto a seguir, é muito significativa.

A distribuição da população residente em áreas urbanas do Amazonas, em 2001, segundo grupos

etários selecionados, era bastante semelhante. A população até 13 anos, correspondia a 32,3% da

população, enquanto os jovens, com idade entre 14 e 29 anos, continham 34,5%, e a população

acima dos 30 anos, 33,1%. Já em 2009, as proporções passam a ser 28,6%, 31,2% e 40,2%,

respectivamente. Ou seja, a população com 30 anos ou mais apresentou maior crescimento relativo

no período, na ordem de 56,1%, enquanto a população jovem cresceu 16,2%, e perdeu 3,3 pontos

percentuais na participação (Tabela 1).

TABELA 1Distribuição absoluta e relativa e variação percentual da população urbana residente por

faixa etária (em 1.000 pessoas). Amazonas¹, 2001 e 2009

Em nºs abs. Em % Em nºs abs. Em %

População Total 2.230 100,0 2.870 100,0 28,7Até 13 anos 721 32,3 821 28,6 13,914 a 29 anos 770 34,5 895 31,2 16,230 anos ou mais 739 33,1 1.153 40,2 56,1

População em Idade Ativa - PIA (14 anos ou mais)

1.509 67,7 2.049 71,4 35,8

População Jovem (14 a 29 anos)

770 100,0 895 100,0 16,2

14 e 15 anos 110 14,2 117 13,1 6,716 a 18 anos 163 21,1 175 19,6 7,719 a 24 anos 301 39,1 341 38,1 13,225 a 29 anos 197 25,6 262 29,3 33,2

2001 2009 Variação 2009/2001

(em %)

População urbana residente (em faixa etária)

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

O total da População em Idade Ativa, que neste trabalho será definido como a população residente

com 14 anos ou mais, conforme nota metodológica, passou de uma participação total de 67,7% da

população residente em áreas urbanas em Manaus, para 71,4%, entre 2001 e 2009, um aumento de

35,8%, superior ao aumento da população total, que foi de 28,7%.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 12

Em relação à distribuição da população urbana residente jovem amazonense, ou como será chamado

deste ponto em diante, PIA Jovem, por faixa etária, verifica-se a predominância daqueles com idade

entre 19 e 24 anos, que representavam 38,1% da população jovem, em 2009, uma queda da

participação em relação a 2001, quando respondia por 39,1%. Os jovens de 25 a 29 anos

apresentaram o maior crescimento do período, entre os jovens, de 33,2%, superior ao crescimento

populacional total da região analisada.

1.1 PIA Jovem por sexo

Do total da população em idade ativa (PIA), ou seja, com 14 anos ou mais11, da área urbana

do Amazonas, verifica-se uma leve predominância das mulheres, que contaram com 52,2% da PIA

em 2009. Isso representou um leve reforço desta tendência em relação a 2001, quando as mulheres

foram 51,3% da PIA. Em relação à distribuição da PIA entre os trabalhadores com 14 a 29 anos,

classificados como PIA Jovem, e os com 30 anos ou mais, é possível perceber que há uma sutil

diferença. Entre a PIA Jovem, a distribuição de homens e mulheres é mais igualitária, tendo sido de

49,1% e de 50,9%, respectivamente, em 2009. Enquanto na PIA de 30 anos ou mais, a

predominância feminina é maior, chegando a 53,3% em 2009 (Tabela 2).

TABELA 2Distribuição relativa da população em idade ativa (PIA) por sexo, segundo faixas etárias

selecionadas (em 1.000 pessoas) Amazonas¹, 2001 e 2009

Masculino Feminino Total Masculino Feminino TotalTotal PIA 48,7 51,3 100,0 47,8 52,2 100,0

PIA Jovem (14 a 29 anos) 49,6 50,4 100,0 49,1 50,9 100,030 anos ou mais 47,7 52,3 100,0 46,7 53,3 100,0

2009Faixas etárias selecionadas 2001

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Observando a distribuição da PIA segundo o sexo, percebe-se uma modificação da

tendência. Se em 2001, tanto para homens quanto para mulheres predominavam, dentro da PIA, a

PIA jovem, com 52,0% para os homens, e 50,2% das mulheres, em 2009 ocorreu o inverso. Ou seja,

passaram a predominar na PIA, aquelas pessoas com 30 anos ou mais. No caso dos homens, a 11 Ver Nota metodológica no início deste estudo.

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participação das pessoas com 30 anos ou mais passou de 48,0% em 2001 para 55,1% em 2009, e de

49,8% para 57,4% no caso das mulheres (Tabela 3).

TABELA 3Distribuição absoluta e relativa e variação percentual da população em idade ativa (PIA),

por sexo, segundo faixa etária (em 1.000 pessoas)Amazonas¹, 2001 e 2009

Em nºs abs. Em % Em nºs abs. Em %MasculinoTotal PIA 735 100,0 978 100,0 33,2

PIA Jovem 382 52,0 439 44,9 15,014 a 15 anos de idade 53 7,2 60 6,1 13,416 a 18 anos de idade 82 11,2 87 8,9 6,119 a 24 anos de idade 147 20,0 163 16,7 11,225 a 29 anos de idade 100 13,6 129 13,2 28,8

30 anos ou mais de idade 353 48,0 539 55,1 52,9FemininoTotal PIA 774 100,0 1.070 100,0 38,2

PIA Jovem 388 50,2 456 42,6 17,414 a 15 anos de idade 57 7,4 57 5,4 0,616 a 18 anos de idade 80 10,4 88 8,2 9,319 a 24 anos de idade 154 19,9 178 16,6 15,125 a 29 anos de idade 97 12,5 133 12,5 37,8

30 anos ou mais de idade 386 49,8 614 57,4 59,1

Sexo e faixa etária2001 2009 Variação

2009/2001 (em %)

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Em relação à PIA Jovem, a mesma tendência de envelhecimento da PIA se verifica, em

consonância com a tendência populacional de forma geral. Assim, enquanto a PIA Jovem masculina

da população urbana do Amazonas aumentou, no total, 15,0% no período entre 2001 e 2009, a única

faixa etária dentro desta categoria que aumentou mais do que isso, foi a de 25 a 29 anos, com

28,8%. A mesma coisa aconteceu entre as mulheres, a PIA Jovem aumentou 17,4% no período,

enquanto a faixa etária que teve um aumento maior foi a entre 25 e 29 anos, com 37,8%.

1.2 PIA Jovem por cor ou raça (etnia)

A análise da PIA na região urbana amazonense mostra que houve, entre 2001 e 2009, um

aumento de participação da população declarada “Parda”, que passaram de cerca de 2/3 da PIA,

para mais de ¾. Na PIA Jovem, houve queda absoluta da população declarada “Branca”, na ordem Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 14

de -5,2% no período analisado. Na PIA com 30 anos ou mais, houve crescimento tanto entre os

declarados “Brancos” e “Pardos”, mas com uma diferença significante de magnitude, 5,5% no

primeiro, e 84,7% no segundo. As demais categorias, indígena, preta, amarela, e ainda, aqueles sem

declaração de raça, tidos em conjunto, não chegaram a 4,0% da população em idade ativa residente

em áreas urbanas do Amazonas (Tabela 4).

TABELA 4Distribuição absoluta e relativa e variação percentual da população em idade ativa (PIA),

por faixa etária, segundo raça (em 1.000 pessoas)Amazonas¹, 2001 e 2009

Em nºs abs. Em % Em nºs abs. Em %

Total PIA Total 1.509 100,0 2.049 100,0 35,8Branca 452 30,0 455 22,2 0,5Parda 1.006 66,7 1.546 75,5 53,7Demais² 50 3,3 47 2,3 -5,8

PIA Jovem (14 a 29 anos) Total 770 100,0 895 100,0 16,2Branca 212 27,5 201 22,4 -5,2Parda 535 69,5 677 75,6 26,4Demais² 23 3,0 17 2,0 -24,1

30 anos ou mais Total 739 100,0 1.153 100,0 56,1Branca 241 32,6 254 22,0 5,5Parda 471 63,7 869 75,4 84,7Demais² 27 3,7 30 2,6 9,7

2001 2009 Variação 2009/2001

(em %)Faixa etária Cor ou raça

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas; (2) Total das populações declaradas Indígena, Preta, Amarela e sem declaração. Individualmente, a desagregação destas categorias segundo as faixas etárias correspondente, eventualmente podem não conter amostra de tamanho suficiente para serem analisadas separadas.

1.4 PIA Jovem por situação de estudo e trabalho

Compreender a situação de trabalho e estudo dos jovens é uma maneira dimensionar o engajamento

produtivo da juventude local. Diante das demandas empresariais de maior escolarização,

capacitação e experiência profissional, conjugadas a uma dinâmica própria na demanda e oferta de

trabalho para essa parcela da população, vê-se modificada a relação do jovem com a escola,

enquanto estratégia de ingresso na atividade produtiva.

Diante disso, são várias as formas de inserção – conscientes ou não – com que os jovens constroem

sua trajetória profissional: mais tempo na escola, simultaneidade entre as atividades escolares e do

mercado de trabalho (principalmente entre os jovens adultos), retardo no ingresso dos jovens

adolescentes, isso sem falar naqueles jovens que nem estudam e nem trabalham. São situações Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 15

díspares que devem ser abordadas de forma qualitativa e articulada, propondo alternativas, a partir

da realidade vivenciada em cada uma dessas formas de inserção juvenil ao mercado de trabalho e a

sociedade como um todo.

Ao observar a participação percentual dos jovens que ‘apenas estudam’, na comparação entre os

períodos selecionados, verifica-se que a mesma decresceu mais de 8 p.p. . Assim, enquanto em

2001, 93,5% das pessoas em idade ativa que só estudavam eram jovens, em 2009, eles respondiam

por 84,6% (Gráfico 1).

A situação de ‘trabalho e estudo’ simultâneos também registrou diminuição percentual dos jovens,

com redução de 71,0% para 67,9% da população com mais de 14 anos de idade. Entre aqueles que

‘apenas trabalham’, em 2001, 35,1% eram jovens; já em 2009 foram 29,3%, com uma redução de

mais de 5 p.p. na participação do grupo jovem nessa situação de trabalho A situação dos jovens que

‘nem estudam e nem trabalham’, ainda é significativa, embora tenha apresentado diminuição na

taxa. Em 2001, 58,4% das pessoas nessa situação eram jovens, em 2009 os jovens eram 53,7%

desse contingente.

GRÁFICO 1Participação relativa das pessoas de 14 a 29 anos em relação ao total da PIA, por situação

de trabalho e estudoAmazonas1, 2001 e 2009

Apenas estudam

Estudam e trabalham

Apenas trabalham

Nem estudam e nem trabalham

0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0

84.6

67.9

29.3

53.7

93.5

71.0

35.1

58.4

2001 2009

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Em uma análise detalhada por subgrupos etários, verificou-se que entre aqueles que ‘apenas

estudam’ houve queda na participação percentual dos grupos de 14 a 15 anos, de 16 a 18 anos e

daqueles de 25 a 29 anos. Somente o grupo etário de pessoas de 19 a 24 anos apresentou

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 16

crescimento na participação (que em 2001 era de 37,0%, passando para 43,8% em 2009) apontando

para um afastamento desse grupo etário do mercado de trabalho e supostamente a busca por

escolarização e profissionalização para uma inserção posterior mais qualificada (Gráfico 2).

Entre a população que ‘estuda e trabalha’ se registrou queda na participação dos dois grupos etários

compreendidos entre 14 e 18 anos. O destaque foi o grupo de 19 a 24 anos, que registrou

significativo aumento na sua participação, sendo que em 2001, 28,5% das pessoas que estudavam e

trabalhavam possuíam essa idade, passando a 32,8% em 2009. Esse indicador pode apontar para

uma continuidade dos estudos e uma busca de formação profissional. Já para os jovens adultos de

25 a 29 anos, observou-se que a participação ficou estável, com pequeno incremento de 0,5 p.p. na

taxa de 2009 (17,8%) em relação a taxa registrada em 2001(17,3%).

Entre a população que ‘apenas trabalha’, verificou-se uma pequena queda de participação entre os

jovens de 14 a 18 anos. Queda maior é a registrada na população de 19 a 24 anos, que em 2001

representavam 17,1% do grupo que somente trabalhava, passando a representar 12,0% em 2009.

Novamente a população de 25 a 29 anos mantém estabilidade na participação quanto nessa situação

de trabalho, ao redor de 15,0%.

A situação mais delicada socialmente é daqueles que ‘nem trabalham e nem estudam’. Enquanto os

grupos que compreendem os jovens de 14 a 24 anos a participação apresentou pequena queda, o

grupo de 19 a 24 anos, apresentou queda mais expressiva de 2,5 p.p.. Assim, enquanto em 2001,

32,2% das pessoas nessa situação pertenciam a faixa etária de 19 a 24 anos, em 2009 essa

participação foi de 29,7%. Já o grupo etário das pessoas de 25 a 29 anos de idade nessa situação

cresceu 2,8 p.p., registrando em 2009 uma participação de 19,6% versus 16,8% registrado em 2001.

Esse indicador aponta para a necessidade de políticas públicas voltadas mais especificamente para

esse grupo etário.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 17

GRÁFICO 2Participação relativa das pessoas de 14 a 29 anos em relação ao total da PIA, por situação

de trabalho e estudo, segundo faixa etáriaAmazonas1 2001 e 2009

Apen

as e

stud

am

Estu

dam

e tr

abal

ham

Apen

as tr

abal

ham

Nem

est

udam

e n

em tr

abal

ham

Apen

as e

stud

am

Estu

dam

e tr

abal

ham

Apen

as tr

abal

ham

Nem

est

udam

e n

em tr

abal

ham

2001 2009

0.05.0

10.015.020.025.030.035.040.045.050.0

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

1.5 PIA Jovem por escolaridade

A educação tem potencial de médio prazo no desenvolvimento profissional e se configura em fator

decisivo na inserção qualificada do jovem. Entretanto, se na entrada precoce no mercado de

trabalho ou ainda na combinação simultânea de trabalho e estudo, percebe-se prejuízos ao

desenvolvimento escolar e intelectual do jovem.

Com maiores exigências do mercado de trabalho quanto à escolarização e formação profissional há

uma elevação da escolaridade dos jovens, principalmente dos jovens adultos, com idade entre 18 a

24 anos, entre os quais cresceu a participação daqueles que somente estudam e que estudam e

trabalham simultaneamente, como visto na seção anterior. Dessa forma, enquanto em 2001, 44,9%

dos jovens de 14 a 29 anos tinham escolaridade referente ao Fundamental incompleto, em 2009 esse

percentual foi de 31,5%, menos 13,5 p.p. (Gráfico 3).

Em 2001, o grau de escolaridade ‘Fundamental incompleto’ era o mais expressivo entre os jovens

amazonenses, entretanto, na comparação com 2009, verifica-se queda na participação dessa Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 18

escolaridade e incremento nos graus de escolaridades superiores. O mesmo ocorreu com os jovens

que se declararam ‘sem instrução’, que participavam com 4,2% em 2001 e passaram a 2,6% em

2009. Também se observou queda na participação dos jovens com ‘Ensino Médio incompleto’.

Os níveis de escolaridade que registraram aumento de participação entre os jovens foram:

Fundamental completo, Médio completo, Superior incompleto e Superior completo. O destaque

ficou por conta do crescimento na ordem de 10,1 p,p na participação dos jovens com ‘Ensino Médio

completo’, que em 2001 respondiam por 18,7% da população jovem do Amazonas e, em 2009, por

28,8% .

Tanto o ‘Superior incompleto’ quanto o ‘Superior completo’ também apresentaram crescimento

significativo na participação dos jovens. Para o ‘Superior incompleto’ a participação foi de 3,5%

para 7,7% dos jovens. Já para o ‘Superior completo’, há um incremento de 2,1 p.p. , sendo que em

2009 registrou-se uma participação de 2,9%, indicando uma tendência de elevação da escolaridade

do jovem amazonense entre os períodos em análise.

GRÁFICO 3Distribuição percentual das pessoas de 14 a 29 anos segundo o grau de escolaridade.

Amazonas1, 2001 e 2009

Sem in

strução

Fundam

ental

incomplet

o

Fundam

ental

complet

o

Médio in

completo

Médio co

mpleto

Superi

or inco

mpleto

Superi

or complet

o

Não dete

rminad

o0.05.0

10.015.020.025.030.035.040.045.050.0

4.2

44.9

5.7

19.7 18.7

3.5 0.8 2.52.6

31.5

10.015.2

28.8

7.72.9 1.3

2001 2009

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Quando se observa a escolaridade dos jovens, em relação à escolaridade da população de 14 anos

ou mais, percebe-se uma queda na quantidade de jovens que se declararam ‘sem instrução’. Em

2001 eram 18,9%, e passaram a representar 13,8% do total de pessoas ‘sem instrução’ em 2009. O

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 19

mesmo ocorre com a escolaridade ‘Fundamental incompleto’, que em 2001 apontava para 55,8% de

jovens nessa situação escolar, percentual que em 2009 era de 41,5% de jovens (Tabela 5).

