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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - IFSP BRUNO BERNARDI DE MELLO CRUZ GUSTAVO FERREIRA RAMOS SILVA LUCAS NUNES VIEIRA LUCAS ROSSETTI LÉO PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS São Paulo 2013

01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

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Page 1: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO

PAULO - IFSP

BRUNO BERNARDI DE MELLO CRUZ GUSTAVO FERREIRA RAMOS SILVA

LUCAS NUNES VIEIRA LUCAS ROSSETTI LÉO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS

MUSICAIS

São Paulo

2013

Page 2: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

BRUNO BERNARDI DE MELLO CRUZ GUSTAVO FERREIRA RAMOS SILVA

LUCAS NUNES VIEIRA LUCAS ROSSETTI LÉO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS

MUSICAIS

Orientador: Professor P.h.D. Carlos Frajuca

São Paulo 2013

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado ao Instituto

Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia de São Paulo,

Campus São Paulo – IFSP-SP,

como requisito para obtenção

do título de Bacharel em

Engenharia de Produção.

Page 3: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

F960 CRUZ, Bruno Bernardi de Mello; VIEIRA, Lucas Nunes; LEO, Lucas

Rossetti; SILVA, Gustavo Ferreira Ramos.

Proposta de implantação de uma fábrica de instrumentos

musicais – 2013.

53 f.: il.; 30 cm

Orientador: Prof. P.h.D. Carlos Frajuca

Monografia (Engenharia de Produção) - Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, IFSP, 2013.

1. Guitarra 2. Fábrica 3. Viabilidade financeira

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BRUNO BERNARDI DE MELLO CRUZ GUSTAVO FERREIRA RAMOS SILVA

LUCAS NUNES VIEIRA LUCAS ROSSETTI LÉO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS

MUSICAIS

Orientador: Professor P.h.D. Carlos Frajuca

Comissão Examinadora

_____________________________

Professor P.h.D. Carlos Frajuca – Orientador

_____________________________

Professor Dr. Sergio Luiz Kyrillos – Banca – IFSP –SP

_____________________________

Professor Ridnal João do Nascimento – Banca – IFSP –SP

São Paulo, 18 de Junho de 2013

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado ao Instituto

Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia de São Paulo,

Campus São Paulo – IFSP-SP,

como requisito para obtenção

do título de Bacharel em

Engenharia de Produção.

Page 5: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava

com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no

princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas

por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele

estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a

luz resplandece nas trevas, e as trevas não a

compreenderam.”

João 1: 1-5

Page 6: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................ 1

ABSTRACT ........................................................................................................ 2

METODOLOGIA ................................................................................................. 3

OBJETIVO.......................................................................................................... 4

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5

1.1. Conceito de empresa, empresário e empregador ............................. 5

1.1.1. Empresa ............................................................................................ 5

1.1.2. Conceito de Empresa ........................................................................ 5

1.1.3. Diferenciação de Empresa e Estabelecimento .................................. 6

1.1.4. Diferença entre Empresa e a Pessoa do Empresário ........................ 7

1.1.5. Empresário ........................................................................................ 8

1.1.6. Conceito de Empresário .................................................................... 8

1.1.7. Empregador ....................................................................................... 8

1.1.8. Classificação das empresas .............................................................. 9

1.2. Tipos de Manufatura ........................................................................ 11

1.2.1. Classificação do processo de manufatura .......................................... 13

1.2.2 Seleção do processo de manufatura ................................................... 13

1.3. Guitarra Elétrica............................................................................... 15

1.3.2 Captadores ...................................................................................... 18

1.3.3 Encordoamento ............................................................................... 20

2 CENÁRIO ATUAL ................................................................................... 21

2.1. Prospecto da “Empresa M” .............................................................. 21

2.2 Análise Produtiva Corpo .................................................................. 22

2.3 Análise Produtiva Braço .................................................................. 34

2.4 Análise Geral ................................................................................... 61

Page 7: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

3. PLANO DE NEGÓCIO ........................................................................... 62

3.1 Resumo Executivo ........................................................................... 62

3.2 Análise de Mercado ......................................................................... 63

3.3 Análise da Concorrência ................................................................. 64

3.4 Plano de Marketing .......................................................................... 66

3.5 Localização Proposta ...................................................................... 68

3.6 Necessidade Pessoal ...................................................................... 68

3.6.1 Quadro de Funcionários .................................................................. 68

3.6.2 Encargos e Salários ........................................................................ 69

3.7 Análise Operacional ........................................................................ 71

3.7.1 Processos operacionais .................................................................. 71

3.7.2 Fabricação do Corpo ....................................................................... 73

3.7.3 Fabricação do Braço ....................................................................... 75

3.7.4 Montagem Final ............................................................................... 79

3.7.5 Maquinário e Ferramental ............................................................... 81

3.7.6 Layout .............................................................................................. 83

3.7.7 Capacidade produtiva ...................................................................... 86

3.8 Análise Financeira ........................................................................... 89

3.8.1 Custo Variável Unitário .................................................................... 89

3.8.2 Tabela de Venda ............................................................................. 90

3.8.3 Custos Fixos .................................................................................... 91

3.8.3.1 Custos Operacionais ....................................................................... 92

3.8.3.2 Despesas Operacionais .................................................................. 93

3.8.4 Cálculo do Ponto de Equilíbrio ........................................................ 94

3.8.5 Investimento Necessário ................................................................. 97

3.8.6 Projeção de Retorno de Investimento ............................................. 99

3.8.7 Fluxo de Caixa............................................................................... 101

Page 8: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

3.9 Construção de Cenários ................................................................ 103

3.9.1 Cenário 1: Matéria Prima ............................................................... 103

3.9.2 Cenário 2: Alta do Dólar ................................................................ 106

4 CONCLUSÃO ....................................................................................... 107

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 109

ANEXO A – PROJETO DO CORPO FENDER STRATOCASTER ................ 113

ANEXO B – PROJETO DO BRAÇO FENDER STRATOCASTER ................. 114

APÊNDICE A – CONTRATO SOCIAL PROPOSTO ...................................... 115

Page 9: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema de Manufatura ............................................................................. 12

Figura 2 - Guitarra Fender Stratocaster .................................................................... 16

Figura 3 - Captador ................................................................................................... 20

Figura 4 - Planagem do bloco ................................................................................... 22

Figura 5 - Marcação do corpo ................................................................................... 23

Figura 6 - Corte grosseiro do corpo ........................................................................... 24

Figura 7 – Fixação do gabarito .................................................................................. 24

Figura 8 – Corte na tupia superior ............................................................................. 25

Figura 9 – Fixação do gabarito .................................................................................. 25

Figura 10 - Gabarito para rebaixos ............................................................................ 26

Figura 11 – Usinagem dos rebaixos .......................................................................... 26

Figura 12 – Corpo com rebaixos usinados ................................................................ 27

Figura 13 – Usinagem do rebaixo traseiro ................................................................ 27

Figura 14 – Marcação do shape traseiro ................................................................... 28

Figura 15 – Corte do shape traseiro .......................................................................... 28

Figura 16 – Desempeno da superfície inferior ........................................................... 29

Figura 17 - Arredondamento dos cantos ................................................................... 29

Figura 18 – Corte do shape superior ......................................................................... 30

Figura 19 – Lixamento Traseiro ................................................................................. 31

Figura 20 – Lixamento superior ................................................................................. 31

Figura 21 – Lixamento ............................................................................................... 32

Figura 22 – Revestimento ......................................................................................... 33

Figura 23– Estoque de matéria prima ....................................................................... 34

Figura 24 - Desempenamento da madeira ................................................................ 35

Figura 25 - Marcação do contorno do braço na madeira ........................................... 35

Figura 26- Corte da madeira no formato do braço .................................................... 36

Figura 27- Obtenção de tiras de madeira com dimensão próxima da final ............... 37

Figura 28 - Desempenamento do braço .................................................................... 37

Figura 29- Desengrossamento da madeira ............................................................... 38

Figura 30 - Fixação do gabarito no braço .................................................................. 39

Figura 31 - Usinagem do contorno do braço ............................................................. 39

Page 10: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

Figura 32 - Remoção do gabarito .............................................................................. 40

Figura 33 - Usinagem do rebaixo do headstock ........................................................ 40

Figura 34 - Remoção do excesso de material no headstock ..................................... 41

Figura 35 - Arredondamento do chanfro do Headstock ............................................. 41

Figura 36 - Canal guia do gabarito para usinagem do canal tensor .......................... 42

Figura 37 - Usinagem do canal do tensor ................................................................. 43

Figura 38 – Usinagem do furo para encaixe do tensor .............................................. 44

Figura 39 - Montagem do tensor ............................................................................... 44

Figura 40 - Marcação do contorno da escala na madeira ......................................... 45

Figura 41 - Divisão da chapa de madeira para confecção da escala ........................ 45

Figura 42 - Corte da madeira no formato da escala .................................................. 46

Figura 43 - Redução da espessura da escala ........................................................... 46

Figura 44 - Colagem da escala ................................................................................. 47

Figura 45 - Formatação da escala ............................................................................. 48

Figura 46 - Arredondamento do rebaixo do headstock para a escala ....................... 48

Figura 47 - Usinagem dos canais dos trastes ........................................................... 49

Figura 48 - Remoção de rebarbas e planificação da superfície da escala ................ 49

Figura 49 - Usinagem do shape ................................................................................ 50

Figura 50 - Traçagem da posição das marcações .................................................... 51

Figura 51 - Traçagem da posição das marcações .................................................... 51

Figura 52 - Furação para colocação das marcações ................................................ 52

Figura 53 - Furação para montagem das tarraxas .................................................... 52

Figura 54 - Arredondamento do shape com lima ...................................................... 53

Figura 55 - Acabamento do shape com lixa fina ....................................................... 54

Figura 56 - Montagem das marcações ...................................................................... 54

Figura 57 - Nivelamento das marcações ................................................................... 55

Figura 58 - Fixação dos trastes na escala ................................................................. 56

Figura 59 - Corte dos trastes ..................................................................................... 56

Figura 60 - Lixamento dos trastes ............................................................................. 57

Figura 61 - Furação para montagem das marcações laterais ................................... 58

Figura 62 - Montagem das marcações laterais ......................................................... 58

Figura 63 - Nivelamento das marcações laterais do braço ....................................... 59

Figura 64 - Fixação do logotipo no headstock ........................................................... 60

Figura 65 - Envernizamento do braço ....................................................................... 60

Page 11: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

Figura 66 - MovtecH Gantry Router 1250 Pro ........................................................... 72

Figura 67 - Layout Proposto ...................................................................................... 83

Figura 68 - Fluxo de Materiais ................................................................................... 85

Page 12: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Porte de empresa .................................................................................... 10

Tabela 2 – Plano de marketing .................................................................................. 61

Tabela 3 - Marcas Top of Mind .................................................................................. 64

Tabela 4 – Comparação com a concorrência ............................................................ 65

Tabela 5 – Plano de marketing .................................................................................. 67

Tabela 6 – Quadro de funcionários ........................................................................... 68

Tabela 7 – Encargos e salários ................................................................................. 69

Tabela 7 – Custos por hora ....................................................................................... 70

Tabela 8 – Equipamentos de proteção individual ...................................................... 71

Tabela 10 – Organograma de processos. ................................................................. 71

Tabela 11 – Folha de processos do corpo ................................................................ 73

Tabela 12 – Folha de processos do braço ................................................................ 75

Tabela 13 – Folha de processos da montagem ........................................................ 79

Tabela 14 – Maquinário. ............................................................................................ 81

Tabela 15 – Ferramental. .......................................................................................... 82

Tabela 16 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o corpo ................. 86

Tabela 17 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o braço ................. 86

Tabela 18 – Tempos de produção e custo de mão de obra para a montagem ......... 87

Tabela 19 – Tempos de produção e custo de mão de obra total .............................. 87

Tabela 20 – Eficiência proposta ................................................................................ 88

Tabela 21 – Eficiência máxima .................................................................................. 88

Tabela 22 – Custo ..................................................................................................... 89

Tabela 23 – Preço de venda ..................................................................................... 90

Tabela 24 – Custos e despesas operacionais ........................................................... 92

Tabela 25 – Custos operacionais .............................................................................. 93

Tabela 26 – Despesas operacionais ......................................................................... 94

Tabela 27 – Lucro por Venda .................................................................................... 96

Tabela 28 – Investimento total .................................................................................. 98

Tabela 29 – Investimento anual ................................................................................ 98

Tabela 29 – Projeção de retorno de investimento ................................................... 100

Tabela 30 – Fluxo de caixa ..................................................................................... 101

Page 13: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

Tabela 31 – Fluxo de caixa ..................................................................................... 102

Tabela 32 – Fluxo de caixa ..................................................................................... 102

Page 14: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

GLOSSÁRIO

Ash – Madeira americana, utilizada no corpo de guitarras

ATO - Assembly-to-order

Basswood - Madeira americana, utilizada no corpo de guitarras

Brazilian Rosewood – Jacarandá Brasileiro

CAD - Computer Aided Design

CAM - Computer Aided Manufacturing

CFM - Célula flexível de manufatura

CNC – Computer Numerical Control (Controle numérico computadorizado)

DNC - Distributed Numerical Control (Controle numérico distribuido)

DSR - Descanso Semanal Remunerado

Ebony – Ébano

Empresa M – Nome fictício da empresa utilizada como base do estudo

EPI - Equipamento de Proteção Individual

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

Gold Plated – Modelo de encordoamento utilizado em guitarras

Headstock – parte do braço onde são fixadas as tarraxas

Inputs - entrada

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Mahogany - Mogno

Maple - Madeira americana, utilizada no braço de guitarras

Page 15: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

Megastore – Grandes lojas

MTO - Make-to-order (Produzir com entrada de pedido)

MTS - Make-to-stock (Produzir para estocar)

NC – Numerical Control (Controle numérico)

Nickel Plated Steel - Modelo de encordoamento utilizado em guitarras

PME - Pequenas e Médias Empresas

Pure Nickel – Modelo de encordoamento utilizado em guitarras

SFM - Sistema flexível de manufatura

Single coil – Modelo de captador utilizado em guitarras

Stainless Steel – Aço Inox

Stratocaster – Modelo de guitarra, produzido pela Fender

Sustain – Recurso sonoro, utilizado por músicos

Telercaster - Modelo de guitarra, produzido pela Fender

Walnut - Nogueira

Page 16: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

1

RESUMO

Neste trabalho com finalidade exploratória, serão analisados os processos de

fabricação de um modelo de guitarra elétrica, os custos envolvidos e investimentos

necessários para a criação de um estabelecimento para se produzir e comercializar

com capacidade ideal de 100 instrumentos musicais. Para tal será analisado o ponto

de equilíbrio e o tempo de retorno de investimento, tendo como objetivo propor uma

produção enxuta, com alta eficiência nos processos, quadro de funcionário de

acordo com a proposta de produção, rendimento adequado e, principalmente,

trabalhando com materiais de alto padrão de qualidade para obter um produto de

excelência com alto valor agregado e grande aceitação no mercado de instrumentos

musicais, conquistando assim músicos profissionais e amadores, que procuram por

instrumentos diferenciados. Os resultados obtidos pelo estudo mostraram que é

possível agregar qualidade padronizando alguns processos chaves, implantando

novas máquinas e um controle de qualidade, viabilizando também a parte financeira

do estudo.

Palavras-chave: Guitarra, viabilidade financeira, produção enxuta, análise de

mercado.

Page 17: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

2

ABSTRACT

In this work paper, with the exploratory purpose, will be analyzed the

production processes of an electric guitar model, the related costs and the necessary

investments to create an establishment, able to produce and commercialize, with an

ideal capacity of 100 musical instruments. For this, the equilibrium point and

investment return time will be analyzed, having as purpose to propose a lean

production, high efficiency in processes, employees board as production proposal,

proper income, and mainly, working with high standard materials with quality to

obtain a product of excellence with high added value and great acceptance in the

musical instruments market, conquering professional and amateur musicians, that

were looking for exceptional instruments. The results obtained by the study showed

that it’s possible to assemble quality standardizing some key processes, deploying

new machines and quality control, enabling the study financial part too.

Key words: Guitar, financial viability, lean production, market analysis.

Page 18: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

3

METODOLOGIA

Este trabalho tem como caráter exploratório a viabilidade técnica e econômica

do projeto para implantação de uma fábrica de instrumentos musicais, onde foi

realizada uma abordagem qualitativa e quantitativa dos procedimentos e métodos

apresentados.

Page 19: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

4

OBJETIVO

Este estudo tem como objetivo propor uma fábrica de guitarras com produção

enxuta, alta eficiência nos processos, quadro de funcionários adequado com a

produção proposta e com rendimento aceitável, trabalhando com materiais de alto

padrão de qualidade para obter um produto de excelência com alto valor agregado e

grande aceitação no mercado de instrumentos musicais para conquistar músicos

profissionais e amadores, que procuram por instrumentos diferenciados.

Page 20: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

5

1. INTRODUÇÃO

1.1. Conceito de empresa, empresário e empregador

Empresa, empresário e empregador têm seus conceitos, muitas vezes,

confundidos. Desse modo, torna-se imprescindível especificar cada um deles, e em

que aspectos se divergem, e em quais se complementam.

Serão apresentados, com base nas bibliografias, os conceitos de empresa,

estabelecimento, empresário, empresário individual, empregador, atividades

econômicas civis, além de apresentar as convergências e divergências entre todos

esses conceitos.

1.1.1. Empresa

Empresa, que tem seu conceito diferenciado de estabelecimento, e da pessoa

do empresário, sinaliza um conjunto de recursos e pessoas organizados para a

produção ou circulação de bens e serviços. Abaixo será conceituada empresa,

diferenciando-a de estabelecimento e empresário.

1.1.2. Conceito de Empresa

Martins1 (2008) afirma que a principal característica da empresa é o fim

econômico, fato que justifica a Economia ser a principal interessada em seu

conceito.

A esse respeito, Guitton2 (1961) já afirmava que os pesquisadores, em

Economia, tinha dificuldade em encontrar uma definição exata para empresa, visto a

vastidão de conceitos.

1 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2008

Page 21: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

6

Perroux e Guitton, 1961, p.50) se pronunciou no se sentido de considerar

empresa:

“[...] uma organização da produção na qual se combinam os preços dos

diversos fatores da produção, trazidos por agentes distintos do proprietário da

empresa, visando a vender um bem ou serviços no mercado, para obter a diferença

entre os dois preços (preço do custo e preço de venda) o maior proveito monetário

possível”.

