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    Nota: Este mdulo requer cerca de 5 horas de estudo. Se voc no dispuser dessetempo, divida seus estudos em duas partes, encerrando a primeira aps o segmentode udio 4.

    Mdulo 7: Patentes

    Objetivos

    Depois de ter estudado este mdulo, voc poder:

    1. Descrever em 100 palavras a finalidade da patente.

    2. Enumerar as condies de patenteabilidade geralmente reconhecidas.

    3. Enumerar os direitos exclusivos conferidos por uma patente.

    4. Indicar quem deve tomar a iniciativa de fazer respeitar uma patente.

    5. Explicar porque necessrio deter uma patente num determinado pas antesde poder processar um infrator, naquele pas.

    6. Descrever os procedimentos necessrios para o depsito de um pedido depatente nos planos nacional, regional ou atravs do PCT.

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    Introduo

    As patentes constituem uma das mais antigas formas de proteo da propriedadeintelectual e, como em todas as formas de proteo da propriedade intelectual, afinalidade de um sistema de patentes incentivar o desenvolvimento econmico e

    tecnolgico recompensando a criatividade. Este mdulo ir explicar a voc afinalidade da patente, as vantagens que podem ser obtidas com a patente, que tiposde objetos podem ser patenteados e o prazo de durao da proteo de umapatente. Ir tambm lhe explicar a natureza do sistemainternacional da patente.

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    O que uma patente?

    Vamos iniciar por explorar o que uma patente. Concedida, mediante solicitao,por uma repartio governamental (geralmente um Escritrio de Patentes), uma

    patente um documento que descreve uma inveno e cria uma situao legal naqual a inveno pode somente ser explorada com a autorizao do titular dapatente. Em outras palavras, uma patente protege uma inveno, e garante ao titularos direitos exclusivos para usar seu/sua inveno por um perodo limitado de tempo.E uma inveno pode ser definida como uma nova soluo para um problematcnico. Exemplo de invenes: curativo band-aid, ferro eltrico, alfinete desegurana, caneta esferogrfica, telefone, etc.

    Agora, vamos ouvir o prximo segmento de udio, que explica a finalidade e ahistria da proteo patentria.

    Segmento de udio no. 1: Voc pode me dizer qual a finalidade de umapatente?

    A finalidade da patente conceder uma forma de proteo aos progressostecnolgicos. Na teoria, a proteo da patente recompensa no somente a criaoda inveno, mas tambm o desenvolvimento dessa inveno para torn-larealizvel do ponto de vista tecnolgico e comercial; esse tipo de incentivo suscetvel de promover a criatividade e encorajar as empresas a continuar odesenvolvimento de novas tecnologias, para torn-las comercializveis, teis para opblico e favorveis ao interesse pblico.

    Segmento de udio no. 2: Quando se iniciou o sistema de patentes?

    Foi desenvolvido atravs dos sculos. Encontramos patentes j no sculo XVIII. Osistema evoluiu atravs dos anos e atualmente possumos um sistema bemmoderno. Ainda estamos desenvolvendo o sistema internacional para torn-lo aindamais moderno e para adapt-lo s mudanas tecnolgicas e do sistema econmico.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA 1)

    QAA 1: Qual a principal finalidade da patente?

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    Resposta QAA 1:

    A finalidade da patente dar proteo aos progressos tecnolgicos (invenes). Apatente recompensa a divulgao da criao de um objeto novo, assim como ofuturo desenvolvimento, ou aperfeioamento, das tecnologias existentes. Em suma,

    graas s patentes, o desenvolvimento da tcnica tem um incentivo.

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    Agora oua o segmento de udio seguinte para verificar como a patente ofereceproteo, e como vrios tipos de objetos no podem ser protegidos

    Segmento de udio no. 3: Que tipos de objetos podem ser patenteados?

    Atravs de conveno internacional, pode-se obter patentes para quaisquerinvenes, seja de processos ou de produtos, de qualquer rea da tecnologia. Umcomposto qumico pode ser patenteado. Uma mquina, claro, pode serpatenteada. Os processos para a fabricao ou a fabricao de objetos podem serpatenteados. Entretanto, existem objetos que no podem ser patenteados, egeralmente so excludos do escopo de patenteabilidade. O genoma humano, porexemplo, no pode ser patenteado. Os materiais j existentes na natureza, commuito poucas excees, no podem ser patenteados. Uma mquina de moto

    contnuo, que desafiaria todas as leis da natureza, no pode ser patenteada, amenos que seja provado que funciona. Ento, certamente, nesse caso, teriam deser descartados os antigos preceitos, pois algo de novo teria sido criado. Algumasinvenes podem ser excludas do escopo de patenteabilidade por razes morais oude segurana nacional.

