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0 ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO versículo por versículo Autor R. N. Champlin, Ph. D. HAGNOS

0 ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO · Isaías. Serviu no tabernáculo na época de Davi, em torne de 1015 A. C. Ver I Crô. 24.25. 7. Outro levita com este nome era da família mararita

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Page 1: 0 ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO · Isaías. Serviu no tabernáculo na época de Davi, em torne de 1015 A. C. Ver I Crô. 24.25. 7. Outro levita com este nome era da família mararita

0 ANTIGO TESTAMENTO

INTERPRETADOv e rs íc u lo por v e rs íc u lo

Autor R. N. Champlin, Ph. D.

HAGNOS

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z

ZAÃNo hebraico, gordura. Ele foi um dos filhos do rei de Judá,

Reoboão (II Crô. 11:19). Viveu por volta de 960 A.C.

ZAANÃNo hebraico, «rica em rebanhos». Uma cidade que havia no

território ocidental da tribo de Judá, mencionada exclusivamente em Miquéias 1:11. Ainda não foi identificada, embora, geralmente, seja considerada idêntica à Zenã referida em Jos. 15:37 (vide).

ZAANIM1. Terminologia. A palavra hebraica significa “planície”, “carvalho

de Zaanim”, que se refere, provavelmente, à ánrore sagrada que marcava o local onde Jael, mulher de Heber, matou Sisera, ao enfiar uma estaca de barraca através de sua têmpora (Juí. 4.11). A Septuaginta, entendendo que o hebraico sigmricava “cortar”, “dece­par” , translitera o nome como Besamiein ou Besananim. As versões não entendiam o hebraico com certeza alguma, nem o compreende­mos nós, havendo assim adivinhações sobre o verdadeiro significado e aquilo a que ela se refere.

2. Local. Possivelmente o local aue se pretendia retratar ficava na fronteira sul de Naftali (Jos. 19.33), próximo ao incidente da morte de Sisera (ver o artigo) mencionado acima. Mas, se seguirmos a Septuaginta, podemos identificar Khirbet Bessum como sendo o local que se situava cerca de 5 km a nordeste do monte Tabor. Há outras sugestões: Lejjun, entre Megido e Tell Abu Qedes (= Quedes?). Ou poderia ser Khan et-Tujjar, que ficava na estrada que levava de Bete- Sea e Damasco, cerca de 6 km a sudeste de Adami.

ZAAVÃNo hebraico, «causador de temor». Esse nome próprio aparece

somente em dois trechos bíblicos, em Gên. 36:27 e I Crô. 1:42. Algumas versões grafam o nome de forma diferente nessa última referência, isto é, Zavã. Nossa versão portuguesa adotou, em ambos os trechos, somente uma grafia. Ele era filho de Eser, um chefe de clã entre os horeus.

ZABADENo hebraico, presente ou “Deus deu”, entendendo que Yahweh,

o Deus de Israel, é aquele que dá os filhos aos pais. Este é o nome de sete pessoas no Antigo Testamento, pessoas que listo em ordem cronológica.

1. Filho de Sutela, líder da tribo de Efraim (I Crô. 7.21), de data incerta.

2. Um filho de Natã, pai de Eflal. Ele era neto de Jara, escravo egípcio que casou com a filha de seu mestre, Sesa, um acontecimen­to incomum, mas não desconhecido. Ver I Crô. 2.35, 37. Sua data é incerta.

3. Um dos 30 grandes guerreiros de Davi, filho de Alai (I Crô.11.41), nenhum dos quais mencionado explicitamente no relato bíbli­co. Ele viveu em cerca de 1000 A. C.

4. Um filho de Simeate, amonita que, com Jeozabade, filho de Sinrite, moabita, assassinou o rei Joás. Ver II Crô. 24.23-27 para a história detalhada. A época foi em torno de 800 A. C. Esses dois matadores acabaram sendo executados pelo que fizeram, mas seus filhos foram poupados em um ato de misericórdia, em obediência à lei de Moisés. Ver II Crô. 25.3, 4 e Deu. 24.16. O nome desse homem é dado como Jozacar em II Reis 12.21.

5. 6, 7. Esse nome também designa três homens que foram forçados a se divorciar de suas mulheres pagãs quando retornaram do exílio babilónico e passaram a habitar em Jerusalém. Havia um

tipo de movimento “de volta à Bíblia” que trouxe a legislação mosaica à tona no remanescente da Jerusalém reconstruída. Ver esses ho­mens mencionados em Esd. 10.27; 10.33 e 10.43. Sua época foi em algum momento após 450 A. C.

ZABAINo hebraico, «puro» ou «perambulador». Na Septuaginta, Zabád

ou Zaboü. Outros estudiosos preferem pensar em uma derivação de «conceder», como um nome hipocorístico, ou uma abreviação de zabadya, palavra hebraica que significa «Yahweh concedeu». Há dois homens com esse nome, nos escritos bíblicos, a saber:

1. Um descendente de Bebai, que se tinha casado com uma mulher estrangeira, na época de Neemias, e foi forçado a divorciar-se dela, Esd. 10:28, I Esdras 9:29; na Septuaginta o seu nome aparece com a forma grega de lozábdos.

2. O pai de Baruque. Esse Baruque trabalhou com grande empe­nho na reconstrução das muralhas de Jerusalém (Nee. 3:20). A Qeré (vide) diz Zakkai, juntamente com vários manuscritos hebraicos, com a Vulgata e com a versão siríaca. Esse nome próprio também ocorre em Esdras 2:9 e Neemias 7:14, servindo de base para o apelativo Zaqueu, que aparece no Novo Testamento. Ver sobre Zaqueu.

ZABDINo hebraico, «Yahweh deu», ou então, na opinião de outros estu­

diosos, «presente de Yahweh». Ou então, se o nome não é hipocorístico, «meu Dom» ou «meu presente». Cf. sobre o nome Zebedeu. Ha quatro homens com esse nome, nas páginas do Antigo Testamento:

1. Um descendente de Judá, da família de Zera, avô de Acã (Jos. 7:1,17,18). Alguns manuscritos da Septuaginta, e também o trecho de I Crônicas 2:6, referem-se a ele como «Zinri», mediante a confu­são dos fonemas consonantais hebraicos correspondentes ao b e ao m, além das letras correspondentes a d e r , que, no hebraico, são muito parecidas entre si. Viveu por volta de 1500 A.C.

2. Um benjamita que, ao que tudo indica, descendia de Eúde (I Crô. 8:6,19). Viveu por volta de 1300 A.C.

3. Um dos oficiais civis de Davi, que estava encarregado «sobre o que das vides entrava para as adegas» (I Crô. 27:27). Ali ele é descrito como um sifmita (vide). Viveu por volta de 1015 A.C.

4. Um levita que era descendente de Asafe (Nee. 11:17). Um descendente dele, de nome Matanias, dirigiu a oração de ação de graças, quando Jerusalém foi repovoada, já nos dias de Neemias. Em I Crônicas 8:19, o seu nome também aparece, em uma longa lista de descendentes de Benjamim. Viveu por volta de 1300 A.C.

ZABDIELNo hebraico, «Deus é quem deu». Na Septuaginta, esse nome

tem a forma de Zabdíel. Esse nome também pode ser interpretado como «meu presente é El (Deus)». No acádico, uma língua semítica, esse nome figura como Zab-di-ilu. Há três personagens do sexo masculino, nas páginas do Antigo Testamento, com esse nome:

1. O pai de Jasobeão, um dos importantes oficiais militares de Davi, encarregado de um segmento do exército de Israel. Ele estava encarregado de operar durante o primeiro mês de cada ano, confor­me se aprende em I Crônicas 27:2. Ele descendia de Perez, da tribo de Judá, e, por isso mesmo, era parente distante de Davi. Viveu por volta de 1070 A.C.

2. Um proeminente oficial (no hebraico, paqd, «inspetor») dos dias de Neemias (Nee. 11:14), superintendente de um grupo de sa­cerdotes que habitavam em Jerusalém. Ele é identificado como filho de Gedolim. Viveu por volta de 445 A.C.

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3. Um árabe que decapitou Alexandre Balas, quando este fugira para a Arábia. Zabdiel enviou a cabeça dele a Ptolomeu Filopator (I Macabeus 11:17; Josefo, Anti. 13.4,8).

ZABUDEUma forma escrita de Zacur (vide).No hebraico, «dotado». Era filho de Natã. Era amigo e um dos

principais ministros de Salomão (I Reis 4:5). Talvez fosse o mesmo homem chamado Zabade, em I Crô. 2:36. Viveu por volta de 1000 A.C.

ZACAINo hebraico, «puro». Entretanto, de acordo com certos estudio­

sos, provavelmente essa é uma forma contraída de Zacarias (vide), em cujo caso teria o mesmo significado que este, ou seja, «Yahweh é renomado» ou «Yahweh é famoso». Há dois homens com esse nome, nc Antigo Testamento:

1. O nome de uma família de exilados que retornou à Palestina, terminado o exílio babilónico (Esd. 2:9; Nee. 7:14). O texto paralelo no livro apócrifo de I Esdras 5:12 dá seu nome como Corbe. Esse nome deu origem ao apelativo masculino Zaqueu (vide), e que apare­ce tanto no livro apócrifo de II Macabeus (10:19) quanto no Novo Testamento. Viveu por volta de 536 A.C.

2. O pai de Baruque (Nee. 3:20), de conformidade com a Qeré (vide). Entretanto, o texto massorético, acompanhado pela nossa versão portuguesa, diz Zabai (vide, número 2). Viveu por volta de 445 A.C.

ZACARIASNo hebraico, “Yahweh lembra”, ou, como dizem alguns, “Yahweh

é famoso” . Esse é o nome mais pooular na Bíblia, o que presumivelmente significa que era o nome mais popular entre os hebreus judeus, ou pelo menos um dos mais populares. Trinta pes­soas do Antigc Testamento são assim chamadas, enquanto há duas no Novo Testamento. Listo os nomes em ordem cronológica, até o ponto onde foi possível determinar.

No Antigo Testamento1. Um membro da família de Jeiel da tribo de Benjamim, que

viveu em Gibeom (I Crô. 9.35, 37). Ele é chamado de Zequer em I Crô. 8.31, o que provavelmente é uma abreviação de Zacarias. Viveu por volta de 1180 A. C.

2. Um membro da tribo de Manassés, que residia em Gileade. Foi o pai de Ido e viveu durante o reinado de Davi, por volta de 1040 A. C. Ver I Crô. 26.10, 11.

3. Um levita do ramo dos coatitas. Era da casa de Izar, descen­dente de Ebiasafe. Foi o filho primogênito de Meselemias, que traba­lhou como porteiro no tabernáculo durante a época de Davi (I Crô. 9.21, 22; 26.2), por volta de 1015 A. C. De interesse especial é a informação dada em I Crô. 26.14 de que ele era um habilidoso con­selheiro.

4. Um levita com este nome era um conhecido músico que toca­va o saltério e provavelmente outros instrumentos. A música era parte importante dos cultos religiosos dos hebreus. Quando a arca da aliança foi trazida ao tabernáculo temporário de Davi, esse homem tocou seu instrumento acompanhando o passar da procissão. Ver I Crô. 15.18, 20; 16.5. Ele viveu por volta de 1015 A. C.

5. Este homem, do mesmo nome que o anterior, também estava presente quando a arca da aliança foi trazida ao tabernáculo tempo­rário de Davi. Uma procissão especial acompanhava a arca da casa de Obede-Edom a Jerusalém, e esse homem tocou sua trombeta pelo caminho, celebrando a ocasião. Ver I Crô. 15.24. Sua época foi em torno de 1015 A. C.

6. Um levita da família descendente de Coate era assim chama­do. Ele pertencia especificamente à família de Uziel, sendo filho de Isaías. Serviu no tabernáculo na época de Davi, em torne de 1015 A. C. Ver I Crô. 24.25.

7. Outro levita com este nome era da família mararita de sacer­dotes. Filho de Hosa, trabalhava como porteiro do tabernáculo na

época de Davi, por volta de 1015 A. C. É mencionado em I Crô. 26.10, 11.

8 .0 príncipe de um povo era chamado assim. Ele tinha importan­te posição na tribo de Judá, sendo um mestre especial do povo na época de Josafá. Esse rei o encorajou a realizar seu ministério de ensino por causa da ignorância e dos muitos lapsos do povo (II Crô. 17.7). Sua época foi em torno de 910 A. C.

9. Um descendente de Asafe, da família de Gérson, um sacer­dote (II Crô. 20.14), viveu durante a época em que Josafá era rei de Judá, por volta de 896 A. C. O filho deste homem encorajou o povo a combater os moabitas que periodicamente assediavam esse povo.

10. O quarto filho do rei Josafá (o quarto rei de Judá depois de sua separação das dez tribos, Israel) tinha esse nome (II Cro. 21.2). Sua época foi em torno de 880 A. C.

11. Filho do sumo sacerdote Joiada, era chamado assim. Esse sumo sacerdote ocupava o ofício de sacerdote na época de Joás, rei de Judá (II Crô. 24.20). É provável que, depois da morte de Joiada, Zacarias assumiu seu lugar como sumo sacerdote. Ele se opunha à idolatria radical da época (cerca de 840 A. C.) e, aparentemente, vítima de uma conspiração, foi apedrejado à morte nn pátio do tem­plo, entre o próprio prédio e o altar. Pelo menos alguns supõem que ele é o que é mencionado em Mat. 23.35. O nome de seu pai, Barquias, pode ter iniciado à margem e finalmente ter chegado ao texto, substituindo Joiada, e o escriba teria confundido esse homem com Zacarias, o profeta, cujo livro de profecia faz parte dos Peque­nos Profetas. Ver Zac. P I Alguns estudiosos, contudo, supõem que Zacarias, o profeta, esteja em vista na referência de Jesus, embora não tenhamos observações sobre sua merte nas Escrituras canônicas. Ver Mat. 23.35 no Novo 1 estamento Interpretado para outros comen­tários sobre o problema de identificação.

12. Um homem de visões e introspecção espiritual tinha esse nome (II Crô. 26.5). Era um conselheiro do rei de Judá, Uzias. Sua época foi em torno de 810 A. C.

13. Uma testemunha à validade de algumas das profecias de Isaías, filho de Jeberequias (Isa. 8.2). Ele foi identificado por alguns com aquele do item 17, abaixo. Sua época foi em torno de 760 A. C.

14. O filho de Jeroboão II (ver a respeito), que se tornou rei de Israel, sendo o último membro da dinastia de Jeú Foi assassinado por Salum em Ibleão. O assassino tornou-se rei em seu lugar (II Reis 14.29; 15.11). Zacarias reinou apenas por seis meses e morreu sob a praga que declarava que a dinastia de Jeú chegaria apenas à quarta geração (II Reis 10.30). Sua época foi em torno de 770 A. C.

15. Um líder da tribo de Rúben que viveu por volta de 740 A. C. Ver I Crô. 5.7.

16. O avó de Ezequias por parte de mãe, que viveu por volta de 750 A. C. Ver II Reis 18.1, 2.

17. Um levita descendente de Asafe, que viveu por volta de 730 A. C. (II Crô. 29.13). Ele ajudou na purificação do templo na época de Ezequias. Alguns o identificam com o do item 13, acima, mas nin­guém sabe com certeza se isto está ou não correto.

18. Um levita da família de Coate, supervisor dos reparos no templo na época do rei Josias II (II Crô. 34.12). Ele viveu por volta de 620 A. C.

19. Um sacerdote que era personagem principal no templo na época do rei Josias (II Crô. 35.8). Viveu por volta de 620 A. C.

20. Um membre da tribo de Judá da família de Sela (Nee. 11.5), que viveu cor volta de 460 A. C.

21. Um membro da tribo de Judá da família de Perez (Nee. 11.4), que viveu por volta de 460 A. C.

22. Um filho de Pasur, da tribo de Malaquias (Nee. 11.12), sacer­dote cujos descendentes voltaram para ajudar a reconstruir Jerusa­lém após o cativeiro babilónico. Sua época é desconhecida.

23-27. Cinco pessoas da época de Esdras eram chamadas por esse nome, eu as agrupo pois sabemos muito pouco sobre elas. Todas viveram D or volta de 460 A. C. Ver as referências a seguir,

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que fornecem os nomes de seus pais e, em alguns casos, um pouco de informações sobre algo que fizeram: Esd. 8.3; 8.11; 8.16; 10.26; Nee. 8.4.

28. Um filho de Jônatas, levita, líder da casta de músicos que partici­pou com seus talentos musicais na ocasião da dedicação do Segundo Templo (Nee. 12.35, 36). Sua época foi em tomo de 450 A. C.

29. Um sacerdote que tocou a trombeta quando os muros de Jerusalém foram dedicados após os exilados retornarem do cativeiro babilónico, por volta de 450 A. C. Ver Nee. 12.41.

30. O profeta Zacarias, que escreveu o livro dos Profetas Meno­res chamado com seu nome. Ver os detalhes no artigo Zacarias, Livro de, seção II. Autor e Unidade.

No Novo Testamento1. Mat. 23.35 e Luc. 11.51 referem-se a um homem (profeta) com

esse nome que foi assassinado no pátio do templo, mas não é certo quem seria essa pessoa. Ver o item 11 da lista de pessoas chama­das Zacarias no Antigo Testamento. Os comentários sobre a questão de Mat. 35 no Novo Testamento Interpretado dão detalhes e discu­tem diversas opiniões sobre a identidade dos homens envolvidos.

2. O pai de João Batista (Luc. 1 .5 ,12 ,13 ,18 , 21, 40, 67; 3.2). Ele era um sacerdote que pertenceu à divisão de sacerdotes de Abias (I Crô. 24.10, 17-19). O Novo Testamento dá louvor à sua piedade e lealdade aos cultos a Yahweh. Enquanto realizava seu trabalho como sacerdote, quando foi a vez de sua companhia fazê-lo, ele recebeu uma visita angelical (Luc. 1.11 ss.), que anunciou o breve nascimento de seu ilustre filho. O anjo foi Gabriel (Luc. 1.19) não foi desencorajado pelo fato de que Zacarias e sua mulher estavam bem além da idade de produzir filhos. Ele ficou mudo por causa de sua descrença, e tendo sido liberado disso apenas quando nasceu seu filho João, o Batista. Quando a criança nasceu, ele escreveu as palavras “Seu nome é João”, que era o contrário dos planos dos outros envolvidos no caso, e repentinamente recuperou a capacidade de fala. O anjo havia dito que seu nome tinha de ser João, vs. 13. Ver este incidente descrito em Luc. 1.20 ss., especialmente os vss. 60 ss. Depois disso ele pronunciou um notável hino de louvor, inspirado pelo Espírito Santo (vss. 67 ss.) Parte desse hino contém as bem conhecidas palavras “... para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz” (vs. 79), que têm importância messiânica, claramente.

ZACARIAS, LIVRO DEI. Caracterização GeralII. Autor e UnidadeIII. Data; Origem; DestinoIV. PropósitoV. ConteúdoI. Caracterização GeralZacarias era um contemporâneo mais jovem de Ageu e os dois

trabalharam na mesma época e no mesmo local (Jerusalém, por volta de 520 A. C.). Assim, é correto chamar as profecias dos dois de “livros companheiros” , já que eles se uniram nos esforços de corrig ir os mesmos problem as esp iritua is dos exilados que retornaram a Jerusalém após o cativeiro babilónico (ver o artigo no Dicionário).

O livro (profecia) de Zacarias é uma composição de duas se­ções, formato comum em livros antigos. Quando se seguia esse plano, às vezes ambas as seções eram escritas pelo mesmo autor, às vezes não. Tais livros eram construídos de forma que a parte I podia circular separadamente da parte II. Zacarias é dividido em duas partes: Parte I, caps. 1-8 e Parte II, caps. 9-14. Liberais acreditam que a Parte II é um tipo de compilação de artigos (a maioria deles escatológica) por um ou mais autores ou editores, enquanto a Parte I é aceita por quase todos os estudiosos como produção genuína de Zacarias, o profeta, escrita na época que ela reflete, não por um autor posterior que tinha algum conhecimento da história e a escreveu como se fosse profecia. Sob a seção II,

Autor e Unidade, entro mais a fundo nos problemas de relacionamen­to entre as duas partes e de autoria.

Os dois profetas entregaram seus oráculos na mesma época, mas parece que Ageu morreu ou se mudou de Jerusalém. Assim, de certa forma, Zacarias deu continuidade aos trabalhos de Ageu, que os dois haviam compartilhado enquanto este ainda estava em Jerusalém. Zacarias era um entusiasta que antecipou a revolução mundial na qual a nação hebraica viria à liderança e se tornaria Líder das Nações. Naquela época, presumivelmente, todas as na­ções abraçariam a fé hebraica e judaica, isto é, o yahwismo do Antigo Testamento. Zacarias foi um sacerdote-profeta que via o mundo através desses dois olhos e combinava a ênfase ética dos profetas anteriores ao exílio com a visão maior de futuro comum aos profetas posteriores.

Zacarias foi um dos chamados Profetas Menores, sendo o 11° dessa fraternidade. Os outros foram Amós, Oséias, Miquéias, Sofonias, Naum, Habacuque, Ageu, Obadias, Malaquias, Joel e Jonas, totalizando então 12 pessoas. Os Profetas Maiores foram Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Eles eram considerados maiores porque escreveram mais (suas profecias eram mais volumosas). Os profetas menores escreveram volumes menores. Não há nesses títulos nada de valor de comparação ou importância. Volume literário é a única referência dos dois termos.

Zacarias foi o mais messiânico e escatológico dos profetas me­nores e é rival até mesmo de Isaías, entre os grandes profetas. Há profecias mais messiânicas neste livro do que em todos os outros profetas menores combinados. Nos caps. 1.7 - 6.8, oito visões notur­nas fazem uma descrição marcante sobre o futuro Messias. A segun­da parte trata principalmente de questões escatológicas. Ver o esbo­ço do conteúdo na seção V, que demonstra isso. Essa segunda parte também está recheada de referências messiânicas.

Teísmo. As visões e os oráculos garantem às pessoas que o Cria­dor não as abandonou; que ele está presente para recompensar ou punir, conforme os homens tratam Sua palavra e instruções. Contraste isso com o deísmo, que assume que a Força Criativa (pessoal e im­pessoal) abandonou a criação ao governo da lei natural. Ver esses dois termos no Dicionário.