Martins (2008) acrescenta que as empresárias voltam-se para a produção,

ocorrendo de maneira diversa do que antes ocorria, a respeito das atividades serem

mais artesanais ou familiares. E, segundo o autor, numa perspectiva da Economia,

empresa seria um conjunto de fatores de produção, em que englobaria terra, capital

e trabalho. Para Martins (2008), então, hoje em dia, toda empresa tem suas

atividades visando ao mercado.

1.1.3. Diferenciação de Empresa e Estabelecimento

Para Martins (2008), empresa seria um centro de decisões, em que as

estratégias econômicas são adotadas. Sendo assim considerada, corre-se o risco de

confundir empresa com o próprio estabelecimento. E, a título comparativo, nota-se

que são conceitos diferentes, por meio do art. 16 da Lei Federal do Trabalho do

México que dispõe que “para os efeitos das normas do trabalho, se entende por

empresa, a unidade econômica de produção ou distribuição de bens ou serviços, e

estabelecimento, a unidade técnica que como sucursal, agência ou outra forma

semelhante, seja parte integrante e contribua para a realização dos fins da

empresa”.

2 GUITTON, Henri. Economia Política. 2.vol. 2.ed. Oscar Dias Corrêa (trad.). Rio de Janeiro: Fundo

de Cultura, 1961

Page 22: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

7

Desse modo, esclarece-nos, Coelho3 (2009), quando exemplifica dizendo que

se alguém vem a exclamar que uma empresa esteja pegando fogo ou a afirmar que

determinada empresa se submeteu a uma reforma e ficou mais bonita, tal indivíduo

utiliza equivocadamente o conceito. O correto seria dizer que o estabelecimento

comercial pegou fogo ou foi embelezado. “Não se pode confundir a empresa com o

local em que a atividade é desenvolvida”.

Ao encontro desse pensamento, Martins (2008) acrescenta que

estabelecimento é apenas uma parte da empresa, e que é o local onde o empresário

exerce suas atividades. “O estabelecimento compreende as coisas corpóreas

existentes em determinado lugar da empresa, como instalações, máquinas,

equipamentos, utensílios etc., e as incorpóreas, como a marca, as patentes, os

sinais etc.” (MARTINS, 2008, p. 173).

1.1.4. Diferença entre Empresa e a Pessoa do Empresário

Martins (2008) assegura que, na juridicamente, empresa significa uma ação

que o empresário exerce. Desse modo, deve-se ficar claro que tratam-se de duas

pessoas: empresa, pessoa jurídica, e empresário, pessoa natural. E para diferenciar

os dois conceitos, o autor garante que:

“Distingue-se também a empresa da pessoa do proprietário, pois uma

empresa bem gerida pode durar anos, enquanto o proprietário falece. É a idéia do

conceito de instituição, em que instituição é o que perdura no tempo. O empresário é

a pessoa que exercita profissionalmente a atividade economicamente organizada,

visando à produção ou circulação de bens ou serviços para o mercado (art. 966 do

CC)”.

Num sentido protetivo, a legislação proíbe o incapaz de exercer atividades

empresariais. No entanto, de acordo com Coelho (2009), sendo importante para o

3 COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial: Direito de Empresa. 21. ed. São Paulo:

Saraiva, 2009

Page 23: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

8

incapaz, e desde que em continuidade da empresa já constituída pelo indivíduo, ou

em casos de sucessão, o juiz poderá, amparado em lei, autorizar por meio de um

alvará o exercício da atividade de empresa

1.1.5. Empresário

Como observado anteriormente, empresário é o exercente das atividades da

empresa. É necessária a presença de alguns aspectos para considerar a existência

de uma empresa. Do mesmo modo, para afirmar que alguém é um empresário

elementos são necessários. Abaixo será conceituado empresário, apresentando

seus requisitos mínimos, e será apresentado o conceito de empresário individual.

1.1.6. Conceito de Empresário

De acordo com Guitton (1961), o empresário é aquele que detém a

propriedade dos bens de produção, gozando, diretamente, ou por meio de seus

representantes, dos poderes relacionados à gestão da empresa.

Segundo Coelho (2009, p. 11), empresário é um conceito que vem definido

em lei, e se refere ao profissional que exerce uma “[...] atividade econômica

organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços (Código Civil, art.

966). Destacam-se da definição as noções de profissionalismo, atividade econômica

organizada e produção de bens ou serviços”.

1.1.7. Empregador

Como afirmado anteriormente, o empresário precisa contratar mão-de-obra.

Por outro lado, faz isso em nome da empresa. Então o empregador é a empresa

Page 24: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

9

Coelho (2009, p.22) considera que: “como organizador da atividade

empresarial, o empresário (pessoa física ou jurídica) necessariamente deve

contratar mão-de-obra, que é um dos fatores de produção. Seja como empregado

pelo regime do Direito do Trabalho (CLT) ou como representante, autônomo ou

pessoal terceirizado vinculados por contrato de prestação de serviços, vários

trabalhadores desempenham tarefas sob a coordenação do empresário. Para efeitos

do direito das obrigações, esses trabalhadores, independentemente da natureza do

vínculo contratual mantido com o empresário, são chamados prepostos (CC, arts.

1.169 a 1.178)”.

As empresas podem ser classificadas de diversas formas sendo as mais

comuns a sua forma jurídica, a propriedade do seu capital, a sua dimensão e ainda o

setor a que pertence.

1.1.8. Classificação das empresas

Classificação quanto à forma jurídica: dependendo dos países, as formas

jurídicas de empresas mais comuns são as seguintes:

Sociedade por quotas: nas sociedades por quotas o capital é representado

por quotas, cada uma das quais alocadas a um determinado sócio;

Sociedade anônima: neste tipo de sociedades o capital é representado por

ações, as quais não estão alocadas a acionistas específicos;

Sociedade em comandita: sociedade que se caracteriza pela existência de

dois tipos de sócios: os comanditários e os comandatários;

Classificação quanto à propriedade do seu capital: a distinção mais usual é entre

empresas públicas e empresas privadas:

Empresas públicas: empresas cujo capital é detido pelo Estado ou por

instituições por ele diretamente controladas;

Empresas privadas: empresas cujo capital é detido por pessoas individuais ou

por instituições privadas;

Empresas de capitais mistos: empresas cujo capital é detido simultaneamente

pelo Estado e por entidades privadas.

Page 25: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

10

Classificação quanto à dimensão: a classificação das empresas quanto à sua

dimensão difere de país para país, mas no caso brasileiro é utilizada a classificação

segundo tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Porte de empresa

Classificação Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões

Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões

Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões

Fonte: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/porte.html

Classificação quanto ao setor a que pertence: este tipo de classificação tem a

ver com a atividade desenvolvida. A principal divisão é entre setor primário, setor

secundário e setor terciário:

Setor primário: incluem as atividades diretamente relacionadas com a

exploração de recursos primários, nomeadamente a agricultura, as pescas, a

pecuária e a extração de minérios;

Setor secundário: refere-se às atividades de transformação e inclui as

atividades industriais e de construção e obras públicas;

Setor terciário: inclui as atividades relacionadas com a prestação de serviços

e com o comércio, distribuição e transportes.

O objetivo principal da empresa deste estudo é produzir guitarras de alto

padrão de qualidade, baseadas no projeto da Fender Stratocaster.

Page 26: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

11

1.2. Tipos de Manufatura

Em geral, Manufatura é o termo econômico para a fabricação de produtos e

oferecimento de serviços para satisfação das necessidades humanas. A manufatura

envolve uma série de atividades e operações inter-relacionadas que são elas:

(i) Criação e desenvolvimento de produto;

(ii) Seleção de material;

(iii) Planejamento;

(iv) Controle de inventario;

(v) Garantia de qualidade;

(vi) Marketing, etc.

Olhando para as atividades e operações descritas acima, percebe-se que a

manufatura não uma simples operação, mas sim um sistema onde inúmeros

subsistemas interagem de maneira dinâmica.

Sistema de manufatura

Aspectos gerais

Qualquer sistema que faz amplo uso de produtos ou serviços, em geral, é

chamado de sistema de produção.

Produção pode ser considerada como um processo de transformação,

preparação e inputs de elementos, dos quais serão utilizados para aumento

de mercadorias e serviços.

Os processos de manufatura são colocados juntos para formar o sistema de

manufatura

O sistema de manufatura transforma inputs para produzir produtos ao

cliente/consumidor.

Um sistema de manufatura é denominado de sistema de input-output como

ilustrado na Figura 1. Aqui os elementos de input, primários, são transformados e se

tornam em elementos de output. A transformação tecnológica deve ser otimizada

com um objetivo, o qual pode ser custo, produtividade ou produto.

Page 27: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

12

Figura 1 - Sistema de Manufatura Fonte: R. K. Rajput. A Text book of manufacturing Technology. Editora LP 1996

A manufatura o coração do sistema onde materiais são transformados em

materiais com valores agregados.

O subsistema de manufatura e a junção de processos e operações que obtém

como resultado o produto desejado na qualidade necessária.

Nos dias atuais o conceito de sistema de manufatura tem envolvido estágios

distintos que seguem abaixo:

1. Manufatura manual

2. Mecanização

3. Forte automação

4. Baixa automação

- NC/CNC/DNC

- Robôs industriais

- CFM (Célula flexível de manufatura) / SFM (Sistema flexível de manufatura)

A maioria dos componentes do SFM são: (i) Maquinas ferramentas; (ii) Sistema de

controle; (iii) Sistema de gestão; (iv) Operadores.

- Computer Aided Design (CAD) / Computer Aided Manufacturing (CAM).

Page 28: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

13

1.2.1. Classificação do processo de manufatura

As principais tipologias de manufatura são:

1. Processos de manufatura: Envolve um fluxo continuo de material através de

uma series de processos para obter um produto final.

2. Tipos de fabricação: Envolve a manufatura de partes individuais ou

componentes se uma serie de operações.

3. Montagem: Neste tipo de manufatura as partes ou componentes são

montadas, ou seja, colocadas juntas para completar um produto.

1.2.2 Seleção do processo de manufatura

Com intuito de produzir um produto com o menor custo a um tempo razoável

sem comprometer a qualidade é importante escolher o tipo correto do

processo de manufatura.

O produto final deve satisfazer os objetivos funcionais e físicos com o custo

mínimo que seja aceito pelo consumidor final. Para isso há uma técnica de

classificação de produção e processos a ser utilizada.

Para selecionar um processo de manufatura, os pontos citados abaixo devem ser

considerados:

(i) Custo de manufatura;

(ii) Volume de produção e taxa de produção;

(iii) Características e propriedades do local e dos materiais de

produção;

(iv) Limitações em formas e tamanhos;

(v) Acabamentos e padrão de tolerâncias;

(vi) Funcionalidade do produto;

Estratégias de gestão nas seguintes categorias:

Make-to-order (MTO): a chegada de um pedido firme de cliente provoca o

início da produção dos produtos desejados. Possui a vantagem de se trabalhar com

Page 29: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

14

baixos estoques de produtos acabados, sendo adequado para produtos com

demanda pouco frequente, que possuem alto custo de estocagem (itens classe A)

ou que são perecíveis. Esta estratégia entretanto torna o lead-time do produto igual

ao lead-time do “ramo” mais demorado da fabricação do produto. Este particular

pode tornar o prazo de entrega estrategicamente indesejável, especialmente em

mercado no qual o fator velocidade de entrega é vital.

Engineer-to-Order: o produto é especificado, projetado e fabricado mediante

pedido.

Make-to-stock (MTS): o produto tem sua fabricação iniciada mediante uma

previsão de demanda. A chegada do pedido de cliente provoca o seu atendimento

quase imediato, mediante a retirada do produto acabado do estoque. Possui a

vantagem de oferecer um lead-time muito reduzido, sendo adequado para a gestão

de produtos com demanda bastante previsível. Entretanto, o volume de estoques a

serem mantidos para o nível de atendimento desejado pode significar um grande

volume de capital investido, especialmente no caso de empresas com grande

número de itens comercializados e cuja capacidade de previsão da demanda é

deficiente.

Assembly-to-order (ATO): o produto tem a fabricação de seus principais

componentes disparada mediante uma previsão de demanda, sendo estes

componentes produzidos e armazenados antes da chegada do pedido. A chegada

do pedido de cliente provoca o término da montagem do produto mediante a

utilização dos componentes já produzidos. Possui a vantagem de reduzir o lead-time

de atendimento, já que este fica reduzido à etapa de montagem final. Em outras

palavras, nessa estratégia se mantêm estoques apenas dos componentes de maior

demanda, reduzindo, sob a ótica do cliente, o lead-time de entrega, tornando a

empresa apta a realizar em tempo bastante reduzido a montagem de uma grande

diversidade de produtos finais. É adequada para situações nas quais um pequeno

grupo de componentes é utilizado na fabricação de um grande número de produtos

finais, sendo que um produto se diferencia de outro em termos da inclusão ou troca

de um ou poucos componentes.

Page 30: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

15

Analisando as características acima, vê-se como melhor alternativa para a produção

Make-to-order quando se tratar de clientes finais e make-to-stock para clientes

secundários, como lojas.

1.3. Guitarra Elétrica

A guitarra elétrica, que é o alvo deste estudo, é composta por um corpo de

madeira que contém: ponte, captadores, potenciômetros, chave seletora, botões,

escudo e pinos para correia. O braço de madeira contém o tensor, a escala, os

trastes, as marcações, a pestana (Nut), o headstock e as tarraxas.

O som das guitarras elétricas é sempre amplificado eletronicamente, este é o

principal diferencial em relação a um violão. Para que o som seja amplificado, ele é

capturado nos captadores, transformado em pulsos elétricos e transportado via cabo

para um circuito externo, que é responsável por amplificar o sinal e reproduzi-lo.

O encordoamento de uma guitarra elétrica é sempre de aço, já que o som é

gerado pela vibração de cada corda e tem espessura variada, gerando assim uma

mudança no timbre do som.

Existem inúmeros modelos de guitarra, produzidas por diversas marcas. Cada

um deles tem sua peculiaridade de produção, material ou timbre, sendo assim, não

há como definir o modelo perfeito, pois cada guitarrista busca uma configuração

diferente. Devido à extrema popularidade e aceitação no mercado de instrumentos

musicais, utilizaremos para este estudo o modelo Stratocaster produzido pela

fabricante norte-americana Fender ® desde 1954, conforme figura 2.

Page 31: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

16

Figura 2 - Guitarra Fender Stratocaster Fonte: www.fender.com

1.3.1 Madeiras Utilizadas

O som da guitarra não depende exclusivamente do captador, mas do

encordoamento, da madeira e do formato. Quando “pinçamos” uma corda, não é

apenas ela que vibra: a madeira recebe e transmite parte desta vibração para os

captadores.

Portanto, as características da madeira, como tipo, peso, densidade,

tamanho, e o desenho do corpo são tão importantes na geração do som quanto os

captadores e as cordas.

Com a expansão do mercado de guitarras, novas marcas foram surgindo. O

mercado começou a ser inundado por guitarras de valores mais acessíveis. As

fábricas procuraram substituir madeiras caras e raras por outras mais baratas e

fáceis de encontrar. Algumas utilizam Maple Asiático ou Europeu no braço como

variação do Maple Norte Americano ou Sul Canadense. As características sonoras

são praticamente as mesmas, a grande diferença é apenas estética. O mesmo

Maple Norte Americano também é utilizado na escala. Em alguns casos a escolha é

feita pelo Rosewood. O corpo pode ser feito de madeiras mais simples como o

Basswood ou o Cedro, que são alternativas mais baratas ao Alder ou ao Ash.

A escolha da madeira é essencial na construção de uma guitarra, porém isto

é apenas um dos fatores que influenciam no resultado final de um instrumento. O

corte da madeira também exerce grande influência na sonoridade e, é claro, no

Page 32: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

17

preço. Algumas fábricas buscam aperfeiçoar a utilização da madeira com cortes que

aproveitam melhor o tronco ao invés de priorizar o timbre. Nesses casos é comum a

produção de guitarras com o braço parafusado no corpo, facilitando a construção.

As madeiras mais utilizadas na fabricação de guitarras são:

Alder: é usada nos corpos de algumas guitarras. Madeira dura, densa, de

som cheio e encorpado, freqüências bem equilibradas. É a madeira clássica

da Fender e do modelo stratocaster.

Ash: Madeira dura, densa, porosa, de som estridente. É muito rica em

agudos. Foi usada nas primeiras stratoscaster’s e nas telercaster’s.

Atualmente é usado nos modelos mais caros da Fender.

Basswood: Resolução sonora perfeita, ótima para Rock em volumes

elevadíssimos. Madeira muito leve, macia, possui ótimo sustain e conta com

fácil reflorestamento.

Mahogany ou Mogno: Madeira macia, pesada, com o som "morno", repleto de

freqüências baixas e médias. Usada nas Gibson e PRS.

Cedro: Semelhante ao Mogno. Sonoridade com menor peso e bastante

aberta, balanço de som com bom equilíbrio. Usada em corpos.

Nogueira ou Walnut: a nogueira é uma ótima alternativa para o mogno. É

forte, tem timbre morno e é naturalmente bonita. Funciona bem em corpos de

guitarras sólidas, e fundo e lateral de acústicas. Se cortado apropriadamente,

é estável o bastante para ser utilizada até em construção de braços.

Maple: Madeira muito densa e dura. Ideal para suportar a tensão das cordas.

Por isso é muito utilizada como braço para os instrumentos. É também

utilizada como cobertura nos corpos dos instrumentos de mogno ou

basswood. Obtêm altas frequências de sonoridade obscura do mogno.

Apesar de seu peso elevado, algumas guitarras possuem corpo desta

madeira.

Marfim: Parecido com o Maple, porém de qualidade inferior. Madeira bem

rígida e boa para confecção de braços.

Rosewood ou Jacarandá: Muito usada nas escalas pode ser aplicada em

braços colados, parafusados e inteiriços. O jacarandá baiano é muito

procurado internacionalmente e conhecido como Brazilian Rosewood.

Page 33: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

18

Ebony ou Ébano: É muito densa, escura, bela, tem muito brilho sonoro, e tem

alto custo, por estar em extinção no mundo.

Como o objetivo da empresa é produzir instrumentos de alto valor agregado,

juntamente com o alto padrão de qualidade, será considerado somente matéria

prima de primeira qualidade e as mais requisitadas pelo ramo, que seriam elas: para

o corpo, o Ash, o Basswood e o Mahogany (Mogno) e para o braço o Maple.

1.3.2 Captadores

São os elementos responsáveis pela conversão da energia mecânica obtida a

partir da vibração do encordoamento em energia elétrica, que é processada e

amplificada ou gravada.

