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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS
KARINE MARIA MARTINS BEZERRA CARVALHO
A RESINA DE Protium heptaphyllum E SEU PRINCIPAL CONSTITUINTE, A
MISTURA DE TRITERPENOS ALFA E BETA-AMIRINA, PREVINE M A
OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA EM CAMUNDONGOS:
EVIDÊNCIAS E POTENCIAIS MECANISMOS
FORTALEZA
2015
KARINE MARIA MARTINS BEZERRA CARVALHO
A RESINA DE Protium heptaphyllum E SEU PRINCIPAL CONSTITUINTE, A
MISTURA DE TRITERPENOS ALFA E BETA-AMIRINA, PREVINEM A OBESIDADE
INDUZIDA POR DIETA EM CAMUNDONGOS:
EVIDÊNCIAS E POTENCIAIS MECANISMOS
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Medicida da UFC, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Ciências Médicas.
Orientadora: Profa. Dra. Flávia Almeida Santos
FORTALEZA
2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências da Saúde
C321r Carvalho, Karine Maria Martins Bezerra.
A resina de protium heptaphyllum e seu principal constituinte, a mistura de triterpenos alfa e beta-amirina, previnem a obesidade induzida por dieta em camundongos : evidências e potenciais mecanismos / Karine Maria Martins Bezerra Carvalho. – 2015.
120 f. : il. color. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina,
Departamento de Medicina Clínica, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Doutorado em Ciências Médicas, Fortaleza, 2015.
Área de Concentração: Ciências Biomédicas. Orientação: Profa. Dra. Flávia Almeida Santos. 1. Triterpenos. 2. Obesidade. 3. Dieta. I. Título.
CDD 615.32
KARINE MARIA MARTINS BEZERRA CARVALHO
A RESINA DE Protium heptaphyllum E SEU PRINCIPAL CONSTITUINTE, A
MISTURA DE TRITERPENOS ALFA E BETA-AMIRINA, PREVINEM A OBESIDADE
INDUZIDA POR DIETA EM CAMUNDONGOS:
EVIDÊNCIAS E POTENCIAIS MECANISMOS
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Medicida da UFC, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Ciências Médicas.
Orientadora: Profa. Dra. Flávia Almeida Santos
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________ Profa. Dra. Flávia Almeida Santos (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________________ Prof. Dra. Nylane Maria Nunes de Alencar
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________________ Profa. Dra. Soraia Pinheiro Machado
Universidade Estadual do Ceará
___________________________________________________ Profa. Dra. Cinthya Iamille Frithz Brandao de Oliveira
Universidade Federal do Amazonas
___________________________________________________ Prof. Dr. Francisco Artur Silva Filho
Universidade Estadual do Pauí
À minha mãe, Lúcia Maria Martins Bezerra Carvalho, minha maior incentivadora e companheira em todos os momentos.
Ao meu pai, Antônio Gomes Carvalho, meu maior exemplo de
caráter e humildade.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Flávia Almeida Santos, pela oportunidade, orientação, amizade e confiança.
Ao Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao, pela importante contribuição neste trabalho.
À Profa. Geanne Matos pela amizade, paciência e enorme disposição em ajudar nas
inúmeras vezes em que precisei.
Aos professores que gentilmente aceitaram participar da banca examinadora, contribuindo
com seu valioso tempo e conhecimento.
Aos meus familiares e amigos pelo incentivo e força para atingir essa conquista.
À querida amiga Talita Morais, pela paciência, amizade, companheirismo e indispensável
ajuda no desenvolvimento desta pesquisa.
Aos estimados amigos Tiago Melo e Patrícia Rodrigues pelo apoio, incentivo e colaboração
nos experimentos de obesidade.
Às secretárias do PPGCM, Ivone Mary Fontenele e Rita de Cássia Almeida, pela simpatia,
amizade, disponibilidade e contribuição indispensável.
Aos bolsistas de iniciação científica do LPN, Paulo Iury, Ana Virgínia, Bruno e Ítalo, pelo
apoio e contribuição nos experimentos.
À técnica de laboratório do LPN, Aguinéa, pela organização do laboratório, contribuição nos
experimentos, além da amizade, carinho e disposição em me ajudar durante todos esses
anos.
Aos funcionários do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, pelo apoio indispensável.
Aos colegas do Hospital de Messejana, pelo companheirismo e paciência nas inúmeras
vezes que tive que conciliar trabalho e estudo.
Aos meus alunos da FCRS, que semanalmente, me fazem sentir capaz.
Ao CAPES, pelo apoio financeiro, de extrema importância para realização deste trabalho.
Enfim, agradeço a todos que de forma direta ou indireta colaboraram no desenvolvimento
desta pesquisa e para esta realização pessoal.
RESUMO
A obesidade, que se caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal decorrente
principalmente do aumento do consumo de alimentos calóricos e do sedentarismo, está
associada a várias condições patológicas como doenças cardiovasculares, diabetes,
desordens musculoesqueléticas e câncer. As opções farmacológicas para o tratamento da
obesidade são limitadas e apresentam diversos efeitos colaterais. No Brasil apenas dois
fármacos estão disponíveis, sibutramina e orlistate. Na busca de novas opções terapêuticas
para o tratamento da obesidade, as plantas medicinais têm sido uma importante fonte de
pesquisa, em especial os compostos terpênicos, conhecidos reguladores da glicemia e do
metabolismo lipídico. O presente estudo investigou o efeito antiobesidade da resina do
Protium heptaphyllum (RPH) e de seu principal constituinte, a mistura de triterpenos alfa e
beta-amirina (AMI), na obesidade induzida por dieta hipercalórica em camundongos e seus
possíveis mecanismos de ação. Foram utilizados camundongos Swiss, albinos, machos,
pesando entre 20-25g, que após uma semana de livre acesso a ração padrão (Purina®,
Brasil) foram divididos em 7 grupos de 10 animais e tratados com dieta padrão (DP), dieta
hipercalórica (DH), DH+RPH 10mg/kg, DH+RPH 20mg/kg, DH+AMI 10mg/kg, DH+AMI 20
mg/kg ou DH+sibutramina 10mg/kg (SIB) por 15 semanas. RPH e AMI foram inicialmente
diluídas em 2% Tween 80 em água. O grupo DH recebeu o mesmo veículo. SIB foi diluída
em água. Veículo, RPH, AMI e SIB foram trocados duas vezes na semana. A avaliação dos
parâmetros de obesidade foi constituída das medidas do peso corporal, do tecido adiposo
abdominal e do fígado, bem como da determinação de glicose, amilase, lipase, ALT, AST,
colesterol total, triglicérides, insulina, grelina, leptina, TNF-α, MCP-1, IL-6 e resistina
plasmáticos, colesterol e triglicerídeos hepáticos e avaliação histológica da gordura
abdominal e do fígado. Foi ainda avaliado a expressão gênica de PPARy e de lipoproteína
lipase (LPL) no tecido adiposo abdominal e o efeito de RPH na adipogênese in vitro. Os
animais que receberam apenas a dieta hipercalórica (DH), ao final da 15ª. semana,
apresentaram aumento significativo do peso corporal, da gordura abdominal e do fígado e
dos níveis plasmáticos de glicose, amilase, lipase, ALT, AST, colesterol total e triglicerídeos
em relação ao grupo que recebeu apenas a dieta padrão (DP). Os animais tratados com
RPH 10 e 20mg/kg, AMI 10 e 20mg/kg e SIB 10mg/kg demonstraram redução significativa
do peso corporal, da gordura abdominal e do fígado e dos níveis plasmáticos de glicose,
amilase, lipase, ALT, AST, colesterol total e triglicerídeos em relação ao grupo DH. Apenas
RPH 10mg/kg não alterou significativamente os níveis plasmáticos de lipase comparado ao
grupo DH. A DH aumentou significativamente o colesterol total e os triglicerídeos hepáticos
em relação a DH e esta elevação foi significativamente reduzida pela RPH, AMI e SIB. O
consumo de ração foi significativamente maior nos animais que receberam a DH em
comparação aos animais da DP, e este consumo foi significativamente reduzido pela RPH,
AMI e SIB. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao consumo de água.
Além disso, o tratamento com RPH 10 e 20mg/kg, AB 10 e 20mg/kg e SIB 10mg/kg reduziu
os níveis plasmáticos de insulina e leptina em relação aos animais que receberam apenas a
DH. Os níveis plasmáticos de grelina apresentaram-se reduzidos significativamente na DH
quando comparados a DP, enquanto a RPH elevou significativamente os níveis de grelina
em relação a DH, estes foram reduzidos por AMI e SIB. Apenas RPH 20mg/kg e AMI 20
mg/kg reduziram significativamente os níveis plasmáticos de resistina em relação a DH. A
DH elevou significativamente os níveis plasmáticos de TNF-α, IL-6 e MCP-1 em relação a
DP. RPH, AMI e SIB reduziram significativamente os níveis de IL-6 e MCP-1, enquanto para
o TNF-α esta redução foi observada em RPH 20mg/kg e AMI 10 e 20 mg/kg. Houve
elevação significativa da expressão de mRNA de PPAR� e LPL no tecido adiposo do grupo
DH em relação a DP. RPH e AMI promoveram significativa redução da expressão de PPAR�
e LPL, o mesmo não sendo observado com a SIB. A área dos adipócitos foi
significativamente maior nos animais da DH comparado aos animais da DP e esta foi
reduzida por RPH, AMI e SIB. Enquanto a DH promoveu um processo inflamatório hepático
com sinais de necrose e esteatose, este foi prevenido pela RPH 20mg/kg, AMI 20mg/kg e
SIB. RPH 12,5; 25 e 50 µg/mL reduziu significativamente a adipogênese in vitro, observada
pela redução do acúmulo de lipídeos nas células 3T3-L1 e pela regulação negativa da
expressão proteica de PPARγ, C/EBPα e C/EBP-β. Estes achados sugerem RPH e AMI
possuem um potencial antiobesidade preventivo pelos seus efeitos moduladores sobre o
metabolismo de carboidratos e lipídeos, sobre a regulação de hormônios reguladores da
fome e da saciedade, sobre adipocinas e citocinas, além da regulação da adipogênese.
Palavras-chaves: Protium heptaphyllum, amirinas, triterpenos, obesidade, dieta hipercalórica.
ABSTRACT
Obesity which is characterized by excessive accumulation of body fat mainly due to the increased consumption of high-calorie foods and sedentary lifestyle is associated with various pathological conditions such as cardiovascular disease, diabetes, musculoskeletal disorders and cancer. Pharmacologic options for the treatment of obesity are limited and have many side effects. In Brazil only two drugs are available, sibutramine and orlistat. In the search for new therapeutic options for the treatment of obesity, medicinal plants have been an important source of research, particularly the terpene compounds, known regulators of blood glucose and lipid metabolism. This study investigated the antiobesity effect of Protium heptaphyllum resin (RPH) and its main constituent, the mixture of triterpenes alpha and beta-amyrin (AMY), in obesity induced by high calorie diet in mice and its possible mechanisms of action. Swiss albino male mice were used, weighing between 20-25g, which after a week of free access to standard chow (Purina®, Brazil) were divided into 7 groups of 10 animals each and treated with standard diet (SD), high-fat diet (HFD), HFD+RPH 10mg/kg, HFD+RPH 20mg/kg, HFD+AMY 10mg/kg, HFD+AMY 20 mg/kg or HFD+sibutramine 10mg/kg (SIB) for 15 weeks. RPH and AMY were initially diluted in 2% Tween 80 in water. The HFD group received the same vehicle. SIB was diluted with water. Vehicle, RPH, AMY and SIB were replaced twice a week. The evaluation of obesity parameters consisted of measurements of body weight, abdominal adipose tissue and liver, as well as determination of glucose, amylase, lipase, ALT, AST, total cholesterol, triglycerides, insulin, ghrelin, leptin, TNF-α, MCP-1, IL-6 and plasma resistin, triglycerides and cholesterol, and histological evaluation of liver and abdominal fat. It was also evaluated the gene expression of PPARy and lipoprotein lipase (LPL) in abdominal adipose tissue and the effect of PHR on adipogenesis in vitro. The animals that received only the high-fat diet (HFD), at the end of the 15th week, showed significant increase in body weight, liver and abdominal fat and plasma levels of glucose, amylase, lipase, ALT, AST, total cholesterol and triglycerides when compared to group that received the standard diet (SD). The animals treated with RPH 10 and 20mg/kg, AMY 10 and 20mg/kg and SIB 10 mg/kg showed a significant reduction of body weight, liver and visceral fat and plasma levels of glucose, amylase, lipase, ALT, AST, total cholesterol and triglycerides in relation to the HFD group. Only RPH 10 mg/kg did not significantly alter plasma levels of lipase compared to the HFD group. HFD increased significantly total cholesterol and hepatic triglycerides in comparison to HFD and this increase was significantly reduced by RPH, AMY and SIB. Feed intake was significantly higher in animals that received HFD compared to animals of SD, and this consumption was significantly reduced by RPH, AMY and SIB. There was no significant difference between the groups regarding water consumption. In addition, treatment with RPH 10 and 20 mg/kg, AMY 10 and 20 mg/kg and SIB 10 mg/kg reduced plasma leptin and insulin levels compared to animals that received only HFD. Plasma levels of ghrelin appeared in the HFD significantly reduced when compared to SD, while RPH increased significantly ghrelin levels in relation to HFD, these were reduced by AMY and SIB. Only RPH 20 mg/kg and AMY 20 mg/kg reduced significantly plasma resistin levels in relation to HFD. HFD significantly elevated plasma levels of TNF-α, IL-6 and MCP-1 compared to the SD. RPH, AMY and SIB significantly reduced IL-6 and MCP-1 levels, while for TNF-α it was observed a reduction with RPH 20mg/kg and AMY 10 and 20mg/kg. There was a significant increase of PPAR� mRNA and LPL expression in adipose tissue of the HFD group compared to SD. RPH and AMY caused significant reduction of PPAR� and LPL expression, but the same was not observed with SIB. The adipocytes area was significantly bigger in HFD animals compared to SD animals and it was reduced by RPH, AMY and SIB. While HFD promoted a liver inflammation with necrosis and steatosis signs, this was prevented by RPH 20 mg/kg, AMY 20 mg/kg and SIB. RPH 12.5; 25 and 50 µg/mL significantly reduced adipogenesis in vitro, observed by the reduction of the accumulation of lipids in 3T3-L1 cells and by down-regulation of protein expression of PPAR�, C/EBPα and C/EBP-β. These findings suggest RPH and AMY have a preventive anti-obesity potential for their modulatory effects on carbohydrates and lipids metabolism, on
the regulation of hormones regulating hunger and satiety on adipokines and cytokines in addition to the regulation of adipogenesis. Keywords: Protium heptaphyllum, amyrin, triterpenes, obesity, high-fat diet.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fotografia da espécie Protium heptaphyllum March, folhas,
frutos e sementes.
51
Figura 2 Estrutura química dos constituintes triterpênicos da resina
de P. heptaphyllum.
52
Figura 3 Efeito da resina de P. heptaphyllum (RPH) e de alfa e beta-
amirina (AMI) sobres os níveis plasmáticos de grelina (A),
leptina (B) e resistina (C) na obesidade induzida por dieta
hipercalórica em camundongos. DN (dieta padrão), DH
(dieta hipercalórica), SIB (sibutramina).
69
Figura 4 Efeito da resina de P. heptaphyllum (RPH) e de alfa e beta-
amirina (AMI) sobres os níveis plasmáticos de TNF-α (A),
IL-6 (B) e MCP-1 (C) na obesidade induzida por dieta
hipercalórica em camundongos. DN (dieta padrão), DH
(dieta hipercalórica), SIB (sibutramina).
71
Figura 5 Efeito da RPH e AMI sobre a expressão relativa de PPARγ
(A) e LPL (B) em tecido adiposo.
72
Figura 6 Microfotografia representativa do fígado de animais
submetidos a dieta padrão (A), dieta hipercalórica (B), RPH
20mg/kg (C), AMI 20mg/kg (D) e SIB 10mg/kg (E).
74
Figura 7 Microfotografia representativa do tedido adiposo de animais
submetidos a dieta padrão (A), dieta hipercalórica (B), RPH
20mg/kg (C), AMI 20mg/kg (D) e SIB 10mg/kg. Efeito da
RPH, AMI e SIB sobre a área dos adipócitos.
75
Figura 8 Efeito da RPH sobre o acúmulo de lipídeos em células 3T3-
L1.
77
Figura 9 Efeito da RPH sobre a expressão proteica de PPARγ,
C/EBPα e C/EBPβ em células 3T3-L1
79
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Classificação de peso pelo IMC. 14
Tabela 2 Combinação das medidas de circunferência abdominal e IMC para
avaliar obesidade e risco para diabetes 2 e doença cardiovascular.
14
Tabela 3
Sequência oligonucleotídica dos iniciadores utilizados nos ensaios
de qRT-PCR.
51
Tabela 4 Efeito da resina do Protium heptaphyllum (RPH) e da mistura de
alfa e beta amirina (AMI) no peso corporal, peso da gordura
abdominal, consumo de ração, consumo de água e peso do fígado
na obesidade induzida por dieta hipercalórica em camundongos.
57
Tabela 5 Efeito da resina do Protium heptaphyllum (RPH) e da mistura de
alfa e beta amirina (AMI) sobre parâmetros plasmáticos e
hepáticos na obesidade induzida por dieta hipercalórica em
camundongos.
59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AgRP Peptídeo relacionado ao gene agouti
AMI Mistura de alfa e beta-amirina
AMPK Proteína quinase ativada por AMP
AP Área postrema
Apo Apolipoproteína
ARC Núcleo arqueado
ATLG Lipase de triacilglicerol do adipócito
BDNF Fator neurotrófico derivado do cérebro
CART Transcrito regulado pela cocaína e anfetamina
CB1 Receptores canabinóides 1
CB2 Receptores canabinóides 2
CCK Colecistocinina
C/EBPα Proteinas estimuladoras de ligação a CCAATα
C/EBPβ Proteinas estimuladoras de ligação a CCAATβ
C/EBPδ Proteinas estimuladoras de ligação a CCAATδ
CPT Carnitina Palmitoiltransferase
DEXA Densitometria com emissão de raio- x de dupla energia
DM Diabetes Mellitus
DMN Núcleo dorsomedial
DPP-IV Dipeptidil dipeptidase IV
ENPP1 Ectonucleotídeo pirofosfatase/fosfodiesterase 1
FATP Proteína transportadora de ácidos graxos
FIAF Fator adipocitário induzido pelo jejum
FFA Ácidos graxos livres
GABA Ácido y-aminobutírico
GAD2 Glutamato descarboxilase 2
GHSR Receptor do secretagogo do hormônio do crescimento
GIP Peptídeo Inibitório Gástrico
GLP-1 Peptídeo semelhante ao glucagon 1
GLP-1R Receptor de GLP-1
HDL-C HDL-Colesterol
IL Interleucina
IMC Índice de massa corporal
IkBα Inibidor kappa B α
IRS Substrato do receptor da insulina
LDL Lipoproteína de Baixa Densidade
LEP Leptina
LEPR Receptor de leptina
LH Hipotálamo lateral
LPL Lipoproteína lipase
MCP Proteína quimiotática de monócitos
MC4R Receptor 4 da melanocortina
NCEP ATP III National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III guidelines
NTS Núcleo do trato solitário
NF-�B Fator nuclear kappa B
NPV Núcleo Paraventricular
NPY Neuropeptídeo Y
NVM Núcleo ventromedial
NHANES National Health and Nutrition Examination Survey
OMS Organização Mundial da Saúde
OXM Oxintomodulina
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
RLEP Receptor da leptina
PAI Inibidor do ativador do plasminogênio
PDG Saponinas triterpênicas panaxadiol
PTG Saponinas triterpênicas panaxatriol
PVN Núcleo paraventricular
PI3K Fosfoinositidio 3-quinase
POMC Proopiomelanocortina
PPAR Receptor ativado por proliferador de peroxissoma
PCSK1 Pró-convertase 1
PP Polipeptídio Pancreático
PTP Proteína tirosina fosfatase
PYY Peptideo YY
RPH Resina do Protium heptaphyllum
SCOUT Sibutramine Cardiovascular Outcomes
SIB Sibutramina
SM Síndrome metabólica
SNP Polimorfismos de nucleotídeos simples
SOCS Supressor de sinalização de citocinas
TAB Tecido adiposo branco
TG Triglicerídeos
TAM Tecido adiposo marrom
TNF Fator de necrose tumoral
VCAM Molécula de adesão intercelular
VIGITEL Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico
VLDL Lipoproteína de muito baixa densidade
VMN Núcleo ventromedial
WC Circunferência abdominal
α-MSH α-estimulante-melanócito
SUMÁRIO
1.0. Introdução 18
1.1. Obesidade............................................................................................... 18
1.1.1 Epidemiologia.......................................................................................... 18
1.1.2. Diagnóstico............................................................................................. 20
1.1.3. Fisiopatologia.......................................................................................... 22
1.1.4. Tratamento da obesidade....................................................................... 40
1.2. Plantas Medicinais e seu potencial Antiobesidade ................................ 45
1.2.1. Terpenos e seu potencial Antiobesidade................................................ 47
1.2.2. Resina do Protium heptaphyllum e a mistura de triterpenos alfa e beta-
amirina....................................................................................................
48
2.0. Justificativa........................................................................................... 53
3.0. Objetivos................................................................................................ 54
3.1. Objetivo Geral........................................................................................ 54
3.2. Objetivos Específicos........................................................................... 54
4.0. Metodologia .......................................................................................... 55
4.1. Material Botânico e obtenção dos compostos ....................................... 55
4.2. Animais .................................................................................................. 55
4.3. Dietas...................................................................................................... 55
4.4. Protocolo Experimental .......................................................................... 56
4.4.1 Peso corporal, do tecido adiposo e fígado.............................................. 56
4.4.2. Análises plasmáticas e hepáticas........................................................... 57
4.4.3. Análise por RT-qPCR (Reação em cadeia da polimerase
da transcrição reversa em tempo real)....................................................
57
4.4.4. Análise histológica hepática e do tecido adiposo................................... 60
4.4.5. Área dos adipócitos................................................................................. 60
4.4.6. Cultura e citotoxicidade em células 3T3-L1............................................ 60
4.4.7. Indução da adipogênese e Coloração com Oil Red O........................... 61
4.4.8. Análise por Western blotting.................................................................... 62
4.5. Análise estatística .................................................................................. 63
5.0. Resultados. ............................................................................................. 64
5.1. Efeito da resina do Protium heptaphyllum (RPH) e de alfa e beta
amirina (AMI) no peso corporal, consumo de ração e água e peso
relativo do tecido adiposo abdominal e fígado........................................
64
5.2. Efeito da RPH e AMI nos parâmetros plasmáticos e hepáticos............. 66
5.2.1. Dosagens bioquímicas plasmáticas e hepáticas..................................... 66
5.2.2. Dosagens plasmáticas de Grelina, Leptina, Resistina, TNF-α, IL-6 e
MCP-1......................................................................................................
68
5.3. Expressão gênica de PPARy e LPL no tecido adiposo .......................... 72
5.4. Análise histológica do fígado e tecido adiposo........................................ 73
5.5. Efeito da RPH na cultura de células 3T3-L1............................................ 76
5.5.1. Avaliação da citotoxicidade da RPH em cultura de células 3T3-L1........ 76
5.5.2. Efeito da RPH sobre o acúmulo de lipídeos em adipócitos 3T3-L1........ 76
5.5.3. Efeito da RPH sobre a expressão proteica de PPARγ, C/EBPα e
C/EBPβ em células 3T3-L1.....................................................................
76
6.0. Discussão. .............................................................................................. 79
7.0. Conclusões ............................................................................................ 93
8.0. Referências ............................................................................................ 94
18
1.0. Introdução
1.1. Obesidade
1.1.1 Epidemiologia
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidade é definida
como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar a saúde
(WHO, 2015). A causa fundamental para a obesidade e o sobrepeso é o desequilíbrio
energético entre as colorias consumidas e as calorias gastas. Globalmente, a
obesidade deve-se a um aumento do consumo de alimentos calóricos ricos em
gordura, da inatividade física, da natureza sedentária de várias formas de trabalho,
mudanças nos meios de transporte e aumento da urbanização (WHO, 2015).
