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AULA 10 – LE CORBUSIER (1919-1929) – 1A PARTE Charles-Edouard Jeanneret,mais conhecido pelo pseudomino Le Corbusier (1887-1965) estudou arquitetura com Peter Behrens , em Berlim, e Auguste Perret, em Paris. Começou a usar o pseudônimo – um jogo com as palavras “corvo” e o nome de solteira de sua mãe – antes mesmo de trabalhar com arquitetura e se tornou mundialmente conhecido à partir de 1922, quando projetou algumas villas modernistas em Paris. A produção de Le Corbusier habitualmente se divide em duas partes: 1 – Até 1930 : Dentro de uma linguagem de linhas e planos, o qual gostava de chamar de ‘purismo ‘, definindo a arquitetura como “o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz” dentro de uma ideia funcionalista inspirada na estética da máquina. 2 – Depois de 1930 : Uma segunda linha de trabalho com um certo ar de rusticidade – ou de tradição vernácula – no qual se expressam processos construtivos e aparecem materiais construtivos locais, materiais nus, sem acabamento como o concreto aparente ou tijolo exposto, linha chamada outras vezes de ‘brutalismo ‘. Aparece também certa liberdades formal, que chegará ao extremo no final da sua época, com a capelade Ronchamp . 1- Até 1930 A forte influencia de Le Corbusier se explica também devido a sua forte atividade de divulgação por intermédio de publicações e congressos: A – C.I.A.M. C.I.A.M (Congresso Nacional da Arquitetura Moderna) – Le Corbusier foi um ativo membro, fundador e promotor destes

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AULA 10 – LE CORBUSIER (1919-1929) – 1A PARTE

Charles-Edouard Jeanneret,mais conhecido pelo pseudomino Le Corbusier (1887-1965) estudou arquitetura com Peter Behrens, em Berlim, e Auguste Perret, em Paris. Começou a usar o pseudônimo – um jogo com as palavras “corvo” e o nome de solteira de sua mãe – antes mesmo de trabalhar com arquitetura e se tornou mundialmente conhecido à partir de 1922, quando projetou algumas villas modernistas em Paris.A produção de Le Corbusier habitualmente se divide em duas partes:

1 – Até 1930: Dentro de uma linguagem de linhas e planos, o qual gostava de chamar de ‘purismo‘, definindo a arquitetura como “o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz” dentro de uma ideia funcionalista inspirada na estética da máquina.2 – Depois de 1930: Uma segunda linha de trabalho com um certo ar de rusticidade – ou de tradição vernácula – no qual se expressam processos construtivos e aparecem materiais construtivos locais, materiais nus, sem acabamento como o concreto aparente ou tijolo exposto, linha chamada outras vezes de ‘brutalismo‘. Aparece também certa liberdades formal, que chegará ao extremo no final da sua época, com a capelade Ronchamp.1- Até 1930A forte influencia de Le Corbusier se explica também devido a sua forte atividade de divulgação por intermédio de publicações e congressos:

A – C.I.A.M.C.I.A.M (Congresso Nacional da Arquitetura Moderna) – Le Corbusier foi um ativo membro, fundador e promotor destes congressos, que divulgaram as idéias do Movimento Moderno,  exercendo um impacto importante na cultura arquitetônica da época.

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Foto tirada no primeiro CIAM (La Sarraz , Suíça, 1928)B – PublicaçõesUma das principais publicações de Le Corbusier é Vers une architecture (Para uma arquitetura, 1923) na qual chama a atenção dos arquitetos para a estética da máquina: barcos, carros, aviões de formas puras, limpas e funcionais. Esta estética, segundo ele, pede uma reformulação dos princípios arquitetônicos, finalizando com a famosa e grandiosa frase: ‘Architecture ou Révolution’.

 

Acima, capa do livro Vers une Architectura (1923), de Le Corbusier. Abaixo, uma das tantas imagens no interior do livro que compara os grandes monumentos históricos de Paris com o trasatlântico Aquitania, frente aos quais parecem insignificantes em tamanho.