O tipo de captador mais utilizado nas guitarras elétricas é o eletromagnético,

que é basicamente um transdutor, ou seja, um componente eletrônico que

transforma energia mecânica em energia elétrica. São, portanto, peças essenciais

para o funcionamento das guitarras elétricas.

Para entender o funcionamento do captador é preciso conhecer os princípios

de indução eletromagnética que consistem no seguinte conceito: a movimentação de

um imã no interior ou nas regiões periféricas de uma bobina (enrolamento de fios)

gera energia elétrica por indução.

Assim, quando a corda vibra, ela causa uma oscilação neste campo

magnético gerando pequenas quantidades de tensão e corrente elétrica.

Os tipos básicos de captadores para instrumentos musicais são:

Captador Ativo: Os captadores ativos geram sonoridade internamente através

de baterias, uma vez que o tipo de madeira e o formato da guitarra

influenciam na qualidade da saída do som. Estes tipos de captadores são

muito usados em baixos elétricos por possuírem freqüências baixas definidas

e não misturarem outros tipos de sons.

Page 34: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

19

O uso de captadores ativos em guitarras requer algumas modificações como

troca de potenciômetro, confecção de compartimento para a bateria e outros,

e toda alteração apresenta vantagens e desvantagens. As principais

vantagens são a otimização da potência e integridade sonora, enquanto as

principais desvantagens são a especificidade no timbre e um custo elevado.

Captador Passivo. Ao contrário dos captadores ativos, os passivos não

necessitam de alimentação elétrica para funcionar e possuem uma maior

interação com a madeira, portanto proporcionam uma variedade e qualidade

de timbre superior.

Captadores Piezoelétricos. Comumente utilizado em instrumentos de

encordoamento não metálico, este tipo de captador utiliza cristais que,

quando submetidos à compressão ou vibração geram uma tensão elétrica.

Possuem características diferentes dos captadores eletromagnéticos como o

timbre, vantagem de não captar interferências de outros aparelhos e a

necessidade do uso de pré-amplificadores. Geralmente os captadores

piezoelétricos são posicionados abaixo da ponte do instrumento. É comum a

sua utilização em associação com os captadores magnéticos, de forma a

produzir um som mais amplo e realista, muito próximo ao som acústico

gerado pelo violão.

Nesse estudo, esta sendo considerado o captador padrão utilizado nas

guitarras Fender Stratocaster ® o qual é do tipo de captadores passivos single coil,

conforme figura 3, que são os modelos de captadores mais simples existentes.

Possuem uma haste para cada corda, uma única bobina, e têm como característica

principal um som alto, limpo, e com bastante brilho.

Page 35: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

20

Figura 3 - Captador Fonte: www.seymourduncan.com

1.3.3 Encordoamento

As cordas são os elementos que produzem som por meio de vibração,

quando friccionadas por arcos, percutidas ou pinçadas, que é o caso das guitarras.

Elas podem ser fios únicos ou cabos compostos de fibras trançadas ou

enroladas em torno de um núcleo. Elas são montadas em suportes que as mantêm

fixadas nas duas extremidades, tensionadas e distantes de outras partes do

instrumento para que possam vibrar livremente. Os diferentes sons das cordas são

gerados pela diferença de comprimentos ou espessuras utilizadas.

As cordas são confeccionadas com os seguintes materiais:

Pure Nickel: revestimento em níquel com núcleo de aço. Esse material é

magneticamente fraco, portanto, esse tipo de encordoamento deve ser

montado mais próximo do sistema de captação. É caracterizado por maior

suavidade e menor saída de som.

Nickel Plated Steel: revestimento em níquel e aço com núcleo de aço. Pelo

fato de conter o aço na liga de revestimento, esse encordoamento oferece

uma maior atração magnética. Produzem maior intensidade de volume na

captação da vibração das cordas. É o mais utilizado por guitarristas.

Stainless Steel: revestimento de aço inoxidável em núcleo de aço. Essa liga

promove um som mais limpo, com volume acentuado e muito brilho. Oferece

também uma durabilidade maior, sua tração magnética é muito forte afetando

Page 36: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

21

a captação natural da vibração da corda, dependendo da proximidade do

captador. Esse tipo de material é um pouco mais rígido e menos suave ao

toque.

Gold: Desenvolvida recentemente pela indústria alemã, a corda é banhada a

ouro 24 quilates em núcleo de aço. Oferece um som rico e brilhante. Esse tipo

de material diminui os efeitos de corrosão, e a liga é antialérgica.

2 CENÁRIO ATUAL

Este estudo foi inspirado pela deficiência produtiva encontrada nas empresas

de fabricação de instrumentos musicais brasileiras, aliado ao fator de expansão

encontrado devido ao crescimento deste mercado.

2.1. Prospecto da “Empresa M”

A Empresa que usaremos como estudo de caso é uma fabricante de

instrumentos musicais de pequeno porte, com alta qualidade em seus produtos e

bem conceituada entre os músicos profissionais.

Há mais de 20 anos no mercado, a “Empresa M” iniciou sua trajetória com

uma oficina de manutenção e regulagem de instrumentos.

Após anos de experiência e com aumento da demanda e a proximidade com

os músicos que sempre buscam soluções de customização para seus instrumentos,

fez com que a “Empresa M” passasse a executar desde pequenas reformas e

restaurações, até a fabricação de Guitarras e Baixos.

Em 2000, já com uma boa aceitação no mercado e um crescente número de

pedidos para as guitarras customizadas, decidiu que era a hora de investir em

maquinário e a contratação de profissionais especializados, iniciando assim uma

pequena linha de produção.

Já em 2011, foi dado um grande passo no crescimento da empresa, com a

criação da nova fábrica. Sem perder o alto padrão de qualidade e visando o

Page 37: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

22

fortalecimento da marca no mercado nacional e internacional, foi decidido como

estratégia, utilizar somente matérias primas nobres e rigorosamente selecionadas,

tudo para garantir o mais alto nível de produção e agradar aos seus clientes, sejam

eles artistas, músicos ou amadores.

2.2 Análise Produtiva Corpo

Operação 1: Seleção da madeira

O processo se inicia no momento em que o pedido é recebido. Nessa etapa,

seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada de acordo com a necessidade

do cliente

Após o pedido, inicia-se a seleção da madeira em forma de bloco, as quais

podem ser: Basswood, Magno, Ash, Alder ou Cedro. Após a escolha da madeira,

verificou-se a necessidade de colagem no sentido lateral do bloco de madeira, pois

dependendo do bloco escolhido a mesma não tem a largura necessária para

produzir um corpo de guitarra. Após a colagem, utiliza-se a plaina para corrigir a

espessura do bloco e deixar as superfícies planas como ilustra a figura 4.

Figura 4 - Planagem do bloco Fonte: Elaborado pelos autores

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Operação 2: Marcação do contorno do corpo na madeira

O gabarito é posicionado sobre a placa e, utilizando um marcador, traça-se o

contorno do corpo, conforme figura 5.

Figura 5 - Marcação do corpo Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 3: Formatação do Corpo

Com uma serra de fita o operador faz o corte seguindo as marcações feitas

na etapa anterior. Essa etapa é ilustrada na figura 6.

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Figura 6 - Corte grosseiro do corpo Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 4: Formatação do Corpo

Após o corte grosseiro, o gabarito é fixado no corpo com pregos, para a

realização do corte na tupia, com precisão, conforme figura 7.

Figura 7 – Fixação do gabarito Fonte: Elaborado pelos autores

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A tupia superior foi utilizada no processo do corte preciso, o qual deu o

formato final ao corpo da guitarra, ilustrada na figura 8.

Figura 8 – Corte na tupia superior Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 5: Usinagem dos rebaixos

Terminado o processo de formatação do corpo, inicia-se o processo de

abertura de rebaixos no corpo. Fixa-se o gabarito de gaveta para abertura dos

rebaixos na superfície superior do corpo da guitarra para a instalação elétrica e

fixação do braço da guitarra como demonstrado na figura 9.

Figura 9 – Fixação do gabarito Fonte: Elaborado pelos autores

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26

Abaixo a figura 10, é possível verificar a parte traseira do gabarito de gaveta,

que serve como guia para a usinagem dos rebaixos.

Figura 10 - Gabarito para rebaixos Fonte: Elaborado pelos autores

Realiza-se a troca de ferramentas da tupia superior, e usinam-se os rebaixos

como representado na figura 11.

Figura 11 – Usinagem dos rebaixos Fonte: Elaborado pelos autores

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Abaixo a figura 12, ilustra o corpo da guitarra depois de usinados todos os

rebaixos da superfície superior

Figura 12 – Corpo com rebaixos usinados Fonte: Elaborado pelos autores

Troca-se o gabarito para a usinagem do rebaixo traseiro. O rebaixo é

executado na tupia superior, como demonstrado na figura 13.

Figura 13 – Usinagem do rebaixo traseiro Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 6: Usinagem do shape traseiro e arredondamento dos cantos vivos.

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28

Marca-se manualmente e sem gabarito o shape traseiro, como apresentado

na figura 14.

Figura 14 – Marcação do shape traseiro Fonte: Elaborado pelos autores

a serra de fita, fez-se o corte do shape traseiro. Na figura 15 está demonstrado esse

processo.

Figura 15 – Corte do shape traseiro Fonte: Elaborado pelos autores

Após o corte do shape traseiro, utiliza-se a desempenadeira para corrigir as

imperfeições da superfície inferior como demonstrado na figura 16.

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Figura 16 – Desempeno da superfície inferior Fonte: Elaborado pelos autores

Os arredondamentos dos cantos foram realizados na tupia superior como

demonstrado na figura 17.

Figura 17 - Arredondamento dos cantos Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 7: Usinagem dos shape superior

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A marcação do shape superior é realizada novamente e manualmente, sem

auxílio de gabarito e logo após é executado o corte na serra de fita. A figura 18

mostra esses processos.

Figura 18 – Corte do shape superior Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 8: Lixamento

A última etapa do processo de fabricação do corpo é o lixamento de todas as

partes do corpo como ilustradas nas figuras 19 e 20. Utiliza-se a lixadeira de mesa e

lixa manual

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Figura 19 – Lixamento Traseiro Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 20 – Lixamento superior Fonte: Elaborado pelos autores

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O corpo após o processo de lixamento é representado abaixo na figura 21.

Figura 21 – Lixamento Fonte: Elaborado pelos autores

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Operação 9: Revestimento

Após a etapa da produção, o corpo da guitarra vai para o processo de

acabamento, que é composto por, lixamento manual e depois a aplicação do

poliéster, figura 22, para posteriormente ir para a etapa de pintura, que é realizada

externamente.

Figura 22 – Revestimento Fonte: Elaborado pelos autores

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2.3 Análise Produtiva Braço

Operação 1: Seleção da madeira

O processo se inicia no momento do recebimento do pedido. Nessa etapa,

seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada de acordo com a necessidade

do cliente.

Figura 23– Estoque de matéria prima Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 2: Desempenamento da madeira

A placa de madeira é trabalhada na desempenadeira com o objetivo de

planificar a superfície, conforme figura 24. Essa máquina é composta por duas

mesas planas e paralelas com regulagem de altura e um conjunto de lâminas

rotativas que fazem a limpeza e a raspagem da superfície da peça.

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Figura 24 - Desempenamento da madeira Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 3: Marcação do contorno do braço na madeira

O gabarito é posicionado sobre a placa e, utilizando um marcador, traça-se o

contorno do braço, conforme figura 25.

Figura 25 - Marcação do contorno do braço na madeira Fonte: Elaborado pelos autores

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Operação 4: Formatação do braço

No mercado, encontra-se disponíveis chapas de madeira com espessura à

partir de 4 centímetros. Para a confecção do braço da guitarra, utiliza-se uma chapa

com 3 centímetros. Por essa razão, a empresa compra chapas com 6 centímetros de

espessura, e faz a divisão desta em duas chapas menores conforme descrito a

seguir.

A placa de madeira é cortada na serra de fita vertical conforme figura 26.

Propositalmente, deixa-se uma sobra de material no contorno. Na seqüência, o

operador faz uma marcação na metade da espessura da placa e, utilizando o

mesmo equipamento, divide o material em duas chapas menores conforme figura

27.

Figura 26- Corte da madeira no formato do braço Fonte: Elaborado pelos autores

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Figura 27- Obtenção de tiras de madeira com dimensão próxima da final Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 5: Desempenamento do braço

Após a obtenção das tiras de madeira com dimensional necessário, o

operador passa novamente a peça pela desempenadeira para planificar a superfície

que foi trabalhada na serra de fita, como é mostrado na figura 28.

Figura 28 - Desempenamento do braço Fonte: Elaborado pelos autores

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Operação 6: Desengrossamento da madeira

Cada tira de madeira é trabalhada em uma máquina denominada

desengrossadeira para obter a espessura final, conforme figura 29. Esse

equipamento efetua a raspagem da superfície com controle dimensional preciso.

Figura 29- Desengrossamento da madeira Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 7: Refinamento do contorno do braço

Utilizando pregos e martelo, o operador fixa o gabarito no braço conforme

figura 30.

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Figura 30 - Fixação do gabarito no braço Fonte: Elaborado pelos autores

Em seguida, ele monta na tupia inferior um conjunto composto por uma fresa

e um anel limitador, que impede o contato entre a ferramenta e o gabarito.

O operador manuseia, então, a peça fixada no gabarito de forma a refinar o

excesso de material conforme figura 31, obtendo o formato final do contorno do

braço. Na seqüência, remove-se o gabarito da peça, como é mostrado na figura 32.

Figura 31 - Usinagem do contorno do braço Fonte: Elaborado pelos autores

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40

Figura 32 - Remoção do gabarito Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 8: Usinagem do headstock

Substitui-se a fresa da tupia inferior pela serra circular, remove-se o anel

limitador, a altura da ferramenta é regulada com o auxílio de um paquímetro e então

usina-se o rebaixo do headstock como mostrado na figura 33. Em seguida, o

operador posiciona o rasgo efetuado na fita da serra e remove o excesso de material

de acordo com a figura 34.

Figura 33 - Usinagem do rebaixo do headstock Fonte: Elaborado pelos autores

Page 56: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

41

Figura 34 - Remoção do excesso de material no headstock Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 9: Arredondamento do chanfro do headstock

O braço é fixado em um novo gabarito para arredondar o rebaixo do

headstock, utilizando um grampo de marcenaria. Substitui-se então a serra circular

da tupia por uma fresa e posiciona-se novamente o anel limitador. O operador

manuseia o gabarito contra a fresa conforme figura 35, obtendo o formato

arredondado desejado.

Figura 35 - Arredondamento do chanfro do Headstock Fonte: Elaborado pelos autores

Page 57: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

42

Operação 10: Usinagem do canal do tensor

O braço é fixado por pressão no gabarito, o tensor é posicionado sobre a

peça e marcam-se as suas extremidades na madeira utilizando um marcador. Na

seqüência, o conjunto é posicionado no pino guia da tupia superior por meio do

canal no gabarito (figura 38) e o canal do tensor é usinado conforme figura 36.

Figura 36 - Canal guia do gabarito para usinagem do canal tensor Fonte: Elaborado pelos autores

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43

Figura 37 - Usinagem do canal do tensor Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 11: Usinagem do furo do tensor

O furo para encaixe da ponta do tensor é usinado na furadeira manual

conforme figura 38.

Page 59: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

44

Figura 38 – Usinagem do furo para encaixe do tensor Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 12: Montagem do tensor no braço

Monta-se o tensor no braço manualmente, como mostrado na figura 39.

Figura 39 - Montagem do tensor Fonte: Elaborado pelos autores

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45

Operação 13: Usinagem da escala

Após selecionar a madeira, o operador marca o contorno da escala na

madeira utilizando o próprio braço como gabarito conforme figura 40.

Figura 40 - Marcação do contorno da escala na madeira Fonte: Elaborado pelos autores

Na seqüência, corta-se a chapa em tiras mais finas para usinagem da escala

como é mostrado na figura 41. Uma dessas tiras é passada novamente pela serra

de fita, obtendo-se o formato aproximado da escala (figura 42). Assim como no

braço, deixa-se um sobre material no contorno.

Figura 41 - Divisão da chapa de madeira para confecção da escala Fonte: Elaborado pelos autores

Page 61: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

46

Figura 42 - Corte da madeira no formato da escala Fonte: Elaborado pelos autores

O operador passa a escala pela desempenadeira e, em seguida, utiliza a

tupia superior para usinar toda a superfície da chapa de forma que ela fique com

espessura próxima da final conforme figura 43.

Figura 43 - Redução da espessura da escala Fonte: Elaborado pelos autores

Page 62: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

47

Operação 14 – Colagem da escala

O operador passa cola de madeira no braço, posiciona a escala e fixa o

conjunto utilizando grampos de marcenaria conforme figura 44, para garantir a

melhor aderência. A secagem da cola leva 6 horas.

Figura 44 - Colagem da escala Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 15: Formatação da escala

Utilizando o próprio braço como um gabarito, o operador manuseia a peça

contra a fresa na tupia inferior de forma que a escala fique com a mesma largura do

braço conforme figura 45. Repete-se então o processo de arredondamento do

rebaixo do headstock para a escala recém-colada como mostrado na figura 46.

Page 63: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

48

Figura 45 - Formatação da escala Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 46 - Arredondamento do rebaixo do headstock para a escala Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 16: Usinagem dos canais dos trastes

Os rasgos para colocação dos trastes são usinados no traçador horizontal

utilizando outro gabarito conforme figura 47.

Page 64: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

49

Figura 47 - Usinagem dos canais dos trastes Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 17: Lixamento da escala

A escala é trabalhada na lixadeira de forma a remover rebarbas provenientes

do corte dos trastes e planificar a superfície conforme figura 48.

Figura 48 - Remoção de rebarbas e planificação da superfície da escala Fonte: Elaborado pelos autores

Page 65: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

50

Operação 18: Usinagem do shape

Em seguida, o operador fixa o braço em um gabarito e usina o shape do

braço utilizando uma ferramenta especial na tupia inferior conforme figura 49.

Propositalmente, deixa-se um sobrematerial.

Figura 49 - Usinagem do shape Fonte: Elaborado pelos autores

Page 66: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

51

Operação 19: Traçagem das marcações e tarraxas

Traça-se a furação das marcações e das tarraxas utilizando paquímetro,

esquadro e lápis.