Dentro de, ao redor de e sob os oráculos e profecias há adver­tências drásticas aos espiritualmente preguiçosos e indiferentes que negligenciaram seu trabalho na reconstrução do templo e de Jerusa­lém. Ageu contribuiu com esses trabalhos e inspirou o povo a colocar as fundações do Segundo Templo. O trabalho então relaxou e foi propósito especial de Zacarias fazer com que ele andasse novamen­te, e então até sua conclusão. Zacarias viu mais do plano divino de “longo prazo” na teocracia dos judeus que Ageu, mas eles eram membros da mesma equipe. -

II. Autor e UnidadeZacarias é a palavra hebraica para “Yahweh lembra”, ou, como

dizem alguns, “Yahweh é famoso”. Este é o nome mais popular no Antigo Testamento, designando 30 pessoas. Zacarias, o profeta, era o neto de Ido, líder de uma família de sacerdotes, e filho de Berequias (Zac. 1.1) Assim, era tanto sacerdote como profeta e via o mundo através desses dois olhos. Ele retornou a Jerusalém (provavelmente como criança ou jovem adulto) com os exilados do cativeiro babilónico e foi instrumental em fazer com que os exilados preguiçosos e relapsos renovassem o trabalho da construção do Segundo Templo, concluindo- o finalmente. Seu companheiro de tarefa foi Ageu, contemporâneo mais velho que essencialmente estava engajado no mesmo trabalho espiritual. Zacarias também foi contemporâneo de Zorobabel, governa­dor da Jerusalém renovada, e de Josué, sumo sacerdote (Esd. 5.1, 2; Zac. 3.1; 4.6; 6.11). Zacarias nasceu na Babilônia, pertencia à tribo de Levi (que se tornou uma casta de sacerdote) e assim cumpriu os ofícios de sacerdote e profeta (Nee. 12.1, 4, 7, 10, 12, 16). Esdras o chama de “filho de Ido”, mas ele era, mais estritamente, seu neto.

O livro foi composto ou compilado em duas partes. A Parte I (caps. 1-8) é universalmente reconhecida como trabalho genuíno de

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Zacarias, uma pessoa real que viveu por volta de 520 A. C. e entregou as profecias e instruções que são atribuídas a ele na Parte I. Alguns estudiosos chamam as profecias dessa seção de “datadas”, pois sabe­mos a época aproximada em que foram escritas e entregues. O res­tante do livro, a Parte II (caps. 9-14), fica “sem data”, pois não há evidência convincente de que foram escritas por Zacarias. Assim, te­mos um problema de Unidade. Zacarias, ou por profetas posteriores ou autores/editores. Se havia um autor envolvido, então é impossível determinar quem foi, e quando exatamente ele escreveu. O mesmo é válido se existiram mais autores. Muitas tentativas produziram “conclu­sões” tão diferentes que devemos questionar sua validade. Talvez se­jam meramente exposições de temas proféticos anteriores, e não pro­fecias novas.

Como a Parte II difere da Parte /, sugerindo diferentes autores:1. Embora o propósito específico para a redação do livro tenha

sido encorajar os exilados retornados a terminar o Segundo Templo, a segunda parte do livro sequer menciona essa tarefa. Isso indica, possivelmente, que, quando foram escritos os capítulos 9-14, a tarefa já havia sido terminada e não era mais necessário pedir.

2. Zac. 9.13 menciona Yawan (isto é, lônia), que as traduções corretamente fornecem como Grécia, e isto mostra que o Poder Persa havia passado e o Poder Grego (Império Grego) estava no controle quando foi escrita a segunda parte. Dificilmente poderíamos esperar que Zacarias tivesse vivido tanto.

3. As visões e os ensinamentos éticos da Primeira Parte estão essencialmente ausentes, enquanto muitas profecias escatológicas, ou comentários sobre profecias anteriores, assumiram seus lugares. Isto sugere que o livro tenha sido concluído por outro autor ou edito- res/autoies, usando materiais de fontes diferentes.

4. A Parte I está em prosa, enquanto a Paite II aparece em forma poética.

Como a Parte II se assemelha à Parle I:1. Expressões semelhantes são encontradas, como “assim diz

Yahweh” e “de passar através e retornar”, a primeira sendo comum aos profetas, mas a segunda um tanto rara. Para a segunda, cf. Zac. 7.14 e cf. 9.8. Em português, é “ ... para que ninguém passe, nem volte”.

2. Senhor dos Exércitos, como um dos nomes divinos, encon­tra-se em ambas as partes. Por outro lado, esse é um nome divino comum em todo o Antigo Testamento.

3. A Parte II é definitivamente posterior, mas talvez Zacarias pudesse tê-la escrito, sendo que uma das principais preocupações da Parte I não mais existia. Mas ele podia ter vivido no período grego (Zac. 9.13)?

4. Sião é central, e Israel virá a dominar o cenário mundial. Este é um momento para preparar a salvação de Deus. Há um universalismo marcante: todas as nações participarão das bênçãos e da renovação da época final. Há uma necessidade de liderança deci­siva. Essas épocas são encontradas em ambas as partes, mas tam­bém são comuns aos escritos proféticos posteriores do Antigo Testa­mento no geral.

Unidade. Se as Partes I e II tivessem sido escritas pelo mesmo autor, mesmo que demonstrassem uma progressão de tempo, então diríamos que o livro é uma unidade, não duas unidades agregadas como se devessem formar uma unidade, mas escritas por autores diferentes de épocas diferentes. A evidência parece dar apoio à idéia de que o livo consiste em duas unidades distintas, relacionadas, mas não do mesmo autor nem da mesma data. Se esse for o caso, não temos como identificar o(s) autor(es) posterior(es).

III. Data; Origem; DestinoData. Com base na discussão da seção II, podemos concluir que

a Parte I, genuinamente escrita por Zacarias, data de 520 A. C. e dos poucos anos posteriores. A data da segunda parte é posterior, pelo menos no período de dominância grega, após 350 A. C. Pelo menos parte do livro foi escrita tão tarde quanto isso, como determinado pela presença da referência à Grécia em Zac. 9.13.

Origem. O livro foi escrito em Jerusalém, onde Ageu e Zacarias atuavam como profetas entre os exilados que retornaram do cativeiro babilónico. Pelo menos a Parte I foi escrita ali, enquanto a Parte II pode ter sido escrita em algum outro lugar, o que é impossível de determinar.

Destino. O livro foi escrito como uma exortação ao remanes­cente que retornou do cativeiro babilónico e deveria terminar a tarefa de construção do templo. Essas exortações obviamente se aplicavam a todo Judá, não apenas àqueles que haviam voltado a Jerusalém.

IV. PropósitoOs exilados voltaram a Jerusalém com entusiasmo, mas logo

isso acabou. Trabalho duro os havia deixado cansados e eies esta­vam dispostos a permitir que o templo permanecesse parcialmente terminado. Além disso, eles haviam perdido zelo pela renovação do yahwismo na Nova Jerusalém. O livro foi escrito para agitar o povo apático; para refutá-los por sua grande variedade de pecados e para mobilizá-los a acabar o Segundo Templo e estabelecer seu culto como a religião nacional. Uma atitude relaxada precisou ser substitu­ída por fortes prioridades espirituais. O povo precisou voitar a manter um relacionamento viável de pacto com Yahweh, renovar,ao os anti­gos Pacios (ver a respeito). Uma teocracia devia ser restabelecida, eo po\o tinha de ter fé na restauração de todas as coisas e nações sob a liderança de Israel. O povo precisava ser entusiástico sobre a Esperança Messiânica.

V. ConteúaoGeneralização. Este é um livro de duas partes que segue um

antigo formato literário.A Parte I contém as profecias autênticas de Zacarias que podem

ser datadas de cerca de 520 A. C. e poucos anos depois disso. A Darte I consiste nos capítulos 1-8, que contêm as oito visões com alguns oráculos. Nessa parte foi inserida uma seção histórica (6.1-8), que narra a consagração de Josué como o Ramo simbólico (Messi­as). 7.1 - 8.23 é outra seção histórica que contém um oráculo do profeta que examina a questão de se deve haver ou não jejum para comemorar a queda de Jerusalém em 597. A Parte I está em prosa.

A Parte II é um grande discurso escatológico em poesia, que parece ser um tipo de sumário e comentário sobre temas proféticos que podem ser encontrados tanto nos Profetas Maiores como tam­bém nos Menores. Esta parte é bastante messiânica e as interpreta­ções afirmam que ele fala tanto da rejeição como da aceitação final do Messias pelos judeus, com a subseqüente renovação daquela nação e a restauração universal de todas as coisas ao redor de Israel, como a Líder das Nações.

Conteúdo detalhado:Parte IIntrodução. 1.1-6: Rechaço da apatia e do pecadoI. Oito Visões Noturnas (1.7 - 6.8)

1. Os cavalos (1.7-17)2. Os quatro chifres e os quatro ferreiros (1.18-21)3. Jerusalém é medida (2.1-5)4. O sumo sacerdote acusado por Satanás é justificado porDeus (3.1 10)5. O castiçal de ouro e as sete lâmpadas (4.1-14)6. O rolo voador (5.1-4)7. A mulher e a efa (5.5-11)8. Os quatro carros (61-8)

Duas Seções históricas1. A consagração de Josué, um tipo de Messias (6.1-8)2. Um oráculo sobre se a queda de Jerusalém deve ser

lembrada com jejum (7.1 - 8.23)Parte IIII. Dois Obstáculos (mensagens pesadas) (9.1 -14.21)

1. O primeiro advento do Messias: Sua rejeição (9.1 -11.17)2. O segundo advento do Messias: Seu triunfo (12.1 -14.21)

Através do ofício do Messias, haverá restauração generalizada de

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todas as nações sob a liderança de Israel. O yahwismo, afinal, triunfa­rá. Os propósitos universais de Deus serão alcançados.

ZACURNo hebraico, “preocupado”, “lembrado” (como por Yahweh, que

deu a ele sua vida). Este é o nome de dez pessoas dc Antigo Testa­mento, que listo em ordem cronologica.

1. Pai de Samuá, um representante (líder) da tribo de Rúben, escolhido como um dos espiões para esD re itar a Terra Prometida e ver se Israel seria capaz de dominar a Palestina (Núm. 13.4). Sua época foi em torno de 1500 A. C.

2. Filho de Misma, da tribo de Simeão. Em Gên. 25.14 e em I Crô. 1.30, Misma é um nome ismaelita, portanto a família pode ter tido origem hebraica árabe. Os hebreus e os árabes descendiam de Abraão e, embora houvesse hostilidade desde o início, casamentos mistos não eram incomuns.

3. Um dos quatro filhos de Merari por Jaazias, mas alguns masculinizam esse nome e fazem dele o pai do homem, e dele um descendente de Merari, I Crô. 24.27. Sua época foi em tomo de 1015 A. C.

4. Um levita descendente de Asafe que serviu na época de Davi como cantor. Davi, ele mesmo músico, promoveu com entusiasmo o ministério de música nos cultos a Yahweh. Sua época foi em torno de 1015 A. C. Ver I Crô. 25.2, 10.

5. Um homem com esse nome estava entre os exilados que retornaram do cativeiro babilónico com Esdras (Esd. 8.14), que é chamado de Zabude em uma anotação marginal naquele local. Ele foi descendente de Bigvai, que viveu em por volta de 580 A. C.

6. Um cantor do Segundo Templo que havia retornado do cativeiro babilónico com Esdras. Casado com uma mulher estrangeira na Babilônia, foi forçado a divorciar-se dela pois Esdras estava tentando Durificar os cultos de Yahweh de acordc ccm a legislação mosaica. Ver I Escras, que menciona esse homem na lista paralela a Lsd. 10.24, onde ele não é mencionado. Sua época foi em torno dc 586 A. C.

7. Um homem que retornou do cativeiro babilónico, aescendente distante de Asafe, um levita. Ele foi um cantor do Segundo Templo, dando continuidade à profissão sagrada de sua família (ver Nee. 12.35). Sua época foi em torno de 450 A. C.

8. Um filho de Inri, membro do remanescente que retornou do cativeiro babilónico com Neemias. Ele ajudou na reconstru­ção dos muros de Jerusalém (Nee. 3.2). Sua época foi por volta de 445 A. C.

9. Hanã, tesoureiro do Segundo Templo, na época de Neemias (c. 445 A. C.), foi descendente de um homem chamado de Zacur (Nee. 13.13).

10. Outro Zacur foi um homem que assinou o pacto de Neemias, que regeu a conduta e as intenções do povo para a promoção da reconstrução de Jerusalém e para o culto do yahwismo. Ver Nee. 10.12. Sua época foi em torno de 445 A. C.

ZADOQUENo hebraico, Justo, o nome de sete pessoas no Antigo Testa­

mento, que listo e ordem cronológica.1. Zadoque, filho de Aitube, da família de sacerdotes de Eleazar,

filho e sucessor de Arão. Os sacerdotes tinham de vir cia linhagem de Arão, enquanto os levitas poderiam ser de vários ramos do clã de Levi. A família de Arão era, portanto, tanto ievitica como sacer­dotal. Quando Davi triunfou e assumiu o poder, o fiel Zadoque tornou-se um dos sumos sacerdotes juntamente com Abiatar. Ele continuou como sumo sacerdote sob Salomão (I Reis 4.4; I Crô. 29.22). Zadoque apoiava Davi há muito tempo, unindo-se a ele durante o exílio quando Absalão se revoltou contra seu pai. Ele se uniu a Davi em Hebrom (I Crô. 24.3). Ele levou consigo muitos outros que apoiavam Davi, o que ajudou o rei contra seu filho Absalão, quando este tentou derruoar o pai do trono. Davi, por muito tempo, teve de fugir, mas a lealdade de Zadoque para com ele nunca falhou.

Depois dp Absalão ter sido morto pelo temeroso general matador Joabe, o Davi pediu a Zadoque e a Abiatar que tentassem unir Israel sob sua liderança como rei. Eles obtiveram êxito nesse esforço e foram recompensados sendo transformados em sumo sacerdotes. Ver II Sam. 15.35; 36; 19.11.

Zadoque apoiou Salomão como sucessor de Davi, enquanto Abiatar favoreceu outra escolha. Assim, depois de Salomão ter assu­mido, indicou Azarias, um dos filhos do primeiro, como sumo sacer­dote. Daquele momento até os macabeus, oito séculos, os descen­dentes de Zadoque foram os únicos candidatos legítimos para o ofício de sumos sacerdotes. Para uma demonstração disso, ver as referências a seguir: II Sam. 8.17; 15.24-36; 17.15; 18.19, 22; 19.11;I Reis 1.26; I Crô. 6.8; 15.11; II Crô. 31.10; Esd. 7.2; Eze. 40.46; 43.19; 45.14; 48.11.

2. Na genealogia dos sumos sacerdotes em I Crô. 6.12, houve um segundo Zadoque, também filho de Aitube (como foi o caso do Zadoque original, número 1). Essa pode ser uma referência real, sendo que esses nomes eram repetidos, ou pode ter sido um erro do escriba ou mesmo um erro primitivo (isto é, do original). Talvez Josefo estivesse correto quando chamou esse homem de Odeas (Ant. x.8.6). Esse “Zadoque" viveu em por volta de 940 A. C.

3. O pai de Jerusa, que foi mulher do rei Uzias. Ver II Reis 15.33;II Crô. 27.1. Esse homem foi avô do sucessor de Uzias, Jotã. Viveu por volta de 770 A. C.

4-7. O nome Zadoque aparece quatro vezes no livro de Neemias. Talvez estejam em vista quatro pessoas, mas pode ha­ver apenas duas. Um delas é o filho de Baaná (Nee. 3.4) e a outra, o filho de Imer (3.29). Os outros aois poderiam ser repeti­ções desses primeiros. De qualquer forma, o filho de Baaná esta­va envolvido com o reparo do muro de Jerusalém após o término do cativeiro babilónico (3.29).

O filho de Imer foi um sacerdote que também ajudou a reparar o muro. Temos então um Zadoque que selou o pacto com Neemias, que pode ter sido uma pessoa seoarada, ou um dos outros já mencionados. Então havia um tesoureiro do Segundo Templo chamado dessa forma, Zac. 13.13, que pode ter sido uma pessoa separada ou uma dessas já mencionadas. Essas pessoas viveram por volta de 450 A. C.

ZADOQUITAS, FRAGMENTOSAo final do século 19, um estudioso judeu-americano descobriu

algumas páginas sobreviventes de duas cópias medievais de um tra­tado sectário judeu. O material estava no muro da Sinagoga de Ibn Esdras. Essas páginas faziam parte de uma descoberta maior que preenchia trinta pilhas. Os fragmentos zadoquitas provavelmente re­montam ao primeiro século A. C. Talvez os autores do material per­tencessem a uma seita de saduceus formada pelos denominados dositeus. Os escritos são chamados de “sectários”, pois foram produ­zidos por esta seita, que não fazia parte do judaísmo principal. Eles jogaram um pouco de luz no período entre o Antigo e o Novo Testa­mento. Há muitas corrupções lingüísticas, provavelmente devido ao fato de esta representação do documento original ter sido copiada no Egito. O material contem exortações à retidão, amplamente basea­das nos textos do Antigo Testamento. Um dos fragmentos inicia com uma paráfrase de Isa. 5.17. Além disso, há liturgia, incluindo hinos que eram usados em louvor público. Grande parte do material en­contra-se em forma poética. A apostasia é recusada pelo fato de a apostasia do santuário (templo de Jerusalém) ter sido abandonada por Deus. Ainda assim, os filhos de Zadoque são elogiados por se­rem fiéis ao pacto, revelando-se os verdadeiros eleitos de Yahweh. A história é chamada de “cíclica", com as forças do bem e do mal alternando-se como poderes dominantes. Um item interessante é o Professor dos Retos, que também é chamado de o “Professor” ou “Equipe". Como essa pessoa é mencionada estando associada aos “últimos dias”, ela incorporou uma característica messiânica. Mas não há motivo para supor que os cristãos tenham tomado por emprésti­mo a idéia de elaborar o ofício messiânico de Jesus. Além disso,

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parece que mais do que uma pessoa estava envolvida no conceito de “Professor”. Então, esse Professor (no singular ou no plural) tinha a tarefa de deixar a Tora (ver a respeito) mais clara para as pessoas. Há uma semelhança marcante entre esse material e os fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto, particularmente o chamado Rolo de Guer­ra. As citações e usos bíblicos aproximam-se mais dos textos hebreus dos Manuscritos do Mar Morto e certamente têm datas anteriores aos textos massoréticos hebreus padronizados. Ver o artigo Massora (Massorah); Texto Massorético neste Dicionário e na Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Esse fato é de valor para crítica textual do Antigo Testamento, mostrando que o texto massorético é um tipo de padronização da Bíblia hebraica, não um que seja quase original.

Não é para menos que esse material se pareça com os Manuscri­tos do Mar Morto. Alguns pequenos fragmentos de zadoquitas foram encontrados entre os manuscritos achados em Qumran. Essa circuns­tância mostra-nos que a data para os fragmentos dos zadoquitas deve ser posicionada em algum outro ponto no primeiro século A. C. Além disso, talvez a seita (dos dositeus), se não fizesse parte da seita dos essênios, no mínimo teve alguma forma de relação com eles. Pelo menos podemos afirmar que o documento zadoquita estava na biblio­teca essênia, independentemente de ter sido produzido por tal seita.

O trabalho é anterior aos Talmudes, apresentando muitas leis rígi­das relacionadas à Tora, mas sem as longas adições características da tradição talmúdica. A seita que produziu esses materiais era bastante legalista e rígida, e cultivava grande respeito pelos cultos judeus cen­tralizados no templo, quando o local não era apóstata, em sua avalia­ção. A seita recusou o templo, mas preservou seus rituais de forma simbólica em seus próprios cultos.

ZAFENATE-PANÉIAEsse nome, que vem diretamente do egípcio, de acordo com os

especialistas, quer dizer «fornecedor do nutrimento da vida», o que concorda perfeitamente com o fato de que José evitou que os egípci­os e muitos outros em derredor morressem de inanição, durante os sete anos de fome que houve no mundo antigo, naquelas regiões; ver Gên. 41:45.

Alguns estudiosos pensam que o Faraó que deu essa alcunha a José foi o monarca hicso Afofis, que só aparece nas páginas da história secular, por esse nome. Ver também o artigo intitulado José. Na Septuaginta, esse nome aparece com a form a de Psonthomphanéks. O nome, em português, passou através da forma hebraizada.

Outros estudiosos, reconhecendo tudo quanto dissemos acima, opinam que ninguém sabe o sentido exato dessa palavra, no egípcio. Josefo (Anti. 2:6,1), que foi um grande historiador e militar judeu, que viveu na época dos apóstolos de Cristo, interpretava essa palavra como «revelador de segredos». Mas, a explicação mais geralmente aceita entre os peritos é a de G. Steindorff, ZAS 27 (1899), págs. 41,42; idem, 30 (1892), págs. 50-52, que interpretava a palavra com o sentido de «o deus fala e ele vive»; ou então: «o deus disse: ele viverá». Uma outra opinião também respeitada é a de E. Naville (JEA12 (1926), págs. 16-18), que asseverava que Zafenate-Panéia não é um nome próprio, mais um título, com o sentido de «chefe do colégio sagrado dos mágicos». Várias outras interpretações têm sido aventa­das, todas elas rejeitadas pelos estudiosos, por lhes faltarem alicer­ces lingüísticos autênticos.

Uma das interpretações mais interessantes que reservamos propositalmente para o fim, é a de Kitchen, em sua obra The Joseph Narrative and its Egyptian Background. De acordo com ele, Zafenate seria a maneira hicsa, passando pelo hebraico, de se dizer «José; pNaéia corresponderia a um bem conhecido nome próprio do período de dominação hicsa no Egito, Ipanque. Ao passar pelo hebraico, e daí para o português, acabou com a forma de «Panéia». Se Kitchen está com a razão, então a inter­pretação do nome seria: «José, apelidado Panéia». E teríamos um fenômeno que reaparece por várias outras vezes na Bíblia, como

os casos bem conhecidos de Simão, a quem Jesus deu a alcunha de «Pedro», ou os de Tiago e João, a quem o Senhor apodou de «Boanerges». Ver o trecho de Marcos 3:16,17. Se fosse indagada a opinião deste co-autor e tradutor, eu diria que minha favorita é a interpretação de Kitchen. Mas ninguém me pergunte o que significa «Ipanque» — ninguém sabe!

ZAFOMAlguns eruditos dão a esse nome o sentido de «oculta». Outros

preferem pensar na sign'ficação «norte». Na Septuaginta aparecem as formas gregas transliteradas Saphán e Saphón.