Em 2014 no mundo, mais de 1,9 bilhões de adultos acima de 18 anos
estavam com sobrepeso. Destes, mais de 600 milhões eram obesos.
Aproximadamente 13% da população adulta mundial (11% de homens e 15% de
mulheres) era de obesos em 2014 (WHO, 2015).
Nos países desenvolvidos, a prevalência de sobrepeso (IMC≥25 kg/m2) e
de obesidade (IMC≥30 kg/m2) entre os homens aumentou de 28,8% em 1980 para
36,9% em 2013. Entre as mulheres, a prevalência aumentou de 29,8% para 38,0% no
mesmo período. Entre as crianças do sexo masculino, a prevalência aumentou de
16,2% para 23,8% e entre as meninas de 16,2% para 22,6%. Um aumento, embora
mais lento e em um nível inferior, também foi observado em adultos, adolescentes e
crianças nos países em desenvolvimento (8,1% para 12,9%). Esses dados associados
ao entendimento das inúmeras comorbidades associadas ao ganho de peso
confirmam a alegação feita pela OMS, de que o sobrepeso e a obesidade constituem
uma das ameaças mais importantes para a saúde mundial atualmente (MORGENE;
SØRENSEN, 2014).
No Brasil estudos mostram o aumento da prevalência da obesidade,
principalmente em crianças e adolescentes, assim como na população indígena
(AZAMBUJA et al., 2013; COIMBRA et al., 2013; FLORES et al., 2013; PITANGUEIRA
et al., 2015). De acordo com a pesquisa Vigitel 2014 (Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da
Saúde, apesar de suas limitações, mostra um crescimento no número de pessoas com
19
excesso de peso no país, 52,5% dos brasileiros com idade acima de 18 anos estão
acima do peso, e 17,9% da população está obesa. Quanto menor a escolaridade,
maiores os índices de excesso de peso e obesidade. Em relação ao percentual de
obesos nas capitais, Campo Grande é a que apresenta os maiores percentuais (22%)
e Florianópolis os menores (14%). Fortaleza é a 3ª. capital com o maior percentual de
adultos com excesso de peso (56%) e a 9ª. capital com maior percentual de obesos
(19%) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
A Vigitel 2014 mostrou um aumento significativo na frequência de
realização de atividade física e no consumo de frutas e hortaliças no Brasil. Apesar
desses avanços, o estudo também mostrou a existência de hábitos alimentares
inapropriados da população, com o consumo médio de sal (12g/dia) sendo o dobro do
recomendado pela OMS, 16,2% costumam trocar o almoço ou jantar por um lanche de
baixo valor nutritivo, enquanto 29,4% consomem carne gordurosa e mais da metade
(52,9%) consome leite integral regularmente, enquanto 20,8% ingerem refrigerantes,
no mínimo, cinco dias por semana (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Os gastos com obesidade no Brasil são de US$ 269.6 milhões (1,86% de
todos os gastos com assistência médica de média e alta complexidade). O custo com
a obesidade mórbida representa 23,8% do total (US$ 64.2 milhões), apesar desta ser
18 vezes menos prevalente. A cirurgia bariátrica custou ao Brasil um total de US$ 17.4
milhões em 2011 (DE OLIVEIRA et al., 2015).
O Ministério da Saúde através da Portaria No. 424, de 19 de março de
2013, redefiniu as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do
sobrepeso e da obesidade como linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à
Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). O
Ministério da Saúde tem uma campanha de promoção à Saúde que inclui o incentivo à
alimentação saudável e incentivo à atividade física, que podem ser acessada no site
www.saude.gov.br/promocaodasaude (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
20
1.1.2. Diagnóstico
O índice de massa corporal (IMC), calculado pelo peso corporal em
quilogramas dividido pela altura ao quadrado (kg/m2), é o método mais utilizado para o
diagnóstico da obesidade, e se correlaciona diretamente com o risco de comorbidades
e mortalidade. A OMS definiu como obesidade um IMC ≥ 30kg/m2, e como sobrepeso
um IMC ≥ 25kg/m2. A definição também descreve os graus de obesidade como grau 1,
2 e 3. Sendo o grau 3 a obesidade mórbida (ABESO, 2009) (TABELA 1).
O IMC tem limitações importantes como não diferenciar a gordura de
massa magra e não refletir a distribuição da gordura corporal (YOON et al., 2014).
Portanto, os atletas com corpo reforçado de massa muscular, podem ser
erroneamente classificados como obesos quando se utiliza apenas o IMC, ao passo
que pessoas com baixa massa magra, mas com alto teor de gordura corporal, podem
ter um IMC normal (ROMERO-CORRAL et al., 2010).
A circunferência abdominal tem sido comumente utilizada como um
marcador simples e clinicamente útil para a adiposidade central. A determinação de
valores de corte para a circunferência abdominal têm se mostrado importante na
prevenção e no tratamento da obesidade, diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e doenças
cardiovasculares relacionadas (YOON et al., 2014). A OMS estabelece como ponto de
corte para risco cardiovascular aumentado a medida de circunferência abdominal igual
ou superior a 94 cm em homens e 80 cm em mulheres caucasianos (TABELA 2).
A associação da medida da circunferência abdominal com o IMC pode
oferecer uma forma combinada de avaliação de risco, e ajudar a diminuir as limitações
de cada uma das avaliações isoladas (ABESO, 2010).
Enquanto a medição de pregas cutâneas é de baixo custo mas de uso
limitado (MATHIEU et al., 2009), medidas diretas do tecido adiposo através de
pletismografia por deslocamento de água ou ressonância magnética são
demasiadamente caras para utilização em larga escala ou na prática clínica. Novos
métodos para medir o teor de gordura, como a pletismografia por deslocamento de ar,
a densitometria com emissão de raio X de dupla energia (DEXA) ou a bioimpedância
têm se mostrado válidos e menos dispendiosos (OLIVEROS et al., 2014).
21
Tabela 1 – Classificação de peso pelo IMC
Classificação IMC (kg/m 2)
Risco de Comorbidades
Baixo peso < 18,5 Baixo
Peso Normal 18,5 a 24,9 Médio
Sobrepeso ≥ 25,0 -
Pré-obeso 25,0 a 29,9 Aumentado
Obeso I 30,0 a 34,9 Moderado
Obeso II 35,0 a 39,9 Grave
Obeso III ≥ 40,0 Muito Grave
Fonte: Adaptado de ABESO, 2009.
Tabela 2 - Combinação das medidas de circunferência abdominal e IMC para avaliar
obesidade e risco para diabetes 2 e doença cardiovascular.
Circunferência abdominal (cm)
Risco de complicações
metabólicas IMC (kg/m 2)
homem: 94-102 102+
mulher: 80-88 88+
Baixo peso < 18,5 - -
Peso saudável 18,5 a 24,9 - Aumentado
Sobrepeso 25,0 a 29,9 Aumentado Alto
Obesidade ≥ 30 Alto Muito alto
Fonte: Adaptado de ABESO, 2009.
22
1.1.3. Fisiopatologia
A obesidade é causada por uma complexa interação entre o ambiente,
predisposição genética e comportamento humano, sendo os fatores ambientais os
principais contribuintes para a epidemia da obesidade (NGUYEN; HASHEM, 2010).
A partir de 2006 com a criação da hipótese obesogênica, a epidemia de
obesidade pode, pelo menos em parte, ser consequência do ambiente (e
especialmente dentro da cadeia alimentar), onde xenobióticos (ex. pesticidas, metais
pesados, solventes) agem como desreguladores endócrinos, principalmente durante o
desenvolvimento fetal, promovendo hiperplasia dos adipócitos, facilitando vias
adipogênicas, alterando a homeostase lipídica e interferindo em mecanismos de
controle do apetite e da saciedade (GRÜN; BLUMBERG, 2006; KELISHADI et al.,
2013).
A relação inversa entre obesidade e classe socioeconômica e o aumento
da obesidade em países em desenvolvimento mostra uma clara evidência da
influência ambiental no ganho de peso (VAN DER KLAAUW; FAROOQI, 2015). A
adoção de um estilo de vida relativamente sedentário pela redução da atividade física
no trabalho e no lazer, associado a uma abundância e facilidade no consumo de
alimentos calóricos, com alta palatibilidade, representa uma transição nutricional (VAN
DER KLAAUW; FAROOQI, 2015).
Uma dieta rica em gorduras e em acúcares refinados é composta de
alimentos com alta densidade calórica, alta palatibilidade, de baixo poder sacietógeno
e de fácil absorção e digestão. Estas características favorecem o aumento da ingestão
alimentar e, portanto, contribuem para o desequilíbrio energético. Além disso, as
diferenças em relação aos macronutrientes da dieta (excesso de carboidratos ou
excesso de gordura) influenciam no tipo de substrato que o organismo oxida
preferencialmente. Dessa forma, indivíduos que ingerem muito carboidratos, oxidam
(“queimam”) de forma menos eficientes as gorduras e podem ter mais dificuldades em
perder peso (GELONEZE et al., 2010).
Há um crescente reconhecimento de que as redes sociais podem ter um
papel importante na obesidade. CHRISTAKIS et al (2007), exploraram a hipótese de
que a obesidade poderia se espalhar através das redes sociais, avaliando uma rede
interligada de mais de 12000 pessoas do Framingham Heart Study, onde foi
investigado o efeito do ganho de peso entre amigos, irmãos e cônjuges. Eles
descobriram que o risco de uma pessoa se tornar obesa aumentava 57% se um amigo
23
se tornasse obeso. O risco de se tornar obeso aumentava em 40% se uma pessoa
tinha um irmão que se tornou obeso e 37% se tinha um cônjuge. Esse estudo
enfatizou o fato da obesidade ser afetada pela complexa interação entre meio
ambiente, genética e comportamento humano.
Acredita-se que a obesidade, na maioria dos casos, seja consequência de
um ambiente obesogênico em indivíduos geneticamente predispostos (GELONEZE et
al., 2010).
O perfil genético pode ser uma explicação para as diferenças individuais
na predisposição para o ganho de peso. A maioria dos genes envolvidos na
susceptibilidade da obesidade são também relacionados com o consumo de alimentos
e com a regulação do balanço energético. São conhecidos 3 tipos de formas genéticas
de obesidade, a obesidade monogênica sindrômica, a obesidade monogênica não
sindrômica e a obesidade poligênica (ALBUQUERQUE et al., 2015).
As formas monogênicas da obesidade resultam da alteração de um único
gene, são formas raras e severas que afetam aproximadamente 5% da população
(FAROOQI; O’RAHILLY, 2005; ALBUQUERQUE et al., 2015). Existem mais de 200
tipos de obesidade humana associados com formas monogênicas ou mendelianas
(BELL et al., 2005; RANKINEN et al., 2006; MUCH; CLÉMENT, 2006). Estas formas
são constituídas por mutações em genes envolvidos na diferenciação neuronal do
núcleo paraventricular e na rede leptina/melanocortina, como o gene da leptina (LEP)
e seu receptor (LEPR), a proópiomelanocortina (POMC) e seu receptor (MC4R), a pró-
proteína convertase/kexina tipo 1 (PSCK1), o homólogo 1 do gene mind de Drosófila
(SIM1), o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e o seu receptor (NTRK2)
(FAROOQI; O’RAHILLY, 2007; ALBUQUERQUE et al., 2015. A forma monogênica
sindrômica refere-se a à obesidade associada a um distindo fenótipo clínico, como
retardo mental, características dismórficas e anormalidades de desenvolvimento de
órgãos específicos. São exemplos, a síndrome de WAGR, Prader-Wulli, Bardet-Bield,
Altrom e síndrome de Cohen (ICHIHARA; YAMADA, 2008; ALBUQUERQUE et al.,
2015).
A teoria mais aceita é a da obesidade poligênica, onde ocorre a interação
de múltiplos alelos comuns. Podemos citar o gene para a glutamato descarboxilase 2
(GAD2) na origem do ácido gama-butírico que regula positivamente o ingresso de
alimento, o gene para ectonucleotídeo pirofosfatase/fosfodiesterase 1 (ENPP1), que
tem um papel no sensoriamento cerebral da insulina, e o gene SLC6A14, um
24
transportador de triptofano implicado na regulação do apetite, além dos genes para
leptina (LEP) e seu receptor (LEPR), a pró-opiomelanocortina (POMC) e seu receptor
(MC4R), a pró-convertase 1 (PCSK1), o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)
e seu receptor (NTRK2), receptor canabinoide (CNR1), receptor da dopamina (DRD2)
e da serotonina (2C HTR2C) (HINNEY E HEBEBRAND, 2008).
O desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético resulta na obesidade.
O cérebro é o regulador do consumo e do gasto energético e assim da homeostase
energética do organismo. Os hormônios intestinais comunicam a informação do trato
gastrintestinal para centros reguladores do apetite no sistema nervoso central (SNC)
pela via denominada eixo-intestino-céebro. Tais informações são transferidas para o
SNC via sinalização nervosa aferente vagal ou não-vagal, ou via corrente circulatória
(hormônios intestinais). Redes neurais complexas distribuídas pelo cérebro e tronco
cerebral estão no controle da alimentação e da homeostase energética. No
hipotálamo, o núcleo arqueado (ARC), o núcleo paraventricular (PVN), o núcleo
ventromedial (VMN), o núcleo dorsomedial (DMN) e a área hipotalâmica lateral (LH)
são responsáveis pela maior parte do controle da homeostase energética (BUHMANN
et al., 2014).
O ARC recebe sinais periféricos de apetite e responde a estes com a
liberação modulada de neuropeptideos em duas populações distintas de neurônios. Os
neurônios que co-expressam neuropeptideo Y (NPY) e peptídeo relacionado ao agouti
(AgRP) aumentam a fome e o apetite estimulando a alimentação (neurônios
orexígenos). Em contraste, os neurônios que co-expressam pró-opiomelanocortina
(POMC) e transcrito regulado pela cocaína e anfetamina (CART) reduzem a fome e
diminuem o apetite levando a redução na alimentação (neurônios anorexígenos). O
balanço entre as atividades dessas duas classes de circuitos neuronais é crítico para a
manutenção do peso corporal (BUHMANN et al., 2014; KÄLIN et al., 2015). Esses
neurônios expressam receptores para hormônios reguladores do metabolismo como
insulina, leptina, grelina, glicocorticóides, estrógenos, hormônios tireoidianos e GLP-1
(peptídeo semelhante ao glucagon 1) (YI et al., 2012; KÄLIN et al., 2015).
Sinais do ARC são enviados para outras regiões hipotalâmicas, incluindo o
Núcleo Paraventricular (NPV), que hospeda neurônios neuroendócrinos que controlam
a resposta ao estresse, assim como neurônios que regulam a produção e o gasto de
energia periférica, pelo controle do metabolismo da glicose e de lipídeos (OBICI et al.,
2002; BRUINSTROOP et al., 2013; KÄLIN et al., 2015).
25
A informação sobre os estoques de energia e o consumo recente de
alimentos é comunicada em ambas as direções entre o hipotálamo e o tronco cerebral
influenciando a percepção de fome e saciedade. Essas interações neuronais através
de vias centrais da melanocortina revelam que esse sistema exerce um importante
papel na regulação da fome, da saciedade e do gasto energético. De fato, o sistema
homeostático da melanocortina assegura, de forma confiável, a estabilidade do peso,
e protege mais robustamente contra a perda de peso do que contra o ganho de peso.
No caso de alterações da adiposidade corporal, o cérebro aciona mecanismo de
homeostase fisiológicos que resistem ao ganho de peso, através de mecanismos
compensatórios de alteração do apetite, modulando neurotransmissores e a taxa
metabólica (KÄLIN et al., 2015).
Os seres humanos não se alimentam apenas em resposta ao sistema
homeostático do balanço energético. Existe influência de um sistema não
homeostático, de prazer e de recompensa (hedônico). Na obesidade, respostas
hedônicas geradas nas estruturas dopaminérgicas mesolímbicas se sobressaem à
regulação homeostática fisiológica, para aliviar o déficit na sinalização de recompensa,
resultando em crescente excesso de ingestão alimentar. Consequentemente, a
despeito de um estoque normal ou excessivo de energia, continua-se a consumir
alimentos palatáveis em excesso, por seus efeitos prazerosos. Outros sistemas
envolvidos nos processos de recompensa são o sistema endocanabinoide e o sistema
opióide (ZHANG et al., 2014).
Os hormônios do trato gastrintestinal envolvidos no controle da
homeostase de energia, são grelina, colescitocinina, glucagon, peptídeo semelhante
ao glucagon 1 (GLP-1), oxintomodulina, peptídeo YY, polipeptídio pancreático, amilina
e polipeptídio inibitório gástrico.
A grelina é o único hormônio intestinal, orexígeno, ativo perifericamente,
sendo derivada predominantemente das células epiteliais gástricas, mas também da
glândula pituitária. A grelina age no receptor secretagogo do hormônio do crescimento
(GSH-R) aumentando o consumo de alimento em roedores e em humanos
(MURAKAMI et al., 2002; WREN et al., 2001a; 2001b). Os níveis circulantes de grelina
são influenciados pelo estado prandial, onde seus níveis aumentam no estado pré-
prandial e diminuem no estado pós-prandial, sugerindo um papel da grelina no início
da refeição (ARIYASU et al., 2001; CUMMINGS et al., 2001). Em contraste, os obesos
têm níveis circulantes menores de grelina do que individuos magros, o que em parte
pode ser explicado pelo aumento da insulina e leptina nestes indivíduos, exercendo
26
uma ação inibitória. (HAMED et al., 2011; PRADHAN et al., 2013). A grelina também
tem um papel como neurotransmissor. Ela é expressa nas áreas ARC e PVN
hipotalâmicas. A regulação do apetite é mediada via neurônios NPY/AgRP. A
administração periférica de grelina leva a secreção do hormônio do crescimento e
estimulação da alimentação via eixo-cérebro-intestino, enquanto sua administração
central causa ação orexígena direta no hipotálamo (NAKAZATO et al., 2001; WREN et
al., 2001). O uso de antagonistas da grelina em humanos para o tratamento da
obesidade não tem sido bem sucedida (ZHANG et al., 2014).
A colecistocinina (CCK) foi o primeiro hormônio intestinal conhecido por
estar envolvido com o controle do apetite. É secretada pelas células L no duodeno e
jejuno após a ingestão alimentar e exerce seus efeitos sobre a motilidade e secreção
da vesícula biliar e gastrintestinal via receptor CCK1 e em menor extensão via CCK2
(REHFELD, 2004). Gorduras e proteínas são os principais estimulantes da secreção
de CCK. Seus níveis plasmáticos estão elevados 15min após a refeição e possui uma
meia-vida de poucos minutos (GEARY, 2004). Quando administrada perifericamente
em roedores, ocorre inibição dose-dependente da ingestão de alimentos, mas
desenvolve-se tolerância com administração continua. Além disso, a infusão
intermitente prandial de CCK reduz o tamanho da alimentação em roedores mas um
mecanismo compensatório de aumento da frequência de alimentação é observado
(KOPIN et al., 1999; WEST et al., 1984). Em humanos, o agonista seletivo de CCKA,
GI 181771X, falhou em induzir perda de peso em ensaios clínicos de Fase II.
Enquanto sua administração crônica em animais induz pancreatite, sugerindo
viabilidade limitada de seu uso terapêutico em humanos (FONG, 2005; KIM et al.,
2011).
O glucagon liberado pelas células alfa das ilhotas pancreáticas aumenta a
glicemia em resposta a hipoglicemia e ao aumento do gasto energético pelo estresse
fisiológico (HEPPNER et al., 2010; JONES et al., 2012). A sua administração leva a
diminuição do consumo de alimentos, que acredita-se ser modulada via alteração do
tônus vagal e da taxa de esvaziamento gástrico (GEARY et al., 1992). Em roedores, a
intolerância à glicose e a obesidade induzida por dieta podem ser tratadas com
agonistas duais dos receptores de glucagon e de GLP-1 (POCAI et al., 2009).
Quanto aos peptídeos semelhantes ao glucagon, a expressão do gene pré-
pró-glucagon é limitada as células alfa pancreáticas, células L intestinais e neurônios
hipotalâmicos e do núcleo do trato solitário (NTS). Pelo processamento pós-
traducional tecido-específico do pró-glucagon, mediante a ação de enzimas pró-
27
hormônio convertases, no pâncreas ocorre a formação de glucagon, enquanto nas
células L intestinais e no NTS há formação dos peptídeos glicentina, oxintomodulina
(OXM) e peptídeos semelhantes ao glucagon 1 e 2 (GLP-1 e -2) (BAGGIO;
DRUCKER, 2007).
O peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) é um fator insulinotrópico
secretado pelas células L do trato gastrointestinal e expresso em várias regiões do
cérebro. O receptor de GLP-1 (GLP1-R) é expresso no hipotálamo, trato gastrintestinal
e pâncreas. Quando administrado perifericamente, como por via central, o GLP-1 ativa
neurônios hipotalâmicos no ARC, PVN, assim como no núcleo do trato solitário (NTS)
e área postrema (AP), aumentando a saciedade e diminuindo a fome, exercendo
assim efeito anorético. A liberação de GLP-1 é proporcional a quantidade de calorias
ingeridas, mas as respostas ao GLP-1 podem diferir entre indivíduos com peso normal
e obesos. O GLP-1 é rapidamente inativado pela enzima dipeptidil dipeptidase IV
(DPP-IV) (HOLST, 2007; TANG-CHRISTENSEN et al., 2001). GLP-1 é uma incretina
potente, estimula a liberação de insulina pancreática, inibe a secreção gástrica ácida,
reduz a velocidade de esvaziamento gástrico e promove a neogênese de células beta
pancreáticas (NAUCK et al., 1997; SCHJOLDAGER et al., 1989; WETTERGREN et
al., 1993). O efeito do GLP-1 pode ser bloqueado pela vagotomia, sugerindo um papel
central da inervação vagal na mediação do efeito anorético do GLP-1. O antagonista
de GLP-1R, exedin (9-39), aumenta a ingestão de alimentos em ratos saciados,
indicando que a sinalização pelo GLP1R é um importante regulador fisiológico da
ingestão de alimentos e homeostase energética (ABBOTT et al., 2005; CHELIKANI et
al., 2005; NEARY et al., 2005). Análogos do GLP-1 (Liraglutida e Exanatida) estão em
estudo clinico Fase III para o tratamento da obesidade (KAKKAR; DAHIYA, 2015).
A oxintomodulina (OXM) é co-secretada com GLP-1 e PYY pelas células L,
em correlação com o consumo de calorias. A OXM reduz a secreção ácida gástrica e o
consumo de alimentos, sem comprometer a palatabilidade do alimento (POCAI, 2013;
COHEN et al., 2003). OXM causa uma redução da atividade neuronal no ARC, PVN e
núcleo supra-óptico hipotalâmicos (LEQUELLEC et al., 1992). Sua administração
central inibe o consumo de alimentos em ratos via receptores GLP-1, assim como
suas ações são bloqueadas pelo antagonista de receptor GLP-1, exendina 9-39
(DAKIN et al., 2004). Além disso, a sua administração em humanos reduz o apetite e o
consumo de alimentos ao mesmo tempo que aumenta o gasto energético, com perda
de peso corporal (WYNNE et al., 2005; COHEN et al., 2003). Assim como o GLP-1, a
28
OXM é inativada pela DPP-IV e análogos da OXM resistentes a DDP-IV estão sendo
investigados para o tratamento da obesidade (POCAI, 2013).