Figura 50 - Traçagem da posição das marcações Fonte: Elaborado pelos autores

c

Figura 51 - Traçagem da posição das marcações Fonte: Elaborado pelos autores

Page 67: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

52

Operação 20: Furação para tarraxas e marcações

Após a marcação do braço e do headstock, efetua-se a furação para

colocação das marcações conforme figura 52, troca-se a ferramenta, e então são

feitos os furos para montagem das tarraxas como mostrado na figura 53, ambos na

furadeira de bancada.

Figura 52 - Furação para colocação das marcações Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 53 - Furação para montagem das tarraxas Fonte: Elaborado pelos autores

Page 68: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

53

Operação 21: Arredondamento do shape

Na seqüência, o operador fixa o braço com o shape voltado para cima em

uma morsa. Utiliza-se uma grosa manual para aproximar o formato final do shape

conforme figura 54, e, posteriormente, uma lixa fina para dar o acabamento como é

mostrado na figura 55.

Figura 54 - Arredondamento do shape com lima Fonte: Elaborado pelos autores

Page 69: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

54

Figura 55 - Acabamento do shape com lixa fina Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 22: Montagem das marcações

Na seqüência, montam-se as marcações nos furos utilizando um martelo

conforme figura 56.

Figura 56 - Montagem das marcações Fonte: Elaborado pelos autores

Page 70: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

55

Operação 23: Nivelamento das marcações

Utilizando uma lixa fixa a um suporte, lixa-se a superfície da escala de forma

a nivelar as marcações conforme figura 57.

Figura 57 - Nivelamento das marcações Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 24: Fixação dos trastes na escala

Com o auxilio de um martelo fixa-se, um a um, os trastes na escala conforme

figura 58. Na seqüência, o operador utiliza um alicate para cortar o traste na largura

da escala, como mostrado na figura 59.

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56

Figura 58 - Fixação dos trastes na escala Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 59 - Corte dos trastes Fonte: Elaborado pelos autores

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57

Operação 25: Lixamento dos trastes

Do mesmo modo como são lixadas as marcações, lixa-se os trastes para

nivelamento da altura e largura conforme figura 60.

Figura 60 - Lixamento dos trastes Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 26: Montagem das marcações laterais do braço

Utilizando uma furadeira manual, o operador efetua furações na lateral do braço

conforme figura 61. Em seguida, ele fixa o braço na morsa, monta as marcações

laterais com o auxílio de um alicate e regula a altura das mesmas utilizando um

martelo.

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58

Figura 61 - Furação para montagem das marcações laterais Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 62 - Montagem das marcações laterais Fonte: Elaborado pelos autores

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59

Operação 27: Nivelamento das marcações laterais do braço

O operador nivela as marcações laterais manualmente com o auxílio de uma

lixa fina conforme figura 63.

Figura 63 - Nivelamento das marcações laterais do braço Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 28: Acabamento do braço

O operador deixa o adesivo com o logotipo submerso em um recipiente com

água por cerca de 3 minutos. Em seguida, ele posiciona o adesivo sobre o

headstock e retira a proteção da cola, fixando-o na posição adequada conforme

figura 64. Para uniformizar a coloração do headstock, molha-se toda a sua superfície

utilizando algodão e água.

Na seqüência, o operador prepara a pistola de pintura, colocando no reservatório

uma mistura de verniz de poliuretano brilhante e água, liga a cabine de pintura com

cortina d’água e enverniza todo o braço como é mostrado na figura 65, com o intuito

de dar brilho e impermeabilizar a madeira.

Após a secagem do verniz, que leva cerca de 3 horas, obtêm-se o braço da

guitarra finalizado.

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60

Figura 64 - Fixação do logotipo no headstock Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 65 - Envernizamento do braço Fonte: Elaborado pelos autores

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61

2.4 Análise Geral

Segundo dados fornecidos pela “Empresa M”, para uma produção mensal de

15 guitarras, o custo médio total de fabricação e apresentado na tabela abaixo:

Tabela 2 – Plano de marketing

Corpo Braço Montagem Peças Pintura Custo médio total

Custo (un) R$ 165,56 R$ 131,59 R$ 45,27 R$ 36,00 R$ 200,00 R$ 1.178,42

Preço de venda R$ 3.500,00

Lucro R$ 2.321,58

O preço médio de venda de um instrumento musical nesta empresa é de

R$3.500,00, tendo então um lucro médio de R$2.321,58.

Apesar de ser uma empresa conceituada entre os músicos profissionais

devido ao seu alto padrão de qualidade, grande parcela dos músicos amadores

ainda não conhecem seus produtos, e dentre os que conhecem muitos não podem

adquirir um produto devido ao valor de venda e com as formas de pagamento

ofertadas.

É notada também uma deficiência no plano de marketing, que na realidade é

praticamente inexistente e sempre alterado sem nenhuma análise prévia ou

fundamentada em pesquisas de mercado.

Tendo em vista o processo encontrado nesta empresa case, foram

observados diversos pontos de possíveis melhorias, como fator principal o

rendimento efetivo de seus funcionários, que atualmente fabricam em torno de oito a

dez instrumentos musicais por mês, totalizando muitas horas improdutivas.

Page 77: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

62

3. PLANO DE NEGÓCIO

3.1 Resumo Executivo

Como definido na parte introdutória, será proposta a criação de uma fábrica

de instrumentos musicais com foco na produção de guitarras elétricas. O objetivo

principal da empresa é produzir guitarras de alto padrão de qualidade, baseadas no

projeto da Fender Stratocaster, conforme anexos A e B e vende-las tanto para

lojistas, como para consumidores finais a preços justos e competitivos comparados

com a concorrência nacional e importados.

A idéia de criação desta fábrica vem do crescente aumento do mercado

consumidor no segmento, aliado ao aumento do poder de compra, juntamente com a

falta de qualidade encontrada nos instrumentos nacionais, alto custo dos

instrumentos importados e principalmente pela ineficiência produtiva e

organizacional da concorrência, nos dando uma vantagem estratégica e uma

posição de destaque no mercado.

Para viabilizar a produção, a empresa trabalhará como micro empresa no

regime de sistema de tributação simplificada, o Simples Nacional e o ramo de

atividade será o de artesanato de instrumentos musicais.

Pode-se visualizar no Apêndice A uma proposta de contrato social, para

trabalhar no regime de tributação simplificado, no ramo de artesanato de

instrumentos musicais.

Page 78: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

63

3.2 Análise de Mercado

Segundo Synésio Batista da Costa (2011), 4presidente da Associação

Brasileira da Música (Abemúsica), a retomada da disciplina de música nas salas de

aula é um dos motivos para o bom momento do mercado de instrumentos musicais.

A norma de agosto de 2008, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB), diz que a música deve ser lecionada junto ao ensino de artes nas escolas.

De acordo com dados da Abemúsica, o setor de instrumentos musicais deve

fechar 2012 com crescimento de 11%. Em 2011, o mercado teve um índice de 9%

de avanço em relação a 2010. A feira do setor, Expomusic, realizada em setembro

na cidade São Paulo, gerou R$ 250 milhões em negócios.

Para Synésio, outro ponto que serviu como alavanca para o mercado foi o

número de alunos matriculados em escolas livres de música, que chega a 4 milhões

de pessoas em todo o país. Segundo a associação, os principais públicos que

consomem instrumentos musicais são os músicos e fãs de rock, os evangélicos e os

músicos e fãs de pagode.

Apesar de o setor industrial ser dominado por empresas internacionais - 90%

dos produtos são fabricados no exterior e 10% são de fabricação nacional -, o

presidente da associação afirma que há muito espaço para as pequenas e médias

empresas (PMEs). "Na indústria, há muitas oportunidades para os fabricantes de

acessórios, como baquetas. Mas o varejo é que mais sofre com a carência de

empreendedores. Nós estamos incentivando a vinda de novas empresas para esse

mercado", diz.

No total, há 1,5 mil pontos de vendas em todo o País. Segundo Synésio, 1,2

mil são de pequenos e médios empresários e o setor é receptivo a esse perfil de

empresa. "Aqui, não temos nenhuma megastore de instrumentos musicais", pontua.

4http://economia.terra.com.br/mercado-de-instrumentos-musicais-pretende-crescer-

11,f87877561f66b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html – acessado em 11/02/2013

Page 79: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

64

O primeiro requesito para entrar no mercado é gostar de música. "Se o

empreendedor que estiver interessado em montar um negócio no setor não tiver

muito interesse por música, dificilmente o negócio vai dar certo. Ele tem que ter

afinidade", explica. Além disso, o presidente da associação afirma que é necessário

ter paciência e persistência. "O empreendedor vai fazer uma 'gestão de ansiedade'.

Não é um negócio que vai dar retorno da noite para o dia", alerta. "Gostando de

música, tendo paciência e persistência, o negócio vai dar certo. Tem espaço para

muitos empreendedores. O setor pede por isso."

3.3 Análise da Concorrência

Segundo a pesquisa “Top of Mind” 2010/2011 encomendada pela revista

Musica & Mercado e realizada pelo instituto Datafolha com o intuito de coletar as

marcas mais lembradas pelos consumidores no segmento de instrumentos musicais,

quando falamos de guitarra, o consumidor lembra de duas principais marcas, a

Fender e a Tagima, conforme tabela abaixo:

Tabela 3 - Marcas Top of Mind

Alto-falantes Selenium

Amplificadoes para guitarras e baixo Meteoro

Baterias RMV

Cabos Santo Angelo

Contrabaixo Condor, Yamaha, Fender e Tagima

Cordas Dáddario

Guitarra Fender e Tagima

Mesa de som Behringer, Ciclotron e Yamaha

Microfones Shure

Pedal de efeito Boss

Pele para bateria Evans, Remo e RMV

Pratos de bateria Octagon, Orion e Sabian

Sopro Weril e Yamaha

Violão Giannini, Takamine e Tagima Fonte: www.musicaemercado.com.br

Page 80: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

65

Na rede social Facebook, em maio de 2013, a página oficial da Tagima

possuía cerca de 40 mil seguidores, enquanto a página oficial da Fender USA,

possuía cerca de 1,3 milhões de seguidores enquanto a página oficial da Fender

Brasil estava na casa dos 23 mil seguidores. Isto demonstra a força destas marcas

no mercado nacional e internacional e o potencial mercado consumidor do

segmento. Na mesma rede social, a página dedicada ao modelo Stratocaster possuí

cerca de 110 mil membros, mostrando a aceitação do produto neste segmento de

instrumentos musicais.

Para o modelo de guitarra estudado, - modelo Stratocaster - o mercado

comporta justamente estas duas marcas como principais concorrentes, a Fender,

uma marca americana, conceituada, tradicional e muito procurada por músicos

profissionais e amadores do mundo inteiro e a Tagima, uma marca nacional de

qualidade mediana, porém com preço competitivo para o mercado nacional.

Ambas possuem duas linhas de produtos, A e B, sendo a linha A de melhor

qualidade e a linha B produzida na China.

Posteriormente a análise de custos será detalhada. Foi realizado um

levantamento de preços e uma pesquisa em redes sociais que avalia a qualidade

dentre os modelos da concorrência, onde 50 guitarristas responderam com o

objetivo de avaliar a qualidade das peças, da madeira, de construção e acabamento

dos instrumentos encontrados no mercado com notas de 1 a 5, gerando a tabela

abaixo:

Tabela 4 – Comparação com a concorrência

Fonte: Elaborado pelos autores

Tagima A Tagima B Fender A Fender B

Preço R$ 1.800,00 R$ 900,00 R$ 5.100,00 R$ 1.900,00 R$ 2.161,48

Peças 3,3 1,8 4,1 2,4 4

Madeira 2,8 2,2 4,4 2,5 5

Construção 3,1 2,4 4,5 3,0 5

Acabamento 2,9 2,1 4,5 2,8 5

Nota Final 3,0 2,1 4,4 2,7 4,8

Preço/ Ponto R$ 595,49 R$ 425,81 R$ 1.168,75 R$ 708,47 R$ 455,05

Guitarras Concorrência Guitarra

Proposta

Page 81: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

66

Segundo tabela acima, a nota final é a média das notas encontradas na

pesquisa, o preço por ponto é a razão do preço de mercado com a pontuação obtida

e a coluna da guitarra proposta mostra a qualidade que encontraremos em nosso

produto e seu preço para varejo.

Com a analise demonstrada acima, chegou-se à algumas conclusões:

Em qualidade e preço a guitarra da marca Tagima de qualidade A se

equipara com a guitarra de marca Fender de qualidade B;

A guitarra da marca Fender de qualidade A não tem concorrentes em

matéria de qualidade, mas o preço é o menos competitivo;

A guitarra proposta se equipara em qualidade com a Fender A;

A guitarra proposta só perde em custo benefício (preço por pontuação)

para a guitarra Tagima B, porém com mais que o dobro de qualidade.

Este entendimento da concorrência leva a crer que o produto proposto estará

bem posicionado no mercado, buscando atingir um público seleto que procura uma

guitarra de qualidade, buscando também um preço justo. Isto mostra que o estudo

está direcionado e que há realmente uma grande fatia do mercado, que seriam os

clientes que buscam a qualidade da guitarra Fender de qualidade A, porém só

podem investir um valor similar ao da guitarra Tagima de qualidade A.

3.4 Plano de Marketing

Tendo em vista as análises anteriores, o plano de marketing que será

utilizado tem como objetivo, a colocação da marca no mercado com preço

competitivo em relação à concorrência e com crescimento de vendas de 10% ao

trimestre até atingir a produção de 100 instrumentos mensais. Ao atingir-se esta

marca, significa que um novo plano deverá ser elaborado.

Este plano prevê um investimento inicial de R$12.000 dedicados a criação

visual da marca, incluindo logotipos para suas linhas de produtos, layout e criação

de web site com e-commerce.

Page 82: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

67

Outro investimento inicial de R$8.000 será dedicado à contratação de dois

músicos profissionais e conceituados para utilizar guitarras modelos em seus

trabalhos rotineiros, visando visualização constante e credibilidade da marca.

Prevê-se também um investimento mensal de R$3.500, sendo R$1.000 para

criação e manutenção de uma página profissional no facebook ® com atualização de

três vezes por semana, R$500 para manutenção de conteúdo e suporte do web site,

R$600 para anúncio mensal em uma revista digital e R$1.000 para anúncio

bimestral em uma revista convencional. Ambas as revistas são bem conceituadas e

conhecidas no segmento de instrumentos musicais.

Outro importante investimento que será considerado, é a feira da música.

Esta feira tem a importância de apresentar novidades para o mercado e consolidar a

marca, já que somente as grandes empresas do segmento são capazes de expor.

Compradores procuram fornecedores, contatos são criados negócios futuros e

perspectivas são apresentadas e até mesmo alguns contratos podem ser firmados

neste importante evento que acontece todo mês de setembro em São Paulo.

Foi levantado também, todos os custos anuais para expor na feira da música

e chegou-se ao valor de R$100.000,00. Neste valor, estão inclusos o aluguel do

espaço, stand com local de exposição e de apresentação, sala de reunião, serviço

de Buffet e cachê para os músicos contratados e convidados.

A tabela abaixo resume o investimento proposto no plano de marketing:

Tabela 5 – Plano de marketing

Fonte: Elaborado pelos autores

Inicial Mensal Anual Total

Identidade visual e criação do e-commerce R$ 12.000,00

Contratação de Músicos R$ 8.000,00

Criação e manutenção Facebook R$ 1.000,00

Suporte e-commerce R$ 500,00

Anúncio Revista digital R$ 600,00

Anúncio Revista convencional R$ 1.000,00

Feira da Música ano 1 R$ 100.000,00

Feira da Música ano 2 R$ 100.000,00

Feira da Música ano 3 R$ 100.000,00

Feira da Música ano 4 R$ 100.000,00

Total R$ 20.000,00 R$ 3.100,00 R$ 400.000,00 R$ 423.100,00

Page 83: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

68

3.5 Localização Proposta

Pensando no grande centro comercial de instrumentos musicais, na

quantidade significativa de escolas de músicas, bandas e eventos, a cidade de São

Paulo é o local mais adequado para o empreendimento.

Dentro da cidade de São Paulo, o local mais adequado é a Zona Sul, nas

proximidades do aeroporto de congonhas, segundo dados da “Empresa M”, 90% dos

pedidos provenientes de outro estado o cliente opta pelo frete aéreo.

Esta região também é contemplada pelo complexo viário Anchieta, Imigrantes

e o Anel Viário, facilitando possível exportação marítima e facilitando transporte

terrestre para a baixada santista e interior paulista.

Levantamento realizado na região nos mostrou uma média de R$2.500 para

aluguel de um galpão fabril adequado para a produção estimada.

3.6 Necessidade Pessoal

3.6.1 Quadro de Funcionários

Para uma produção estimada de 100 guitarras mensais, necessitaremos do

seguinte quadro de funcionários:

Tabela 6 – Quadro de funcionários

Qtde. Cargo Descrição de atividades

1 Ajudante A Ajuda geral na marcenaria e montagem

1 Marceneiro 1 X Processos de fabricação e acabamento 1 Marceneiro 2 Y Processos de fabricação, acabamento, supervisionar e controlar qualidade

1 Pintor P Pintura e polimento 2 Montador M Montagem e regulagem dos instrumentos

1 Secretária ADM Atendimento ao público e serviços administrativos

Fonte: Elaborado pelos autores

Page 84: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

69

3.6.2 Encargos e Salários

Segundo Zanluca (2011), para o cálculo dos custos da mão de obra é

necessário determinar quais as incidências sociais (INSS, FGTS normal e

FGTS/Rescisão) e trabalhistas (Provisões de Férias, 13º salário e descanso

Semanal Remunerado - DSR) sobre os valores das remunerações pagas.

A metodologia do cálculo do DSR é o padrão anualizado para jornada de

trabalho de 44 horas semanais (1 dia por semana, equivalente a 1/6 da

remuneração para 52 semanas no ano, divididos por 12 meses).

O aviso prévio (indenizado) não está incluso nas planilhas de cálculo

apresentadas, porque para se calcular o valor exato (ou estimado) é necessário

saber qual o "índice de rotatividade" da empresa.

Quanto ao auxílio-doença, é a mesma sistemática, ou seja, é necessário que

cada empresa saiba quantos dias/ano/empregado foram pagos, para calcular,

estatisticamente, qual a sua previsão mensal.

Para Empresas cadastradas no regime de tributação simplificado, o quadro de

encargos segue a tabela abaixo:

Tabela 7 – Encargos e salários

Encargos Sociais e Trabalhistas

Encargos Trabalhistas

13º Salário 8,33%

Férias 11,11%

Encargos Sociais

INSS 0,00%

FGTS 8,00%

FGTS/Provisão de Multa para Rescisão 4,00%

Previdenciário s/13º e Férias 2,33%

SOMA BÁSICO 33,78%

Fonte: Júlio César Zanluca

Page 85: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

70

Neste caso, a empresa retém 9% do salário do funcionário para o INSS e

contribuí com 8% para o FGTS.

