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Universidade Estadual de Londrina GREISSY LOPES DOS SANTOS Londrina 2016 AGREGADO TRIÓXIDO MINERAL (MTA) NA PULPOTOMIA DE MOLARES DECÍDUOS

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Universidade

Estadual de Londrina

GREISSY LOPES DOS SANTOS

Londrina 2016

AGREGADO TRIÓXIDO MINERAL (MTA) NA PULPOTOMIA DE MOLARES DECÍDUOS

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GREISSY LOPES DOS SANTOS

AGREGADO TRIÓXIDO MINERAL (MTA) NA PULPOTOMIA DE MOLARES DECÍDUOS

Trabalho Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgião Dentista.

Orientadora: Profª. Drª. Cássia Cilene Dezan Garbelini

Londrina

2016

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GREISSY LOPES DOS SANTOS

AGREGADO TRIÓXIDO MINERAL (MTA) NA PULPOTOMIAS DE MOLARES DECÍDUOS

Trabalho Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgião Dentista. Orientadora: Profª. Drª. Cássia Cilene Dezan Garbelini

BANCA EXAMINADORA

Orientadora: Profª. Drª.Cássia Cilene

Dezan Garbelini. Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dra. Farli Aparecida Carrilho Boer.

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 05 de Dezembro de 2016.

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DEDICATÓRIA

A Deus, pois sem Ele nada somos, por ser o autor da minha história, e permitir que eu tivesse forças para chegar até aqui. A minha amada mãe por não ter medido esforços para que meu sonho se realizasse. Aos meus queridos tios Cida e Dime pelo apoio e incentivo. A minha avó Dona Lourdes, por ser matriarca dessa Grande Família que me espelham em princípios e são meu alicerce e que tanto amo.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu querido irmão Junior por me presentear com duas lindas sobrinhas,

Ana Lívia e Sara, que tanto amo e me fortalecem para lutar e dar um futuro melhor a

elas. A minha querida tia Lurdinha que sempre esteve ao meu lado acreditando em

mim até quando eu mesma não acreditava. Ao meu tio e padrinho João pelo apoio e

honradez. Aos meus tios Ze, Silvana, Simone, Du, Nil, Regi, Tereza, Quiel, por

estarem ao meu lado. Agradeço a todos meus primos, em especial ao Rafa pelo apoio,

a Amanda, Bruna e Beatriz pela parceria, conselhos, e descontração em momentos

de tensão. Agradeço a minha instituição Universidade Estadual de Londrina, ao

colegiado do Curso e a todo corpo docente que me habilitaram e capacitaram para

que me tornasse Cirurgiã Dentista. Em especial às Professoras: Nezinha, que foi

como uma mãe nos momentos em que precisei. Cecília, pelos conselhos que foram

cruciais para que eu tomasse a decisão de seguir a especialidade de odontopediatria.

Wanda Frossard Garbelini que me deu a oportunidade de conviver com os

pacientezinhos pediátricos que tanto amo. Agradeço imensamente a minha

orientadora Cássia C. Dezan Garbelini, por ter aceitado me orientar nesse trabalho,

Foi uma honra imensurável ser orientanda de uma profissional respeitada e que tanto

admiro. E a minha co-orientadora Suéllen Priscilla Rodrigues, por não medir esforços

em me ajudar na elaboração desse trabalho, agradeço grandemente a oportunidade

de atender ao seu lado. Você é uma profissional cuidadosa, amorosa, e dedicada e

ao seu lado aprendi a amar, ainda mais, essa especialidade linda, a odontopediatria.

Espelho-me muito em você, portanto não tenho palavras para agradecer tudo o que

fez por mim e pelo nosso trabalho, que Deus te abençoe sempre. A professora Farli

Boher, por ter aceitado fazer parte dessa banca, ao Professor Antonio Ferelle por toda

ajuda e por ter compartilhado um pouco do seu conhecimento. Respeito muito que o

senhor representa para a odontopediatria, portanto é uma honra tê-lo conosco nesse

trabalho. A bebê clínica e toda sua equipe que me deu a oportunidade de convier e

aprender, mas em especial ao professor Dr Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter, (que

infelizmente nos deixou esse ano) que foi o precursor desse projeto que mudou a

odontopediatria, não só na UEL, como do mundo. Indescritível ter conhecido o Senhor

pessoalmente, obrigada por tudo que fez por nós. Agradeço a todos os funcionários

da clínica odontológica universitária da UEL, que tanto convivi e se tornaram minha

