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Universidade de Brasília – UnB Campus do Plano Piloto Curso de Direito Teoria Geral do Processo 2 TRABALHO 2 (COMENTÁRIOS A ACÓRDÃO) CHAMAMENTO AO PROCESSO Autor: Leonardo Duarte Silva 12/0052211 Professor: Vallisney Oliveira

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Universidade de Brasília – UnBCampus do Plano Piloto

Curso de DireitoTeoria Geral do Processo 2

TRABALHO 2 (COMENTÁRIOS A ACÓRDÃO)CHAMAMENTO AO PROCESSO

Autor: Leonardo Duarte Silva 12/0052211Professor: Vallisney Oliveira

Brasília, DF2014

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1.TRANSCRIÇÃO DO ACÓRDÃO

AgRg no REsp 1208656 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL2010/0150544-41

RELATÓRIO

O SENHOR MINSTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto por Consórcio Via Amarela contra decisão proferida em recurso especial, cuja ementa possui o seguinte teor (fl.652):

ADMINSTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILDADE CIVIL. DESABAMENTO OCORRIDO EM OBRA DA IMPLANTAÇÃO DA LINHA 04 DO METRÔ. CHAMAMENTO AO PROCESO E DENUCIAÇÃO DA LIDE DO ESTADO DE SÃO PAULO. INADMISSIBILIDADE. REEXAME FÁTICO E CONTRATUAL. SÚMULAS Nº 5 E 7 DO STJ. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.

Em suas razões, o agravante sustenta que o recurso especial não pretende o reexame fático probatório da matéria, eis que a discussão dos autos é estritamente de direito, qual seja, responsabilidade objetiva do Estado e a possibilidade de sua inclusão na lide por chamamento ao processo (art. 77, III, do CPC, 70 da Lei nº 8.666/93 e art. 31, par. Único da Lei nº 8.987/85).

Ao final, pleiteia a reconsideração da decisão agravada ou, se mantida, seja o agravo levado a julgamento na Primeira Turma.

É o relatório.

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Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.É como voto.

2. ANÁLISE

2.1. INTRODUÇÃO

O acima referido acórdão refere-se ao agravo regimental interposto pelo Consórcio Via Amarela contra decisão proferida em recurso especial. O agravante busca responsabilizar objetivamente o Estado e possibilitar sua inclusão na lide por meio do chamamento ao processo (art. 77, III, do CPC, 70 da Lei nº 8.666/93 e art. 31, par. Único da Lei nº 8.987/85).

No âmbito do recurso especial, a parte recorrente alegou violação dos artigos 77, III, e 80 do CPC, 70 da Lei 8.666/93 e 31, parágrafo único, da Lei nº 8.987/95, 5º, LV, 37, §6º, 174 e 175 da CF e 265 do CC, com o argumento de que seria cabível o chamamento ao processo do Estado de São Paulo, pois:

1. Não há introdução de fundamento novo à lide, dado que a responsabilidade estatal é também objetiva, sem discussão de culpa ou dolo sobre o evento danoso; e

2. Não afrontará a regra da solidariedade passiva, tampouco prejudicará a efetividade, a economia e a celeridade processuais.

No entanto, o próprio tribunal de origem (TJSP), não admitiu a responsabilidade solidária do Estado na reparação dos danos pleiteados pela agravada (Consórcio Via Amarela), tendo em vista que a recorrente contratou com o Metrô, empresa estatal paulista, cláusula contratual na qual assumiu sozinha o risco por danos que viessem a ocorrer em virtude da obra ou das

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instalações a seu cargo. Em razão disso, restou afastada a obrigação aludida nos arts. 77 e 80 do Código de Processo Civil – CPC.

A recorrente, por sua vez, alegou cláusula contratual a qual dispõe que "nos contratos administrativos de empreitada, celebrados entre particular e Administração Pública, é o Estado, na condição de gestor, o primeiro responsável pelos danos suportados por terceiros, exercendo a atividade por meio da chamada execução indireta prevista nos art. 60, inc. VIII c/c art. 10, inc. 11 da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações e Contratos de Administração Pública)".

Todavia, esta mesma cláusula ao final faz a seguinte ressalva quanto à responsabilidade do Metrô perante danos causados a terceiros: "exceto qualquer ferimento, morte ou dano à propriedade causado por negligência do Empregador (consórcio réu), seus subempreiteiros, empregados, administradores ou agentes".

A discrição daquele que se insurgiu contra o Consórcio devido aos danos causados pela obra, fez com que a demanda fosse proposta com fundamento na culpa do consórcio e não na responsabilidade objetiva ou contratual do Estado. Portanto, vê-se que não há lei, tampouco cláusula contratual, que obrigue a demandada a denunciar a lide nos termos do art. 70, III do CPC, ainda que no final das contas o Estado seja o dono da obra, pois não existe direito regressivo que possa ser assegurado e liquidado no mesmo processo. Também não cabe o chamamento ao processo do Estado, visto que não há como entender que o Estado possui cota parte de responsabilidade ou obrigação nos termos dos arts. 77 e 80 do CPC.