    As patentes so concebidas para proteger os progressos da tecnologia, mastambm para proteger os aperfeioamentos tcnicos de menor vulto, de sorte que osdesenvolvimentos patenteveis introduzidos numa determinada rea da tecnologiapodem ser verdadeiros desenvolvimentos, como a inveno da penicilina, ouaperfeioamentos de pequena monta, como uma nova alavanca que permita a umamquina funcionar ligeiramente mais depressa. Esses tipos de objetos podem serpatenteados.

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    Ento, a patente protege as invenes novas e teis. Voc verificou algunsexemplos de invenes que podem ser protegidas por uma patente, assim comoalgumas excees mais comuns. Para ser patentevel, uma inveno deve aindaatender a certos critrios relativos novidade e outras caractersticas. O Acordosobre os Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comrcio (Acordo

    TRIPS (ou ADPIC)) prov trs critrios e condies para uma inveno serpatentevel.

    Segmento de udio no. 4: Voc mencionou algumas. Mas quais so,resumidamente, as caractersticas que deve ter umainveno para que seja patentevel?

    Existem diversas caractersticas que

    um escritrio oficial de patentes irexaminar para determinar se umainveno patentevel. Inicialmente, preciso que haja o depsito dopedido de patente. Na maioria doscasos, esse pedido de patente examinado por um tcnico noassunto para garantir que preencheos critrios essenciais depatenteabilidade.

    O primero desses critrios que ainveno deve ser nova, o quesignifica que nunca debe ter sidorealizada, executada ou usadaanteriormente.

    O segundo critrio que deve haver uma atividade inventiva. Em outras palavras,

    a inveno deve representar um desenvolvimento suficiente em relao ao estadoda tcnica antes de sua realizao, para que seja considerada patentevel. Aexpresso no bvia tambm utilizada: se, para um tcnico no assunto, ainveno decorre de maneira bvia do estado da tcnica, no rene as condiesnecessrias para ser protegida por uma patente.

    O terceiro critrio que a inveno deve ter possibilidades de aplicao industrial.Ela deve ser suscetvel de ser utilizada de algum modo. Este um critrio muitoamplo. Quase tudo pode ser utilizado, mesmo que seja em estgio experimental,mas, como j mencionado, esse critrio no se aplica a uma mquina de motocontnuo, simplesmente porque essa mquina no funcionaria.

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    Em resumo portanto, para ser patentevel, uma inveno precisa ser nova,envolver uma atividade inventiva, e ser suscetvel de aplicao industrial.

    Microbomba Implantvel

    A microbomba implantvel pertence famlia das microbombas a motor piezoelctrico asilcio desenvolvidas pela Debiotech para aplicao intracorporal de medicamentos. Apesarde suas dimenses (16x12x1.86 mm.), o dispositivo integra 17 invenes, protegidas por 44

    patentes.

    Lista das invenes (ttulos):1) Cmara de bombeamento com limitador de curso2) Volume isolado da cmara de bombeamento3) Vlvula anti-retorno com elementos de ligao4) Vlvula incluindo uma membrana que define os compartimentos montante e jusante5) Mtodo qumico para obteno de uma cavidade6) Vlvula encurvada fechada por compresso na falta de influncia externa7) Vlvula aberta na falta de segunda camada8) Vlvula com detetor de posio9) Parede mvel com duplo limitador de curso10) Microbomba auto-escorvante

    11) Componente de conexo vtrea, incluindo uma camada de ouro12) Componente metlico de conexo caracterizado por um nico passo de fixao13) Filtro para microbomba14) Adeso diferencial15) Folha de metal16) Pea intermediria integrada17) Vlvula espessa

    Nmero de patentes:44 patentes foram concedidas para proteger essas invenes.

    Cortesia de Debiotech, Lausanne, Sua.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    QAA 2: Como se reconhece a atividade inventiva?