Percebe-se também que houve um incremento substantivo na participação dos jovens de 14 a 29

anos no total de pessoas que possuem ‘Superior incompleto’ e ‘Superior completo’. Assim, em

2009, do total de pessoas na população amazonense que possuíam escolaridade declarada de

‘Superior incompleto’, 61,9% eram jovens. Em 2001 esse contingente era bem menor (49,2%). O

mesmo ocorreu com as pessoas que declararam escolaridade ‘Superior completo’; em 2001, 15,6%

eram jovens, em 2009 essa participação cresceu 5,5 p.p. e registrou 21,1% de jovens.

TABELA 5Participação relativa das pessoas de 14 a 29 anos de idade no total da PIA, segundo grau

de escolaridade Amazonas1, 2001 a 2009

% Jovens/ Total

Total (em 1.000)

% Jovens/ Total

Total (em 1.000)

Sem instrução 18,9 32 13,8 31Fundamental incompleto ou equivalente 55,8 346 41,5 358Fundamental completo ou equivalente 43,2 44 54,4 108Médio incompleto ou equivalente 81,7 152 75,4 158Médio completo ou equivalente 46,3 144 42,7 272Superior incompleto ou equivalente 49,2 27 61,9 75Superior completo 15,6 6 21,1 26Não determinado 72,7 19 58,7 16

2009Grau de escolaridade

2001

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

1.6 PIA Jovem por situação de domicílio

Como apresentado anteriormente12, optou-se, por utilizar neste estudo dados da população urbana

do Amazonas. Entretanto, no intuito de perceber o crescimento urbano da população do Amazonas,

se recorreu a uma análise da taxa de urbanização dos jovens partindo dos dados da população total

de 14 anos ou mais no estado. Para efeito de comparação utilizamos uma série histórica de 6 anos

(2004 a 2009), pois a partir de 2004 a PNAD passou a incluir dados das populações rurais do

Amazonas, entre outros estados, em seu levantamento estatístico.

Observou-se que há uma urbanização crescente dos jovens no estado, com exceção dos jovens

adolescentes (aqueles de 14 e 15 anos) que registraram queda de 3,2 p.p. entre 2004 e 2009. Os

12 Ver Nota MetodológicaTermo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 20

jovens de 16 a 18 anos apresentaram uma taxa de urbanização que registrou percentuais entre

80,2% e 84,4%, para o período analisado. É importante observar, neste caso, que 2009 registrou a

maior taxa desde 2004 (84,4%), mesmo percentual verificado no ano de 2005 (Gráfico 4).

Os outros dois grupos etários – de 19 a 24 anos e 25 a 29 anos – registraram crescimento na taxa de

urbanização na ordem de 2,7 p.p.. Uma das hipóteses é que o êxodo rural dessa população de 19 a

29 anos de idade se dê em busca de mais oportunidades de estudo e trabalho.

GRÁFICO 4Taxa de urbanização das pessoas de 14 a 29 anos de idade

Amazonas, 2004¹ a 2009

2004 2005 2006 2007 2008 200970.0

75.0

80.0

85.0

90.0

95.0

82.0

79.6

77.3

79.679.0 78.9

80.2

84.4

82.7 82.7

81.1

84.485.085.3

84.0

86.0

88.987.7

84.7

86.086.6

85.9

89.7

87.4

14 a 15 anos de idade16 a 18 anos de idade19 a 24 anos de idade25 a 29 anos de idade

Fonte: PNAD. IBGE.Elaboração: DIEESE. Nota (1): Somente a partir de 2004 os dados da PNAD incluem as populações rurais, dessa forma é possível calcular para 2004 e os anos conseguintes a taxa de urbanização (população urbana em relação à população total).

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 21

2.CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO DO JOVEM NO AMAZONAS NOS ANOS 2000

A População em Idade Ativa (PIA) é composta por duas condições de atividade: a chamada

População Economicamente Ativa (PEA), e os Inativos. Os primeiros compreendem aquele

segmento que está inserido economicamente no setor produtivo, enquanto potencial de oferta de

força de trabalho. Posteriormente, este segmento ainda é desmembrado entre os ocupados e os

desocupados. Os segundos representam aqueles que não estão inseridos no mercado.

A relação entre a População Economicamente Ativa (PEA), e a População em Idade Ativa (PIA), é

denominada Taxa de participação, e indica justamente a proporção das pessoas, com idade

compatível, engajadas no mercado de trabalho.

Foi visto anteriormente, que a PIA da região urbana de Amazonas evoluiu 35,8% no período entre

2001 e 2009. A PEA cresceu, neste mesmo período, 47,9%, enquanto os Inativos cresceram 18,2%.

Desta forma, a taxa de participação cresceu de 59,1% do total da PIA, para 64,4%. Em relação à

PIA Jovem, que presenciou um aumento de 16,2%, verificou um aumento de 25,5% da PEA, e de

6,5% dos Inativos, fazendo com que a taxa de participação passasse de 51,4% para 55,5% (Tabela

6).

TABELA 6Distribuição absoluta e relativa e variação percentual da população em idade ativa (PIA),

segundo condição de atividade e taxa de participação (em 1.000 pessoas)Amazonas¹, 2001 e 2009

Jovem Total² Jovem Total² Jovem Total²PIA 770 1.509 895 2.049 16,2 35,8

PEA 396 892 497 1.319 25,5 47,9Inativos 374 617 399 730 6,5 18,2

Taxa de participação (PEA/PIA) 51,4 59,1 55,5 64,4 7,9 8,9

2001 2009População segundo condição de atividade

Variação 2009/2001 (em %)

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazona; (2) Representa a soma da população Jovem e da população com 30 anos ou mais, segundo as condições de atividade mencionadas.

Ainda que tanto a PIA Jovem, quanto o total da PIA, tenham presenciado um incremento em sua

taxa de participação, este crescimento foi maior para o total da PIA (8,9% no crescimento da taxa de

participação), do que para o segmento Jovem (7,9%).

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 22

Essas oscilações na taxa de participação podem ser explicadas por alguns fatores. Períodos de

recessão ou baixo crescimento econômico podem aumentar o número de inativos, com a redução de

oportunidades no mercado de trabalho. A taxa de participação entre a população urbana do

Amazonas elevou-se como resultado do crescimento da PEA acima do crescimento da PIA.

Em especial no caso dos Jovens, o aumento dos inativos também pode-se verificar em períodos de

crescimento econômico, atuando na decisão do jovem de postergar sua entrada no mercado de

trabalho. Também se deve levar em consideração que a inserção profissional da população jovem

depende de diversos fatores e características pessoais e sociais, tais como escolaridade, experiência

produtiva anterior, classe social, etnia, entre outras, que vão influenciar e definir a condição de

atividade desse jovem.

No período analisado, a participação de homens e mulheres na PIA Jovem tem aproximadamente o

mesmo peso percentual, com participação um pouco maior das mulheres (50,4% em 2001 e 50,9%

em 2009). Já na PEA Jovem, há uma participação maior dos homens. Entretanto observa-se um

recuo de mais de 3 pontos percentuais na participação de 2009 (57,1%) em relação a registrada em

2001 (60,7%). É importante destacar que as mulheres, por sua vez, estão mais presentes entre os

jovens inativos, registrando queda de 1 (um) p.p na participação neste grupo entre os anos de 2001

(62,1%) e 2009 (61,0%) (Gráfico 5).

GRÁFICO 5Distribuição absoluta de jovens por condição de atividade, segundo sexo (em 1.000

pessoas)Amazonas1, 2001 e 2009

PIA PEA Inativos PIA PEA Inativos2001 2009 (1)

0100200300400500600700800900

1000

388

156233

456

213 243

382

240 142

439

284

155

Mulheres Homens

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 23

Ao analisar os valores da PEA e dos inativos entre as mulheres jovens do Amazonas por

faixas etárias, percebe-se que somente no extrato mais jovem, das mulheres de 14 e 15 anos, se

registra recuo na participação tanto na PEA (50,0% em 2001 e 40,8% em 2009) quanto entre os

inativos (52,40% em 2001 e 49,7% em 2009). Entre os grupos etários de 16 a 18 anos e 19 a 24

anos observou-se crescimento na participação na PEA e queda na participação entre os inativos. O

destaque ficou por conta da população de 16 a 18 anos, com crescimento de quase 7 pontos

percentuais na PEA e recuo de 2,9 pontos percentuais na participação entre os inativos.

Entre as jovens adultas (25 a 29 anos) se registrou crescimento nesses dois indicadores de

atividade. Em 2001, a participação relativa na PEA era de 39,0% passando para 42,3% em 2009.

Entre os jovens inativos de 25 a 29 anos, as mulheres, que em 2001 respondiam por 75,4%, em

2009 passaram a responder por 86,1% , indicando que o incremento verificado na força de trabalho

feminina (Gráfico 6).

GRÁFICO 6Participação relativa das mulheres de 14 a 29 anos, segundo condição de atividade, por

faixa etária Amazonas1, 2001 e 2009

Inativos PEA Inativos PEA2001 2009

0.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

70.0

80.0

90.0

100.0

52.4 50.0 49.7

40.8

55.1

37.6

52.544.4

70.2

39.2

69.4

43.1

75.4

39.0

86.1

42.3

14 a 15 anos de idade 16 a 18 anos de idade 19 a 24 anos de idade 25 a 29 anos de idadeFonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 24

2.1 Jovens por condição de ocupação

Os jovens que participam da PEA urbana são distribuídos em duas condições de ocupação distintas:

ocupados e desocupados13. Em 2001, no Amazonas a PEA Jovem urbana era de 396 mil pessoas,

sendo que destas 331 mil estavam ocupadas e 65 mil desocupadas (16,3%). Em 2009 eram 497 mil

jovens, 397 mil deles ocupados e 99 mil desocupados (20,0%), indicando um crescimento no

número de jovens em busca de trabalho nas áreas urbanas do estado (Tabela 7).

TABELA 7PEA Jovem e participação relativa dos jovens na PEA total, por condição de ocupação

(valores absolutos em 1.000) Amazonas1, 2001 e 2009

Total Jovem% de

jovensTotal Jovem

% de jovens

891.249 395.755 44,4 1.318.728 496.587 37,7Ocupados 800.094 331.075 41,4 1.157.733 397.143 34,3Desocupados 91.155 64.680 70,6 160.995 99.444 61,8

2001 2009

PEA

Condição de ocupação

Fonte: PNAD.IBGE.Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Em 2001, verificou-se que o grupo etário de 19 a 24 anos respondeu pela maior participação

(46,2%), seguido pelo grupo de 25 a 29 anos (38,9%) e pelos jovens de 16 a 18 anos (11,5%). Os

jovens de 14 e 15 anos registraram uma pequena participação percentual de 3,4%) entre o total de

jovens urbanos ocupados do estado. Entre os jovens desocupados, o grupo de 19 a 24 anos

apresentou, também, a maior participação (47,9%), seguido dos jovens de 16 a 18 anos (23,7%) e

dos jovens de 25 a 29 anos (20,1%). Observa-se que a faixa etária dos jovens de 16 a 18 anos

registrava maior percentual entre os desocupados do que entre os ocupados, apontando uma

dificuldade desse grupo em encontrar ocupação (Tabela 8).

Em 2009, o grupo de 25 a 29 anos passa a ser majoritário entre os jovens ocupados (45,4%). Em

seguida temos o grupo de 19 a 24 anos, com 42,9% do total de jovens ocupados. Os jovens de 16 a

18 anos registraram participação de 9,9% e os de 14 e 15 anos, participação de 1,8% do total de

jovens ocupados.

13 Para definição dos conceitos de população ocupada e população desocupada veja o Glossário.Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 25

Por faixa etária, o grupo de pessoas ocupadas que apresentou menor percentual de indivíduos que

viviam em áreas urbanas, foi o grupo de 14 e 15 anos de idade, sendo que somente 38,1% dos

jovens ocupados e pertencentes a essa faixa etária viviam em cidades.

O percentual de jovens ocupados que vivem em áreas urbanas se torna maior quanto maior a faixa

etária a que os jovens pertencem. Assim, enquanto 71,2% dos jovens de 16 a 18 anos ocupados

vivem em cidades, a participação dos jovens urbanos de 19 a 24 anos no grupo de ocupados era de

83,5% e dos jovens de 25 a 29 anos era de 86,4%. Entre os desocupados essa participação de jovens

urbanos é ainda maior, sendo que o menor percentual é dos jovens de 16 a 18 anos (dos quais

apenas 35,4% moravam em áreas urbanas).

Observando os jovens ocupados e desocupados no ano de 2009 percebe-se que 81,6% dos jovens

ocupados estavam nas áreas urbanas do estado. Entre os jovens desocupados também se registrou

concentração em áreas urbanas, de forma que 98,4%, ou quase a totalidade dos jovens desocupados

viviam em cidades. Tem-se uma estimativa, em 2009, de 99 mil jovens desocupados, todos

habitantes de áreas urbanas.

TABELA 8PEA jovem segundo condição de ocupação por faixa etária (valores absolutos em

1.000). Amazonas1, 2001 e 2009

N. abs. % N. abs. % N. abs. % N. abs. % N. abs. % N. abs. %

14 a 15 anos de idade 11 67,9 5 32,1 17 100,0 7 81,5 2 18,5 9 100,016 a 18 anos de idade 38 71,3 15 28,7 53 100,0 39 74,7 13 25,3 52 100,019 a 24 anos de idade 153 83,1 31 16,9 184 100,0 170 76,0 54 24,0 224 100,025 a 29 anos de idade 129 90,8 13 9,2 142 100,0 180 85,4 31 14,6 211 100,0Total 331 83,7 65 16,3 396 100,0 397 80,0 99 20,0 497 100,0

2009Ocupados Desocupados PEA

População urbana por faixa etária Ocupados Desocupados PEA

2001

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Quando se analisam as condições de ocupação segundo sexo, verifica-se que as mulheres jovens

têm menor participação no total de jovens ocupados e maior participação entre os desocupados.

Assim, em 2001, enquanto os homens representavam 63,2% dos ocupados, as mulheres

representavam 36,8%. Já entre os desocupados, 2001 em registrou-se que 47,9% eram homens e

52,1% eram mulheres (Gráfico 7).

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 26

Em 2009, as mulheres representavam 39,6% do total de jovens ocupados, e entre os jovens

desocupados, as mulheres ainda eram a maioria, com 56,0% do total de jovens nessa condição de

ocupação.

GRÁFICO 7Distribuição percentual dos jovens por condição de ocupação, segundo sexo

Amazonas1, 2001 e 2009

Ocupados Desocupados Ocupados Desocupados2001 2009

0.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

70.0

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

2.2 Jovens por posição ocupacional

Dentre os jovens ocupados no Amazonas havia, tanto em 2001 quanto em 2009, predomínio

do assalariamento, com crescimento do percentual de jovens segundo essa posição na ocupação,

principalmente aqueles com carteira assinada, uma situação que assegura a estes jovens direitos

trabalhistas de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Dessa forma, se em 2001

se registrou 32,3% de jovens ‘assalariados com carteira assinada’, 2009 registrou 40,0% de jovens

nessa condição, indicando um aumento significativo no assalariamento e na formalização do

trabalho dessa parcela populacional (Gráfico 8).

Os jovens que são ‘assalariados sem carteira assinada’ tem a segunda maior participação

no total. Em 2001 esse grupo respondia por 28,3% dos jovens ocupados e 2009 por 27,0%. Muito

embora tenha ocorrido recuo desse percentual, na ordem de 1,3 pontos, a alta participação ainda é

preocupante tendo em vista que estes jovens não estão amparados pelos direitos trabalhistas

regulamentados pela CLT.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 27

Os jovens ‘empregadores’, ‘militares’ e ‘estatutários’ também apresentaram crescimento, embora

pequeno, na participação relativa entre os jovens ocupados. A posição de ocupado ‘não

remunerado’ e ocupado por ‘conta própria’ registraram as maiores quedas percentuais na

participação por posição ocupacional, 2,6 e 3,4 p.p., respectivamente.

GRÁFICO 8Distribuição percentual das pessoas de 14 a 29 anos ocupadas

segundo posição na ocupação Amazonas1, 2001 e 2009

Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada

Trabalhador para o próprio uso/consumo

Empregador

Militar

Funcionário público estatutário

Não remunerado

Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada

Conta própria

Outro empregado sem carteira de trabalho assinada

Empregado com carteira de trabalho assinada

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0

0.9

1.0

0.8

2.6

3.0

7.0

8.0

16.1

28.3

32.3

0.3

0.6

1.1

2.7

3.3

4.5

7.9

12.6

27.0

40.0

2009 2001

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Em uma abordagem que leve em conta o recorte por sexo, percebe-se que entre os homens jovens

ocupados há uma concentração de assalariados com e sem carteira de trabalho, em relação às outras

posições de ocupação. Em 2001, 60,6% dos jovens ocupados eram assalariados, em 2009 esse

percentual foi de 67,0% (Tabela 9).