O Peptideo YY (PYY) é liberado pelas células endócrinas L do trato
gastrintestinal após a refeição, onde é co-estocado com o GLP-1 (ADRIAN et al.,
1985). Sua secreção é proporcional às colorias ingeridas, mas não é influenciado pela
distensão gástrica. Pode ser encontrado em todo o trato gastrintestinal, suas maiores
concentrações estão no cólon e reto (ADRIAN et al., 1985). A principal forma do PYY é
o PYY3-36 que possui alta afinidade pelo receptor Y2 e menor afinidade por Y1 e Y5
(LE ROUX et al., 2006). A administração periférica de PPY3-36 em doses fisiológicas
reduz o consumo de alimentos em roedores, primatas e humanos (CHELIKANI et al.,
2005; KOEGLER et al., 2005; DEGEN et al., 2005). PPY3-36 ativa neurônios POMC
no ARC, assim como inibe neurônios NPY, e seus efeitos anoréxicos centrais são
mediados pela inervação vagal (CUNA-GOYCOLEA et al., 2005; ABBOTT et al.,
2005). Os níveis de PYY circulantes pós-prandial estão diminuídos no obeso, contudo
existe uma controvérsia onde estudos demonstram grandes diferenças nos níveis de
jejum de PYY entre não obesos e obesos (BATTERHAM et al., 2003; KORNER et al.,
2005; STOCK et al., 2005). Porém, obesos são sensíveis a administração periférica de
PYY, reduzindo a ingestão alimentar similar aos indivíduos com peso normal
(BATTERHAM et al., 2003).
O Polipeptídio Pancreático (PP) pertence à família de peptídeos que
incluem o NPY e PYY. O PP é liberado pelas células pancreáticas PP, após a
alimentação, e sob controle vagal (SCHWARTZ et al., 1978). PP é comparável a
outros peptídeos intestinais anoréticos como o PYY, sendo secretado em proporção
com a quantidade de calorias ingeridas. O PP liga-se a todos os receptores da família
de receptores Y, mas tem maior afinidade pelo subtipo Y4 (MICHEL et al., 1998). Seus
efeitos são mediados pelo hipotálamo ventromedial (VHM), paraventricular (PVN) e
tronco cerebral (ASAKAWA et al., 2003a). PP induz o relaxamento da vesícula biliar,
inibição da secreção pancreática assim como reduz o esvaziamento gástrico
(ASAKAWA et al., 2003b). Também regula o apetite, suas concentrações plasmáticas
estão reduzidas quando aumenta a ingestão alimentar e elevadas na anorexia nervosa
(BATTERHAM et al., 2003). A sua administração intravenosa diminui a ingestão
alimentar e o esvaziamento gástrico e aumenta o gasto energético, enquanto sua
administração central leva ao aumento do consumo alimentar (CLARK et al., 1984).
PP reduz a leptina no tecido adiposo e a expressão do gene do fator de liberação de
29
ACTH (ASAKAWA et al., 2003b). Agonistas de receptores Y4 estão sendo
investigados para o tratamento da obesidade (KAKKAR; DAHIYA, 2015).
A insulina produzida pelas células beta pancreáticas age nos neurônios do
ARC hipotalâmicos reduzindo o consumo de alimentos. A insulina é transportada para
o cérebro por um processo mediado por receptor saturável, dependente dos
receptores de insulina. Este transporte é dependente de vários fatores incluindo dieta,
glicemia, diabetes e obesidade. A obesidade leva a uma importante redução do
transporte de insulina da periferia para o SNC (BEGG, 2015). A ação anorética da
insulina deve-se a diminuição da expressão de NPY, e estimulo da expressão de
POMC (PORTE et al., 2005). A insulina liga-se a seus receptores expressos nos
neurônios POMC/CART e NPY/AgRP. A insulina e a leptina ativam neurônios POMC,
mas regulam diferentemente AgRP, com leptina inibindo e insulina estimulando sua
síntese (XU et al., 2005). A deficiência de insulina é associada com NPY aumentado,
enquanto a administração de insulina inibe a expressão de NPY (XU et al., 2005).
A insulina age sobre os tecidos hepático, muscular e adiposo, promovendo
o estado anabólico por conduzir o metabolismo em direção ao armazenamento de
carboidratos, lipídeos e à síntese proteica. Em paralelo, suprime as vias catabólicas.
No fígado, a insulina estimula a glicólise, a síntese de glicogênio, suprime a lipólise e a
gliconeogênese e promove a síntese de triacilgliceróis. No tecido adiposo, estimula a
síntese de triacilglicerol. No músculo, estimula a o transporte e o metabolismo da
glicose e a síntese de glicogênio. Também aumenta a captação celular de
aminoácidos e estimula a síntese de proteínas (DOMINICZAK; BAYNES, 2005).
A amilina é co-sintetizada e co-liberada com a insulina em resposta ao
consumo de alimentos (MITSUKAWA et al., 1990). A ação anorética da amilina
depende da ativação direta de centros cerebrais, como a área postrema e área
tegmental ventral. Sua ação envolve redução da secreção e do esvaziamento gástrico,
redução da elevação de glicose pós-prandial e redução do consumo alimentar (LUTZ,
2006; GEDULIN et al., 1997; YOUNG et al., 1995; MORLEY E FLOOD, 1991). Em
humanos, essa sinalização é mediada via receptores de amilina, que são
heterodímeros de receptores da calcitonina e de proteínas modificadores da atividade
do receptor (RAMPs) (CHRISTOPOULOS et al., 1999; MUFF et al., 1999). Os efeitos
da amilina sobre a saciedade e saciação são traduzidos via ativação do sistema
serotonina-histamina-dopaminérgico (WOODS et al., 2006). O análogo de amilina,
pramlintide, foi introduzido na clínica como adjuvante na terapia para pacientes com
diabetes, e seu efeito sobre a perda de peso nesses pacientes tornou-se foco para o
30
estudo do seu uso no tratamento da obesidade (ARONNE et al., 2010; SINGH-
FRANCO et al., 2011).
O Peptídeo Inibitório Gástrico (GIP) é uma incretina secretada pelas
células K duodenais e jejunais após a ingestão de carboidratos e gordura (BAGGIO et
al., 2007; SALERA et al., 1982). O GIP está aumentado em obesos e exerce ações
anabólicas nos adipócitos, assim como efeitos lipolíticos (SALERA et al., 1982;
CREUTZFELDT et al., 1978). Camundongos nocautes para o receptor de GIP
apresentam reduzida massa de adipócitos e resistência para a obesidade induzida por
dieta (MIYAWAKI et al., 2002). O GIP potencializa o controle do consumo alimentar
em combinação com o GLP-1, não demonstrando efeito agudo per si sobre o consumo
alimentar (BAGGIO et al., 2007). Porém, animais nocautes para GIP mostram
aumento do gasto energético e ambos os hormônios têm ações comuns sobre as
células beta pancreáticas, atuando através de receptores relacionados, mas
estruturalmente distintos (BAGGIO et al., 2007, MIYAWAKI et al., 2002).
Ao lado dos hormônios intestinais, membros do sistema endocanabinóide
são também encontrados no trato gastrintestinal. Os principais endocanabinoides são
anandamida e 2-araquidonilglicerol (2-AG), que agem como agonistas endógenos de
receptores canabinóides 1 e 2 (CB1 e CB2) (SHARMA et al., 2014). O sistema
endocanabinóide (ECS) e especialmente os receptores CB1 possuem papel na
homeostase energética, modulando o consumo de alimentos e o metabolismo lipídico
no tecido adiposo, fígado, músculo esquelético e pâncreas (NOGUEIRAS et al., 2008;
DI MARZO; DESPRES, 2009). Elevados níveis de endocanabinóides são observados
em obesos (ENGELI et al., 2005; OSEI-HYIAMAN et al., 2005) e correlacionam-se
com a adiposidade intrabdominal (COTE et al., 2007). A ativação de receptores CB1
periféricos aumenta a lipogênese, o estoque de lipídeos, a secreção de insulina e
glucagon e a modulação da adiponectina (BERMUDEZ-SILVA et al., 2010; Vettor e
Pagano, 2009). No trato gastrintestinal os endocanabinóides reduzem os sinais de
saciedade gerados pela CCK (BURDYGA et al., 2004), aumentam a liberação de
grelina (TUCCI et al., 2004), além de reduzirem o peristaltismo intestinal (NESTO;
MACKIE, 2008). No fígado estimulam fatores lipogênicos (OSEI-HYIAMAN et al.,
2005), assim como alteram o metabolismo da glicose e a sensibilidade a insulina
(QUARTA et al., 2011).
A sinalização endógena do ECS envolve centros periféricos e centrais,
através da inervação vagal conectando o trato gastrintestinal a estruturas cerebrais
(eixo-intestino-cérebro). A nível central o consumo de alimentos é regulado pelo ECS
31
no hipotálamo e sistema límbico, modulando a alimentação pela redução de sinais de
saciedade e aumentando sinais anorexígenos (BERMUDEZ-SILVA et al., 2010). Após
jejum, o ECS hipotalâmico é ativado, estimulando o apetite, possivelmente reforçando
o valor hedônico da alimentação pelo aumento da liberação de dopamina na via
mesolimbica (BERMUDEZ-SILVA et al., 2010; NESTO; MACKIE, 2008; PIERCEA;
KUMARESAN, 2006) e influenciando a regulação da leptina sobre a reestruturação de
sinapses glutamatérgicas e gabaérgicas (CRISTINO et al., 2013).
O bloqueio crônico dos receptores CB1 leva a manutenção da perda de
peso em longo prazo, e redução da dislipidemia, na obesidade experimental e em
humanos, cujo mecanismo envolve o aumento do gasto energético e a ativação do
tecido adiposo marrom (BOON et al., 2014). Rimonabanto foi o primeiro antagonista
CB1 utilizado na clínica para o tratamento da obesidade em 2006 mas foi retirado do
mercado em 2008 devido a graves efeitos colaterais psiquiátricos (ansiedade,
depressão e idealização suicida) (RUMSFELD; NALLAMOTHU, 2014). Contudo
pesquisadores de todo o mundo estão interessados no desenvolvimento de
antagonistas seletivos CB1 para o tratamento da obesidade (SHARMA et al., 2014).
Estudos têm mostrado o papel da microbiota intestinal na homeostase do
organismo, e a identificação do seu efeito sobre o metabolismo fisiológico, como
também em doenças metabólicas, como o DM2 e a obesidade (HASTSTRA et al.,
2015; MORAN; SHANAHAN, 2014). A maior quantidade de microbiota intestinal é
encontra no intestino grosso, principalmente no colón, e de dois filos principais de
bactérias, o Firmicutes (incluindo Clostridium, Enterococcus, Lactobacillus e
Ruminococcus) e o Bacteroidestes (incluindo Prevotella e Bacteroides). Na obesidade
tem-se uma maior proporção de Firmicutes que Bacteroidestes comparado aos
indivíduos com peso normal (TURNBAUGH et al., 2009; LEY et al., 2006). FINUCANE
et al. (2014) mostraram a associação entre a razão Firmicutes/Bacteroidestes (F/B) e
obesidade ou IMC. Os mecanismos pelos quais a microbiota intestinal contribue para a
obesidade incluem, i) extração de calorias adicionais dos alimentos, onde a microbiota
é capaz de hidrolisar celulose e outros carboidratos complexos, e os monossacarídeos
absorvidos são metabolizados a ácidos graxos de cadeia curta (SCFA), que são
convertidos a triacilgliceróis no fígado, e depositados nos adipócitos pela ativação da
lipoproteína lipase (LPL) (resultante da inibição do fator adipocitário induzido pelo
jejum – FIAP). Em adição a indução da lipogênese hepática, a microbiota também
exerce um papel no gasto energético, favorecendo a inibição da oxidação de ácidos
graxos (que em retorno, favorece a deposição e estoque de lipídeos no tecido adiposo,
32
fígado e/ou músculo); ii) os SCFA agem como moléculas sinalizadoras em receptores
GRP41 e 43 reduzindo o gasto energético; iii) translocação de bactérias do intestino
para a corrente circulatória levando a uma inflamação sistêmica, pela ação do LPS e
de seus metabólitos rompendo a barreira intestinal; iv) modulando GLP-1/2 e o
sistema endocanabinóide (VILLANUEVA-MILLÁN et al., 2015).
A obesidade está associada a um maior risco de DM2, doenças
cardiovasculares, dislipidemia, esteatose hepática não alcoólica, doenças articulares,
apnéia do sono, asma, bem como alguns tipos de câncer, como o de endométrio,
mama, próstata e cólon (KIM et al., 2014). As alterações na estrutura e funcionamento
e a distribuição alterada da gordura, em particular a gordura visceral é
reconhecidamente um fator de risco para as alterações metabólicas encontradas na
obesidade (LANTHIER et al., 2014)
Existem dois tipos de tecido adiposo, o tecido adiposo branco (TAB) e o
tecido adiposo marrom (TAM).O TAB está distribuído pelo corpo e é representado por
dois tipos, TAB visceral (TABv) e TAB subcutâneo (TABs). OTABv, ou gordura
abdominal, está localizado dentro do peritôneo, sendo distribuído ao redor dos órgãos
internos (ex. estômago, fígado, intestino e rins). OTABs está localizado dentro da
cavidade abdominal e pode ser encontrado por baixo da pele, assim como na gordura
muscular (ex. TAB inguinal, quadris, coxas e nádegas) (PARK et al., 2014.)
A principal função do TAB é estocar energia na forma de triacilgliceróis
(TAGs), enquanto o TAM é especializado em dissipar energia na forma de calor.
Recentemente outro de tipo de adipócitos denominados “tipo-marrom” ou “bege” foram
identificados no TAB, com expressão gênica distinta do TAB e do TAM. A ativação dos
adipócitos beges aumenta o gasto energético e correlaciona-se com a magreza em
humanos (QIAN et al., 2015). Um achado também recente foi a dos adipócitos rosa
(pink adipocytes) que surgem durante a gravidez e a lactação, no processo de
alveologênese, com papel de produzir e secretar leite, sendo capazes de estocar
gordura. Estas células são encontradas exclusivamente em mulheres e sua
denominação provém da cor rosa, ao nível de microscopia, da glândula mamária da
grávida (GIORDANO et al., 2014).
O tecido adiposo é um órgão endócrino ativo que pode afetar a função de
outros órgãos, sendo uma importante fonte de várias adipocinas, citocinas,
quimiocinas e fatores de crescimento. Estas substâncias são responsáveis pela
interação entre o tecido adiposo, tecido muscular, córtex adrenal e sistemas nervoso
33
central e simpático, mantendo o equilíbrio energético do organismo, a determinação da
sensibilidade a insulina, bem como a regulação da pressão arterial, a resposta imune,
da angiogênese, metabolismo lipídico e homeostasia (GNACIŃSKA et al., 2009).
O excesso de tecido adiposo visceral e o aumento da produção de
citocinas são os principais responsáveis pelas complicações metabólicas. Os
principais componentes da síndrome metabólica são obesidade abdominal com
resistência à insulina, hiperinsulinemia, hipertensão arterial, dislipidemia, hiperglicemia
e DM2. Os outros elementos dessa síndrome são hiperuricemia e estado pró-
inflamatório. A presença de síndrome metabólica está associada ao aumento no risco
de complicações cardiovasculares, cardiopatias isquêmicas e acidente vascular
cerebral (RANA et al., 2007).
O tecido adiposo é um órgão endócrino e de estocagem que participa na
homeostase energética. Este tecido é primariamente composto de adipócitos, mas
também contém outras células, como p.ex. fibroblastos, pré-adipócitos, monócitos,
células endoteliais (LEAL; MAFRA, 2013). Os adipócitos secretam hormônios,
adipocinas e citocinas que agem de forma endócrina, parácrina e autócrina regulando
a homeostase energética. As adipocinas têm diferentes funções, como: regulação de
apetite e balanço energético, imunidade, sensibilidade à insulina, angiogênese,
inflamação e resposta de fase aguda, pressão sanguínea e metabolismo de lipídeos.
O número de adipocinas tem expandido rapidamente e incluem leptina, adiponectina,
resistina, visfatina, apelina, proteína de ligação do retinol-4, soro amiloide A, inibidor 1
do ativador de plasminogênio, angiotensinogênio, vaspina, omentina, chemerin e zinco
alfa 2 glicoproteina (LEAL; MAFRA, 2013).
Dentre as adipocinas mais conhecidas e estudadas estão a leptina, a
adiponectina e a resistina.
A leptina é codificada pelo gene ob, expresso por adipócitos diferenciados
do TAB. A gordura subcutânea é a principal fonte de leptina (FREDERICH et al.1995;
MAFFEI et al. 1995). Seu principal efeito biológico é o controle do crescimento do
tecido adiposo via ação no SNC. A leptina age nos neurônios gabaérgicos, reduzindo
o apetite e aumentando o gasto energético. Os neurônios sensíveis a leptina
encontram-se no hipatálamo e em diferentes órgãos como fígado, rins, pulmões,
pâncreas e tecido adiposo. A leptina inibe os neurônios NPY e GABA, enquanto
simultaneamente estimula os neurônios POMC. Como NPY e GABA são neurônios
orexígenos, enquanto POMC são neurônios anorexígenos, a leptina promove a
34
sensação de saciedade e aumenta o gasto energético (MUHAMMAD; FRANK, 2014;
FRIEDMAN; HALAAS 1998, BATES; MYERS 2003, MYERS et al. 2009, RING;
ZELTSER, 2010; LEAL; MAFRA, 2013).
No obeso a presença de hiperfagia e aumento do tecido adiposo na
presença de hiperleptinemia indica resistência à leptina (LEAL; MAFRA, 2013). Os
mecanismos precisos da resistência à leptina ainda não foram esclarecidos, mas o
que sabe-se até agora é que essa resistência possa advir de i) uma falha na
passagem da leptina da circulação para o cérebro pela barreira hematoencefálica; ii)
uma inibição da cascata de sinalização da leptina em regiões específicas do cérebro;
iii) uma redução na expressão de receptores de leptina e iv) uma desensibilização da
sinalização celular eferente central para a periferia (CARO et al., 1996; MARTIN et al.,
2000; MUNZBERG et al., 2005; MUNZBERG; MYERS, 2005; SÁINZ et al., 2015). Em
adição, múltiplos fatores incluindo a inflamação e estresse oxidativo, assim como o
tipo de dieta podem também contribuir para a resistência à leptina (SÁINZ et al.,
2015). A leptina está associada com ativação de macrófagos, produção de TNF-α e
espécies reativas de oxigênio, síntese de iNOS, expressão de MCP-1 e migração e
proliferação de células endoteliais (LOFFREDA et al., 1998; KONSTANTIDINES et al.,
2001; COOKE; OKA, 2002; LEAL; MAFRA, 2013).
Adiponectina é liberada exclusivamente por adipócitos do TAB. Sua
expressão é maior no TAB subcutâneo, em relação ao visceral. Suas ações estão
relacionadas com a melhoria da sensibilidade a insulina através da ativação de
proteína quinase ativada por AMP (AMPK) no fígado e no músculo esquelético, e
redução da expressão de enzimas hepáticas responsáveis pela gliconeogênese. Além
disso, a adiponectina é inversamente associada à expressão de moléculas de adesão
e a transformação de macrófagos em células espumosas, ou seja, um fator de
proteção vascular. Estudos in vitro mostraram que a adiponectina pode reduzir a
resposta inflamatória de células endoteliais por meio da inibição de TNF-α induzida
pela ativação do fator nuclear kappa B (NF-�B) (LIHN, et al., 2004; LEAL; MAFRA,
2013).
A concentração de adiponectina, ao contrário de outras adipocinas, é
reduzida na obesidade e na resistência à insulina. Hipoadiponectinemia está
associada a ocorrência de síndrome metabólica, DM2, hipertensão arterial,
dislipidemia, esteatose hepática e cardiopatias isquêmicas. A concentração de
adiponectina é inversamente proporcional a gravidade da estenose coronariana.
Níveis elevados de leptina e diminuídos de adiponectina são características de
35
síndrome metabólica e correlacionados com alto risco de doenças cardiovasculares
(HARA et al., 2007; LEAL; MAFRA, 2013).
A resistina tem estrutura semelhante à da adiponectina, sendo secretada
não apenas por adipócitos, mas por um grande número de células, em particular,
células imunocompetentes (COELHO et al, 2013). Foi nomeada pela sua capacidade
em induzir a resistência à insulina, através do aumento da expressão de enzimas
gluconeogênicas no fígado e diminuição da ativação de AMPK e expressão do
substrato 2 do receptor de insulina (STEPPAN et al., 2001; BANERJEE et al., 2004;
SHENG et al., 2008).
A resistina também pode lesionar diretamente o endotélio através da
indução da molécula de adesão celular-vascular-1 (VCAM-1) e síntese e expressão de
MCP-1 e secreção de endotelina 1 pelas células endoteliais (SHENG, et al., 2008). Os
alvos da resistina são fígado, tecido adiposo e músculo esquelético. Resistina
aumenta a produção de glicose hepática e diminui a absorção e o metabolismo dos
ácidos graxos no músculos esquelético. Presume-se que esta adipocina pode ser um
fator importante na patogênese de distúrbios metabólicos (MCTERNAN et al.,2006).
Alguns estudos mostram a associação entre resistina e obesidade ou
resistência insulínica (JAIN et al., 2009; OWECKI et al., 2011; CHEN et al., 2009).
Seus níveis foram reduzidos após uma dieta hipocalórica e na perda de peso induzida
por exercício (AZUMA et al., 2003) e sua expressão reduzida após cirurgia bariátrica
(EDWARDS et al., 2011), estando associada em alterações da adiposidade
(SCHWARTZ; LAZAR, 2011).
As adipocinas visfatina, vaspina e omentina estão envolvidas com melhora
da homeostase da glicose, a proteína de ligação do retinol-4 é prejudicial a esta
homeostase e os efeitos de apelina e chemerin são controversos. A soro amiloide A
está envolvida com efeito aterogênico e o inibidor 1 do ativador de plasminogênio
promove redução da fibrinólise. A zinco alfa 2 glicoproteina aumenta o gasto
energético e a lipólise (LEAL; MAFRA, 2013).
Na obesidade observa-se uma hiperplasia e hipertrofia dos adipócitos e
este aumento no número e tamanho dos adipócitos leva a um estresse celular,
hipóxia, aumento de espécies reativas de oxigênio e necrose adipocitária (VAN HAM
et al., 2014; LUMENG et al., 2007; MANTEIGA et al., 2013). A necrose dos adipócitos
é um evento crucial na liberação de quimiocinas, que atraem monócitos circulantes
para o sítio de inflamação, e a infiltração do tecido adiposo pelos macrófagos com
36
liberação de citocinas inflamatórias, faz com que a obesidade seja considerada um
estado de inflamação crônica (DEY et al., 2015; BAI; SUN, 2015)
Os macrófagos são divididos em duas classes, M1 (classicamente
ativados) e M2 (alternativamente ativados), que apresentam diferentes ativadores,
marcadores e funções. O macrófago M1 é ativado por meio de INF-γ e LPS, e
apresenta como marcador do fenótipo alta produção de IL-12 e IL-23, e baixa
produção de IL-10, com alta produção de óxido nítrico e espécies reativas de oxigênio,
enquanto o macrófago M2 é ativado por IL-4, IL-10, IL-13 e IL-33, e apresenta como
marcador do fenótipo alta produção de IL-10 e baixa de IL-12 e IL-23. M1 participa na
resistência a parasitas intracelulares e tumores, enquanto M2 contribui para o
remodelamento tecidual, promovendo angiogênese e progressão tumoral (BAI E SUN,
2015). Segundo LUMENG et al. (2007), na obesidade o fenótipo do macrófago do
tecido adiposo muda de um estado anti-inflamatório M2 para um estado pro-
inflamatório M1, contribuindo para o estado de inflamação crônica.
Citocinas produzidas por macrófagos que infiltram o TAB também são
consideradas adipocinas. As adipocinas pró-inflamatórias como proteína quimiotática
de monócitos (MCP-1) e TNF-α, e ácidos graxos saturados, liberados dos adipócitos
induzem NF-κB nos macrófagos e estes quando ativados passam também a liberar
MCP-1, recrutando monócitos da circulação para o tecido adiposo. Os macrófagos
infiltrados no tecido adiposo interagem de maneira parácrina com os adipócitos
através da produção de TNF-α, aumentando a produção de adipocinas pró-
inflamatórias e reduzindo a produção de adiponectina, que é anti-inflamatória (BAI;
SUN, 2015; SUGANAMI et al., 2005; KAMEI et al., 2006).
