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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO
PAULO - IFSP
BRUNO BERNARDI DE MELLO CRUZ GUSTAVO FERREIRA RAMOS SILVA
LUCAS NUNES VIEIRA LUCAS ROSSETTI LÉO
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS
MUSICAIS
São Paulo
2013
BRUNO BERNARDI DE MELLO CRUZ GUSTAVO FERREIRA RAMOS SILVA
LUCAS NUNES VIEIRA LUCAS ROSSETTI LÉO
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS
MUSICAIS
Orientador: Professor P.h.D. Carlos Frajuca
São Paulo 2013
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado ao Instituto
Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de São Paulo,
Campus São Paulo – IFSP-SP,
como requisito para obtenção
do título de Bacharel em
Engenharia de Produção.
F960 CRUZ, Bruno Bernardi de Mello; VIEIRA, Lucas Nunes; LEO, Lucas
Rossetti; SILVA, Gustavo Ferreira Ramos.
Proposta de implantação de uma fábrica de instrumentos
musicais – 2013.
53 f.: il.; 30 cm
Orientador: Prof. P.h.D. Carlos Frajuca
Monografia (Engenharia de Produção) - Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, IFSP, 2013.
1. Guitarra 2. Fábrica 3. Viabilidade financeira
BRUNO BERNARDI DE MELLO CRUZ GUSTAVO FERREIRA RAMOS SILVA
LUCAS NUNES VIEIRA LUCAS ROSSETTI LÉO
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE INSTRUMENTOS
MUSICAIS
Orientador: Professor P.h.D. Carlos Frajuca
Comissão Examinadora
_____________________________
Professor P.h.D. Carlos Frajuca – Orientador
_____________________________
Professor Dr. Sergio Luiz Kyrillos – Banca – IFSP –SP
_____________________________
Professor Ridnal João do Nascimento – Banca – IFSP –SP
São Paulo, 18 de Junho de 2013
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado ao Instituto
Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de São Paulo,
Campus São Paulo – IFSP-SP,
como requisito para obtenção
do título de Bacharel em
Engenharia de Produção.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no
princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas
por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele
estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a
luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam.”
João 1: 1-5
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................ 1
ABSTRACT ........................................................................................................ 2
METODOLOGIA ................................................................................................. 3
OBJETIVO.......................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5
1.1. Conceito de empresa, empresário e empregador ............................. 5
1.1.1. Empresa ............................................................................................ 5
1.1.2. Conceito de Empresa ........................................................................ 5
1.1.3. Diferenciação de Empresa e Estabelecimento .................................. 6
1.1.4. Diferença entre Empresa e a Pessoa do Empresário ........................ 7
1.1.5. Empresário ........................................................................................ 8
1.1.6. Conceito de Empresário .................................................................... 8
1.1.7. Empregador ....................................................................................... 8
1.1.8. Classificação das empresas .............................................................. 9
1.2. Tipos de Manufatura ........................................................................ 11
1.2.1. Classificação do processo de manufatura .......................................... 13
1.2.2 Seleção do processo de manufatura ................................................... 13
1.3. Guitarra Elétrica............................................................................... 15
1.3.2 Captadores ...................................................................................... 18
1.3.3 Encordoamento ............................................................................... 20
2 CENÁRIO ATUAL ................................................................................... 21
2.1. Prospecto da “Empresa M” .............................................................. 21
2.2 Análise Produtiva Corpo .................................................................. 22
2.3 Análise Produtiva Braço .................................................................. 34
2.4 Análise Geral ................................................................................... 61
3. PLANO DE NEGÓCIO ........................................................................... 62
3.1 Resumo Executivo ........................................................................... 62
3.2 Análise de Mercado ......................................................................... 63
3.3 Análise da Concorrência ................................................................. 64
3.4 Plano de Marketing .......................................................................... 66
3.5 Localização Proposta ...................................................................... 68
3.6 Necessidade Pessoal ...................................................................... 68
3.6.1 Quadro de Funcionários .................................................................. 68
3.6.2 Encargos e Salários ........................................................................ 69
3.7 Análise Operacional ........................................................................ 71
3.7.1 Processos operacionais .................................................................. 71
3.7.2 Fabricação do Corpo ....................................................................... 73
3.7.3 Fabricação do Braço ....................................................................... 75
3.7.4 Montagem Final ............................................................................... 79
3.7.5 Maquinário e Ferramental ............................................................... 81
3.7.6 Layout .............................................................................................. 83
3.7.7 Capacidade produtiva ...................................................................... 86
3.8 Análise Financeira ........................................................................... 89
3.8.1 Custo Variável Unitário .................................................................... 89
3.8.2 Tabela de Venda ............................................................................. 90