Em 2009, entre as mulheres jovens ocupadas, 36,3% eram ‘assalariadas com carteira de trabalho

assinada’ e outros 22,7% eram ‘assalariadas sem carteira assinada’; em 2001, eram 31,5% e

23,2%, respectivamente.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 28

É interessante observar a participação de mulheres na posição de trabalhadores domésticos. Em

2009, 19,0% das ocupadas declararam-se ‘trabalhadoras domésticas sem carteira de trabalho

assinada’ e 0,4% ‘trabalhadoras domésticas com carteira de trabalho assinada’; em 2001 era

maior a participação dessas posições no total de jovens ocupadas, com registro de 21,1% e 2,2%,

respectivamente.

Em 2001, 8,5% das ocupadas se declararam ‘conta própria’; em 2009 esse percentual é de 10,9%

das jovens ocupadas. A diminuição da ocupação do jovem por ‘conta própria’ no período

analisado, se explica, sobretudo, na diminuição da participação dos homens jovens, que caiu de

20,5% em 2001 para 13,8% em 2009. Entretanto, verifica-se que as mulheres jovens aumentaram

sua participação nessa posição de ocupação.

Há também um pequeno crescimento da participação posição de estatutário entre as mulheres

jovens, que registrava um percentual de 3,6% em 2001 e passou a registrar 4,1% em 2009.

TABELA 9Distribuição percentual dos jovens ocupados, por sexo, segundo posição na

ocupação. Amazonas1, 2001 e 2009

Com carteira

Sem carteira

Com carteira

Sem carteira

Homens 32,8 31,2 20,5 0,1 0,4 15,0 100,0Mulheres 31,5 23,2 8,5 2,2 21,1 13,6 100,0Total 32,3 28,3 16,1 0,9 8,0 14,5 100,0

Homens 42,4 29,8 13,8 0,3 0,7 13,1 100,0Mulheres 36,3 22,7 10,9 0,4 19,0 10,7 100,0Total 40,0 27,0 12,6 0,3 7,9 12,2 100,0

Sexo

2001

2009

EmpregadoConta

própria

Trabalhador doméstico

Outros(2) Total

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas, (2) Militares, funcionários públicos estatutários, empregadores, não remunerados, trabalhadores na produção para o próprio consumo, trabalhadores na construção para o próprio consumo.

Entre os homens, o grupo majoritário em 2009 era de ‘assalariados com carteira de trabalho

assinada’, sendo que 42,4% dos jovens do sexo masculino ocupavam essa posição na ocupação

principal; em 2001 eram 32,8%. Em seguida registra-se entre os homens jovens, 29,8% de

‘assalariados sem carteira assinada’, que eram 31,2% em 2001. Os ocupados por ‘conta própria’

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 29

entre os homens são o terceiro maior contingente percentual, registrando participação de 13,8% em

2009 (Tabela 7).

Vale destacar que entre os ocupados ‘não remunerados’ observa-se recuo na participação tanto de

homens quanto de mulheres.

2.3 Ocupação do jovem por faixa de rendimento mensal do trabalho principal

Os jovens ocupados na área urbana do Amazonas, em sua maioria, auferem rendimento mensal de

até 3 salários mínimos nacionais. Em 2001, 87,1% dos jovens se encontravam nessas faixas

salariais, sendo que 28,2% recebiam até 1 salário mínimo. Em 2009, ocorreu um aumento de

participação daqueles que recebiam até 3 salários mínimos, registrando 91,8% dos jovens ocupados.

Esse crescimento também foi observado no grupo que aufere até 1 salário mínimo mensal, que em

2009 registrou marca 10,1 acima do verificado em 2001, totalizando 38,3% dos jovens ocupados

(Gráfico 9).

Ocorreu também retração, na comparação entre 2001 e 2009, no percentual de jovens que auferiam

renda de 3 a 5 salários mínimos, saindo de 8,6% em 2001 para 4,4% em 2009. O percentual de

jovens que ganham acima de 5 salários mínimos também registrou queda, em 2001 eram 4,4% dos

jovens ocupados, passando para 2,8% em 2009.

GRÁFICO 9Participação relativa dos jovens ocupados, segundo faixas de salário mínimo

Amazonas1, 2001 e 2009

Até 1 S.M. 1 a 3 S.M. 3 a 5 S.M. 5 a 10 S.M. Mais de 10 S.M.0.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

28.2

58.9

8.63.3 1.1

38.3

53.6

4.4 2.2 0.6

2001 2009

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 30

Quando se observa as faixas de rendimento auferido pelos jovens ocupados em relação à

escolaridade declarada, percebe-se que uma maior escolaridade está associada um rendimento

maior.

Assim, observa-se que, a partir do ‘Ensino Médio Completo’ a participação dos jovens que recebem

mais de 3 salários mínimos apresentou percentual considerável de queda. Em 2001, 17,5% dos

jovens que possuíam ‘Ensino Médio Completo’ recebiam mais de 3 salários mínimos, esse

percentual, em 2009, foi de apenas 5,4% dos jovens. Essa mesma retração percentual do número de

jovens ocupados que participavam de faixas de rendimento salarial superiores ocorreu em todos os

níveis de escolaridade (Tabela 10).

TABELA 10Distribuição percentual dos jovens ocupados por grau de escolaridade, segundo

faixas de salário mínimoAmazonas1, 2001 a 2009

Sem instrução

Fundamental incompleto

Fundamental completo

Médio incompleto

Médio completo

Superior incompleto

Superior completo

Não determinado

Até 1 S.M. 34,1 39,3 25,9 38,4 13,7 4,5 (2) 56,01 a 3 S.M. 63,6 55,9 64,2 53,0 68,8 54,5 (2) 36,03 a 5 S.M. 2,3 3,9 8,6 6,7 12,8 18,2 27,8 8,05 a 10 S.M. (2) 0,6 1,2 1,8 4,7 13,6 38,9 (2)Mais de 10 S.M. (2) 0,3 (2) (2) (2) 9,1 33,3 (2)Sem declaração (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2)Total (3) 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Até 1 S.M. 57,7 59,4 57,6 49,6 30,3 14,4 4,5 58,31 a 3 S.M. 42,3 38,9 40,2 50,4 63,1 66,1 45,5 33,33 a 5 S.M. (2) 0,9 (2) (2) 4,3 10,2 24,2 (2)5 a 10 S.M. (2) 0,4 1,1 (2) 0,8 4,2 21,2 (2)Mais de 10 S.M. (2) (2) (2) (2) 0,2 2,5 4,5 (2)Sem declaração (2) 0,4 1,1 (2) 1,2 2,5 (2) 8,3Total (3) 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Faixa de salário mínimo

2001

2009

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas, (2) Não há registros dos casos.

Verifica-se essa retração no grupo de jovens com escolaridade ‘Superior incompleto’, que em 2001

apresentava 40,9% em faixas salariais de mais de 3 salários mínimos, percentual que em 2009 não

chega a 18,0% dos jovens do grupo. Também se percebe isso quando se observa o grupo de jovens

com ‘Superior completo’, o qual registrou, em 2001, 100,0% dos jovens com rendimento superior a

3 salários mínimos, sendo que 38,9% recebiam de 3 a 5 salários mínimos. Em 2009, o grupo de

jovens com ‘Superior completo’ que recebiam mais de 3 salários era de 50,0%, sendo que 24,2% Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 31

recebiam entre 3 e 5 salários mínimos. Para esse mesmo grupo, em 2009, 45,5% recebiam de 1 a 3

salários mínimos e 4,5% menos de 1 salário mínimo.

2.4 Taxa de desocupação dos jovens

Quando se observa os segmentos jovens isoladamente, verifica-se que a população urbana de 14 e

15 anos, que em 2001 apresentavam a maior taxa de desocupação (32,1%), registrou em 2009, a

segunda taxa menor, de 18,5%, uma queda expressiva de mais de 13 p.p. (Gráfico 10).

O grupo de jovens de 16 e 18 anos, que em 2001 registrou 28,7%, também apresentou redução de

3,4 p.p. em sua taxa de desocupação, que em 2009 foi de 25,3%. Em 2009, este grupo de 16 a 18

anos respondeu pela taxa mais elevada na população jovem do Amazonas.

Os jovens de 19 a 24 anos, que em 2001 registraram taxa de desocupação de 16,9% apresentaram

crescimento acentuado, incorporando mais de 7 p.p. a sua taxa, registrando 24,0%, em 2009.

Também houve crescimento da taxa de desocupação dos jovens de 25 a 29 anos de idade, em 2001

era de 9,2% e em 2009 registrou 14,6%.

GRÁFICO 10Taxa de desocupação das pessoas de 14 a 29 anos de idade, por faixa etária

Amazonas1, 2001 e 2009

14 a 15 anos de idade

16 a 18 anos de idade

19 a 24 anos de idade

25 a 29 anos de idade

Total0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.032.1

28.7

16.9

9.2

16.318.5

25.324.0

14.6

20.0

20012009

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 32

Na comparação por sexo, a taxa de desocupação feminina é quase o dobro da dos homens e essa

diferença se mantém por toda a série histórica. Enquanto em 2001 os jovens tinham uma taxa de

12,9%, as jovens tinham uma taxa de 21,6%. Para 2009 essa diferença (quem em 2001 era de 8,7

p.p.) se mantém e se agrava, registrando taxa de desocupação para homens jovens de 15,4% e para

as mulheres jovens de 26,2% (10,8 p.p.) (Tabela 11).

Analisando as taxas de desocupação em 2009, curioso é perceber que, para o grupo etário de 14 e

15 anos, as mulheres apresentaram taxa menor que o dos homens, situação única para todo o

período analisado. Enquanto os jovens trabalhadores dessa idade registraram uma taxa de 25,0%, as

jovens trabalhadoras registraram taxa de 9,1%. Situação inversa se encontra no grupo de 25 a 29

anos, o qual registrou taxas de 8,0% entre os homens e 23,6% entre as mulheres. Vale também

ressaltar que para esse grupo de 25 a 29 anos de idade, 2009 registra a mais diferença percentual

entre as taxas por sexo.

Verifica-se também em toda a série, que tanto homens quando mulheres têm sua taxa de

desemprego reduzida conforme o aumento etário.

TABELA 11Taxa de desocupação das pessoas de 14 a 29 anos, por sexo, segundo faixa etária

Amazonas1, 2001 a 2009Sexo 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Homens 12,9 16,5 17,1 13,4 14,0 11,0 14,6 11,3 15,414 a 15 anos de idade 21,4 34,2 22,5 28,6 33,3 0,0 27,5 19,1 25,016 a 18 anos de idade 23,9 32,6 27,3 27,2 35,6 18,2 20,2 29,3 23,319 a 24 anos de idade 13,2 15,3 19,6 11,4 14,4 11,8 17,0 11,9 20,325 a 29 anos de idade 7,5 7,9 8,7 10,1 6,6 8,7 9,0 5,8 8,0

Mulheres 21,6 27,7 36,0 32,1 27,8 23,2 23,9 21,2 26,214 a 15 anos de idade 42,9 54,6 30,4 57,9 42,1 11,1 29,6 29,4 9,116 a 18 anos de idade 36,8 41,7 49,5 52,5 39,0 24,2 35,8 32,8 27,819 a 24 anos de idade 22,5 27,1 38,6 35,6 31,6 29,7 23,8 19,9 28,925 a 29 anos de idade 11,8 20,4 28,5 18,1 20,1 17,7 20,6 19,1 23,6Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 33

2.5 Taxa de informalidade dos jovens

A taxa de informalidade, que aqui representa a proporção de atividades produtivas não regidas pela

CLT em relação ao total de ocupados14, diminuiu de 52,2% para 46,4% entre os jovens do

Amazonas entre os anos de 2001 e 2009 (Gráfico 11).

Observando a taxa de informalidade dos jovens amazonenses segundo faixas etárias, pode-se

destacar o fato de que a informalidade é menor quanto maior for a idade do jovem trabalhador.

Assim, entre os jovens de 14 e 15 anos de idade registrou-se a maior taxa para os dois períodos

analisados (95,7% em 2001 e 100,0% em 2009), sendo que este grupo é o único que registrou

crescimento na taxa, na comparação entre 2001 e 2009. Vale lembrar que a PNAD não capta os

registros para o jovem aprendiz.

O grupo de jovens de 16 a 18 anos também apresentou altas taxas de informalidade, que embora em

queda entre os períodos analisados, ainda é significativa, posto abarcar a maior parte dos jovens

ocupados dessa faixa etária. Entre os jovens de 19 a 24 anos, as taxas de informalidade registradas

em 2001 e 2009, também apresentaram recuo na comparação, saindo de 50,0% em 2001 para 45,1%

em 2009. Essa mesma queda na taxa também é registrada para o grupo de 25 a 29 anos, que em

2001 registrou 41,9% dos ocupados em situação de informalidade, e em 2009 registrou 4,8 p.p. a

menos (37,1%).

14 A compreensão do conceito de Informalidade vai além das análises sobre o mercado de trabalho abarcando dimensões relativas à temas sociológicos e históricos, tais como pobreza, violência, marginalidade, gênero, etnia, idade, mais ainda, dá vistas a estrutura ocupacional heterogênea, segmentada e discriminatória que existe no país. É importante destacar que o Brasil se caracteriza por uma estrutura ocupacional heterogênea, mesmo no âmbito da própria informalidade. Situações como a de assalariados registrados que convivem no mesmo ambiente de trabalho com inserções ocupacionais caracterizadas pela ausência de proteção social e por subocupações que são apenas estratégias de sobrevivência de muitos trabalhadores. Assim, quando se fala em Informalidade, se fala de um “complexo leque ocupacional presente em situações fronteiriças entre ocupação, desemprego e inatividade”. Por conta desta complexidade da temática, existem diversas formas de interpretação da questão da informalidade, bem como, das próprias formas de mensuração deste fenômeno sobre o mercado de trabalho brasileiro. Mesmo com a predominância do emprego protegido, sobre as demais situações de trabalho, a informalidade considera, além do empregado sem carteira, também o trabalhador por conta própria, e se mostra como um problema a ser abordado e debatido pelo conjunto da sociedade brasileira e manauara. Para mais informações sobre Informalidade ver Nota Técnica Nº 99, DIEESE. A Informalidade e o Movimento Sindical: uma agenda para o século XXI. Disponível em http://www.dieese.org.br/notatecnica/notatec99informalidade.pdf (Acesso em 8 março de 2012).

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 34

GRÁFICO 11Taxa de informalidade das pessoas de 14 a 29 anos de idade, por faixa etária

Amazonas1, 2001 e 2009

14 a 15 anos de idade

16 a 18 anos de idade

19 a 24 anos de idade

25 a 29 anos de idade

Total0.0

25.0

50.0

75.0

100.0 95.785.9

50.041.9

52.2

100.0

83.9

45.137.1

46.4

2001 2009

Fonte: PNAD.IBGE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Pode-se também analisar a taxa de informalidade a partir de um recorte de sexo. Em 2001, os

homens tinham uma taxa de informalidade de 49,0% enquanto que as mulheres registravam 56,8%.

Em 2009 a taxa de informalidade dos jovens ocupados, tanto de homens quanto de mulheres,

registrou recuo significativo, na ordem de 7,3 p.p. entre os jovens ocupados e 3,7 entre as jovens

ocupadas. Assim, em 2009, os homens tinham uma taxa de 41,7% e as mulheres 53,2% (Figura 1).

FIGURA 1Taxa de informalidade das pessoas de 14 a 29 anos de idade por sexo

Amazonas1, 2001 e 2009

Fonte: PNAD.IBGE.Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 35

Mesmo registrando queda na comparação entre os anos selecionados, a diferença na taxa de

informalidade entre as mulheres e os homens foi agravada, sendo que em 2001 a taxa feminina era

7,8 p.p. superior que a dos homens, e em 2009 essa diferença passou para 11,5 p.p. , ampliando

assim a desigualdade entre a condição de ocupação dos homens e das mulheres.

2.6 Taxa de sindicalização dos jovens

A taxa de sindicalização é um indicador da organização dos trabalhadores na busca por garantir os

direitos assegurados e conquistas de melhorias salariais e de outra ordem. Entre 2001 e 2009 houve

significativo avanço na taxa de sindicalização dos jovens ocupados no Amazonas, saindo de 3,5%

para 6,6% (Gráfico 12).

Por faixa etária pode-se observar que há um aumento progressivo entre os grupos etários mais

velhos. Assim, em 2001, enquanto jovens de 19 a 24 anos registravam taxa de 2,3%, os de 25 a 29

anos registravam 5,7%. Em 2009 essa proporção foi de 5,3% entre as pessoas de 19 a 24 anos e

9,3% entre as pessoas de 25 a 29 anos. Vale registrar que os jovens de 16 a 18 anos, que em 2001

tinham menos de 1% de sindicalização, em 2009 registraram 0,0%.

GRÁFICO 12Taxa de sindicalização das pessoas de 16¹ a 29 anos de idade por faixa etária

Amazonas², 2001 e 2009

Total

16 a 18 anos de idade

19 a 24 anos de idade

25 a 29 anos de idade

0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0

3.5

0.8

2.3

5.7

6.6

0.0

5.3

9.3

2009 2001

Fonte: PNAD.IBGE.Elaboração: DIEESE. Nota: (1) A idade mínima de 16 anos foi definida devido a ilegalidade do trabalho antes dessa idade, conforme definido pela Convenção 138 da OIT15, de 1973. (2) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

15 Ver Nota metodológica.Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 36

A partir de um recorte por sexo, observa-se que enquanto a taxa de sindicalização entre os homens

jovens cresceu de forma significativa, a das mulheres jovens, embora também tenha apresentado

crescimento, registrou entre 2001 e 2009 um incremento de apenas 0,2 p.p. , de forma que podemos

considerá-la estável para o período. Já entre os jovens do sexo masculino se registrou em 2009 uma

taxa 5 p.p. superior a de 2001 (Figura 2).