O TNF-α é considerado uma peça central no recrutamento e ativação de
células inflamatórias (CLARK; HOW, 2007), estando relacionado com a resistência à
insulina no músculo esquelético e tecido adiposo, pela fosforilação anormal de IRS-1
(substrato do receptor de insulina-1) e redução da translocação de GLUT-4
(LORENZO et al., 2008). Além disso, TNF-α induz a ativação de NF-κB, que regula
genes associados à inflamação (ANTUNES; DAN, 2009). O TNF-α está presente no
tecido adiposo inflamado em conjunto com outras citocinas pró-inflamatórias como IL-
6, IL-1β e IL-8 (AGUILAR-VALLES et al., 2015; FANTUZZI, 2005; TRAYHURN;
WOOD, 2004). O TNF-α também tem sido associado ao aumento da taxa de
aterosclerose (uma característica comumente aumentada na obesidade), devido a sua
capacidade de induzir a expressão de moléculas de adesão em células endoteliais e
de músculo liso da parede vascular (CHOY et al., 2001). Enquanto nos modelos
37
animais de obesidade o papel do TNF-α na inflamação crônica e na resistência
insulínica está claramente demonstrado (LI et al., 2003; LIANG et al., 2008), os dados
em humanos sugerem que outros fatores estão envolvidos (CAO, 2014). Nesse
sentido, estudos clínicos usando terapias anti-TNF-α não mostraram efeitos de
melhora da sensibilidade à insulina e da homeostase da glicose na obesidade
(AGUILAR-VALLES et al., 2015; WASCHER et al., 2011; YE; MCGUINNESS, 2013).
IL-6 é uma citocina pró-inflamatória produzida por monócitos, fibroblastos e
fração vascular estromal do TAB visceral (FAIN et al., 2004). Na ausência de
inflamação, o tecido adiposo parece contribuir com 15-30% da IL-6 circulante, o
músculo esquelético também pode liberar IL-6 (MOHAMED-ALI et al., 1997;
PEDERSEN et al., 2003) A IL-6 está envolvida com resistência insulínica, produção de
proteína C reativa no fígado e estimulação da secreção hepática de VLDL (LEAL;
MAFRA, 2013). As concentrações séricas de IL-6 estão elevadas na obesidade e são
reduzidas com a perda de peso (KOPP et al., 2003; MOSCHEN et al., 2011). Apesar
destas evidências o papel da IL-6 no desenvolvimento da obesidade e de doenças
relacionadas é controverso, estudos em camundongos deficientes de IL-6 apresentam
resultados inconsistentes no desenvolvimento de obesidade espontânea (DI
GREGORIO et al., 2004; WALLENIUS et al., 2002) e o uso de uma terapia com
anticorpos anti-IL-6 (tocilizumab) para o tratamento da artrite reumatoide induziu
ganho de peso (YOUNIS et al., 2013).
IL-10 e IL-1ra (antagonista do receptor de IL-1) são citocinas anti-
inflamatórias que também são secretadas pelo tecido adiposo (FAIN et al., 2004;
JUGE-AUBRY et al., 2003; POHL et al., 2009) e estão elevadas na obesidade
(ESPOSITO et al., 2003; MEIER et al., 2002). Enquanto IL-1ra antagoniza
competitivamente as ações da IL-1β em seu receptor, a IL-10 inibe a sinalização via
NF-κB e promove a indução do supressor da sinalização de citocinas-3 (SOCS-3)
(DINARELLO et al., 2012; SCHOTTELIUS et al., 1999; BERLATO et al., 2002).
Contudo, estão envolvidas na indução da resistência à leptina (MEIER et al., 2002). IL-
1ra inibe a anorexia induzida por leptina (LUHESHI et al., 1999).
As quimiocinas também estão envolvidas com a inflamação crônica da
obesidade, assim como com a resistência insulínica e DM2. A interação de MCP-1
com os receptores CCR2 é considerada chave para o desenvolvimento da resistência
insulínica associada à obesidade (OTA et al., 2013). O aumento da expressão de
MCP-1 no tecido adiposo aumenta a recrutamento de macrófagos, contudo, os dados
ainda são conflitantes em relação se a deficiência de MCP-1 pode reduzir o
38
recrutamento de macrófagos e melhorar a sensibilidade à insulina. A complexa
sinalização das quimiocinas pode ser a responsável pelos achados conflitantes. CCR2
é um receptor funcional que pode ser ativado por várias outras quimiocinas, como
MCP-2, MCP-3, CCL7 e CCL8, que também estão expressas no tecido adiposo do
obeso e que podem afetar o recrutamento de macrófagos (CHAVEY et al., 2009). As
quimiocinas CXCL1 e CXCL5 também estão envolvidas com o desenvolvimento da
obesidade e da hiperglicemia (CRAIG et al., 2014; CHAVEY et al., 2009).
O conhecimento dos eventos moleculares que regulam a diferenciação dos
pré-adipócitos e de células-tronco mesenquimais em adipócitos (adipogênese) é
importante para o entendimento da gênese da obesidade. A elevação da massa
adiposa ocorrida na obesidade é determinada pela hipertrofia e/ou hiperplasia dos
adipócitos (QUEIROZ et al., 2009). A hipertrofia dos adipócitos é considerada um
evento chave associado com a perda da sensibilidade a insulina (KLOTING; BLUHER,
2014). Indivíduos com hipertrofia adipocitária possuem elevados fatores pró-
inflamatórios, icluindo leptina, IL-6, IL-8 e MCP-1, reduzidos níveis de adiponectina e
IL-10, assim como aumento da lipólise (SKURT et al., 2007; KLOTING; BLUHER,
2014).
A hipertrofia de adipócitos maduros ocorre em resposta a ativação da
lipogênese e da lipólise, que pode variar de acordo com a incorporação ou liberação
de lipídeos, que depende, entre outros fatores, do estado nutricional do indivíduo,
gasto energético, influência de hormônios catabólicos ou anabólicos, atividade de
enzimas envolvidas nestes processos e da heterogeneidade existente entre os
diversos grupamentos adiposos do organismo. A hiperplasia, por outro lado, depende
da diferenciação dos pré-adipócitos em adipócitos, denominada adipogênese
(JENSEN et al., 1997). Durante muito tempo acreditou-se que adultos apresentavam
um número fixo de adipócitos e que as alterações na massa adiposa ocorriam
secundariamente a alterações no volume de gordura dessas células. No entanto,
adipócitos adultos exibem renovação intensa e constante, sabendo-se atualmente, que
o potencial de gerar novas células persiste durante toda a vida (SPALDING et al.,
2008).
Células tronco mesenquimais multipotentes, residentes no estroma do
tecido adiposo, tornam-se adipócitos quando perdem a capacidade de se diferenciar
em outras linhagens mesenquimais, tornando-se “comprometidas” com a linhagem
adipocitária. Esta é a fase conhecida como determinação ou comprometimento da
diferenciação do adipócito. Segue a diferenciação terminal, onde os pré-adipócitos
39
adquirem as características de adipócitos maduros, acumulado gotas de lipídeos e
respondendo a hormônios como a insulina (AILHAUD et al., 2004).
Apesar de vários aspectos moleculares da adipogênese ainda não serem
conhecidos, vários fatores envolvidos nesse processo já foram identificados. Como
estimuladores da adipogênese temos o receptor ativado por proliferadores de
peroxissoma γ (PPAR-γ), proteinas estimuladoras de ligação a CCAAT α, β e γ
(C/EBPα, C/EBPβ, C/EBPδ), membros da familia STAT (transdutores e ativadores de
transcrição), proteina 1 ligadora do elemento regulatório de esterol (SREBP1), fator de
crescimento semelhante a insulina 1 (IGF-1), fator estimulante de colonia de
macrófagos, ácidos graxos, prostaglandinas, glicorticóides, proteinas Bmal1 e Rev-
erbα e fator de células B precose 1 (EBf1), e como inibidores da adipogênese temos
proteinas Wingless e INT-1 (Wnts), proteínas de ligação a GATA 2 e 3, fatores
semelhantes a Kruppel (KLFs) e fatores reguladores de interferon (IRF3 e IRF4) (ALI
et al., 2013; LEFTEROVA; LAZAR, 2009; SARJEANT; STEPHENS, 2012; MAX et al.,
2015).
No centro desta rede estão os principais fatores adipogênicos, as proteínas
C/EBPs e o receptor PPARγ. C/EBPβ e δ induzem a expressão de C/EBPα e de
PPARγ. Uma vez ativados, C/EBPα e PPARγ se autorregulam positivamente para
permanecerem expressos, ou seja, retroalimentam a indução da sua própria
expressão, apesar da redução da expressão de C/EBPβ e -δ. PPARγ e C/EBPα
ativam a transcrição de genes marcadores da diferenciação terminal dos adipócitos,
como a proteína de ligação de ácidos graxos (FABP) 4, leptina, adiponectina,
transportador de glicose dependente de insulina (GLUT-4), entre outros. O PPARy é
considerado o regulador mestre da adipogênese, sem ele, as células precursoras são
incapazes de expressar qualquer aspecto conhecido do fenótipo dos adipócitos. Por
outro lado, as células deficientes em C/EBPα apesar de terem a capacidade de
diferenciação de adipócitos, são resistentes a insulina (MA et al., 2015; ALI et al.,
2013; FARMER, 2006; ROSEN et al., 2002).
Os receptores PPAR pertencem a um subgrupo da superfamília de
receptores nucleares, do qual três diferentes tipos foram descritos até o momento,
PPARα, PPARδ e PPARγ. Embora compartilhem propriedade estruturais comuns,
apresentam funções e distribuição diferentes entre os tecidos. Nos adipócitos, o
PPARγ regula a expressão de numerosos genes envolvidos no metabolismo de
lipídeos, incluindo aP2, acil-CoA sintetase e lipoproteína lipase (LPL). Também
controla a expressão da proteína transportadora de ácidos graxos 1 (FATP-1) e
40
translocase de ácido graxo/CD36 (FAT/CD36), ambos envolvidos na captação de
lipídeos pelos adipócitos (GRYGIEL-GÓRNIAK, 2014; TAVARES et al., 2007).
1.1.4. Tratamento da obesidade
O sucesso no tratamento da obesidade depende da magnitude da redução
do peso e diminuição dos fatores de risco presentes no início do tratamento. A eficácia
da intervenção terapêutica é atingida quando há redução maior ou igual a 1% do peso
corporal por mês, obtendo pelo menos 5% em 3 a 6 meses. Estudos mostram que a
diminuição de 5 a 10% do peso, reduz significativamente os fatores de risco para
diabetes e doenças cardiovasculares. Inicialmente o tratamento da obesidade
fundamenta-se em modificações do estilo de vida, orientações dietoterápicas, aumento
da atividade física e mudanças comportamentais (ABESO, 2010).
As intervenções no estilo de vida e na dieta objetivam uma redução no
consumo de energia e um aumento do gasto energético através de uma dieta
balanceada e de um programa de atividade física. As dietas são baseadas na redução
da ingestão de calorias para criar um balanço energético negativo. Estas podem
produzir uma perda de peso em curto tempo, mas a manutenção desta perda de peso
é frequentemente difícil. A prática de exercícios associada a uma dieta balanceada
devem ser parte permanente de um estilo de vida (ZHANG et al., 2014).
No entanto, algumas pessoas não têm resultados satisfatórios com o
tratamento conservador, sendo então, considerado o uso de medicamentos (ABESO,
2010).
O uso de medicamentos no tratamento da obesidade e sobrepeso está
indicado quando houver falha do tratamento não farmacológico, em pacientes com
IMC ≥ a 30 kg/m²; com IMC ≥ a 25 kg/m² associado a outros fatores de risco, como a
hipertensão arterial, DM2, hiperlipidemia, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre
outras; ou com circunferência abdominal maior ou igual a 102cm (homens) e 88cm
(mulheres) (ABESO, 2010).
Atualmente no Brasil somente dois medicamentos estão registrados para o
tratamento da obesidade, sibutramina e orlistate.
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) No. 52, de 6 de outubro de
2011, da Anvisa que proibia o uso das substâncias anfepramona, femproporex e
41
mazindol, seus sais e isômeros, bem como intermediários, foi invalidada pelo Decreto
Legislativo 273/2014, aprovado pelo Congresso Nacional em setembro de 2014. Assim
sendo, a Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou o novo regulamento técnico referente
a anorexígenos no País, a RDC No. 50/2014, publicada no Diário Oficial da União de
26 de setembro de 2014. A RDC No. 50/2014 prevê que as empresas interessadas em
comercializar medicamentos contendo mazindol, femproporex e anfepramona deverão
requerer novo registro à agência. A análise técnica dos pedidos levará em
consideração a comprovação de eficácia e segurança dos produtos. Segundo a
norma, as farmácias só poderão manipular esses medicamentos quando houver algum
produto registrado na Anvisa. Quando as substâncias tiverem registro, tanto o produto
manipulado quanto o produto registrado passarão a ter o mesmo controle da
sibutramina.
A sibutramina é um inibidor da recaptação da serotonina e da
noradrenalina no SNC, com efeitos anorexígenos e sacietógenos. O tratamento com
sibutramina durante um ano pode reduzir o peso em média 4,5 kg (ARTERBURN
et al., 2004). Além disso, pode melhorar os efeitos adversos do perfil bioquímico
associado a obesidade, tais como glicemia, insulina, triglicerídeos, colesterol total,
lipoproteína de baixa densidade (LDL) e de alta densidade (HDL) (Nisoli e Carruba,
2000). Também está associada com a redução da circunferência abdominal, um
preditor de doenças cardiovasculares (CHEUNG et al., 2013).
Os efeitos colaterais mais comuns da sibutramina incluem dor de cabeça,
boca seca, insônia e constipação (NISOLI; CARRUBA, 2003). Aumenta a frequência
cardíaca e a pressão arterial em cerca de 2 mmHg em alguns pacientes (NISOLI;
CARRUBA, 2000). O efeito da sibutramina sobre a pressão sanguínea depende do
balanço entre a estimulação periférica e central do sistema nervoso simpático
(HEUSSER et al., 2006). Devido à preocupação com a pressão arterial, a sibutramina
não deve ser utilizada em pacientes com risco de doenças cardíacas e acidente
vascular cerebral (CHEUNG et al., 2013).
O FDA (Food and Drug Administration) aprovou o uso da sibutramina em
1997, enquanto a ANVISA aprovou seu uso no Brasil em 2008. A partir de suspeitas
relativas ao risco cardiovascular, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA)
solicitou ao fabricante Abbott um estudo em que fosse avaliado o risco da sibutramina
entre os usuários obesos que apresentavam um risco prévio cardiovascular. O estudo,
denominado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes Trial), durou 6 anos, e
seu relatório final foi publicado em setembro de 2010, no New England Journal of
42
Medicine, e mostrou 16% de aumento do risco CV (como Infarto Agudo do Miocárdio e
Acidente Vascular Cerebral) entre usuários de sibutramina. Em janeiro de 2010, a
EMA determinou o cancelamento do registro da sibutramina na Europa devido aos
riscos cardiovasculares demonstrados pelo estudo SCOUT (JAMES et al., 2010). O
FDA em outubro de 2010, anunciou que a empresa retiraria voluntariamente a
sibutramina dos Estados Unidos. A mesma medida foi tomada no Canadá e Austrália.
Contudo no Brasil está permito o seu uso até hoje (ANVISA, 2010).
A comercialização da sibutramina é regulada pela RDC No. 52, de 6 de
outubro de 2011, a qual deve ser realizado com retenção de receita, assinatura de
termo de responsabilidade do prescritor e do termo de consentimento pós-informação
por parte do usuário.
O Orlistate é um inibidor potente das lipases pancreática e gástrica, que
são necessárias para a hidrólise da gordura da dieta em ácidos graxos livres e
monoacilgliceróis, repercutindo deste modo na redução de aproximadamente 30% da
absorção da gordura ingerida na dieta (KAKKAR; DAHIYA, 2015). Uma meta analise
de 16 ensaios clínicos controlados, randomizados, duplo-cegos, placebo controlados
envolvendo 10.631 pacientes, mostrou que a terapia com orlistate associada a uma
dieta de perda de peso por um período de 1 a 4 anos, mostrou 2,9% maior perda de
peso comparado ao placebo (KAKKAR; DAHIYA, 2015).
Os efeitos adversos do orlistate advém de seu próprio mecanismo de ação
e incluem incontinência fecal, flatulência com perda fecal, urgência fecal, evacuação
oleosa e diarréia (YEN; EWALD, 2012). Aproximadamente 5% dos pacientes
descontinuam seu uso pelos seus efeitos adversos. Além de reduzir os níveis de
vitaminas A, D e E, sendo necessário suplementação destas vitaminas (CHEUNG et
al., 2013).
Em 2010 o FDA aprovou uma revisão na bula do orlistate incluindo novas
informações sobre casos de severa injuria hepática com necrose de hepatócitos e
insuficiência hepática aguda. Esta revisão foi baseada na observação de 13 casos
severos de injúria hepática envolvendo o uso do orlistate (KAKKAR E DAHIYA, 2015).
O FDA tem aprovado quatro drogas para o tratamento da obesidade,
orlistate, lorcaserina, fentermina/topiramato e naltrexone/bupropriona.
Lorcaserina (Belviq®) é um agonista altamente seletivo para os receptores
da serotonina 5-HT2C. Seus principais efeitos adversos são cefaleia, infecções do trato
43
respiratório superior, nasofaringite, tontura, náuseas, fadiga, diarreia, infecção do trato
urinário, constipação e boca seca (KAKKAR; DAHIYA, 2015). Seu uso não está
aprovado na Europa e no Brasil. A EMA a retirou do mercado por mostrar sua
associação com carcinogenicidade, desordens psiquiátricas (como depressão) e
problemas com as válvulas cardíacas (EMA, 2013).
A combinação de Fentermina/Topiramato (Qsymia®) foi aprovada pelo FDA
em 2012. Fentermina é uma amina simpatomimética que aumenta a transmissão
adrenérgica reduzindo o apetite e aumentando o gasto energético. O topiramato é um
anticonvulsivante cujo mecanismo de perda de peso não está claro, mas reduz o
apetite e aumenta a saciedade por uma ação modulatória sobre o GABA, canais de
cálcio voltagem dependentes e canais de sódio e receptores do glutamato (KAKKAR;
DAHIYA, 2015). Os principais efeitos adversos da associação são parestesias, boca
seca, constipação, disgeusia e insônia. Além de risco aumentado de defeitos
congênitos devendo seu uso ser descontinuado na gravidez (ALLISON et al., 2012). A
EMA rejeitou o início da sua comercialização pela sua associação com eventos
cardiovasculares, psiquiátricos (depressão e ansiedade), cognitivos (problemas com
memória e atenção) e risco de teratogenicidade (EMA, 2012). A associação
Fentermina/Topiramato não está aprovada para uso no Brasil.
Na associação Bupropiona/Natrexone (Contrave®), a bupropiona, um
antidepressivo, aumenta a neurotransmissão noradrenérgica e dopaminérgica via
inibição da sua recaptação, enquanto a naltrexona é um antagonista dos receptores
opióides. Seu mecanismo como agente antiobesidade é pouco conhecido mas estudos
indicam que agem a nivel hipotalâmico agindo sobre neurônios pró-opiomelanocortina
(POMC). Os principais efeitos adversos da associação são nausea, constipação,
cefaléia, vômito, tontura, insônia, boca seca e diarréia (KAKKAR; DAHIYA, 2015). A
empresa farmacêutica Takeda inicialmente submeteu a associação para aprovação
em 2010, a qual foi rejeitada pelo FDA em 2011 com base nos riscos
cardiovasculares. A Takeda reaplicou a solicitação ao FDA adicionando dados
relacionados a segurança cardiovascular e assim aprovando seu uso em setembro de
2014. Contudo a aprovação de seu uso está dependente da realização de vários
estudos pós-comercialização incluindo o de avaliação do risco cardiovascular, de
segurança e eficácia em crianças, de dosagem em pacientes com insifuciência renal e
hepática e de interações medicamentosas (FDA, 2014). Em dezembro de 2014 a EMA
aprovou o uso da associação na Europa com o nome comercial de Mysimba® (EMA,
2014). Seu uso não está aprovado no Brasil.
44
Dentre as drogas que se encontram em ensaios clínicos para futuro uso no
tratamento da obesidade temos a Liraglutida (análogo GLP-1), Exenatida (análogo
GLP-1), Cetilistate (inibidor de lipase gástrintestinal e pancreática), Velneperite
(inibidor do receptor do neuropeptideo Y5), Tesofensina (inibidor da recaptação de
serotonina, dopamina e noradrenalina), Metreleptina (agonista do receptor de leptina),
Bupropriona SR + Zonisamida SR (inibidor da recaptação de dopamina e
noradrenalina + antieplético que aumenta a neurotransmissão dopaminérgica e
serotoninérgica) e Obinepitida (agonista dos receptores neuropeptideo Y2/Y4)
(KAKKAR; DAHIYA, 2015).
O controle da obesidade mórbida (IMC ≥40kg/m2) pode ser feito através da
cirurgia bariátrica (gastroplastia vertical com bandagem, banda gástrica inflável e
gastroplastia com derivação gastro-jejunal) que altera os hormônios do trato
gastrintestinal e a atividade no SNC e representa a única forma de tratamento da
obesidade com efetividade a longo prazo (SAMUEL et al., 2006). Contudo, as
consequências pós-operatórias da cirurgia bariátrica incluem deficiência nutricional
(vitamina B12, folato, tiamina, vitamina D e vitamina E) que pode levar a complicações
neurológicas, refluxo gastroesofágico, problemas renais e psicológicos (como
depressão) e problemas de saúde bucal (como cárie dentária, xerostomia, erosão e
reabsorção óssea) (MOURA-GREC et al., 2012; LANDAIS, 2014; MATINI et al., 2014).
A manipulação da microbiota intestinal é uma nova abordagem para o
tratamento da obesidade e de outras desordens metabólicas incluindo o DM2
(DIBAISE et al., 2012; SANMIGUEL et al., 2015). Porém em relação ao tratamento da
obesidade, até o momento existe apenas um estudo clínico publicado do seu uso para
o tratamento da síndrome metabólica. Um estudo clínico controlado, duplo cego,
randomizado, com 18 homens com síndrome metabólica submetidos ao transplante de
microbiota fecal a partir de suas próprias fezes ou de fezes de doadores magros,
mostrou que após 6 semanas da infusão da microbiota, os homens que receberam
fezes de doadores magros desenvolveram significativo aumento da sensibilidade à
insulina periférica e hepática. Este efeito foi possivelmente explicado pelo aumento da
produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, produzidos pelas
bactérias do doador magro, e assim reestabelecendo a fisiologia fecal normal (VRIEZE
et al., 2012; AGUIRRE; VENEMA, 2015).
45
1.2. Plantas Medicinais e seu potencial Antiobesida de
Muitas plantas medicinais possuem uma longa história de uso na medicina
tradicional para redução do sobrepeso e da obesidade. HASANI-RANHJBAR e
colaboradores, em 2009, publicaram uma revisão sobre a eficácia e a segurança de
produtos naturais medicinais utilizados no tratamento da obesidade em animais e
humanos. Todos os estudos em humanos e animais tomaram como parâmetros a
mudança nas medidas antropométricas (como peso corporal e circunferência da
cintura-quadril), a gordura corporal, a quantidade de alimentos consumidos e o apetite.
Foram incluídos 77 estudos (19 humanos e 58 animais). Os estudos realizados com
Cissus quadrangularis, Sambucus nigra, Asparagus officinalis, Garcinia atroviridis,
efedrina, cafeína e Slimax (extrato de várias plantas, incluindo Zingiber officinale e
Bofutsushosan) mostraram uma diminuição significativa no peso corporal. Em 41
estudos com animais foram encontrados perda de peso significativa ou inibição de
ganho de peso. Não foram observados efeitos adversos significativos ou mortalidade,
exceto em estudos com suplementos contendo efedrina, cafeína e Bofutsushosan.