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    Resposta QAA 2:

    A atividade inventiva uma condio necessria para a concesso de uma patente.Entretanto, a inveno deve constituir um desenvolvimento suficiente para que umtcnico no assunto considere que ela no decorre de maneira bvia do estado da

    tcnica. Se parecer, de maneira evidente, a um tcnico no assunto, que a invenodecorre do estado da tcnica, ela no pode ser considerada patentevel.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    QAA 3: Como se determina a aplicao industrial?

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    Resposta QAA 3:

    Para poder ser aplicada e considerada patentevel segundo o critrio dapossibilidade de aplicao industrial, a inveno deve ser passvel de ser utilizadana prtica, em certa escala. O exemplo da mquina de moto contnuo foi dado pelo

    narrador, que explicou que a mquina no poderia ser patenteada (principalmentena maioria dos pases de Unio europia, simplesmente porque no funcionaria).

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    Em muitos pases, uma inveno considerada como uma nova soluo paraum problema tecnolgico. A proteo concedida pela lei de patentes no requernecessariamente que a inveno seja representada numa realizao material.Ademais, a inveno no deve pertencer a nenhuma categoria de excees ouexcluses previstas pela legislao nacional aplicvel.

    Existem algumas diretrizes gerais referentes ao tipo de objetos suscetveis ouno de patenteabilidade, que foram mencionadas no Segmento de udio no. 3.Quais foram as excees mencionadas nesse segmento de udio? Oua mais umavez, se voc no conseguir lembrar.

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    As excees mencionadas no udio foram as seguintes:

    Os materiais encontrados na natureza, que so descobertos e noinventados. No se pode, por exemplo "patentear" a descoberta de um novoplaneta.

    As mquinas que desafiem as leis da natureza, como a mquina de motocontnuo.

    Outras excluses comuns segundo as legislaes nacionais, e o AcordoTRIPS, so:

    Teorias cientficas ou mtodos matemticos.

    Esquemas, planos, princpios ou mtodos, tais como os aplicados no

    exerccio do comrcio, nas atividades puramente mentais ou em regras dejogos.

    Mtodos teraputicos ou de diagnstico, para aplicao no corpo humano ouanimal (mas os produtos utilizados no diagnstico podem ser patenteados).

    Plantas e animais, exceto micro-organismos, e processos essencialmentebiolgicos para a produo de plantas, exceto processos microbiolgicos eno-biolgicos.

    Para obter uma patente, o depositante deve primeiramente depositar o pedidode patente. Em funo da legislao aplicvel, o escritrio oficial de patentes podeexaminar o pedido para determinar se os critrios acima mencionados foramsatisfeitos, antes de decidir-se pela concesso ou no da patente. Tal como indicadoacima, podem haver categorias de excluso, que podem acarretar o indeferimentodo pedido de patente. Existem exemplos dessas categorias em muitas legislaesnacionais.

    A solicitao de patente deve cumprir com algumas destas formalidades.Como regra geral, uma patente ser concedida primeira pessoa que depositar umasolicitao de patente. Este sistema chamado de primeiro a depositar(first to file).

    Esta a razo porque a data de depsito de uma patente to importante.

    Um escritrio oficial pode tambm examinar o pedido para determinar se ainformao divulgada em relao inveno suficiente para permitir que umtcnico no assunto respectivo possa realizar ou utilizar a inveno. Em regra geral,em troca das vantagens conferidas pela patente, o depositante do pedido de patentedeve apresentar uma descrio escrita adequada, para permitir que terceirospossam realizar a inveno.

    A Conveno de Paris para a Proteo da Propriedade Industrial (1883), que

    a mais antiga legislao administrada pela OMPI relacionada com a propriedadeindustrial, prov o direito de prioridade. Este direito estabelece que, baseado numa

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    primeira solicitao depositada em um dos Estados signatrios, o solicitante pode,num perodo de 12 meses, solicitar a proteo em qualquer dos outros Estadossignatrios. Estas solicitaes posteriores sero, ento, consideradas como se elastivessem sido depositadas no mesmo dia da primeira solicitao. Em outraspalavras, estas solicitaes posteriores tero prioridade sobre as solicitaes que

    possam ter sido depositadas durante o mesmo perodo de tempo por outras pessoaspara a mesma inveno.

