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7/23/2019 0002682367 http://slidepdf.com/reader/full/0002682367 1/6 PODER JUDICIÁRIO TRIBUN L DE JUSTIÇ DE SÃO P ULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA REGISTRADO(A) SOB CÓRDÃO | iimi um mu um um mu um imi IHI mi *02682367* Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO 205.912-4/1-00, da Comarca de AMERICANA, emque é apelante GERSON DIAS RAMOS sendo apelada CENTRO AMERICANA INFORMÁTICA LTDA.: ACORDAM em Sétima Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a seguinte decisão: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, V.U. , de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIZ ANTÔNIO COSTA (Presidente), SOUSA LIMA. São Paulo, 8 de novembro de 2009. ELCIO TRUJILLO Relator

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUN L DE JUSTIÇ DE SÃO P ULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULOACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA

REGISTRADO(A) SOB N°

C Ó R D Ã O | iimi um mu um um m u um imi IHI mi

*02682367*

Vistos , relatados e discutidos estes autos de

APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n° 205.912-4/1-00, da Comarca de

AMERICANA, em que é apelante GERSON DIAS RAMOS sendo apelada

CENTRO AMERICANA INFORMÁTICA LTDA.:

ACORDAM em Sétima Câmara de Direito Privado do

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a

seguinte decis ão: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, V.U. , de

conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão .

O julgamento teve a participação dos

Desembargadores LUIZ ANTÔNIO COSTA (Presidente), SOUSA LIMA.

São Paulo, 8 de novembro de 2009.

ELCIO TRUJILLORelator

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PO DER JUD ICIÁR IOTR IBUN L DE JUSTIÇ D O EST D O D E SÃ O P UL

7a Câmara - Seção de Direito Privado

Apelação com Revisão n° 205.912-4/1-00Comarca: AmericanaAção: Indenização por perdas e danos e dano moralApelante: Gerson Dias RamosApelada: Centro Americana Informática Ltda.

Do acervo recebido em razão da remoção do i. Des.José Carlos Fe rreira Alves.Designação da Presidência do E. Tribunal de Justiça -DJE 16,4,09, cad. adm inistrativo, p. 59.

Voto n° 9147

RECURSO - Interposição fora do prazo - Justacausa, devidamente comprovada - Autor, advogadoem causa própria, foi acometido de enfermidade -Prorrogação do prazo deferida - APELOCONHECIDO.

INDENIZAÇÃO - Protesto de duplicatas -Possibilidade de emissão de notas promissóriascomo garantia de compra e venda mercantilrealizada - Existência de pagamento parcial, emrelação a um dos títulos, autoriza a cobrança desaldo - Legitimidade do protesto realizado a afastaro alegado dano moral e a impedir a devolução emdobro dos valores cobrados - Rejeitado o pedido,em contrarrazões, de condenação do autor porlitigância de má-fé face ausência de violação aocontraditório e à ampla defesa - Sentença mantida -RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de ação de indenização por perdas edanos e dano moral julgada improcedente pela r. sentença de fls. 96/101, de relatórioadotado.

Apela o autor alegando a necessidade deconhecimento do apelo ante a comprovação de força maior a justificar suaintempestividade art. 183, § 1° do ódigo de Processo CÍVÍI). No mérito, aduz não ser possível aemissão de notas promissórias a partir de nota fiscal fatura, mas tão-somente deduplicatas; bem como a impossibilidade de serem embutidos nas duplicatasacréscimos decorrentes do inadimplemento das obrigações assumidas As. 103/107).

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É i à PODER JUDICIÁRIO| | § § | TRIBUN L D E JUSTIÇ D O EST D O D E SÃ O P UL

Apesar de in tempest ivo, fo i determinado oproc ess am ento do recurso , sem prejuízo de pos terior juízo d e a dm issibil idad

Contrarrazões ap resentadas pela ré , pugna ndo se ja o au tor conden ado por lde má- fé (fis. 112/115).

É o relatório.

Afasta-se, de início, a questão relat iva àintem pest iv idade do recurso.

O autor, advogado a tuante em causa própr ia ,comprovou a superveniência de enfermidade (hipertensão) que o acometeu no do pra zo rec urs al (cfr. atestado às fls. 108) e en se jou a interp os ição do ap elo po sterior ao se u térm ino (10.11.2000), pelo qu e resta jus tificad a a a pre se nta çã o

arrazoado.Súbita enfermidade que acom ete único causídico,

advogando em causa própria e que se encontra fora do Estado, impedindo-o de selocomover e de proceder à devolução dos autos em cartório, caracteriza justa causa força maior a possibilitar a prorrogação do prazo de vistas dos autos (artigos 183, § o,do CPC) . (Extinto 2o TAC/SP, Al 668.749-00 /3, Rei. Clóvis Castelo ).