FIGURA 2Taxa de sindicalização das pessoas de 161 a 29 anos por sexo

Amazonas 20012 e 2009

Fonte: PNAD.IBGE.Elaboração: DIEESE. Nota: (1) A idade mínima de 16 anos foi definida devido a ilegalidade do trabalho antes dessa idade, conforme definido pela Convenção 138 da OIT16, de 1973. (2) Conforme explicado na nota metodológica, os dados incluem apenas a população urbana do Amazonas.

16 Ver Nota metodológica.Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 37

II – O MERCADO DE TRABALHO FORMAL PARA OS JOVENS DE MANAUS NOS ANOS 2000

1. CARACTERISTICAS GERAIS

Nesta sessão, que trata do mercado de trabalho formal em Manaus, utilizou-se de dados da

RAIS/MTE17. Utilizaram-se, para isso, os anos de 2000, 2005 e 2010, com exceção do tema

famílias ocupacionais em que somente serão abordados os anos de 2005 e 201018.

Denomina-se jovens nesta análise os trabalhadores com idade entre 16 e 29 anos de idade,

desagregados em três faixas etárias: até 17 anos, 18 a 24 anos e 25 a 29 anos. Os adultos

compreendem os trabalhadores de 30 anos ou mais. A idade mínima de 16 anos foi definida devido

a ilegalidade do trabalho antes dessa idade, conforme definido pela Convenção 138 da OIT19, de

1973.

O mercado de trabalho formal de Manaus contava com 226.503 postos de trabalho em 2001, sendo

que, destes, 35,3% eram ocupados por jovens. Essa proporcionalidade foi mantida em 2005, quando

dos 358.301 postos do município, 36,9% estavam ocupados por trabalhadores jovens. Entre 2005 e

2010 ocorreu uma queda de 2,5 pontos percentuais nessa participação, sendo que, dos 492.429

postos de trabalho, 34,4% eram ocupados por trabalhadores jovens (Tabela 10).

Outra observação relevante para compreender a dinâmica do mercado de trabalho dos jovens em

Manaus tem relação com o ritmo do crescimento populacional dos segmentos etários, conforme

apresentado na primeira parte desse estudo. Enquanto nos 5 primeiros anos da década, entre 2000 e

2005, o emprego formal do município cresceu a uma taxa de 58,2%, o emprego juvenil, em igual

período, cresceu 65,4%. Essa taxa de crescimento fez com que a participação do segmento jovem

no mercado de trabalho formal manauara, nesse período, crescesse em 1,6 pontos percentuais, de

35,3% para 36,9%.

17 Os registros da RAIS/MTE selecionados referem-se apenas aos trabalhadores com vínculo ativo em 31 de dezembro de cada ano. 18 As informações sobre famílias ocupacionais estão disponíveis na RAIS somente a partir de 2003. Para preservar a compatibilidade dos períodos analisados serão utilizados somente os anos de 2005 e 2010.19 Ver Nota metodológica.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 38

Já nos anos seguintes, embora também se registre crescimento substancial no emprego formal em

Manaus, com variação, entre os anos de 2005 e 2010, de 37,4%, o número de postos ocupados por

jovens cresceu menos, apenas 28,1% (Tabela 12).

TABELA 12Evolução da distribuição absoluta e relativa do estoque de trabalhadores formais, por faixa

etária selecionadaManaus, 2000, 2005 e 2010

2000 2005 2010N. absolutos 80.036 132.355 169.584

% 35,3 36,9 34,4N. absolutos 146.467 225.946 322.845

% 64,7 63,1 65,6226.503 358.301 492.429Estoque de emprego

Jovens

30 anos ou mais

Total dos trabalhadores

Fonte: RAIS/MTEElaboração: DIEESE

Em 2000, mais da metade dos postos de trabalho ocupados por jovens, empregava trabalhadores na

faixa etária de 25 a 29 anos de idade (52,2% do total). Essa estrutura se manteve, de forma que,

tanto em 2005 quanto em 2010, mais da metade dos postos de trabalho que empregavam jovens

eram ocupados por pessoas desse grupo etário (51,2%, em 2005, e 53,5%, em 2010). O grupo de 18

a 24 anos ocupava outros 46,6% dos postos em 2000, 47,1%, em 2005, e 44,6%, em 2010. O grupo

mais jovem, de 16 a 18 anos, respondia por 1,1%, em 2000, apresentando pequeno crescimento na

participação em 2005 (1,7%) e 2010 (1,9%) (Tabela 13).

TABELA 13Evolução da distribuição absoluta e relativa do estoque de trabalhadores jovens formais,

por faixa etária selecionadaManaus, 2000, 2005 e 2010

n. abs. % n. abs. % n. abs. %2000(1) 919 1,1 37.327 46,6 41.790 52,22005 2.214 1,7 62.375 47,1 67.766 51,22010 3.274 1,9 75.593 44,6 90.717 53,5

até 17 anos 18 a 24 anos 25 a 29 anosAno

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 39

2. A JUVENTUDE TRABALHADORA

2.1 O mercado de trabalho formal segundo sexo

Segundo o critério sexo, o mercado de trabalho formal do jovem em Manaus é predominantemente

masculino, sendo que nos anos 2000, os trabalhadores jovens do sexo masculino ocupavam, 61,9%

dos postos de trabalhos. De forma que, as jovens trabalhadoras ficavam com menos de 40,0% das

vagas. A exceção é o ano de 2001, quando 41,7% das vagas eram ocupadas por mulheres. Em 2010

essa distribuição dos postos de trabalho entre homens e mulheres se manteve inalterada, sendo que

61,2% dos postos eram ocupados por trabalhadores e 38,8% por trabalhadoras (Gráfico 13).

GRÁFICO 13Evolução do número de jovens no mercado de trabalho formal por sexo

Manaus, 2000 a 2010

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 201020,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

80,000

90,000

100,000

110,000

Fonte: RAIS/MTEElaboração: DIEESE

Quando se observa a distribuição dos postos ocupados por jovens segundo sexo e faixa etária,

percebe-se que entre o grupo de trabalhadores com até 17 anos de idade, a participação percentual

de homens, que era de 68,6%, em 2000, apresentando queda significativa, em 2005, quando

registrou 61,8%, e em 2010, com 55,7% (Tabela 14).

Entretanto, entre os jovens de 18 a 24 anos, se observa uma estabilidade na participação de

homens e mulheres, para os anos selecionados, de forma que a participação feminina não

ultrapassou 38,6%, conforme registrado em 2010. O mesmo ocorreu entre os jovens de 25 a 29

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 40

anos, que registraram participação de 38,8% de mulheres em 2010. No início do período, em 2000,

essa participação era de 38,4%.

Entre os postos ocupados por trabalhadores adultos (com mais de 30 anos) a participação

percentual, em 2010, das mulheres era um pouco maior (43,2%). Cabe aqui registrar que em 2005 a

participação das mulheres adultas (22,4%) foi inferior à participação registrada entre o grupo de

trabalhadoras de 25 a 29 anos de idade (31,5%).

TABELA 14Evolução da distribuição absoluta e relativa do total de trabalhadores formais por faixa

etária, segundo sexoManaus, 2000, 2005 e 2010

No. Abs. % No. Abs. % No. Abs. %

Masculino 635 69,1 1.368 61,8 1.823 55,7Feminino 284 30,9 846 38,2 1.451 44,3Total 919 100,0 2.214 100,0 3.274 100,0

Masculino 22.979 61,6 38.804 62,2 46.386 61,4Feminino 14.348 38,4 23.571 37,8 29.207 38,6Total 37.327 100,0 62.375 100,0 75.593 100,0

Masculino 25.925 62,0 46.439 68,5 55.524 61,2Feminino 15.865 38,0 21.327 31,5 35.193 38,8Total 41.790 100,0 67.766 100,0 90.717 100,0

Masculino 83.027 56,7 175.365 77,6 183.238 56,8Feminino 63.440 43,3 50.581 22,4 139.607 43,2Total 146.467 100,0 225.946 100,0 322.845 100,0

25 a 29 anos

30 anos ou mais

2000 2005 2010sexo

até 17 anos

18 a 24 anos

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE

2.2 O mercado de trabalho formal segundo escolaridade

Observando a ocupação juvenil de acordo com a escolaridade de cada segmento etário,

observa-se primeiramente que quanto menor a idade do trabalhador, menor também a quantidade de

trabalhadores analfabetos. Assim, enquanto entre os jovens de até 17 anos não se registrou, em

2010, nenhum caso de analfabetismo; entre os trabalhadores de 18 a 24 anos foram registrados 42

casos e entre os jovens de 25 a 29 anos, 65 casos. Entre os trabalhadores adultos, com 30 anos ou

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 41

mais, 615 eram analfabetos. Entretanto, proporcionalmente, os segmentos jovens, no que tange a

questão do analfabetismo, apresentam participação relativa estável entre as faixas etárias, enquanto

observa-se queda na participação de trabalhadores nessa situação de escolarização no conjunto de

trabalhadores jovens e adultos. Assim, durante os anos 2000, registrou-se recuo nesse percentual,

para todos os grupos etários (Tabela 15).

O ‘Ensino médio completo’ é o nível de escolaridade predominante nas faixas

compreendidas entre jovens de 18 a 29 anos. Nessas faixas, a participação dessa escolaridade se

ampliou no intervalo entre 2000 e 2010. Enquanto em 2000, eram mais de 20 mil, ou 54,2% dos

jovens trabalhadores de 18 a 24 anos com ‘Ensino médio completo’; em 2010 registrou-se 49.397

jovens (65,3%) com essa escolaridade. Também entre os jovens de 25 a 29 anos observa-se

crescimento na participação de trabalhadores com Ensino médio completo’, sendo que em 2000

eram 52,4%, em 2005, 62,3%, e em 2010, 65,2% do grupo etário.

O terceiro grupo etário que compõe os trabalhadores jovens inseridos no mercado de

trabalho formal é o de pessoas com até 17 anos Nesse grupo a escolaridade predominante era o

‘Ensino fundamental completo’, nível educacional que também apresentou ampliação na

participação dentro do grupo, registrando 722 pessoas em 2000 e 2.851 pessoas em 2010.

É importante destacar que os níveis educacionais superiores ao ensino médio completo

também registram crescimento na participação dos segmentos etários denominados jovens. Assim,

no ano 2000, 2.157 jovens de 18 a 24 anos possuíam nível escolar superior ao médio, um percentual

de 5,8% do grupo. Esse contingente se ampliou tanto em termos absolutos quanto na participação,

registrando em 2005, 5.177 pessoas e 8,3% do total dessa faixa, e em 2010, 7.371 pessoas ou 9,8%

do grupo.

O mesmo se deu no segmento de trabalhadores com idade de 25 a 29 anos, que em 2000

registrou participação de 10,2% do grupo com escolaridade superior ao Ensino médio, percentual

ampliado em 2010, quando 17,9% possuía esse nível de escolaridade. Esse segmento registrou a

maior escolaridade por faixas etárias, sendo que 83,1% desses trabalhadores possuem o ensino

médio completo ou superior.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 42

TABELA 15Evolução da distribuição absoluta e relativa do total de trabalhadores formais por faixa

etária, segundo escolaridadeManaus, 2000, 2005 e 2010

N. Absol. % N. Absol. % N. Absol. %

Analfabeto 1 0,1 1 0,0 0 0,0Até 5ª ano do ensino fundamental 50 5,4 38 1,7 9 0,3Ensino fundamental completo 722 78,6 1.860 84,0 2.851 87,1Ensino médio completo 140 15,2 302 13,6 400 12,2Mais que ensino médio completo 6 0,7 13 0,6 14 0,4Total 919 100,0 2.214 100,0 3.274 100,0

Analfabeto 173 0,5 78 0,1 42 0,1Até 5ª ano do ensino fundamental 1.390 3,7 918 1,5 1.245 1,6Ensino fundamental completo 13.361 35,8 13.839 22,2 17.538 23,2Ensino médio completo 20.246 54,2 42.363 67,9 49.397 65,3Mais que ensino médio completo 2.157 5,8 5.177 8,3 7.371 9,8Total 37.327 100,0 62.375 100,0 75.593 100,0

Analfabeto 198 0,5 112 0,2 65 0,1Até 5ª ano do ensino fundamental 1.970 4,7 1.493 2,2 1.670 1,8Ensino fundamental completo 13.469 32,2 14.031 20,7 13.581 15,0Ensino médio completo 21.911 52,4 42.233 62,3 59.155 65,2Mais que ensino médio completo 4.242 10,2 9.897 14,6 16.246 17,9Total 41.790 100,0 67.766 100,0 90.717 100,0

Analfabeto 1.789 1,2 608 0,3 615 0,2Até 5ª ano do ensino fundamental 17.155 11,7 16.385 7,3 16.597 5,1Ensino fundamental completo 43.857 29,9 58.185 25,8 64.230 19,9Ensino médio completo 58.543 40,0 104.141 46,1 158.304 49,0Mais que ensino médio completo 25.123 17,2 46.627 20,6 83.100 25,7Total 146.467 100,0 225.946 100,0 322.846 100,0

18 a 24 anos

30 anos ou mais

25 a 29 anos

Faixa de escolaridade 2000 (1) 2005 2010

até 17 anos

Ano

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Também entre os trabalhadores adultos verificou-se uma ampliação da escolaridade, sendo

que em 2000, 25.123 trabalhadores possuíam escolaridade superior ao ensino médio (17,2% dos

trabalhadores dessa faixa etária), em 2005 eram mais de 46 mil (20,6%) e em 2010, 83.100

trabalhadores ou 25,7% dos trabalhadores dessa faixa etária.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 43

3. A INSERÇÃO PROFISSIONAL DO JOVEM NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL

3.1 Por setor e subsetor de atividade

Para se conhecer o perfil do emprego formal dos jovens em Manaus iniciou-se a análise

pelos setores de atividade econômica. Assim, observou-se que os setores que mais empregavam no

município em 2010, eram os mesmos setores que mais empregam jovens de 16 a 29 anos de idade,

com algumas particularidades que veremos a seguir. Em 2010 o setor de Serviços foi o maior

empregador na capital do Amazonas, responsável por 29,5% dos postos de trabalho, seguido pela

Indústria de transformação, com 23,1% e o Comércio, com 14,8% dos postos (ver Anexo I).

No caso dos postos de trabalho ocupados por jovens de 16 a 29 anos, essa ordem se

modifica, alterando – por grandeza – o primeiro e segundo maiores empregadores (Serviços e

Indústria de Transformação). O que se observou é que os postos de trabalho ocupados por jovens

estavam em sua maioria no setor da Indústria de transformação, sendo que em 2000, eram 31,3%

dos jovens ocupados em atividades relacionadas a esse setor, em 2005 eram 37,2% e em 2010 eram

31,1% (Gráfico 14).

A proporção de empregos gerados na Indústria de transformação, em Manaus, diminuiu

3,7%, na comparação com o total de empregos no município entre 2005 e 2010. Entretanto, entre os

postos de trabalho ocupados por jovens essa queda foi maior, registrando menos 6,1 p.p na

participação em relação ao estoque de emprego. Dessa forma, embora se observe que a Indústria de

transformação priorizou a contratação de trabalhadores jovens em detrimento dos adultos (30 anos

ou mais), essa proporcionalidade vem caindo. Enquanto em 2000, 50,8% dos postos da Indústria de

transformação eram ocupados por jovens, em 2005 eram 51,3%, e em 2010, eram 46,4%. De

qualquer forma a Indústria de transformação continuou sendo grande empregador da força de

trabalho jovem no município, respondendo por 52.739 postos ou 31,1% do total do emprego jovem.

Outros 52.162 postos de trabalho20 estão no setor de Serviços, que respondeu em 2010 por 30,8% do

emprego jovem, e teve crescimento de 2,4 p.p. na participação desse segmento de trabalhadores, já

que em 2005, 28,4% dos postos ocupados por este grupo eram neste setor de atividade (Gráfico 14).

GRÁFICO 1420 Para conferir a tabela com os números absolutos por setor e subsetor ver Anexo II.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 44

Evolução da distribuição percentual dos jovens no mercado de trabalho formal segundo setor de atividade econômica

Manaus, 2000, 2005 e 2010

31,337,2

31,1

2,7

2,84,4

22,920,1

22,9

31,4 28,4 30,8

10,4 10,4 9,7

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2000 2005 2010

Agropecuária

Administração publica

Serviços

Comércio

Construção civil

SIUP

Indústria de transformação

Extrativa mineral

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE

O Comércio, que respondia por 18.637 empregos ocupados por jovens em 2000, passou a

responder por 26.636 em 2005 e 38.840 em 2010, mantendo estabilidade na participação de postos

em relação ao total de empregos ocupados por jovens no município. Já a Construção civil, que

respondia por pouco mais de 2 mil empregos jovens em 2000, e que representava 2,7% do total de

empregos jovens, cresceu em números absolutos e de participação, alcançando 7.386 empregos e

4,4% dos postos de trabalho ocupados por trabalhadores jovens (Tabela 16).