Sobre um salário de mensalista de R$ 1.800,00, uma empresa optante

pelo Simples Nacional terá um custo mínimo de encargos de R$ 607,86, totalizando

o custo de mão de obra para este salário de R$ 2.407,86 (R$1.800,00 + 33,78%). O

funcionário por sua vez receberá R$1.638,00 (R$1.800 – 9%).

Segundo esta tabela tributária, foi definido o custo fixo mensal empregado na

folha de pagamento:

Tabela 8 – Custos por hora

Fonte: Elaborado pelos autores

Além destes custos, foi considerado também um valor de R$2.310 mensais

para compra de almoço e café para os funcionários e também um valor de R$93,83

de contribuição sindical, totalizando uma despesa mensal de R$14.443,83 com mão

de obra.

Qtde. Salário Encargos Total Custo p/ hora

1 Ajudante A R$ 800,00 R$ 270,22 R$ 1.070,22 R$ 5,53

1 Marceneiro 1 X R$ 1.400,00 R$ 472,89 R$ 1.872,89 R$ 9,67

1 Marceneiro 2 Y R$ 1.800,00 R$ 608,00 R$ 2.408,00 R$ 12,44

1 Pintor P R$ 1.400,00 R$ 472,89 R$ 1.872,89 R$ 9,67

2 Montador M R$ 1.200,00 R$ 405,33 R$ 3.210,67 R$ 8,29

1 Secretária ADM R$ 1.200,00 R$ 405,33 R$ 1.605,33

Total R$ 12.040,00

Cargo

Page 86: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

71

Equipamento de Proteção Individual - EPI

Segundo o quadro de funcionários e a periculosidade no processo, serão

necessários os seguintes EPIs:

Tabela 9 – Equipamentos de proteção individual

Fonte: Elaborado pelos autores

3.7 Análise Operacional

3.7.1 Processos operacionais

Neste capítulo, será descrito sucintamente o processo de fabricação proposto

para fabricação da guitarra.

Abaixo um resumo das atividades e seus setores:

Tabela 10 – Organograma de processos.

Fonte: Elaborado pelos autores

EPI Quantidade Quem Usa Custo Total

Bota de segurança com biqueira de aço 6 Todos Fábrica R$ 50,00 R$ 300,00

Jaleco 6 Todos Fábrica R$ 30,00 R$ 180,00

Avental 1 Pintor R$ 30,00 R$ 30,00

Máscara 1 Pintor R$ 20,00 R$ 20,00

Óculos de segurança 7 Todos R$ 3,00 R$ 21,00

Protetor auricular 7 Todos R$ 3,00 R$ 21,00

Luva 6 Todos Fábrica R$ 3,00 R$ 18,00

Total R$ 590,00

Page 87: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

72

O modelo de fabricação proposto terá como principal alteração a inclusão de

uma fresa CNC para usinagem de madeiras. Com isso pretende-se reduzir o tempo

de fabricação podendo ser produzida até 138 guitarras por mês sem o acréscimo de

horas extras.

Propõe-se a utilização de uma máquina CNC de 3 eixos com mesa de

dimensões 1250mm x 1250mm x 140mm e software integrado, mostrada na figura

66, para reduzir etapas do processo atual, visando economia financeira, agilidade no

processo e melhoria na qualidade do produto final.

Figura 66 - MovtecH Gantry Router 1250 Pro Fonte: MovtecH Tecnologia

Page 88: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

73

3.7.2 Fabricação do Corpo

O processo de fabricação do corpo segue a folha de processos abaixo:

Tabela 11 – Folha de processos do corpo

Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 1 – Seleção, colagem e secagem da madeira para o corpo

O processo inicia-se no momento do recebimento da ordem de serviço. Nessa

etapa, seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada para a fabricação do

corpo, a mesma será colada, prensada e será aguardado o tempo de cura da cola.

O processo de colagem é necessário somente se as dimensões do blanque não

forem adequadas à fabricação da guitarra.

SEQ

.

OP

ERA

ÇÃ

O

ATIVIDADE TEM

PO

PA

DR

ÃO

(M

IN)

FUN

CIO

RIO

1 SELEÇÃO E COLAGEM DA MADEIRA 10 A

2 SECAMENTO 360 -

3 SETUP INICIAL 4 Y

4 USINAGEM DIANTEIRA 1 8 Y

5 TROCA DE FERRAMENTA 4 Y

6 USINAGEM DIANTEIRA 2 2 Y

7 INVERSÃO DO CORPO E SETUP 5 Y

8 USINAGEM TRASEIRA 1 3 Y

9 TROCA DE FERRAMENTA 4 Y

10 USINAGEM TRASEIRA 2 2 Y

11 4 ACABAMENTO MANUAL 60 X

12 APLICAÇÃO RESINA DE FUNDO 10 P

13 SECAMENTO 30 -

14 ISOLAMENTO 20 P

15 PINTURA 10 P

16 SECAMENTO 30 -

17 VERNIZ 10 P

18 SECAMENTO 30 -

19 6 POLIMENTO 10 P

3

5

2

1

FOLHA DE PROCESSO CORPO

Page 89: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

74

Operação 2: Usinagem dianteira

Nesta operação, é usinada por completo a parte dianteira da guitarra, onde estão

inclusos trocas de ferramentas.

Operação 3: Usinagem traseira

Nesta operação, é usinada por completo a parte traseira da guitarra, onde

estão inclusos trocas de ferramentas.

Operação 4: Acabamento manual

Após usinado por completo, o corpo da guitarra passa pelo processo de

acabamento manual, que consiste na eliminação de rebarbas e remoção de

imperfeições. É uma etapa extremamente importante para a qualidade final do

produto, pois o processo de pintura exige uma superfície lisa com baixíssima

rugosidade.

Operação 5: Pintura

Este processo exige uma câmara limpa e livre de partículas no ar, que possa

contaminar a tinta e comprometer a qualidade do instrumento. A operação é

composta pelos processos de aplicação de resina de fundo, Isolamentos das áreas

não pintadas, aplicação do corante, aplicação do verniz e secagem.

Operação 6: Polimento

Esta operação é a mais importante para o visual do instrumento musical, pois

um instrumento bem acabado, deve ter um brilho específico e reflexo. O cuidado

nesta operação é extremamente alto, visto que qualquer falha pode comprometer a

pintura da guitarra causando o retrabalho completo da operação anterior.

Page 90: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

75

3.7.3 Fabricação do Braço

O processo de fabricação do braço segue a folha de processos abaixo:

Tabela 12 – Folha de processos do braço

Fonte: Elaborado pelos autores

SEQ

.

OPE

RAÇÃ

O

ATIVIDADE TEM

PO P

AD

RÃO

(MIN

)

FUN

CIO

RIO

1 1 SELEÇÃO DA MADEIRA 10 A

2 DESEMPENAR BLANQUE 1 A

3 DIVIDIR BLANQUE EM DOIS DE 3CM 1 A

4 SETUP BRAÇO INICIAL 4 Y

5 FORMATAÇÃO DO BRAÇO E FURAÇÃO DO TENSOR 10 Y

6 FURAÇÃO DA PASSAGEM DO TENSOR 1 A

7 MONTAGEM DO TENSOR 1 A

8 SELEÇÃO DA MADEIRA DA ESCALA 1 A

9 CORTE DA MADEIRA DA ESCALA 1 A

10 DESEMPENAR MADEIRA DA ESCALA 1 A

11 COLAGEM DA ESCALA 5 A

12 SECAMENTO 360 -

13 SETUP BRAÇO 2 4 Y

14 USINAGEM DO REBAIXO DO HEADSTOCK, ESCALA E FURAÇÕES 5 Y

15 7 USINAGEM DOS CANAIS DOS TRASTES 8 Y

16 SETUP BRAÇO FINAL 4 Y

17 USINAGEM DO SHAPE 10 Y

18 9 LIXAMENTO MANUAL 15 A

19 MONTAGEM DAS MARCAÇÕES 5 A

20 NIVELAMENTO DAS MARCAÇÕES 5 A

21 MONTAGEM DOS TRASTES 10 X

22 LIXAMENTO DOS TRASTES 8 X

23 MONTAGEM DAS MARCAÇÕES LATERAIS 3 X

24 NIVELAMENTO DAS MARCAÇÕES LATERAIS 2 X

25 ADESIVAR HEADSTOCK 4 P

26 PINTURA DO BRAÇO 10 P

27 SECAMENTO 30 -

28 POLIMENTO 10 P

FOLHA DE PROCESSO BRAÇO

10

11

12

13

2

3

4

6

8

5

Page 91: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

76

Operação 1 – Seleção da madeira

O processo inicia-se no momento do recebimento da ordem de serviço. Nessa

etapa, seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada para a fabricação do

braço.

Operação 2: Desempeno e divisão da madeira

A placa de madeira é trabalhada na desempenadeira com o objetivo de

planificar a superfície. As mesmas são fornecidas em toras de 20cm de largura por

6cm de espessura. O operador divide a tora em duas chapas com 3cm de espessura

na serra de fita, sendo que cada uma delas resulta em uma chapa com um lado

desempenado e outro irregular.

Operação 3: Formatação braço e furação para o tensor

O operador posiciona as duas chapas de madeira na fresadora CNC com o

lado irregular voltado para cima, seleciona o programa adequado e inicia a

usinagem. Nessa etapa, o equipamento efetua um ciclo que resulta em 4 braços

com contorno definido e com o canal do tensor usinado.

Operação 4: Furação da passagem e montagem do tensor

O operador faz a furação para passagem do tensor utilizando uma furadeira

manual. Na sequencia, monta-se o tensor no braço.

Operação 5: Processos da escala

Após selecionar a madeira, o operador corta a chapa em tiras mais finas para

usinagem da escala na serra de fita vertical e passa um dos lados da tira pela

desempenadeira. Em seguida, cola-se a tira de madeira sobre o braço. A secagem

leva no mínimo 6 horas.

Page 92: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

77

Operação 6: Usinagem da escala e rebaixo do headstock

O operador posiciona os braços na fresadora CNC com a escala voltada para

cima, seleciona o programa adequado e inicia a usinagem. Nessa etapa, o

equipamento efetua um ciclo que dá o formato final da escala, usina o rebaixo do

headstock e faz as furações para montagem das marcações e das tarraxas.

Operação 7: Usinagem dos canais dos trastes

Os rasgos para colocação dos trastes são usinados no traçador horizontal

com o auxílio de um gabarito.

Operação 8: Usinagem do shape

Nessa etapa, o braço é posicionado com a escala voltada para baixo e o

equipamento CNC efetua um ciclo que formata o shape.

Operação 9: Lixamento manual do braço

O operador lixa manualmente todo o braço utilizando uma lixa fina com o

objetivo de homogeneizar a superfície da madeira para o processo de revestimento.

Operação 10: Montagem e nivelamento das marcações

Montam-se as marcações, fixando-as nas furações com auxílio de um

martelo. Utilizando uma lixa fixa a um suporte, lixa-se a superfície da escala de

forma a nivelar as marcações.

Operação 11: Fixação e lixamento dos trastes na escala

Com o auxilio de um martelo fixa-se, um a um, os trastes na escala. Na

sequencia, o operador utiliza um alicate para cortar o traste na largura da escala. Do

Page 93: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

78

mesmo modo como são lixadas as marcações, lixa-se os trastes para nivelamento

da altura e largura dos mesmos.

Operação 12: Montagem e nivelamento das marcações laterais do braço

Utilizando uma furadeira manual, o operador efetua furações na lateral do

braço. Em seguida, ele fixa o braço na morsa, monta as marcações laterais com o

auxílio de um alicate e regula a altura das mesmas utilizando um martelo. O

operador nivela as marcações laterais manualmente com o auxílio de uma lixa fina.

Operação 13: Envernizamento e finalização do braço.

O operador deixa o adesivo com o logotipo submerso em um recipiente com

água por cerca de 3 minutos. Em seguida, ele posiciona o adesivo sobre o

headstock e retira a proteção da cola, fixando-o na posição adequada. Para

uniformizar a coloração do headstock, molha-se toda a sua superfície utilizando

algodão e água.

Na sequencia, o operador prepara a pistola de pintura, colocando no

reservatório uma mistura de verniz de poliuretano brilhante e água, liga a cabine de

pintura com cortina d’água e enverniza todo o braço, com o intuito de dar brilho e

impermeabilizar a madeira. Após a secagem do verniz, que leva cerca de 3 horas há

o processo de polimento semelhante ao do corpo e obtêm-se o braço da guitarra

finalizado.

Page 94: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

79

3.7.4 Montagem Final

O processo de fabricação da montagem segue a folha de processos abaixo:

Tabela 13 – Folha de processos da montagem

Fonte: Elaborado pelos autores

Operação 1: Instalação das tarraxas

Selecionam-se as tarraxas que serão utilizadas e parafusa-se no braço

Operação 2: Parafusamento do braço no corpo

Nesta etapa, com o corpo e o braço finalizado em mãos, o montador utiliza

uma parafusadeira automática para fixar as duas peças dando forma a guitarra.

SEQ

.

OP

ERA

ÇÃ

O

ATIVIDADE TEM

PO

PA

DR

ÃO

(M

IN)

FUN

CIO

RIO

1 1 Instalação Tarraxas 10 A

2 2 Parafusamento do braço no corpo 15 A

3 3 Instalação Ponte 30 M

4 4 Instalação Circuíto elétrico, captadores, escudos e botões 60 M

5 5 Instalação Pino de Correia 2 M

6 6 Instalação do encordoamento 10 M

7 7 Regulagem e testes 20 M

8 8 Revisão dos trastes 20 M

9 9 Regulagem e testes Finais 20 M

FOLHA DE PROCESSO MONTAGEM

Page 95: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

80

Operação 3: Instalação da ponte

Nesta operação, o montador utiliza um gabarito para marcação do local da

furação, com a furadeira manual e com a parafusadeira automática, efetua a

instalação da ponte.

Operação 4: Parte elétrica:

Nesta operação, o montador fixa a parte elétrica no escudo e em seguida fixa

o escudo na guitarra.

Operação 5: Instalação do pino da correia:

Nesta operação, seleciona-se o pino de correia compatível com a cor da

ponte e da tarraxa e fixa-se na guitarra utilizando uma parafusadeira automática.

Operação 6: Instalação do encordoamento:

O encordoamento é instalado na guitarra de modo que fique pré-tensionado.

Operação 7: Regulagem e testes:

Nesta operação é feita a regulagem da ponte e do tensor, afina-se segundo

os timbres padrão da guitarra e verifica-se a parte elétrica e efetuam-se testes

práticos.

Operação 8: Revisão dos trastes:

Na operação da regulagem, fatalmente encontra-se imperfeições nos trastes

que devem ser lixados e revisados.

Page 96: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

81

Operação 9: Regulagem e testes finais:

Uma guitarra depois de pronta, regulada e revisada, deve ficar armazenada

por pelo menos um dia para estabilizar as peças. Depois deste período, regula-se

tudo novamente e embala-se para entrega.

3.7.5 Maquinário e Ferramental

Segundo levantamento realizado na “Empresa M”, o estudo de processo

proposto e uma análise de preços de mercado, necessitaremos na nossa fábrica o

seguinte maquinário:

Tabela 14 – Maquinário.

Fonte: Elaborado pelos autores

Máquina Preço Total

CNC Movitech R$ 25.000,00

Desengrossadeira R$ 8.000,00

Cabine de pintura R$ 5.000,00

Tupia Inferior R$ 5.000,00

Tupia Superior R$ 5.000,00

Desempenadeira R$ 4.500,00

Serra de Fita R$ 4.500,00

Compressor R$ 3.000,00

Lixadeira de Mesa R$ 3.000,00

Furadeira Horizontal R$ 2.000,00

Furadeira Vertical R$ 2.000,00

Traçador Horizontal R$ 2.000,00

Total R$ 69.000,00

Page 97: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

82

E as seguintes ferramentas:

Tabela 15 – Ferramental.

Fonte: Elaborado pelos autores

Qtd Ferramenta Função Preço Unitário Preço Total

1 Jogo de fresas Corte R$ 5.000,00 R$ 5.000,00

6 Bancada Apoio R$ 1.000,00 R$ 6.000,00

10 Grampos Sargento Prender para colagem R$ 120,00 R$ 1.200,00

3 Pistola de pintura pintar R$ 300,00 R$ 900,00

2 Furadeira manual furadeira para ajustes manuais R$ 300,00 R$ 600,00

2 Retífica manual retífica para ajustes manuais R$ 300,00 R$ 600,00

5 Martelo Martelar R$ 100,00 R$ 500,00

2 Paquímetro medição precisa R$ 200,00 R$ 400,00

2 Morsa prender para corte e acabamento R$ 200,00 R$ 400,00

2 Lixadeira Manual lixar R$ 200,00 R$ 400,00

2 Serra Circular manual Corte grosseiro e sem precisão manual R$ 200,00 R$ 400,00

5 Serrote manual cortar R$ 70,00 R$ 350,00

5 Régua medir e marcar R$ 50,00 R$ 250,00

1 Jogo de lixas Lixamento manual de acabamento R$ 200,00 R$ 200,00

2 Grosa retirar excesso de madeira R$ 100,00 R$ 200,00

1 Lixadeira de canto lixadeira para detalhes menores R$ 200,00 R$ 200,00

1 Serra Tico-Tico Manual cortar R$ 200,00 R$ 200,00

5 Chave de fenda Parafusar e desparafusar R$ 30,00 R$ 150,00

1 Jogo de brocas furar R$ 100,00 R$ 100,00

Total R$ 18.050,00

Page 98: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

83

3.7.6 Layout

A planta, na figura abaixo, foi desenvolvida com de forma a obter-se o

máximo em eficiência e produtividade principalmente minimizando os tempos não

produtivos de transporte de materiais entre as etapas de fabricação do produto.

Figura 67 - Layout Proposto Fonte: Elaborado pelos autores

A disposição dos cômodos foi projetada para estabelecer um fluxo contínuo

de materiais no interior da fábrica a fim de otimizar o processo e a movimentação do

produto e materiais. Conforme mostram as folhas de processos, a matéria prima

Page 99: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

84

será recebida e conferida pela administração, nesta etapa o funcionário

administrativo deverá destinar as madeiras para o estoque de madeiras e as peças

(captadores, tarraxas, encordoamento, ponte, materiais de escritório, entre outros

itens), para o estoque de peças e suprimentos.