3.8.3 Custos Fixos .................................................................................... 91
3.8.3.1 Custos Operacionais ....................................................................... 92
3.8.3.2 Despesas Operacionais .................................................................. 93
3.8.4 Cálculo do Ponto de Equilíbrio ........................................................ 94
3.8.5 Investimento Necessário ................................................................. 97
3.8.6 Projeção de Retorno de Investimento ............................................. 99
3.8.7 Fluxo de Caixa............................................................................... 101
3.9 Construção de Cenários ................................................................ 103
3.9.1 Cenário 1: Matéria Prima ............................................................... 103
3.9.2 Cenário 2: Alta do Dólar ................................................................ 106
4 CONCLUSÃO ....................................................................................... 107
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 109
ANEXO A – PROJETO DO CORPO FENDER STRATOCASTER ................ 113
ANEXO B – PROJETO DO BRAÇO FENDER STRATOCASTER ................. 114
APÊNDICE A – CONTRATO SOCIAL PROPOSTO ...................................... 115
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Sistema de Manufatura ............................................................................. 12
Figura 2 - Guitarra Fender Stratocaster .................................................................... 16
Figura 3 - Captador ................................................................................................... 20
Figura 4 - Planagem do bloco ................................................................................... 22
Figura 5 - Marcação do corpo ................................................................................... 23
Figura 6 - Corte grosseiro do corpo ........................................................................... 24
Figura 7 – Fixação do gabarito .................................................................................. 24
Figura 8 – Corte na tupia superior ............................................................................. 25
Figura 9 – Fixação do gabarito .................................................................................. 25
Figura 10 - Gabarito para rebaixos ............................................................................ 26
Figura 11 – Usinagem dos rebaixos .......................................................................... 26
Figura 12 – Corpo com rebaixos usinados ................................................................ 27
Figura 13 – Usinagem do rebaixo traseiro ................................................................ 27
Figura 14 – Marcação do shape traseiro ................................................................... 28
Figura 15 – Corte do shape traseiro .......................................................................... 28
Figura 16 – Desempeno da superfície inferior ........................................................... 29
Figura 17 - Arredondamento dos cantos ................................................................... 29
Figura 18 – Corte do shape superior ......................................................................... 30
Figura 19 – Lixamento Traseiro ................................................................................. 31
Figura 20 – Lixamento superior ................................................................................. 31
Figura 21 – Lixamento ............................................................................................... 32
Figura 22 – Revestimento ......................................................................................... 33
Figura 23– Estoque de matéria prima ....................................................................... 34
Figura 24 - Desempenamento da madeira ................................................................ 35
Figura 25 - Marcação do contorno do braço na madeira ........................................... 35
Figura 26- Corte da madeira no formato do braço .................................................... 36
Figura 27- Obtenção de tiras de madeira com dimensão próxima da final ............... 37
Figura 28 - Desempenamento do braço .................................................................... 37
Figura 29- Desengrossamento da madeira ............................................................... 38
Figura 30 - Fixação do gabarito no braço .................................................................. 39
Figura 31 - Usinagem do contorno do braço ............................................................. 39
Figura 32 - Remoção do gabarito .............................................................................. 40
Figura 33 - Usinagem do rebaixo do headstock ........................................................ 40
Figura 34 - Remoção do excesso de material no headstock ..................................... 41
Figura 35 - Arredondamento do chanfro do Headstock ............................................. 41
Figura 36 - Canal guia do gabarito para usinagem do canal tensor .......................... 42
Figura 37 - Usinagem do canal do tensor ................................................................. 43
Figura 38 – Usinagem do furo para encaixe do tensor .............................................. 44
Figura 39 - Montagem do tensor ............................................................................... 44
Figura 40 - Marcação do contorno da escala na madeira ......................................... 45
Figura 41 - Divisão da chapa de madeira para confecção da escala ........................ 45
Figura 42 - Corte da madeira no formato da escala .................................................. 46
Figura 43 - Redução da espessura da escala ........................................................... 46
Figura 44 - Colagem da escala ................................................................................. 47
Figura 45 - Formatação da escala ............................................................................. 48
Figura 46 - Arredondamento do rebaixo do headstock para a escala ....................... 48
Figura 47 - Usinagem dos canais dos trastes ........................................................... 49
Figura 48 - Remoção de rebarbas e planificação da superfície da escala ................ 49