Zafom era uma cidade que ficava a leste do rio Jordão, no territó­rio da tribo de Gade (Jos. 13:27). Mui provavelmente, ela também é aludida em Juizes 12:1, onde nossa versão portuguesa também diz «Zafom», embora outras versões e traduções digam «para o norte», onde se lê «Então foram convocados os homens de Efraim, e passa­ram por Zafom, e disseram a Jefie: ...» Houve, então, uma batalha, na quai os efraimitas foram derrotados (ver Jos. 12:4). Alguns estu­diosos pensam que essa cidade portuguesa diz «Atrote Sofã», mas onde outras versões separam «Atrote» de «Sofã».

Zafom também aparece nos registros hisiúricos egípcios da XIX dinas­tia, sob a forma de dapuna\ também em uma das cartas de Tell el-Amama, aparece com a forma de Sapuna. Ver sobre as Cartas de Tell el-Amama. Nessa carta, uma princesa, que se intitulava «a dama dos leões», buscou ajuda do Faraó, a fim de repelir invasores. E alguns estudiosos têm conjecturado que o nome Zafom talvez indique que houve tempo em que ali havia um santuário dedicado a Baal-Zefom (vide). No entanto, visto que Baal-Zefom parece significar «senhor de Tifão», outros eruditos não perce­bem qualquer conexão possível entre Zafom e Baal-Zefom.

Várias identificações têm sido propostas como localizações mo­dernas, como com o Tell es Saldíyeh (ver sobre Zeredá) ou o Tell el Qos, este último no lado norte do wadi Rajeb. Ambos esses locais dominam a vista do vale do rio Jordão, e ambos ficam a certa distân­cia dos vaus do Jordão. Ver Jui. 12:5.

ZAIRNo hebraico, pequena. Outros estudiosos preferem «lugar es­

treito» como o significado desse vocábulo, visto que se trata de uma palavra derivada do termo mencionado somente no trecho deII Reis 8:21, como a cena da batalha entre a tribo de Judá e um estado dependente insubmisso, Edom. Jorão liderou as suas tropas contra o rei dos idumeus e obteve a vitória, mas permitiu que tantos idumeus escapassem, que nunca mais Edom foi subjugado pelos israelitas.

A identificação desse vale nunca foi comprovada, mas o fato de que a Septuaginta traduziu esse nome pelo termo grego Seior tem levado alguns estudiosos a pensarem em uma antiga forma do nome moderno Si’ir. O termo hebraico é muito impreciso, referindo-se tão somente à largura ou circunferência do lugar, de tal maneira que se torna impossível qualquer localização mais exata do local.

ZALAFENo hebraico, ou «purificação», conforme alguns estudiosos, ou

«alcaparreira», segundo outros eruditos. Esse era o nome do pai de Hanum, que ajudou Neemias a reparar as muralhas de Jerusalém (Nee 3:30). Ele viveu por volta de 445 A.C.

ZALMOMNo hebraico, «terraço» ou «subida». É nome de uma pessoa e

dois montes, nas páginas do Antigo Testamento:1. Um aoíta, um dos heróis de Davi, que figurava entre os «trin­

ta» (II Sam. 23:28). Ele é chamado liai, em I Crô. 11:29.2. Um monte perto de Siquém, onde Abimeleque e seus homens

cortaram madeira para incendiar o forte de Baal-Berite (Juí. 9:48). Não tem sido identificado embora alguns estudiosos pensem que há razões para pensar em um pico do monte Gerizim (vide).

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3. Um monte ou uma região, mencionado somente em Sal. 68:14, onde o Senhor, aparentemente, dispersou inimigos de Israel, por meio de uma nevasca. Todavia, a passagem é obscura, não se sabendo com certeza o que o salmista tinha em mente.

ZALMONANo hebraico, «escura», «melancólica», embora outros estudiosos

prefiram pensar em sentidos como «terraço» ou «subida». Esse era o nome do primeiro acampamento dos israelitas depcis de terem partido do monte Hor (Núm. 33:41,42). Provavelmente, essa localida­de ficava a leste de Jebel Harun, em Bir Madhkur, nomes topográfi­cos modernos da região.

ZALMUNAVer o artigo Zeba e Zalmuna.

ZAMOTEForma que aparece, em algumas versões estrangeiras do nome

próprio Zatu (vide).

ZANOANo hebraico, «distrito truncado», conforme pensam alguns erudi­

tos. Outros preferem dizer que não sabem o que a oalavra significa. Esse era o nome de duas cidades e de uma pessoa, nas páginas do Antigo Testamento, a saber:

1. Uma cidade da região montanhosa de Judá (Jos. 15:55-57, cf. também I Crô. 4:18), talvez a moderna Khirbet Zanuta, a quase de­zoito quilômetros a sudoeste de Hebrom; e mais provavelmente ain­da, a moderna Khirbet Beit Amra, no wadi Abu Zenah, cerca de um quilômetro e meio a noroeste de Yatta (Jos. 15:55, Jutái. Peças de cerâmica e n c o n tra d a s à suD e rfic ie do solo sugerem uma ocupação tardia, embora também possa ter havido alguma ocupação humana mais antiga.

2. Uma cidade antiga da Sefelá (vide), região alocada por Josué à tribo de Judá (Jos. 15.34). De acordo com certos estudiosos, ficaria perto de Adulão e Dã, e atualmente se chamaria Zanua, no wady Ismail. Entretanto, nem todos os estudiosos concordam com isso.

Terminado o exílio babilónico, Zanoa tornou-se um dos centros onde se estabeleceram os exilados que retornavam (Noe. 11:30). Quando Neemias lançou-se ao projeto de reconstrução das muralhas de Jerusalém, os homens de Zanoa, sob a liderança de um certo Hanum, tornaram-se os responsáveis pelos reparos da porta do Vale (Nee. 3:13). As cidades de Laquis (vide) e de Azeca (vide) ficavam nas proximidades, de acordo com outros estudiosos. Assim sendo, o local deveria ser identificado com um dentre os muitos cômoros exis­tentes na mesma área geral, como, por exemplo, a Khirbet Zanu’, cerca de cinco quilômetros a sul-sudeste de Bete-Semes. A Khirbet Zanu' fica em uma colina que é cortada por vales nas direções leste, oeste e norte. Restos de cerâmica apontam para uma ocupação que vem desde os tempos dos reis de Israel até os tempos árabes. Somente «escavações arqueológicas, que ali não foram feitas ainda, poderiam mostrar se houve ou não ocupações humanas ainda mais antigas.

3. Um dos membros da família de Calebe, filho de Jefuné (I Crô. 4:18). Não obstante, outros eruditos preferem pensar que se trata de alguma localidade geográfica, e não de uma pessoa. Nesse caso, o fim desse versículo, que diz: «...Jccutiel, paí de Zanoa», seria «pai», não no sentido de ter sido o genitor de uma pessoa, e, sim, o «funda­dor» de uma localidade com esse nome.

ZANZUMINSNo hebraico, «poderosos», «vigorosos». Na verdaae, esse nome

deriva-se do amonita. Os amonitas assim se referiam ao povo cha­mado «refains», pelos israelitas, dentro da narrativa da conquista militar da terra de Canaã. Ver o artigo intitulado Refains. Esse vocábu­lo, zanzumins, ocorre somente no trecho de Deuteronômio 2:20. Na

Septuaginta a palavra é grafada como Zouzommin. No versículo se­guinte, dc mesmo livro de Deuteronômio, aparecem as seguintes pala­vras descritivas: «...Povo grande, numeroso e alto como os enaquins: o Senhor os destruiu diante dos amonitas; e estes, tendo-os desapossado, habitavam no lugar deles...»

Nossa versão portuguesa, acompanhando outras traduções, tra­duz erroneamente o termo hebraico raphah como «gigante», quando, na realidade, significa «temível». Ver II Sam. 21:16,18,20,22. Isso segue uma tradição «rabínica», pelo que «gigante» é uma interpreta­ção, e não uma tradução. E isso significa que os zanzumins também não eram os verdadeiros «gigantes», mas tão-somente um povo for­mado oor pessoas vigorosas e altas. Ver o artigo intitulado Gigantes; ver também sobre Zuzins, que já pertencia a outra raça.

No tocante aos amonitas, não se sabe muita coisa sobre eles (ver o artigo intitulado Amonitas), exceto que, mui provavelmente, eles eram semitas, de uma cultura bastante parecida com a dos moabitas incluindo o idioma. Afinal, eles também eram aparentados dos israelitas, porquanto o ancestral deles era Ló, sobrinho de Abraão (ver Gên. 19:38). Os amonitas viviam na área da Palestina central, a leste do rio Jordão e a nordeste do mar Morto, em redor da cidade que atualmente se chama Aman, capital da Jordânia. As terras pertencentes aos amonitas haviam pertencido aos refains, que também são mencionados em textos econômicos ugaríticos de Ras Shamra.

Somente uma etimologia especulativa pode ser dada ao vocábu­lo zanzumins embora seja possível que essa palavra represente a tentativa de imitar a fala estrangeira deles, mais ou menos da mesma forma que funciona o termo grego bárbaroi, aolicado a todos os povos que não falavam o grego, e com base nos sons que os gregos pareciam ouvir. Nesse caso, isso confirmaria a noção de que os povos aborígenes da S ír ia -P a le s tin a , falavam um idioma não-indo-europeu e não-semítico e, sim, uma língua do tipo aglutinati- vo, talvez semelhante ao hurriano. E também confirma a idéia de que esses povos tribais agrícolas e frouxamente organizados foram ex­pulsos e aniquilados por sucessivas ondas invasoras semitas e indo-européias, vindas do norte e do oriente. Se essa opinião é plau­sível, então a pontuação vocálica, do texto massorético, é mera con­veniência, em qualquer base nos fatos, o que significa que a palavra poderia ser pronunciada com quaisquer outros fonemas vogais que não aqueles a-u-i.

ZAQUERUma variante do nome Zacarias (vide), de conformidade com

certas versões estrangeiras.

ZARAÍASNa Septuaginta, Zaraías. A forma Zaraías nunca aparece nos

livros canônicos do Antigo Testamento, mas somente em livros apócrifos. Mas a forma Zeraías ocorre em Esdras 7:4; 8:4 (ver a seguir, na relação dos nomes). Nos livros apócrifos do Antigo Testamento figuram quatro homens com esse nome, a saber:

1. Um antepassado de Esdras (I Esdras 8:2). Em II Esdras 1:2, esse mesmo homem é chamado de Ama mas, no livro canônico de Esdras 7:4, seu nome aparece com a forma do Zeraías.

2. O pai do Elioenai, um líder dos tempos de Esdras (I Esdras 8:31). No livro canônico de Esdras 8:34 ele é chamado de Zeraías.

3. Um israelita liderante, que retornou do cativeiro babilónico em companhia de Zorobabel |l Esdras 5:8). Nos livros canônicos do Esdras 2:2 e de Neemias 7:7, ele também aparece: no primei-- ro deles, sob a forma de Seraías, e no segundo, sob a forma de Azarias.

4. Um filho de Sefatias (I Esdras 8:34), mas que no livro canônico de Esdras 8:8 aparece com o nome de Zebadias.

No hebraico, o nome Zaraías (ou sua forma variante, Zeraías; vide), significa «Yahweh mostrou».

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ZAREFATEEsse nome nunca aparece no Antigo Testamento, segundo a nossa

versão portuguesa, onde tal nome teve sua forma mudada para Sarepta, a fim de ajustar-se à forma como aparece no Novo Testamento, depois de passar pelo grego (ver Luc. 4:26). No entanto, no Antigo Testamento hebraico, onde significa «lugar de refino», encontramos essa palavra por três vezes — I Reis 17:9,10 e Oba. 20. O nome atual da localidade é Surajend. Todavia, isso representa apenas uma das opiniões dos erudi­tos. A outra opinião prefere vincular Zarefate à vila árabe de Sarafand, no promontório à beira-mar, a poucos quilômetros ao sul da cidade de Sidom. E, perto dessa vila jazem romanescentes da cidade antiga de Zarefate. O ponto sobre o qual todos os estudiosos concordam é que a Zarefate do Antigo Testamento é a mesma Sarepta (vide) do Novo Testamento. Também há uma interpretação diferente do significado desse nome, pois alguns fazem dele um derivado do verbo acádico sarapu, «tingir». E, convenhamos, esse é um sentido muito lógico para uma cidade de uma região onde a indústria de panos tingidos era muito conhecida.

Zarefate é mencionada em um papiro egípcio do século XIV A.C. como Dr pt. A cidade foi capturada em 701 A.C. por Senequeribe (vide), rei da Assíria, que a chamou de Saríptu. Em certo período da história pertencia a Sidom (ver I Reis 17:9); mas, em 722 A.C., foi transferida para Tiro, depois que Salmanezer IV e seus navios sidônios não conseguiram conquistar Tiro.

Na antigüidade, essa cidade era famosa por seus objetos de mesa feitos de vidro, e seu nome, se realmente vem de uma raiz acádica (ver acima), sugere que ali havia uma indústria de tecidos tingidos, tal como sucedia a tantas outras cidades fenícias.

Deus enviou Elias para essa cidade, durante certo período de severa carência de alimentos, onde uma viúva cuidou dele, pois não faltou a ela nem a farinha de trigo no pote e nem o azeite de oliveira na jarra (ver I Reis 17:8-24 e Luc. 4:26). No vigésimo versículo do livro de Obadias essa cidade é mencionada como parte integrante da Fenícia; mas, em Lucas 4:26, vemos que a cidade, novamente, era considerada parte do distrito de Sidom, e não mais de Tiro, porquan­to esta havia sido destruída. Ver o artigo sobre Tiro.

ZARETÃNo hebraico, «frescor». O nome dessa cidade figura por três vezes

nas páginas do Antigo Testamento: Jos. 3:16,1 Reis 4:12 e 7:46. Embora algumas versões grafem o nome dessa cidade com mais de uma forma, nossa versão portuguesa o fez somente com a forma acima.

Zaretã era uma cidade no lado oriental do vale do Jordão, nas proximidades do Adão (vide), nas vizinhanças do lugar onde o rio Jordão foi miraculosamente represado, nos dias de Josué, segundo se lê logo no primeiro trecho a mencionar essa cidade: «...pararam-se as águas, que vinham de cima, levantaram-se num montão mui longe da cidade Adão, que fica ao lado de Zaretã...» Ao que tudo indica, as águas foram miraculosamente represadas desde Adão (moderna­mente, Tel ed Damiyeh), e daí para o norte, até Zaretã (provavel­mente a moderna Tell es Sa'idiyeh).

Nos dias de Salomão, essa cidade fazia parte do quarto distrito administrativo do reino salomônico perto de Bete-Seã (vide), «abaixo de Jezreel» (I Reis 4:12). Foi nessa área geral que Hirão, o artífice fenício, fundiu objetos de bronze para serem usados no templo de Jerusalém. Lê-se em I Reis 7:46: «Na planície do Jordão, o rei os fez fundir em terra barrenta, entre Sucote e Zaretã. Entretanto, em II Crônicas 4:17, aparece um nome alternativo para essa cidade, «Zeredá». Aliás, essa é a única passagem que se altera, em relação a I Reis 7:46, pois em tudo o mais as duas passagens são idênticas. Por isso mesmo, alguns estudiosos pensam que se trata de um erro escribal, porquanto realmente existe uma cidade chamada Zeredá (vide), nas páginas do Antigo Testamento. Escavações arqueológi­cas, efetuadas no local de Tell es Sa’idiyeh, têm encontrado numero­sos objetos de cobre, pertencentes aos séculos XIII e XII A.C., o que sugere que nessa cidade havia uma fundição de cobre. O local em

redor é proeminente, dominando o wadi Kufrinjeh. Também é o centro de uma extensa área agrícola, que envolve uma longa história que remonta aos tempos calcolíticos.

ZÁRIONo grego da Septuaginta, Zários. Ver I Esdras 1:38. Essa pas­

sagem, desse livro apócrifo, diz que quando o Faraó do Egito le­vantou Jeoaquim como rei da Judéia, este último aprisionou seu irmão, Zário, e o tirou do Egito. No entanto, esse versículo de I Esdras parece contrastar com a passagem canônica correspondente de II Crô. 36:4, onde se lê: «O rei do Egito constituiu a Eliaquim, irmão de Jeoacaz, rei sobre Judá e Jerusalém, e lhe mudou o nome em Jeoaquim; mas ao irmão, Jeoacaz, tomou Neco, e o levou para o Egito».

ZATÓIS, ZATUÍNo hebraico, «agradável», «amável». Há duas personagens com

esse nome, no Antigo Testamento, a saber:1. Um homem cujos descendentes retornaram do cativeiro

babilónico em companhia de Zorobabel. Ele é mencionado em três passagens: Esd. 2.8; 10:27 e Nee. 7:13. Viveu por volta do 536 A.C. Alguns dos membros dessa família desfizeram-se de suas esposas estrangeiras, com quem se tinham casado durante o exílio, conforme se lê em Esd. 10:27 e I Esdras 9:28.

2. Um homem chamado Zatu, mas pertencente à mesma família acima referida, é chamado um dos «chefes do povo». Ele assinou o pacto encabeçado por Neemias (Nee. 10:14). Todavia, há quem pen­se que o nome mesmo do signatário não aparece, porquanto ele seria um membro da família de Zatu. Ao que parece, os textos bíbli­cos envolvidos não são muito claros quanto à questão, dando mar­gem a mais de uma interpretação possível.

ZAZANo hebraico, «projeção». Ele pertencia à família de Judá, des­

cendente de Jerameel, que fora neto de Judá (I Crô. 2:33). Zaza viveu por volta de 1340 A.C.

ZEBA E ZALMUNANo hebraico, Zeba significa “sacrifício” e Zalmuna quer dizer “pro­

teção retida”. Esses eram os nomes de dois reis midianitas que foram derrotados por Gideão. Os nomes são sempre encontrados juntos. A história das batalhas com eles pode ser encontrada em Juí. 8.4-21, com uma referência à questão em Sal. 83.11. Parece que eles comandaram uma invasão à Palestina, que aparentemente tinha como propósito principal tomar as boas terras de pastoreio (vs. 12). Dois generais desse povo, subordinados a Zeba e Zalmuna, haviam sido mortos junto com um grande número do bando invasor pela tribo de Efraim. Seus nomes eram Orebe e Zeebe (vss. 23-25). Vendo o que aconteceu, os dois pequenos reis fugiram, com Gideão em seu alcanço. Os reis passaram pelo wadi Yabis e foram a Carcor, onde pararam para descansar. A localização exata daquele local não é conhecida. Os pequenos reis ainda tinham 15 mil homens sob seu comando, e parecia que a batalha estava longe de terminar. Até aquela época, apenas ouvir o nome Gideão trazia terror ao coração até dos mais corajosos, portanto os israelitas tinham a vantagem psicológica. O ataque foi decisivo e o que poderia ter sido outra batalha prolongada não se concretizou. Os 15 mil homens foram espalhados, a maioria morta, e os dois reis fugiram novamente. Logo, contudo, Gideão os pegou. Ele ordenou que seu filho primogênito, Jeter, os matasse, mas este não teve a coragem para derramar o sangue. Assim, Gideão os matou com as próprias mãos (Juí. 8.21). Era uma época em que as pessoas matavam ou eram mortas, e o líder do exército de Israel não teve problemas para optar entre as duas coisas. Vale observar que esses dois xeques encararam suas mortes com coragem, pedindo apenas que o captor fizesse o serviço, não algum subordinado, o que teria reduzido seu orgulho.

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Z E B A D IA S — Z E B E D E U 5489

ZEBADIASNo hebraico, “Yahweh concedeu” , provavelmente uma referência

ao favor divino ao dar uma criança à sua mãe, como se o nascimento fosse um evento sob o controle do poder divino. Nove pessoas são chamadas assim no Antigo Testamento, cujos nomes listo em ordem cronológica, até onde isso é possível.

1. O filho mais velho de Elpaal (ver a respeito), líder da tribo de Benjamim que viveu em Jerusalém (I Crô. 8.17). Sua época foi em torno de 1300 A. C.

2. Filho de Berias, neto de Elpaal, da tribo de Benjamim (I Crô. 8.15). Foi um líder dessa tribo que viveu por volta de 1300 A. C.

3. Um filho de Jeroão de Gedor, da tribo de Benjamim. Quando Davi estava fugindo de Saul, certo hcmem corajoso foi contra esse rei e uniu-se a Davi, no exílio em Ziclague (ver a respeito). Ver I Crô. 12.7. A época foi por volta ae 1050 A. C.

4. Um filho de Asael e irmão de Joabe (o temeroso general matador de homens de Davi). Zeoadias foi um dos generais de Davi, subordinado a Joabe (ver I Crô. 27.7). Sua época foi em torno de 1050 A. C.

5. Um levita da família de Coré que trabalhou como porteiro no tabernáculo de Davi (I Crô. 26.21. Os levitas tinham famílias especializadas em certos serviços e o trabalho passava de geração a geração, sendo o oficio hereditário. Sua epoca foi em tomo de 1015 A. C.

6. Um filho de Ismael, governador da casa de Judá, que tinha grandes responsabilidades na região do rei Josafá. Ver || Crô. 19.11. Sua época foi por volta de 912 A. C.

7. Um levita que foi enviado com outros oito pelo rei Josafá de Judá para ensinar a lei nas cidadss de Judá (II Crô. 17.8). O progra­ma de ensino, a longo prazo, incluiu 16 professores, 5 príncipes, 2 sacerdotes, além de 9 levitas, incluindo Zebadias (II Crô. 17.7-9). Sua época foi em torno de 910 A. C.

8. Um homem com esse nome retornou do cativeiro babilónico para ajudar a reconstruir Jerusalem. Foi acompanhaao por Esdras (Esd. 8.8). Possivelmente esse é o Zarias de I Esd. 8.34. Sua época foi em torno de 456 A. C.

9. Quando cativos na Babilônia, muitos homens judeus casaram com mulheres pagãs e estavam criando famílias com elas. Quando o cativeiro acabou e eles retornaram a Jerusalém, foram obrigados a divorciar-se de suas mulheres estrangeiras em obediência à legisla­ção mosaica. As reformas de Esdras foram comDletas e incansáveis. Zebadias era o nome de um dos judeus que teve de divorciar-se de sua mulher estrangeira. Ele também é mencionado em I Esd. 9.21. Sua época foi em torno de 456 A. C.

ZEBAIMNo hebraico gazelas. O nome desse lugar, de localização desco­

nhecida, ocorre somente por auas vezes em todo o Antigo Testa­mento: Esd. 2:57 e Nee. 7:59. Em ambas essas passagens, de acor­do com a nossa versão portuguesa, esse nome locativo está oculto, dentro da palavra composta Poquereie-rlazebaim (vide).