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segunda família. A todos os pacientes que fizeram parte dessa jornada, e permitiram

que eu exercesse minhas habilidades, transmitisse meu conhecimento e troca de

experiências, alguns de vocês me marcaram para sempre. Agradeço as minhas

amigas de infância: Luciane, Aline, Laianna, Ana Beatris e Priscila, as minhas amigas

de colégio: Maria Fernanda, Mariane e Francielly, que confiarem em mim e

permaneceram ao meu lado, compreendendo minha ausência decorrente aos

estudos. A minha segunda família que construí dentro do curso, em especial ao Bruno

Bevenuto, Ana Paula Matias, Camila Salvador, Talyta Duarte e Camila Hirata,

obrigada por tornarem meus dias melhores, crescerem comigo, pelos conselhos, risos

e choros. Obrigada a minha dupla, irmã de alma Fernanda Gimenez, sem você eu não

teria forças para concluir essa etapa. Agradeço pela amizade, carinho, conhecimentos

compartilhados e por me fazer rir todos os dias. Levarei vocês comigo para sempre

em meu coração.

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“Eu ouço: filho meu, chegou a tua hora de brilhar...”

SANTOS, Greissy Lopes dos. Agregado Trióxido Mineral (MTA) na pulpotomia de molares decíduos. 30 fls. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016.

RESUMO

A pulpotomia consiste em manter parte dos tecidos pulpares sadios, principalmente em dentes com rizogênese incompleta, preservando assim sua função até a exfoliação e erupção do permanente. Conforme as diretrizes da American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD), a pulpotomia é executada no dente decíduo quando há lesão de cárie extensa, sem eminência de patologia radicular, ou quando durante a sua remoção ocorra exposição pulpar. Para o sucesso do tratamento é necessário uma boa realização da técnica de amputação da polpa coronária, que o material obturador utilizado apresente propriedades biocompatíveis com os tecidos dentários, e que após o tratamento, o dente permaneça sadio. Atualmente, os materiais mais  utilizados em pulpotomia são: o formocresol e o MTA. O objetivo desse trabalho foi, com base na revisão de literatura, relatar o desempenho clínico e radiográfico do MTA na pulpotomia de molares decíduos. Foi realizada uma revisão de literatura, com busca na base de dados PUBMED, sobre a técnica de pulpotomia em dentes decíduos com a utilização do MTA como material obturador comparado ao formocresol, bem como estudos que descrevessem os sucessos clínicos e radiográficos, e eficácia do MTA. O formocresol atua promovendo desvitalização com fixação da polpa coronária. Porém, recentes pesquisas apontam sua toxicidade e poder carcinogênico. Em contrapartida, o MTA tem se mostrado excelente material obturador e possui a capacidade de promover a regeneração dos tecidos. Estudos tem demonstrado sucesso clínico e radiográfico do MTA em torno de 98% - 100%, o que o torna um excelente material de escolha para pulpotomias em molares decíduos, podendo ser um substituto ao formocresol. Palavras-chaves: Pulpotomia. Dentes decíduos. Materiais dentários.

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SANTOS, Greissy Lopes dos. Mineral Trioxide Aggregate (MTA) for pulpotomies of primary molars. 2016. 30 fls. Thesis of University Degree (Undergraduate Dentistry) - State University of Londrina, Londrina, 2016.

ABSTRACT

A pulpotomy consists of maintaining healthy the root pulp tissues, especially in teeth with incomplete rhizogenesis, thus maintaining its function until exfoliation and permanent eruption. According to the guidelines of the American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD), pulpotomy is performed on deciduous tooth when there is extensive caries lesion, no eminence of radicular pathology, or when pulp exposure occurs during removal. For treatment success, a good performance of amputation technique of coronary pulp is necessary, and the pulpotomy agent must present biocompatible properties with dental tissues and that after treatment, the tooth remains healthy. Most commonly used agents of pulpotomy are: formocresol and MTA. The aim of this study is, based on literature review, to report clinical and radiographic performance of MTA as pulpotomy agent on primary molars. A literature review was carried out, with search at PUBMED database, about pulpotomy technique in primary teeth using MTA as pulpotomy agent compared to formocresol, as well as studies describing clinical and radiographic successes and efficacy of MTA. Formocresol acts promoting devitalization with fixation of coronary pulp. However, recent research points to its carcinogenic efficacy. In contrast, MTA has proven to be excellent pulpotomy agent and possesses the ability to promote tissue regeneration. Studies have shown clinical and radiographic success of MTA around 98% - 100%, what makes it an excellent material of choice for pulpotomies in primary molars, being able to be substitute for formocresol. Keywords: Pulpotomy. Primary tooth. Dental Cements.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