O mesmo grupo publicou uma nova revisão em 2013 (HASANI-
RANHJBAR et al., 2013) sobre o mesmo tema, contudo agora abordando pesquisas
apenas em humanos, utilizando como fonte de dados o PubMed, Scopus, Google
Scholar, Web of Science e IranMedex, para estudos publicados entre 2008 e 2012.
Estudos com Nigella sativa, Camellia sinensis, Crocus sativus L, Laminaria Digitata,
Xantigen® (ácido punicico e fucoxantina), azeite de oliva virgem, chá verde
enriquecido com catequina, Monoselect Camellia® (extrato padronizado de Camellia
sinensis), chá de Oolong (chá verde azulado), Yacon syrup® (Smallanthus
sonchifolius), Irvingia gabonensi, Weighlevel® (Alchemilla vulgaris, Olea
europaea, Mentha longifolia e Cuminum cyminum), RCM-104® (Camellia sinensis,
Cassia obtusifolia e Sophora japonica), pistache, fibras do Psyllium (Plantago
psyllium), chá preto chinês, Hippophae rhamnoides, bilberries (Vaccinium myrtillus)
mostraram significativa redução do peso corporal. Somente o alginato de alga marron
e Laminaria digitata causaram inchaço abdominal e infecção do trato respiratório
superior como efeitos colaterais, nenhum outro efeito adverso significativo foi descrito
nos estudos. Segundo os autores, Nigella sativa, Camellia synensis, chá verde e o chá
preto chinês foram os que mostraram melhores efeitos antiobesidade.
VERMAAK et al (2011) publicaram uma revisão descrevendo 50 plantas
comercialmente importantes e que foram investigadas em estudos pré-clínicos e
clínicos. Dentre estas, os autores chamam atenção para Cassia mimoisoides,
46
Dioscorea nipponica, Glycyrrhiza glabra e Panax ginseng que mostraram uma
promissora atividade antiobesidade.
HIRAI et al. (2010) descrevem um número de componentes alimentares,
que por mecanismos dependentes e independentes do receptor PPAR-γ, previnem as
respostas inflamatórias induzidas pela obesidade. Dentre aqueles cujas ações
dependem do receptor PPAR-γ são citados a capsaicina, o ácido abiético (terpeno), o
ácido dihidroabiético (terpeno) e o aurapteno (cumarina). Dentre aqueles cujas ações
são independentes do receptor PPAR-γ temos os flavonóides, como a luteolina,
naringenina e cianidina 3-glicosideo e saponinas como a diosgenina. Vários
constituintes fitoquímicos de plantas medicinais tem sido estudados quanto a
capacidade de inibir lipases, e deste modo, serem úteis para o tratamento da
obesidade. Dentre esses constituintes podemos citar saponinas, polifenóis e terpenos
(BIRARI; BHUTANI, 2007).
Os produtos naturais que possuem efeitos antiobesidade podem ser
divididos em cinco categorias de acordo com seu mecanismo de ação, os que
produzem (1) redução da absorção de lipídeos, (2) diminuição da ingesta calórica, (3)
aumento do gasto energético, (4) diminuição da diferenciação e proliferação de pré-
adipócitos e (5) diminuição da lipogênese e aumento da lipólise (YUN, 2010).
Uma grande variedade de plantas possui efeito inibitório sobre a lipase
pancreática, como Aronia melanocarpa L., Nelumbo nucifera, Cudrania tricuspidata,
(WORSZTYNOWICZ et al., 2014, JEONG et al.,2014; LIU et al., 2013) e como
constituintes químicos inibidores de lipase temos saponinas, polifenóis, flavonóides e
cafeína (KIM; KANG, 2005; HAN et al., 2006; MORENO et al., 2006; SHIMODA et al.,
2006, LA GARZA et al., 2011).
Como exemplos de plantas que reduzem o apetite temos Kaempferia
parviflora (SHIMADA et al., 2011), Hoodia gordonii (VAN HEERDEN, 2008), Camellia
sinensis (HAMANO et al., 2011; MOON et al., 2007; NAGAO et al., 2005; WOLFRAM
et al., 2006), Caralluma fimbriata (KURIYAN et al., 2007), Citrus aurantium (KLONTZ
et al., 2006), Phaseolus vulgaris (BAINTNER et al., 2003; CELLENO et al., 2007) e
Robinia pseudoaccacia (BAINTNER et al., 2003), cujos constituintes são
principalmente glicosídeos, saponinas e flavonoides.
Numerosos produtos naturais têm sido propostos como tratamento para
perda de peso através do aumento do gasto energético, incluindo cafeína e capsaicina
(XU et al., 2015; OHYAMA et al., 2015). Camellia sinensis (chá verde), Capcisum
47
annuum (KIM et al., 2014), Pinellia ternata (KIM et al., 2006), Panax ginseng (CHO et
al., 2014) são exemplos de plantas com este mecanismo de ação.
A diminuição da diferenciação e proliferação de pré-adipócitos foi
observada em diversos estudos envolvendo plantas. Dentre estes podemos citar:
Morus alba L (YANG et al., 2014), Coccinia grandis L. Voigt (BUNKRONGCHEAP et
al., 2014), Aspergilllus awamori (HUANG et al.,2014), Daphne genkwa Siebold (KIM et
al.,2014), Momordica charantia, Centella asiática e Morinda citrifolia (SAHIB et al.,
2011).
Nelumbo nucifera (VELUSAMI et al., 2013), Cinnamoni cassiae (SHENG et
al. 2008), Cordyceps militaris (KIM et al., 2014) e Scutellaria baicalensis (LU et al.,
2013) são exemplos de plantas com efeito regulador sobre o metabolismo lipídico.
1.2.1. Terpenos e seu potencial Antiobesidade
Os terpenos são uma família de compostos quimicamente diversos
achados na natureza. Muitos terpenos produzidos por plantas possuem importantes
atividades farmacológicas, por exemplo, anti-tumoral, coleréticas, sedativas,
analgésicas, antiinflamatórias, antihelmínticas, cardioprotetoras, antioxidantes
antialérgicas, gastroprotetora, hipoglicêmica, antihipertensivas e antimicrobiana (VAN
UUM et al., 2002; DE LAS HERAS; HORTELANO, 2009; ARRUDA et al., 2009;
PAPPAS E SCHAICH, 2009; DOUGLAS et al., 2010; TÜRK et al., 2010; PERTINO et
al., 2010; XI et al., 2010).
Uma diversidade de vegetais, normalmente utilizados como alimentos ou
com aplicação medicinal, apresentam triterpenos em sua constituição química,
usualmente variando entre os esqueletos ursano, oleonano e lupano, contendo
normalmente um ou dois grupos hidroxilas (FRIGHETOO, 2005).
Dentre os estudos com triterpenos como agentes antiobesidade
chamamos atenção para os triterpenos pentacíclicos, classe a qual pertence a mistura
de alfa e beta-amirina. Podemos citar o ácido 18β-glicirretínico (MOON et al., 2012;
CLASSEN-HOUBEN et al., 2009), ácido betulínico (KIM et al., 2012; DE MELO et al.,
2009; CHUNG, 2006; LEE, 2006), ácido ursólico (RAO et al., 2011; LI et al., 2010;
LEE, 2006; NA, 2006; ZHANG et al., 2006), ácido oleanólico (KIM et al., 2013; DE
48
MELO et al., 2010; SUNG et al., 2010; ZHANG et al., 2008), ácido glicirrizico (EU et
al., 2010) e ácido 3-acetil-11-ceto-boswellico (LIU et al., 2013).
Triterpenos de plantas são potenciais inibidores de PTP1B (NA et al.,
2006; THUONG et al., 2008), como triterpenos do grupo do oleonano (UDDIN et al.,
2014). A proteína tirosina fosfatase 1B (PTP1B) tem um papel no diabetes e na
obesidade como uma reguladora negativa, desfosforilando o receptor de insulina
ativado pela ligação com a insulina, assim como o seu substrato (substrato do receptor
de insulina-IRS) promovendo resistência insulinica, e desfosforilando a Janus cinase 2
(JAK2) na sinalização da leptina e desse modo envolvida na resistência à leptina
(CHENG et al., 2002; ELCHEBLY et al., 1999).
Nosso laboratório demonstrou a atividade dos triterpenos pentacíclicos,
ácido oleanólico, ácido betulínico e ácido ursólico, em modelo de obesidade induzida
por dieta hipercalórica em camundongos. Os animais que receberam o ácido
oleanólico (10mg/kg, v.o.) durante 15 semanas, demonstraram melhora do teste oral
de tolerância a glicose, diminuição do peso corporal, da adiposidade visceral, da
glicose e lipídeos sanguíneos, assim como elevaram os níveis sanguíneos de leptina e
reduziram os de grelina, quando comparados aos animais que receberam apenas a
dieta hipercalórica (DE MELO et al., 2010). Enquanto animais que receberam ácido
betulínico (50mg/L na água de beber), durante 15 semanas, demonstraram redução do
peso corporal, da gordura visceral e dos níveis séricos de glicose, triglicérides e
colesterol total e significativo aumento dos níveis séricos de insulina e leptina, quando
comparados aos animais que receberam apenas dieta hipercalórica (DE MELO et al.,
2009). Nos animais que receberam o ácido ursólico (50mg/L na água de beber)
durante 15 semanas, houve redução do ganho de peso corporal e na acumulação de
gordura visceral abdominal, além de redução nos níveis de grelina, colesterol e
triglicerídeos plasmáticos (RAO et al., 2011).
1.2.2. Resina do Protium heptaphyllum e a mistura de triterpenos alfa e beta-
amirina
A espécie Protium heptaphyllum March (Burseraceae) (Figura 1),
conhecida popularmente como almecegueira, é encontrada em todo o Brasil, e em
países como Suriname, Colômbia, Venezuela e Paraguai. Esta espécie exsuda uma
resina oleosa e amorfa, cujas aplicações gerais vão desde a fabricação de vernizes e
tintas, na calafetagem de embarcações, em cosméticos e como repelente de insetos.
49
Apresenta alguns usos populares como cicatrizante, expectorante, antiulcerogênico e
antiinflamatório (VIEIRA-JÚNIOR et al., 2005; LORENZI, 2008).
VIEIRA-JÚNIOR et al. (2005) identificaram na resina sete constituintes
triterpênicos, distribuídos em três misturas, alfa e beta-amirina (45,25%), breina e
maniladiol (9,5%), alfa e beta-amirinona e lupenona (1,25%), sendo a mistura de alfa e
beta-amirina o principal constituinte. A proporção entre alfa e beta-amirina é de 63:37
(Figura 2).
Os primeiros artigos científicos sobre a atividade biológica de P.
heptaphyllum foram publicados por FRISCHKORN et al. (1978) e SIANI et al. (1999)
com a identificação das atividades cercaricida e anti-inflamatória do óleo essencial.
Enquanto o primeiro trabalho com a identificação de efeito farmacológico da resina da
almecegueira pelo nosso grupo de pesquisa foi publicado em 2004, com a
identificação de sua atividade gastroprotetora e anti-inflamatória (OLIVEIRA et al.,
2004). Para o seu óleo essencial ainda foram identificadas as atividades acaricida
(WENDEL et al., 2007), gastroprotetora (ARAUJO et al., 2011) e antidermatofitica
(HOUËL et al., 2015), enquanto para o seu extrato foram identificadas as atividades
antimicrobiana (VIOLANTE et al., 2012) e citostática contra células tumorais (TAYLOR
et al., 2013).
Nosso laboratório mostrou que a mistura de alfa e beta-amirina possui
propriedades gastroprotetora (OLIVEIRA et al., 2004a), antipruriginosa (OLIVEIRA et
al., 2004b), antinociceptiva visceral (LIMA-JÚNIOR, 2006), hepatoprotetora (OLIVEIRA
et al., 2005), inibidora da expressão de receptor NK-1 em modelo de cistite
hemorrágica (LIMA-JÚNIOR et al., 2007), antinociceptiva em dor orofacial (HOLANDA
PINTO et al., 2008a), antiinflamatória em modelo de periodontite (HOLANDA PINTO et
al., 2008b) e em modelo de pancreatite aguda (MELO, 2009). Esses efeitos
farmacológicos envolvem mecanismos como ação antioxidante, bloqueio da liberação
e/ou do receptor de substância P, abertura de canais iônicos (K+ATP), ativação de
receptores opióides, ativação de receptores vanilóides (TRPV1), ação estabilizante de
membrana de mastócitos, inibição de citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-6, IL-1β),
inibição de enzimas amilase e lipase pancreáticas.
VITOR et al. (2009) demonstraram a atividade anti-inflamatória de alfa- e
beta-amirina, isolada do Protium kleinii, em modelo de colite ulcerativa induzida por
TNBS, pela supressão de IL-1β e de COX-2 e aumento de IL-10, possivelmente por
inibição da sinalização pelo NF-κB e CREB. Otuki et al. (2005a,b) demonstraram a
50
atividade antinociceptiva da mistura de alfa e beta-amirina, isolada do P. kleinii,
envolvendo a participação de PKC e PKA, e a atividade anti-inflamatória tópica de alfa-
amirina, cujo mecanismo envolve a supressão de PGE2 por supressão da expressão
de COX-2 e da ativação de NF-κB (MEDEIROS et al., 2007).
ARAGÃO et al. (2006) demonstraram a atividade ansiolítica e
antidepressiva da mistura de alfa e beta-amirina, assim como sua atividade analgésica
e anti-inflamatória (ARAGÃO et al., 2007) e anticonvulsivante (ARAGÃO et al., 2015).
Beta amirina melhorou o comportamento geral do sono no modelo de sono induzido
por pentobarbital em camundongos pela ativação da via gabaérgica (JEON et al.,
2015).
KWEIFIO-OKAI et al. (1992; 1994 a,b) demonstraram a sua atividade
anlipoxigenase de beta-amirina e a atividade antiartrítica de alfa-amirina.
As propriedades anti-inflamatória e antinociceptiva de alfa e beta-amirina
estão envolvidas com sua habilidade de interagir com o sistema canabinóide, onde
sua administração, por via oral, de forma preventiva ou curativa, exibiu importante
atividade anti-inflamatória no modelo de colite por DSS, e este efeito ocorreu pela sua
interação com o sistema canabinoide modulando a ativação do receptor CB1 e
infrarregulando as hidrolases endocanabinóides (CHICCA et al., 2012; DA SILVA et
al., 2011; MATOS et al., 2013).
Nosso grupo demonstrou o potencial hipoglicêmico e hipolipidêmico de
alfa- e beta-amirina, ao reduzir a glicemia (de jejum e no teste oral de tolerância à
glicose) e a insulina, reduzir os lipídeos séricos (triglicerídeos, colesterol total, VLDL e
LDL), além de preservar a integridade das células beta-pancreáticas em modelo de
hiperglicemia e hiperlipidemia por estreptozotocina (SANTOS et al., 2012).
A beta-amirina reduziu de maneira concentração dependente a produção
de mediadores inflamatórios (PGE2 e IL-6) e a ativação de NF-�B in vitro (KRISHNAN
et al., 2014), além de exercer atividade analgésica e anti-inflamatória indiretamente via
mecanismo canabinomimético, pela inibição da degradação do endocanabinoide 2-AG
sem interagir diretamente com receptores canabinóides (CHICCA et al., 2012).
Enquanto alfa-amirina possui um potencial modulatório contra o estresse oxidativo
hepático induzido pelo CCl4 pelo bloqueio do citocromo P450 (SINGH et al., 2014).
51
Figura 1. Fotografia da espécie Protium heptaphyllum March, folhas, frutos e
sementes (Fonte: Lorenzi, 2008).
52
alfa-amirina
beta-amirina
Breina
maniladiol
alfa-amirenona
beta-amirenona
Lupenona
Figura 2. Estrutura química dos constituintes triterpênicos da resina de P.
heptaphyllum
53
2.0. Justificativa
A obesidade e suas desordens metabólicas associadas tornaram-se um
dos grandes obstáculos para o aumento da expectativa média de vida. Os
medicamentos tradicionais para o tratamento da obesidade com orlistat, rimonabanto e
sibutramina, assim como as medicações mais atuais, fentermina/topiramato e
naltrexone/bupropiona, embora estejam associados com uma redução de peso e a
uma melhora nas alterações metabólicas, nenhum desses fármacos demonstrou
reduzir a mortalidade associada à obesidade (LING et al., 2013; SHIN; GADDE, 2013).
Deste modo, a pesquisa com produtos naturais, na tentativa de identificar uma nova
opção terapêutica para o tratamento da obesidade, tem recebido bastante atenção.
Triterpenos pentacíclicos pertencentes aos grupos ursano, oleanano e
lupano, tais como ácido aleanólico, ácido betulínico e ácido ursólico, mostraram
inibição de diferentes sistemas enzimáticos intimamente relacionados ao
metabolismo/absorção de carboidratos e lipídios, assim como atividade sensibilizante
e insulinomimética. Assim, a mistura de triterpenos alfa- e beta-amirina (63:37),
representada por 63% ao grupo ursano e 37% ao grupo oleanano, poderia também
modular a adipogenicidade, representando novas moléculas dotadas de relevante
atividade contra a obesidade ou atuando como coadjuvantes no tratamento da
deposição excessiva de gordura corporal.
54
3.0. Objetivos
3.1. Objetivo Geral
� Investigar o possível efeito antiobesidade da resina do Protium heptaphyllum e de
seu constituinte majoritário, a mistura de triterpenos pentacíclicos alfa e beta-
amirina in vivo e sobre a adipogênese in vitro.
3.2. Objetivos Específicos
� Avaliar o efeito antiobesidade preventivo da resina de P. heptaphyllum (RPH) e da
mistura de alfa e beta-amirina (AMI) na obesidade induzida por dieta hipercalórica
em camundongos, por 15 semanas, através da mensuração do consumo de água e
ração, do peso corporal, da gordura abdominal e do peso do fígado e da avaliação
bioquímica de glicemia, perfil lipídico e função hepática.
� Investigar se o efeito antiobesidade preventivo de RPH e de AMI na obesidade
induzida por dieta hipercalórica em camundongos, por 15 semanas, correlaciona-se
com:
o A redução da absorção de carboidratos e gorduras pela determinação
de seu efeito sobre as enzimas amilase e lipase.
o A ação sobre o hormônio gastrintestinal (grelina) e adipocitário (leptina)
que regulam o comportamento de alimentar.
o O efeito anti-inflamatório, através da avaliação plasmática de TNF-α, IL-
6 e MCP-1.
o A melhora da resistência insulínica, através da determinação dos níveis
plasmáticos de insulina e resisitina.
o Um efeito sobre a hipertrofia dos adipócitos e sobre o PPARγ e
Lipoproteina Lipase (LPL) do tecido adiposo visceral, através da
mensuração da área dos adipócitos e sobre a expressão gênica de
PPARγ e LPL.
o Efeitos sobre o tecido hepático e gordura abdominal avaliados por
análise histológica.
� Estudar se o efeito antiobesidade preventivo de RPH e de AMI se dá pela
redução da adipogênese e sobre fatores de transcrição da adipogênese
(PPARγ, C/EBPα, C/EBPβ) em cultura de pré-adipócitos 3T3-L1.
55
4.0. Metodologia 4.1. Material Botânico e obtenção dos compostos
A resina exsudada do caule do Protium heptaphyllum foi coletada no
município de Timon, no estado do Maranhão. O material foi identificado pela botanista
Roseli Farias de Melo Barros, registrado e depositado com o Nº. TEPB 18247 no
Herbário Graziela Barroso, da Universidade Federal do Piauí.
A resina bruta de P. heptaphyllum (410 g) foi dissolvida em
metanol/diclorometano (4:1), filtrado e o solvente evaporado, obtendo-se 408g (99,5%)
de resina branca amorfa. A análise fitoquímica da resina revelou a presença de
triterpenos pentacíclicos (56%), identificados por Ressonância Magnética Nuclear
(RMN 1H e 13C) e Espectrometria de Massa, como sendo as misturas de alfa e beta-
amirina (45,25%), breina e maniladol (9,5%) e uma pequena quantidade de uma
mistura de lupeona, alfa e beta-amirinona (1,25%) (VIEIRA-JUNIOR et al., 2005).
A obtenção da resina do P. heptaphyllum e da mistura de alfa e beta
amirina foi realizada pela Profa. Mariana Helena Chaves da Universidade Federal do
Piauí.
4.2. Animais
Foram utilizados camundongos, albinos, Swiss, machos, com peso entre
20-25g, oriundos do Biotério Central da Universidade Federal do Ceará,
acondicionados em gaiolas apropriadas e mantidos sob temperatura média de 24±1ºC,
em ciclo claro/escuro de 12/12 horas, recebendo ração padrão e água à vontade.
O projeto foi aprovado pelo Comissão de Ética em Pesquisa Animal
(CEPA) da UFC, com No. 70/10.
4.3. Dietas
A dieta padrão consistiu da ração padrão (Nuvilab®, Colombo, PR, Brasil)
composta de 19% de proteína, 56% de carboidratos, 3,5% de lipídios, 4.5% de
celulose, 5% de vitaminas e minerais e 12% de umidade, com um valor energético de
17,03 kJ/g.
56
A dieta hipercalórica foi preparada de acordo com o descrito por Estadella
(2014) a partir de ração padrão, amendoim torrado, chocolate ao leite e biscoito tipo
maisena e representou 20% de proteína, 48% de carboidrato, 20% de lipídeos, 4% de
celulose, 5% de vitaminas e minerais, com um valor energético de 21,4 kJ/g.
A dieta hipercalórica foi preparada no Laboratório de Farmacotécnica, do
Curso de Farmácia da UFC, sob a supervisão do Prof. Said Gonçalves da Cruz
Fonseca.
4.4. Protocolo experimental
Os animais foram inicialmente ambientados por uma semana, tendo livre
acesso a ração padrão e água ad libitum. Após esse período os animais foram
divididos aleatoriamente em 7 grupos de 8 animais cada: dieta normal (ração padrão),
dieta hipercalórica (DH), DH + resina de P. heptaphyllum (RPH, 0,05% na água de
beber equivalente a 10mg/kg), DH + RPH (0,1% na água de beber equivalente a
20mg/kg), DH + alfa e beta-amirina (AMI, 0,05% na água de beber equivalente a
10mg/kg), DH + AMI (0,1% na água de beber equivalente a 20mg/kg) e DH +
Sibutramina (SIB, 0,05% na água de beber equivalente a 10mg/kg).
A RPH e AMI foram inicialmente diluídas em 2% de Tween 80 em água
filtrada. O grupo controle DH recebeu o mesmo veículo. A SIB foi diluída em água
filtrada. Todas as soluções foram trocadas duas vezes na semana.
Semanalmente foi registrado o volume de água (ml/semana) e de ração
(g/semana) consumidos por cada um dos grupos.
O experimento teve duração de 15 semanas. Ao final deste período os
animais foram colocados em jejum de 6h, para coleta de amostras de sangue, e
posteriormente foram eutanasiados para coleta do tecido adiposo visceral e fígado.
4.4.1. Peso corporal, do tecido adiposo e fígado
Os animais foram pesados semanalmente e ao final da 15ª. semana
expresso como peso corporal final (g). Após a eutanásia foi coletado o tecido adiposo
abdominal e o fígado que foram pesados e expressos em peso relativo como mg/10g
de peso animal.
57
4.4.2. Análises plasmáticas e hepáticas
A coleta do sangue foi realizada pelo plexo retro-orbital, nos animais
levemente anestesiados com éter.
O sangue foi coletado em tubos contendo heparina sódica (5000 UI/mL,
20 µL). Decorrido meia hora da coleta, as amostras foram centrifugadas a 3500 rpm
durante 15 min. Em seguida, o plasma foi coletado e estocado a -70 oC até o uso.
Amilase, lipase, AST (aspartato aminotransferase), ALT
(alanina aminotransferase), glicose, colesterol total e triglicerídeos foram quantificados
por kits específicos (Labtest®, MG, Brasil) de acordo com as instruções do fabricante.