No que diz respeito ao número absoluto de empregos ocupados por jovens por setor de

atividade, todos os setores apresentaram variação positiva para o período, acompanhando o

movimento de crescimento do emprego formal que ocorreu no município. Os destaques foram o

Setor de Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) e a Construção civil, setores que

dobraram a quantidade de empregos ocupados por jovens.

Entre os empregos na Indústria de transformação, o subsetor da Indústria do material

elétrico e de comunicações, que registrou queda substancial na participação, passando de 41,1% em

2000 para 30,7% em 2010, era o subsetor industrial que mais empregou jovens e também o que

respondeu por mais postos entre o total de trabalhadores de Manaus (27,9%). Vale destacar também

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 45

os setores Indústria do material de transporte e Indústria mecânica, com participação de 17,6% e

13,3%, respectivamente, no total de empregos de jovens em 2010.

Por faixa etária observa-se que, em 2010, os postos de trabalho ocupados por jovens até 17

anos estavam em sua maioria na Indústria de transformação, com crescimento acentuado na

participação no total de empregos desse segmento entre 2000 e 2010. Dessa forma, enquanto em

2000, 21,4% dos postos estavam na Indústria de transformação e outros 41,7% estavam no setor de

Serviços, em 2010 eram 39,9% dos postos ocupados por este segmento de trabalhadores no setor

industrial e 32,4% nos Serviços.

Entre os postos ocupados por trabalhadores de 18 a 24 anos, os setores apresentam maior

estabilidade na comparação entre a participação em 2000 e 2010. E vale destacar o crescimento na

participação de postos na Administração pública (5,9% em 2010) e na Construção civil (4,5%) para

esse segmento etário.

Os trabalhadores de 25 a 29 anos também têm grande parte dos postos de trabalho na

Indústria de transformação (31,1%), entretanto cresce em importância os postos de trabalho no setor

de Serviços (31,2%) e a Administração pública (13,1%). O setor de Comércio, que em 2010 era o

terceiro empregador em números absolutos e percentuais, apresentou recuo em relação à

participação registrada em outras faixas etárias, representando para os jovens adultos apenas 18,9%

dos postos, sendo que, entre os jovens de 18 a 24 anos essa participação era de 27,7%.

TABELA 16Evolução da distribuição percentual dos jovens no mercado de trabalho formal, por

faixa etária, segundo setor de atividade econômicaManaus, 2000, 2005 e 2010

2000 2005 2010 2000 2005 2010 2000 2005 2010 2000 2005 2010Extrativa Mineral 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1Indústria de Transformação 21,4 35,4 39,9 30,9 39,3 30,7 31,9 35,3 31,1 31,3 37,2 31,1Serviços Ind de Util Pública 0,1 0,0 0,4 0,4 0,5 0,7 0,8 0,7 1,0 0,6 0,6 0,8Construção Civil 1,3 0,7 2,6 2,8 2,6 4,5 2,7 3,2 4,3 2,7 2,8 4,4Comércio 27,2 29,5 24,3 27,6 23,2 27,7 18,7 17,0 18,9 22,9 20,1 22,9Serviços 47,1 33,3 32,4 32,4 27,7 30,1 30,3 28,8 31,2 31,4 28,4 30,8Adm pública direta e autárquica 2,3 0,0 0,1 5,4 6,2 5,9 15,1 14,6 13,1 10,4 10,4 9,7Agr, silv, criação animais, ext vegetal 0,5 1,1 0,4 0,6 0,5 0,4 0,5 0,4 0,3 0,6 0,5 0,3

Total (nºs. Aboslutos) 919 2.214 3.274 37.327 62.375 75.593 41.790 67.766 90.717 80.036 132.355 169.584

Setor de atividade econômicaaté 17 anos 18 A 24 25 A 29 TOTAL

Fonte: RAIS/MTE.Elaboração: DIEESENota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 46

3.2 Por tamanho do estabelecimento

Em relação ao tamanho do estabelecimento, nota-se que os empregos dos jovens estavam

concentrados em estabelecimentos com mais de 100 vínculos, apresentando estabilidade na

distribuição. Assim, em 2000, 56,5% dos postos se encontravam em estabelecimentos com mais de

100 vínculos, com pequena superioridade dos estabelecimentos com mais de 1000 vínculos

(16,8%). Em 2005, 62,4% dos empregos dos jovens estavam em estabelecimentos com mais de 100

vínculos, sendo que os grandes estabelecimentos, com mais de 1000 vínculos, respondiam por

21,9% dos postos. Em 2010 essa concentração se amplia, de forma que 61,8% dos empregos

estavam em estabelecimentos com mais de 100 vínculos, sendo que 23,7% em estabelecimentos

com mais de 1000 vínculos (Tabela 17).

Entretanto, observando essa distribuição de acordo com as faixas etárias que compõe o grupo de

jovens, percebeu-se que entre os trabalhadores mais jovens, até 17 anos, ocorrem mudanças

significativas na distribuição do emprego. Enquanto que em 2000, 41,3% dos postos ocupados por

este segmento estavam em estabelecimentos que possuíam de 100 a 249 vínculos; em 2005 eram

apenas 17,1% e em 2010, 15,3% dos postos. Tanto em 2005, quanto em 2010, a maior parte dos

postos de trabalho ocupados por jovens estava em estabelecimento de 250 a 499 vínculos ativos,

22,8% e 30,6% dos postos, respectivamente.

Entre os jovens de 18 a 24 anos há uma distribuição mais equitativa dos postos de trabalho segundo

tamanho do estabelecimento, sendo que, enquanto em 2000 os maiores empregadores eram aqueles

estabelecimentos com 20 a 49 vínculos e 100 a 249 vínculos, nos anos de 2005 e 2010 os principais

empregadores eram os estabelecimentos de 100 a 249 vínculos e aqueles com mais de 1.000

vínculos.

Já os trabalhadores de 25 a 29 anos estavam, em grande parte, empregados em estabelecimentos

com mais de 1.000 vínculos nos três anos analisados. Assim, se em 2000 eram 21,0% empregados

em estabelecimentos desse porte, em 2005 eram 25,7%, e em 2010 eram 28,5%. Entre os

trabalhadores adultos essa concentração dos postos de trabalho em empresas de grande porte se

mantém e se cresce em termos de participação no total de postos de trabalho ocupados durante os

anos 2000.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 47

TABELA 17Evolução da distribuição absoluta e relativa dos trabalhadores no mercado de trabalho

formal por faixa etária, segundo tamanho de estabelecimentoManaus, 20001, 2005 e 2010

Total % Total % Total %Até 4 vínculos ativos 88 9,6 87 3,9 57 1,7De 5 a 9 vínculos ativos 83 9,0 89 4,0 80 2,4De 10 a 19 vínculos ativos 93 10,1 147 6,6 121 3,7De 20 a 49 vínculos ativos 94 10,2 227 10,3 227 6,9De 50 a 99 vínculos ativos 69 7,5 269 12,1 310 9,5De 100 a 249 vínculos ativos 380 41,3 378 17,1 501 15,3De 250 a 499 vínculos ativos 56 6,1 504 22,8 1.003 30,6De 500 a 999 vínculos ativos 19 2,1 192 8,7 383 11,71000 ou mais vínculos ativos 37 4,0 321 14,5 592 18,1Total 919 100,0 2.214 100,0 3.274 100,0Até 4 vínculos ativos 2.634 7,1 2.742 4,4 3.018 4,0De 5 a 9 vínculos ativos 2.924 7,8 3.765 6,0 4.690 6,2De 10 a 19 vínculos ativos 3.578 9,6 5.225 8,4 7.098 9,4De 20 a 49 vínculos ativos 5.401 14,5 7.410 11,9 10.094 13,4De 50 a 99 vínculos ativos 3.857 10,3 6.383 10,2 8.236 10,9De 100 a 249 vínculos ativos 6.067 16,3 10.140 16,3 10.733 14,2De 250 a 499 vínculos ativos 4.539 12,2 6.395 10,3 9.096 12,0De 500 a 999 vínculos ativos 3.727 10,0 9.047 14,5 8.843 11,71000 ou mais vínculos ativos 4.600 12,3 11.268 18,1 13.785 18,2Total 37.327 100,0 62.375 100,0 75.593 100,0Até 4 vínculos ativos 1.929 4,6 2.334 3,4 2.853 3,1De 5 a 9 vínculos ativos 2.327 5,6 3.250 4,8 4.147 4,6De 10 a 19 vínculos ativos 3.043 7,3 4.601 6,8 6.203 6,8De 20 a 49 vínculos ativos 4.902 11,7 7.080 10,4 9.538 10,5De 50 a 99 vínculos ativos 3.765 9,0 6.180 9,1 8.134 9,0De 100 a 249 vínculos ativos 6.561 15,7 10.099 14,9 11.600 12,8De 250 a 499 vínculos ativos 5.801 13,9 7.424 11,0 11.343 12,5De 500 a 999 vínculos ativos 4.685 11,2 9.375 13,8 11.063 12,21000 ou mais vínculos ativos 8.777 21,0 17.423 25,7 25.836 28,5Total 41.790 100,0 67.766 100,0 90.717 100,0Até 4 vínculos ativos 3.804 2,6 5.600 2,5 8.224 2,5De 5 a 9 vínculos ativos 4.954 3,4 7.418 3,3 10.476 3,2De 10 a 19 vínculos ativos 6.914 4,7 10.357 4,6 14.961 4,6De 20 a 49 vínculos ativos 11.825 8,1 17.005 7,5 25.346 7,9De 50 a 99 vínculos ativos 10.934 7,5 15.998 7,1 22.337 6,9De 100 a 249 vínculos ativos 20.469 14,0 29.089 12,9 33.756 10,5De 250 a 499 vínculos ativos 22.184 15,1 25.843 11,4 33.580 10,4De 500 a 999 vínculos ativos 18.468 12,6 31.576 14,0 35.119 10,91000 ou mais vínculos ativos 46.915 32,0 83.060 36,8 139.046 43,1Total 146.467 100,0 225.946 100,0 322.845 100,0

2000 2005 2010Ano

30 anos e mais

até 17 anos

de 18 a 24 anos

de 25 a 29 anos

Faixa Etária

Tamanho do Estabelecimento

Fonte: RAIS/MTE.Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 48

3.3 Por remuneração

A remuneração dos trabalhadores mais jovens é normalmente menor que a do conjunto de

trabalhadores adultos. Assim, verificou-se – nos dados de rendimento por faixa etária – que a

remuneração média aumenta conforme aumenta a idade do trabalhador.

Dessa forma, verificou-se, em Manaus, um menor rendimento entre os trabalhadores mais jovens.

Em 2000, um jovem da primeira faixa etária de até 17 anos, recebia 21,9% do salário de um

trabalhador adulto (30 anos ou mais). Essa diferença salarial foi ampliada, de forma que em 2010,

esse mesmo jovem ganhava, em média, 19,8% do salário médio de um adulto (Tabela 18).

Os jovens de 18 a 24 anos também têm rendimento menor. Em 2010, recebiam 45,8% do salário de

um adulto. O mesmo ocorre com os jovens de 25 a 29 anos, que no mesmo ano, recebia 65,0% do

salário de um adulto com mais de 30 anos. Essa diferença se mostrou bastante estável entre os anos

analisados para essas duas faixas etárias.

TABELA 18Evolução da remuneração média real² dos jovens no mercado de trabalho formal por faixa

etária e proporção (%) da remuneração dos jovens em relação aos adultos Manaus, 2000, 2005 e 2010

Valores % Valores % Valores %até 17 anos 454 21,9 410 19,6 445 19,818 a 24 anos 927 44,7 916 43,7 1.027 45,825 a 29 anos 1.352 65,2 1.315 62,8 1.457 65,030 anos e mais 2.073 100,0 2.093 100,0 2.242 100,0

Faixa EtáriaAno

2000 (1) 2005 2010

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’; (2) Valores em reais (R$) de dez/11. Deflator: INPC

Quanto à remuneração média, pode-se afirmar que, entre os jovens, os homens possuem o

maior rendimento. Para o período analisado, somente a faixa etária de ate 17 anos apresentou, em

2000, salário maior para as mulheres do que para os homens. Entretanto os anos seguintes que

compõe essa análise registram aumento na distância entre a remuneração média de homens e

mulheres. Assim, nesse segmento etário, em 2010, as trabalhadoras jovens tinham um rendimento

médio equivalente a 98,2% do salário médio dos homens. Essa foi a menor diferença registrada, já Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 49

que para os outros grupos etários, incluindo os adultos, essa diferença na média salarial se ampliou,

conforme aumenta a idade do trabalhador (Tabela 19).

Diante disso se observa que, entre os jovens de 18 a 24 anos, o salário feminino

correspondia a 93,5% do masculino em 2000, passando a corresponder a 91,7% em 2010. O mesmo

sucede com o grupo etário de 25 a 29 anos, no qual, em 2010, a média salarial das mulheres era

92,6% do rendimento médio do homem.

TABELA 19Evolução da remuneração média real² dos jovens no mercado de trabalho formal por faixa

etária, segundo sexo e proporção da remuneração feminina em relação à masculinaManaus, 2000, 2005 e 2010

Faixa etária Sexo 2000(1) 2005 2010Masculino 435 407 422Feminino 501 416 415% fem/masc 115,2 102,2 98,2Masculino 951 961 1.001Feminino 889 841 917% fem/masc 93,5 87,5 91,7Masculino 1.417 1.390 1.414Feminino 1.246 1.153 1.309% fem/masc 87,9 82,9 92,6Masculino 2.354 2.210 2.303Feminino 1.713 1.692 1.864% fem/masc 72,8 76,6 81,0Masculino 1.916 1.866 2.020Feminino 1.506 1.351 1.718% fem/masc 78,6 72,4 85,1

até 17 anos

Total

30 anos e mais

25 a 29 anos

18 a 24 anos

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’; (2) Valores em reais (R$) de dez/11. Deflator: INPC

3.4 Por tipo de admissão

Analisando as admissões por tipo, verifica-se que entre os anos de 2000 e 2010 as admissões

por primeiro emprego são predominantes entre os jovens até 17 anos. Em 2000, 57,3% das

admissões desse segmento se deram por neste tipo. Em 2005 foram 72,6% e em 2010 foram 67,8%.

Embora tenha apresentado recuo, ainda é significante a quantidade de jovens de até 17 anos

admitidos em primeiro emprego. Já o reemprego apresentou percentual de participação em queda,

sendo que 2010 registrou 12,4% das admissões desse segmento, percentual 9,3 p.p. menor que o

registrado em 2000 (21,7%) (Tabela 20).Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 50

Também entre os jovens de 18 a 24 anos o primeiro emprego aparece como forma

importante de admissão, respondendo por 24,2% em 2000, 21,3% em 2005 e 17,3% em 2010. Para

esse grupo, o reemprego aparece como predominante na forma de admissão. Assim, em 2000

ocorreram 32,7% das admissões por reemprego, percentual que se elevou bastante, registrando

42,1% do total de admissões em 2010.

TABELA 20Evolução da distribuição relativa das admissões no mercado de trabalho formal, por

faixa etária, segundo tipo (em%) Manaus, 2000, 2005 e 2010

até 17 anos

18 a 24 anos

25 a 29 anos

mais de 30 anos

Total

Primeiro Emprego 57,3 24,2 6,1 1,8 6,5Reemprego 21,7 32,6 28,9 15,2 20,6Transferência 0,3 1,4 1,7 1,2 1,3Não admitido no ano 20,7 41,7 63,3 81,8 71,5Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0Primeiro Emprego 72,6 21,3 6,8 2,1 6,7Reemprego 14,2 37,4 32,2 18,7 24,5Transferência 1,6 1,5 1,6 1,0 1,2Outros (2) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Não admitido no ano 11,6 39,7 59,4 78,2 67,5Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0Primeiro Emprego 67,8 17,3 5,7 2,1 5,5Reemprego 12,4 42,1 35,2 20,2 26,3Transferência 2,2 2,2 2,2 1,7 1,9Reintegração 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0Não admitido no ano 17,6 38,3 56,8 76,1 66,3Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

2010

Ano Tipo de admissãoFaixa Etária

2000 (1)

2005

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’;

Os trabalhadores de 25 a 29 anos apresentam uma dinâmica distinta dos outros dois grupos

que compõem a juventude trabalhadora de Manaus. Para este segmento, cresce a quantidade de

jovens que não foram admitidos no ano selecionado para análise, de forma que, para mais da

metade dos jovens dessa faixa etária, não temos, a partir dos anos selecionados, informação a

respeito do tipo de admissão. Entre aquele que foram admitidos nos anos 2000, 28,9% era

reemprego, em 2005 registra-se 32,2% e em 2010, 35,2% do total de admissões. Para este grupo o

primeiro emprego perde importância.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 51

3.5 Por jornada de trabalho semanal

Analisar a jornada de trabalho dos jovens inseridos no mercado de trabalho formal é uma

maneira de verificar como o tempo dedicado ao trabalho entre os jovens tem influenciado outras

dimensões da vida juvenil, entre elas o tempo escolar.