AAPD American Academy of Pediatric Dentistry

CLOR Copaifera Langsdorffii Oil Resin

EC Eletrocirurgia

ECR Ensaio clínico randomizado

EMD Enamel Matrix Derivate

FC Formocresol

GMTA Agregado Trióxido Mineral Cinza

HC Hidróxido de Cálcio

Ht Histológico

MTA Agregado Trióxido Mineral

MD Molar Decíduo

Pptmia Pulpotomia

Rd Radiográfico

RR Risco Relativo

SF Sulfato Férrico

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Revisão de Literatura .............................................................................. 16

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 14

2.1 OBJETIVO............................................................................................................ 14

2.2 METODOLOGIA .................................................................................................... 14

3 RESULTADO ......................................................................................................... 15

4 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 22

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 24

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25

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1 INTRODUÇÃO

A terapia pulpar tem como objetivo manter a vitalidade e integridade dos dentes

e dos tecidos de suporte, mantendo o dente clinicamente funcional (FUKS, 2000),

sendo a pulpotomia uma técnica conservadora muito utilizada em odontopediatria

(NUNN; SMEATON; GILROY,1996; ROBERTS,1996; FUKS et al.,1997). De acordo

com a American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD) a pulpotomia é indicada em

casos de lesão cariosa extensa, sem indícios de patologia radicular, ou quando

durante sua remoção ocorra uma exposição pulpar acidental (SMITH; SEALE; NUNN,

2000; HUTH et al., 2005; AMERICAN ACADEMY ON PEDIATRIC DENTISTRY, 2014).

Sendo assim, a pulpotomia consiste em manter a porção radicular dos tecidos

pulpares sadios, principalmente em dentes com rizogênese incompleta e com ápices

não fechados totalmente, mantendo assim sua função até a exfoliação e erupção do

sucessor permanente (FUKS, 2002).

Para que um dente possa ser submetido a esta terapia, é necessário que o

mesmo esteja vital, e inflamado na porção da polpa coronária, quer seja por cárie,

ações mecânicas ou traumas, e que não apresente lesão apical (GOLDBERG;

MASSONE; SPIELBERG, 1984; GARCÍA-GODOY; RANLY, 1987; SMITH; SEALE;

NUNN, 2000; HUTH et al., 2005).

A técnica da pulpotomia resume-se em amputação da polpa coronária, onde o

remanescente pulpar é tratado e preservado (SMITH; SEALE; NUNN, 2000; FUKS,

2002; HUTH et al., 2005; RODD et al., 2006). Para que o sucesso do tratamento ocorra

é necessário que o material obturador tenha propriedades biocompatíveis com os

tecidos dentários, e, que após executado, o dente permaneça sadio, sem

sintomatologia dolorosa, sem edema e/ou reabsorção (HUTH et al., 2005).

O material escolhido para a técnica de pulpotomia pode causar: a)

desvitalização dentária onde ocorre a mumificação ou cauterização dos tecidos; b)

preservação da vitalidade pulpar que objetiva-se o mínimo de injúria ao tecido e não

há indução da formação de dentina reparadora; c) regeneração pulpar com ou sem

formação de tecido reparador onde o remanescente pulpar deverá manter-se vital e

protegido por dentina e odontoblastos. (RANLY, 1994; CHIBINSKI; CZLUSNIAK,

2011). Tendo em vista as indicações dos materiais, os mais utilizados em pulpotomia

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de dentes decíduos são o formocresol que tem ação de desvitalização do elemento

dentário, e o MTA que tem a capacidade de promover a regeneração dos tecidos.