Insulina, leptina, grelina, resistina (Millipore®, Billerica, MA, USA), TNF-α,
IL-6 e MCP-1 (R&D Systems®, Minneapolis, MN, USA) plasmáticos foram
quantificados por Elisa, utilizando kits específicos, em duplicata, de acordo com as
instruções do fabricante.
Os lipídeos hepáticos foram extraídos utilizando o método desenvolvido
por Li et al. (1989) e os resíduos lipídicos secos foram dissolvidos em 1mL de etanol e
determinada as concentrações de triglicérides e colesterol total, com kits específicos
(Labtest®, MG, Brasil) de acordo com as instruções do fabricante.
4.4.3. Análise por RT-qPCR (Reação em cadeia da pol imerase da transcrição
reversa em tempo real)
Fragmentos do tecido adiposo visceral foram imediatamente levados ao
congelamento em nitrogênio líquido. As amostras foram então mantidas em freezer
(- 70 oC) até o momento da extração de RNA. RNA total foi isolado de cada amostra
utilizando o Mini Kit RNeasy (Qiagen, USA), de acordo com as instruções do
fabricante.
Resumidamente, as amostras foram homogeneizadas com Trizol (reagente
de lise Qiazol, Qiagen), utilizando um disruptor de células composto por uma
ferramenta de velocidade própria (Dremel 300-N/10, Mexico) e uma haste metálica
rotativa. Após o rompimento do tecido e a liberação do ácido ribonucleico (RNA) para
o meio, a solução foi centrifugada a 20.000g durante 5 min. e então, 200µL de 1-
bromo, 3- cloro-propano (BCP - Fluka, Estados Unidos) foi adicionado ao
sobrenadante.
58
Após a homogeneização e centrifugação (15,000 g, 15min, 4o C), o
conteúdo do tubo de 2mL é separado em 3 fases e o RNA impuro é localizado na fase
límpida superior. O passo seguinte foi a transferência do RNA impuro para uma coluna
de rotação, que objetivou a remoção de impurezas por lavagens consecutivas com
álcool 70% (v/v) e soluções tampão RW1 e RPE. A eluição do ácido nucléico de alta
pureza ocorreu em água livre de RNase. O RNA obtido foi quantificado com Nanodrop
(Thermo Fisher Scientific, Estados Unidos) para fins da verificação da qualidade do
RNA extraído e para a determinação da quantidade de RNA necessária para a
construção do DNA complementar (cDNA) (1μg).
Para avaliar a expressão gênica de PPARy e LPL, o cDNA foi construído a
partir do RNA isolado por uma reação com enzima transcriptase reversa
(SuperScript™ III Reverse Transcriptase System,Invitrogen, Estados Unidos). As
amostras de RNA (1 µg) foram incubadas em 4µL de 5X iScript™ Reaction Mix e 1µL
de iScript™ Reverse Transcriptase (Bio-Rad, USA) com água Milli-Q completando
para volume total final de 20µL por reação. As condições para construção do cDNA
foram: 25o C por 5 min; .42o C por 30 min., seguidos de um ciclo final de 85 o C por 5
min. O cDNA sintetizado foi mantido em um freezer a -20o C até sua amplificação por
uma reação em cadeia de polimerase em tempo real (Real Time-PCR).
A expressão gênica de PPARy e LPL foi determinada por meio do sistema
de detecção em tempo real (iQ5 Real-Time PCR Detection System, Bio-Rad, Estados
Unidos). O gene que codifica a peptidilprolil isomerase A [EC 5.2.1.8] foi utilizado
como gene de referência (Ppia). Os iniciadores de DNA (primers) de todos os genes
foram desenhados nas bases de sequência de DNA obtida do Centro Norte-Americano
de Informação Biotecnológica (http:// www.ncbi.nlm.nih.gov; acesso em
02/Março/2011) (Tabela 1). Os ensaios de PCR em tempo real foram realizados em
um volume final de 25µl de um meio contendo 12.5µL SYBR Green Supermix (solução
padrão para amplificação com reagentes, contendo SYBR Green, DNA polimerase,
dNTPs e solução salina em concentrações ótimas para PCR em tempo real) 200nm de
primers e 1µL de cada amostra de cDNA. Amostras negativas também foram testadas,
com o cDNA sendo substituído por água Mili-Q autoclavada.
As condições do PCR foram as seguintes: um período de desnaturação
inicial de 3 min. a 95o C, seguida por 40 ciclos de amplificação dos genes. Cada ciclo
consistiu de uma fase de desnaturação inicial de 30 seg a 95o C, seguida por uma fase
de anelamento de 30 seg. a 57oC (Ppia) ou 58oC (LPL, PPARgamma); e uma fase de
59
extensão de 45 seg. a 72o C. A captação de fluorescência ocorreu a cada ciclo na fase
de extensão. Os dados obtidos foram armazenados e analisados pelo software iQ5
Optical System (version 2.0; Bio-Rad, USA) a fim de avaliar o ciclo limiar (threshold
cycle, CT) em que a fluorescência observada é 10 vezes maior que a fluorescência
basal para cada ensaio de RT-qPCR. A expressão do gene foi obtida pela aplicação
do método matemático de Pfaffl (Pfaffl, 2001), proporcionando a comparação entre a
amplificação dos genes de estudo e a amplificação do gene de referência em cada
amostra. As amostras foram submetidas a uma etapa de extensão final por 3 min. a
72o C.
Para a confirmação da especificidade dos produtos amplificados obtidos
(amplicons), foi construída uma curva de fusão para cada reação: a temperatura
crescente (aumento de 1o C a cada 20 seg. com início na temperatura de anelamento
do iniciador em questão) alcança 95o C, gerando a desnaturação gradual dos
amplicons.
As alterações de fluorescência foram medidas a fim de se obter a
temperatura de fusão (melting temperature, TM) de cada reação, determinando assim
a especificidade da amplificação pela obtenção de um pico único em cada reação. Os
amplicons foram também avaliados por corrida de eletroforese em gel de agarose a
3%, corados com brometo de etídio a 1% (v/v). A fotodocumentação dos géis revelou
a presença de um produto único por reação, de tamanho esperado.
Tabela 03. Sequência oligonucleotídica dos iniciadores utilizados nos ensaios de qRT-PCR. Gene Alvo Sequência do Primer (5’ -3’) Tam
anho (pb)
Banco de genes
(GenBank, NCBI)
Ppia Mus musculus peptidylprolyl
isomerase A (Ppia), mRNA
F- AATGCTGGACCAAACACAAA R- TTCCACAATGTTCATGCCTT
117 NM_008907.1
LPL Mus musculus lipoprotein lipase
(Lpl), mRNA
F- CCAATGGAGGCACTTTCCA R-
CACGTCTCCGAGTCCTCTCTCT
80 NM_008509.2
PPAR Mus musculus peroxisome proliferator
activated receptor gamma (Ppary),
mRNA
F- GATGGAAGACCACTCGCATT R- AACCATTGGGTCAGCTCTTG
115 NM_001127330.1
NM_011146.3
F: iniciador senso (forward); R: iniciador anti-senso (reverse).
60
4.4.4. Análise histológica hepática e do tecido adi poso
Amostras de tecido hepático e adiposo foram fixadas em formol 10%
tamponado por 24h e transferidos para uma preparação de álcool a 70% até o
momento do corte e colocação novamente em formol 10% tamponado. Posteriormente
as amostras foram fixadas em parafina, cortadas em micrótomo (5µm) e montados em
lâminas que foram coradas com hematoxilina-eosina.
As lâminas foram analisadas, quanto a possíveis alterações histológicas,
por microscopia ótica (Nikon YS2, Tóquio, Japão) e as fotografias foram feitas com o
uso de câmera fotográfica digital (Nikon Coolpix L14 7.1MP, Tóquio, Japão).
As análises foram realizadas pela Profa. Gerly Anne de Castro Brito do
Departamento de Morfologia da UFC que não tinha conhecimento prévio dos
tratamentos.
4.4.5. Área dos adipócitos
As amostras do tecido adiposo obtidas na coloração de hematoxilina-
eosina (item 4.4.4) e fotografadas, foram observadas em computador, e a área dos
adipócitos foi quantificada em 100 células por lâmina, com o uso do programa Image
J® (NIH, Bethesda, MD, USA). A área dos adipócitos foi expressa como µm2.
4.4.6. Cultura e citotoxicidade em células 3T3-L1
Inicialmente, os pré-adipócitos murinos 3T3-L1 foram mantidos em meio
DMEM (Dulbecco’s modified Eagle’s medium) suplementado com 10% de soro de
bezerro recém-nascido e 1% de antibióticos (100U/L de penicilina e 100U/L de
estreptomicina) em estufa com controle de umidade (95%), temperatura (37°C) e CO 2
(5%). As células foram subcultivadas após atingir uma confluência de 80% (SUNG et
al., 2010).
Para avaliar a citotoxicidade da RPH, foi utilizado o ensaio do MTT, o 3-
(4,5-dimetil-2-tiazol)-2,5-difenil-2-H-brometo de tetrazólio, que se baseia no fato deste
sal ser reduzido a um produto de coloração púrpura, o sal de formazan, pela atividade
da enzima succinil-desidrogenase presente na mitocôndria da célula viável, o que
permite quantificar a porcentagem de células vivas (MOSMANN, 1983). As células
indiferenciadas foram distribuídas em placas de 96 poços em densidade de 0,1 x 106
células/mL. As células foram incubadas com a RPH em concentrações seriadas
61
(1,5625; 3,125; 6,25; 12,5; 25 e 50 µg/mL) por um período de 69 h. Após o período de
incubação, as placas foram centrifugadas (1500 rpm/15 min) e o sobrenadante foi
descartado. Cada poço recebeu 150 µL da solução de MTT (na concentração de 0,5
mg/mL em meio DMEM high glucose) e as células foram novamente incubadas por
mais 3 h em temperatura de 37 °C e 5% de CO 2. Após esse período, as placas foram
novamente centrifugadas (3000 rpm/10 min), o sobrenadante foi desprezado e o
precipitado foi ressuspendido em 150µL de DMSO para a quantificação do sal
reduzido (formazan) pelas células viáveis. As absorbâncias foram medidas a 595 nm
em um leitor de microplacas (Beckman Coulter DTX-880®, Passadena, EUA).
O teste do MTT também foi realizado nas células diferenciadas
(adipócitos). Para isso, os pré-adipócitos foram submetidos ao processo de
diferenciação e no 8º dia a RPH foi adicionada nas concentrações de 6,25; 12,5; 25 e
50 µg/mL. A incubação das células ocorreu até o 11º dia de diferenciação, quando o
MTT foi adicionado e a viabilidade celular foi avaliada pela absorbância do sal de
formazan formado. As absorbâncias foram medidas a 595 nm em um leitor de
microplacas (Beckman Coulter DTX-880®, Passadena, EUA).
4.4.7. Indução da adipogênese e Coloração com Oil Red O.
Para avaliar o efeito da RPH sobre a diferenciação das células 3T3-L1, a
resina (6,25; 12,5; 25 e 50 µg/mL) foi incubada com as células desde o dia 1 do
processo de diferenciação até o 11º. dia.
Para isso, as células 3T3-L1 foram estimuladas com meio DMEM
suplementado com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos adicionado com
0,5mM de 3-isobutil-1-metilxantina (IBMX), 0,25 µM de dexametasona e 1 µg/mL de
insulina por 48h. Após a indução, as células foram cultivadas em meio DMEM
suplementado com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos adicionado com 1
µg/mL de insulina por 48h e em DMEM suplementado apenas com 10% de soro fetal
bovino e 1% de antibióticos por outros 6 dias, onde o meio de cultura foi trocado a
cada 48h.
Para mensurar o acúmulo de lipídeos intracelulares no 11º dia de
diferenciação e tratamento com a RPH, foi utilizada a coloração de Oil Red O.
Primeiramente, as células foram lavadas com PBS (pH 7) e fixadas com formaldeído
4% em PBS por 1 h a temperatura ambiente. As gotículas de lipídeo foram coradas
com Oil Red O por 120 min (RAMÍREZ-ZACARÍAS et al., 1992). Por fim, o corante foi
62
extraído com álcool isopropílico e a absorbância medida a 510 nm. O percentual de
corante foi calculado relativo ao controle (KASTURI E JOSHI, 1982; SUNG et al.,
2010).
4.4.8. Análise por Western blotting
A expressão de proteínas alvo relacionadas às vias chaves para indução
do processo de adipogênese foi avaliada por western blotting (WB). Para isso, a
expressão de PPARγ, C/EBPα e C/EBPβ foram determinadas após o 11° dia do início
da indução da diferenciação celular, período no qual as células já apresentam
características morfológicas, bioquímicas e moleculares de um adipócito maduro.
Células 3T3-L1 diferenciadas foram lavadas com PBS e realizada a
extração de proteínas totais com RIPA Lysis Buffer 1x, ao qual foram adicionados
coquetel inibidor de protease, ortovanadato de sódio (200 mM) e PMSF (200mM). A
quantificação de proteínas totais foi feita por meio do método colorimétrico com o uso
do kit Bio-Rad Protein Assay® (BioRad Laboratories, California, EUA) segundo a
metodologia do fabricante.
Foram aplicados 5µg de proteína no gel de eletroforese de poliacrilamida
(SDS) e transferida para uma membrana de PVDF. Após a transferência, as
membranas foram bloqueadas por 1h em leite desnatado 3%. As membranas foram,
então, incubadas com anticorpo primário anti-PPARγ (Santa Cruz Biotechnology,
Texas, EUA), anti-C/EBP-α (Santa Cruz Biotechnology, Texas, EUA), C/EBP-β (Santa
Cruz Biotechnology, Texas, EUA) e anti β-actina (CellSignaling Technology®, Boston,
EUA) na proporção de 1:1000. Posteriormente, cada membrana foi incubada com
anticorpo secundário acoplado a fosfatase alcalina (1:2000) e detectados por
NBT/BCIP (Santa Cruz Biotechnology, Texas, EUA). A marcação com β-actina foi
usada como referência experimental.
A documentação das membranas reveladas foi realizada em captador de
imagens ImageQuant 300® (GE Healthcare, Little Chalfont, UK) utilizando o programa
ImageQuant 300® (GE Healthcare, Little Chalfont, UK) para aquisição e edição. Os
níveis das proteínas detectadas foram mensurados pelo programa Image J®. Cada
experimento foi realizado em duplicata.
63
4.5. Análise estatística
Os dados foram expressos como média ± erro padrão médio (EPM) e
analisados pela Análise de Variância (ANOVA) seguida do teste de Student Newman
Keul, através do programa GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Sotware, Inc., San Diego,
CA, USA).
Os valores de CI50 e seus intervalos de confiança (95%) foram obtidos por
regressão não linear.
Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes.
64
5.0. Resultados
5.1 . Efeito da resina do Protium heptaphyllum (RPH) e de alfa e beta amirina
(AMI) no peso corporal, consumo de ração e água e p eso relativo do tecido
adiposo abdominal e fígado
No início do experimento não foram encontradas diferenças significativas
entre os pesos dos animais de todos os grupos.
Ao final da 15ª. semana houve um aumento significativo de peso corporal
(55,13±2,35g; 36,53%) e da deposição de gordura abdominal (695,4±96,60 mg/10g) no
grupo DH em relação ao grupo DP (40,38±0,94g e 195,4±24,59 mg/10g,
respectivamente). A RPH (10 e 20 mg/kg) e AMI (10 e 20 mg/kg) reduziram
significativamente o peso corporal (11,8%; 17,69%; 13,60%; 11,57%, respectivamente)
e a deposição de gordura visceral (34,2%; 39,39%; 49,71%; 36,91%, respectivamente)
quando comparado ao grupo DH. Sibutramina (10mg/kg) reduziu significativamente o
peso corporal (26,43%) e a deposição de gordura visceral (48,36%) (Tabela 4).
Observamos um aumento significativo do consumo de ração no grupo DH
(38,24±3,03 g/semana) em relação ao grupo DP (31,65±1,32 g/semana). Os
tratamentos com RPH (10 e 20 mg/kg), AMI (10 e 20 mg/kg) e SIB (10 mg/kg)
reduziram significativamente o consumo de ração dos animais em relação aos animais
do grupo DH. Não houve diferença significativa na quantidade de água ingerida entre
os grupos (Tabela 4).
65
Tabela 4. Efeito da resina do Protium heptaphyllum (RPH) e da mistura de alfa e beta amirina (AMI) no peso corporal, peso da gordura
abdominal, consumo de ração, consumo de água e peso do fígado na obesidade induzida por dieta hipercalórica em camundongos.
DP DH DH + RPH 10 mg/kg
DH + RPH 20 mg/kg
DH + AMI 10 mg/kg
DH + AMI 20 mg/kg
DH +
SIB 10mg/kg
Peso corporal inicial
(g)
25,10±0.79
25,20±0,55
25,20±0,71
25,20±0,64
25,20±0,51
25,20±0,55
25,10±0,67
Peso corporal final
(g)
40,38±0.94 55,13±2,35a 45,38±1,29b 48.63±1.47b 47,63±2,67b 48,75±1,27b 40,56±1,35b
Consumo de ração
(g/semana)
31,65±1.32 38,24±3,03a 27,17±1,17b 33,34±1,40b 26,79±1,10b 28,43±1,20b 27,21±1,16b
Consumo de água
(mL/semana)
48,13±0.73 47,63±1,66 44,44±1,20 41,91±1,38 46,71±1 ,37 46,82±2,52 42,54±0,72
Gordura abdominal
(mg/10g)
195,4±24.59 695,4±96,60a 421,5±79,22b 457,6±28,38b 349,7±54,17b 438,7±42,07b 359,1±62,21b
Figado (mg/10g) 337,9±13.60 413,1±7,32a 378,5±16,69b 341,5±9,56b 352,2±9,10b 319,3±17,34b 368,4±11,54b
Os resultados estão expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M). DP (dieta padrão), DH (dieta hipercalórica), RPH (Resina de P. heptaphyllum),
AMI (alfa e beta-amirina), SIB (sibutramina). ap<0,05 vs DP; bp<0,05 vs DH (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
66
5.2. Efeito da RPH e AMI nos parâmetros plasmáticos e hepáticos
5.2.1. Dosagens bioquímicas plasmáticas e hepáticas
Os níveis de amilase (164,30±11,46 U/L) e lipase (295,70±25,62 U/L)
foram significativamente elevados no grupo de animais tratados com a DH quando
comparado aos animais que receberam a DP (99,73±4,14 U/L e 223,30±10,27 U/L,
respectivamente) (Tabela 5).
A RPH (20 mg/kg), AMI (10 e 20 mg/kg) e SIB significativamente reduziram
o aumento dos níveis de amilase e lipase associados a DH. Contudo RPH 10mg/kg
falhou em reduzir os níveis de lipase (Tabela 5).
A DH aumentou significativamente os níveis plasmáticos de ALT, AST,
colesterol total e triglicerídeos e os níveis hepáticos de colesterol total e triglicerídeos,
os quais foram reduzidos significativamente pelo tratamento com RPH, AMI e SIB
(Tabela 5).
Os níveis de glicose e de insulina apresentaram-se significativamente no
grupo DH (219,10±15,68 mg/dL; 4,524±0,58 ng/ml, respectivamente) em ralação ao
grupo DP (125,30±8,34 mg/dL; 1,059±0,14, respectivamente). O tratamento com RPH
(10 e 20 mg/kg) e AMI (10 e 20 mg/kg) e SIB reduziu significativamente os níveis de
glicose e insulina em relação ao grupo DH (Tabela 5).
67
Tabela 5. Efeito da resina do Protium heptaphyllum (RPH) e da mistura de alfa e beta amirina (AMI) sobre parâmetros plasmáticos e hepáticos
na obesidade induzida por dieta hipercalórica em camundongos.
DP DH DH + RPH 10 mg/kg
DH + RPH 20 mg/kg
DH + AMI 10 mg/kg
DH + AMI 20 mg/kg
DH +
SIB 10mg/kg
Amilase (U/L) 99,73 ±4,14 164,30±11,46a 123,20±12,73b 109,90±9,59b 114,20±8,84 b 106,50±8,06 b 101,00±8,74b
Lipase (U/L) 223,30±10,27 295,70±25,62a 294,30±12,51a 221,10±9,78b 227,5±8,39 b 238,8±8,54 b 251,30±9,53b
ALT (U/L) 41,75±3,06 75,75±10,99a 35,13±2,63b 40,63±8,92b 45,25±3,31 b 53,25±5,39 b 48,38±5,48b
AST (U/L) 72,71±10,55 189,0±10,24a 69,63±5,21b 64,63±3,22b 73,75±4,86 b 67,63±2,41 b 71,50±8,18b
Glicose (mg/dL) 125,30±8,34 219,10±15,68a 142,30±11,12b 146,40±7,16b 157,3±22,08 b 137,1±9,36 b 177,30±11,67b
Insulina (ng/mL) 1,059±0,14 4,524±0,58a 1,408±0,11b 1,489±0,27b 2,17±1,34 b 1,52±0,31 b 0,8588±0,08b
Colesterol total (mg/dL) 121,80±3,82 206,60±13,31a 171,00±6,49b 151,20±10,37b 147,6±8,38 b 160,2±8,37 b 171,40±6,28b
Triglicerideos (mg/dL ) 110,20±11,11 183,40±13,78a 84,20±6,19b 94,20±6,61b 128,8±12,49 b 124,6±10,88 b 106,00±6,88b
Colesterol total hepático
(mg/g)
6,29±0,92 13,50±1,07a 7,57±1,36b 7,43±0,97b 10,00±0,37 b 5,50±0,42 b 5,43±0,29b
Triglicerideos hepáticos (mg/g) 53,38±8,29 129,30±18,23a 74,29±14,45b 70,63±10,22b 68,25±9,67 b 47,13±6,41 b 47,75±6,25b
Os resultados estão expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M). DP (dieta padrão), DH (dieta hipercalórica), RPH (Resina de P. heptaphyllum),
AMI (alfa e beta-amirina), SIB (sibutramina). ap<0,05 vs DP; bp<0,05 vs DH (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
68
5.2.2. Dosagens plasmáticas de Grelina, Leptina, Re sistina, TNF- α, IL-6 e MCP-1
Observamos uma redução significativa nos níveis de grelina nos animais
do grupo DH (325,6±51,76pg/mL) em relação ao grupo DP (637,5±79,79 pg/mL). O
tratamento com RPH 10mg/kg (724,3±124,8 pg/mL) e 20mg/kg (807,5±59,68 pg/mL)
aumentou significativamente os níveis de grelina em relação ao grupo DH. O
tratamento com AMI 10mg/kg (271,7±23,11 pg/mL) e 20mg/kg (370,8±59,19 pg/mL),
assim como SIB (390,2±83,82 pg/mL) mantiveram os níveis de grelina
significativamente menores em relação a DP (Figura 3A).
Os níveis de leptina apresentaram-se significativamente elevados no grupo
DH (370,00±79,82 pg/mL) em relação ao grupo DP (43,57±5,70 pg/mL). O tratamento
com RPH 10mg/kg e 20mg/kg, AMI 10mg/kg e 20mg/kg e SIB (109,20±22,79;
134,70±53,90; 223,20±86,66; 56,35±14,56 e 54,96±14, 84 pg/mL, respectivamente)
reduziu significativamente os níveis de leptina em relação ao grupo DH (Figura 3B).
Os níveis de resistina apresentaram-se significativamente aumentados no
grupo DH (850,70±57,89 pg/mL) quando comparado a DP (503,40±38,59 pg/mL).
Apenas os tratamentos com RPH 20mg/kg (382,80±49,61 pg/mL) e AMI 20mg/kg
(427,40±70,05 pg/mL) diminuíram significativamente os níveis de resistina quando
comparados a DH (Figura 3C).