Observou-se que em 2000, a jornada de trabalho dos jovens era elevada, sendo que 87,7%

dos trabalhadores de 18 a 24 anos cumpriam jornada de 41 a 44 horas semanais. Entre os mais

jovens, aqueles com até 17 anos, 69,2% trabalhavam semanalmente entre 41 e 44 horas. O mesmo

ocorria com 46,2% dos trabalhadores de 25 a 29 anos. Entre os trabalhadores adultos (30 anos ou

mais) esse percentual é menor, sendo que 47,3% trabalhavam entre 41 e 44 horas semanais e outros

29,7% trabalhavam entre 21 e 30 horas na semana (Tabela 21).

Em 2005, o segmento até 17 anos registra queda na jornada semanal de boa parte de seus

trabalhadores, sendo que 48,7% trabalhavam entre 41 e 44 horas, e 47,9% trabalhavam entre 16 e

30 horas semanais. Entretanto, essa queda na participação de jovens com jornada de trabalho

superior a 40 horas semanais não se registrou entre os trabalhadores das outras faixas etárias que

compõe o grupo de jovens. Entre aqueles que tinham de 18 a 24 anos, 87,7% trabalhavam entre 41 e

44 horas semanais, e entre os jovens de 25 a 29 anos eram 78,7%. Para os trabalhadores com 30

anos ou mais se verificou, neste ano, um crescimento no contingente que trabalha de 21 a 30 horas

semanais (36,6%) e daqueles que trabalham mais de 40 horas semanais (53,1%) com relação ao ano

2000.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 52

TABELA 21Evolução da distribuição dos trabalhadores formais, por faixa etária, segundo faixas de

jornada contratual de trabalho semanalManaus, 2000, 2005 e 2010

até 17 anos

18 a 24 anos

25 a 29 anos

30 anos ou mais

Total

Ate 12 horas 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3De 13 a 15 horas 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1De 16 a 20 horas 9,5 0,9 2,5 6,2 4,7De 21 a 30 horas 10,2 4,1 10,9 29,7 21,9De 31 a 40 horas 10,6 6,8 10,0 16,4 13,6De 41 a 44 horas 69,2 87,7 76,2 47,3 59,4De 45 a 48 horas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Mais de 48 horas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Ignorado 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Ate 12 horas 0,5 0,3 0,4 0,6 0,5De 13 a 15 horas 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1De 16 a 20 horas 30,1 0,3 0,4 0,6 0,7De 21 a 30 horas 17,8 6,1 14,6 36,6 27,0De 31 a 40 horas 2,9 5,6 5,8 8,9 7,7De 41 a 44 horas 48,7 87,7 78,7 53,1 64,0De 45 a 48 horas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Mais de 48 horas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Ignorado 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Ate 12 horas 0,8 0,3 0,5 0,6 0,5De 13 a 15 horas 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1De 16 a 20 horas 63,3 2,0 0,2 0,4 1,0De 21 a 30 horas 19,2 4,9 12,8 34,7 26,0De 31 a 40 horas 1,5 6,3 6,2 7,4 7,0De 41 a 44 horas 15,3 86,5 80,3 56,7 65,3De 45 a 48 horas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Mais de 48 horas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Ignorado 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

2000

2005

2010

Faixas de jornada contratual de

trabalho semanal

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

É relevante observar que o ano de 2010 registrou queda substancial na jornada de trabalho daqueles

com até 17 anos, sendo que apenas 15,3% trabalhavam mais de 40 horas semanais, enquanto que

63,3% trabalhavam de 16 a 20 horas semanais e 19,2% de 21 a 30 horas semanais. Esse recuo no

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 53

tempo de trabalho dos jovens não foi registrado para os trabalhadores com 18 anos ou mais, sendo

que 86,5% daqueles que tinham de 18 a 24 anos e 80,3% dos que tinham de 25 a 29 anos

trabalhavam mais de 40 horas semanais. Os trabalhadores com 30 anos ou mais também registram

crescimento no percentual daqueles que trabalham de 41 a 44 horas semanais, com 56,4% do total

deste grupo etário.

3.6 Por tipo de desligamento

Em relação aos desligamentos, verifica-se que os jovens até 17 anos apresentaram uma queda

consistente na proporção de desligamentos sem justa causa, saindo de 64,2% do total desse grupo,

em 2000, para 38,2%, em 2010. Por outro lado, essa diminuição decorreu do aumento da

participação dos desligamentos por Término do contrato de trabalho, o que pode indicar

precarização nas relações de trabalho para os jovens nessa idade.

Nos demais grupos etários, em todos os anos predominavam os desligamentos sem justa causa, sem

que tenham ocorrido mudanças significativas na participação desse tipo de desligamento ao longo

dos anos estudados (Tabela 22).

TABELA 22Evolução da distribuição relativa dos desligamentos dos jovens no mercado de

trabalho formal, por tipo, segundo faixa etária (em%) Manaus, 2000, 2005 e 2010

Faixa Etária Rescisão com justa causa

Rescisão sem justa causa

Termino do contrato de

trabalhoTransferência Outros Total

até 17 anos 0,8 64,2 29,2 2,8 3,0 100,018 a 24 anos 2,0 62,0 32,4 3,5 0,2 100,025 a 29 anos 2,7 66,1 26,3 4,6 0,2 100,0Total 2,3 63,9 29,6 4,0 0,2 100,0

até 17 anos 4,1 43,5 44,9 7,2 0,3 100,018 a 24 anos 1,3 59,0 36,1 3,5 0,1 100,025 a 29 anos 1,5 67,2 25,9 5,1 0,2 100,0Total 1,4 62,4 31,8 4,3 0,1 100,0

até 17 anos 3,8 38,2 51,2 6,7 0,2 100,018 a 24 anos 1,9 61,5 32,5 4,0 0,1 100,025 a 29 anos 2,0 66,9 25,8 5,1 0,1 100,0Total 1,9 63,8 29,5 4,6 0,1 100,0

2010

2000 (1)

2005

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 54

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

3.7 Por tempo de permanência no emprego

De acordo com o tempo de permanência no emprego observou-se que a maioria dos trabalhadores

desligados permaneceram menos de 6 meses no último emprego. Se somados os jovens com menos

de 6 meses de permanência no último emprego, em 2000 eram 57,2% e em 2010, 58,5% do total de

desligamentos. É mais alarmante a situação dos jovens trabalhadores desligados com menos de 3

meses no último emprego, em 2000, era 28,6% do total de desligamentos, em 2005 ocorreu com

32,8% dos desligados e em 2010 com 33,7% (Gráfico 15).

Vale destacar que o percentual de trabalhadores que permaneceram dois anos ou mais no último

emprego vem registrando queda durante os anos 2000. Para o total de trabalhadores desligados,

24,5% permaneceram mais de 24 meses no emprego em 2000, enquanto para o trabalhador jovem

esse percentual é de 14,9% dos desligamentos desse segmento populacional. Em 2005 eram 18,3%

do total de trabalhadores e apenas 12,4% dos trabalhadores jovens. Em 2010 se registra o menor

percentual da série, com 16,5% dos desligamentos de trabalhadores que permaneceram 2 anos ou

mais no emprego, sendo que entre os jovens somente 10,7% completaram 2 anos no emprego.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 55

GRÁFICO 15Evolução da distribuição percentual dos desligados no último vínculo, segundo faixas

de tempo de permanência no emprego por total de trabalhadores e trabalhadores jovens no mercado de trabalho formal

Manaus, 2000, 2005 e 2010

Total Jovem Total Jovem Total Jovem Total Jovem Total JovemAte 2,9 meses De 3,0 a 5,9 meses De 6,0 a 11,9 meses De 12,0 a 23,9 meses 24 meses ou mais

2000 28,6 34,2 19,7 23,0 14,3 14,9 12,9 13,0 24,5 14,92005 32,8 37,3 18,1 19,5 15,6 15,9 15,2 14,9 18,3 12,42010 33,7 37,9 19,2 20,6 16,6 16,9 14,0 13,9 16,5 10,7

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: São considerados jovens os trabalhadores de 16 a 29 anos de idade.

Quando analisamos o tempo de permanência por faixa etária dos jovens, percebe-se que os

segmentos que menos permaneceram no último emprego foram de jovens de 18 a 24 anos, seguidos

pelos jovens adultos de 25 a 29 anos, que registraram em 2010, 41,1% e 34,7% de desligamentos

com até 2,9 meses de emprego. Se considerados, para essas faixas etárias, aqueles que não

completaram 6 meses no último emprego, os jovens de 18 a 24 anos registram um total de 41.063,

62,2% dos desligamentos desse grupo. Entre os jovens de 25 a 29 anos o percentual também é

elevado, registrando, em 2010, 32 mil jovens (54,9% dos desligamentos dessa faixa etária) (Tabela

23).

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 56

TABELA 23Evolução da distribuição dos trabalhadores jovens desligados do mercado de trabalho

formal por faixa etária, segundo faixas de tempo de permanênciaManaus, 2000, 2005 e 2010

Ano Tempo de permanênciaaté 17 anos

18 a 24 anos

25 a 29 anos

Ate 2,9 meses 37,9 38,0 29,6De 3,0 a 5,9 meses 22,9 24,5 21,3De 6,0 a 11,9 meses 23,9 14,8 14,7De 12,0 a 23,9 meses 11,9 12,4 13,7De 24,0 a 35,9 meses 2,3 5,9 8,1De 36,0 a 59,9 meses 1,0 3,5 8,3De 60,0 a 119,9 meses 0,0 0,5 3,7120 meses ou mais 0,0 0,0 0,3Ignorado 0,0 0,4 0,2Total 100,0 100,0 100,0Ate 2,9 meses 32,6 41,7 31,8De 3,0 a 5,9 meses 17,2 20,7 18,0De 6,0 a 11,9 meses 41,2 15,8 15,6De 12,0 a 23,9 meses 8,1 13,9 16,2De 24,0 a 35,9 meses 0,4 4,6 7,6De 36,0 a 59,9 meses 0,0 2,2 7,0De 60,0 a 119,9 meses 0,0 0,2 3,1120 meses ou mais 0,0 0,0 0,1Ignorado 0,5 0,9 0,6Total 100,0 100,0 100,0Ate 2,9 meses 20,3 41,1 34,7De 3,0 a 5,9 meses 12,5 21,2 20,2De 6,0 a 11,9 meses 30,2 17,0 16,5De 12,0 a 23,9 meses 34,4 13,8 13,6De 24,0 a 35,9 meses 2,3 4,4 7,0De 36,0 a 59,9 meses 0,1 1,9 5,4De 60,0 a 119,9 meses 0,0 0,2 2,2120 meses ou mais 0,0 0,0 0,0Ignorado 0,2 0,4 0,3Total 100,0 100,0 100,0

2000 (1)

2005

2010

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 57

4. A INSERÇÃO PROFISSIONAL DO JOVEM POR FAMILIAS OCUPACIONAIS

Para compreender com um pouco mais de profundidade a inserção profissional dos jovens em

Manaus, propõem-se uma análise dos empregos ocupados por jovens segundo as famílias

ocupacionais21. Dessa forma, foram selecionadas 10 famílias que mais empregam o trabalhador de

16 a 29 anos de idade no ano de 2010 (Tabela 24).

Assim, entre as famílias ocupacionais selecionadas pelo total de empregos ocupados, as famílias

Agentes, assistentes e auxiliares administrativos, Operadores do comércio em lojas e mercados e

Montadores de equipamentos eletroeletrônicos foram as maiores empregadoras de jovens. Vale

destacar que em 2005 estas famílias também eram as principais empregadoras de trabalhadores

jovens em Manaus.

Essas três famílias – Montadores de equipamentos eletroeletrônicos, Agentes, assistentes e

auxiliares administrativos e Operadores do comércio em lojas e mercados –somadas, registravam

47.033 empregos de jovens, 27,7% do total de empregos dos trabalhadores entre 16 e 29 anos. Se

considerarmos somente os trabalhadores de 18 a 24 anos de idade, essas três famílias concentravam

31,7% do total de empregos desse segmento juvenil.

Em 2010, 47,7% dos jovens empregados estavam em 10 famílias ocupacionais, uma concentração

bastante grande que acaba restringindo a ‘porta de entrada’ do jovem no mercado de trabalho

formal a algumas ocupações. Em 2005, essa concentração era maior, registrando 50,1% dos

empregos ocupados por jovens.

Se em 2005, a família dos Trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e

conservação de áreas públicas estava em destaque, com 4,2% dos empregos, ocupando

principalmente jovens de 25 a 29 anos, em 2010 a mesma apresentou pequena queda no percentual

de jovens ocupados, registrando 3,4%.

Em 2010, entre os jovens de jovens de 25 a 29 anos, os Vigilantes e guardas de segurança

ganharam relevância, registrando 3,7% dos postos de trabalho desse segmento de trabalhadores. Em

2005 esta família registrava, para esse segmento etário, 3,0% dos empregos. Os Ajudantes de obras

21 Para a descrição das famílias ocupacionais selecionadas, de acordo com o Código Brasileiro de Ocupações (CBO), ver Anexo III.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 58

civis, que responderam por 3,2% dos postos ocupados por jovens em 2010, não constava entre as 10

famílias selecionadas em 2005.

Vale destacar que 2,6% dos jovens de 16 a 29 anos ocupados neste ano, aparecem vinculados a

famílias ocupacionais ignoradas.

TABELA 24Distribuição absoluta e relativa dos jovens no mercado de trabalho formal, por faixa etária,

segundo as 10 famílias ocupacionais com maior estoque de emprego de jovensManaus, 2005 e 2010

n. abs. % n. abs. % n. abs. % n. abs. %Montadores de equipamentos eletroeletrônicos 98 4,4 9.161 14,7 6.686 9,9 15.945 12,0Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 550 24,8 6.745 10,8 7.592 11,2 14.887 11,2Operadores do comércio em lojas e mercados 222 10,0 5.899 9,5 4.323 6,4 10.444 7,9Trab. nos serv. de coleta de resíduos, de limp. ... 15 0,7 2.543 4,1 2.817 4,2 5.375 4,1Alimentadores de linhas de produção 12 0,5 2.799 4,5 2.041 3,0 4.852 3,7Almoxarifes e armazenistas 74 3,3 1.684 2,7 1.588 2,3 3.346 2,5Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 22 1,0 1.956 3,1 1.171 1,7 3.149 2,4Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias 11 0,5 1.696 2,7 1.360 2,0 3.067 2,3Vigilantes e guardas de segurança 1 0,0 599 1,0 2.053 3,0 2.653 2,0Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 19 0,9 1.488 2,4 1.062 1,6 2.569 1,9Total de jovens 2.214 100,0 62.375 100,0 67.766 100,0 132.355 100,0Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 1.548 47,3 8.682 11,5 7.775 8,6 18.005 10,6Operadores do comércio em lojas e mercados 296 9,0 8.452 11,2 6.319 7,0 15.067 8,9Montadores de equipamentos eletroeletrônicos 68 2,1 6.828 9,0 7.065 7,8 13.961 8,2Alimentadores de linhas de produção 12 0,4 3.078 4,1 2.692 3,0 5.782 3,4Almoxarifes e armazenistas 106 3,2 2.778 3,7 2.704 3,0 5.588 3,3Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 29 0,9 3.081 4,1 1.949 2,1 5.059 3,0Ajudantes de obras civis 4 0,1 2.418 3,2 2.153 2,4 4.575 2,7Ignorado 0 0,0 2.104 2,8 2.388 2,6 4.492 2,6Vigilantes e guardas de segurança 2 0,1 1.145 1,5 3.316 3,7 4.463 2,6Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias 12 0,4 2.023 2,7 1.817 2,0 3.852 2,3Total 3.274 100,0 75.593 100,0 90.717 100,0 169.584 100,0

2005

2010

Total25 A 29 anos18 A 24 anosaté 17 anosAno Familia ocupacional

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Analisando a inserção dos jovens trabalhadores manauaras por sexo, verificamos que, as mulheres

eram maioria nas três famílias ocupacionais que mais empregaram jovens em 2010, respondendo

por 58,6% entre os Agentes, assistentes e auxiliares administrativos, 52,6% entre os Operadores do

comércio em lojas e mercados e 50,3 % entre os Montadores de equipamentos eletroeletrônicos.

Em 2005, somente entre os Montadores de equipamentos eletroeletrônicos as mulheres eram

maioria (55,1%) (Tabela 25).

Por fim, vale destacar as ocupações, entre as famílias selecionadas em 2010, por predominância de

sexo. Dessa forma, em 2010, destaca-se que a quase a totalidade dos empregos de Almoxarifes e

armazenistas, Ajudantes de obras civis e Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 59

eram ocupados por jovens do sexo masculino. Enquanto que as ocupações em que predominam

fortemente as jovens trabalhadoras eram as de Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco), com

90,9% dos postos ocupados por mulheres, além das já citadas anteriormente.