O formocresol tem sido utilizado no tratamento de pulpotomias em dentes

decíduos há décadas, sendo considerado parâmetro na comparação com outros

medicamentos (PRIMOSCH et al., 1997; VIJ et al., 2004; SRINIVASAN; JAYANTHI,

2011). Porém, pesquisas recentes expressam dúvidas quanto ao uso do formocresol,

que pode produzir respostas pulpares inflamatórias e necrose, conferir citotoxidade e

distúrbios sistêmicos, produzir respostas imunológicas e causar câncer na nasofaringe

(LEWIS; CHESTNER, 1981; GARCÍA-GODOY, 1982; WU; WANG; CHANG, 1989;

HILL et al., 1991; IARC, OMS- 2004; NOOROLLAHIAN, 2008). Surge cada vez mais

a necessidade em criar materiais cada vez mais biocompatíveis e seguros.

O MTA por outro lado, é considerado um material novo, foi desenvolvido por

Mahmoud Torabinejad, na Universidade de Loma Linda, Califórnia/EUA (CHIBINSKI;

CZLUSNIAK, 2011). Foi utilizado pela primeira vez em 1995, por Torabinejad et al.,

como barreira apical em dentes permanentes e se demonstrou excelente

(TORABINEJAD, 1995).

O MTA tem capacidade de induzir a formação de tecido mineralizado e possui

propriedades biocompatíveis. (EIDELMAN; HOLAN; FUKS, 2001). Sua radiopacidade

é superior à dentina, o pH é alcalino, possui ótima capacidade de vedação (Al-

HEZAIMI et al., 2005) e não possui potencial mutagênico, além de conferir boa

resistência à compressão (CHIBINSKI; CZLUSNIAK, 2011; SRINIVASAN; JAYANTHI,

2011).

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2DESENVOLVIMENTO

2.2 OBJETIVO

Relatar o desempenho clínico e radiográfico do MTA na pulpotomia de molares

decíduos, com base na revisão de literatura.

2.3 METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão de literatura, com busca na base de dados PUBMED,

sobre a técnica de pulpotomia em dentes decíduos com a utilização do MTA como

material obturador comparado a outros materiais. Bem como estudos que

descrevessem os sucessos clínicos e radiográficos, e eficácia do MTA. Os descritores

utilizados foram: Pulpotomy; Tooth Deciduous; Mineral Trioxide Aggregate.

Foram incluídos nesta revisão: ensaios clínicos randomizados, ensaios clínicos

e revisões bibliográficas sistemáticas, e selecionados artigos publicados com critérios

da qualis superior ou igual a B2.

Seguindo os critérios de seleção, enquadrados nesta revisão, 30 artigos foram

incluídos. Com datas de publicação a partir de julho de 2004 a setembro de 2016.

Após revisão dos artigos encontrados na literatura, foram discutidos os

resultados a fim de se avaliar o sucesso dos tratamentos com MTA em comparação

com as pulpotomias realizadas com outros materiais.

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3 RESULTADO

Dentre os artigos encontrados, seguindo os critérios de inclusão, tivemos um

total de 30 (n=30). Nos quais 17 foram ensaios clínicos randomizados, sendo 7

comparando a eficácia entre formocresol (FC) e Mineral Trioxide Aggregate (MTA), 1

onde compara a ação e efeitos entre, Biodentine™, ProRoot® e Tempophore™ , 1

que analisa os efeitos e diferenças entre SF, MTA e Glutaraldeído, 1 que compara a

ação entre FC, MTA, Portland Cement e Enamel Matrix Derivative, 2 ensaios clínicos

onde compara os efeitos entre MTA e Biodentine™, 1 que analisa a eficácia entre

MTA, Sulfato Férrico (SF) SF sem eugenol e FS/MTA, 2 que demonstra os efeitos do

Grey Mineral Trioxide Aggregate (GMTA) e FC e 1 que analisa e compara a ação entre

Copaifera langsdorffii oil resin (CLOR), MTA e FC e 1 ensaio clínico onde compara os

efeitos entre FC, WMTA e GMTA. De n=30, 2 foram ensaios clínicos randomizados

controlados, sendo 1 sobre ProRoot MTA e OrthoMTA e RetroMTA e o outro sobre

MTA e FC. Revisão sistemática obtivemos 4, sendo que em todas avaliaram a eficácia

e ação entre MTA e FC, MTA e SF e MTA e Hidróxido de cálcio (HC). De n=30, 5

foram revisões sistemáticas e meta-análise, 3 que evidencia a ação entre FC e MTA,

1 que analisa FC, MTA, HC, SF e Eletrocirurgia (EC), e 1 que demonstra os efeitos do

MTA, FC e SF. 2 estudos in vitro foram encontrados, sendo um que analisa os efeitos

entre MTA e WMTA, e outro onde avalia a taxa de toxicidade do FC,SF e CEM.