Alguns estudiosos, contudo, tentam identificar Zebaim com Zeboim (vide). Talvez aquelas duas passagens pudessem ser traduzidas como «Poquerete, de Zebaim», onde Poquerue seria o residente, Zebaim seria a cidade. Nesse caso, seus descenaentes retornaram do exílio babilónico, no grupo que voltou com Zorobabel, em 536 A.C.

ZEBEDEU1. O NomeNo grego, Zebedalos; na Septuaginta, Zabdi. Alguns estudiosos

conjecturam que esse nome vem de um nome hebraico que significa «Yahweh é um Dom», ou então, «presente de Yawheh». Zebedeu era um pescador galileu, marido de Salome e pai de dois apóstolos de Jesus, Tiago e João (Mat. 10:2; 20:20; 26:37; 27:56; Mar. 1:19,20; 3:17; 10:35; Luc. 5:10; João 21 '2, totalizando doze menções. Ele residia ou em Betsaida ou em Cafarnaum, ambas localidades cons­tantemente referidas nos evangelhos.

2. Pai de Apóstolos de JesusZebedeu figura em todos os quatro evangelhos como o pai de

dois dos mais proeminentes apóstolos do Senhor Jesus, Tiago e João, que, juntamente com Pedro, formavam o grupo de discípulos do círculo mais íntimo do Senhor Jesus. Esses três tiveram o privilé­gio de ser testemunhas da transfiguração do Cristo (ver Mat. 17:1-8), da ressurreição da filha de Jairo («Tendo chegado à casa, a ninguém permitiu que entrasse com ele, senão Pedro, João, Tiago e bem assim o pai e a mãe da menina» —Luc. 8:51), e sua insistente oração no jardim do Getsêmani (Mat. 26:37). Por conseguinte, Zebedeu tornou-se muito conhecido entre os cristãos, não por causa de seus feitos (pelo menos, nada que ele fez de especial foi registra­do na Bíblia), mas por ter sido o pai de dois filhos famosos, um dos quais esiava destinado a ser a fonte de materiais que foram incorpo­rados no Novo Testamento.

3. TrabalhoZebedeu e seus dois filhos dirigiam uma progressista indústria de

pesca, no lago ou mar da Galiléia, juntamente com outro par de irmãos destinados a se tornarem não menos famosos, André e Si- mão Pedro (ver Luc. 5:7-10). Essa indústria pesqueira não era ne­nhum empreendimento comercial desprezível, porquanto contava até com «empregados» (Mar. 1:20). Portanto, Zebedeu era homem de posses materiais e de larga influência, de tal maneira que alguns pensam que João «era conhecido do sumo sacerdote» (João 18:16), somente por causa de seu pai. Sabe-se que os pescadores da Galiléia chegavam a exportar peixe até para a capital do império romano. No Brasil, quando se fala em pescador, tem-se a impressão de algum nordestino jangadeiro, que quase não consegue sobreviver com o produto de seu labor. Seríamos mais realistas, no tocante aos pesca­dores da Galiléia, se pensássemos em pescadores japoneses ou noruegueses, que fazem da pesca uma indústria extremamente lu­crativa. Esse é o quadro mental que devemos ter em relação a Zebedeu e seus dois filhos.

4. Discípulos de JesusZebedeu, ao que tudo indica, também confiava no Senhor Jesus.

Pois, quando seus dois filhos, que deveriam ser seus maiores auxilia­res na indústria pesqueira, passaram a seguir a Jesus, deixando seu lucrativo trabalho para trás, Zebedeu não proferiu nenhuma palavra de protesto—pelo menos nada ficou registrado nesse sentido. Toda­via, há razão para crermos que Zebedeu continuou a pescar, visto que, após a ressurreição ae jesus, Pedro convidou outros apóstolos, dizendo: «Vou pescar». Ao que os outros disseram: «Também nós vamos contigo» (João 21:3). Também é possível que Jesus e seu grupo de discípulos tivessem sido financeiramente ajudados por Zebedeu. Afinal, Tiago e João estavam seguindo a um Mestre que nem tinha onde «reclinar a cabeça» (Mat. 8:20). E Zebedeu, próspe­ro como era, e não sendo contrário à chamada de seus dois filhos por Jesus, sem dúvida, não teria ficado indiferente.

5. Sua EsposaA esposa de Zeuedeu e mãe de Tiago e João era Salomé (Mat.

27:56; Mar. 15:40; 16:1), que também concordava com a chamada de seus dois filhos para serem discípulos de Jesus de Nazaré, porquanto ela é sempre designada, no Novo Testamento, como «...e a mãe dos filhos de Zebedeu» (Mat. 27:56), um trecho que a nossa versão portu­guesa trunca quase imperdoavelmente, para «...e a mulher de Zebedeu». O original grego confirma a frase «...a mãe dos filhos de Zebedeu».

6. GenerosidadeA família inteira de Zebedeu deve ter apoiado generosamente ao

Senhor Jesus, porquanto lemos que Salomé acompanhou ao Se­nhor, durante o seu ministério pela Galiléia. «...e Salomé; as quais, quando Jesus estava na Galiléia, o acompanhavam e serviam...» (Mar. 15:40,41). Além disso, por ocasião da crucificação de Jesus, Salomé fez-se presente (ver Mat. 27:55), e também encontrava-se entre as mulheres que foram até o túmulo, ungir o corpo morto do Senhor Jesus (Mar. 16:1). Que Salomé tinha ambições espirituais, embora talvez sem um entendimento esclarecido, torna-se evidente

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pelo pedido que ela fez ao Senhor Jesus: «Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem um à tua direita, e o outro à tua esquerda» (Mat. 20:20). A recusa do Senhor Jesus, diante desse pedido, e as instruções que ele então deu, devem ter surtido grande efeito, porquanto a família inteira de Zebedeu permaneceu leal ao Senhor Jesus até o fim. Bem-aventurada a família cujos membros são todos convocados a servir ao Senhor Jesus, embora cada indiví­duo que pertence a essa família receba do Senhor uma tarefa dife­rente a realizar, conforme foi o caso de Zebedeu, sua esposa e seus dois filhos!

ZEBiDANo hebraico, «dotada». Essa mulher, assim chamada, era filha

de Pedaías, de Ruma. Ela foi esposa de Josias, rei de Judá, e mãe de Eliaquim, a quem o Faraó Neco mudou o nome para Jeoaquim (II Reis 23:36). Ela viveu por volta de 640 A.C. Nada mais se sabe a respeito dela, além daquilo que se pode ler nessa referência.

ZEBINANo hebraico, «comprado»'ou «compra». Esse era o nome de

um dos vários filhos de Nebo. Zebina casara-se com uma mulher estrangeira, estando no cativeiro babilónico, na época de Esdras (Esd. 10:43). Juntamente com todos os judeus que tinham retornado à Palestina e se tinham comprometido dessa maneira, Zebina, «com um aperto de mão», comprometeu-se a despedir sua muiner e seus filhos, e, «por serem culpados», ele e os demais ofereceram um carneiro «por sua culpa» (Esd. 10:19). O nome de Zebina não se acha no trecho paralelo de I Esdras 9:35. Ele viveu em torno de 445 A.C.

ZEBOIMNo hebraico, «lugar selvagem», na Septuaginta, Saboeím. Há

três localidades com esse nome, nas páginas do Antigo Testa­mento. Contudo, estamos falando do ponto de vista da nossa tradução portuguesa, porquanto, no original hebraico, uma des­sas localidaaes é grafada de uma maneira, enquanto que as duas outras localidades têm seu nome grafado de outra forma, confor­me se vê abaixo:

1. No hebraico, tsebhoyim. Esse era o nome de uma das antiqüíssimas cidades do vale de Sidim, que acabou sendo destruída com Sodoma e Gomorra. Seu nome ocorre por cinco vezes no Antigo Testamento: Gên. 10:19; 14:2,8; Deu. 29:23 e Osé. 11:8. Ela é sem­pre mencionada depois de Admá, outra dessas cinco cidades. Zeboim aparece quando se menciona a fronteira sul dos cananeus, que, da beira-mar para o interior do continente, seguia na direção de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Lasa. Quedorlaomer, rei do Elão, e seus três aliados, atacaram essas cidades durante a campanha que fize­ram ao longo do Caminho do Rei (vide). Semeber, rei de Zeboim, juntamente com seus quatro aliados saíram ao encontro dos invaso­res no vale de Sidim (vide), mas acabaram sendo derrotados (ver Gên. 14:2,8,10).

Ao que se presume, Zeboim foi destruída juntamente com Sodoma e Gomcrra, cuja história aparece em Gên. 19:24,29. Posteriormente, Moisés referiu-se à destruição de Zeboim e suas cidades vizinhas (Deu. 29:23). E Oséias utilizou-se de Zeboim como um exemplo do julgamento que sobrevêm, a mandado de Deus, a cidades malignas (Osé. 11:8).

Não se sabe qual a localização exata dessa cidade; mas, ao que tudo indica, “ela está sepultada na extremidade sul do mar Morto, que antes era terra seca, mas agora está recoberta por águas mais rasas do que no restante do mar Morto. Ver o artigo sobre o Mar Morto.

2. No hebraico, tsebhoim, «lugar selvagem» (Nee. 11:34). Outros estudiosos, talvez com mais razão, proferem pensar no sentido «hie­nas». Essa era uma cidade do território de Benjamim, ocupada apóso retorno dos judeus do cativeiro babilónico. Não se conhece sua

localização exata, embora muitos opinem que pode ser Khirbet Sabieh, ao norte de Lida. Esse nome aparece na carta n° 174 de Tell el-Amarna como Sabuma.

3. Um vale existente no território da tribo do Benjamim, a sudeste do Micmás. Atacantes filisteus, vindos de Micmás, passaram pela estrada nas colinas que dão vista para o vale de Zeboim ou «vale das hienas», ficando o vale do rio Jordão ainda mais adiante. Há wadis, nessa região, que, até hoje, preservam o antigo nome, como o wadi Abu Daba,’ isto é, «vale do pai das hienas», que deságua no wadi Kelt. Muitos pensam que é no primeiro desses wadis que deve­mos pomar.

ZEBUDAForma variante, nas traduções e versões, do nome que, em nos­

sa versão portuguesa, aparece como Zebida (vide).

ZEBULNo hebraico “habitação”, “elevação”, as vezes com o significado

de “habitação de um deus”, como na combinação Baal-Zebul.1. Esse homem era o governador de Siquém, um subordinado de

Abimeleque (ver a respeito), um filho de Gideão. Leal a seu chefe, quando tomou ciência de que os habitantes de Siquém estavam fazendo planos contra ele, informou-o da circunstância e sugeriu que ele trouxesse seu exército para atacar o local e eliminar a rebelião antes que ela ganhasse força. Certo Gaal liderava a rebelião. Quan­do o exército de Abimeleque chegou, Gaal e seus homens saíram contra eles, mas foram facilmente derrotados, e assim acabou a “revolução”. Ver a história relatada em Juí. 9.26-41. A época foi em torno de 1100 A. C.

2. Baal-Zebut. A raiz Zebul é o zbl ugarítico, que significa exalta­do. As linguagens semíticas não têm vogais escritas, portanto as palavras são identificadas com consoantes apenas. Ver o artigo so­bre Ugarite para as pessoas envolvidas. Baal significa “senhor” , por­tanto a combinação Baal-Zebul significa “senhor exaltado”. Esse era um dos muitos nomes de Baal (ver a respeito).

ZEBULOMI. O PatriarcaII. A Tribo Chamada com Seu NomeIII. Uma Cidade Chamada ZebulomI. O PairiarcaZebulom (do século 16 A. C.) foi o décimo filho de Jacó, o sexto

com sua mulher Lia (Léia). Ele se envolveu em um incidente triste e ridículo quando os irmãos de José o venderam ao Egito por causa de seu ciúme patológico. Essa “venda” significou que José se tornou escravo no Egito, fornecendo mão-de-obra barata a seus mestres. Ver Gên. 37. Na lista genealógica de Gên. 46 (vs. 14), ele é mencio­nado como tendo (na época da migração ao Egito) três filhos, os quais se tornaram os fundadores ou líderes de clãs da tribo de Zebulom, que veio a existir em termos praticamente exatos, às mar­gens do mar (Mediterrâneo). A tribc não tocava de fato no mar, mas era próxima a ele. Ver Gên. 49.13. Referências bíblicas a esse patri­arca: Gên. 30.20; 35.23; 46.14; 49.13; Êxo. 1.3. O restante corresponde a simples menções de seu nome ou de sua tribo. As referências à tribo chamada com seu nome envolvem sua herança e local, uma vez que Israel havia conquistado a terra.

Em hebraico, o nome Zebulom significa “dar” , “viver com” ou “honrar” .

II. A Tribo Chamada com Seu NomeA nação de Israel desenvolveu-se a partir de 70 pessoas que

desceram ao Egito na época de Jacó. Eles foram tratados com genti­leza, e Gósen foi dado a eles, tornando-se um tipo de “província hebraica” no meio do Egito. Ver sobre Gósen neste Dicionário e na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. As tribos de Israel manti­veram sua distinção enquanto ainda em Gósen, de forma que, quan­do chegou o êxodo, eles partiram em grupos tribais e, a longo prazo,

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receberam seus lotes de terra como tribos. A tribo de Zebulom foi dividida em três clãs descendentes dos três filhos do patriarca: Serede, Helom e Jaleel. Durante os 4C anos de vagueação, essa tribo acam­pou sob a bandeira de Judá a leste do tabernáculo (Núm. 2.7). Quan­do a Terra Prometida foi espionada por representantes das diversas tribos, o enviado de Zebulom foi um homem chamado Eliabe, filho de Helom (Núm. 1.9). Infelizmente, esse homem estava entre os 10 que retornaram com um relatório negativo (Israel não seria capaz de dominar Canaã), o que desanimou o povo, que então voltou ao de­serto e vagueou por longos 40 anos antes de fazer outra tentativa. Zebulom era uma tribo grande. O primeiro censo (Núm. 1.31) revelou que ela tinha 57.400 membros. O segundo (Núm. 26.27) mostrou que havia crescido um pouco e tinha 60.500 membros. Mas devemos lembrar que esses eram censos militares, que determinavam quantos homens jovens estavam aptos para a guerra. Assim, o total real, incluindo mulheres, crianças e idosos, deve ter sido pelo menos três vezes maior do que os números fornecidos. Israel era um tipo de "exército em marcha constante”, que, a longo prazo, atacaria as sete pequenas nações de Canaã.

Quando a terra foi conquistada, Zebulom recebeu o vale do oeste de Jezereel (Gên. 30.20; 35.23; 46.14; 9.13, Êxo. 1.3; Jos. 19.10-16;I Crô. 2.1). Esse território estava entre o mar da Galiléia e o Mediter­râneo. Nazaré e Cana da Galiléia estavam nessa região, uma área onde foi realizada grande parte do ministério de Jesus, séculos de­pois. Isso cumpriu a profecia de Isaías (Isa. 9.1, 2; cf. Mat. 4.12-16).

Fronteiras. Aser ficava a noroeste; Naftali a nordeste; Issacar a sudeste; e Manasses a sudoeste. O território era favorecido por con­dições climáticas, recebendo muita chuva em comparação com a maioria dos outros lugares de lsrael. Isso permitia boa agricultura e produção abundante de azeitonas, uvas e trigo. A tribo passou por uma série de guerras e rumores de guerras, como foi o naso de todo o Israel. A tribo parece ter desaparecido, antes ou durante os ata­ques de Tiglate-Pileser em Israel (II Reis 15.29), mas restos dela espalharam-se entre outras tribos. Ela manteve sei, lugar na profe­cia. Consultar as visões escatológicas de Ezequiel (48.26, 27, 33). A tribo é vista preservada em Apo. 7.8. Cf. Mat. 4.13-16, que cumpriu a profecia em 9.1.

III. Uma Cidade Chamada ZebulomEssa cidade localizava-se na fronteira leste da tribo de Aser, que

estava situada entre Bete-Dagom e Iftael íJos. 19.27). Ela é mencio­nada como parte da herança de Aser. Cf. a herança de Zebulom em Jos. 19.10-16.

ZEDADENo hebraico, «ladeira», «inclinação». Uma localidade que havia

na fronteira norte da Palestina (Núm. 34:8 e Eze. 47:15). Provavel­mente idêntica à moderna Sadade, a sudeste Ge Homs, no caminho que vai de Ribla a Palmira.

ZEDEQUIASNo hebraico ‘‘Yahweh é justo”, que pode ser interpretado como

“Yahu (Yahweh) é minha justiça” , sendo Ele tanto justo como tam­bém Aquele que efetua a justiça entre os homens. Cinco pessoas no Antigo Testamento eram chamadas assim. Eles são apresentados em ordem cronológica.

1. Um filo de Quenaana era chamado assim. Ele foi um dos 400 profetas do rei Acabe. Votou por um empreendimento militar conjunto de seu rei, Acabe de Israel, com Josafá, contra o rei da Síria, em uma tentativa de recapturar Ramote-Gileade. Para maiores detalhes sobre a história, ver I Reis 22.1-38 e II Crô. ^8.1-19.3. O verdadeiro profeta, Micaias, corretamente previu que o empreendimento termi­naria em desastre. Vemos como havia profetas em oposição que competiam pela atenção e pelos benefícios dos reis. Embora I Crôni­cas ignore a história do reino do norte, o livro não inclui esta história, pois Judá estava envolvido e porque o rei Josafá se comprometeu com o mal do norte apóstata. Acabe utilizou os profetas para propa­

ganda, não por alguma motivação espiritual. Os vss. 21 ss. mostram que parte das profecias mentirosas era atividade de espíritos menti­rosos e que tais espíritos podem cumprir um bom propósito ao con­vencer os maus a fazer coisas que seriam danosos a eles. Observe também que Acabe, por causa de seus próprios desejos, estava ansioso por acreditar em falsas profecias a qualquer preço, mesmo ao preço de seu próprio ferimento. De fato, ele tinha o “desejo de acreditar” nas coisas erradas. Então, Josafá de Judá, que deveria ter sido mais consciente, caiu tão facilmente em uma aliança falsa e injuriosa, contra as evidentes declarações de um profeta verdadeiro.

2. Um filho de Hananias, um dos príncipes de Judá, que ordenou que Baruque, secretário de Jeremias, lesse as previsões de desastre do profeta para Judá ante o rei Jeoiaquim (Jer. 36.12). Ele viveu em cor volta de 640 A. C.

3. O 20° e último rei de Judá, que reinou de 598 a 587 A. C. como um rei “fantoche” sob o controle da Babilônia. Esse Zedequias foi filho de Josias (I Crô. 3.15). Seu nome original era Matanias (dom de Yahweh), mas foi substituído por Nabucodonosor quando este colocou o homem no lugar de seu sobrinho, Jeoiaquim, que foi leva­do para a Babilônia em 597 A. C., junto com os líderes mais impor­tantes (II Reis 24.8-17; Jer. 29.2). Por 11 anos, houve revolta contí­nua e Zedequias finalmente rebelou-se contra seus mestres estran­geiros. A Babilônia cansou da brincadeira e destruiu Jerusalém em dezembro de 587 A. C.

Sumário:1. Reinado (595-586 A. C.)2. Um reinado iníquo (I Reis 24.19; II Crô. 36.2).3. Rebelião contra Nabucodonosor (II Peis 24.20; II Crô. 36.13).4. Aliança contra a Babilônia, agindo com o Egito (Eze. 17.15)5. Zombados os mensageiros de Deus, inclusive Jeremias (II

Crô. 36.16)6. Seus filhos foram mortos e ele foi cegado por oficiais babilónicos

em Ribla (ver II Reis 25.7). Ver também Jer. 52.24-27.7. Jerusalém foi devastada após um domínio de dois anos. O povo

foi confinado na cidade e a maioria passava fome. Alguns escaparam quando os muros foram derrubados, mas a grande maioria foi morta, e os deixados para trás foram levados à Babilônia. Ver o artigo Cativeiro Babilónico para maiores detalhes e ver também II Crô. 36.17 ss.

8. O cativeiro durou cerca de 70 anos, depois do que um restante retornou a Jerusalém para iniciar tudo outra vez. Ver Jer. 25.11,12 e os comentários sobre esses versículos no Antigo Testamento Interpretado.

/As Cartas de Laquis em Óstraca. Essas cartas dão informações adicionais sobre a invasão de Judá pela Babilônia. Para maiores informações, ver Laquis, IV. Arqueologia e Laquis, 4. Cartas de Laquis em Óstraca.

4. Um filho de Maaséias tinha esse nome. Era um profeta falso que se opunha a Jeremias, mas "o último profetizou corretamente sobre sua morte por execução com Acabe, filho de Colaías, pela Babilônia. Os falsos profetas haviam levantado falsas esperanças entre os exilados, prevendo um breve retorno, o que não aconteceu. Eles também eram pessoas muito imorais que corromperam o povo. Ver Jer. 29.21-23. Sua época foi em torno de 630 A. C.

5. Um líder na época de Neemias, que viveu por volta de 450 A. C. Ele estava entre os que assinaram o pacto com Neemias para a renovação de Judá depois de os exilados terem retornado do cativei­ro babilónico. Ver Nee. 10.1. Essa renovação envolvia a revivificação do yahwismo entre o povo, de acordo com a legislação mosaica.

ZEEBEVer sobre Orebe e Zeebe.

ZEFATÁNo hebraico, «vigia da montanha». Na Septuaginta, porém, te­

mos a tradução do nome como «vale do norte». De acordo com o texto massorético, Zefatá era um vale que ficava nas proximidades de Maressa (vide), na beira das terras baixas existentes a nordeste de

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Laquis. Todavia, a região inteira é dotada de uma topografia tão comple­xa entre as colinas arredondas ao redor de Maressa, que os estudiosos não conseguem identificar com certeza aquele vale, em nossos dias.

Foi no vale de Zefatá que o rei Asa, de Judá, derrotou Zerá, o cuxita, um assaltante etíope bem armado (ou, talvez, árabe), confor­me se lê em II Crônicas 14:10. Ver o artigo sobre Zerá, n°7.

ZEFATENo hebraico, «vigia da montanha». Segundo todas as aparênci­

as, Zefate era o nome mais antigo de Hormá, «fortaleza» (ver, por exemplo, Núm. 14:45). Ficava localizada a poucos quilômetros a leste de Berseba. Com freqüência, essa localidade tem sido identificada com a moderna aldeia de Segaita, embora haja estudi­osos que objetem a essa identificação. Zefate foi uma cidade cananéia que os homens de Judá e de Simeão destruíram comple­tamente (Juí. 1:17). De acordo com alguns estudiosos, a raiz de onde vem a palavra Hormá significa «banir», «exterminar», sendo bem possível que esse nome tenha sido dado cm face do aniquila­mento da mesma, por parte daquelas tribos sulistas de Israel. Ver também sobre Hormá.