Em 2005 observou-se essa mesma estrutura na distribuição dos trabalhadores por sexo

segundo família ocupacional, com destaque para a família ocupacional dos Trabalhadores nos

serviços de coleta de resíduos, de limpeza e conservação de áreas públicas que concentrava

trabalhadores do sexo masculino (77,9%).

TABELA 25Distribuição absoluta e relativa dos jovens no mercado de trabalho formal, por famílias

ocupacionais com maior participação no estoque de empregos dos jovens, segundo sexo. Manaus, 2005 e 2010

Total

n. abs. % n. abs. % n. abs.Montadores de equipamentos eletroeletrônicos 7.163 44,9 8.782 55,1 15.945Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 8.360 56,2 6.527 43,8 14.887Operadores do comércio em lojas e mercados 5.333 51,1 5.111 48,9 10.444Trab.nos serv. de coleta de resíduos, de limp. de áreas púb. 4.189 77,9 1.186 22,1 5.375Alimentadores de linhas de produção 3.325 68,5 1.527 31,5 4.852Almoxarifes e armazenistas 3.066 91,6 280 8,4 3.346Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 506 16,1 2.643 83,9 3.149Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias 3.026 98,7 41 1,3 3.067Vigilantes e guardas de segurança 2.444 92,1 209 7,9 2.653Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 1.387 54,0 1.182 46,0 2.569Total 86.611 65,4 45.744 34,6 132.355Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 7.448 41,4 10.557 58,6 18.005Operadores do comércio em lojas e mercados 7.141 47,4 7.926 52,6 15.067Montadores de equipamentos eletroeletrônicos 6.939 49,7 7.022 50,3 13.961Alimentadores de linhas de produção 4.116 71,2 1.666 28,8 5.782Almoxarifes e armazenistas 5.167 92,5 421 7,5 5.588Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 458 9,1 4.601 90,9 5.059Ajudantes de obras civis 4.339 94,8 236 5,2 4.575Ignorado 3.869 86,1 623 13,9 4.492Vigilantes e guardas de segurança 4.005 89,7 458 10,3 4.463Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias 3.790 98,4 62 1,6 3.852Total 103.733 61,2 65.851 38,8 169.584

2005

2010

Homens MulheresAno Familia ocupacional

Fonte: RAIS/MTE.Elaboração: DIEESE

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 60

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo buscou conhecer o mercado de trabalho dos jovens em Manaus durante os anos 2000,

privilegiando análises que levassem em conta a heterogeneidade do jovem no Amazonas, no que se

refere a questões de faixa etária, sexo, escolaridade, condição de inserção profissional, entre outras.

Procurou-se evidenciar as diferenças que existem tanto dentro do grupo de jovens quanto destes em

relação aos adultos. Dessa forma o estudo se estruturou de maneira a compreender inicialmente a

população jovem no Amazonas e sua inserção ocupacional por meio de dados da PNAD, para em

seguida analisar o contingente de jovens empregados no mercado de trabalho formal na capital,

Manaus.

Em 2009, o Amazonas possuía uma população jovem de 895 mil pessoas entre 14 e 29 anos de

idade, (31,2% da população urbana total, chamada de População em Idade Ativa Jovem (PIA

Jovem). Assim como ocorreu no país como um todo, verificou-se, no Amazonas, um

envelhecimento da população com uma diminuição na proporção de jovens no total de população. É

importante destacar que a maior parte da população urbana em idade ativa do estado é formada por

mulheres, que perfazem 52,2%, (50,9% da PIA Jovem), e por pessoas da cor Parda (75,5% entre o

total da PIA e 75,6% entre a PIA Jovem).

Entre os que declararam que ‘apenas estudavam’ 84,6% eram jovens, indicando a tendência entre os

jovens de ampliação do tempo escolar, como forma de qualificação para uma inserção profissional

um pouco mais tardia. Entre os que declararam que ‘apenas trabalhavam’ os jovens eram 29,3%. A

situação dos jovens que ‘nem estudam e nem trabalham’ é significativa, sendo que, em 2009, eram

53,7% do total de pessoas nessa situação. Em 2009, os jovens de 19 a 24 anos, foi o grupo que

apresentou maior percentual nesta condição, uma participação de 29,7%.

No que diz respeito a escolaridade, há uma queda na quantidade de jovens que se declararam ‘sem

instrução’ e também entre aqueles que possuem ‘Fundamental incompleto’. Em 2009, 28,8% dos

jovens possuíam o ‘Ensino Médio completo’, percentual superior ao registrado no inicio dos anos

2000 (18,7%). Houve também um incremento substantivo na proporção dos jovens que possuem

‘Superior incompleto’ (7,7% em 2009) e ‘Superior completo’ (2,9%), indicando um aumento

significativo no nível de escolaridade dos jovens manauaras.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 61

A taxa de participação22 dos jovens da área urbana do Amazonas foi de 55,5%. Isso representa um

incremento em relação a 2001, quando foi de 51,4%. Ainda que tanto a PIA Jovem, quanto o total

da PIA, tenham presenciado um incremento em sua taxa de participação, este crescimento foi maior

para o total da PIA (8,9% no crescimento da taxa de participação), do que para o segmento Jovem

(7,9%).

Segundo a posição na ocupação, em 2009, registrou-se que a maioria dos jovens estava na situação

de assalariamento, sendo que 40,0% eram ‘assalariados com carteira assinada’ e 27% eram

‘assalariados sem carteira assinada’.

Observando a distribuição dos jovens segundo posição na ocupação, por sexo, verifica-se que

apenas 36,3% das mulheres eram empregadas “com carteira de trabalho assinada”, em 2009,

enquanto entre os homens, este percentual foi de 42,4%. Este dado corrobora a afirmação de que a

inserção profissional da mulher jovem apresenta maiores desafios que a de homens jovens.

Os jovens ocupados no Amazonas, em sua maioria, auferem rendimento mensal de até 3 salários

mínimos nacionais, sendo que 38,3% recebem até 1 salário mínimo. Percebe-se que uma maior

escolaridade está associada um rendimento maior, embora a quantidade de jovens que recebem

rendimento superior a 1 salário mínimo vem declinando para os anos analisados.

Observando a taxa de informalidade dos jovens amazonenses por faixas etárias, pode-se destacar o

fato de que a informalidade é menor quanto maior for a idade do jovem trabalhador. Assim, os

jovens de 14 e 15 anos e os de 16 a 18 anos apresentaram as maiores taxas para 2009 (100,0% e

83,9% respectivamente), contra uma taxa média total de informalidade para os jovens da ordem de

46,4%. Para as mulheres a taxa de informalidade era bastante superior a dos homens, de 53,2% e

41,7%, respectivamente, e, entre 2001 e 2009, essa diferença se ampliou em 3,7 pontos percentuais.

Entre os jovens a taxa de desocupação, em 2009, foi de 20,0%, elevação de 3,7 pontos percentuais

em relação a 2001. Observando os segmentos jovens por faixa etárias, verificou-se que a população

urbana de 16 e 18 anos, em 2009, respondeu pela taxa mais elevada na população jovem do

Amazonas, registrando uma taxa de desocupação na ordem de 25,3%. O grupo de jovens de 14 e 15

anos registrou em 2009 a segunda maior taxa (18,5%).

22 A relação entre a População Economicamente Ativa (PEA), e a População em Idade Ativa (PIA), é denominada Taxa de participação, e indica justamente a proporção das pessoas, com idade compatível, engajadas no mercado de trabalho.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 62

Na análise do mercado de trabalho formal de Manaus, 2010 registrava 492.429 postos de trabalho,

sendo que 34,4% deles eram ocupados por trabalhadores jovens. Esse percentual era maior tanto em

2000, quanto em 2005, quando a participação de jovens era, respectivamente, de 36,9% e 35,3% do

total de postos de trabalho da capital.

De acordo com a escolaridade dos jovens trabalhadores, observou-se que o ‘Ensino médio

completo’ era o nível de escolaridade predominante em todas as faixas etárias analisadas. Todos os

níveis educacionais superiores ao ‘ensino médio completo’ registram crescimento na participação

dos jovens e dos não-jovens.

Os postos de trabalho ocupados por jovens estavam, em sua maioria, no setor da Indústria de

transformação, sendo que em 2000, eram 31,3% do total de jovens ocupados. Em 2010 esse setor de

atividade respondia por mais de 52.739 empregos, 31,1% do total de jovens empregados. O setor de

Serviços empregava, em 2010, outros 52.162, 30,8% dos jovens. O Comércio respondia por 38 mil

empregos e a Construção civil por 7 mil empregos, 22,9% e 4,4% dos postos de trabalho ocupados

por trabalhadores jovens, respectivamente.

A Indústria do material elétrico e de comunicações, subsetor com maior participação no estoque

total de empregos formais em Manaus, também foi o subsetor que empregou, relativamente, mais

jovens.

Em relação ao emprego segundo tamanho do estabelecimento, nota-se que grande importância dos

estabelecimentos de maior porte, tanto no emprego do jovem, como no emprego total, o que é uma

característica do mercado de trabalho manauara em geral.

Em termos de remuneração real média do trabalhador verificou-se uma menor remuneração entre os

mais jovens. Se em 2000, um jovem de até 17 anos, recebia 21,9% do salário de um trabalhador

adulto, em 2010 essa diferença salarial foi ampliada, e esse mesmo jovem passou a ganhar, em

média, 19,8% do salário médio de um adulto. Em uma análise geral pode-se afirmar que, mesmo

entre os jovens, a diferença salarial entre homens e mulheres era grande, ampliando-se de acordo

com uma maior idade do trabalhador.

Houve uma queda substancial na jornada semanal de trabalho daqueles com até 17 anos na

comparação entre 2000 e 2010, sendo que apenas 15,3% trabalhavam mais de 40 horas semanais,

em 2010, ante 69,2% em 2000. Esse recuo no tempo de trabalho não foi registrado para outras

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 63

faixas etárias, sendo que 86,5% dos trabalhadores de 18 a 24 anos e 80,3% dos trabalhadores de 25

a 29 anos de idade trabalhavam mais de 40 horas semanais.

De acordo com o tempo de permanência no emprego observou-se que a maioria dos trabalhadores

desligados permaneceram menos de 6 meses no último emprego. Se somados os jovens com menos

de 6 meses de permanência no último emprego, em 2000 eram 57,2% e em 2010, 58,5% do total de

desligamentos. É mais alarmante a situação dos jovens trabalhadores desligados com menos de 3

meses no último emprego, em 2000, era 28,6% do total de desligamentos, em 2005 ocorreu com

32,8% dos desligados e em 2010 com 33,7%. Vale destacar que o percentual de trabalhadores que

permaneceram 2 anos ou mais no último emprego registrou queda durante os anos 2000.

Entre as famílias ocupacionais que mais empregaram jovens em 2010, destacaram-se a família dos

Agentes, assistentes e auxiliares administrativos, dos Operadores do comércio em lojas e mercados

e dos Montadores de equipamentos eletroeletrônicos. Entre os Almoxarifes e armazenistas, os

Ajudantes de obras civis e os Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias predominavam

trabalhadores do sexo masculino, enquanto que entre os Caixas e bilheteiros (exceto caixa de

banco) e os Montadores de equipamentos eletroeletrônicos predominavam postos de trabalho

ocupados por mulheres.

Pode-se concluir a partir dos dados apresentados neste estudo, que, de maneira geral, ocorreram

algumas melhorias na condição de ocupação dos jovens de Manaus. Entretanto, frente aos

trabalhadores adultos, os jovens ainda mantêm uma fragilidade estrutural no que diz respeito a sua

inserção produtiva, necessitando de políticas públicas especificas para esse segmento populacional,

em prol de diminuir essas fragilidades e a desigualdade que se apresentam inclusive dentro mesmo

do que aqui se condicionou chamar de juventude, garantindo ao jovem de Manaus acesso a

empregos de qualidade.

Termo de Contrato Nº. 005/2011 SEMTRAD e DIEESE - Prefeitura do Município de Manaus e DIEESE 64

GLOSSÁRIO

Atividade econômica: Conjunto de unidades de produção caracterizado pelo produto produzido, classificado conforme sua produção principal. O IBGE possui, dentre outras, uma classificação de nove setores de atividade econômica: extrativa mineral; indústria de transformação; serviços industriais de utilidade pública; construção civil; comércio; serviços; administração pública; agropecuária, extrativa vegetal, caça e pesca; e ‘outros’.

Desemprego: Situação de ociosidade involuntária em que se encontram pessoas que compõem a força de trabalho de uma nação.

Desemprego aberto: Conceito do DIEESE: Pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos últimos trinta dias e não exerceram nenhum trabalho nos últimos sete dias. Conceito do IBGE: Pessoas de 15 anos e mais que não possuem trabalho, mas que procuraram efetivamente na semana anterior a da entrevista um emprego assalariado ou tomaram providências para abrir um negócio.

Desemprego oculto pelo desalento: Pessoas que não possuem trabalho e nem procuraram nos últimos trinta dias, por desestímulo do mercado de trabalho ou por circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos doze meses.

Desemprego oculto pelo trabalho precário: Pessoas que realizam algum trabalho remunerado de forma irregular ou que realizam trabalho não remunerado em ajuda a negócios de parentes e que procuraram mudar de trabalho nos últimos 30 dias ou que, não tendo procurado neste período, fizeram-no nos últimos 12 meses.

Emprego: É a função profissional, o cargo ou a ocupação remunerada exercida por uma pessoa. Temos três categorias de emprego entre a população economicamente ativa: empregadores, empregados e trabalhadores autônomos.

Estoque do emprego: número de empregados formais nos estabelecimentos do município, da região metropolitana ou do Estado.

Família ocupacional: cada família ocupacional constitui um conjunto de ocupações similares correspondente a um domínio de trabalho mais amplo que aquele da ocupação.

PIA - População em Idade Ativa: Compreende as pessoas economicamente ativas e as inativas. Segundo a definição utilizada pelo DIEESE (PED) corresponde à população com 10 anos ou mais de idade. Já, segundo o IBGE (PME), limita-se às pessoas com 15 e mais anos de idade.

PEA - População Economicamente Ativa: Corresponde ao potencial de mão de obra com que pode contar o mercado de trabalho. É a parcela da PIA (população em idade ativa) que está ocupada ou desempregada, ou seja, se encontra em uma situação de trabalho ou tem disponibilidade em trabalhar.

População desocupada: Definição utilizada pelo IBGE: aqueles que se encontravam voluntariamente sem trabalho na semana de referência e procuraram por uma ocupação nos últimos 30 dias. Semelhante ao conceito de desemprego aberto do DIEESE.

População ocupada/ ocupados: Definição utilizada pelo DIEESE: São os indivíduos que possuem trabalho remunerado exercido regularmente ou de forma irregular, desde que não estejam procurando trabalho diferente do atual; possuem trabalho não remunerado de ajuda em negócios de parentes, ou remunerado em espécie ou benefício, sem procura de trabalho; não se incluem as pessoas que de forma bastante excepcional fizeram algum tipo de trabalho. Definição utilizada pelo IBGE: São as pessoas que têm algum trabalho remunerado ou não (neste caso, desde que o exerçam pelo menos 15 horas por semana). Incluem-se as pessoas que possuem trabalho, mas não estavam trabalhando por motivo de doença, férias, greves etc.

RAIS (Relação Anual de Informações Sociais): é um Registro Administrativo, de periodicidade anual, criada com a finalidade de suprir as necessidades de controle, de estatísticas e de informações às entidades governamentais da área social. Constitui um instrumento imprescindível para o cumprimento das normas legais, como também é de fundamental importância para o acompanhamento e a caracterização do mercado de trabalho formal.

Saldo do emprego: resultado da diferença entre admissões e desligamentos nos estabelecimentos declarantes do CAGED. Indica o emprego efetivamente criado no período.