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Tabela 1- Revisão de literatura

Autor, Ano de publicação

Tipo de estudo

Materiais pesquisados

Objetivo Resultado

Aeinehchi, M. et al., 2007

Ensaio clínico randomizado controlado

MTA

X

FC

Comparar o desfecho após seis meses da aplicação de FC ou MTA durante a pulpotomia em molares decíduos.

Não houve diferença clínica e Rd (três meses); Reabsorção radicular interna FC e nenhuma com MTA (seis meses);

Sinais Rd de infecções pós tratamento: 4 casos FC e nenhum com MTA.

Agamy, H. A, et al., 2004

Ensaio clínico randomizado

FC X WMTA X GMTA

Comparar os sucessos relativos do FC, WMTA e GMTA por meio de ex. clínicos e Rd e Ht, utilizados em Pptmia de MD.

Sucesso clínico e Rd em ambos os materiais. Obliteração do canal: WMTA 6,25% e GWMTA 59,9%.

Airen P.; Shigli, A.; Ayiren, B., 2012

Ensaio clínico randomizado

MTA X FC Avaliar a evolução clinica e Rd do MTA em Pptmia de MD comprado com o FC.

Clínico: MTA 97%; FC 88,6%

Radiográfico (Rd): MTA 85%; FC 54,3 %.

Al-Dlaigan, Y. H., 2015

Revisão sistemática de literatura

MTA X FC X HC

Revisar a história e a literatura científica publicada sobre medicamentos usados em pulpotomia de MD.

Abordagens controversas, resultados variáveis de sucesso clínico e radiográfico.

Cuadros-Fernández, C. et al., 2016

Ensaio clínico randomizado

MTA

X

Biodentine™

Comparar os resultados clínicos preliminares obtidos com Biodentine™ e MTA como agentes de Pptmia em MD.

Sucesso clínico: MTA 92%

Biodentine 97%.

Sucesso Rd:

MTA 97%

Biodentine 95%.

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Doyle, T.L., et al., 2010

Ensaio clínico randomizado

MTA (1)

SF (2)

SF sem eugenol (3)

FS/MTA (4)

Investigar os resultados da Pptmia em MD quando não há contato direto entre eugenol e a polpa vital. Foram comparadas quatro técnicas de pulpotomia: SF; FS sem eugenol; MTA; FS/MTA.

Os resultados clínicos e radiográficos do MTA foram superiores ao SF e ao SF sem eugenol.

Eidelman E.; Holan, G; Fuks, A. B, 2001

Ensaio clínico randomizado

MTA X FC Comparar o efeito do MTA com o FC na Pptmia em MD com exposição pulpar, decorrente de cárie extensa.

Obliteração pulpar: MTA 41%;

FC 13%.

Elkhadem, A; Sami, I., 2014

Revisão sistemática

MTA x FC (1)

MTA X SF (2)

MTA X HC (3)

Avaliar as técnicas de tratamento pulpar em molares decíduos, e avaliar os efeitos do MTA comparados a FC, SF e HC em pulpotomia.

(1) MTA apresentou menos falhas Rd e clínicas; (2) MTA superior clínico e Rd; (3) MTA apresentou menos falhas clínicas, Rd e globais. * valores não estatisticamente significativos.

Goyal, P., et al., 2016

Ensaio clínico randomizado

SF X MTA X Glutaraldeído

Avaliar e comparar a eficácia do SF, MTA e Glutaraldeído como medicamentos em pulpotomia (Pptmia) de molares decíduos.

Radiolescência de furca: SF 70%; Glutaraldeído 100% e MTA não apresentou;

Resultados gerais: SF 9,1%; Glutaraldeído 57% e MTA 100%.