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    Voc pode estar se perguntando que vantagens confere uma patente, especialmentese a inveno deve ser divulgada. De modo geral, durante o prazo de vigncia daproteo, o titular da patente pode impedir terceiros de produzir, usar, colocar venda, vender e importar a inveno reivindicada na patente. Entretanto, o titular dapatente tem o direito de ceder (vender) ou licenciar a patente. Em outras palavras, o

    titular da patente pode, se assim o desejar, transferir seus direitos exclusivos a outrapessoa, atravs da execuo de contratos de licenciamento.

    Oua o segmento de udio seguinte para saber mais sobre este assunto.

    Segmento de udio no. 5: Voc pode resumir as vantagens de se patentearuma inveno?

    As vantagens residem especfica e tecnicamente no fato do titular da patente poderimpedir qualquer terceiro, no territrio coberto pela patente, de produzir, usar,

    vender, colocar venda ou importar a inveno. Isto no d necessariamente aoinventor ou titular da patente, o direito de usar a inveno, se por exemplo, esse usofor ilegal como foi o caso do uso das mquinas caa-nqueis mas o titular dapatente pode impedir terceiros de comercializar a inveno e dela obter lucros porum certo perodo.A durao da proteo da patente geralmente de 20 anos a contar da data dodepsito do pedido; aquele que desenvolveu a tecnologia e que obtm uma patente,obtm tambm o direito de conservar essa tcnica para si durante alguns anos, emtroca da divulgao ao pblico do modo de utiliz-la. Quando os direitos referentes patente se extinguem, a tcnica cai no domnio pblico e o pblico fica livre parautiliz-la em seu prprio benefcio.

    Voc disse 20 anos. A durao a mesma em todos os pases?

    Sim. Hoje est previsto em tratado internacional que o prazo de proteo deve serno mnimo de 20 anos, a partir da data de depsito do pedido de patente.

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    H certas situaes em que os direitos exclusivos do titular da patente podem serusados sem a sua autorizao?.

    Em certos casos, de fato, o uso da inveno patenteada pode ser autorizada a

    terceiros, seja pela corte competente ou por um Escritrio de Patentes (dependendoda legislao do pas), atravs de um regime chamado licenciamento compulsrio.Como estabelecido na Conveno de Paris e no Acordo TRIPS, o regime delicenciamento compulsrio impede os abusos que podem resultar dos direitosexclusivos conferidos por uma patente. Este regime tambm pode ser aplicado emcaso de no-uso de uma inveno patenteada, dentro de um perodo determinado(geralmente quatro anos a partir da data de depsito da solicitao da patente, outrs anos aps a concesso da patente).

    Como estabelecido no Acordo TRIPS (Artigo 31), algumas condies ecircunstncias devem ser respeitadas antes de outorgar uma licena compulsria a

    terceiros.

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    Questo de Auto-Avaliao (QAA)

    QAA 4: Quem est autorizado a impedir qualquer pessoa de produzir, usar, vender,colocar venda ou importar uma inveno?

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    QAA 4 Resposta:

    O titular de uma patente pode impedir terceiros de produzir, usar, vender, colocar venda ou importar a inveno patenteada e tambm pode impedir a

    comercializao. Esta excluso somente aplicvel nos pases onde a invenoest protegida por uma patente.

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    Num sentido, a patente um acordo entre o pblico e o titular da patente. Com aconcesso da patente, cuja premissa que a inveno preencha todas as condiesde patenteabiliadade acima mencionadas, o titular da patente obtm o direito deimpedir que terceiro produza a inveno reivindicada na patente. Em contrapartida,ao exigirem o respeito das condies de patenteabilidade e concederem uma

    proteo por um prazo determinado, as autoridades garantem que as informaesreferentes inveno sejam divulgadas ao pblico e que a inveno propriamentedita fique disponvel e possa ser usada por qualquer terceiro depois da expirao dapatente. O prazo de proteo geralmente de 20 anos, contados da data dodepsito do pedido de patente.

    Em todos os pases nos quais um titular de patente decide patentear sua inveno, aquesto da observncia ganha importncia aps a concesso da patente. Essa uma questo complexa, e neste curso sero abordados apenas os princpios sobreos quais repousam o respeito s patentes.

    Para comear, o titular da patente que deve tomar a iniciativa em caso de infraoem potencial. Detectar as infraes potenciais ou reais e argir o respectivo infrator da responsabilidade exclusiva do titular da patente.