Posteriormente, em 1926 elabora os “5 pontos da arquitetura” que viram paradigmas do Movimento Moderno.

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Croqui de Le Corbusier sobre “Os 5 pontos da nova arquitetura” (1929). Lado esquerdo, a nova arquitetura, lado direto, a antiga arquitetura.

1. Pilotis . O edifíco deve estar elevado sobre pilotis (pilares), deixando livre de construção o nível térreo.

2. Cobertura-jardim . É possível inscrever na cobertura diferentes usos com o concreto armado em tetos planos. Uma grande área verde pode ser implantada no topo da edificação.

3. Planta livre . As paredes portantes desaparecem com as novas tecnologias construtivas. A estrutura é um sistema independente que não condiciona mais o interior.  As paredes são agora só vedação e o piso é livre.

4. Janela em fita . As novas possibilidades construtivas permitem cortar a parede da fachada horizontalmente, possibilitando o contato contínuo do olho com o exterior.

5. Fachada livre . Pilares afastados da linha da fachada permite a independência entre  o plano da fachada e o interior. A fachada vira uma tênue membrana, sem função estrutural.

6.1. Maison Domino (Projeto Teórico, 1914)

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“Maison Domino”(projeto teórico, 1914)_Le Corbusier

Projeto teórico de um esqueleto de concreto armado que deixa em evidência as possibilidades de produção em série e o potencial do projeto, posteriormente “Planta livre”.

Sistema estrutural (armado) completamente independente das funções da casa: só piso e escadas.

Permite a agrupação de diversa de moradias. 

 “Maison Domino”(projeto teórico, 1914)_Le Corbusier

2. Pavilhão de L’espirit Nouveau (Paris, 1925)

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 Pavilhão de L`espirit Nouveau (Paris, 1925)_Le Corbusier

O Pavilhão de L’Esprit Nouveau foi um edifício temporário construído em 1925, no âmbito da Exposição Internacional de Artes Decorativas de Paris. Para Le Corbusier era uma chance de mostrar o quão provocante eram suas ideias sobre arquitetura que havia começado a desenvolver com Pierre Jeanneret desde 1922.Desenvolve a ideia de habitação moderna  vertical, com o conforto de uma casa unifamiliar (Jardim + 2 Andares)

Introduz o uso do mezanino (origem: Hall inglês)  “A máquina de morar”

 

Pavilhão de L’Espirit Nouveau (Paris, 1925) – Le Corbusier

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 Pavilhão de L’Espirit Nouveau (Paris, 1925) – Le Corbusier

Pavilhão de L’Espirit Nouveau (Paris, 1925) – Le Corbusier 

Pavilhão de L’Espirit Nouveau (Paris, 1925) – Le Corbusier

3. Ville Savoye (Poissy , 1929-1931)

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Ilustra os 5 pontos da arquitetura numa casa unifamiliar, baseado na ideia de diferentes sistemas, que em conjunto, formam a arquitetura;

o Fachadas sem hierarquia: Não responde nenhuma das questões de representação e sim de função, no entanto, se eleva como plano. Formas respondem as necessidades;

o Planta inferior responde ao radio de giro do carro;o Formas curvas, cobertura para rompimento do vento;o Sistema de circulação com rampas, o qual chama de

“promenade architectural”.

Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier

Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier – Sistema espacial, sistema estrutural e sistema de vedação. Reflexo de um pensamento sistêmico, que

utiliza diferentes lógicas atendendo diferentes necessidades.

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Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier – Sistema de circulação (Pedestres e carros)

Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier – Janela em fita e pilotis

Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier – O edifício se levanta numa planta nobre.

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Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier – Uso de cobertura jardim.

Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier. O traço da curva na planta baixa e resultado co cálculo do raio de giro do carro, que passa contornando a

planta ate atingir a garagem.

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Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier

Ville Savoye (Poissy – FR, 1929-1931) – Le Corbusier