Holan, G.; Eidelman,

E.; Fuks A. B., 2005

Ensaio clínico randomizado

MTA X FC Avaliar os efeitos do MTA como material curativo após Pptmia em molares decíduos cariados e compará-los com os do FC.

MTA 97%;

FC 83%.

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Kang, C. M.,.

et al., 2015 Ensaio randomizado controlado

ProRoot MTA(1)

OrthoMTA(2)

RetroMTA(3)

Determinar a eficácia clínica do OrthoMTA e RetroMTA, comparados com o ProRoot MTA convencionalmente utilizado, em pulpotomia de MD.

Sucesso clínico: (1) 100%; (2) 97,4%; (3) 100%.

Sucesso Rd: (1) 94,7%; (2) 94,7%; (3) 100%.

Kowsari, A.; Azadedel, S. H.; Akhondi, N., 2007

Ensaio clínico randomizado

MTA X FC Comparar a taxa de sucesso da pulpotomia com MTA (feita no Irã) e FC em molares decíduos.

Taxas de falhas: MTA 85,8% e FC 93,3%.

* sem diferenças estatisticamente significativas.

Marghalani, A. A.; Omar S.; Chen, J. W., 2014

Revisão sistemática e meta-análise

MTA X FC Comparar o sucesso clínico e Rd de longo prazo do uso do MTA e FC, em Pptmia de MD.

MTA apresentou sucesso radiográfico melhores.

Mettlach, S. E. et al., 2013

Ensaio clínico randomizado

GMTA X FC Testar a hipótese de que não há diferença significativa nos resultados clínicos e Rd FC comparado com a Pptmia de GMTA em MD.

Dentes com FC 5,1 vezes mais probabilidade de apresentar falhas.

Musale, P. K.; Soni, A. S, 2016

Ensaio clínico randomizado

CLOR* X WMTA X FC

Avaliar os resultados clínicos e Rd da CLOR como um medicamento de Pptmia comparado com FC e WMTA.

Clínico: sucesso em todos os materiais;

Radiográfico: CLOR 76%; WMTA 88,23%; FC 90,91% de sucesso.

NG, F. K, Messer, L. B., 2008

Revisão sistemática

MTA X FC (1)

MTA X SF (2)

MTA X HC (3)

Por meio da odontologia baseada em evidência, comparar os efeitos entre MTA, SF e HC na Pptmia de MD.

(1) MTA superior clínico e Rd;

(2) MTA superior clínico e Rd;

(3) MTA melhor sucedido clinico e Rd.

Noorollahian, H., 2008

Ensaio clínico randomizado

MTA X FC Comparar os efeitos do MTA e FC como agentes de pulpotomia.

MTA 94%;

FC 77,8 %.

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Omar, S., 2015

Revisão sistemática meta-análise

MTA

X

FC

X

SF

Realizar uma revisão sistemática e uma meta-análise de rede, comparando os desfechos clínicos e Rd na pulpotomia de molares decíduos entre MTA, SF, FC.

Clínico: FC melhores resultados comparado ao HC. O MTA melhores resultados clínicos que FC e HC.

Rd: MTA melhor resultado comparado ao FC, SF e HC. O HC apresentou mais falhas clínicas e Rd do que FC e o SF.

Peng, L., et al., 2006

Meta análise MTA X FC Por meio de meta-análise, comparar os efeitos clínicos e Rd do MTA e FC em Pptmia de MD.

MTA produziu menos respostas indesejáveis.

Rajasekharan, S. et al., 2016

Ensaio Clínico randomizado

Biodentine™

(1)

ProRoot® (2)

Tempophore™

(3)

Comparar a eficácia clínica e radiográfica de BiodentineTM, ProRoot® WMTA e Tempophore™ em Pptmia de MD cariados.

Sucesso clínico: (1) 95,24%; (2) 100%; (3) 95,65%.

Sucesso Rd: (1) 94,4%; (2) 90,9%; (3) 82,4%.

Ribeiro, D. A., et al., 2005

Estudo in vitro MTA X WMTA Examinar a genotoxicidade e citotoxicidade do WMTA e MTA convencional in vitro pelo teste do cometa e teste de exclusão pelo azul de tripan.

Ambos não apresentaram diferenças quanto a citotoxidade; ambos não são genotoxinas.