    Na maioria dos casos, enviada uma notificao amigvel avisando sobre aexistncia da patente. Esse tipo de correspondncia, com a implicao de que umaao poder ser proposta, muitas vezes leva cessao da infrao ou celebrao de um contrato de licenciamento.

    Existem, entretanto, casos em que no possvel se negociar uma soluo quesatisfaa ambas as partes, a despeito de todas as tentativas. Durante a fasepreliminar da ao por infrao de patente, as negociaes ainda podem sertentadas, freqentemente por intermdio de um mediador ou de um rbitro. interessante constatar que esses acordos muitas vezes terminam na celebrao deuma licena.

    Tal como j indicado acima, a questo do respeito s patentes ampla e complexa;voc talvez queira estudar esse assunto mais alm, no contexto da legislao dopas onde voc reside.

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    Para obter a proteo em vrios pases diferentes, necessrio requerer umapatente para cada um deles. Com certeza voc est se perguntando se possvelobter uma patente mundial. Oua o segmento de udio para saber a resposta.

    Segmento de udio no

    . 6: possvel obter uma patente mundial?

    No, no atual estado do sistema internacional de patentes. No existe patente quecubra todos os pases, ou mesmo diversos pases. O sistema de patentes aindaum sistema territorial; para obter a proteo num determinado pas, deve-se obter apatente naquele pas. Com a globalizao da economia mundial, o mundo estcaminhando para um sistema mais internacionalizado; h o Tratado de Cooperaoem Matria de Patentes, que dispe sobre o depsito de um s pedido internacional,que pode se transformar numa multiplicidade de pedidos nacionais, na verdadepedidos e no patentes, que so ento examinados em cada um dos pases

    designados.

    Existem alguns sistemas regionais, como o da Organizao Europia de Patentes,onde um s exame, se for aceito, resulta em vrias patentes nacionais. Houve muitadiscusso na Europa quanto ao fato de uma s patente europia que cobririatodos os pases da Unio Europia, apesar desse sistema apresentar muitasdificuldades, como voc pode imaginar. Ainda no existe a patente mundial nica, eatualmente no existem projetos nesse sentido, em funo das inmerasdificuldades da matria, mas os debates continuam, no sentido de se encontrar ummeio de baixar o custo com a obteno da proteo mundial da patente. Entreoutras coisas, est o custo de todos os exames da mesma inveno, que devem serrealizados em diversos pases segundo as disposies atuais, o custo da traduo eo custo de manuteno da patente, pois para manter uma patente em vigor, emgeral necessrio o pagamento de uma anuidade, que pode ser relativamente alta.

    E tem de pagar anuidade em todos os pases em que voc quer que a patente sejavlida?

    isso mesmo. Se voc tiver patentes em dez pases, voc ter de pagar taxas demanuteno em cada um desses dez pases, porque se voc no pagar em umdeles, sua patente se extingue e voc perde a proteo da patente.

    Naquele pas?

    Exatamente.

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    Assim, se existe uma patente mundial, a resposta "no". Entretanto, existeum acordo internacional administrado pela OMPI, denominado Tratado deCooperao em Matria de Patentes (PCT), que dispe sobre o depsito, a busca, apublicao e o exame de pedidos internacionais. O PCT facilita a obteno depatentes nos pases contratantes, prevendo o depsito de um pedido internacional,

    que pode em seguida ser processado nos diversos escritrios oficiais nacionais ouregionais designados, dos Estados parte do PCT. (Um outro mdulo referente aossistemas de registro internacional da OMPI estuda mais detalhadamente o PCT edois outros acordos internacionais). Entretanto, mesmo segundo o PCT, aconcesso de patentes deixada para os escritrios designados.

    Voc ir saber mais sobre esse tratado no mdulo relativo aos tratados daOMPI do presente curso.

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    Finalmente, vale ressaltar que a proteo da patente somente uma das maneirasde se proteger uma inveno. Oua o segmento de udio para verificar outros meiosde proteo.

    Segmento de udio no. 7: Existem outros meios de proteger uma inveno,

    se, por qualquer razo, voc no quiser depositarum pedido de patente?