Mais: Não há falar em devolução do prazo se oadvogado impedido de comparecer aos autos por motivo de doença não é o únicoprocurador Constituído. (STJ, AgRg no Ag 5 07.814/RJ, Rei. Min. Fernando Gonçalves, Quarta Turm a, juem 16/12/2004, J 09/02/2005 p. 194) e A doença do advogado pode constituir justa causa,

para os efeitos do artigo 183, § 1o

, do CPC. Para tanto, a moléstia deve serimprevisível e capaz de impedir a prática de determinado ato processual. Advogadnão é instrumento fungível. Pelo contrário, é um técnico, um artesão, normalmeninsubstituível na confiança do cliente e no escopo de conseguir-se um trabalho eficaExigir que o advogado, vítima de mal súbito e transitório, substabeleça a qualquer uo seu mandato, para que se elabore às pressas e precariamente um ato processual, éforçá-lo a trair a confiança de seu constituinte, (RSTJ 42/145,99/87).

Quanto ao méri to , o apelo não comportaprovimento.

Aquisição de equipamentos de informática pel

au tor, e m do is m om en tos distintos : prim eiro, n a qua ntia de R$ 2.264,00 (cfrfatura n° 2951, vencimento 10.07.1997 - fis. 8) a ser paga à vista, m uito e m bora o au tor tenhaefetuad o o pag am ento de 4 p arcelas de R$ 500 ,00 (As. 10/12), perm ane cen do de R$ 264,00; e po ster iorm ente , no m ontante de R$ 1.410 00 (cfr. nota isca l atura n° 5042,vencimen to 14.11.1997, co m op rote sto apenas do valor corresponde nte à fatura 5042/A - fls. 13), se m qu e ÍOSSeefe tuad o, em re lação à últ im a c om pra, qualquer pagam ento.

Negócios rea l izados com a emissão de duasdu plica tas, ca da qual com lastro em um a nota f isca l fatura (de n° 2951 e 5042). An te oinadimplemento do sacado, ta is t í tu los foram protes tados , dando ensejo à demanda .

Controvérs ia ins taurada, po rquanto , na ve rsão dautor, a ré não ape nas m ajorou o va lor cobrado - relat ivo à nota fiscal n° 2951 débito deR$ 264,00, sendo protestado valor equivalente a R$ 522,00, por conta das atualizações que entendcom o tam bém - em re lação à venda representada na nota fi scal n° 5042

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det inha, a seu favor, t rês notas promissór ias ass inadas por e le , como garadívida, as quais já são o bjeto de execuçã o (fis. 51/53).

A demanda foi ju lgada improcedente pela r.sentença de f ls . 96/101 ao entendimento de que legí t imos, no caso, o prott í tu los não pagos e a inscr ição do nome do autor junto aos órgãos de protcrédito.

Pois be m .

Admit ida a poss ibi l idade de emissão de notapromissór ia em garant ia de compra e venda mercant i l , por se t ra tar de prompag am ento e não saque, não há sus tentar com o óbice a ta l prát ica o s termos do

da Lei 5.474/68, que proíbe ao empresário ut i l izar outro t í tulo de crédito qu

dup lica ta p ara docum entar o negócio entabu lado .Na l ição de João Eunápio Borges, cujo

entend imen to tam bém é adotado por Fábio Ulhôa Coelho:

(...) O saque relativo à compra e venda há de revestirnecessariamente, a forma da duplicata. Mas oreconhecimento da dívida pelo comprador, a notapromissória por ele emitida - que é promessa direta depagamento feita pelo devedor e não saque contra eleemitido - ou declaração equivalente por ele firmada emfavor do devedor, evidentemente, tal 'título não pode ser

incluído entre os que a lei proíbe para documentar osaque do vendedor'. Se este, p. ex., em vez da duplicata,sacar contra o comprador uma letra de câmbio, tem esteo direito de recusar o aceite e o pagamento, pois que osaque de vendedor só poderia fazer-se através daduplicata. Mas, não será nulo ou ineficaz qualquerdocumento que ele firmar em favor do vendedor. Se aintenção do legislador foi a de proibir toda e qualquerprova da dívida - fora da duplicata - tal intenção não serefletiu na lei, cuja restrição foi apenas em relação aodocumento do saque e não ao reconhecimento da dívidapor parte dO Comprado r . (João Eunápio Borges ., Títulos de Crédito,

Forense , 1971 , 2a

ed. , 5a

t iragem, pp. 207 e 208, n. 228). (RT-66493). Nomesmo sentido: STJ, REsp. n° 136.637, 4a Turma, Rei. Min. Aldir PassarinhoJúnior, j em 05.09.2002.

Da mesma fo rma , a lém de não ca rac te r izado odano m oral , não faz jus o autor, nos l im ites postos , à devolução em dobro docobrados .