Samiei, M., et al., 2015

Teste in vitro FC

FS

CEM*

Comparar os efeitos mutagênicos de três agentes de pulpotomia: CEM, FC e SF, por meio do teste de Ames.

FC alta taxa de toxicidade;

SF tóxico e mutagênico.

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Shirvani, A., Asgary S. 2014

Revisão sistemática e meta análise

MTA X FC Revisar sistematicamente ECRs que investigaram os efeitos do MTA e FC nas Pptmias de MD. E avaliar também, o prognóstico quanto ao RR por meio de meta-análise regressiva.

MTA demonstrou maior sucesso comparado ao FC.

Smaïl-Faugeron, V. et al., 2014

Revisão sistemática

MTA x FC (1)

MTA X SF (2)

MTA X HC (3)

Avaliar os efeitos de diferentes técnicas de tratamento pulpar e medicamentos associados para o tratamento de cárie extensa em dentes decíduos.

(1) MTA reduziu falhas clínicas e Rd e formou ponte de dentina.

(2) MTA apresentou menos falhas clínicas e Rd.

(3) MTA superior clínico e Rd.

Srinivasan, D.; Jayanthi M. 2011

Ensaio clínico randomizado

MTA X FC Avaliar e comparar o MTA e FC como medicamentos de Pptmia com avaliações clínicas e Rd e suas características histológicas.

MTA formação de barreira dentinária;

FC aumento de células inflamatórias e zona de atrofia.

Stringhini Junior E. et al.,

2015

Revisão sistemática e meta análise

FC X MTA X CH X SF X EC

Avaliar a evidência científica de pulpotomia em dentes decíduos comparando o MTA, HC, SF e EC com FC.

Sucesso clínico e Rd: MTA 96,6%; FC 87,4. SF e EC semelhantes ao FC. HC não apresentou evidências para ser utilizado em pulpotomias de MD.

Subramaniam, P. et al., 2009

Ensaio clínico randomizado

MTA X FC Avaliar clinico e Rd o MTA na Pptmia de MD e compará-lo com o FC.

MTA 95%;

FC 85%.

Sushynski, J. M. et al., 2012

Ensaio clínico randomizado

GMTA X FC Avaliar os resultados por 2 anos do FC em comparação com GMTA como medicamentos de pulpotomia de MD.

Clínico: sem diferenças estatísticas.

Rd: menor sucesso com FC (p<0,01);

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21

Fonte: A própria autora.

Togaru, H. et al., 2016

Ensaio clínico randomizado

MTA

X

Biodentine™

Avaliar e comparar clínico e Rd Biodentine™ e MTA como agentes de Pptmias em MD.

Ambos com alta taxa de sucesso 95,5%. Sem diferença estatisticamente significativa.

Yildirim, C.. et al., 2016

Ensaio clínico randomizado

(1) FC

(2) MTA

(3) Portland Cement

(4) Enamel Matrix Derivative

Avaliar e comparar resultados clínicos e Rd de 4 materiais: FC, MTA, PC e EMD usados em pulpotomias de MD.

Sucesso clínico: (1) 96,9%; (2) 100%; (3) 93,9%; (4) 93,3%.

Sucesso Radiográfico: (1) 84,4%; (2) 93,9; (3) 86,7%;(4) 78,1%.

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22

4 DISCUSSÃO

O formocresol (FC) tem sido amplamente utilizado como um medicamento de

escolha para pulpotomia em dentes decíduos nas últimas décadas, e é considerado

um material parâmetro na comparação com outros medicamentos (PRIMOSCH et al.,

1997; VIJ et al., 2004; SRINIVASAN; JAYANTHI, 2011). O FC tem a capacidade de

fixação da polpa e ação bactericida (GARCÍA-GODOY; RANLY, 1987). Após

penetração nos tecidos, sobre a área fixada são formadas uma zona necrótica e uma

zona de reação inflamatória respectivamente. Sendo assim, o FC não pode ser

considerado um agente biológico, pois após sua aplicação nos cotos pulpares, não

ocorre regeneração e nem reparação pulpar.

Outra categoria de materiais utilizados em pulpotomia são os materiais à base

de silicato tricálcio, como exemplo o Biodentine™ que é comercializado como um

“bioativo substituto dentinário”. Esta categoria de materiais possuiu ótimas

propriedades físicas e biológicas, tais como manuseio do material simplificado, tempo

de presa, aumento da densidade e diminuição da porosidade, além de induzir a

formação de dentina reparadora (RAJASEKHARAN et al., 2016).