2.2. DESENVOLVIMENTO

O Código de Processo Civil – CPC dispõe da seguinte forme acerca do da denunciação da lide (art. 70) e do chamamento ao processo (arts. 77 e 80):

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Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória:(…)III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda(…)Art. 77. É admissível o chamamento ao processo:

(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)I - do devedor, na ação em que o fiador for réu; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)II - dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) III - de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)Art. 80. A sentença, que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que Ihes tocar.

O chamamento ao processo é o incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los também responsáveis pelo resultado do feito, consoante art. 77 do CPC. Por meio desse procedimento processual, o réu tem a seu favor sentença que pode ser executada contra o devedor principal ou os codevedores, se tiver de pagar os débitos.2

Trata-se de uma faculdade do devedor demandado e não de uma obrigação. Tendo em vista a própria finalidade do incidente, somente cabe ao réu a possibilidade de realizar o chamamento ao processo. Em outras palavras, o chamamento ao processo é uma modalidade de citar litisconsórcio passivo facultativo por vontade do réu e não pela iniciativa do autor.

Repise-se que o objetivo do instituto é “favorecer o devedor que está sendo acionado, porque amplia a demanda, para permitir a condenação

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também dos demais devedores, além de lhe fornecer, no mesmo processo, título executivo judicial para cobrar deles aquilo que pagar”3.

O chamamento ao processo é cabível, em qualquer espécie de procedimento, no processo de cognição, salvo no sumário, conforme art. 280 do CPC. Já no processo de execução não é cabível o chamamento ao processo, pois o objetivo da execução forçada não é a prolação de sentença, mas apenas a realização do exequente. Não haveria onde proferir a sentença, a que alude o art. 78, e que viria servir de título executivo ao vencido contra os codevedores.

Tanto a denunciação da lide como o chamamento ao processo se prestam ao exercício incidental de direitos regressivos da parte em face de estranho à causa pendente. No entanto, os efeitos de um e de outro são distintos.

Na denunciação da lide, o terceiro interveniente não possui ligação jurídica com a parte contrária do denunciante na ação principal. Isto é, o litigante originário instaura situação jurídica controvertida contra o denunciante. Somente de forma regressiva é que o denunciante litigará mediante a instauração de outra relação jurídica com o denunciado.

No chamamento ao processo, de modo contrário, o réu da ação primitiva chama para a lide pessoa que também possui obrigação perante o autor principal. Vale dizer que só é chamado ao processo aquele que, pelo direito material, tenha nexo obrigacional com o autor.

No acórdão paradigma do STJ, percebe-se que não pode ser chamado ao processo, quem não possua nenhuma obrigação perante o autor da obrigação primitiva. Para a aplicação do instituto, deve-se instalar um litisconsórcio passivo entre o promovente do chamamento e o chamado. Abaixo segue acórdão do TJDFT no qual é afastada a possibilidade de chamamento ao processo, pois a obrigação de prestar a saúde é dos entes políticos de forma independente e autônoma, não cabendo o reembolso de um ente pelo outro.

Agravo de Instrumento - 2010 00 2 006495-4 - TJDFTDIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

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DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRESTAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE. CHAMAMENTO DA UNIÃO. DESCABIMENTO. DIREITO DE REEMBOLSO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. IMPOSSIBILIDADE. REMESSA PARA A JUSTIÇA FEDERAL. DESNECESSARIEDADE. MULTA. RECURSO PROTELATÓRIO. NÃO-APLICAÇÃO.

1. Descabe o chamamento da União ao processo, com base no art. 77, III, do CPC, pois a obrigação solidária dos entes públicos, de prestar saúde à população carente, corolário da dignidade da pessoa humana, é autônoma e independente, sendo incabível, na espécie, o direito de reembolso, não caracterizada a relação de devedores frente a uma mesma dívida. Ademais, o referido chamamento ao processo é restrito as obrigações de pagar quantia, não abarcando, por conseguinte, as obrigações de fazer. Nesse sentido é a jurisprudência iterativa desta Egrégia Corte.(…)

Ressalte-se que mesmo que seja acatado o pedido de chamamento ao processo, no curso do processo, a sentença final ou um saneador pode excluir o chamado ao processo, modificando a responsabilidade solidária, e desse modo, condenando apenas o réu inicialmente citado pelo autor.

O réu deve propor o chamamento ao processo no prazo da contestação, conforme art. 78 do CPC. Recebida a petição, o juiz suspenderá o curso do processo observando quanto à citação e prazos o mesmo rito da denunciação da lide (art. 79 do CPC).