69
0
200
400
600
800
1000
a
b b
a
a a
A
Gre
lina
(pg/
mL)
0
100
200
300
400
500 a
b
b
b b
b
B
Lept
ina
(pg/
mL)
DP DH
RPH 10mg/kg
RPH 20mg/k
g
AMI 1
0mg/
kg
AMI 2
0mg/
kg
SIB 1
0mg/
kg0
200
400
600
800
1000 a
bb
C
Res
istin
a (p
g/m
L)
Figura 3 . Efeito da resina de P. heptaphyllum (RPH) e de alfa e beta-amirina (AMI)
sobres os níveis plasmáticos de grelina (A), leptina (B) e resistina (C) na obesidade
induzida por dieta hipercalórica em camundongos. DP (dieta padrão), DH (dieta
hipercalórica), SIB (sibutramina). Os valores representam a média ± E.P.M. (n=8
animais/grupo). a p < 0,05 vs DP; b p<0,05 vs DH (ANOVA e Teste de Student
Newman Keul).
70
Os níveis de TNF-α apresentaram-se aumentados significativamente no
grupo DH (335,60±33,97 pg/mL) quando comparado a DP (56,77±12,29 pg/mL). Os
tratamentos com RPH 20mg/Kg e AMI 10 e 20 mg/kg (107,30±25,80; 95,44±22,24; 188,0±40,26 pg/mL, respectivamente), diminuíram significativamente os níveis de
TNF-α quando comparados a DH (Figura 4A).
Os níveis de IL-6 apresentaram-se aumentados significativamente no
grupo DH (182,70±15,87 pg/mL) quando comparado a DP (58,38±13,19 pg/mL). RPH
10mg/kg e 20mg/kg, AMI 10mg/kg e 20mg/kg e SIB (82,56±13,00; 91,18±27,33; 71,93±30,35; 50,55±16,86 e 66,79±23,50 pg/mL, respectivamente) reduziram significativamente os níveis de IL-6 quando comparados a DH (Figura 4B).
Os níveis de MCP-1 mostraram-se aumentados significativamente no
grupo DH (70,78±8,81 pg/mL) quando comparado a DP (45,70±6.,44 pg/mL). RPH
10mg/kg e 20mg/kg, AMI 10mg/kg e 20mg/kg e SIB (47,25±6,51; 49,59±5,01; 39,82±2,93; 42,95±6,40 e 43,08±3,50 pg/mL, respectivamente) reduziram significativamente os níveis de MCP-1 quando comparados a DH (Figura 4C).
71
0
100
200
300
400
500
a
b b
A
a
TN
F- α
(pg
/ml)
b
0
50
100
150
200
250
a
bb
b
bb
IL-6
(pg
/ml)
B
DP DH
RPH 10m
g/kg
RPH 20m
g/kg
AMI 10m
g/kg
AMI 20m
g/kg
SIB 10
mg/
kg
0
20
40
60
80
100
a
b bb
b b
C
MC
P-1
(pg/
ml)
Figura 4 . Efeito da resina de P. heptaphyllum (RPH) e de alfa e beta-amirina (AMI)
sobres os níveis plasmáticos de TNF-α (A), IL-6 (B) e MCP-1 (C) na obesidade
induzida por dieta hipercalórica em camundongos. DP (dieta padrão), DH (dieta
hipercalórica), SIB (sibutramina). Os valores representam a média ± E.P.M. (n=8
animais/grupo). a p < 0,05 vs DP; b p<0,05 vs DH (ANOVA e Teste de Student
Newman Keul).
72
5.3. Expressão gênica de PPARy e LPL no tecido adip oso
A expressão dos genes adipogênicos PPARy e LPL no tecido adiposo foi
demonstrada na Figuras 5. A DH causou elevação significativa da expressão de
RNAm de PPARy e LPL. RPH 10 e 20 mg/kg e AMI 10 e 20 mg/kg reduziram
significativamente a expressão de RNAm de PPARy e LPL. Sibutramina não foi capaz
de alterar a expressão de PPARy e LPL em relação a DH.
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
a
bb
b
b
PP
ARγ
(exp
ress
ão r
elat
iva)
A
DP DH
RPH 10m
g/kg
RPH 20mg/k
g
AMI 10m
g/kg
AMI 20m
g/kg
SIB 10
mg/kg
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5 a
bb
b
b
LPL(
expr
essã
o re
lativ
a)
B
Figura 5. Efeito da RPH e AMI sobre a expressão relativa de PPARγ (A) e LPL (B) em
tecido adiposo. Os resultados estão expressos como média ± E.P.M. DP (dieta
padrão), DH (dieta hipercalórica), RPH (resina do P. heptaphyllum), AMI (alfa e beta-
amirina) e SIB (sibutramina). a p < 0,05 vs DP; b p<0,05 vs DH (ANOVA e Teste de
Student Newman Keul).
73
5.4. Análise histológica do fígado e tecido adiposo
O fígado dos animais alimentados com a ração padrão (DP) apresentou
hepatócitos nucleados bem formados, matriz sinusoidal bem formada, ausência de
infiltrado inflamatório, tecido fibroso ou acúmulo de lipídeos, arquitetura intacta
compatível com fígado normal (Figura 6A).
A dieta hipercalórica (DH) promoveu infiltrado inflamatório focal, leve e
parenquimatoso, necrose isolada de hepatócitos, esteatose leve microgoticular, sem
disposição peculiar e presença de gotículas de lipídios (Figura 6B).
O tratamento com RPH (20 mg/kg), AMI (20mg/kg) e SIB resultou em
hepatócitos nucleados bem formados, discreta dilatação de sinusóides, discreto
infiltrado inflamatório de linfócitos, ausência de tecido fibroso e nenhum acúmulo de
gotículas de lipídeos (Figura 6C, 6D,6 E).
A dieta hipercalórica (DH) foi capaz de aumentar o volume dos adipócitos
quando comparada ao grupo que recebeu dieta padrão (DP) (Figura 7A e 7B). O
tratamento com RPH, AMI e SIB reduziram a área dos adipócitos (Figura 7C, 7D e
7E).
Esse resultado foi confirmado com a mensuração da área dos adipócitos.
Observamos que o grupo DH apresentou área (101,62±5,08 µm2 x 102)
significativamente maior em relação a DP (39,95±8,85 µm2 x 102). Todos os grupos
tratados demonstraram redução significativa da área dos adipócitos (RPH10:
53,07±3,77; RPH20: 44,15±2,49; AB10: 37,69±3,40; AB20: 48,17±218.5; SIB:
43,55±2,77 µm2 x 102) (Figura 8).
74
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Figura 6. Microfotografia representativa do fígado de animais submetidos a dieta padrão (A), dieta hipercalórica (B), RPH 20mg/kg (C), AMI 20mg/kg (D) e SIB 10mg/kg (E) (H&E, × 100).
75
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
DP DH
RPH10
RPH20
AMI10
AMI20
SIB
0
50
100
150
a
bb b
b b
Áre
a do
s ad
ipóc
itos
(µ m
2 x 1
02 )
(F)
Figura 7. Microfotografia representativa do tedido adiposo de animais submetidos a
dieta padrão (A), dieta hipercalórica (B), RPH 20mg/kg (C), AMI 20mg/kg (D) e SIB
10mg/kg (E) (H&E, × 100). Efeito da RPH, AMI e SIB sobre a área dos adipócitos. Os
valores representam a média ± E.P.M. (n=6). a p < 0,05 vs DP, b p < 0,05 vs DH
(ANOVA e Teste de Student Newman Keuls) (F).
76
5.5. Efeito da RPH na cultura de células 3T3-L1
5.5.1. Avaliação da citotoxicidade da RPH em cultur a de células 3T3-L1
A RPH não apresentou efeito citotóxico nas células 3T3-L1 não
diferenciadas e diferenciadas com valores de CI50 maiores do que 50 µg/ml.
5.5.2. Efeito da RPH sobre o acúmulo de lipídeos em adipócitos 3T3-L1
No processo de diferenciação das células 3T3-L1 o depósito de lipídeos
inicia-se no 5º. dia. Imagens representativas das células nos dias 7, 9, 11 e 13 estão
apresentadas na Figura 8A e a quantificação do corante oil red O na Figura 8B. A
coloração com Oil Red O revelou significativa redução no acúmulo de lipídeos com
RPH (12,5; 25 e 50 µg/mL) em adipócitos 3T3-L1 (Figura 8B e 8D).
5.5.3. Efeito da RPH sobre a expressão proteica de PPARγ, C/EBPα e C/EBPβ
em células 3T3-L1
A expressão de PPARγ, C/EBPα e C/EBPβ foi inibida pela RPH (Figura 9A
e 9B). Enquanto RPH atenuou significativamente a expressão de C/EBPβ em todas as
concentrações, o efeito significativo sobre a expressão de PPARγ foi observado
apenas nas concentrações de 25 e 50 µg/mL, enquanto para C/EBPα somente na
dose de 50 µg/mL (Figura 9C e 9D).
77
(a)
Dia 7 Dia 9 Dia 11 Dia 13
0 1 3 5 7 9 11 130.0
0.2
0.4
0.6
0.8
(Dias)
*
*
** *
(c)
Abs
orbâ
ncia
510n
m
Controle 6.25 12.5 25 500.0
0.5
1.0
1.5
(µg/ml)RPH
***
(d)
Abs
orbâ
ncia
510n
m
Figura 8. Efeito da RPH sobre o acúmulo de lipídeos em células 3T3-L1.
Representativo do efeito da indução da diferenciação pela coloração com Oil Red O
(a) e efeito da RPH (6,25; 12,5; 25 e 50 µg/mL) (b) no acúmulo de lipídeos em células
3T3-L1 (× 400). A intensidade do corante foi quantificada a 510nm (c, d). Valores
representam a média ± E.P.M. * p < 0,05 comparado com o controle de células não
tratadas (dia 0).
Controle RPH 6,25µg/mL RPH 12,5µg/mL RPH 25µg/mL RPH 50µg/mL
(b)
78
(a)
CN CD 12.5 25 500.0
0.1
0.2
0.3
0.4
RPH
* *
Controle
PPARγ
(µg/mL)
Nív
el d
e pr
oteí
na (
unid
ade
arbi
trár
ia)
(b)
CN CD 12.5 25 500.0
0.1
0.2
0.3
0.4
(µg/mL)RPH
**
*
Controle
C/EBPβ
Nív
el d
e pr
oteí
na(u
nida
de a
rbitr
ária
)
(c)
CN CD 12.5 25 500.0
0.1
0.2
0.3
(µg/mL)RPH
*
Controle
C/EBPα
Nív
el d
e pr
oteí
na (
Uni
dade
arb
itrár
ia)
(d)
Figura 9. Efeito da RPH sobre a expressão proteica de PPARγ, C/EBPα e C/EBPβ em
células 3T3-L1. Células 3T3-L1 foram diferenciadas na presença e na ausência de
RPH (12,5; 25 e 50 µg/mL) por 11 dias. A expressão proteica foi avaliada por Western
bloting (A). O gráfico de barras representa o resultado densitométrico das bandas de
PPARγ (B), C/EPBβ (C) e C/EBPγ (D). CN indica controle com células não
diferenciadas e CD indica controle de células diferenciadas. Β-actina foi usada como
controle. Valores representam a média ± E.P.M. * p < 0,05 comparado com controle de
células não tratadas (dia 0).
CN CD 12.5 25 50
Controle _____________
PPARγ 55kDa
C/EBP-β 48kDa
48kDa C/EBP-α
43kDa β-actin
RPH (µg/mL) ___________________
79
6.0. Discussão
Agentes que podem reduzir o peso corporal por exercerem controle em
diferentes níveis como absorção e metabolismo de lipídeos e carboidratos, saciedade
e acúmulo de lipídeos nos adipócitos são uma opção interessante para a prevenção e
tratamento da obesidade. Esse estudo avaliou pela primeira vez os efeitos da resina
do Protium heptaphyllum e da mistura de alfa e beta amirina em um modelo de
obesidade induzida por dieta hipercalórica em camundongos.
A obesidade, em particular, o excesso de adiposidade visceral, está
associada a resistência à insulina, hiperglicemia, dislipidemia e hipertensão, que juntos
são chamados de ''síndrome metabólica''. Estes distúrbios metabólicos aumentam o
risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doenças cardiovasculares
e contribuem para elevadas taxas de mortalidade e morbidade. O DM2 é a doença
metabólica mais prevalente no mundo e é caracterizada por defeitos na secreção de
insulina e uma resistência periférica à insulina no músculo esquelético, tecido adiposo
e fígado. A progressão da obesidade para DM2 permanece pouco compreendida, mas
implica numa falha das células beta do pâncreas, para compensar a resistência à
insulina levando a uma hiperglicemia crônica (ESSER et al., 2014).
A síndrome metabólica pode ser induzida por uma dieta hipercalórica em
camundongos que leva a alterações no grau de resistência à insulina e no
metabolismo de lipídeos (CHOI et al., 2007). Os resultados do presente estudo
revelaram que a dieta hipercalórica utilizada durante quinze semanas por
camundongos, pode levar ao desenvolvimento de anormalidades metabólicas,
incluindo excesso de peso, hiperglicemia, dislipidemia, hiperinsulinemia, resistência à
insulina e hiperleptinemia.
Os animais submetidos a dieta hipercalórica apresentaram ao final das
quinze semanas, peso, gordura abdominal e os parâmetros séricos de glicose,
insulina, colesterol e triglicerídeos significativamente aumentados em relação ao grupo
submetido a dieta padrão. Os compostos em estudo foram capazes de diminuir
significativamente esses parâmetros, nas doses utilizadas.
Estes resultados são consistentes com trabalhos anteriores do nosso
laboratório que mostram semelhantes efeitos com outros triterpenos pentacíclicos
como ácido betulínico, ácido ursólico e oleanólico em camundongos submetidos ao
modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica (DE MELO et al., 2001; DE
80
MELO et al., 2009; RAO et al., 2011). Também demonstramos o efeito hipoglicemiante
e hipolipemiante da mistura de triterpenos pentacíclicos alfa e beta amirina em
camundongos diabéticos induzidos por estreptozotocina e com hiperlipidemia induzida
por dieta hiperlipidêmica (SANTOS et al., 2012).
Uma importante estratégia no tratamento da obesidade é a inibição da
digestão e absorção de nutrientes, no intuito de reduzir o consumo de energia por
mecanismos gastrintestinais sem alterar quaisquer mecanismos centrais. A lipase,
secretada pelo pâncreas e glândulas salivares, é uma enzima chave para a absorção
dos triglicerídeos no intestino delgado. Enquanto a amilase é responsável pela
absorção da glicose, através da hidrólise dos carboidratos no trato digestivo. A inibição
das enzimas digestivas é um mecanismo dos mais amplamente utilizados para a
determinação do potencial de um produto natural como um agente antiobesidade
(MARRELLI et al, 2013).
Assim, o presente estudo abordou o efeito da resina do Protium
heptaphyllum (RPH) e da mistura de alfa e beta amirina (AB) sobre as enzimas
amilase e lipase. Observamos que todos os grupos tratados (RPH 10 e 20 mg/mg, AB
10 e 20 mg/kg e SIB) reduziram a atividade catalítica da amilase. Com exceção da
RPH10, os demais compostos, reduziram a ação da lipase.
A atividade inibidora da α-amilase por triterpenos pentacíclico, tais como
ácido oleanólico, ácido ursólico e lupeol foi anteriormente descrita (ALI et al., 2006).
Os triterpenos pentacíclicos ácido betulínico, ácido ursólico e oleanólico demonstraram
efeito semelhante de inibição de amilase e lipase no modelo de obesidade induzida
por dieta hipercalórica em camundongos (DE MELO et al., 2001; DE MELO et al.,
2009; RAO et al., 2011).
Extratos de Phaseolus vulgaris, foram eficazes na diminuição do peso
corporal e da hiperglicemia através da inibição de α-amilase interferindo na digestão
do amido e sacarose, diminuindo a absorção de açúcar e reduzindo potencialmente as
calorias derivadas dos carboidratos (LAYER et al.,1985; LAYER et al., 1986;
BARRETT E UDANI, 2011, GUPTA et al., 2014). Seu principal princípio ativo
triterpenóide denominado faseolamina é conhecido como um forte inibidor da α-
amilase (CELLENO et al., 2007; MOSCA et al., 2008; CARAI et al., 2009). Compostos
naturais inibidores da α-amilase demonstraram ser úteis na redução da hiperglicemia
pós-prandial por diminuir a absorção de carboidratos e consequentemente a absorção
de glicose. Portanto, ao reduzir a hiperglicemia pós-prandial, não haverá a captação
81
de glicose pelos adipócitos impedindo também a síntese e acúmulo dos triacilgliceróis
(MAURY et al., 1993).
Tem sido reportado na literatura que triterpenos dos grupos lupano e
oleano apresentam ações inibitórias da lipase, com isso prevenindo o aumento de
peso corporal causado pela ingesta de dieta hipercalórica (LIU et al., 2008; GUO et al.,
2009).
LIU et al. (2010) investigaram os efeitos das frações saponinas
triterpênicas panaxadiol (PDG) e panaxatriol (PTG) isoladas de Panax ginseng sobre a
atividade da lipase pancreática in vitro e atividade antiobesidade em camundongos
submetidos a dieta hipercalórica. As principais conclusões foram que PDG
desempenhou um papel mais importante na inibição da atividade da lipase in vitro em
relação a PTG. PDG exibiu uma significativa redução do tecido adiposo e dos níveis
de triglicerídeos hepáticos nos camundongos alimentados com dieta hipercalórica
contendo 0.02% e 0,05% de PDG quando comparados ao grupo alimentado apenas
com dieta hipercalórica.
A raiz de Platycodon grandiflorum quimicamente composta por saponinas
triterpênicas, produziu efeitos sobre o controle da obesidade e metabolismo lipídico,
resultando em redução do colesterol, redução na ingestão de calorias e consequente
perda de peso. Vários estudos apontam a inibição da lipase como um dos
mecanismos de ação deste composto (XU et al., 2005; KIM et al., 2009; LEE et al.,
2012).
YAN et al. (2014), concluíram que o ácido asiático (AA), um triterpeno
pentacíclico que ocorre naturalmente em muitas frutas e legumes como manjericão,
mostarda marrom e centelha asiática, melhora o acúmulo de lipídeos hepáticos e
resistência à insulina em camundongos alimentados com dieta hipercalórica. A
ingestão de AA reduziu significativamente o acúmulo de lipídeos no sangue, esteatose
hepática e tecido adiposo através da supressão da expressão das proteínas ACC1,
FAS, SCD-1 e SREBP-1c. Além disso, este triterpeno atenuou o estresse oxidativo e
inflamação hepáticas.
O tratamento durante 15 semanas com RPH, AB e SIB causaram
mudanças significativas nos níveis séricos de parâmetros lipídicos, ou seja, uma
diminuição nos níveis de colesterol total e triglicerídeos em comparação com o grupo
DH. O motivo para essa diminuição pode ser em parte atribuída a atividade inibitória
da enzima lipase pancreática demonstrada pelas drogas utilizadas.
82
A obesidade e os transtornos associados, especialmente DM2, tornaram-
se um desafio médico na sociedade moderna. Descoberta em 1994, a leptina
inicialmente caracterizou-se por reduzir a ingestão de alimentos e aumentar o gasto
energético. Na obesidade, os níveis de leptina aumentam, embora seu efeito de
redução da ingestão de alimentos e aumento do gasto de energia, diminuam. Assim, o
estabelecimento da resistência a leptina é considerada uma das causas mais
importantes no desenvolvimento da obesidade (CAMPFIELD et al., 1996; KOCH et al.,
2014).
Apesar das propriedades anorexígenas e catabólicas bem caracterizadas,
a leptina atua centralmente, sendo também essencial para a manutenção da
homeostasia da glicose e um potente agente sensibilizador da insulina. A obesidade
dá origem a resistência à insulina e a resistência a leptina tem sido proposta como um
importante mecanismo que liga estas duas condições. O mecanismo molecular das
propriedades hipoglicemiantes subjacentes e o efeito de sensibilização a insulina da
leptina ainda não são bem caracterizados. (HEDBACKER et al., 2010). Os níveis
séricos de leptina estão fortemente associados com a massa gorda, IMC e a
resistência à leptina na obesidade, além disso, tendem a aumentar em pacientes com
diabetes, hiperlipidemia e doenças isquêmicas do coração (JOBU et al., 2013; XIAU et
al., 2013; KUATE et al., 2015).
Grelina, a primeira proteína orexígena a ser identificada, é derivada do
estômago e estimula o apetite. A diminuição dos níveis plasmáticos de grelina pode ter
um papel protetor contra o desenvolvimento da obesidade e do DM2. Porém faltam
evidências científicas que provem esta hipótese. HAMED et al. (2011), realizaram um
estudo caso-controle com objetivo de investigar a relação entre os hormônios do
apetite (grelina/leptina), IMC, insulina, estresse oxidativo em pacientes apenas obesos
e paciente obesos com DM2. Neste estudo, os níveis séricos de grelina em jejum
estava significativamente reduzidos, enquanto a insulina, resistência à insulina
(medido através do índice HOMA-IR) e os níveis de leptina estavam significativamente
aumentados nos pacientes obesos e nos obesos com DM2 em comparação com os
controles saudáveis.
Uma possível explicação para os níveis baixos de grelina em pacientes
obesos é a elevação da insulina (FLANAGAN et al., 2003; WADDEN et al., 2012;
PRADHAN et al., 2013). Estudos demonstram uma relação inversa entre os níveis
circulantes de grelina e insulina em seres humanos saudáveis, sugerindo uma relação
inibitória entre grelina e insulina. Um efeito direto da concentração fisiológica de
83
insulina sobre a secreção de grelina também foi mostrado no estômago isolado e
perfundido de ratos. (CUMMINGS et al., 2001; KAMEGAI et al., 2004; VERHULST;
DEPOORTERE, 2012).
Outra possibilidade seria um efeito direto de produtos secretados pelas
células de gordura sobre a secreção de grelina. O maior candidato neste contexto é a
leptina, que está elevada no soro de indivíduos obesos. Uma relação inversa entre
leptina e grelina tem sido relatada, sugerindo uma contribuição da leptina para os
níveis baixos de grelina relacionados com a obesidade (WEIGLE et al., 2003; HAMED
et al., 2011). A injeção intraperitoneal de leptina em camundongos, inibe a liberação de
grelina (UENO et al., 2004). Além disso, leptina é um potente inibidor da secreção de
insulina no estômago isolado de ratos (LIPPL et al., 2005). A redução dos níveis
basais de grelina não está associado apenas com insulina e leptina elevadas, mas
também com níveis mais elevados de IMC (CHAN et al., 2004; HAMED et al., 2011).
Grelina e leptina, secretadas pelo estômago e adipócitos respectivamente,
são hormônios de regulação da dieta que possuem grande influência no balanço
energético por sua interação com receptores específicos no eixo cérebro-intestino que
afetam a sensação de fome e saciedade. Portanto, a medida de seus níveis
plasmáticos podem indicar a sensibilidade de um animal para ganho de peso quando
expostos a dieta hipercalórica. No presente estudo, os camundongos alimentados com
DH durante quinze semanas apresentaram significativo ganho de peso corporal, bem
como aumento da massa adiposa, diminuição do nível circulante do hormônio
orexígeno grelina e aumento do hormônio anorexígeno, leptina. A secreção de grelina
e leptina possivelmente, são desregulados com a DH, prejudicando a homeostase e
consequentemente promovendo obesidade (HANDJIEVA-DARLENSKA;
BOYADJIEVA, 2009; KOCH et al., 2014).
Os grupos tratados com RPH 10 e 20 mg/kg, demonstraram aumento
significativo dos níveis de grelina, quando comparados ao grupo DH. Não houve
nenhuma mudança nos níveis de grelina do grupo tratados com AB 10 e 20 mg/kg.
Todos os grupos tratados reduziram eficazmente os níveis séricos de leptina com a
diminuição do consumo de energia. Assim a diminuição do ganho de peso nos
camundongos alimentados com DH e tratados com RPH, AB e SIB pode ser além da
diminuição da absorção de gordura e carboidratos, a diminuição do consumo de
energia.