Pastas a base de iodofórmio têm sido recomendadas em pulpotomias de

molares decíduos, devido sua atividade antimicrobiana e reabsorção (CERQUEIRA et

al., 2008). Tempophore™ entra nessa categoria sendo que Boeve & Dermaut (1982)

concluíram após estudos em que ele obteve uma taxa de sucesso de 87%. García-

Godoy e Ranly (1987) consideraram Tempophore™ uma escolha biologicamente mais

satisfatória quando comparado ao FC.

Sulfato Férrico (SF) também é um material que pode ser utilizado em

pulpotomias de molares decíduos. Possui uma ótima ação de hemostasia e uma

excelente vantagem quanto ao tempo de aplicação, cerca de 30 segundos

(EIDELMAN et al., 2001), considerando que em odontopediatria pode ser difícil o

manejo e o controle do comportamento do paciente.

A maioria dos estudos encontrados na literatura revela uma maior prevalência

de sucesso do MTA, utilizados em pulpotomias de molares decíduos, comparados a

outros materiais. Goyal et al. (2016) em seu ensaio clínico randomizado avaliou e

comparou os efeitos clínicos e radiográficos do Sulfato férrico (SF), Glutaraldeído e

MTA em noventa molares, divididos igualmente em três grupos. Após

acompanhamento de um, três e seis meses, concluiu que o MTA exibiu resultados

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clínicos e radiográficos melhores não apresentando nenhum caso de falha, seguidos

por SF com 15,5% e Glutaraldeído 2% de sucesso.

Partindo-se da hipótese de que não há diferença no resultado do tratamento

entre Biodentine™, ProRoot®(WMTA) e Tempophore™, usados como agentes de

pulpotomias de molares decíduos, Rajasekharan S et al. (2016), após ensaiou clínico

randomizado, observaram taxas de sucesso clínico de 95,24%, 100% e 95,65%,

respectivamente. Sucesso radiográfico foi observado em 94,4% do grupo de

Biodentine™, 90,9% no ProRoot® e 82,4% no Thempophore™ . Sendo assim, os autores

concluíram que a hipótese nula foi aceita, pois não houve diferenças significativas

entre os três materiais pesquisados (REJASEKHARAN et al., 2008).

O WMTA surgiu como uma melhoria do MTA cinza (GMTA) para melhorar a

estética nos dentes anteriores. Os tradicionais MTAs cinzas acabam por escurecer a

coroa do elemento dentário. Os principais componentes do MTA branco são o silicato

tricálcico, silicato dicálcico, aluminato tricálcico, sulfato de cálcio di-hidratado, e óxido

de bismuto (DENTSPLY TULSA DENTAL, 2001).

Porém, Agamy et al. (2004), em seu estudo após 12 meses de prognóstico, o

GMTA não apresentou alterações clínicas ou radiográficas (100% de sucesso), sendo

que no grupo dos dentes decíduos tratados com WMTA após o mesmo período, foi

observado 4 casos de falhas (80% de sucesso).

Ainda dentro da categoria dos MTAs, é encontrado o OrthoMTA, (BioMTA,

Seoul, Korea) que foi desenvolvido inicialmente como um material para preenchimento

do canal radicular, possui uma ótima capacidade de vedação e baixa taxa de

expansão (KANG et al, 2015).

Em um estudo realizado em 2015, por Kang et al., no qual avaliou os resultados

clínicos e radiográficos, bem como as diferenças encontradas entre ProRoot,

OrthoMTA e RetroMTA, encontraram sucesso clínico de 100%, 97,4% e 100%,

respectivamente. Concluindo que embora fosse observado sucesso em todos os

materiais, as taxas encontradas foram praticamente indistinguíveis entre os três

diferentes tipos de MTA. Podendo ser consequência de uma boa execução da técnica

de pulpotomia em molares decíduos, utilizando adequadamente os recentes materiais

desenvolvidos (KANG et al., 2015).

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5 CONCLUSÃO

De acordo com a literatura consultada, e considerando que mais estudos

ainda são necessários, o MTA pode ser considerado uma boa opção como substituto

ao formocresol, na pulpotomia de molares decíduos.

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