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ANEXO

Termo de Contrato N° 005/2011 SEMTRAD e DIEESE 66

ANEXO IEvolução da distribuição absoluta e relativa do total de empregos no mercado de trabalho formal

segundo setor e subsetor de atividade econômica. Manaus, 2000, 2005 e 2010

n. abs. % n. abs. % n. abs. %

Extrativa mineral 123 0,1 65 0,0 283 0,1Indústria de transformação 49.292 21,8 95.932 26,8 113.578 23,1

Ind. de produtos minerais nao metálicos 932 1,9 1.278 1,3 1.496 1,3Indústria metalúrgica 2.682 5,4 5.140 5,4 9.047 8,0Indústria mecânica 5.545 11,2 8.581 8,9 13.477 11,9Ind. do material elétrico e de com. 17.478 35,5 34.216 35,7 31.635 27,9Indústria do material de transporte 6.166 12,5 13.063 13,6 21.180 18,6Indústria da madeira e do mobiliário 1.034 2,1 1.112 1,2 1.163 1,0Ind. do papel, papelao, editorial e ... 1.996 4,0 4.131 4,3 4.014 3,5Ind. da borracha, fumo, couros, peles ... 2.909 5,9 4.467 4,7 4.821 4,2Ind. química de prod.farmacêuticos... 4.979 10,1 12.138 12,7 13.133 11,6Indústria têxtil do vestuário e artef. 1.209 2,5 2.171 2,3 1.856 1,6Indústria de calçados 0 0,0 29 0,0 11 0,0Ind. de prod. alimentícios, bebidas e ... 4.362 8,8 9.606 10,0 11.745 10,3

Serviços industr de utilidade pública 2.528 1,1 2.918 0,8 4.578 0,9Construção civil 6.670 2,9 11.971 3,3 22.900 4,7Comércio 31.339 13,8 46.836 13,1 73.123 14,8

Comércio varejista 25.486 81,3 37.183 79,4 58.170 79,6Comércio atacadista 5.853 18,7 9.653 20,6 14.953 20,4

Serviços 65.709 29,0 96.751 27,0 145.076 29,5Inst. de crédito, seguros e capitalizaçao 2.613 4,0 3.271 3,4 4.389 3,0Com. e adm. de imóveis, valores mob. ... 19.185 29,2 26.697 27,6 43.420 29,9Transportes e comunicaçoes 14.780 22,5 24.131 24,9 32.231 22,2Serv. de alojamento, alim., reparaçao, ... 16.017 24,4 24.923 25,8 38.318 26,4Serv.médicos, odontológicos e veterinários 6.595 10,0 7.855 8,1 9.371 6,5Ensino 6.519 9,9 9.874 10,2 17.347 12,0

Administrção pública 69.748 30,8 102.610 28,6 131.729 26,8Agropecuária, extr vegetal, caça e pesca 1.088 0,5 1.218 0,3 1.162 0,2Total 226.503 100,0 358.301 100,0 492.429 100,0

Setor e Subsetor de atividade2000 2005 2010

RAIS/MTE.Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Termo de Contrato N° 005/2011 SEMTRAD e DIEESE 67

ANEXO IIEvolução da distribuição absoluta dos jovens no mercado de trabalho formal por setor e

subsetor de atividade econômica e faixa etáriaManaus, 2000, 2005 e 2010

2000 2005 2010 2000 2005 2010 2000 2005 2010 2000 2005 2010

Extrativa mineral 0 0 0 4 5 29 24 8 61 28 13 90

Indústria de transformação 197 783 1305 11.520 24.533 23.194 13331 23.931 28.240 25.048 49.247 52.739

Indústria de produtos minerai s ... 4 3 10 206 233 254 197 318 311 407 554 575

Indústria metal úrgica 11 33 62 497 1261 1852 577 1196 2219 1.085 2.490 4.133

Indústria mecâ nica 22 73 155 1287 2416 3332 1554 2021 3519 2.863 4.510 7.006

Ind. do ma teria l elétrico e de com. 62 374 455 4.917 10.301 7147 5328 8681 8595 10.307 19.356 16.197

Indústria do materia l de tra nsporte 27 117 283 1232 2716 3486 1675 3690 5522 2.934 6.523 9.291

Ind. da ma dei ra e do mobi l iári o 2 4 7 143 187 242 180 179 231 325 370 480

Ind. do pa pel , papelao, edi tori a l e ... 7 31 29 426 954 798 445 1008 930 878 1.993 1.757

Ind. da borra cha, fumo, couros , pel es ... 11 23 68 587 1072 1031 833 1154 1091 1.431 2.249 2.190

Ind. quím. de prod. fa rma cêuticos , vet. ... 23 63 138 1036 2933 2511 1332 2999 3024 2.391 5.995 5.673

Ind. têxtil do vestuári o e a rtefatos ... 5 12 11 196 314 268 188 356 251 389 682 530

Indústria de ca lçados 0 0 0 18 0 5 2 0 23 2

Ind. de prod.s a l iment., bebi das e á lcool ... 23 50 87 993 2128 2273 1022 2324 2545 2.038 4.502 4.905

Serviços industr. de utilidade pública 1 0 14 144 329 548 330 506 870 475 835 1.432

Construção civil 12 16 86 1027 1609 3404 1125 2140 3896 2.164 3.765 7.386

Comércio 250 654 794 10.303 14.462 20.902 7814 11.520 17.144 18.367 26.636 38.840

Comércio varejis ta 215 597 656 8.818 12.096 17.676 6357 9130 13.710 15.390 21.823 32.042

Comércio atacadi s ta 35 57 138 1485 2366 3226 1457 2390 3434 2.977 4.813 6.798

Serviços 433 737 1061 12.090 17.290 22.756 12647 19.506 28.345 25.170 37.533 52.162

Inst. de crédito, seguros e capita l i za ça o 0 18 38 338 593 758 343 653 970 681 1.264 1.766

Com. e adm. de imóveis , va lores mob. ... 47 55 59 4.713 5.805 8294 4476 6294 10164 9.236 12.154 18.517

Transportes e comunicaçoes 17 32 116 1907 3573 4272 2665 4424 5964 4.589 8.029 10.352

Serv. de a loja mento, a l im., reparaçao, ... 344 574 741 3.409 4.901 6.936 3030 4906 6674 6.783 10.381 14.351

Serv. médicos , odont.s e veteri nários 12 25 49 794 1129 1059 1010 1506 1773 1.816 2.660 2.881

Ens ino 13 33 58 929 1289 1437 1123 1723 2800 2.065 3.045 4.295

Administração pública 21 0 2 1999 3837 4484 6290 9883 11907 8.310 13.720 16.393

Agropecuár, extr vegetal, caça e pesca 5 24 12 240 310 276 229 272 254 474 606 542

Total 919 2.214 3.274 37.327 62.375 75.593 41.790 67.766 90.717 80.036 132.355 169.584

até 17 anos 18 A 24 25 A 29 TOTALSetor e Subsetor de atividade

Fonte: RAIS/MTE.Elaboração: DIEESE. Nota: (1) Nos dados referentes ao ano 2000 a faixa etária denominada ‘até 17 anos’ agrega as faixas etárias de ‘10 a 14 anos’ e de ‘15 a 17 anos’.

Termo de Contrato N° 005/2011 SEMTRAD e DIEESE 68

ANEXO IIIDescrição das famílias ocupacionais selecionadas

Agentes, assistentes e auxiliares administrativos (CBO 4110)Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças e logística; atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informações sobre produtos e serviços; tratam de documentos variados, cumprindo todo o procedimento necessário referente aos mesmos. Atuam na concessão de microcréditoa microempresários, atendendo clientes em campo e nas agências, prospectando clientes nas comunidades.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAPara o acesso às ocupações dessa família ocupacional requer-se o ensino médio completo, curso básico de qualificação de até duzentas horas/aula e de um a dois anos de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número deaprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5. 598/2005.

Operadores do comércio em lojas e mercados (CBO 5211) varejista ou atacadista, auxiliando os clientes na escolha. Registram entrada e saída de mercadorias. Promovem a venda de mercadorias, demonstrando seu funcionamento, oferecendo-as para degustação ou distribuindo amostras das mesmas. Informam sobre suas qualidades e vantagens de aquisição. Expõem mercadorias de forma atrativa, em pontos estratégicos de vendas, com etiquetas de preço. Prestam serviços aos clientes, tais como troca de mercadorias; abastecimento de veículos; aplicação de injeção e outros serviços correlatos. Fazem inventário de mercadorias para reposição. Elaboram relatórios de vendas, de promoções, de demonstrações e de pesquisa de preços.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAEm geral, para o exercício das ocupações de atendente de farmácia, demonstrador de mercadorias, promotor de vendas, repositor de mercadorias, vendedor de comércio varejista e vendedor atacadista, requer-se do ensino fundamental ao ensino médio, podendo o mesmo variar de acordo com a ocupação, e quarta série do ensino fundamental para frentista. O tempo médio para o desempenho profissional é heterogêneo: três a quatro anos para vendedores, um a dois anos para atendente de farmácia e menos de um ano para as demais ocupações. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Montadores de equipamentos eletroeletrônicos (CBO 7311) - Montam, testam e inspecionam placas, aparelhos e ou equipamentos eletroeletrônicos. Instalam painel de comando de rampa, esteira rolante e elevadores; preenchem relatórios e fichas dos equipamentos. Organizam e mantém o local de trabalho em condições de uso. Abastecem o posto de trabalho de componentes, peças e materiais.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAA escolaridade requerida é de nível médio mais curso básico de qualificação profissional, até duzentas horas/aula. A experiência profissional para desempenhar plenamente as atividades dessas ocupações é normalmente de um ano. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Alimentadores de linhas de produção (CBO 7842) - Preparam materiais para alimentação de linhas de produção; organizam a área de serviço; abastecem linhas de produção; alimentam máquinas e separam materiais para reaproveitamento.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAO trabalho é exercido por pessoas com escolaridade de quarta à sétima série do ensino fundamental, acrescido de curso de qualificação profissional de nível básico, com, no máximo, duzentas horas de duração. O exercício pleno da função se dá em menos de um ano de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Termo de Contrato N° 005/2011 SEMTRAD e DIEESE 69

Almoxarifes e armazenistas (CBO 4141)Recepcionam, conferem e armazenam produtos e materiais em almoxarifados, armazéns, silos e depósitos. Fazem os lançamentos da movimentação de entradas e saídas e controlam os estoques. Distribuem produtos e materiais a serem expedidos. Organizam o almoxarifado para facilitar a movimentação dos itens armazenados e a armazenar.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAPara o exercício dessas ocupações requer-se formação equivalente ao nível médio completo e curso básico de qualificação de até duzentas horas/aula. O pleno desempenho das atividades ocorre após um a dois anos de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Caixas e bilheteiros (CBO 4211)Recebem valores de vendas de produtos e serviços; controlam numerários e valores; atendem o público em agência postal na recepção e entregam objetos postais; recebem contas e tributos e processam remessa e pagamento de numerários por meio postal; vendem bilhetes e ingressos em locais de diversão; processam a arrecadação de prestação de serviço nas estradas de rodagem; vendem bilhetes no transporte urbano e interurbano; fazem reserva e emissão de passagens aéreas e terrestres; prestam informações ao público, tais como itinerários, horários, preços, locais, duração de espetáculos, viagens, promoções e eventos, etc. Preenchem formulários e relatórios administrativos.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAAs ocupações dessa família requerem formação inicial equivalente ao ensino fundamental completo para o operador de caixa, ensino médio incompleto para o bilheteiro no serviço de diversão e ensino médio completo para os demais. É na prática, exercitando o trabalho, que o trabalhador completará sua formação. Em algumas ocupações é difícil encontrar um profissional com mais de cinco anos de experiência, como, por exemplo, os bilheteiros no serviço de diversão, onde a mão-de-obra empregada é predominantemente de jovens em seu primeiro emprego, o que implica em altas taxas de rotatividade. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Ajudantes de obras civis (CBO 7170)Demolem edificações de concreto, de alvenaria e outras estruturas; preparam canteiros de obras, limpando a área e compactando solos. Efetuam manutenção de primeiro nível, limpando máquinas e ferramentas, verificando condições dos equipamentos e reparando eventuais defeitos mecânicos nos mesmos. Realizam escavações e preparam massa de concreto e outros materiais.F ORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAPara o exercício dessas ocupações requer-se escolaridade que varia entre a quarta e a sétima séries do ensino fundamental e curso de formação profissional básica com até duzentas horas/aula. O exercício pleno das atividades ocorre após menos de um ano de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Vigilantes e guardas de segurança (CBO 5173)Vigiam dependências e áreas públicas e privadas com a finalidade de prevenir, controlar e combater delitos como porte ilícito de armas e munições e outras irregularidades; zelam pela segurança das pessoas, do patrimônio e pelo cumprimento das Leis e regulamentos; recepcionam e controlam a movimentação de pessoas em áreas de acesso livre e restrito; fiscalizam pessoas, cargas e patrimônio; escoltam pessoas e mercadorias. Controlam objetos e cargas; vigiam parques e reservas florestais, combatendo inclusive focos de incêndio; vigiam presos. Comunicam-se via rádio ou telefone e prestam informações ao público e aos órgãos competentes.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAO exercício das ocupações requer ensino médio completo, exceto agente de proteção de aeroporto e vigilante, que têm como requisito o ensino fundamental. Todas as ocupações requerem formação profissionalizante básica de duzentas a quatrocentas horas. Os vigilantes passam por treinamento obrigatório em escolas especializadas em

Termo de Contrato N° 005/2011 SEMTRAD e DIEESE 70

segurança, onde aprendem a utilizar armas de fogo. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias (CBO 7832)Preparam cargas e descargas de mercadorias; movimentam mercadorias em navios, aeronaves, caminhões e vagões; entregam e coletam encomendas ; manuseiam cargas especiais; reparam embalagens danificadas e controlam a qualidade dos serviços prestados. Operam equipamentos de carga e descarga; conectam tubulações às instalações de embarque de cargas; estabelecem comunicação, emitindo, recebendo e verificando mensagens, notificando e solicitando informações, autorizações e orientações de transporte, embarque e desembarque de mercadorias.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAPara o exercício dessas ocupações não se requer nenhuma escolaridade e cursos de qualificação. O tempo de experiência exigido para o desempenho pleno da função é de menos de um ano. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos (CBO 5142)Os trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e conservação de áreas públicas coletam resíduos domiciliares, resíduos sólidos de serviços de saúde e resíduos coletados nos serviços de limpeza e conservação de áreas públicas. Preservam as vias públicas, varrendo calçadas, sarjetas e calçadões, acondicionando o lixo para que seja coletado e encaminhado para o aterro sanitário. Conservam as áreas públicas lavando-as, pintando guias, postes, viadutos, muretas e etc. Zelam pela segurança das pessoas sinalizando e isolando áreas de risco e de trabalho. Trabalham com segurança, utilizando equipamento de proteção individual e promovendo a segurança individual e da equipe.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAO acesso às ocupações de faxineiro e limpador de vidros é livre. O exercício das ocupações de coletor de lixo e gari requer quarta série do ensino fundamental e a ocupação de trabalhador de serviços de manutenção de edifícios e logradouros tem como requisito o ensino fundamental completo. O exercício pleno das atividades ocorre após um a dois anos de experiência. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

Garçons, barman, copeiros e sommeliers (CBO 5134)Atendem os clientes, recepcionando-os e servindo refeições e bebidas em restaurantes, bares, clubes, cantinas, hotéis, eventos e hospitais; montam e desmontam praças, carrinhos, mesas, balcões e bares; organizam, conferem e controlam materiais de trabalho, bebidas e alimentos, listas de espera, a limpeza e higiene e a segurança do local detrabalho; preparam alimentos e bebidas, realizando também serviços de vinhos.FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIAPara o acesso ao trabalho nessa família ocupacional é exigido, no mínimo, o ensino fundamental incompleto e até um ano de experiência. A formação profissional ocorre com a prática no local de trabalho ou em cursos profissionalizantes. O trabalhador tem a possibilidade de ascender na carreira, iniciando como ajudante ou auxiliar, podendo atingir a ocupação de maître (família ocupacional 5101). O sommelier, para o qual é requerido o ensino médio, necessita de especialização e experiência de um a dois anos. O mercado de trabalho tende a aumentar a exigência do nível de qualificação e profissionalização desses trabalhadores. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demanda formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do Decreto 5.598/2005.

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LISTA DE SIGLAS

CBO - Código Brasileiro de Ocupações

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

OIT – Organização Internacional do Trabalho

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

p.p. - Pontos percentuais

RAIS - Relação Anual de Informações Sociais

SEMTRAD - Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social

SIUP - Serviços Industriais de Utilidade Pública

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BIBLIOGRAFIA

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BRASIL. MTE. Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude. Brasília, 2011. Disponível emhttp://www.oit.org.br/sites/default/files/topic/decent_work/doc/antdj_mte_535.pdf Acesso em: 2 de março de 2012.

DIEESE. A ocupação dos jovens nos mercados de trabalho metropolitanos. Estudos e Pesquisas, n.24. São Paulo: DIEESE, 2006. Disponível em: http://www.dieese.org.br/esp/estpesq24_jovensOcupados.pdf. Acesso em: 2 de março de 2012.

DIEESE. Trajetórias da juventude nos mercados de trabalho metropolitanos: mudanças na inserção entre 1998 e 2007. São Paulo: DIEESE, 2008. Disponível em https://www.dieese.org.br/esp/2008pedjovensjuventude.pdf Acesso em 1 de março de 2012.

FERREIRA, Rubia Silene Alegre; NASCIMENTO, Luiz Roberto C.. Mutações econômicas e quadro demográfico: um estudo de caso nas capitais da Região Norte. XVI Encontro nacional de Estudos Populacionais, Caxambu, 2008. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docspdf/ABEP2008_1143.pdf Acesso em: 1 de março de 2012.

IPEA. Juventude e políticas sociais no Brasil. Castro, Jorge Abrahão de; Aquino, Luseni (Orgs.). Brasília, abril de 2008. Disponível em http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1335.pdf Acesso em: 28 de fevereiro de 2012.

IPEA. Situação social nos estados: Amazonas. Brasília: IPEA, 2012.

MAIA, Rosane A; GARCIA, Lúcia. Informalidade atualizada: Análise das Regiões Metropolitanas e Distrito Federal no período 1999 a 2009. DIIESE, 2010. Disponível em: http://fsindical-rs.org.br/noticias/arquivos/artigoinformalidadefundaj.pdf Acesso em 10 março de 2012.

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