Independente da aceitação do chamamento pelo chamado, este ficará vinculado ao processo, fazendo a sentença condenatória ao réu coisa julgada contra o chamado, nos termos do art. 80 do CPC.

Vale destacar que o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), de forma a ampliar a garantia para o consumidor, autoriza o chamamento da seguradora, tornado-se esta litisconsorte do fornecedor. Assim, havendo condenação, o consumidor poderá executar a sentença tanto contra este como contra aquela. O art. 101, II da citada Lei claramente autoriza o chamamento ao processo da seguradora, quando o fornecedor tiver contrato que acoberte o dano discutido na demanda, fazendo com que haja ampliação da garantia de efetividade do processo em benefício do consumidor. Para exemplificar segue

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um acórdão do TJDFT:

Apelação Cível 20080110226780APC - TJDFT

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. LESÕES ODONTOLÓGICAS. PERMISSIONÁRIA DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANOS MATERIAIS. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DESPESAS COM TRATAMENTO MÉDICO. NÃO CABIMENTO. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO. JUROS DE MORA. CHAMAMENTO AO PROCESSO. SEGURADORA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. OBRIGAÇÃO DE RESSARCIMENTO. RECONHECIMENTO.(…)4. Em face do chamamento ao processo da seguradora, deve esta ser condenada a ressarcir eventuais quantias pagas pela parte ré a título de indenização por danos morais.(…)

Porquanto há diferença entre a personalidade jurídica de uma empresa e de seus sócios, não é possível o chamamento ao processo destes quando a lide é instaurada contra aquela:

Apelação Cível 20070111292655APC - TJDFT

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À MONITÓRIA. CITAÇÃO. CHAMAMENTO AO PROCESSO. CERCEAMENTO DE DEFESA. TÍTULO MONITÓRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. TARIFAS BANCÁRIAS. (…)2. A pessoa jurídica é inconfundível com os seus sócios, não

se justificando, portanto, o chamamento ao processo destes. A legitimidade do apelante decorre da sua condição de fiador e não de sócio.(…)

Por fim, a redação mais atual do projeto do novo CPC em tramitação na Câmara dos Deputados traz as seguintes disposições acerca do chamamento ao processo:

CAPÍTULO IIIDO CHAMAMENTO AO PROCESSO

Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:

I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

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II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;

III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um

ou de alguns o pagamento da dívida comum.

Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio

passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida

no prazo de trinta dias, sob pena de ser tornado sem efeito o

chamamento.

Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou

subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de dois meses.

Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos codevedores a sua cota, na proporção que lhes tocar.

Nota-se que a essência do instituto se mantém, com a seguinte modificação: Em regra, o prazo para citação será de 30 dias. Somente se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto o prazo será de 2 meses. Ou seja, o prazo ficou mais alongado comparando com a disposição atual do §1º do art.72 a que aduz o atual art. 79 – 10 dias ou 30 dias, respectivamente.

2.3. CONCLUSÃO

O chamamento ao processo possui estreita conexão com situações de garantia simples, nas quais observa-se uma coobrigação gerada pela existência de mais de um responsável pelo cumprimento da obrigação perante o credor. É espécie coercitiva de intervenção de terceiro, pela qual terceiro será integrado à relação jurídica processual em virtude de pedido do réu, independentemente da anuência do chamado.

Pelos acórdãos expostos acima, a doutrina tece discussão sobre a consequência jurídica que gera na ação originária: formação de litisconsórcio

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passivo ulterior ou ampliação objetiva da demanda processo a ter duas ações: a originária entre credor (autor) e o(s) devedor(es) que o autor escolheu para formar o polo passivo e a ação criada pelo chamamento ao processo entre o(s) réu(s) e o(s) chamado(s) ao processo.

Diante das colocações feitas, o melhor entendimento é o de que o chamamento ao processo amplia subjetivamente a demanda originária, com a criação de um litisconsórcio passivo ulterior, por vontade do réu, entre o devedor solidário originariamente demandado e os demais devedores solidários chamados ao processo. Essa formação de litisconsórcio – já que os chamados ao processo são titulares do direito discutido na demanda originária – permite a conclusão pacífica de que a sentença de procedência forma título executivo contra todos os litisconsortes, sendo opção do autor quem executar.4

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 – <https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/inteiroteor/?num_registro=201001505444&dt_publicacao=20/03/2014>, acessado em 13/10/2014.

2 – THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Vol. I - 55ª Ed.

2014, p. 173.

3 – BARBI, Celso Agrícola. Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, Vol. I – Tomo II, nº 434, P. 359.

4 – Manual de direito processual civil / Daniel Amorim Assumpção Neves. – 6. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.