Passada esta etapa, é possível iniciar os processos de usinagem da matéria

prima no setor da marcenaria. O estoque de madeiras está centralizado de modo a

facilitar o abastecimento das máquinas de usinagem. Após essa etapa, o braço e o

corpo da guitarra já estão bem definidos e preparados para o processo de pintura.

A cabine de pintura é equipada por um exaustor e uma cortina d’agua

reduzindo ao máximo a quantidade de partículas de tinta inaladas pelo funcionário

durante a pulverização da tinta ou verniz.

O processo de Secagem é o grande gargalo da fabricação da guitarra, esta

etapa pode durar até 360 minutos. Para que a produção flua corretamente, esta área

necessita de grande espaço de armazenamento de materiais.

Após a secagem do material, é possível iniciar o processo de montagem da

guitarra. Todo o material necessário para a montagem está armazenado no estoque

de peças e suprimentos. Ainda no setor de montagem, o operário executa testes

finais de funcionamento da guitarra.

Os componentes das guitarras são itens caros e em grande parte importados,

portanto, o estoque de peças é um setor que requer alta segurança e controle

podendo ser acessado apenas passando pela administração.

Por fim as guitarras são armazenadas no show room, onde serão guardadas

em gavetas podendo também ser expostas ao público.

Page 100: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

85

O fluxo de fabricação pode ser visualizado na imagem a seguir.

Figura 68 - Fluxo de Materiais Fonte: Elaborado pelos autores

Page 101: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

86

3.7.7 Capacidade produtiva

Com layout, quadro de funcionários, maquinário e processos definidos, é

possível calcular a capacidade fabril do projeto. Foi estimado que um funcionário é

capaz de obter um rendimento de aproximadamente 70% em suas tarefas, dessa

forma, foi realizado um balanceamento da produção com as atividades de cada

funcionário, com o objetivo de atingir este rendimento aproximado e alcançar uma

produção estimada de 100 guitarras mensais de uma capacidade instalada de 138

para atividade de 44 horas semanais e 22 dias úteis no mês.

A capacidade produtiva e o balanceamento da produção para uma guitarra

estão representados nas tabelas abaixo:

Tabela 16 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o corpo

Fonte: Elaborado pelos autores

Como vimos na tabela acima, se a empresa produzisse somente corpos de

guitarra, teria dois gargalos, um deles seria o marceneiro 1 e o outro o pintor.

Tabela 17 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o braço

Fonte: Elaborado pelos autores

Tempo (min) Custo

Tempo Funcionário A 10 R$ 0,92

Tempo Funcionário X 60 R$ 9,67

Tempo Funcionário Y 32 R$ 6,63

Tempo Funcionário P 60 R$ 9,67

Tempo Funcionário M 0 R$ 0,00

Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 162 R$ 26,90

Co

rpo

Tempo (min) Custo

Tempo Funcionário A 47 R$ 4,33

Tempo Funcionário X 23 R$ 3,71

Tempo Funcionário Y 45 R$ 9,33

Tempo Funcionário P 24 R$ 3,87

Tempo Funcionário M 0 R$ 0,00

Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 139 R$ 21,24

Bra

ço

Page 102: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

87

Como vimos na tabela acima, se a empresa produzisse somente braços de

guitarra, teria apenas um gargalo:

Tabela 18 – Tempos de produção e custo de mão de obra para a montagem

Fonte: Elaborado pelos autores

Como mostrado na tabela acima, se a empresa recebesse todas as peças e

apenas fizesse a montagem final, teria um gargalo que seria o montador.

Tabela 19 – Tempos de produção e custo de mão de obra total

Fonte: Elaborado pelos autores

Como mostrado na tabela acima, o processo completo de produção de uma

guitarra, haveria um gargalo que seria o pintor. Note que o tempo necessário de

montagem é maior, que o de pintura, porém como o planejamento conta 2

montadores o tempo para cada um seria de 81 minutos passando o gargalo para o

pintor, com 84 minutos.

Tempo (min) Custo

Tempo Funcionário A 25 R$ 2,30

Tempo Funcionário X 0 R$ 0,00

Tempo Funcionário Y 0 R$ 0,00

Tempo Funcionário P 0 R$ 0,00

Tempo Funcionário M 162 R$ 22,39

Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 187 R$ 24,69

Mo

nta

gem

Tempo (min) Custo

Tempo Funcionário A 82 R$ 7,55

Tempo Funcionário X 83 R$ 13,38

Tempo Funcionário Y 77 R$ 15,96

Tempo Funcionário P 84 R$ 13,54

Tempo Funcionário M 162 R$ 22,39

Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 488 R$ 72,83

C +

B +

M

Page 103: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

88

Pensando na produção de 100 guitarras mensais, segue a tabela abaixo:

Tabela 20 – Eficiência proposta

Fonte: Elaborado pelos autores

Como mostrado na tabela acima, chegou-se no tempo total produtivo e o

tempo total utilizado de cada funcionário, desta maneira chega-se no rendimento por

funcionário, o custo total (salário + encargos), o custo do tempo produtivo e

improdutivo da mão de obra.

Outra análise a se fazer é o do cálculo de capacidade instalada, para isto foi

utilizado o tempo total do funcionário gargalo e dividido pelo tempo que ele se dedica

ao processo total, chegando em um valor aproximado de 138 guitarras mensais.

(11.616 / 84 = 138,29).

Na tabela abaixo será considerada uma produção de 139 guitarras mensais:

Tabela 21 – Eficiência máxima

Fonte: Elaborado pelos autores

Considerando então a produção acima da capacidade instalada, nota-se que

o funcionário gargalo tem um custo improdutivo negativo, significando que ele

deverá fazer hora extra e receber R$9,67 por isso.

Total (min) Utilizado (min) Custo Total Rendimento $ Produtivo $ Improdutivo

Funcionário A 11.616 8.200 R$ 1.070,22 70,59% R$ 755,49 R$ 314,73

Funcionário X 11.616 8.300 R$ 1.872,89 71,45% R$ 1.338,24 R$ 534,65

Funcionário Y 11.616 7.700 R$ 2.408,00 66,29% R$ 1.596,21 R$ 811,79

Funcionário P 11.616 8.400 R$ 1.872,89 72,31% R$ 1.354,36 R$ 518,53

Funcionário M 23.232 16.200 R$ 3.210,67 69,73% R$ 2.238,84 R$ 971,82

Funcionário AXYPM 69.696 48.800 R$ 10.434,67 70,02% R$ 7.283,15 R$ 3.151,52

Tota

l

Total (min) Utilizado (min) Custo Total Rendimento $ Produtivo $ Improdutivo

Funcionário A 11.616 11.398 R$ 1.070,22 98,12% R$ 1.050,14 R$ 20,09

Funcionário X 11.616 11.537 R$ 1.872,89 99,32% R$ 1.860,15 R$ 12,74

Funcionário Y 11.616 10.703 R$ 2.408,00 92,14% R$ 2.218,73 R$ 189,27

Funcionário P 11.616 11.676 R$ 1.872,89 100,52% R$ 1.882,56 -R$ 9,67

Funcionário M 23.232 22.518 R$ 3.210,67 96,93% R$ 3.111,99 R$ 98,67

Funcionário AXYPM 69.696 67.832 R$ 10.434,67 97,33% R$ 10.123,58 R$ 311,09

Tota

l

Page 104: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

89

3.8 Análise Financeira

3.8.1 Custo Variável Unitário

Entende-se por custo variável o custo unitário de produção de uma unidade,

ou seja, para cada unidade produzida, teremos este custo.

Segundo o estudo de processos realizado anteriormente e levantamento de

mercado, a tabela abaixo demonstra os custos de uma unidade fabricada:

Tabela 22 – Custo

Fonte: Elaborado pelos autores

Neste cálculo, os custos de mão de obra são calculados de acordo com a

disposição de cada funcionário no processo, ou seja, é o tempo dedicado

multiplicado pelo custo horário de sua mão de obra.

O cálculo de Matéria Prima foi efetuado segundo levantamento realizado em

fornecedores de madeira e tinta e estimativas de uso fornecidas pela “Empresa M”.

Qtd $ Unitário $ Total

Corpo 1 R$ 26,90 R$ 26,90

Braço 1 R$ 21,24 R$ 21,24

Montagem 1 R$ 24,69 R$ 24,69

Corpo 1 R$ 80,00 R$ 80,00

Braço 1 R$ 40,00 R$ 40,00

Tinta 1 R$ 30,00 R$ 30,00

Depreciação 1 R$ 5,75 R$ 5,75

Ponte 1 R$ 158,00 R$ 158,00

Captador 3 R$ 60,00 R$ 180,00

Escudo 1 R$ 35,00 R$ 35,00

Tarraxas 1 R$ 119,00 R$ 119,00

Encordoamento 1 R$ 10,00 R$ 10,00

Jogo de Trastes 1 R$ 20,00 R$ 20,00

Kit Elétrico 1 R$ 60,00 R$ 60,00

Pino de Correia 2 R$ 3,00 R$ 6,00

Bag/ Embalagem 1 R$ 30,00 R$ 30,00

R$ 846,58

R$ 773,75

MO

Peç

asM

P

Custo Unitátio Total

Custo Unitátio Sem MO

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90

A depreciação de maquinário foi calculada para um uso de 10 anos

amortizados mensalmente.

O cálculo dos preços das peças foi feito segundo estimativas de importação

para grandes quantidades fornecidas pela “Empresa M”.

O custo unitário total é a soma simples de todos os custos envolvidos e o

custo unitário sem mão de obra, este calculo foi feito, excluindo os custos de mão de

obra para identificar o ponto de equilíbrio e retorno de investimento, onde será

considerado o custo com funcionários uma despesa operacional fixa mensal.

3.8.2 Tabela de Venda

Com as análises mostradas anteriormente, construiu-se a tabela 23 de

preços:

Tabela 23 – Preço de venda

Fonte: Elaborado pelos autores

Serão utilizadas três diferentes tabelas de preços, para venda unitária, será

utilizada uma margem de 140% sobre o custo unitário do instrumento acrescido de

6% de imposto chegando a um valor de R$2.161,48 para o consumidor final, sendo

1 5 10

Margem 140% 120% 100%

Fat. Líquido R$ 2.031,80 R$ 1.862,48 R$ 1.693,16

Imposto 6% 6% 6%

$ Venda R$ 2.161,48 R$ 1.981,36 R$ 1.801,24

$ Imposto R$ 129,69 R$ 118,88 R$ 108,07

Suposição

100 1 5 10

Fat. Líquido R$ 203.179,56 R$ 186.247,93 R$ 169.316,30

Fat. Bruto R$ 216.148,47 R$ 198.136,09 R$ 180.123,72

Quantidade de Instrumentos

Quantidade de Instrumentos

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91

R$129,69 de impostos e R$2.031,80 será o faturamento líquido que acrescentaria

ao caixa. Este tipo de venda terá um prazo de entrega de até 90 dias.

A segunda e a terceira tabela são dedicadas aos lojistas, na compra de cinco

ou 10 instrumentos, que respectivamente será considerada uma margem de 120% e

100%, preço de venda de R$1.981,36 e R$1.801,24, imposto de R$118,88 e

R$108,07 e, por fim, o faturamento líquido de R$1.862,48 e R$1.693,16. Esta venda

para lojistas, tem como objetivo para a empresa a produção em série do mesmo tipo

de instrumento, para o lojista com preço diferenciado, e para o cliente final a

vantagem de receber seu produto sem a fila de espera de 90 dias e com as

facilidades de pagamento que somente um lojista pode oferecer.

Para o cálculo de ponto de equilíbrio da empresa e para a projeção de retorno

de investimento que será apresentado a frente, será considerada a pior hipótese

financeira para a empresa, que seria somente a venda em lotes de no mínimo 10

guitarras, que na suposição de venda de 100 instrumentos, o faturamento bruto com

impostos seria de R$180.123,72 e faturamento líquido de R$169.316,30.

Pode-se observar que, como na realidade da empresa haverá vendas de lotes

menores que 10 guitarras, são prováveis números melhores que os que serão

apresentados.

3.8.3 Custos Fixos

Entende-se por custo fixo todo custo e despesa operacional do

empreendimento, ou seja, todo e qualquer gasto necessários que não são

influenciados na quantidade vendida. Seriam o gasto no período independentemente

da quantidade de guitarras vendidas.

Dentro dos custos envolvidos, há os que independentemente da quantidade

de guitarras vendidas estarão presentes todos os meses segundo tabela 24 abaixo:

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92

Tabela 24 – Custos e despesas operacionais

Fonte: Elaborado pelos autores

Da tabela 24, somente alguns itens não foram explicados anteriormente,

telefonia e internet, energia e água, cartão de crédito e segurança patrimonial, será

utilizada uma estimativa fornecida pela “Empresa M”.

O seguro fiança é um valor que é pago ao banco para evitar problemas com

fiadores. Este valor é uma parcela do aluguel ao ano, que diluído em 12 meses

chegou-se no valor de R$208,33 ao mês.

3.8.3.1 Custos Operacionais

Entende-se por custo operacional, todo custo envolvido diretamente a

produção de guitarras, ou seja, se participou do processo produtivo se enquadrou

nesta divisão. Vide tabela 25 abaixo:

Encargos e salário R$ 12.040,00

Divulgação e mídia R$ 3.100,00

Almoço e café R$ 2.310,00

Aluguel R$ 2.500,00

Telefonia e internet R$ 500,00

Energia e água R$ 500,00

Cartão de crédito R$ 300,00

Segurança patrimonial R$ 200,00

Seguro fiança R$ 208,33

Contribuição sindicato R$ 93,83

Total R$ 21.752,17

Custo e Despesa Operacional

Page 108: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

93

Tabela 25 – Custos operacionais

Fonte: Elaborado pelos autores

Consideramos nesta tabela os encargos e salários efetivamente produtivos,

ou seja, o tempo dos funcionários fabris que não foi dedicado ao processo foi

considerado custo improdutivo e não está sendo considerado nesta tabela.

O Aluguel e o seguro fiança foram considerados custo operacional devido a

ser o local de produção dos instrumentos.

Custos de almoço e café dos funcionários produtivos também foram

enquadrados como custo operacional.

Como Energia e Água são essenciais para o funcionamento das máquinas,

também são considerados custos operacionais.

3.8.3.2 Despesas Operacionais

Entende-se por despesa operacional toda despesa mensal não relacionada

diretamente à produção das guitarras, ou seja, se não participou do processo

produtivo se enquadrou nesta divisão. Vide tabela 26 abaixo:

Encargos e salário R$ 7.283,15

Aluguel R$ 2.500,00

Almoço e café R$ 1.980,00

Seguro fiança R$ 208,33

Energia e água R$ 500,00

Total R$ 12.471,48

Custo Operacional (Produtivo)

Page 109: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

94

Tabela 26 – Despesas operacionais

Fonte: Elaborado pelos autores

Foi considerado nesta tabela os encargos e improdutivos, ou seja, o tempo

dos funcionários fabris que não foi dedicado ao processo, o salário de funcionários

administrativos. Outras despesas menores e não relacionadas à produção também

foram consideradas despesas operacionais.

3.8.4 Cálculo do Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio de uma empresa é o momento em que o faturamento

total obtido se iguala aos custos totais.

A fórmula utilizada para o cálculo do ponto de equilíbrio é a seguinte:

Onde:

P.E. = Ponto de Equilíbrio

FAT. LÍQUIDO = Faturamento unitário líquido

CUSTO VARIÁVEL = Custo variável por guitarra

Encargos e salários ADM R$ 1.605,33

Encargos e salário Improdutivo R$ 3.151,52

Almoço e café R$ 330,00

Telefonia e internet R$ 500,00

Divulgação e mídia R$ 3.100,00

Cartão de crédito R$ 300,00

Segurança patrimonial R$ 200,00

Contribuição sindicato R$ 93,83

Total R$ 9.280,68

Despesa Operacional (ADM)

Page 110: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

95

A fórmula utilizada para o cálculo do Lucro é a seguinte:

Onde:

LUCRO. = Lucro

FAT. BRUTO = Faturamento bruto total

CUSTO TOTAL = Custo total

A fórmula utilizada para o cálculo do faturamento bruto é a seguinte:

Onde:

FAT. BRUTO = Faturamento bruto total

$ VENDA = Preço de venda da guitarra

QTD = Quantidade vendida

A fórmula utilizada para o cálculo do faturamento líquido é a seguinte:

Onde:

FAT. LÍQ = Faturamento líquido total

$ VENDA = Preço de venda da guitarra

IMP = Impostos

QTD = Quantidade vendida

Impostos são sempre 6% do faturamento bruto.

Custo fixo é sempre R$21.752,17 e já foi demonstrado no capítulo de custos e

despesas operacionais.

Page 111: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

96

Custo variável é o custo unitário de produção multiplicado pela quantidade

vendida.

Por final, o custo total é o custo fixo adicionado do custo variável.

Desta forma, a tabela 27 a seguir mostra o lucro obtido de acordo com a

quantidade vendida e o ponto de equilíbrio calculado por fórmula.