    A patente constitui o modo mais eficaz de se proteger uma inveno, mas, como jmencionei, os direitos relativos patente so conferidos em troca da divulgao datecnologia ao pblico pelo inventor. Outro modo eficaz de se obter proteo manter a tecnologia em sigilo e apoiar-se no que denominamos segredo de fbrica,para manter as informaes referentes inveno confidenciais. A dificuldadedesse mtodo que, desde que o produto colocado no mercado e pode ser

    desmontado, os segredos podem ser desvendados por uma simples observao doproduto, e a proteo a ttulo de segredo de fbrica perdida. Com a patente, noimporta se qualquer terceiro sabe fabricar seu produto, pois de qualquer modo bastaler seu pedido de patente. Ento, esteja ou no a informao em questo acessvelao pblico, se voc tiver uma patente, estar protegido. A proteo do segredo defbrica ainda , todavia, disponvel, e pode se revelar muito til, principalmente noque se refere ao know-how, quer dizer, o conhecimento tcnico necessrio utilizao mais eficaz possvel de uma determinada tecnologia. E muitas vezes, atecnologia propriamente dita no protegida pela patente, porque conhecida pelotcnico no assunto, mas o simples fato de manter o know-how em sigilo comosegredo de fbrica, constitui uma maneira de proteger sua tecnologia.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    QAA 5: D um exemplo da proteo do segredo de fbrica e o que eleprotege?

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    Resposta QAA 5:

    Discutiu-se como certos segredos de negcio so mantidos. A Coca Cola, porexemplo, fez isso por mais de cem anos e continuar a faz-lo enquanto tiver

    sucesso em manter a sua frmula em segredo. Assim sendo, a proteo propriedade intelectual ter durao ainda maior do que teria uma patente. Segredosde negcio protegem o know how e a capacidade tcnica, por exemplo, parainformao ou o uso particular.

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    WIPO/OMPI

    Resumo

    O presente mdulo introduziu a rea da propriedade intelectualreferente a patentes. As patentes so uma das mais antigas formas deproteo da propriedade intelectual e, como em todas as formas de proteo

    da propriedade intelectual, a finalidade de um sistema de patentes incentivar o desenvolvimento econmico atravs de uma recompensa dacriatividade intelectual. Este mdulo esclareceu que a finalidade da patente incentivar o desenvolvimento econmico e tecnolgico atravs darecompensa da criatividade intelectual.

    A proteo da patente visa tanto as criaes novas como osaperfeioamentos das criaes existentes. Um marco na cincia como ainveno da penicilina tem a mesma importncia e protegida do mesmomodo que uma nova alavanca numa mquina, inventada para que a mquinafuncione mais depressa. As patentes protegem as invenes, e, de modo

    geral, a inveno pode ser definida como uma nova soluo para umproblema tcnico. Entretanto, existem objetos que no podem serpatentedos. Entre estes, figuram materiais encontrados na natureza emquinas que desafiem as leis da natureza, como a mquina de motocontnuo. Entre as outras excees, comumente mencionadas nas leisaplicveis, esto as teorias cientficas e os mtodos matemticos; osesquemas, regras, princpios ou mtodos comerciais; e mtodos teraputicosou de diagnstico, para aplicao no corpo humano ou animal.

    Uma vez depositado um pedido de patente, coexistem duasabordagens gerais: em alguns pases, somente o respeito s formalidades verificado, enquanto em outros pases, o pedido tambm examinado quanto essncia, por um tcnico no assunto, encarregado de verificar que o pedidoest conforme os requisitos de patenteabilidade. Uma inveno deve estarrevestida das seguintes caractersticas:

    - deve ser nova;- deve envolver uma atividade inventiva,- deve ser suscetvel de aplicao industrial. .

    Em resumo, a patente constitui uma acordo entre o pblico e o

    inventor. Ao conceder proteo por um tempo determinado, as autoridadesgarantem uma remunerao para o inventor. Depois da expirao do prazode vigncia, que geralmente de 20 anos depois da data do depsito dopedido de patente, a inveno pode ser utilizada por qualquer pessoa. Orespeito s patentes uma questo complexa e compete ao titular da patentenegociar ou litigar judicialmente pela infrao de seus direitos. Como noexiste verdadeiramente uma proteo mundial, um inventor ter de pagartaxas de depsito e taxas de manuteno em cada um dos pases ondedesejar obter proteo.

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    Textos Legislativos:

    Conveno de Paris para a Proteo da Propriedade Industrial

    Tratado de Cooperao em Matria de Patentes (PCT)

    Acordo TRIPS