ZEFINo hebraico, «vigia». Ele era filho do Elifaz, um dos chefes de

Edom (I Crô. 1:36). Em Gênesis 36.11,15, o nome dele aparece com a forma de Zefô. Ele viveu em torno de 1650 A.C.

ZEFÔNome de um dos filhos de Elifaz, do Edom, que aparece com a

forma de Zefi, em I Crô. 1:36. Ver, sobre Zefi.

ZEFOMNo hebraico, varias interpretações para o nome têm sido apre­

sentadas, como «serpente», «escuridão», e até «olhando para fora». Ele era filho de Gade, um dos filhos de Jacó. É mencionado em Gên. 46:16 e Núm. 26:16, embora na primeira dessas passagens o seu nome apareça como Zifiom. Seus descendentes eram chamados zefonitas. Viveu em torno de 1680 A.C.

ZELANo hebraico, «lado», «costela humana». Esse nome também é

dado a uma colina, em II Sam. 16:13. Como substantivo comum, ocorre no trecho de Gên. 2:21,22, onde se lê que Eva foi feita a partir de uma costela tirada de Adão.

Em Josué 18:28, Zela aparece como uma dentre um grupo de catorze cidades que, a grosso modo, ficavam a poucos quilômetros ao norte de Jerusalém. Não se sabe qual a localização exata de Zela, embora alguns estudiosos tenham sugerido Khirbet Salah, en­tre Jerusalém e Gibeom.

É possível que o nome hebraico, em Josué 18:28, tenha sido algo como Zela ha-eleph, «costela de boi», segundo é sugerido na Septuaginta A, onde se lê a transliteração para o grego, Selaleph. No entanto, o texto hebraico de II Samuel 21:14 diz Zela, onde a Septuaginta traduz pelo termo grego Pleurá «lado». Nessa última referência lê-se como Davi sepultou os ossos de Saul e de Jônatas, no túmulo ancestral de Quis, o que identificou aquele lugar como localidade importante para aquela família.

ZELEQUENo hebraico, rasgadura, brecha. Um amonita que foi um dos

grandes heróis militares de Davi (II Sam. 23:37; I Crô. 11:39). Ele viveu em torno de 1020 A.C.

ZELO,ZELOSONo Antigo Testamento encontramos a palavra hebraica qissa,

«ardor», «ciúme», que aparece por quarenta e três vezes no Antigo Testamento. Para exemplificar, ver II Reis 10:16; 19:31; Sal. 69:9;

119:139; Isa. 9:7; 37:32; 59:17; 63:15; Eze. 5:13. O termo grego equi­valente é zelos, «zelo», que ocorre por oezesseis vezes: João 2:17 (citando Sal. 69:10) Atos 5:17; 13:45; Rom. 10:2, 13:13, I Cor. 3:3; II Cor. 7:7,11; 9:2; 11:2; 12:20; Gál. 5:20; Fil. 3:6; Heb. 10:27; Tia. 3:14,16. Ainda no hebraico, temos a forma qana, «ser zeloso», «ciumento», que ocorre por trinta e quatro vezes no Antigo Testamento, conforme se vê, por exemplo, em Núm. 25:11,13; II Sam. 21:2; I Reis 19:10,14; Joel 2:18; Zac. 1:14; 8:2. O termo grego zeloo, «ter zelo» aparece por onze vezes: Atos 7:9; 17:5; I Cor. 12:31; 13:4; 14:1,39; II Cor. 11:2; Gál. 4:17,18; Tia. 4:2. Ver Sal. 69:9 e II Cor. 7:7, quanto ao zelo em sentido positivo. Mas também há um zelo negativo, indicando uma atitude egoísta, segundo se vê, por exemplo, em Núm. 5:14 e Atos 5:17. Além disso, o zelo pode ser bom, embora opere de acordo com maus motivos (ver Rom. 10:2; Fil. 3:6). Paulo tinha um bom zelo em favor das igrejas que havia fundado, para que prosperassem no senti­do espiritual (II Cor. 11:2). Deus é um Deus zeloso (ver Êxo. 20:5; 34:14; Deu. 4:24; 5:9).

A palavra grega zeein, «borbulhar», «ferver», acha-se à raiz da idéia de «zelo». A palavra portuguesa vem daí, passando pelo termo latino, zelus. Uma idéia cognata é entusiasmo, o estado de quem está «cheio de Deus», divinamente impulsionado. O zelo puro pode realizar mais do que o conhecimento; mas sem esse fator, geralmente mostra-se mais orientado ou exagerado, para nada dizermos que pode ser até aoertamente prejudicial. O zelo por alguma causa errada é perigoso e arruinador. E até o zelo mal orientado por uma boa causa pode criar um espírito acalora­do e prejudicial, se não for equilibrado pela razão e pelo conheci­mento.

O zelo tem inspirado e levado a bom termo grandes projetos espirituais que indivíduos destituídos de zelo ou tímidos jamais teri­am realizado. Por outra parte, o zelo mais cnentado tem provocado muitas perseguições, banimentos, encarceramentos e até mesmo crimes de sangue. Ver o artigo intitulado Tolerância. Talvez tenham razão aqueles que dizem que Deus é o inspirador do zelo deles. Por outro lado, podemos apenas supor que o ódio é inspirado por poderes malignos, se é verdade que homens maus precisam de ajuda externa. Assim, há um zelo piedoso e há também um zelo satânico.

O Antigo Testamento vincula a piedade ao zelo (Êxo. 34:14, Deu. 4:24 5:9; 6:15; Jos. 24:19; Naum 1:12), fazendo assim o Ser divino entrar no quadro, presumivelmente uma qualidade a ser imi­tada pelos homens. Embora o Novo Testamento não perpetue o conceito de um Deus «zeloso», promove o conceito de um zelo piedoso. No Novo Testamento, o Filho do Deus (ver João 2:17) e os filhos de Deus (ver II Cor 7:11; 11:2) é que se mostram zelosos na piedade.

É o Espírito Santo quem inspira o zelo na vida espiritual do crente, porquanto o zelo faz parte integrante da espiritualidade. A inspiração e a iluminação espirituais produzem o seu próprio zelo. Ver os artigos Espiritualidade e Iluminação.

ZELOFEADENo hebraico, “proteção do medo” , de sei (sobra) e pahad

(temor). Zelofeade descendia de Manassés e morreu no deser­to, não deixando nenhum herdeiro homem, mas filhas. Os filhos sempre tiveram monopólio no quesito herança, mas como esse homem não tinha herdeiros homens, suas cinco filhas percebe­riam que poderia ser uma grande in justiça se fossem desprovi­das de tudo, o que teria significado, provavelmente, a d istribui­ção de suas terras etc. a outros da tribo. Elas fizeram um apelo direto a Moisés para colocar em vigência nova legislação que incluísse mulheres como herdeiras nos casos em que não hou­vesse herdeiros homens. Moisés considerou lógico o pedido, mas consultou o oráculo de Yahweh para não cometer um erro. O oráculo foi positivo a isso, de forma que as filhas receberam a herança, e o caso delas tornou-se um precedente para todos

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por vir no judâísmo hebraico. Ver Núm. 26.33; 27.1, 7; 36.2-11; Jos. 17.3; I Crô. 7.15. A época foi em torno de 1490.

ZELZANo hebraico, “proteção solar", o nome de um local na fronteira de

Benjamim mencionado por Samuel quando ele dei) ou Saul em Rama (I Sam. 10.2). Um sinal validaria a bênção de Samuel do rei Saul. Saul deveria encontrar com dois homens em Rama, próximo ao local da tumba de Raquel, os quais lhe informariam que os asnos que ele buscava haviam sido encontrados e que o pai de Saul estava preocu­pado, temendo que algo mal teria acontecido com ele. O local exato é desconhecido hoje, mas a vila moderna chamada de Beit Jala, entre Betei e Bete-Arabá, pode marcar o antigo local.

ZEMARIMNo hebraico, “cobertura dupla” ou, como dizem alguns, “dupla flores­

ta da montanha”, o nome de uma cidade antiga e de uma montanha.1. Uma cidade com esse nome foi designada à tribo dc Benjamim

quando a Terra Prometida foi dividida entre as tribos que haviam conquistado a terra. Ver Jos. 18.22. Ficava na porção leste do territó­rio e próxima a Bete-Araba e Betei. Tem sido tentativamente identificada com as ruínas de Khirbet es-As-es-Samra, que fica na estrada que leva de Jerusalém a Jericó. Alguns identificam o local moderno como el-Bireh, próximo a Jerusalém, ao norte, ou com a Ramalah moderna.

2. Uma montanha da qual Abias, rei de Judá, falou com Jeroboão e com o exército de Israel (II Crô. 13.4). Ela é chamada de a “alta montanha de Efraim”, pois ficava no distrito de terras altas daqueia tribo. Benjamim tinha uma fronteira com Efraim naquela área. Abias estava associado ao local quando atacou Israel. Ele capturou algu­mas cidades na área, como Betei, que estava situada na fronteira entre as duas tribos.

ZEMAREUSEsse era um povo cananeu, nomeado entre os arvaaeus e os

hamateus, em Gên. 10:18 e I Crô. 1:16. Provavelmente eles viviam na parte norte da Fenícia, entre Arvade e Trípolis. em uma cidade atualmente chamada Sumra, quase inteiramente reduzida a ruínas. Essa porção da Fenícia fica nos sopés do Líbano.

ZEMEREssa palavra não se encontra em nossa versão portuguesa. Ou­

tras versões, como a Revised Standard Version, seguindo uma versão emendada do texto de Ezequiel 27:8 dizem: «...habilidosos homens de Zemer havia em ti, esses foram os teus pilotos», em vez do que diz nosso texto português: «...os teus sábios, ó Tiro, aue se achacam em ti, esses foram os teus pilotos». Zemer ficava localizada ao ne le do Líbano, sobrevivendo até hoje na cidade de Sumra, entre Arvade e Trípolis. A ssim sendo, os zemareus (vide), eram os habitantes de Zemer.

ZEMIRANo hebraico, canção. Esse era o nome de um dos filhos de

Bequer (vide) (I Crô. 7:8). Bequer era o segundo filho de Benjamim, filho de Jacó. Ele viveu em cerca de 1630 A.C.

ZENÃNo hebraico, «rica em rebanhos». Esse era o nome de uma

cidade das terras baixas de Judá (Jos. 15:37). Conforme dizem os estudiosos, provavelmente é a mesma cidadede Zaanã (ver Miq. 1:11), devendo, por conseguinte, ser identificada com a moderna 'Arak el-Kharba.

ZEQUERNo hebraico, «fama». Foi o nome de um filho de Jeiel, pai de

Gibeom, um homem da tribo de Benjamim (I Crô. 8:31). Esse mesmo homem é chamado de Zacarias em I Crônicas 9:37, porquanto Zequer

é uma abreviação de Zacarias. Ele viveu por volta de 1180 A.C. Era irmão do Ner (vide) e tio de Saul (vide).

ZERAÍASForma variante do nome Zaraías (vide). Essa forma variante

aparece em Esd. 7:4 e 8:34. E a forma Zaraías só aparece em livros apócrifos do Antigo Testamento, e nunca nos seus livros canônicos.

ZERAÍTASDuas famílias antigas de Israel foram chamadas por esse coleti­

vo. a saber:1. Uma família da tribo de Simeão (Núm. 26:13).2. Uma família da tribo de Judá (Núm. 26:20). Acã (j o s . 7:171 e

dois dos poderosos guerreiros de Davi pertenciam a essa família judaíta (I Crô. 27:11 e 13). Ver sobre Zerá, números 3 e 4.

ZEREDÁEsse nome locativo, grafado no hebraico de três maneiras leve­

mente diferentes, significa «fortaleza». Há considerável confusão so­bre esse nome e os lugares para os quais o mesmo aponta, a saber:

O nome, com alguma variação, aparece em I Reis 11:26, em II Crô. 4:17 (com outra forma), e em Jos. 3:16 (ainda com outra forma). Por isso mesmo, as versões grafaram o nome com nada menos de seis maneras diferentes, nas línguas vernáculas: Zeredá, Zeredate, Zeredata, Zererá, Zererate e Zaretã (vide). Procuraremos sumariar tudo isso sob dois pontos:

1. O lugar onde residia Jeroboão, quando se rebelou contra Salomão (I Reis 11:26). Ficava no distrito de Efrá, provavelmente, na área geral do território de Efraim, conforme se vê em Juizes 12:5 onde a palavra hebraica ’eprati significa «homem de Efraim» (em nossa versão portuguesa, «efraimita»), Elcana, pai do profeta Samuel, também é descrito como um etraimita (I Sam. 1:1), que ficava nos soués montanhosos da região oeste do território de Efraim. Possíveis localizações são as proximidades de 'Ain Seridah, na parte ocidental de Samaria, ou Deir Ghassaneh, a sudoeste de Siquém.

2. Uma cidade existente no vale do Jordão, onde era fundido metal para ser usado no fabrico de objetos a serem usados no templo de Jerusalém (II Crô. 4:17). O trecno paralelo de I Reis 7:46 diz Zaretã (vide). Em I Reis 7:22, onde a nossa versão portuguesa diz «Zererá», os eruditos recomendam que se leia «Zeredá», acom­panhando cerca de vinte artigos manuscritos hebraicos, porquanto as letras hebraicas que reoresentam «r» e «d» oodiam ser facil­mente confundidas pelos copistas. Os trechos de Josué 3 :16 :1 Reis 4:12 e 7:46 contêm o nome «Zaretã». No entanto, no caso de I Reis 7:46, cs estudiosos pensam que houve ali um erro escribal, porquanto em seu trecho paralelo, II Crô. 4:17, temos o nome «Zeredá». Ver o artigo Zaretã. Visto que no atual Tell es Sa’idiyeh os arqueólogos têm encontrado numerosos objetos de cobre, per­tencentes aos séculos XIII e XII A.C., por isso mesmo eles pensam que ali havia uma fundição de cobre. Portanto, parece que isso identifica o local exato da antiga cidade de Zeredá, no vale do Jordão, uma localidade que vem serdo ocupada D o r seres huma­nos desde os tempos calcolíticos.

ZEREDENo hebraico, provavelmente, «torrente dos salgueiros» ou «bos­

que dos salgueiros». Esse é o nome de dois acidentes geográficos mencionados no Antigo Testamento, um ribeiro e um vale. O ribeiro é mencionado em Deu. 2:13,14; o vale, em Núm. 21:12. Todavia outros estudiosos, talvez com mais razão, identificam esse lugar como um wadi, isto é, um ribeiro intermitente, pelo que, quando havia chuva, era um ribeiro, quando não chovia, era um vaie seco.

O ribeiro ou vale de Zerede era uma linha fronteiriça entre Moabe e Edom. Em outros trechos recebe outros nomes Assim, em Isa. 15:7 aparece com o nome de «torrentes dos salgueiros»; em Amós

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6:14, com o nome de «ribeiro da Arabá», ou seja, «ribeiro do deserto». Talvez seja o moderno wadi el-Ahsy.

Nos tempos de Eliseu, foi em Zerede que, segundo uma predição sua, houve uma inundação. Por algum motivo, essas águas pareciam aos olhos dos moabitas «vermelhas como sangue» (ver II Reis 3:20 e 22). Os moabitas foram derrotados diante das tropas de Israel, de Judá e de Edom, que se tinham aliado contra aqueles. O relato inteiro aparece em II Reis 3:4-27, com muitos lances sangrentos e horripilantes.

Todavia, visto que Israel penetrou no deserto a leste de Moabe, antes de atravessar o ribeiro de Zerede, alguns estudiosos identifi­cam Zerede com o wadi Kerak, ou, então, com algum tributário do Kerak ou o Arnon (vide)—talvez o Ferranj ou o Seil Sa’ideh. Mas aqueles que pensam que a penetração o de Israel seguiu na direção oeste, pensam no wadi el-Ahsy, conforme dissemos acima.

Tal como o Kerak ou o Arnon, o el-Ahsy flui de forma intermitemte em um vale muito plano, que atravessa o platô. Quando chegam as chuvas, suas águas chegam ate um oásis, atravessando uma gar­ganta que divide ao meio uma escarpa montanhosa. De cada lado dessa garganta há terraços estreitos, de terras cultiváveis.

ZERERÁVer sobre Zeredá.

ZERESNo persa, ouro. Foi transliterado para o hebraico como zeresh, e daí

chegou ao português com a forma de «Zeres». Ela era a esposa de Hamã,o primeiro ministro do rei Assuero (Est. 5:10-14 e 6:13). A Septuaginta grafa seu nome como Sosára. Ela viveu em tomo de 510 A.C.

ZERETENo hebraico, «esptendor», «brilho». Ele pertencia à tribo de Judá,

filho de Assur e sua esposa, Helá (I Crô. 4:7). Descendia de Calebe. Viveu por volta de 1470 A.C.

ZERETE-SAARNo hebraico, «esplendor da aurora». Essa era uma cidade do

território dado à tribo de Rúben. É mencionada exclusivamente em Jos. 13:19. A identificação dessa cidade é problemática, mas pare­ce haver razão na localização dessa cidade, cerca de trinta e dois quilômetros a sudoeste de Medeba, e poucos quilômetros abaixo do ponto onde o rio Nahaliel deságua no mar Morto, vindo do Oriente Essa cidade de Zerete-Saar é mencionada juntamente com Quiriataim, do território de Rúben. Sabe-se que Quiriataim havia antes pertencido a Seonv rei dos amorreus, e que essa cidade ficava localizada cerca de dezesseis quilômetros a sudeste de Zersb-Saar.

ZERINo hebraico, «bálsamo». Um filho de Jedutum. Zeri foi chefe de

uma família de cantores leviticcs pós-exílicos (I Crô. 25:3). Em I Crô. 25:11, o seu nome aparece com a forma de «Izri». Os peritos dizem que talvez houvesse, originalmente, uma letra hebraica inicial, «iode» (vide), que deve ter sido perdida nas transcrições. Nesse caso, Izri representa melhor o nome dele do que Zeri. Ver o artigo sobre Izri. Viveu por volta de 1015 A.C.

ZERORNo hebraico, «feixe», «pacote». Ele pertencia à tribo de Benjamim.

Foi um dos antepassados do rei Saul (I Sam. 9:1V Viveu em cerca de 1160 A.C.

ZERUANo hebraico, «seiuda». Ela era a mãe do rei Jeroboão (I Reis

11:26). Aprendemos nesse versículo que ela era viúva. Zerua viveu por volta de 100O A.C.

ZERUIANo hebraico, “bálsamo”, nome de uma irmã (de acordo com al­

guns uma enteada) do rei Davi e mãe dos ilustres guerreiros matado­res Joabe, Abisai e Asael. Esses guerreiros eram, portanto, sobri­nhos de Davi. Embora seu nome seja mencionado cerca de 25 vezes no Antigo Testamento, o de seu marido não é. Possivelmente ele morreu cedo. Ele era um estrangeiro, insignificante demais para ser mantido ao lado dessa notável mulher; ou, menos provável, talvez ela tenha sido uma mãe solteira. Alguns exemplos de referências a ela são: I Sam. 26.6; II Sam. 2.13, 17; 3.39; 8.16; I Reis 1.7; 2.5, 44;I Crô. 2.16. Ela viveu por volta de 1070 A. C.

ZETÃNo hebraico, resplendente. Há dois indivíduos com esse nome

nas páginas do Antigo Testamento.No hebraico, seus nomes são escritos de forma levemente dife­

rente, embora ambos com o mesmo significado.1. Um dos três filhos de Ladã, um gersonita (I Crô. 23:8 e 26:22),

Ele viveu por volta de 1020 A.C.2. O quinto filho de Bilã, neto de Benjamim (I Crô. 7:10). Ele viveu

em torno de 1600 A.C.

ZETARNo hebraico, «sacrifício». Esse homem era um dos sete eunucos

que serviam na presença de Assuero (Est. 1:10). Viveu por volta de 520 A.C.

ZIANo hebraico, «aterrorizado». Ele era da tribo de Gade e chefe de

uma das famílias de Israel (I Crô. 5:13). Viveu em torno de 1070 A.C.

ZIBANo hebraico, plantação. Ele foi um sen/o de Saul que também

serviu ao filho daquele monarca de Israel, Mefibosete. Seu nome aparece por dezesseis vezes no segundo livro de Samuel (9:2,4,9­12; 16:1-4; 19:17,29). Nessa última referência lemos que ele obteve, por doação de Davi, metade das terras que pertenciam a Mefibosete. Ziba viveu em torno de 1025 A.C.

ZIBEÃONo hebraico, «ladrão selvagem». Nas páginas do Antigo Testa­

mento há dois homens com esse nome, a saber:1. Um heveu, que foi avô de Ada, uma das esposas de Esaú

(Gên. 36:2; 36:14). Ele viveu em cerca de 1800 A.C.2. Um filho de seir, o horeu. Ele é mencionado por seis vezes na

Bíblia; Gên. 36:20,24,29; I Crô. 1:38,40. Ele viveu por volta de 1800 A.C.

ZIBIANo hebraico, esse nome é grafado de duas maneiras. Uma das

formas tem o sentido de «gazela», e a outra forma, segundo tudo indica, quer dizer «gazelas de Yah». A primeira forma é o nome de um homem, e a segunda, de uma mulher, conforme se vê abaixo:

1. Um benjamita, filho de Saaraim (I Crô. 8:8,9). Ele viveu em cerca de 1320 A.C.

2. A esposa de Acazias, mãe de Joás, que também foi rei de Judá. Ela era natural da cidade de Berseba (II Reis 12:1 e II Crô. 24:1). Ela viveu em torno de 890 A.C.

ZICLAGUENo hebraico “serpente’’ ou “ondulada”, o nome de uma cidade no

Neguebe, isto é, o “território do sul” de Judá (Jos. 15.31). Na divisão da Terra Prometida, após a conquista, a região foi dada primeiro a Simeão (Jos. 19.5; I Crô. 4.30), mas acabou como parte de Judá (Jos. 15.31). Na época de Saul, a região ficou sob o controle dos filisteus (I Sam. 27.6). Ao fugir das intenções assassinas de Saul, Davi tornou esse lugar seu quartel-general, com a cooperação de

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Aquis, rei de Gate. Foi em Ziciague que Davi recebeu a notícia da morte de Saul (II Sam. 1.1; 4.10), que acabou com seu exílio e lhe possibilitou, não muito tempo depois, assumir o poder em Israel, tornando-se assim seu segundo rei. A cidade foi destruída pelos amalequitas, mas Davi, a longo prazo, conseguiu retirá-los do local (I Sam. 30.1, 2). Depois do exílio de Judá na Babilônia, o local foi usado mais uma vez como habitação de judeus (Nee. 11.28). É provável identificar o antigo local com a moderna Tell el-Kuwilfeh, que se situa cerca de 8 km ao sudoeste de Tell Beit Mirsim (Debir). Tell el-Kuwilfeh fica entre Debir e Berseba.