Ausente qualquer pagamento em re lação à notafiscal fatura n° 50 42, legítimo o protesto às fls . 14. Quan to à com pra e ven da instrum entalizada na nota f isca l fatura 2951 tem -se que, com a quitaçã o p arc2.000 ,00 (cfr. recibos às fis. 9/12), o au tor co ntinu ou de ve do r de R$ 26 4,0 0. Pregular protesto, ainda que o valor tenha sido questionado (R$ 522,00), não em devo lução em dob ro da quant ia cob rada ou m esm o dire i to inden izatório .

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O pedido de repetição de indébito não pode serdeferido, posto que não há comprovação suficiente de que tenha a autora pago ma

do que o devido. O mesmo se diga quanto à pretensão de devolução em dobro dvalor cobrado. Houve emissão da duplicata e aponte a protesto, mas não houvajuizamento de ação de execução ou de cobrança, [pelo menos, com base nasduplicata impugnada]. Também não houve qualquer comprovação da má-fé dapelada. (U/RS, Apelação Cível N° 70015871932, Décima Segunda Câmara Cível, Relator: Cláudio BaldinoMaciel, Julgado em 27/07/2006 ).

' Cobrança excessiva, mas de boa fé, não dálugar às sanções do art. 1.531 do Código Civil (Súmula n.° 159/STF)' (AgRg no Ag501.952/PÁDUA)(STJ, Agravo de Instrumento n° 935.048/MG, Rei . Min. Humberto Gomes de Barras, DJ18.10.2007).

Mais: mesmo nos casos em que o protestocorresponde ao valor integral do título sem considerar eventual pagamento parcial dívida, há entendimento jurisprudencial de que não se configura o dano moral em thipóteses. (STJ, Agra vo d e Instrume nto n° 1.110.267/SC, Rei. Min. Luis Felipe Sa lomão, j 22.04.2009).

Com o inadimplem ento da obr igação pelo autor,protes to do s t ítulos con stitui exercício reg ular do direito pela ré, a afastar a pinicial . Nesse se ntido, diverso s julgad os :

Não pago o título de crédito no vencimento, age emregular exercício de direito o credor que o aponta paraprotesto . (STJ, Resp n° 442641 /PB, 3a Turma, re i. Min. Nancy Andrighi, j .21/08/2003, DJ. 22/09/2003, p. 318);

Duplicata - declaratória cumulada com indenização pordano moral - sentença de improcedência. Não provado opagamento, as cártulas são exigíveis, podendo serprotestadas. Recurso da autora não provido.(TJ/SP,Apelação Cível n° 1.121.080-1, 1 1a Câmara, Des. Rei. Césa r Müller Valente , j .29.05.2009);

CAMBIAL - Duplicata mercantil - Preliminar derepresentação processual defeituosa - Rejeição -Procuração por instrumento público que dispensa juntadados estatutos - Prescrição - Não ocorrência - Anulatóriade titulo e sustação de protestos - Alegação de defeitonos produtos e nas embalagens destes - Ônus da prova

da autora, que dele não se desincumbiu - Ausência dadevolução das mercadorias e insuficiente a prova oral -Notas fiscais/fatura que justificam o saque dos títulos -Falta de pagamento que possibilita o protesto - Prova depagamento parcial de um dos títulos - Protesto que nãofoi pelo total da cártula, mas sim pelo saldo -Reconvenção - Procedência - Se não ocorreu opagamento total, a cobrança da dívida é legítima -Sustação definitiva dos protestos, pela perda de interesse- Sucumbência - Verba honorária arbitrada de formaadequada - Litigância de má-fé - Reconhecimento -Recurso não provido, com determinação e aplicação desanção . (TJ/SP, Ape laçã o Cível n° 10 4.787-4/1-00, 15a Câm ara d e Direi toPrivado, Des. Rei. Antônio Ribeiro, j em 25.08.2009).

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Ass im, a ré não extrapolou qualquer l imite nabusca de seus di re i tos , pois apenas rea l izou os a tos de quem tem c

repres entad o por du plicatas , títulos v álidos.E, ta l com o con signado p elo MM. Juízo a quoo

simples apontamento do título não gera, por si só, exposição da honra objetiva ddevedor ao público (...) houve tão-somente anotação da existência de títuloprotestado, sem informação ad icional de caráter valorativo que possa abalar a imageou conceito comercial do requerente, (fis. 98/100).

Por f im, afas ta-se o pedido formulado, emcontrarrazões , para f ins de condenação dos autores por l i t igância de má-respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, pois Se a parte utiliza osmeios disponíveis no direito positivo para a defesa dos seus direitos, não se podpretender pelo vigor com que litigam, que exista fundamento para condenação porlitigância de má-fé(RSTJ 132/338).

Desta fe i ta , mesmo interposto a des tempo,conhece -se do ap elo por com provada jus ta cau sa , mas a e le nega -se provimea legi t imidade dos protes tos rea l izados pela ré na cobrança de valores dafastado o pedido, fei to em contra-razões, de imposição de multa por l i t igâncfé.

Ante o exposto , NEGO PROVIM ENTO ao a pelo .

ELCIOTRUJILRelator

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