Tabela 27 – Lucro por Venda

Fonte: Elaborado pelos autores

O ponto de equilíbrio também pode ser calculado graficamente num gráfico de

unidade financeira x quantidade vendida. O encontro da linha de custo total com a

linha de faturamento bruto é o ponto de equilíbrio, conforme gráfico abaixo:

Quantidade

(un)Lucro

Faturamento

Bruto

Faturamento

LíquidoImpostos Custo Fixo Custo Variável Custo Total

0 -R$ 21.752,17 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 21.752,17 R$ 0,00 R$ 21.752,17

5 -R$ 17.155,10 R$ 9.006,19 R$ 8.465,81 R$ 540,37 R$ 21.752,17 R$ 3.868,75 R$ 26.161,29

10 -R$ 12.558,04 R$ 18.012,37 R$ 16.931,63 R$ 1.080,74 R$ 21.752,17 R$ 7.737,50 R$ 30.570,41

15 -R$ 7.960,97 R$ 27.018,56 R$ 25.397,44 R$ 1.621,11 R$ 21.752,17 R$ 11.606,25 R$ 34.979,53

20 -R$ 3.363,91 R$ 36.024,74 R$ 33.863,26 R$ 2.161,48 R$ 21.752,17 R$ 15.475,00 R$ 39.388,65

25 R$ 1.233,16 R$ 45.030,93 R$ 42.329,07 R$ 2.701,86 R$ 21.752,17 R$ 19.343,75 R$ 43.797,77

30 R$ 5.830,22 R$ 54.037,12 R$ 50.794,89 R$ 3.242,23 R$ 21.752,17 R$ 23.212,50 R$ 48.206,89

35 R$ 10.427,29 R$ 63.043,30 R$ 59.260,70 R$ 3.782,60 R$ 21.752,17 R$ 27.081,25 R$ 52.616,01

40 R$ 15.024,35 R$ 72.049,49 R$ 67.726,52 R$ 4.322,97 R$ 21.752,17 R$ 30.950,00 R$ 57.025,14

45 R$ 19.621,42 R$ 81.055,68 R$ 76.192,33 R$ 4.863,34 R$ 21.752,17 R$ 34.818,75 R$ 61.434,26

50 R$ 24.218,48 R$ 90.061,86 R$ 84.658,15 R$ 5.403,71 R$ 21.752,17 R$ 38.687,50 R$ 65.843,38

55 R$ 28.815,55 R$ 99.068,05 R$ 93.123,96 R$ 5.944,08 R$ 21.752,17 R$ 42.556,25 R$ 70.252,50

60 R$ 33.412,61 R$ 108.074,23 R$ 101.589,78 R$ 6.484,45 R$ 21.752,17 R$ 46.425,00 R$ 74.661,62

65 R$ 38.009,68 R$ 117.080,42 R$ 110.055,59 R$ 7.024,83 R$ 21.752,17 R$ 50.293,75 R$ 79.070,74

70 R$ 42.606,74 R$ 126.086,61 R$ 118.521,41 R$ 7.565,20 R$ 21.752,17 R$ 54.162,50 R$ 83.479,86

75 R$ 47.203,81 R$ 135.092,79 R$ 126.987,22 R$ 8.105,57 R$ 21.752,17 R$ 58.031,25 R$ 87.888,98

80 R$ 51.800,87 R$ 144.098,98 R$ 135.453,04 R$ 8.645,94 R$ 21.752,17 R$ 61.900,00 R$ 92.298,11

85 R$ 56.397,94 R$ 153.105,16 R$ 143.918,85 R$ 9.186,31 R$ 21.752,17 R$ 65.768,75 R$ 96.707,23

90 R$ 60.995,00 R$ 162.111,35 R$ 152.384,67 R$ 9.726,68 R$ 21.752,17 R$ 69.637,50 R$ 101.116,35

95 R$ 65.592,07 R$ 171.117,54 R$ 160.850,48 R$ 10.267,05 R$ 21.752,17 R$ 73.506,25 R$ 105.525,47

Capacidade Ideal 100 R$ 70.189,13 R$ 180.123,72 R$ 169.316,30 R$ 10.807,42 R$ 21.752,17 R$ 77.375,00 R$ 109.934,59

105 R$ 74.786,20 R$ 189.129,91 R$ 177.782,11 R$ 11.347,79 R$ 21.752,17 R$ 81.243,75 R$ 114.343,71

110 R$ 79.383,26 R$ 198.136,09 R$ 186.247,93 R$ 11.888,17 R$ 21.752,17 R$ 85.112,50 R$ 118.752,83

115 R$ 83.980,33 R$ 207.142,28 R$ 194.713,74 R$ 12.428,54 R$ 21.752,17 R$ 88.981,25 R$ 123.161,95

120 R$ 88.577,39 R$ 216.148,47 R$ 203.179,56 R$ 12.968,91 R$ 21.752,17 R$ 92.850,00 R$ 127.571,07

125 R$ 93.174,46 R$ 225.154,65 R$ 211.645,37 R$ 13.509,28 R$ 21.752,17 R$ 96.718,75 R$ 131.980,20

130 R$ 97.771,52 R$ 234.160,84 R$ 220.111,19 R$ 14.049,65 R$ 21.752,17 R$ 100.587,50 R$ 136.389,32

135 R$ 102.368,59 R$ 243.167,03 R$ 228.577,00 R$ 14.590,02 R$ 21.752,17 R$ 104.456,25 R$ 140.798,44

Capacidade Máxima 138 R$ 105.126,83 R$ 248.570,74 R$ 233.656,49 R$ 14.914,24 R$ 21.752,17 R$ 106.777,50 R$ 143.443,91

Ponto de Equilíbrio* 23,66 R$ 0,00 R$ 42.615,03 R$ 40.058,13 R$ 2.556,90 R$ 21.752,17 R$ 18.305,96 R$ 42.615,03

Page 112: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

97

Gráfico 1 – Ponto de equilíbrio Fonte: Elaborado pelos autores

3.8.5 Investimento Necessário

Para o cálculo de investimento necessário para a viabilização do negócio, foi

considerado um estoque para 200 guitarras, sendo estoque de peças e madeiras, no

caso da tinta, por ser um produto perecível, um estoque necessário para produção

de apenas 100 instrumentos.

Foi considerado também um capital de giro de cinco vezes o custo

operacional mensal, assim, sem nenhuma venda, a empresa trabalharia sem

demissões e remanejamentos do negócio por cinco meses.

Na tabela de investimentos a seguir, também está previsto os investimentos

com maquinário, ferramentas, divulgação inicial, construção dos gabaritos de

produção, criação dos programas da máquina CNC, EPI’s e um valor extra de 10%

do total do investimento para despesas extras não calculadas inicialmente.

Page 113: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

98

Tabela 28 – Investimento total

Fonte: Elaborado pelos autores

A tabela de investimento mostra também o custo de criação de um posto de

trabalho, que nada mais é que a razão do total de investimentos pelo número de

funcionários que serão contratados.

Além do investimento inicial, temos o investimento anual com a feira da

música, já demonstrado no capítulo sobre o plano de marketing.

Tabela 29 – Investimento anual

Fonte: Elaborado pelos autores

Os períodos demonstrados na tabela acima são considerando o período zero

como o período inicial do investimento.

Estoque inicial de madeira R$ 24.500,00

Estoque inicial de peças R$ 123.600,00

Estoque Inicial de tinta R$ 3.000,00

Maquinário R$ 69.000,00

Capital de giro R$ 108.760,83

Divulgação Inicial R$ 20.000,00

Ferramentas R$ 18.050,00

Gabaritos R$ 5.000,00

Programas CNC R$ 5.000,00

EPIs R$ 590,00

Extras (10%) R$ 37.750,08

Total R$ 415.250,92

Criação de posto de trabalho R$ 59.321,56

Investimento Inicial

Período 9 R$ 100.000,00

Período 21 R$ 100.000,00

Período 33 R$ 100.000,00

Período 45 R$ 100.000,00

Total R$ 400.000,00

Investimento Anual

Page 114: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

99

3.8.6 Projeção de Retorno de Investimento

Foi criada uma tabela contendo cada período, com as informações

quantidade de guitarras vendidas, crescimento de vendas trimestral, injeção de

investimentos, custos totais do período, faturamento bruto e balanço de

rendimentos.

Com estas informações, utilizamos a teoria de Valor Presente Líquido e

Payback, para encontrar o tempo decorrido entre o investimento inicial (período

zero) e o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse

investimento.

O Payback pode ser nominal, se calculado com base no fluxo de

caixa com valores nominais, e presente líquido, se calculado com base no fluxo de

caixa com valores trazidos ao valor presente líquido. Como dito anteriormente,

traremos nossos valores para o valor presente, o período zero.

Para calcular o valor presente líquido é bem simples, consideramos que

nosso investimento teria um rendimento de 0,5% por período se não estivesse

investido na empresa e consideramos que nosso balanço seria o valor futuro, segue

a seguinte formula:

Onde:

V.P. = Valor presente;

V.F. = Valor Futuro (Balanço);

i = Taxa aplicada (0,5%);

n = Período.

A coluna do cálculo do Payback é uma simples soma do valor presente

líquido encontrado com o Payback encontrado no período anterior.

Page 115: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

100

Tabela 30 – Projeção de retorno de investimento

Fonte: Elaborado pelos autores

Visualizando a tabela, verificamos que do período 0 ao período 31, nosso

investimento permanece sem retorno.

No período 32, nosso investimento é retornado, porém, já no período 33 há

uma nova injeção de investimento, levando nosso número para o negativo

novamente.

PeríodoVendas

(un)

Crescimento

trimestral

Injeção de

investimentosCusto Total

Faturamento

BrutoBalanço Valor Presente Payback

0 0 0% R$ 415.250,92 R$ 21.752,17 R$ 0,00 -R$ 437.003,08 -R$ 437.003,08 -R$ 437.003,08

1 30 R$ 0,00 R$ 48.206,89 R$ 54.037,12 R$ 5.830,22 R$ 5.801,22 -R$ 431.201,87

2 30 R$ 0,00 R$ 48.206,89 R$ 54.037,12 R$ 5.830,22 R$ 5.772,36 -R$ 425.429,51

3 30 R$ 0,00 R$ 48.206,89 R$ 54.037,12 R$ 5.830,22 R$ 5.743,64 -R$ 419.685,87

4 33 R$ 0,00 R$ 50.852,37 R$ 59.440,83 R$ 8.588,46 R$ 8.418,82 -R$ 411.267,06

5 33 R$ 0,00 R$ 50.852,37 R$ 59.440,83 R$ 8.588,46 R$ 8.376,93 -R$ 402.890,12

6 33 R$ 0,00 R$ 50.852,37 R$ 59.440,83 R$ 8.588,46 R$ 8.335,26 -R$ 394.554,86

7 36 R$ 0,00 R$ 53.497,84 R$ 64.844,54 R$ 11.346,70 R$ 10.957,39 -R$ 383.597,47

8 36 R$ 0,00 R$ 53.497,84 R$ 64.844,54 R$ 11.346,70 R$ 10.902,88 -R$ 372.694,59

9 36 R$ 100.000,00 R$ 53.497,84 R$ 64.844,54 -R$ 88.653,30 -R$ 84.761,83 -R$ 457.456,43

10 39 R$ 0,00 R$ 56.143,31 R$ 70.248,25 R$ 14.104,94 R$ 13.418,71 -R$ 444.037,72

11 39 R$ 0,00 R$ 56.143,31 R$ 70.248,25 R$ 14.104,94 R$ 13.351,95 -R$ 430.685,78

12 39 R$ 0,00 R$ 56.143,31 R$ 70.248,25 R$ 14.104,94 R$ 13.285,52 -R$ 417.400,26

13 42 R$ 0,00 R$ 58.788,78 R$ 75.651,96 R$ 16.863,18 R$ 15.804,50 -R$ 401.595,76

14 42 R$ 0,00 R$ 58.788,78 R$ 75.651,96 R$ 16.863,18 R$ 15.725,87 -R$ 385.869,90

15 42 R$ 0,00 R$ 58.788,78 R$ 75.651,96 R$ 16.863,18 R$ 15.647,63 -R$ 370.222,27

16 46 R$ 0,00 R$ 62.316,08 R$ 82.856,91 R$ 20.540,83 R$ 18.965,36 -R$ 351.256,91

17 46 R$ 0,00 R$ 62.316,08 R$ 82.856,91 R$ 20.540,83 R$ 18.871,00 -R$ 332.385,91

18 46 R$ 0,00 R$ 62.316,08 R$ 82.856,91 R$ 20.540,83 R$ 18.777,12 -R$ 313.608,79

19 50 R$ 0,00 R$ 65.843,38 R$ 90.061,86 R$ 24.218,48 R$ 22.028,85 -R$ 291.579,95

20 50 R$ 0,00 R$ 65.843,38 R$ 90.061,86 R$ 24.218,48 R$ 21.919,25 -R$ 269.660,69

21 50 R$ 100.000,00 R$ 65.843,38 R$ 90.061,86 -R$ 75.781,52 -R$ 68.245,81 -R$ 337.906,51

22 55 R$ 0,00 R$ 70.252,50 R$ 99.068,05 R$ 28.815,55 R$ 25.821,03 -R$ 312.085,48

23 55 R$ 0,00 R$ 70.252,50 R$ 99.068,05 R$ 28.815,55 R$ 25.692,56 -R$ 286.392,91

24 55 R$ 0,00 R$ 70.252,50 R$ 99.068,05 R$ 28.815,55 R$ 25.564,74 -R$ 260.828,17

25 60 R$ 0,00 R$ 74.661,62 R$ 108.074,23 R$ 33.412,61 R$ 29.495,71 -R$ 231.332,46

26 60 R$ 0,00 R$ 74.661,62 R$ 108.074,23 R$ 33.412,61 R$ 29.348,97 -R$ 201.983,49

27 60 R$ 0,00 R$ 74.661,62 R$ 108.074,23 R$ 33.412,61 R$ 29.202,95 -R$ 172.780,54

28 66 R$ 0,00 R$ 79.952,57 R$ 118.881,66 R$ 38.929,09 R$ 33.855,13 -R$ 138.925,40

29 66 R$ 0,00 R$ 79.952,57 R$ 118.881,66 R$ 38.929,09 R$ 33.686,70 -R$ 105.238,70

30 66 R$ 0,00 R$ 79.952,57 R$ 118.881,66 R$ 38.929,09 R$ 33.519,10 -R$ 71.719,60

31 72 R$ 0,00 R$ 85.243,51 R$ 129.689,08 R$ 44.445,57 R$ 38.078,56 -R$ 33.641,04

32 72 R$ 0,00 R$ 85.243,51 R$ 129.689,08 R$ 44.445,57 R$ 37.889,12 R$ 4.248,08

33 72 R$ 100.000,00 R$ 85.243,51 R$ 129.689,08 -R$ 55.554,43 -R$ 47.123,62 -R$ 42.875,54

34 79 R$ 0,00 R$ 91.416,28 R$ 142.297,74 R$ 50.881,46 R$ 42.945,08 R$ 69,54

35 79 R$ 0,00 R$ 91.416,28 R$ 142.297,74 R$ 50.881,46 R$ 42.731,43 R$ 42.800,97

36 79 R$ 0,00 R$ 91.416,28 R$ 142.297,74 R$ 50.881,46 R$ 42.518,83 R$ 85.319,81

37 86 R$ 0,00 R$ 97.589,05 R$ 154.906,40 R$ 57.317,35 R$ 47.658,66 R$ 132.978,46

38 86 R$ 0,00 R$ 97.589,05 R$ 154.906,40 R$ 57.317,35 R$ 47.421,55 R$ 180.400,02

39 86 R$ 0,00 R$ 97.589,05 R$ 154.906,40 R$ 57.317,35 R$ 47.185,62 R$ 227.585,64

40 94 R$ 0,00 R$ 104.643,64 R$ 169.316,30 R$ 64.672,65 R$ 52.975,88 R$ 280.561,53

41 94 R$ 0,00 R$ 104.643,64 R$ 169.316,30 R$ 64.672,65 R$ 52.712,32 R$ 333.273,85

42 94 R$ 0,00 R$ 104.643,64 R$ 169.316,30 R$ 64.672,65 R$ 52.450,07 R$ 385.723,92

43 103 R$ 0,00 R$ 112.580,06 R$ 185.527,43 R$ 72.947,37 R$ 58.866,61 R$ 444.590,53

44 103 R$ 0,00 R$ 112.580,06 R$ 185.527,43 R$ 72.947,37 R$ 58.573,74 R$ 503.164,26

45 103 R$ 100.000,00 R$ 112.580,06 R$ 185.527,43 -R$ 27.052,63 -R$ 21.614,08 R$ 481.550,19

0%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

10%

Page 116: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

101

A partir do período 34 adiante, nosso investimento é novamente retornado,

permanecendo com o número positivo.

No período 43, a expectativa de vendas ultrapassa a capacidade produtiva

adequada, necessitando assim de um novo estudo de mercado para analisar a

necessidade de expansão do empreendimento.

3.8.7 Fluxo de Caixa

No cálculo de fluxo de caixa, consideramos os valores de entrada, no caso o

faturamento bruto e os valores de saída de capital, os investimentos e custos totais.

Todos trazidos para o valor presente em no seu respectivo período.

As colunas em vermelho é a soma de saídas e as colunas em azul é a soma

das entradas, já a linha verde representa o saldo acumulado de todos os períodos.

Tabela 31 – Fluxo de caixa

Fonte: Elaborado pelos autores

O gráfico acima representa os períodos de 0 a 14. Notamos neste período a

grande injeção de investimentos, faturamento abaixo dos R$70.000 e um saldo

devedor ainda elevado.

PERÍODO 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

 ENTRADAS 

  - Faturamento Bruto 0 53.768 53.501 53.235 58.267 57.977 57.688 62.620 62.308 61.998 66.831 66.498 66.167 70.902 70.550

0 53.768 53.501 53.235 58.267 57.977 57.688 62.620 62.308 61.998 66.831 66.498 66.167 70.902 70.550

 SAÍDAS 

  - Investimento 415.251 0 0 0 0 0 0 0 0 95.610 0 0 0 0 0

  - Custo Total 21.752 47.967 47.728 47.491 49.848 49.600 49.353 51.662 51.405 51.150 53.412 53.146 52.882 55.098 54.824

437.003 47.967 47.728 47.491 49.848 49.600 49.353 51.662 51.405 146.760 53.412 53.146 52.882 55.098 54.824

 FLUXO PRESENTE -437.003 5.801 5.772 5.744 8.419 8.377 8.335 10.957 10.903 -84.762 13.419 13.352 13.286 15.804 15.726

 SALDO PERÍODO -437.003 -431.202 -425.430 -419.686 -411.267 -402.890 -394.555 -383.597 -372.695 -457.456 -444.038 -430.686 -417.400 -401.596 -385.870

0

53.768 53.501 53.235 58.267 57.977 57.688 62.620 62.308 61.998 66.831 66.498 66.167 70.902 70.550

-437.003

-47.967 -47.728 -47.491 -49.848 -49.600 -49.353 -51.662 -51.405

-146.760

-53.412 -53.146 -52.882 -55.098 -54.824

-R$ 500.000

-R$ 400.000

-R$ 300.000

-R$ 200.000

-R$ 100.000

R$ 0

R$ 100.000

Entradas Série2 Saldo

Page 117: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

102

Tabela 32 – Fluxo de caixa

Fonte: Elaborado pelos autores

O gráfico acima representa os períodos de 15 a 29. Notamos neste período

injeção de investimentos moderado, faturamento passou a casa dos R$100.000 e

um saldo devedor ainda com forte tendência de retorno do investimento.