ZICRINo hebraico, «renomado». Um nome bastante comum nas pági­

nas do Antigo Testamento. Podem ser mencionados doze indivíduos com esse nome, a saber:

1. Um filho de Izar, neto de Levi (Êxo. 6:21). Ele viveu por volta de 1490 A.C.

2. Um benjamita da família de Simei (I Crô. 8.19). Ele viveu em torno de 1300 A.C.

3. Outro benjamita, filho de Sisaque (I Crô. 8:23). Ele viveu em cerca de 1300 A.C.

4. Outro benjamita, filho de Jeroão (I Crô. 8:27). Fie viveu por volta de 1300 A.C.

5. Um levita, filho de Asafe (I Crô. 9:15). Ele viveu em cerca de 500 A.C.

6. Um descendente de Eliezer, filho de Moisés, que viveu nos dias de Davi, em torno de 1040 A.C. (I Crô. 26:25).

7. O pai de Eliezer, um chefe rubonita, nos dias de Davi, ou seja, em torno de 1040 A.C. (I Crô. 27:16).

8. O pai de Amazias, um dos capitães militares no exército de Josafá (II Crô. 17:16). Ele viveu em cerca de 950 A.C.

9. O pai de Elisafate, um capitão de cem, que ajudou o sacerdote Joiada a fazer Joás rei de Judá (II Crô. 23:1). Ele viveu por volta de 900 A.C.

10. Um efraimita, um poderoso homem de valor que matou o filho de Acaz, rei de Judá (II Crô. 28:7). Viveu em torno de 740 A.C.

1 1 .0 pai de Joel, superintendente dos benjamitas em Jerusalém, terminado o cativeiro babilónico (Nee. 11:9). Ele viveu em cerca de 450 A.C.

12. Um sacerdote dos filhos de Abias, nos dias de Neemias (Nee. 12:17). Ele viveu em cerca de 445 A.C.

ZIDIMNo hebraico, «faldas montanhosas». Uma cidade fortificada do

território de Naftali (Jos. 19:35). No Talmude, esse lugar é chamado de Cafar Hitaiá. É a moderna aldeia de Hatin, cerca de oito quilôme­tros a noroeste de Tiberíades e a menos de um quilômetro e meio ao norte dos Chifres de Hatin (vide). Todavia, alguns estudioso não sabem determinar com precisão a sua localização.

ZIFANo hebraico, «emprestado». Ele era outro dos quatro filhos de

Jealelel (I Crô. 4:16). Jealelel (vide) era descendente de Calebe, filho de Jefuné. Zifa viveu por volta de 1380 A.C. Ver sobre Zife. Tiria e Asareei, seus irmãos.

ZIFE, ZIFITASNo hebraico, «lugar de refino». Nas páginas do Antigo Testa­

mento, esse é o nome de dois homens e de duas cidades, a saber:

1. Um neto de Calebe. filho de Herzrom íl Crô. 2:42). Ele viveu por volta de 1500 A.C.

2. Um filho de Jealelel (I Crô. 4:16). Ele viveu em torno de 1380 A.C.

3. Uma cidade da área do Neguebe (vide), pertencente a Judá (Jos. 15:24; I Crô. 2:42; 4:16), onde Zife aparecia como um clã ou

uma família vinculada a Calebe. Provavelmente trata-se da moderna Khirbert ez-Zeifeh, a sudoeste de Kurnub, já perto da fronteira com Edom.

4. Uma cidade da região montanhosa de Judá (Jos. 15:55). Davi escondeu-se de Saul em campo aberto, perto de Zife (I Sam. 23:14,15 e o subtítulo de Sal. 54). Nessa mesma região, posteriormente, Davi apossou-se da lança de Saul e de sua botija de água, embora lhe tivesse poupado a vida (I Sam 26:1,2,7,12).

Essa mesma cidade de Zife foi fortificada por Reoboão, filho de Salomão, depois que a nação de Israel dividiu-se em reino do norte (Israel) e reino do sul (Judá) (II Crô. 11:5,8). Provavelmente, o local é ocupado pelo atual Tell Zif, a seis quilômetros e meio a sudeste de Hebrom, em uma colina cerca de 880 m. acima do nível do mar, que domina todas as terras abertas em redor, mais ou menos no mesmo nível de En-Gedi (vide), no mar Morto.

ZIFROMNo hebraico, topo bonito. Essa era uma localidade existente na

fronteira norte entre a Palestina e a Síria (Núm. 34:9). Todavia, não se sabe qual a sua localização exata.

ZIGURATEEssa palavra deriva-se do assírio, ziqquratu, «topo de monta­

nha». Entre os assírios e babilônios, um zigurate era um templo formado por terraços superpostos, cada qual menor que o anterior, em forma piramidal. Isso deixava tanto um terraço estreito, circun­dando a construção, em cada andar, como também um terraço supe­rior, geralmente em forma quadrada, onde os sacrifícios eram efetuados juntamente com outras cerimônias.

Essa forma arquitetônica se desenvolveu durante o terceiro milênio A.C., a partir de uma plataforma baixa, sobre a qual se construía algum santuário (conforme se vê na antiqüíssima Ereque ou em Uqair, cidades da Babilônia antiga). Os zigurates foram sendo construídos em proporções cada vez maiores, até chega­rem a maciças torres de tijolos de argila, como a de Etemenanki, cujo nome significa «edifício plataforma do céu e da terra», asso­ciada ao templo de Marduque, na Babilônia. Essa imensa torre, segundo as proporções da antigüidade, chamava-se Esagila, nome esse que significa «cujo topo está no ceu». A torre de Esagila media 90 m. de base, e tinha, aproximadamente, a mesma altura. Isso correspcnde a um edifício com mais de trinta andares, se­gundo as modernas construções de arranha-céus. Um verdadeiro feito da engenharia antiga, quando ainda não se conheciam nem o cimento e nem as armações de aço, usados nos arranha-céus da atualidade.

O acesso a cada nível (e o primeiro, geralmente, era o terraço que mais se elevava em relação à base—digamos, chegava a uns 33 m. de altura, enquanto que o segundo chegava aos 51 m. de altura e o terceiro chegava aos 58 m. etc.) era feito mediante uma rampa ou uma escadaria que partia de várias direções, ao redor do zigurate.

Alguns estudiosos, que não aceitam as manifestações místicas na Palavra de Deus, pensam que Jacó deve ter adormecido diante de algum zigurate; e, na sua sonolência, pensou estar vendo uma escada que ia do chão ao céu, em seu famoso sonho de revelação (ver Gên. 28:12). Naturalmente, nem precisamos comentar sobre isso. Basta dizer que os arqueólogos nunca encontraram zigurates ou pirâmides entre a terra de Canaã e Arã, para onde ele se dirigia.

Era no topo dessa «montanha artificial», no santuário que era erguido no alto, ou no terraço descoberto, que, segundo se acredita­va, a divindade adorada descia para receber a veneração dos ho­mens, mediante ritos especiais.

Vários zigurates têm sido escavados pelos arqueólogos, como os de Ur, Assur e Choga Zambil, os três mais bem conhecidos e melhor pre­servados. A «torre de Babel» (ver Gên. 16:1-5) pode ter sido o primeiro de todos os zigurates, porquanto construções desse tipo podem ser encontradas em todas as principais cidades antigas da Babilônia.

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0 quanto esse tipo de torre se tornou comum? Basta dizer que até mesmo nas Américas foram encontradas essas construções pirami­dais. Há muito sabia-se que certos indígenas do México e de outros países latino-americanos, da América Central, também haviam construído pirâmides lisas e zigurates. Mas, há menos de uma década, foi descoberto um zigurate perdido nas selvas da Amazônia brasileira no estado do Amazonas, a certa distância das margens do rio Negro. Quem teria erguido essa construção, sabendo-se que os brasiiíndios não sabiam fazer tijolos de barro, quando por aqui aportou Cabral?

ZILÁNo hebraico, «proteção» ou «tela». Ela era uma das esposas de

Lameque, o primeiro bígamo do mundo. Foi mãe de Tubalcaim, «artí­fice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro» (Gên. 4:19­23). Esse versículo mostra-nos que a metalurgia é mais antiga do que muitos pensam. É muito difícil determinar em que época viveu Zilá. Uma data suposta tem sido cerca de 4000 A.C.

ZILETAINo hebraico, «sombra», «proteção». Há dois homens com esse

nome, nas páginas do Antigo Testamento, a saber:1. O cabeça de uma família benjamita (I Crô. 6:20). Ele deve ter

vivido em torno de 1300 A.C. Era um dos filhos de Simei (vide).2. O oficial do exército, pertencente à tribo de Manassés, que

veio unir-se a Davi, em Ziclague (I Crô. 12:20). Viveu por volta de 1050 A.C.

ZILPANo hebraico, «gota de mirra». Ela era uma jovem escrava que foi

dada por Labão a Lia, por ocasião do casamento desta com Jacó. Posteriormente, a pedido da própria Lia, tornou-se esposa secundá­ria, ou concubina, de Jacó. Zilpa foi mãe de dois filhos, Gade e Aser (Gên. 29:24; 30:9-13; 35:26; 37:2; 46:18). Viveu em torno de 1730 A.C. Desconhece-se a origem racial de Zilpa. O mais provável é que ela era de sangue sírio, isto é, semita.

ZIMNo hebraico, terra baixa. O deserto de Zim, conforme seu pró­

prio nome indica no original hebraico, era alguma depressão. Ficava no território que mais tarde foi entregue à tribo de Judá, em sua porção sul, e também a oeste da extremidade sul do mar Morto ou mar Salgado. É mencionado por nove vezes nas páginas do Antigo Testamento: Núm. 13:21; 20:1; 27:14; 33:36; 34:3,4; Deu. 32:51; Jos. 15:1,3. Esse deserto de Zim não deve ser confundido com o deserto de Sim (vide).

O deserto de Zim foi o palco de alguns dos eventos mais críticos da história bíblica do Antigo Testamento. A começar pelo incidente de En- Mispate, ou Cades, que foi invadida por reis mesopotâmicos íver Gên. 14:7); Cades-Barnéia, onde os israelitas acamparam (ver Núm. 33:36), e de onde partiram espias para examinar a Terra Pro­metida; o deserto de Zim (ver Núm. 13:21), onde também uma gera­ção incrédula e desafeiçoada a Deus foi sentenciada a morrer antes de entrar na Terra Prometida (Núm. 14:17; 27:14); onde Miriã fale­ceu; onde Moisés bateu rebeldemente na rocha, em vez de falar com a pedra, a fim de fazer jorrar as águas de Meribá (ver Núm. 20:1-13; 27:14; Deu. 32:51); todos esses são incidentes que se tornaram grandes marcos na história bíblica.

A localização do deserto de Zim, entretanto, sempre foi questão disputada entre os eruditos. Embora, virtualmente, todos reconhe­çam que o deserto de Zim não é o deserto chamado Sim, o fulcro do debate gira em torno de Cades-Barnéia. Assim, enquanto al­guns estudiosos têm favorecido Petra, na Iduméia, outros preferem pensar em 'Ain el-Weibeh na Arabá (vide), e, ainda outros, em ’Ain Qedeis (Cades), no lado egípcio da fronteira da península do Sinai. Ainda outros pensam que esse deserto ocupava uma parte da Arabá e uma parte do Sinai, visto que é perfeitamente possível que exis­

tissem duas localidades com o nome de Cades. Em dias mais recentes, o consenso das opiniões favorece decididamente a localidade de 'Ain Qedeis, ou, então, a circunvizinhança em geral, onde há duas fontes de água abundante, ’Ain Qoseimeh e ’Ain el-Qudeirat. Essa identificação da crucial Cades-Barnéia, juntamente com a descrição das fronteiras da tribo de Judá, que se estenderiam «...até ao deserto de Zim, até a extremidade da banda do sul» (Jos. 15:1, cf. Núm. 34:3,4), indica que o deserto de Zim ampliava-se desde algum ponto próximo de Cades — talvez desde o rio do Egito, também chamado wadi el-Arish—para o oriente, na direção da subida de Acrabim (vide), acompanhando o wadi Zim, chegando até às fronteiras com Edom. E muito difícil determinar limites mais precisos do que isso para o deserto de Zim, porque até mesmo nos tempos bíblicos, o deserto de Parã (vide) justapunha-se, ou mesmo incluía, o deserto de Zim, segundo se aprende em Números 13:26: «...e vieram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades...»

Mas, sem importar como possamos definir o que constituía o de­serto de Zim, o fato é que o mesmo estava incluso em «todo aquele grande e terrível deserto que vistes» (Deu. 1:19, cf. 8:15). O deserto de Zim era quase inteiramente estéril, porquanto somente em sua extremidade norte haveria um regime pluvial ligeiramente maior do que no sul. Seu solo era coalhado de rochas, pederneiras e areia sem húmus. Sua superfície era muito corrugada e íngreme, com muitas escarpas e muitas «crateras» alongadas, provocadas pela erosão do solo. Nas proximidades havia dois montes, chamados, atualmente, de Khurashe e Kurnub

Apesar de toda essa aridez, as investigações feitas no local, pelos especialistas, têm mostrado que sempre houve ali alguma ocupação humana, embora rarefeita, desde a época dos patriarcas, passando pelo período israelita, pelo período nabateano e pelo período bizantino. Essa ocupação valia-se de uma meticulosa utilização do solo e da água. Tal ocupação, além disso, servia de barreira de defesa, pois um complexo sistema de fortalezas, aparentemente seguindo as linhas fronteiriças referidas nos relatos bíblicos, assinalava os limites do terri­tório de Judá, no deserto de Zim.

ZIMANo hebraico, «conselho», «consideração». Ele era levita gersonita,

filho de Simei e neto de Jaate (I Crô. 6:20,42; II Crô. 29:12). Viveu em cerca de 1370 A.C.

ZIMBRONo hebraico, rothem. Palavra que figura por quatro vezes: I Reis

19:4,5; Jó 30:4 e Sal. 120:4. Trata-se de um arbusto do deserto que tem sido identificado com o ratham dos árabes. Encontra-se em abun­dância no sul da Palestina e na península do Sinai. Algumas vezes tem sido chamado de «junipeiro», embora tal identificação não seja exata. O zimbro tem ramos longos e finos, folhas pequenas, flores amarelas, e dá uma boa sombra. Elias descansou sob um zimbro (I Reis 19:5). Os animais evitam comer o zimbro, exceto em momentos de grande necessidade, mas seu tronco e suas raízes servem de bom combustível, podendo ser transformados em carvão. (Jó 30:4; ver também Sal. 120:4, quanto a essa conexão).

ZIMIR, ZINRIDependendo da raiz da palavra sugerida por trás desse nome,

são dadas definições amplamente diferentes. Ela pode significar “per­tencente a um antílope”, ou “minha proteção” , derivando da raiz ára­be dmr, que quer dizer “proteger” . Outros sugerem “minha canção”, ou “cantor”, se a palavra relacionada for zimrati. Se zmrn for a raiz, então a palavra pode significar “ovelha montanhesa”. De toda forma, este é o nome de quatro personagens do Antigo Testamento e de um distrito. Os nomes são listados em ordem cronológica.

1. Um ancestral distante de uma das clãs de Judá (I Crô. 2.6). Talvez ele tenha tido outro nome, Carmi (ou Zabdi), como sugere o contexto. Ver Jos. 7 .1 ,17 ,18). Viveu em torno de 1600 A. C.

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Z IN A — Z IZ A 5497

2. Um filho de Saiu, ancião simeonita que foi morto por Finéias quando este o pegou em adultério com uma moabita (Núm. 25.14). Finéias era sumo sacerdote e tai conduta aberta, descarada, contrá­ria à legislação mosaica, o deixou furioso, portanto o assassinaio (chamado de execução) foi adicionado ao adultério. A história é recontada em I Mac. 2.26. Ele v<veu por volta de 1450 A. C.

3. Um descendente de Saul através da linhagem ae seu filho Jônatas (I Crô. 8.36; 9.42). Viveu em torno de 940 A. C.

4. Zinri foi cssessor de Ela, o quano rei de Israel. C rei caiu em meio a uma rebelião de bêbaaos. Zinri prcdamou-se rei e mediata­mente matou a maioria de seus rivais. Mas Omri, um general militar, trouxe seu exercito a Tirza, a capital de Israel naquela éooca. Quan­do as tropas entraram na cidade, o novo rei re‘ugicu-se em seu palácio e suicidou-se ateando fogo ao palacio e permanecendo den­tro dele. Ele reinou por apenas sete dias, mas parece que teve algum tipo de autorização para seu reinado, oelo menos oor parte de diver­sos oficiais. I Reis 16.9-12 conta a história e o vs. 19 mostra que ele apoiava a idolatria, tão prevalente naquela época em Israel.

Sumário:a. Zinri reinou por sete dias em 886 A. C. (I Reis 16.21 ss.).b. Seu período foi curto, então ele agiu com pressa, levando a

cabo um grande massacre de seus rivais potenciais, já tendo matado o rei Elá para ccnseguir seu curto poder. Ele executou prat,camente todos os membros da casa de t ia , portanto havia grande loucura e ódio em seu coração.

c. É justo que um homem tão violento tenha tido um fim violento e, em seu caso, foi o suicídio, que era uma ocorrência um tanto rara em Israel.

5. Zinn era o nome de uma trioc ou território arabe. Ver Jer.25.25.

ZINAForma alternativa de Ziza (vide).

ZINRÁAlguns estudiosos pensam que o sentido dessa palavra é desco­

nhecido, mas outros opinam que significa «célebre», com base na sua possível derivação de zimrs «cântico», -'fama». Todavia tam­bém pode haver uma derivação de zemer, «cabra montês».

Zinrá era filho de Abraão e de sua segunda esposa legitima, Quetura. Abraão casou com Quetura após o falecimento de Sara. Neste último versículo, entretanto, Quetura é chamada de «concubina» de Abraão, embora Gênesis 25:1 diga: «Desposou Abraão outra mu­lher: cnamava-se Quetura».

Quanto a Zinrá, muitos eruditos pensam que ele deixou sinais de sua passagem neste mundo. A localidade de Zabram, a oeste de Meca, na Arábia, que foi mencionada pelo geógrafo antigo Ptolomeu, tem um nome relacionado ao nome de Zinrá, embora isso não seja evidente em português, e talvez derive-se do nome daquele filho de Abraão.

ZIORNo hebraico, pequenez. Uma cidade que já havia na Terra Pro­

metida quando os israelitas ali chegaram, e que foi dada à tribo de Judá (Jos. 15:54).

O local geralmente identificado como a antiga Zior e a moderna Si’ir, também conhecida como Si’air ou Sa ir que fica localizada cer­ca de oito quilômetros a nordeste de Hebrom. O ncme dessa cidade está ligado a um adjetivo hebraico que q je r dizer «insignificante». Zior ficava localizada na região montanhosa da Judéia, cercada por terras plantadas e por uma boa fonte.

Muitos estudiosos pensam que Zior e Zair (II Reis 8:21, vide) são apenas dois nomes diferentes da mesma cidade. E os 'extos de certos manuscritos hebraicos e da Septuaginta dão apoio a isso. A antigüidade do local é confirmada pela presença de túmulos escava­dos na rocha, o que reflete costumes bem antigos.

ZIPORNo hebraico, embora com duas grafias diferentes, essa palavra

significa somente uma coisa, «ave». Esse era o ncme do pa. ae Balaque, rei de Moabe (Núm. 22:2,4,10,16; 23:18; Jos. 24:9; Juí. 11:25). Ele viveu por volta de 1490 A.C. Há quem pense que esse nome também pode ser entendido como «panai», sem importar a forma como seja escrito.

ZÍPORANo hebraico “pardal” ou “pássaro”, a filha do sacerdote de Midiã

chamado de Jetro ou Reuel, ou os dois. Ver Êxo. 2.21, 22. Essa senhora era uma das sete filhas destinadas a casar com Moisés e ter ü o ís filhos de importância com ele, ou seja, Gérson e Eliézer (Êxo. 2.22:18.3, 4). A única outia iniormação que temos sobre e|a e a que diz respeito à circuncisão de Gerson, forçada por Moisés (Êxo. 4.24­26). Depois ele e seus dois filhos retornaram a Jetro (Êxo. 18.2-4), assim concluímos que eles tiveram uma vida dura com o futuro legis­lador. A família nem podia imaginar que ele estava destinado a ser a estrela mais brilhante no céu dos hebreus, até Jesus, o Cristo, c i a ­mente. Zípora viveu em torno de 1450 A. C.

ZITRIForma de Sitri (vide), conforme algumas versões.

ZIVENo hebraico, provavelmente significa esplendor. Esse era o mês

da colheita do trigo, depois do primeiro mês, abibe (videl O templo de Salomão, em Jerusalém, começou no mês de zive (I Reis 6:1,37', É no primeiro desses versículos que esse mês é interpretado como «o segundo mês». Ver também o artigo intitulado Calendário.

ZIZ, LADEIRA DENo nebraico, ma'a!eh ha-sis, »subida de Ziz». No grego da

Septuaginta, Katà tèn anibasin Asas, «pela subida de Assás». Uma ladeira muito íngreme que havia em um passo, perto de En-Gedi.

Em II Crônicas 20:16, o Senhor instruiu aos homens da tribo de Judá, nos dias do rei Josafá, como deveriam enfrentar o adversário coligado: Amom, Moaoe e Seir, pois esses inimigos haveriam de atacar por via oa «ladeira de Ziz» (II Crô. 20:20-23,' Essa «ladeira de Ziz» mui provavelmente, é o mesmo wadi Hasasa a norte de En-Gedi e a sudeste de Tecoa (vide). É evidente que as tropas inimigas atravessaram o mar Morto, vindas de Moabe, passando por um vau raso, em Lisa (cf. II Crô. 20:1,2), e, então, iniciaram a cansativa subida de Ziz. Os israelitas não tiveram de lutar, tão-somente ficaram postados, entoando louvores ao Senhor. E os três atacantes, até então aliados, atiraram-se uns contra os outros em encarniçada ba­talha, ao ponto de se desbaratarêm totalmente. «Tendo Judá chega­do ao alto que olha para o deserto, procurou ver a multidão e eis aue eram corpos mortos, que jaziam em terra, sem nenhum sobreviven­te» (vs. 24). Sem dúvida, um dos maiores livramentos por que pas­sou Judá, mediante a miraculosa intervenção divina!