84
Sibutramina, droga utilizada para o controle de peso foi incluída nesse
estudo como controle positivo. Houve redução significativa do acúmulo de gordura
abdominal, diminuição do peso corporal, redução de triglicerídeos e colesterol total
séricos em camundongos alimentados com DH e tratados com SIB. SIB é um inibidor
da recaptação da serotonina e da noradrenalina nas terminações nervosas do SNC,
com efeitos anorexígenos e sacietógenos. Porém já foi banida de vários países devido
a efeitos adversos cardiovasculares, não sendo recomendada para pacientes
hipertensos ou com história de cardiomegalia ou doença cardiovascular
(GASTALDELLI; BASTA, 2010).
KUATE et al. (2015) avaliaram o efeito de Tetrapleura tetráptera (HET)
composta por polifenóis, saponinas e triterpenos entre outros, em modelos
experimentais de DM2 e obesidade em ratos. Seus resultados indicaram diminuição
da ingestão alimentar e dos níveis de glicose, triglicerídeos, colesterol total. Também
houve redução nos níveis de insulina, leptina e dos marcadores inflamatórios TNF-α,
IL-6 e PCR (proteína C reativa) tratados com HET quando comparados aos grupos
não tratados.
Celastrol, um triterpeno pentacíclico extraído a partir das raízes de
Tripterygium Wilfordi suprime a ingestão de alimentos, bloqueia a redução do gasto
energético e leva até 45% de perda de peso em camundongos submetidos a dieta
hiperleptinemica, aumentando a sensibilidade a leptina. Porém foi ineficaz em
camundongos ob/ob (deficientes de leptina) e db/db (deficiência no receptor de
leptina), indicando que a atividade antiobesidade da droga em estudo deve-se a sua
ação sensibilizadora de leptina (LIU et al., 2015).
O excesso de tecido adiposo visceral pode contribuir para um aumento na
inflamação local/sistêmica e aumentar a resistência à insulina, contribuindo para o
aumento da morbidade e mortalidade cardiovascular global (HAMDY et al., 2006).
Resistina é uma adipocina secretada pelo tecido adiposo ligada a obesidade e a
resistência à insulina. Níveis normais de resistina expressam tanto um estado
nutricional adequado quanto um estado inflamatório controlado (PARK; AHIMA, 2013).
O grupo DH mostrou aumento no nível de resistina que foi reduzido significativamente
pelo tratamento com RPH20 e AB20, possivelmente como resultado de uma
diminuição da adiposidade visceral. A resistência à insulina é um fator chave para
distúrbios metabólicos como hiperglicemia e hiperinsulinemia, que são promovidos
pela obesidade (KAHN; FLIER, 2000).
85
Neste estudo, os camundongos submetidos a DH demonstraram um
aumento no acúmulo de gordura abdominal, hiperglicemia e hiperinsulinemia que
foram significativamente reduzidos nos grupos tratados com RPH 10 e 20, AB10 e 20
e SIB, sugerindo que essas drogas melhoram a obesidade associada a resistência à
insulina. O grupo DH revelou hiperleptinemia quando comparado ao grupo DP.
Embora a leptina seja conhecida como um potente sensibilizador de insulina, podendo
melhorar a tolerância a glicose, a resistência a leptina pode ocorrer como resposta a
dieta hipercalórica e ambos, hiperleptinemia e inflamação são propostos como
mecanismos causais (MORAES et al., 2013).
Anterirmente, nosso laboratório demonstrou que os triterpenos
pentacíclicos alfa e beta amirina melhoram a hiperglicemia e a dislipidemia, reduz o
risco aterogênico e melhora a tolerância a glicose em camundongos diabéticos
induzidos por estreptozotocina e em ratos alimentados com dieta hipercalórica,
possivelmente por sua ação anti-inflamatória e seus efeitos antioxidantes (SANTOS et
al., 2012).
O TNF-α age diretamente no adipócito regulando acúmulo de gordura e
interferindo diretamente em diversos processos dependentes de insulina, como a
homeostase glicêmica e o metabolismo de lipídios (WARNE, 2003). A inibição da
lipogênese (via inibição da expressão da lipoproteína lipase - LPL, GLUT-4 e da acetil
Coa sintetase) e aumento da lipólise é seu efeito mais intenso. Seu efeito na regulação
da massa de tecido adiposo, que parece estar associada com mudanças no número
ou volume de adipócitos também tem recebido interesse (FONSECA-ALANIZ et
al.,2006).
TNF-α contribui para manter o microambiente pró-inflamatório dos
adipócitos, principalmente através da ativação do fator nuclear NFkB. Este mecanismo
causa significativas mudanças na expressão gênica, suprimindo genes específicos dos
adipócitos e afetando sua funcionalidade. Além disso, também inibe diretamente a
diferenciação dos adipócitos a partir das células precursoras, diminuindo a expressão
de fatores de transcrição essenciais para a adipogênese, tais como receptor ativado
por proliferadores de peroxissoma γ (PPAR-γ) e proteinas estimuladoras de ligação a
CCAAT α e δ (C/EBPα e C/EBPδ), entre outros (PALACIOS-ORTEGA et al., 2015).
A avaliação do tamanho do adipócito é um importante parâmetro a ser
avaliado em protocolos pré-clínicos de obesidade, já que o grau de adiposidade é
considerado como fator predisponente para um quadro de baixo grau de inflamação
86
crônica associada com mediadores inflamatórios derivados de adipócitos, que podem
ter um efeito primário sobre o metabolismo através de vários mecanismos que afetam
a expressão de genes específicos do tecido adiposo, a liberação de triglicérides,
regulação da lipase e sensibilidade à insulina (EDER et al., 2009).
A IL-6 é uma citocina com efeito pró-inflamatório e ação no metabolismo
de carboidratos e lipídios. A sua infusão em doses próximas a fisiológica em humanos
saudáveis promove a lipólise, independentemente da modulação de catecolaminas,
glucagon e insulina. Esse efeito se dá a partir da inibição da LPL e aumento na
liberação de ácidos graxos livres e glicerol. A IL-6 é secretada por macrófagos e
adipócitos e sua expressão pode ser estimulada pelas catecolaminas via receptores
adrenérgicos β2 e β3 do tecido adiposo branco, quando em concentrações elevadas
(FONSECA-ALANIZ et al.,2006).
Em resumo, a obesidade e resistência à insulina são caracterizadas por
hipertrofia dos adipócitos e um baixo grau de inflamação crônica na gordura visceral.
Esta inflamação é resultado de um aumento na liberação de fatores pró-inflamatórios,
incluindo IL-6, MCP-1 e TNF-α dos adipócitos e infiltração de macrófagos (WELLEN;
HOTAMISLIGIL, 2003). Neste estudo observamos hipertrofia dos adipócitos no grupo
DH quando comparado ao grupo DP, demonstrado através da análise histológica e
determinação da área e perímetro dos adipócitos. Além disso, estes animais
apresentaram alteração no metabolismo do tecido adiposo, mostrando aumento da
liberação de adipocinas IL-6, TNF-α, resistina e da quimiocina MCP-1. Acredita-se que
a maioria dessas adipocinas pró-inflamatórias que aumentam dramaticamente na
obesidade, estão também envolvidas na patogênese da resistência à insulina. O
tratamento com RPH e AB teve efeitos benéficos, atenuando as citocinas pró-
inflamatórias e melhorando a sensibilidade à insulina, significativamente. SIB embora
tenha mostrado melhora nos níveis de insulina, não foi eficiente na redução de
resistina e TNF-α.
O triterpeno pentacíclico ginsenosídeo Rh1, maior componente bioativo
extraído de Panax ginseng, inibiu TNF-α, IL-6 e IL-1β em camundongos submetidos a
dieta hipercalórica durante 8 semanas (GU et al.,2013). Em outro estudo, Wu et al.
(2014) demonstraram que o tratamento com ginsenosídeo Rb1 inibe a inflamação no
tecido adiposo, fígado e hipotálamo na obesidade induzida por dieta hipercalórica em
camundongos. O tratamento com Rh1 melhorou a tolerância a glicose, a sensibilidade
central a leptina e a sinalização de leptina no hipotálamo (p-STAT3). Além disso,
87
observaram aumento da expressão (mRNA) de POMC (anorexígeno) e redução da
expressão de AgRP (orexígeno), não demonstrando efeito sobre NPY (orexígeno).
DINH et al. (2015) investigaram o efeito de Metil bardoxolona (BARD), um
composto sintético derivado do triterpeno ácido oleanólico na obesidade induzida por
dieta hipercalórica em camundongos. A administração oral de BARD na dose de
10mg/kg durante 15 semanas, preveniu o acúmulo de gordura, inflamação e estresse
oxidativo e melhorou a inervação simpática do tecido adiposo visceral. Houve redução
significativa da área dos adipócitos, da expressão de TNF-α, dos níveis de proteínas
relacionadas ao estresse oxidativo (STAT3, Akt, ERK e JNK) e aumento nos níveis de
proteínas (β3-AR, pTH/TH ratio e UCP2) relacionadas a atividade do sistema nervoso
simpático do tecido adiposo visceral do grupo tratado com BARD em relação ao grupo
não tratado.
O acúmulo de gordura está associado a ativação de moléculas específicas,
tais como PPARy, um marcador adipogênico bem conhecido expresso principalmente
no tecido adiposo onde desempenha um crítico papel da diferenciação de adipócitos e
lipogênese. PPARy também é expresso em células monocíticas e sua modulação
através de ligantes sintéticos pode influenciar o processo inflamatório (CORZO;
GRIFFIN, 2013). Antagonistas de PPARy são capazes de inibir a diferenciação de
adipócitos e melhorar as desordens metabólicas, tais como obesidade, resistência à
insulina e dislipidemia (WANG, 2010).
Este estudo analisou a expressão dos níveis de genes relacionados ao
metabolismo lipídico por qRT-PCR. Os níveis de mRNA de PPARy, que promove a
proliferação celular e é um fator de transcrição de muitos genes relacionados ao
metabolismo de carboidratos e lipídeos, estiveram também significativamente
aumentados no grupo DH, enquanto os grupos tratados com RPH (10 e 20 mg/kg) e
AB 20 mg/kg, demonstraram significativa redução. PPARy está relacionado a vários
distúrbios metabólicos, incluindo obesidade, resistência à insulina e dislipidemia, além
de regular o armazenamento de ácidos graxos e o metabolismo da glicose. Os genes
ativados por PPARy estimulam a absorção de lipídeos e a adipogênese pelas células
de gordura. A inativação de PPARy em camundongos os torna incapazes de acumular
tecido adiposo quando alimentados com uma dieta rica em gordura (JONES et
al.,2005). Além disso, as drogas que têm como alvo PPARy, têm demonstrado possuir
efeitos antiinflamatórios em modelos animais de obesidade (CORZO; GRIFFIN, 2013).
88
A LPL é uma enzima hidrolítica com a função de remover triglicerídeos do
plasma e regular o acúmulo de gordura no tecido adiposo e sua oxidação no tecido
muscular esquelético, sendo portanto, um alvo potencial em estratégias antiobesidade
(WANG; ECKEL, 2009). A diminuição da atividade da LPL leva a diminuição da
absorção celular de ácidos graxos e acúmulo de triglicerídeos nos adipócitos (QIAO et
al., 2014). Os níveis de mRNA de LPL apresentaram-se significativamente
aumentados nos grupo DH e SIB, ao passo que, nos grupos tratados com RPH10 e 20
e AB20, houve significativa redução. Estes dados indicam que RPH e AB são potentes
o suficiente para evitar o acúmulo de lipídeos nos adipócitos, além de reverter o
estado inflamatório do tecido adiposo, tendo como alvo LPL e PPARy.
SANO et al. (2012), concluíram que a carbenoxolona (CBX), um derivado
triterpênico, regula negativamente os genes envolvidos na adipogênese, transporte de
glicose e o metabolismo lipídico em camundongos alimentados com dieta
hipercalórica. O tratamento com CBX diminuiu peso corporal, massa de gordura
visceral e melhorou a sensibilidade a insulina destes animais. A expressão de genes
relacionados a adipogênese (PPAR e C/EBPα) e ao metabolismo lipídico (LPL, ATGL,
HSL) também foi suprimida nos animais tratados.
HU et al. (2012), relataram que a combinação de fucoxatina e ácido
linoleico conjugado atenua o ganho de peso corporal e melhora o metabolismo lipídico
em ratos obesos induzidos por dieta hipercalórica. Concluíram que o mecanismo
subjacente ao efeito antiobesidade da combinação de fucoxatina e ácido linoleico
conjugado pode ser elucidado através do aumento da expressão de adiponectina,
ATGL, CPT1A e diminuição da expressão de PPARy no tecido adiposo.
As aminotransferases, AST e ALT, são consideradas indicadoras sensíveis
de lesão hepatocelular, fornecendo uma avaliação quantitativa de agravos causados
ao fígado (MÜLLER et al., 2013). Como a ALT é uma enzima predominantemente
citosólica, qualquer perturbação na membrana plasmática das células hepáticas irá,
conseqüentemente, elevar os níveis dessa enzima no soro. Em relação à AST, cerca
de 60% dela encontram-se na mitocôndria. Diferentemente da ALT, a AST está
presente em outros órgãos (músculo cardíaco e esquelético) além do fígado, sendo o
seu aumento sugestivo tanto de danos hepáticos como musculares (KANAAN et al.,
2008). O aumento da adiposidade por ingestão de alimento hipercalórico promove a
síntese de diversas citocinas pró-inflamatórias contribuindo para que alterações
hepáticas possam ser observadas. LI et al. (2008), mostraram que uma dieta indutora
89
de obesidade aumenta os níveis plasmáticos dessas enzimas que refletem atividade
hepatotóxica.
Resinas de plantas, incluindo RPH ricas em triterpenos pentacíclicos, são
geralmente consideradas agentes terapêuticos com múltiplos alvos para a prevenção
e tratamento de perturbações do metabolismo e doenças vasculares, com nenhuma
toxicidade proeminente (SHENG; SUN, 2011). RPH, AB e SIB nas doses utilizadas
neste estudo não mostraram influência adversa sobre enzimas hepáticas, sugerindo
que são desprovidas de hepatotoxicidade.
A obesidade está associada ao acúmulo de lipídeos não só no tecido
adiposo, mas também em outros tecidos. O fígado desempenha um papel importante
na manutenção da homeostase do glicogênio, síntese de proteínas plasmáticas e
desintoxicação de drogas. É o centro do tráfico de lipídeos, síntese de colesterol,
triglicerídeos e produção de lipoproteínas. A insulina estimula a síntese de ácidos
graxos e triglicerídeos no fígado, e em seguida estes produtos são liberados pela
corrente sanguínea. Os hepatócitos são capazes de armazenar lipídeos como
pequenas gotas de triglicerídeos. Normalmente, o conteúdo lipídico hepático está
abaixo de 5% do peso do fígado. A longo prazo, DH conduzirá a esteatose hepática
devido ao acúmulo excessivo de lipídeos no fígado que está associada a um grupo de
anormalidades metabólicas caracterizadas por aumento dos níveis intra-hepáticos de
triglicerídeos e resistência à insulina. Como biomarcador de lesão hepática, a elevação
de ALT está relacionada a alterações na sensibilidade a insulina, tolerância a glicose e
inflamação. A hiperlipidemia é uma das principais características da obesidade
induzida por HFD (ZHANG et al., 2014).
A avaliação histológica do tecido hepático dos animais submetidos a DH
mostrou infiltrado inflamatório focal, leve e parenquimatoso, necrose isolada de
hepatócitos, esteatose leve microgoticular. A esse resultado soma-se a quantificação
de colesterol total, triglicerídios séricos e hepáticos, bem como o aumento do peso do
fígado demonstrando que o modelo foi efetivo em mimetizar a dislipidemia associada à
obesidade. Esses resultados são condizentes com outros estudos pré-clínicos já
publicados (MELO et al., 2009; MELO et al., 2010; RAO et al., 2011; TZENG et al.,
2013). Os grupos tratados com RPH, AB e SIB reduziram a lipemia plasmática e
hepática, sendo essa ação fundamental para a redução da deposição de gordura nos
hepatócitos (TZENG et al., 2013).
90
A fim de avaliar o efeito da RPH sobre a adipogênese utilizamos o modelo
de cultura de adipócitos 3T3-L1. Inicialmente foi observado que a RPH não provocou
alteração da viabilidade celular em células 3T3-L1 indiferenciadas ou após a
diferenciação, mostrando que a RPH não exerce citotoxicidade. Os resultados foram
obtidos nos adipócitos no período de 72h de incubação com RPH.
De modo semelhante, o triterpeno lupenona (também presente na RPH)
isolado de Adenophora triphylla, com potencial atividade antiadipogênica, não causa
efeito significativo de redução da viabilidade celular de 3T3-L1 (AHN et al., 2012;
JÚNIOR et al., 2005). Outro triterpeno pentacíclico com potencial atividade
antiadipogênica, o ácido oleanólico, não causa redução da viabilidade celular dos
adipócitos 3T3-L1 (KIM et al, 2013, SUNG et al, 2010). Em ensaio com MTT, o ácido
ursólico só causou alteração de viabilidade celular nos adipócitos maduros a partir de
48h de incubação e em concentrações acima de 20 µM, não alterando a proliferação
de pré-adipócitos ou seu ciclo celular, nem mesmo induzindo a apoptose nas
concentrações de 2,5 – 10 µM. (HE et al., 2013).
No presente estudo, a resina de Protium heptaphyllum reduziu o acúmulo
de lipídeos nas células 3T3-L1, demonstrado através da coloração com Oil Red O,
inibindo, portanto, a sua diferenciação nas concentrações de 12,5 a 50µg/mL. A
expressão de PPARγ, C/EBPα e C/EBPβ também foi inibida. Enquanto RPH atenuou
significativamente a expressão de C/EBPβ em todas as concentrações, o efeito
significativo sobre a expressão de PPARγ foi observado apenas nas concentrações de
25 e 50 µg/mL, enquanto para C/EBPα somente na dose de 50 µg/mL
PPARγ e C/EBPα são considerados os dois principais fatores adipogênicos
e regulam todo o processo de diferenciação terminal; sem o PPARγ as células não são
capazes de expressar o seu fenótipo de adipócitos e, portanto, é considerado o
regulador mestre da adipogênese (ROSEN et al., 2002). Após a exposição das células
3T3-L1 aos indutores da adipogênese, o C/EBP-β e –δ são os primeiros fatores de
transcrição induzidos e, então, ativam a expressão de PPARγ e CEBPα, reguladores
centrais da adipogênese (QUEIROZ et al., 2009).
HE et al. (2013), demonstraram que o triterpeno ácido ursólico reduziu o
acúmulo intracelular de lipídeos em células 3T3-L1, evidenciado pela coloração com
Oil Red O. A droga estudada também atenuou a adipogênese, acompanhado pela
redução da expressão da proteína C/EBPα, C/EBPβ, PPARy e SREBP-1c. Uma vez
que os fatores de transcrição adipogênicos foram regulados negativamente, os autores
91
também determinaram a expressão de suas proteínas alvo, envolvidas na biossíntese
de ácidos graxos e triacilgliceróis. Observaram que o ácido ursólico inativou ACC
(acetil-coA carboxilase) e reduziu a expressão de FAS (ácido graxo sintase) e FABP4
(proteína de ligação de ácidos graxo 4).
O Ácido oleanólico inibiu a expressão de PPARy e C/EBPα, bloqueando a
diferenciação de pré-adipócitos e atenuou o acúmulo de lipídeos celulares. Os autores
deste trabalho, também observaram que o ácido oleanólico suprimiu a produção de
visfatina, uma adipocina altamente expressa durante a adipogênese de adipócitos
3T3-L1, resultado atribuído provavelmente a sua inibição de PPAR (SUNG et al.,
2010).
O triterpeno lupenona suprime a diferenciação de adipócitos mediada
pelos fatores adipogênicos PPARy e C/EBPα. O mesmo estudo observou que as
células 3T3-L1 tratadas com lupenona reduziram a expressão de mRNA da proteína
aP2 e de resistina de forma dose-dependente (AHN; JOA, 2013). Outro estudo
demonstrou sua capacidade de inibir a diferenciação das células 3T3-L1, causando
redução do acúmulo de lipídeos nas células tratadas com concentrações de 100 –
200µM, verificado pela coloração com Oil Red O (AHN et al., 2012).
Semelhante a este resultado, tem-se que dois triterpenos hidrocarbonados,
cucurbitacina I e cucurbitacina B, inibem o acúmulo de lipídeo em células 3T3-L1
através da supressão da expressão de RNAm de PPARγ e C/EBPα, dentre outros
marcadores, após cinco dias de tratamento (Seo et al., 2014). O lupeol, um triterpeno
lupano, inibiu a adipogênese de células 3T3-L1 alterando a expressão gênica de
PPARγ e C/EBPα (HATA et al., 2008).
Ulmus pumilarico (UP) composto por pelo menos quatro triterpenóides
(ácido aleanólico, friedelina, ácido maslínico e ácido arjunólico) inibiu a adipogênese
de células 3T3-L1, atenuou o acúmulo de lipídeos celulares (Oil Red O), diminuiu a
atividade de GPDH, enzima chave na biossíntese de lipídeos, suprimiu a expressão
dos marcadores adipogêncos PPARγ, C/EBPα e SREBP-1c e do gene lipogênico FAS.
O extrato de UP também suprimiu a expressão de TNF-α, adipocina que promove
resistência a insulina e outras desordens metabólicas (GHOSH et al., 2012).
Finalmente, os resultados obtidos neste estudo mostram claramente que o
tratamento com a resina do Protium heptaphyllum e seu principal constituinte, a
mistura de alfa e beta amirina preveniram o desenvolvimento da obesidade em
92
animais submetidos a dieta hipercalórica durante 15 semanas, tendo resultados
semelhantes aos do agente anorético sibutramina. Sua ação antiobesidade afeta
principalmente o metabolismo de carboidratos e lipídeos por mecanismos que incluem
a inibição de enzimas digestivas, regulação de hormônios relacionados a fome e
saciedade e a modulação de adipocinas inflamatórias. Além disso, a resina do Protium
heptaphyllum inibe o processo de adipogênese através dos reguladores centrais da
cascata de diferenciação. No entanto, uma investigação mais aprofundada é
necessária no que diz respeito ao mecanismo molecular da ação antiobesidade destes
compostos, já que podem ter um potencial promissor no tratamento da obesidade
humana.
93
7.0. Conclusões
� A resina do Protium hepthaphyllum e a mistura de triterpenos pentacíclicos alfa
e beta-amirina, no protocolo de indução por dieta hipercalórica foram capazes
de reduzir o peso, a deposição de gordura abdominal, além de melhora
significativamente os parâmetros laboratoriais de glicemia, perfil lipídico e
funções hepáticas.
� As substâncias em estudo agem sobre a digestão e absorção de carboidratos e
das gorduras através da inibição da α-amilase e lipase plasmáticas,
respectivamente, sendo esse um possível mecanismo de ação dessas drogas.
� O mecanismo da ação antiobesidade da resina do P. heptaphyllum e da
mistura de alfa e beta amirina possivelmente envolve a regulação de
hormônios relacionados a fome e saciedade como grelina, leptina e insulina no
modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica em camundongos.
� A atividade anti-inflamatória da resina do P. heptaphyllum e da mistura de
triterpenos pentacíclicos alfa e beta-amirina influenciou na modulação das
adipocinas inflamatórias TNF-α, IL-6, MCP-1 e resistina, promovendo uma
redução significativa das suas concentrações plasmáticas em camundongos
submetidos ao modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica.
� Os dados indicam que a resina bruta do Protium hepthaphyllum e a mistura de
alfa e beta-amirina são potentes o suficiente para evitar o acúmulo de lipídeos
nos adipócitos, além de reverter o estado inflamatório do tecido adiposo, tendo
como alvo LPL e PPARy.
� O tratamento com a resina do P. heptaphyllum e a mistura de alfa e beta-
amirina não demonstrou toxicidade evidente através da avaliação da atividade
enzimática da ALT e AST e preveniu alterações provocadas pela dieta
hipercalórica no fígado e gordura abdominal evidenciadas pelas análises
histológicas.
� A a resina do P. heptaphyllum inibe o processo de adipogênese através dos
reguladores centrais da cascata de diferenciação, PPARγ e C/EBPα.
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