Tabela 33 – Fluxo de caixa

Fonte: Elaborado pelos autores

PERÍODO 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

 ENTRADAS 

  - Faturamento Bruto 70.199 76.502 76.121 75.742 81.919 81.512 81.106 88.773 88.331 87.892 95.405 94.930 94.458 103.387 102.872

70.199 76.502 76.121 75.742 81.919 81.512 81.106 88.773 88.331 87.892 95.405 94.930 94.458 103.387 102.872

 SAÍDAS 

  - Investimento 0 0 0 0 0 0 90.056 0 0 0 0 0 0 0 0

  - Custo Total 54.551 57.536 57.250 56.965 59.890 59.592 59.296 62.952 62.639 62.327 65.909 65.581 65.255 69.532 69.186

54.551 57.536 57.250 56.965 59.890 59.592 149.352 62.952 62.639 62.327 65.909 65.581 65.255 69.532 69.186

 FLUXO PRESENTE 15.648 18.965 18.871 18.777 22.029 21.919 -68.246 25.821 25.693 25.565 29.496 29.349 29.203 33.855 33.687

 SALDO PERÍODO -370.222 -351.257 -332.386 -313.609 -291.580 -269.661 -337.907 -312.085 -286.393 -260.828 -231.332 -201.983 -172.781 -138.925 -105.239

70.199 76.502 76.121 75.742 81.919 81.512 81.106 88.773 88.331 87.892 95.405 94.930 94.458 103.387 102.872

-54.551 -57.536 -57.250 -56.965 -59.890 -59.592

-149.352

-62.952 -62.639 -62.327 -65.909 -65.581 -65.255 -69.532 -69.186

-R$ 400.000

-R$ 300.000

-R$ 200.000

-R$ 100.000

R$ 0

R$ 100.000

R$ 200.000

Entradas Série2 Saldo

PERÍODO 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44

 ENTRADAS 

  - Faturamento Bruto 102.361 111.111 110.558 110.008 120.102 119.505 118.910 128.803 128.162 127.524 138.694 138.004 137.317 149.716 148.971

102.361 111.111 110.558 110.008 120.102 119.505 118.910 128.803 128.162 127.524 138.694 138.004 137.317 149.716 148.971

 SAÍDAS 

  - Investimento 0 0 0 84.824 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

  - Custo Total 68.842 73.032 72.669 72.307 77.157 76.774 76.392 81.144 80.740 80.339 85.718 85.291 84.867 90.849 90.397

68.842 73.032 72.669 157.131 77.157 76.774 76.392 81.144 80.740 80.339 85.718 85.291 84.867 90.849 90.397

 FLUXO PRESENTE 33.519 38.079 37.889 -47.124 42.945 42.731 42.519 47.659 47.422 47.186 52.976 52.712 52.450 58.867 58.574

 SALDO PERÍODO -71.720 -33.641 4.248 -42.876 70 42.801 85.320 132.978 180.400 227.586 280.562 333.274 385.724 444.591 503.164

102.361 111.111 110.558 110.008 120.102 119.505 118.910 128.803 128.162 127.524 138.694 138.004 137.317 149.716 148.971

-68.842 -73.032 -72.669

-157.131

-77.157 -76.774 -76.392 -81.144 -80.740 -80.339 -85.718 -85.291 -84.867 -90.849 -90.397

-R$ 200.000

-R$ 100.000

R$ 0

R$ 100.000

R$ 200.000

R$ 300.000

R$ 400.000

R$ 500.000

R$ 600.000

Entradas Série2 Saldo

Page 118: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

103

O gráfico acima representa os períodos de 30 a 44. Notamos neste período

injeção de investimentos moderado, faturamento tendendo a casa dos R$150.000 e

um saldo devedor quitado e início de lucro a partir do período 34.

3.9 Construção de Cenários

Com o plano de negócios apresentado, consideraremos alguns possíveis

cenários e como lidaremos com eles.

Dentre inúmeros possíveis cenários, consideraremos a escassez de matéria

prima e avaliação do risco de não produzir conforme planejado e o impacto do

aumento do dólar no mercado de instrumentos musicais.

3.9.1 Cenário 1: Matéria Prima

Neste cenário, consideraremos a possível falta de matéria prima, avaliaremos

se há a possibilidade de troca ou não de fornecedor ou de matéria prima.

A princípio, devemos dividir as matérias primas em:

Madeira Corpo

Madeira Braço

Peças

Tinta

Devemos dividir também sua origem:

Nacional

Importada

De origem Importado temos:

Madeira Corpo

Page 119: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

104

Madeira Braço

Peças

De origem nacional temos:

Tinta

No caso da tinta utilizada no nosso processo, há inúmeros fornecedores

nacionais e importados com pouca variação de preço e qualidade. Sendo assim,

desconsideraremos no nosso cenário.

No caso da madeira do braço, originalmente o Maple Canadense, há alguns

poucos fornecedores desta madeira no Brasil. Em caso de falta dela, temos como

opção importada o Maple Asiático, com preço similar, porém com beleza inferior e

grande dificuldade de encontra-lo em mercado nacional.

Outras opções que podemos considerar são de madeiras brasileiras como o

Pau Marfim, que perde em qualidade e acabamento, mas ganha em preço e o Pau

Ferro, que dá um acabamento muito bonito e diferenciado ao instrumento, ele se

equipara em qualidade e em preço ao Maple Original, mas foge dos padrões de

acabamento do modelo Stratocaster.

No caso da madeira do corpo, há algumas opções de substituição ao

Basswood, uma delas é substituir pelo Alder Americano, de mesma qualidade, preço

muito elevado, porém com grande aceitação no mercado de instrumentos musicais e

o Ash, também americano e com grande aceitação e com custo um pouco superior

ao do Basswood. No mercado nacional, encontramos o Mogno, muito difícil de achar

legalmente, com preço similar e a Caxeta, uma madeira de qualidade inferior e mais

barata, porém comprometeria a qualidade do instrumento.

As peças são o grande gargalo da cadeia de suprimentos, consideramos a

importação da China e Coréia em grandes lotes, no caso de falta de suprimentos,

precisamos importar peças americanas, assim, para manter a qualidade das

mesmas, teríamos que arcar com um custo muito mais elevado, em torno de 50% a

mais.

Considerando que substituiremos a madeira do braço por uma de preço

similar, substituiremos a madeira do corpo para o Ash, R$20,00 mais caro por

Page 120: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

105

instrumento e substituiremos as peças por peças americanas 50% mais caras, o

custo unitário de cada instrumento sem considerar a mão de obra, passa de

R$773,75 para R$1.102,75, um acréscimo de 42,5%.

O preço final de venda para o consumidor também foi alterado de R$2.161,48

para R$3.001,48, um acréscimo de 38,9%.

Dentro deste cenário de falta de matéria prima, observou-se que o maior

impacto seria causado pela falta de peças, desta forma, balancearíamos o estoque

para não comprometer o investimento inicial, como temos outras opções de madeira

e tinta, reduziremos o estoque deles para produção de 75 guitarras e aumentaremos

o estoque de peças para produção de 200 para 220, garantindo a produção

ininterrupta por mais de dois meses, em caso de produção na capacidade máxima

estimada.

Outra solução encontrada é a possibilidade de estocagem de 50 instrumentos

prontos em nosso show room, garantindo mais 15 dias de sobrevida sem repasse de

preços ao consumidor final.

Somando as duas ações acima, teremos estoque de 270 guitarras, sendo um

período de quase três meses para aguardar a normalização de fornecimento.

A terceira ação, que somente seria tomada caso o fornecimento não tenha

sido normalizado no período descrito, é a diminuição da nossa margem de trabalho

em 70%, onde no caso de venda ao consumidor final, passaríamos de 140% a 70%

até a normalização do fornecimento.

Estas ações fariam o ponto de equilíbrio da empresa saltar de 24 para 51

instrumentos, pensando na capacidade de produção máxima, fariam o lucro cair de

aproximadamente R$70.000,00 para aproximadamente R$20.000,00, mas

manteriam a empresa trabalhando sem prejudicar a estratégia de marketing adotada

e manteria a competitividade em relação aos seus concorrentes.

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106

3.9.2 Cenário 2: Alta do Dólar

Neste cenário, consideraremos que o dólar sofra um aumento repentino de

aproximadamente R$2,00 para R$2,50, ou seja, 25% de aumento, isto afetaria

nossa cadeia de suprimentos como um todo, já que praticamente toda nossa matéria

prima é importada.

O custo médio, sem mão de obra, de nossos instrumentos, passaria de

R$773,75 para R$958,25. Um acréscimo de 23,84%.

Apresentando esta situação, o mercado de instrumentos musicais terá uma

média de acréscimo de 25% nos preços por serem diretamente afetados pela alta do

dólar já que em sua maioria trabalham com instrumentos importados.

Foi observada uma vantagem competitiva em relação aos nossos

concorrentes que importam os instrumentos, a mão de obra nacional, desta forma

pode-se reduzir nossa margem de trabalho em 15% que reduziria nosso ponto de

equilíbrio para 23 instrumentos, aumentaria o lucro em 4,25% chegando em

R$73.172,91 para uma produção de 100 instrumentos mensais.

Com esta redução da margem de trabalho, o preço estimado para o cliente

final passaria de R$2.161,48 para R$2.468,01, um acréscimo de 14,18%, sendo

assim, usaríamos esta adversidade a nosso favor e ganharíamos mercado, pois

nosso reajuste de preços foi 10,82% menor que o reajuste esperado da

concorrência, ainda assim ganhando lucratividade.

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107

4 CONCLUSÃO

Baseando-se em observações realizadas nas dependências de uma empresa

fabricante de instrumentos musicais, avaliamos os prós e os contras da mesma para

propor uma fábrica de instrumentos musicais enxuta, ou seja, com processos

padronizados e automatizados, com o quadro de funcionários com rendimento

aceitável, com uma alta lucratividade e retorno de investimento num período

razoável.

A partir de um estudo de mercado fundamentado, realizamos neste trabalho

uma pesquisa de preços e qualidade de nossa concorrência direta para precisar o

local que o produto proposto entrará no mercado consumidor, foi realizado também

um plano de marketing para garantir o crescimento visual da marca, fixação do

produto junto aos clientes e o crescimento de vendas.

A análise contemplou um estudo de tempos e métodos dos processos

realizados na empresa que realizamos o estudo de caso para criação da proposta

de produção semi automatizada, onde com um quadro de 6 funcionários produtivos

trabalhando com uma média de 70% de rendimento, teríamos como produção ideal

100 guitarras mensais sendo que a produção máxima seria de 138 instrumentos.

Partindo deste número, foram dimensionados os custos envolvidos no projeto,

custos e despesas operacionais e investimentos necessários para a criação da

fábrica, foi apontado também o custo unitário de produção e o preço de venda da

guitarra, tanto no varejo, quanto no atacado.

Operando dentro da capacidade considerada ideal da fábrica, ou seja, deverá

ofertar 100 instrumentos para venda, com isso o faturamento bruto esperado será de

R$180.000,00 e lucro de R$70.000,00. Nestas condições, o ponto de equilíbrio

representa a venda de 24 instrumentos por mês, demonstrando a viabilidade do

negócio.

Utilizando a técnica do payback e do valor presente líquido, trazendo os

valores à data zero, considerando o fluxo de caixa, com saldos positivos proveniente

da venda de instrumentos e com saldo negativo proveniente de custos e

Page 123: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

108

investimentos, verificamos dentro de um período 34 meses o retorno do investimento

realizado e a partir deste período, obteremos o verdadeiro lucro.

Comprova-se que a partir do período 43, a tendência é que se chegue a

nossa capacidade ideal de produção.

Um ponto que merece destaque na nossa proposta de empresa foi a criação

de dois cenários adversos e que foram estudados conduzindo a soluções que não

prejudicariam a estratégia da empresa; ao contrário, pode ser revertido a favor para

ganhar uma vantagem competitiva em relação a concorrência.

Por conseguinte, este estudo foi realizado visando uma real possibilidade de

implementação da proposta e, de acordo com os dados e cenários estudados, fica

claro que além de ser viável, este negócio pode se tornar uma grande fonte de

lucratividade.

Page 124: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

109

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Page 128: 01 - TCC - PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

113

ANEXO A – PROJETO DO CORPO FENDER STRATOCASTER

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ANEXO B – PROJETO DO BRAÇO FENDER STRATOCASTER

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APÊNDICE A – CONTRATO SOCIAL PROPOSTO

Pelo presente instrumento, os signatários abaixo:

XXXXXXXXXXXXX, brasileiro, maior, casado, engenheiro, portador da cédula

de identidade nº 000000000, série ABCD, CREA/SP e do CPF nº 000.000.000-00,

domiciliado e residente à R. XXXXXX nº 1, bairro XXXXXXX, CEP 00000-000, nesta

capital.

YYYYYYYYY, americana, maior, solteira, engenheira, portadora de cédula de

identidade nº 00000, série ABCD, CREA/SP e do CPF nº 000.000.000-00,

domiciliada e residente à R XXXX XXXX, s/n, bairro XXXXXX, CEP 11111-111,

nesta capital.

RESOLVEM constituir empresa de móveis customizados.

CLÁUSULA PRIMEIRA:

A empresa terá a seguinte denominação social: ZZZZZZZZI EPP-LTDA. e

será constituída como uma sociedade do tipo limitada.

CLÁUSULA SEGUNDA:

A sociedade terá sua sede social à R SSSSSSSSSSS, no bairro AAAAAAAA,

em São Paulo (SP), CEP 0XXXX-XXX.

Poderá ainda a sociedade, através da deliberação dos sócios e respectiva

alteração contratual instituir filiais, sucursais e/ou agências em qualquer ponto do

território nacional.

CLÁUSULA TERCEIRA:

A sociedade ter por objetivo social a exploração do ramo de:

- Produção, comércio, artesanato, manutenção e reparação de instrumentos

musicais, customizados ou não, de madeira e derivados.

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CLÁUSULA QUARTA:

O início das atividades dar-se-á em 11/11/1111 e seu prazo de duração será

por tempo indeterminado

CLÁUSULA QUINTA:

O capital social é de R$ 000.000,00 (zero mil reais), divididos em 0.000

quotas no valor nominal de R$ 000 (zero reais) cada uma, totalmente realizadas e

integralizadas, neste ato, em moeda corrente nacional do país e assim distribuídas

entre os sócios:

XXXXXXXXXXX 50% 000 quotas R$ 00.000,00

YYYYYYYYYYYYY 50% 000 quotas R$ 00.000,00

TOTAL 100% 000 quotas R$ 000.000,00

PARÁGRAFO ÚNICO

A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas

ambos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

CLÁUSULA SEXTA

A administração dos negócios da Sociedade será exercida pelos sócios

conjuntamente, que usarão o título de Sócios Administradores com os poderes e

atribuições para, em conjunto, representar a Sociedade em juízo ou fora dele. Os

sócios poderão, em nome da sociedade, constituir procurador para fins específicos

da cláusula “ad negotia”, desde que assinada em conjunto. Os sócios não poderão,

em qualquer circunstância, praticar atos de liberalidade em nome da sociedade tais

como: prestação de garantia, de favor e outros estranhos ou prejudiciais aos objetos

e negócios sociais, configurando-se justa causa para efeito de exclusão do sócio nos

termos do Art. 1.085 do Código Civil Brasileiro.

CLÁUSULA SÉTIMA:

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Os sócios terão direito a uma retirada “PRO-LABORE” mensal, estipulada de

comum acordo, sempre dentro dos limites permitidos pela legislação do Imposto de

Renda.

CLÁUSULA OITAVA:

O exercício social terminará em 31 de dezembro de cada ano, quando então

os administradores prestarão contas justificadas de sua administração, procedendo

à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado

econômico, cabendo aos sócios, na proporção de suas quotas, a participação nos

lucros ou perdas apurados.

Parágrafo Primeiro: nos quatro meses seguintes ao término do exercício social o

sócio deliberará sobre suas contas, o balanço patrimonial e o resultado econômico,

designando administradores quando for o caso.

Parágrafo Segundo: a Sociedade poderá apurar mensalmente a Demonstração do

Resultado do Exercício Contábil de acordo com o seu exercício social.

Parágrafo Terceiro: os lucros acumulados poderão ser distribuídos mensalmente a

cada um dos sócios, observado o disposto na Cláusula Sétima.

CLÁUSULA NONA:

As quotas da Sociedade são indivisíveis e não poderão ser cedidas ou

transferidas sem o expresso consentimento dos sócios, cabendo em condição de

igualdade e preço o direito de preferência ao sócio que queira adquiri-las. O sócio

que pretender ceder ou transferir todas ou parte de suas quotas deverá manifestar

sua intenção por escrito ao outro sócio, assistindo a este o prazo de 30 (trinta) dias

para que possa exercer o direito de preferência.

CLÁUSULA DÉCIMA:

Em caso de falecimento ou incapacidade superveniente de qualquer dos

sócios, será realizado, em 30 (trinta) dias de tal ocorrência, um balanço especial

para pagamento aos herdeiros e/ou beneficiários do quinhão pertinente ao sócio

falecido ou incapacitado, não sendo autorizada a inclusão destes na sociedade.

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Os herdeiros e/ou beneficiários receberão seus haveres em moeda corrente,

apurados até a data do impedimento ou falecimento, em até 10 (dez) prestações

mensais, corrigidas monetariamente pelo IGP-M (FGV) ou outro índice que venha

substituí-lo, vencendo-se a primeira após 30 (dias) da data do balanço especial.

Em permanecendo apenas 1 (um) sócio, este terá o prazo de 180 (cento e oitenta

dias) para recompor a pluralidade social, sem a qual continuará o mesmo com todo

o ativo e passivo na forma de empresário individual ou até a extinção da mesma.

A morte, interdição, insolvência e exclusão de sócios não dissolverão a sociedade,

que continuará com o sócio remanescente.

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA:

As deliberações sociais serão tomadas sempre por reunião dos sócios, a

serem convocadas previamente, no prazo mínimo de 3 (três) dias úteis.

CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA:

Os Sócios Administradores declaram, sob as penas da lei, que não estão

impedidos de exercerem a administração da sociedade, por lei especial ou em

virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena

que vede, ainda que temporariamente o acesso a cargos públicos, ou por crime

falimentar, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular,

contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência,

contra as relações de consumo, fé pública ou a propriedade.

Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couberem, as disposições

concernentes ao mandato.

CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA:

Fica eleito o Foro Central da Comarca de São Paulo para os procedimentos

judiciais referentes a este Instrumento de Contrato Social, com expressa renúncia a

qualquer outro, por mais especial ou privilegiado que seja ou venha a ser.

E, por estarem justos e contratados, os sócios obrigam-se a cumprir o presente

contrato, na presença de duas testemunhas, assinando-o em três vias de igual teor

para todos os regulares efeitos de direito.

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São Paulo, ____ de __________ de 2012

XXXXXXXXXXXXXXX yyyyyyyyyyyyyyyyyyy

TESTEMUNHAS:

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