ZIZANo hebraico, com duas formas oe grafia, mas com um so senti­

do, «brilho». Há três nomens com esse nome, nas páginas do Antigo Testamento, a sabe":

1. Um simeonita, filho de Zifi (I Crô. 4:37). Viveu em cerca de 800 A.C.

2. Um descendente de Gérson, filho de Simei (I Crô. 23:"'0,11). Ele viveu em torno de 1015 A.C., pelo que era contemporâneo de Davi,

3. Um filho de Reoboão, e, por conseguinte, neto de Salomão (II Crô. 11:20) Viveu por volta de 960 AG.

A primeira dessas grafias, que aparece no nome do homem simeonaa e do filho de Reoboão (números 1. e 3., acima), de acordo com aiguns estudiosos parece ser uma abreviação infantil, mais ou menos como José = Zezinho.

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5498 Z O Ã — Z O A R

ZOÃEssa palavra vem de um original egípcio, d’nt. Alguns estudio­

sos, com base no paralelo árabe, tsan, acham que devemos pensar no significado «migração», para essa palavra. Esse é o nome bíblico da cidade egípcia que, nos escritos clássicos, aparece com o nome de Tanis, atualmente representada pelas ruínas ae San-el-Hagar, na porção nordeste ao delta do Nilo, imediatamente ao sui do lago Menzalé.

Esboço:1. Informações Dadas no Antigo Testamento2. História Antiga3. Monumentos dos Hicsos4. Descrição da Localização de Zoã1. Informações dadas no Antigo Testamento. Essa cidade é men­

cionada por sete vezes rio Antigo Testamento: Núm. 13:22; Sal. 78.12,43; isa 19:11,13; 30:4 e Eze. 30:14. Na primeira dessas refe­rências, lemos que Hebrom «foi edificada sete anos antes de Zoã, no Egito». Ora, visto que Hebrom ja existia nos dias de Anraão, Zoã também era cidade antiqüíssima. Monumentos da Vf Dinastia egípcia foram encontrados ali. Alguns estudiosos têm pensado que Zoar (vide), uma localidade existente nas fronteiras egípcias, é um erro de cópia, em iugar de Zoã. Porém, a tradução dada na Septuaginta, Zógora, não favorece essa conjectura. Fora do Pentateuco, Zoã é menciona­da em Salmos e nos livros proféticos. Em Salmos 78:12,43 lemos acerca dos prodígios feitos por Deus «no campo de Zoã», o que significa que devemos equiparar Zoã com a «terra de Gósen» (ver Gên. 45:10, etc.). No livro de Isaías, o profeta, após mostrar que os conselheiros do Faraó eram uns insensatos ( i 9:11,13). em seguida mostra que os líderes de Judá não eram menos insensatos, porquan­to tinham ido consultar-se com os líderes de Zoã (30:4) O irecho de Ezequiel 30:14 fala sobre o castigo divino que sobreviria a várias cidades do Egito, dentro de uma predição da conquista do Egito pelas forças babilónicas, dentre as quais aparece também Zoã.

2. Historia Antiga. Zoã tornou-se a capital dos governantes hicsos do Egito, os «reis pastores» das páginas da história. Foi no tempo desses governantes que Jacó e sua família chegou ao Egito, o que favorece a conclusão ae que o «campo de Zoã», conforme se lê em ugumas referências, ficava na terra de Raméssés» (Gên. 47:11; Êxo. 12:37). Ver sobre Ramessés. Ali, na época de José, os hebreus obtiveram possessões Parece que, desae os tempos mais remotos, povos pastoris ae Edom e da Palestina eram admitidos naquela re­gião, o que talvez explique um dos possíveis sentidos do nome Zoã, ou seja, «migração».

No século XIV A.C., Zoã foi reedificada por Ramsés II, quando então ela se tornou conhecida pelo nome de Pa-Ramesu. Os dominadores hicsos ocuparam a cidade e a região em redor, pelo espaço de quinhentos anos, de acordo com Maneto. E os egípcios só conseguiram expulsá-los em cerca de 1700 A.C. Alguns estuaiosos têm emitido a opinião de que Afofis foi o Faraó que acolheu José. Todavia, isso ainda não constitui uma identificação temporal muito segura, pois vários governantes tiveram esse nome, entre os hicsos. Maneto também ajuntava que alguns pensavam que os hicsos eram árabes. Outros acham que eles eram uma mistura de heteus (nas páginas da história secular hititas) e de mongóis. Porém, os primei­ros voltam a argumentar dizendo que somente alguma raça semita teria recebido tão bem aos patriarcas hebreus no Egito. Não obstante, uma das divindades dos hicsos, Suteque, também era adorada por mongóis sírios ou hititas.

3. Monumentos dos Hicscs. Além ao nome de Afofis da VI Dinas­tia egípcia, e de muitos textos da XII Dinastia, foi encontrada uma cártula de Afofis (um dos monarcas hicsos), no braço de uma está­tua, aparentemente, de origem mais antiga, como também uma esfin­ge com o nome Khian gravaao o que os estudiosos supõem ter sido o nome de um governante hicso. O tipo físico dos hicsos, com maçãs do rosto salientes e um nariz Droeminente. muito diferente do tipo físico dos egípcios, tem sido tomado pelos peritos como dc tipo

tiraniano ou uralo-altaico. Portanto, os hicsos poderiam ser de origem idêntica a povos como os turcos, oc afegãs, os chineses, etc.

4. Descrição da Localização de Zoã. Na atualidade, o local onde ficava a antiga Zoã consiste apenas em um pequeno povoado forma­do por cabanas de barro, em meio a um ermo arenoso, a oeste dos gigantescos cômoros de seu antigo templo. Porém, além da esfinge de granito negro õ de outras estátuas pertencentes à era dos hicsos, há também uma figura vermelha de arenito, representando RamsésII Obeliscos de granito também foram encontrados pelos arqueólo­gos, um dos quais com a ,-epresentação de um rei a adorar divinda­des. Também foi encontrado um pequeno templo, escavado em arenito vermelho, pertencente ao período de granae prosperidade de Zoã. Durante a XXV Dinastia do Egito, de monarcas núbios (cerca de 715—665 A.C.), Tanis-Zoã continuava sendo usada como residência real ocasional, e também como uma base militar, postada no norte do Egito. Esse pano de fundo empresta credência às referências de Isaías aos «príncipes de Zoã», como conselheiros do Farao. E na dinastia egípcia seguinte (C64-525 A.G.): Zoã continuava sendo uma cidade importante, o que se reflete na denúncia de Ezequiel (30:14) a Zoã e a outros centros populacionais egípcios.

ZOARNo hebraico, pequona. Essa antiqüíssima cidade é mencionada

por nome, nas páginas do Antigo Testamento, por dez vezes: Gên. 13:10; 4:2; 14:8; 19:22,23,30; Deu. 34:3; Isa. 15:5; Jer. 48:34.

Essa antiga cidade, que antes era chamada de Bela (ver Gên. 14:?.8; vide), ficava na extremidade sudeste do mar Salgado cu mar Morto. Posteriormente foi tomada pelos moabitas. Foi para Zoar que Ló e suas duas filhas correram, por ocasião da destruição das cida­des da campina, como Sodoma e Gomorra. Só depois de algum tempo foi que Ló e suas filhas deixaram Zoar para habitarem em um monte, ou, mais precisamente, em uma caverna de um monte. Na Septuaginta o nome dessa cidade aparece com três formas diferen­tes: Zegór, na maioria das vezes, mas Zógora em Gên. 13:10 e Zogóra em Jer. 48:34. Josefo grafava seu nome como Zoara ou como Zoar.

Tudo quanto se sabe sobre Zoar aparece nas páginas na Bíblia. Mas, todas as dez referências bíblicas em nada nos ajudam quanto à sua exata localização geográfica, além do fato de que ficava na mesma região geral das outras quatro cidades da campina Sodoma, Gomoira. Admá e Zeboim (vide).

Dessas cinco cidades, Sodoma foi a que se tornou mais famosa (ver Sabedoria de balomao 10:6). Mas todos os escritores judeus, cristãos e idamitas que escreveram sobre Sodoma deixaram claro que conheciam a conexão geográfica entre Zoar e essa cidade. E quase sempre esses escritos dão a entender que essas cidades ficavam ao sul da extremidade sul do mar Morto.

A grande quantidade de depósitos de sal mineral nas proximiua- des fazem-nos lembrar do incidente que envolveu a mulher de Ló (ver Gên. 19:26), que foi transformada em uma estatua de sal, quan­do ela, Jó e as suas duas filhas fugiam para Zoar. Além disso, há uma teoria, muito generalizada, que diz que toda aquela região pas­sou por aiguma catástrofe natural, que, sem dúvida, corresponde àquilo que o trecho de Gên. 19:22-30 descreve. Uma observação feita por Finegan (FLAP, pág. 147) representa bem essa opinião: «Também deve ter sido na idade do bronze média que teve lugar... a destruição catastrófica de Sodoma e Gomorra. Uma cuidadosa pes­quisa das evidências literárias, geológicas e arqueológicas aponta na direção das infames cidades da campina (Gên. 19:29), que ficavam na área atualmente submersa nas águas que se vão elevando mui lentamente, na extremidade sul do mar Morto, e também que essas cidades foram arruinadas por meio de um poderoso abalo sísmico, acompanhado por explosões, relâmpagos, a ignição de gases natu­rais em uma conflagração generalizada».

No entanto, alguns estudiosos têm apresentado objeções sérias a essa localização de Zoar, porquanto a Bíblia localiza a cidade

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ZOAR (PESSOAS) — ZOFAR 5499

especificamente como em alguma parte da «...campina do vale de Jerico, a cidade das palmeiras até Zoar» (Deu. 34:3). Isso aparece dentro das dimensões da Terra Prometida, conforme o Senhor as mostrou para Moisés, pouco antes de este falecer. Como se entende, mui naturalmente, pois, parece que Zoar ficava na beirada oriental do vale do Jordão, perto do extremo norte do mar Morto, que é a extre­midade oposta do local «tradicional», especialmente se considerar­mos como sua beirada ocidental, o monte Nebo (ou Pisga) (vide), como o lugar de onde Moisés espiou a Terra Prometida, na direção de uma planície que seria a planície de Jericó. Ademais, é difícil compreender o propósito da expedição para invadir cidades tão re­motas e inacessíveis, que estivessem na extremidade sul do mar Morto, por parte de exércitos mesopotâmicos (ver Gên. 14). Além disso, como Moisés poderia ter espiado toda a extensão da Terra Prometida, com um único lance de olhos, desde o norte até o sul, se ele estivesse bem no sul, e não em um ponto intermediário entre o norte e o sul? Tudo isso aponta para uma localização de Zoar bem mais para o norte do que tradicionalmente se tem pensado. Acrescente-se a isso que as indicações geográficas em conexão com a escolha feita por Ló de uma cidade que ficava na «campina do Jordão» (Gên. 13:10-12; cf. Gên. 13:3,4) parecem indicar o vale do Jordão defronte de Jericó e de Ai, a oitenta ou quase cem quilômetros ao norte da extremidade sul do mar Morto. Talvez so­mente posteriores descobertas arqueológicas mais exatas, se pos­síveis, poderão solucionar esse impasse que R.D. Culver ( The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible, V, pág. 1069) fez aparecer, com essa sua posição, que, de resto, parece extrema­mente lógica. Como é evidente, isso não afeta somente a cidade de Zoar, mas também as outras famosas cidades da planície, Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim.

ZOAR (PESSOAS)Com grafia diferente da de Zoar (cidade) (vide), esse nome, que

significa «nobreza», «distinção», aparece no Antigo Testamento como o apelativo de três personagens, a saber:

1 . O pai de Efrom, o heteu (Gên. 23:8; 25:9). Foi dele que Abraão comprou o campo com a caverna de Macpela. Ele viveu por volta de 1880 A.C.

2 .0 cabeça de uma família simeonita (Gên. 46:10; Êxo 6:15). Ele é denominado Zerá (vide) em Números 26:13; I Crônicas 4:24. Viveu por volta de 1690 A.C.

3. De acordo com o kere (vide) de I Crôn. 4:7, uma família da tribo de Judá. Nossa versão portuguesa, entretanto, diz ali Izar (vide), se­guindo revisões norte-americanas, como a Revised Standard Version.

ZOBÁNo hebraico, o nome desse distrito e reino, na Síria, aparece com

três grafias diferentes, que os estudiosos supõem significar «amarelo brilhante». E alguns vinculam esse nome ou ao «metal amarelo» que era ali fundido, ou aos campos de trigo dourado, que eram plantados nos sopés do monte Líbano, famoso em sua brancura de neves eternas. Na Septuaginta temos a forma grega Soubá.

Zobá era um reino arameu, mencionado nas páginas do Antigo Testamento por catorze vezes: I Sam. 14:47; II Sam. 8:3,5,12; 10:6,8; 23:36; I Reis 11:23; I Crô. 18:3,5,9; 19:6; II Crô. 8:3; Sal. 60 (no título). Sua localização era a nordeste da cidade de Damasco (vide), e ao sul de Hamate (vide), ou seja, na faixa de terras entre os rios Orontes e Eufrates.

Em II Samuel 8:8 há referência ao fato de que Davi obteve uma quantidade apreciável de bronze (cobre? isso corresponderia ao amarelo brilhante que parece ser o sentido do nome) de Betá (vide) e de Berotai (vide) «cidades de Hadadezer» (vide), famoso rei arameu de Arã-Zobá, mencionado por várias vezes em II Sam. 8 e em I Reis 11:23. Berotai talvez seja Bereitan, cidade de épocas posteriores, na região de Biqa’, entre as cadeias do Líbano, que o trecho de Ezequiel 47:1 chama de Berota, na fronteira norte ideal de Israel, entre Damasco e Hamate.

Saul combateu Zobá (I Sam. 14:47). Davi também entrou em con­flito armado contra Hadedezer, de Zobá, e o derrotou, na tentativa bem-sucedida de fixar os limites nortistas do reino de Israel (II Sam. 8:3,5,12; I Crô. 18:3,5,9; Sal. 60, título). Posteriormente, quando Davi teve de defender-se de Amom, entre as forças aliadas aos amonitas havia homens de Bete-Reobe, de Zobá, de Tove e de Maaca. Joabe, o general do exército de Davi, conseguiu sobrepujar esses inimigos coligados (II Sam. 10; I Crô. 19).

Nos dias de Salom ão, Rezom, fug itivo do rei de Zobi, estabeleceu-se em Damasco, e começou a fustigar ao rei de Judá (I Reis 11:23), durante todos os seus dias de governo.

ZOBÁEm I Crô. 11:47 temos, em nossa versão portuguesa, a interpreta­

ção do adjetivo patronímico mesobaith, no hebraico original. Esse adje­tivo indica um povo ou uma localidade atualmente desconhecida. Se nossa versão portuguesa está correta em sua interpretação, então, Jaasiel, a quem o adjetivo é aplicado, era natural de Zobá, um distrito sírio, a nordeste de Damasco e ao sul de Hamate, ou seja, a faixa de terras entre os rios Orontes e Eufrates. Ver o artigo sobre Zobá.

Jaasiel era um dos trinta heróicos guerreiros de Davi, e que o acompanhou quando precisou exilar-se a fim de escapar da ira de Saul.

ZOBEBANo hebraico, afável. Ela era filha de Coz, descendente de Judá

por meio de Calebe, filho de Hur (I Crô. 4:8). Ela viveu em torno de 1430.

ZOELETE, PEDRA DENo hebraico, aben ha-zoheleth. No grego, Líthouto~u Zóeleth.

No hebraico, o sentido provável é «pedra do réptil» ou «pedra de escorregar». Essa pedra é mencionada exclusivamente em I Reis 1:9. Essa era uma pedra ou rocha que havia perto de En-Rogel, uma fonte das proximidades de Jerusalém no vale do Cedrom, perto da qual Adonias, filho de Davi, ofereceu sacrifícios, em sua tentativa abortada de tornar-se rei (ver I Reis 1:9). No hebraico, ha-zoheleth, derivado do verbo hebraico que significa «escorregar» ou «arrastar-se» (cf. Deu. 32:24 e Miq. 7:17). Talvez indique que se podia escorregar pedra abaixo, até dentro da fonte, ou, então, que aquela pedra estivera associada, em algum tempo, ao emblema cúltico da serpente.

ZOETENo hebraico, «corpulento», «forte», embora outros estudiosos pre­

firam dizer que o significado desse nome é desconhecido. Zoete pertencia à tribo de Judá e era filhõ de Isi (I Crô. 4:20). Viveu por volta de 1400 A.C. Ver também sobre Ben-Zoete.

ZOFANo hebraico, embora alguns pensem que o significado da palavra

é desconhecido, outros pensam que se trata de «vigia». Era um homem descendente de Aser. Era filho de Helém e teve seis filhos homens (I Crô. 7:35,36). Viveu em torno de 1570 A.C.

ZOFAINo hebraico, vig ilante. Esse homem era filho de Elcana e irmão

do profeta Samuel (vide). Com a forma de Zofai o seu nome ocorre em I Crô. 6:26. Com a forma de Zufe (vide), aparece em I Crô. 6:35. Ele viveu em torno de 1120 A.C.

ZOFARNo hebraico, «peludo», «áspero». Um dos três amigos molestos

de Jó. Ele é chamado de «naamatita», o que pode significar que ele era natural de Edom. Outros estudiosos pensam que o seu nome deriva-se de uma raiz que significa «saltar», «pular». Na Septuaginta,

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Sophár. Seu nome ocorre por quatro vezes no livro de Jó: 2:11; 11:1; 20:1, e 42:9.

Zofar foi um dos três homens que vieram tentar consolar Jó, no período de humilhação e provação deste. Na verdade, porém, acabaram-no acusando injustamente, com base na antiga teoria de que os ímpios padecem nesta vida terrena como justa retribuição pelas maldades praticadas Se Jó estava padecendo, para eles isso era prova da injustiça dele. Zofar era da tribo de Naamá. O nome «Naamá», na Bíblia, ocorre em Jos. 15:41, como uma das cidades que couberam por herança à triDo de Judá. Mas, visto que muitos crêem que Jó viveu antes mesmo de Abraão, não podemos pensar que Zofar fosse de Judá. Além disso, observando que todos os ou­tros amigos de Jó vieram de lugares de fora da Palestina, muitos estud:osos nãc aceitam que Zofar fosse dessa cidade de Naamá, que acaDou fazendo pane da herança da tribo de Judá, após a conquista da Terra Prometida, mas antes, postulam alguma outra Naamá quaiquer, embora desconhecida. E há também aqueles que pensam que havia uma Naamá em Edom, e que Zofar era natural dessa cidaae.

Zofar falou apenas por duas vezes, nas argumentações entre aqueles homens, em cujo grupo também precisamos acrescentar Eliú (vide), que só falou depois que todos já haviam esgotado os seus argumentos. Essas duas vezes em que Zofar se manifestou aparecem em Jó 11:1-20 e 20:1-29. E, com o silêncio de Zofar, na terceira vez de argumentos, o autor sagrado parece ter daao a enten­der que os argumentos dos molestos amigos do Jó estavam exauri­dos, e eles nada mais tinham para dizer. Zofar foi o mais impetuoso e dogmático dos três amigos de Jó. Ele acusou Jó de dizer palavras vazias, sem nexo: «Porventura não se dará resposta a esse palavrório? Acaso tem razão o tagarela? Será o caso de as tuas parolas fazerem calar os homens? E zombaras tu sem que ninguém o envergonhe?» (Jó 11:2,3). E, em sua segunda carga, Zofar acusou Jo apenas oe estar sofrendo o que suas más ações, embora talvez secretas, mere­ciam: «Poa'entura não sabes tu que desde todos os tempos, oesde que o homem foi posto sobre a terra, o júbilo dos perversos é breve, e a aiegria dos ímpios, momentânea?... Tal é, da parle de Deus. a sorte do homem perverso, tal a herança decretada por Deus (Jó 20:4 5,29). Zofar atirou-se dessa forma contra Jó, porque o julgava um presunçoso, ao manter a sua integridade, quando, segundo todas as aparências, estava sofrendo o justo castigo divino. As palavras de Zofar, pc:s, refletem o exagero nas palavras, um exagero Dróprio de quem está indignado. Mas, apesar desse ataque tão severo, à seme­lhança dos outros dois amigos de Jó, ele prometeu paz e restauração a Jó, sob a condição deste penitenciar-se e desfazer-se de suas iniqüidades: «Se dispuseres o teu coração, e estenderes as tuas mãos para Deus; se lançares para longe a iniqüidade de tua mão, e não permitires habitar na tua tenaa a injustiça; então levantarás o teu rosto sem mácula, estarás seguro, e não temerás. Pois te esquece­rás dos teus sofrimentos...» (Jó. 11:13-16).

Por causa dessa sua atitude, na opinião de alguns teólogos, Zofar desempenhou o papel do teólogo iracundo, que só vê erros e injustiças em seu re d r. Para Zofar, os sofrimentos de Jó ainda eram poucos em face de sua teimosia em negar sua maldade! No entanto, o juízo divino era inteiramente outro. E a apreciação feita pelos três amigos de Jó (Eliú excluído) foi condenada pelo Senhor: «Tendo o Senhor falado estas palavras a Jó, disse também a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e ccntra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó» (Jó 42:7). E foi somente mediante a oraçao intercessória de Jó, em favor de Elifaz, Bildade e Zofar, que a ira do Senhor desviou-se deles.

ZOFIM, CAMPO DENo hebraico, sadeh zophim, «campo dos vigilantes». Uma lo­

calidade no alto do monte Pisga (vide), até onde Balaque condu­ziu Balaão, para que este amaldiçoasse o povo de Israel. Isso aconteceu por volta de 1450 A.C. A única Passagem onde esse

lugar é m encionado é em Núm. 23:14. Ver também sobre Ramataim-Zofim, também chamada Ramá, lugar do nascimento do profeta Samuel (I Sam. 1:1). Modernamente, Zofim tem sido identificada como Tela ’at es-Safa. Alguns estudiosos, entretanto pensam que não se deveria traduzir aquela expressão hebraica como um nome próprio, «Campo de Zofim», e, sim, apenas «cam­po dos vigilantes».

ZOMBAR (ZOMBARIA)Neste verbete alinhamos certo número de palavras hebraicas

que têm o sentido variegado de «rir-se de», «zombar», «insultar», «agir violentamente», etc. E as palavras gregas envolvidas têm os sentidos básicos de «brincar», «virar o nariz» e «zombar».

Esboço:I. Tipos de ZombariaII. Importantes Incidentes Bíblicos de ZombariaIII. Usos MetafóricosI. Tipos de ZombariaNo hebraico:1. Hathal, «enganar», «brincar com». Essa palavra é usada por

dez vezes, segundo se vê, para exemplificar, em Juí. 16:10,13,15;I Reis 18:27 e Jó 13:9.

2. Qalas, «mofar», «escarnecer». Essa palavra é usada por qua­tro vezes: II Reis 2:23; Eze. 22:5; 16:31; Hab. 1:10.

3. Luts, «zombar», «derrisão», «zombaria». Palavra empregada por vinte e duas vezes, conforme se vê, por exemplo, em Pro. 14:9; 21:1; 14:6; 22:10; 24:9; Isa. 29:20. Interessante é que, por uma vez, no particípio essa palavra hebraica é usada com o sentido de «em- Daixador», em II Crô. 32:31. Corresponde ao verbo grego mukterízo

4. Tsachag, «zombar», «brincar com», «rir-se de». Palavra utili­zada por catorze vezes, conforme se vê, para exemplificar, em Gên. 17:17; 18:12,13,15; 19:14; 21:6,9; 39:14,17. Corresponde em parte ao verbo grego geláo, «rir-se» (ver Luc. 6:21,25). Daí deriva-se o nome próprio Isaque.

5. Laaq, «zombar». Palavra que ocorre por vinte e quatro vezes, segundo se vê, por oxemplo, em Jó 11:3; Pro. 1:26; 17:5; 30:17; Jer. 20:7; Eze. 36:4; Osé. 7:16.

6. Alai, «abusar», «insultar». Com esse sentido, esse vocábulo aparece por cinco vezes: Núm. 22:29; Jer. 38:19; Juí. 19:25; I Sam. 31:4; I Crô. 10:4.

7. Sachaq, «rir-se de», «zombar», «brincar». Palavra que ocorre por trinta e cinco vezos, conforme se vê, por exemplo, em Jó 39:22; Lam. 1:7; Jó 12:4; Jer. 15:17; II Crô. 30:10; Ecl. 3:4; Pro. 1:26.

No grego:1. Empaízo, «brincar com», «ridicularizar», «enganar». Termo gre­

go que figura por treze vezes no Novo Testamento: Mat. 2:16; 20:19; 27:29,31,41; Mar. 10:34; 15:20,31; Luc. 14:29; 18:32; 22:63; 23:11,36.

No sentido positivo, essa palavra pode indicar apenas «brincar de».

2. Empaigmoné, empaigmós, «zombadores», «zombar». Essa pa­lavra, nas duas formas, aparece somente por uma vez cada, em II Ped. 3:3 e Heb. 11:36. Nos últimos dias, apareceram «zombadores», pondo em dúvida os valores espirituais e morais, incluindo o ensino sobre a segunda vinda de Cristo. Na referência em Hebreus a idéia é que os mártires são alvos de zombarias e castigos injustos.

3. Empaíktes, «zombadores». Palavra que só aparece por duas vezes: II Ped. 3:3; Jud. 18.

4. Mukterízomai, «torcer o nariz», «zombar». Palavra que ocorre somente por uma vez em todo o Novo Testamento: Gál. 6:7. A alu­são é que Deus não deixa ninguém zombar dele, escapando do merecido castigo.

5. Xleuázo, «escarnecer». Palavra que ocorre apenas por uma vez: Atos 17:32. Literalmente, essa palavra significa «apontar com o beiço».

6. Geláo, «rir-se». Vocábulo que aparece por duas vezes so­mente: Luc. 6:21,25. O substantivo gélos, «riso», aparece somente em Tia. 4:9.

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Z O M B A R (Z O M B A R IA ) — Z O R O B A B E L 5501

li. Importantes Incidentes Bíblicos de Zombaria1. Sansão envolveu-se com uma mulher que lhe foi muito prejudi­

cial. O relacionamento entre eles chegou a envolver a zombaria (ver Juí. 16:10,13).

2. Os inimigos do povo de Israel zombavam deles quando tenta­ram reconstruir Jerusalém e suas muralhas, após o exílio babilónico (Nee. 4:1).

3. Um filho ocasionalmente zombava de seu pai ou sua mãe, algo considerado um pecado seriíssimo em Israel (Pro 30:17).

4. Os inocentes com razão podem zombar de seus adversários acusadores (Jó 22:19).

5. Elias moquejou dos falsos profetas (I Reis 18:27).6. Jeremias foi alvo de znmbarias, por parte de seus inimigos

(Jer. 20:7).7 .0 povo de Israel zombou de Deus, e o resultado foi o cativeiro

babilónico (II Crô. 36:16).8. Deus escarnece dos arrogantes em atitudes e atos (Êxo. 10:2;

I Sam. 8:6; Sal. 2:4; 59:8; Pro. 3:34; Gál. 6:7).9. O homem que não calcula o preço do discipulado cristão e

falha na tentativa de ser discípulo de Cristo é sujeito a zombarias, tal como o homem que começa a construir uma torre mas não tem recursos para terminá-la (Luc. 14:29).

10. Os magos zombaram de Heroaes, enganando-o (Mat. 2:16); e assim foi preservada a vida do menino

11. Os incrédulos zombaram dos que participavam dos fenôme­nos do dia de Pentecostes (Atos 2:13).

12. No Areópago, em Atenas, Paulo e sua mensagem foram escarnecidos (Atos 17:32).

13. Os homens espirituais sempre sofrerão zombarias da parte dos incrédulos (Jud. 18).

14. Os incrédulos zombam da mensagem espiritual (II Ped. 3:3).15. A zombaria está ligada à perseguição e a atos de tortura

(Heb. 11:36).16. Os ímpios pensam poder zombar de Deus, mas sua lei da

colheita segundo a semeadura sempre funciona (Gál. 6:7).17. Jesus previu que seria alvo de zombaria por parte dos solda­

dos romanos, por ocasião da sua crucificação (Mat. 20:19), o que se cumpriu, de fato (Mat. 27:29). Os judeus incrédulos também zomba­ram dele, quando de seu injusto julgamento (Luc. 22:63), tal como fizeram os homens de Herodes (Luc. 23:11), e os soldados, ao pé da cruz (Luc. 23:36).

III. Usos Metafóricos1. Deus zomba dos homens, quando temem que seus juízos lhes

sobrevenham (Pro. 1:26). Não devemos supor, diante dessa expres­são antropomórfica, que Deus assemelha-se aos homens, ao fazer tais coisas. Mas a linguagem ilustra o ridículo da situação dos ho­mens, quando são sujeitados ao julgamento divino.

2. Quando é dito que «de Deus ninguém zomba» (Gál. 6:7), isso significa que ninguém pode fazer de Deus um tolo, ignorando as suas leis.

3. O vinho é zombador, devido aos males que causa, levando os homens a praticarem muitas tolices, caindo na desgraça, na degra­dação física e moral e na violência (Pro. 20.1). Os homens sofrem tudo isso e o vinho então zomba deles, devido à insensatez por eles praticada, por causa de um gole!

4. As palavras e o comportamento errados dos homens zombam de Deus, especialmente quando se mostram inclinados à parcialida­de (Jó 13:9).

ZORÁ1. Nome e Referências Bíblicas. O nome significa “golpe”, “chicota­

da”, “vespa”; uma cidade na tribo de Dã, embora, posteriormente, te­nha ficado dentro dos limites de Judá. A cidade ficava nas regiões baixas (shephela) de Judá. Jos. 19.41; Juí. 13.2; 18.2 a designam a Dã, mas Jos. 15.33 identifica a localização dela como sendo em Judá.

2. Acontecimentos Bíblicos e Zorá. Esta era a cidade natal de Manoá, pai de Sansão (Juí. 13.2). O juiz, Sansão, no início começou

a ser liderado pelo espírito entre Estaol e Zorá, Cu acordo com Juí.13.25. Ele foi enterrado ali quando sua carreira violenta, mas eficaz, acabou (Juí. 16.31). Dã, sempre sob ataque dos filisteus, decidiu mudar para o norte, a Laís, cerca de 40 km ao norte dc mar da Grililéia. Este local ficava próximo a Arã. Os espiões que recomenda­ram a mudança eram de Zorá e de Estaol (Juí. 18.8-11). Reobcão fortificou Zorá (II Crô. 1 1 .f i) para melhorar as condições de seu império do sul (Judá-Benjamim). Após o retorno ao restante de Judá do cativeiro babilónico, Zorá estava entre os lugares que foram nova­mente habitados. A Sarah moaerna. no norte do wadi es-Sarar, mar­ca o antigo local. Ficava cerca de 30 km a oeste de Jerusalém.

ZORATITAS, ZOREUSEsses são os aajetivos locativos ou pátrios pelos quais, em nos­

sa versão portuguesa da Bíblia, são oesignados os habitantes de Zoiá (vide).

ZOROBABELI. Nome e FamíliaII. Caracterização GeralIII. Observações HistóricasIV. RealizaçõesI. Nome e FamíliaNo acádico, seru Babili, que significa “progénie da Babilônia”,

embora este significado seja disputado. Ele é chamado de o fíihc de Sealtielem Esd. 3.3, 8; 5.2; Nee. 12.1; Ageu 1.1, 12, 14: 2.2; Mat. 1.12; Luc. 3.27. Mas em I Crô. 3.19, ele é chamado de filho de Podaías e irmão de Sealtiel. Portanto, há uma confusão que os estudiosos não foram capazes de esclarecer. De qualquer forma, ele era neto de Jeoaiquim (Esd. 3.2; Ageu 1.1; Mat. 1.12; Luc. 3.27), da posteridade de Davi e da tribo de Judá (como afirma Josefo, Am. xi, 3.10).

II. Caracterização GeralZorobabel descendia de Davi e participou no cativeiro babilónico

(ver a respeito). A linhagem real de Judá havia s ig o abolida por esse evento histórico. O Dia Babilónico logo terminou e a Pérsia foi o próxi­mo poder mundial que assumiu Judá (e Jerusalém). Zorobabel tomou- se o governador da província persa chamada de Yehud (Judá) sob Dario I (522-486 A. C.). Ele foi o neto de Jeoaiquim, o oenúltímo rei de Judá (que governou por apenas três meses em 597 A. C.). Esse homem foi preso na Babilônia (II Reis 24.13; II Crô. 36.10). Naquela deportação, quase todos os oficiais e poderes de Judá foram levados ao exílio, juntamente com a maioria dos tesouros do templo. Apenas os pobres foram deixados na terra (II Reis 24.14-16). Então veio o rei Zedequias, o último da linhagem real davídica e, de fato, o último dos reis de Judá, embora tenha sido apenas um fantoche dos babilónicos. Ele “reinou” por 11 anos (597 586 A. C.). Ao rebelar-se contra Nabucodonosor (II Reis 24.20; II Crô. 36.13), provocou outro ataque da Babilônia, com outra deportação. Zedequias (ver o artigo para maiores detalhes) e a família real foram levados a Ribla, onde os filhos do rei foram executados ante seus olhos, e ele foi cegado, e então levado à Babilônia e colocado na prisão. Jerusalém e Judá e o templo de Salomão foram nivelados. Ver II Reis 25.7 e II Crô. 36.

Zorobabel e o sumo sacerdote, Josué, eram os líderes dos exila­dos que retornaram da Babilônia e foram responsáveis pela constru­ção do Segundo Templo. Como Zorobabel descendia aa família real de Davi, tinha certa autoridade para fazer o que fez. Ageu 2.23 o chama de “servo de Yahweh”. Talvez o “ramo” de Zacarias (3.8; 6.12) faça alusão a ele como um tipo de “prévia" de Messias.

O templo havia sido iniciado em 520 A. C., mas não foi acabado até 515 A. C. Zorobabel não foi mencionado como estando presente em sua dedicação (Esd. 6.16-18). Ele pode ter sido removido do poder por causa da ameaça eterna de rebelião em Judá, ou ele pode ter tido uma morte precoce.

Quarenta anos depois da queda de Jerusalém (596 A. C.), a Babilônia foi capturada por Ciro, rei da Pérsia, e Judá tornou-se uma

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província persa (537 A. C.). No ano seguinte, Ciro emitiu um edital que permitia que Judá voltasse a Jerusalém, se desejasse. Muitos ficaram na Babilônia, mas um remanescente que sonhava reconstruir Jerusa­lém retornou. Os que ficaram tiveram de auxiliar os repatriados com dinheiro e bens e fazer doações voluntárias para a reconstrução do templo. Um total de 42.360 retornou, entre eles estava Zorobabel. A viagem de volta era de cerca de 900 km.

Para outros detalhes históricos, ver a seção III, a seguir.III. Observações HistóricasPara a história essencial envolvida, ver a seção II, Caracteriza­

ção Geral.Descrição:1. No primeiro ano de Ciro, Zorobabel viveu na Babilônia e foi o

chefe, a autoridade reconhecida dos exilados enquanto eles ainda estavam lá. Ele provavelmente foi um instrumento da Babilônia para ajudar a manter as coisas sob controle e recebeu o nome aramaico Sesbazar (Esd. 1.8; 5.14,15). A identificação dos dois é questionada por alguns estudiosos. Para maiores detalhes, ver o artigo sobre ele.

2. Quando a Pérsia assumiu o poder sob Ciro, foi natural que Zorobabel (Sesbazar?) tivesse sido indicado como governador dos exilados que retornaram a Jerusalém.

3. Zorobabel liderou a primeira colônia de exilados de volta a Jerusalém, e foi acompanhado pelo sumo sacerdote Josué (Jesuá). Quando eles chegaram a Jerusalém, primeiro construíram um altar no local antigo do templo e restauraram os sacrifícios diários (Esd. cap. 2; 3.1-3).

4. O grande trabalho de Zorobabel foi a reconstrução do templo, para o que aqueles que ficaram na Babilônia contribuíram, como o fez Ciro. A fundação do prédio foi colocada no segundo mês do segundo ano após o retorno deles, realização comemorada com mui­ta pompa e circunstância (Esd. 3.8-13).

5. Os samaritanos, que haviam retornado em pequeno número com os outros exilados, queriam fazer parte do trabalho, mas Zorobabel e as outras autoridades lhes negaram esse privilégio. Eles, incomodados com essa decisão começaram a atiapalhar o trabalho, até mesmo fazendo apelos às autoridades persas. Como resultado, o trabalho do templo foi interrompido pelo restante do reino de Ciro, e por 8 anos na época de Cambises e Smerdis (Esd. 4.1-24). Isto significa que o trabalho foi suspenso por 16 longos anos, durante os quais Zorobabei e outros oficiais de Judá se ocuparam na construção de caras casas para eles mesmos! (Ageu 1.2-4).

6. Motivado pelas ameaças, exortações e profecias de Ageu e de Zacarias, Zorobabei retomou seu trabalho. Seu ajudante constante era o sumo sacerdote, Josué (Jesuá). O novo início ocorreu no se­gundo ano do rei Dario Histaspes (520 A. C.). As autoridades persas locais receberam ordens para ajudar.

7 .0 trabalho do templo agora andava rapidamente, de forma que no terceiro dia do mês adar, no sexto ano de Dario, o templo foi terminado e dedicado com alegria e pompa (Esd. 5.1-6,22). Zorobabei não é mencionado como estando presente, por um dos seguintes motivos: a. um descuido de um escriba; b. ele havia retornado à Babilônia; c. ele havia morrido uma morte precoce, a qual não foi registrada.

8. O Segundo Templo foi terminado em 51b A. C. e durou 585 anos. Foi elaborado de uma forma “remodelada”, virtualmente substi­tuída por Herodes, o Grande (37-4 A. C.). Seu magnífico templo foi destruído pelos romanos (sob Tito) em 70 D. C.

9. Quanto às partes de Esdras e de Neemias em toda essa história, ver os artigos separados sobre eles.

IV. Realizações1. Zorobabel não foi um rei, mas apenas o governador de Judá

indicado por um poder estrangeiro. Embora não tivesse autoridade de rei, pois Juda não era um estado independente, ele se conduziu de maneira real.

2. Enquanto ainda no exílio, ele era um poder unificador e inspirador entre os judeus em sua maior provação.

3. Por causa de seu bom trabalho no exílio, ele foi indicado governador, sob o império persa, para cuidar das coisas em Judá, que se tornou uma província persa sob Ciro e Dario.

Seu companheiro e lider religioso era o sumo sacerdote Josué (Jesuá), sendo assim as questões espirituais não foram negligencia­das. Além de construir o templo, eles também restauraram os diver­sos cursos de serviço levitico e fizeram uma provisão para sua ma­nutenção no ministério, de acorao com as exigências davídicas (Esd. 6.18; Nee. 12.47). Os antigos festivais foram renovados.

5. O registro do remanescente que retornou a Jerusalém, de acordo com sua genealogia (algo sempre muito importante para os judeus), foi realizado (Nee. 7.5).

6. Embora o homem tenha enfraquecido durante a construção do templo, e tenha havido um longo atraso, ele foi sensível às exorta­ções de Ageu e Zacarias, e finalmente renovou seu propósito e ven­ceu.

7. A tradição judaica muito o honrou, falando dele como um homem “reconhecido” (Eclesiástico 49.11). I Esd. 3.1-5:6, que Josefo menciona, fala da sabedoria do homem e até o compara com o profeta Daniel, que tem grande louvor.

ZUARNo hebraico, pequeno. Ele foi o pai do Natanael, chefe da tribo

de Issacar durante as vagueações pelo deserto, em que o povo de Israel se viu envolvido durante cerca de quarenta anos (Núm. 1:8, 2:5; 7:18,23; 10:15). Ele viveu por volta de 1520 A.C. Foi um dos escolhidos para assessorar Moisés no recenseamento que se fez das tribos de Israel.

ZUFENo hebraico, «favo de mel». Ele era um dos antepassados de

Elcana e do profeta Samuel (I Sam. 1:1). Alguns estudiosos têm conjecturado, com base em certos textos gregos, que dizem Zouphei ou Zouphi, em I Crônicas 6:26, que Ramataim-Zofim (vide), que aparece em I Sam. 1:1, talvez esteja alicerçado sobre um nome gentílico, e que faria com que o texto final desse versículo se tor­nasse: «...filho de Toú, um zufita. um efraimita» em vez do que lemos ali: « filho de Toú, filho de Zufe, um efraimita». Em I Crô. 6:26, o nome de Zufe é grafado como «Zofai» (vide). Ele viveu por volta, de 1280 A.C.

ZUFE, TERRA DEEsse era um distrito do território do Benjamim, onde Saul foi

procurar pelos jumentos de seu pai (I Sam. 9:5). Ao que parece Elcana, pai do profeta Samuel, de Ramataim-Zofim, da região mon­tanhosa de Efraim, é oriundo desse distrito. É possível que o nome de família Zufe tenha provido o nome daquele distrito, cuja localiza­ção exata, entretanto, é desconhecida.

ZURNo hebraico, rocha. Há dois homens com esse nome, nas pági­

nas do Antigo Testamento, a saber:1. Um líder midianita, pai de Cosbi, uma mulher que era uma

princesa midianita. Quando ela mantinha contato sexual com um israelita da tribo de Simeão, Cosbi foi morta, juntamente com o israelita, convum único golpe de lança dado por Finéias, quando o Senhor, Deus já havia dado início a uma praga, no acampamento de Israel. Zur viveu em torno de 1500 A.C.

2. Um benjamita, que residia em Gibeom (I Crô. 8:30 e 9:36). Ele era filho de Jeiel e irmão de Quis, o pai de Saul (I Crô. 9:35,36,39). Ele viveu por volta de 1250 A.C.

ZURIELNo hebraico, «Deus é rocha» ou «rocha de Deus». Ele foi um

levita, filho de Abiail. Ele foi chefe dos meraritas, no deserto do Sinai (Núm. 3:35). Ele viveu por volta de 1490 A.C.

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ZURISADAI — ZUZINS 5503

ZURISADAINo hebraico, «o Todo-Poderoso é rocha». Esse homem era pai

de Selumiel, o príncipe da tribo de Simeão, no deserto do Sinai (Núm. 1:6; 2:12; 7:36,41; 10:19). Ele viveu por volta de 1510 A.C.

ZUZINSUma tribo pré-israelita que residia na região da Síria-Palestina.

Eles são mencionados exclusivamente no trecho de Gênesis 14:5, onde figuram como uma das nações que foram derrotadas pelo rei elamita Quedorlaomer.

Embora muitas autoridades equiparem os zuzins com os zanzumins (vide), que são mencionados no livro de Deuteronômio (2:20), outros estudiosos encontram sérias objeções a essa suposi­ção, conforme se vê nos pontos abaixo:

1. Em Gênesis 14:5, os zuzins são mencionados juntamente com os refains (vide), ao passo que em Deuteronômio 2:20, os zanzumins é que são os refains.

2 . O período de tempo passado entre as duas passagens acima é bastante amplo. Quedorlaomer foi um contemporâneo de Abraão (cerca de 1850 A.C.), ao passo que a referência aos zanzumins, de acordo com o mesmo esquema cronológico, já deve ser datada em cerca de 1350 A.C., ou seja, uma diferença de meio milênio. Na

turbulência do período, é extremamente duvidoso que qualquer pe­quena tribo tivesse permanecido unida e em existência durante tanto tempo, em um único local geral.

3. Os zuzins são localizados em Hã (Gên. 14:5), um lugar que não aparece em nenhuma outra passagem da Bíblia. Sabe-se, todavia, que esse lugar ficava localizado cerca de trinta quilômetros a sudoeste de Irbide (Bete-Arbel), mais ou menos à mesma distância a oeste de Ramote-Gileade, no distrito de Aglum.

Embora os zuzins não sejam mencionados por nome em qual­quer outro trecho bíblico, além daquele do livro de Gênesis, a etimologia popular faz derivar o nome deles de uma palavra hebraica que significa «fortes» ou «gigantes fortes». Com base nessa evidência, a Septuaginta diz éthne ischurà, «nações for­tes», ao passo que os pais latinos da Igreja preferem a tradução «gentes fortes». Todavia, há estudiosos que não concordam com essa interpretação.

Ao que parece, eles eram uma das raças de gigantes da antigüi­dade, talvez da mesma origem da raça a que pertenciam Golias e outros gigantes mencionados na época de Davi. Ver o título sobre Golias. Ver também sobre os Refains. Entretanto, muitos estudiosos insistem que não devemos confundir os zuzins com os zanzumins (vide). Ver também sobre os Emins.