Figura 49 - Usinagem do shape ................................................................................ 50
Figura 50 - Traçagem da posição das marcações .................................................... 51
Figura 51 - Traçagem da posição das marcações .................................................... 51
Figura 52 - Furação para colocação das marcações ................................................ 52
Figura 53 - Furação para montagem das tarraxas .................................................... 52
Figura 54 - Arredondamento do shape com lima ...................................................... 53
Figura 55 - Acabamento do shape com lixa fina ....................................................... 54
Figura 56 - Montagem das marcações ...................................................................... 54
Figura 57 - Nivelamento das marcações ................................................................... 55
Figura 58 - Fixação dos trastes na escala ................................................................. 56
Figura 59 - Corte dos trastes ..................................................................................... 56
Figura 60 - Lixamento dos trastes ............................................................................. 57
Figura 61 - Furação para montagem das marcações laterais ................................... 58
Figura 62 - Montagem das marcações laterais ......................................................... 58
Figura 63 - Nivelamento das marcações laterais do braço ....................................... 59
Figura 64 - Fixação do logotipo no headstock ........................................................... 60
Figura 65 - Envernizamento do braço ....................................................................... 60
Figura 66 - MovtecH Gantry Router 1250 Pro ........................................................... 72
Figura 67 - Layout Proposto ...................................................................................... 83
Figura 68 - Fluxo de Materiais ................................................................................... 85
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Porte de empresa .................................................................................... 10
Tabela 2 – Plano de marketing .................................................................................. 61
Tabela 3 - Marcas Top of Mind .................................................................................. 64
Tabela 4 – Comparação com a concorrência ............................................................ 65
Tabela 5 – Plano de marketing .................................................................................. 67
Tabela 6 – Quadro de funcionários ........................................................................... 68
Tabela 7 – Encargos e salários ................................................................................. 69
Tabela 7 – Custos por hora ....................................................................................... 70
Tabela 8 – Equipamentos de proteção individual ...................................................... 71
Tabela 10 – Organograma de processos. ................................................................. 71
Tabela 11 – Folha de processos do corpo ................................................................ 73
Tabela 12 – Folha de processos do braço ................................................................ 75
Tabela 13 – Folha de processos da montagem ........................................................ 79
Tabela 14 – Maquinário. ............................................................................................ 81
Tabela 15 – Ferramental. .......................................................................................... 82
Tabela 16 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o corpo ................. 86
Tabela 17 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o braço ................. 86
Tabela 18 – Tempos de produção e custo de mão de obra para a montagem ......... 87
Tabela 19 – Tempos de produção e custo de mão de obra total .............................. 87
Tabela 20 – Eficiência proposta ................................................................................ 88
Tabela 21 – Eficiência máxima .................................................................................. 88
Tabela 22 – Custo ..................................................................................................... 89
Tabela 23 – Preço de venda ..................................................................................... 90
Tabela 24 – Custos e despesas operacionais ........................................................... 92
Tabela 25 – Custos operacionais .............................................................................. 93
Tabela 26 – Despesas operacionais ......................................................................... 94
Tabela 27 – Lucro por Venda .................................................................................... 96
Tabela 28 – Investimento total .................................................................................. 98
Tabela 29 – Investimento anual ................................................................................ 98
Tabela 29 – Projeção de retorno de investimento ................................................... 100
Tabela 30 – Fluxo de caixa ..................................................................................... 101
Tabela 31 – Fluxo de caixa ..................................................................................... 102
Tabela 32 – Fluxo de caixa ..................................................................................... 102
GLOSSÁRIO
Ash – Madeira americana, utilizada no corpo de guitarras
ATO - Assembly-to-order
Basswood - Madeira americana, utilizada no corpo de guitarras
Brazilian Rosewood – Jacarandá Brasileiro
CAD - Computer Aided Design
CAM - Computer Aided Manufacturing
CFM - Célula flexível de manufatura
CNC – Computer Numerical Control (Controle numérico computadorizado)
DNC - Distributed Numerical Control (Controle numérico distribuido)
DSR - Descanso Semanal Remunerado
Ebony – Ébano
Empresa M – Nome fictício da empresa utilizada como base do estudo
EPI - Equipamento de Proteção Individual
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
Gold Plated – Modelo de encordoamento utilizado em guitarras
Headstock – parte do braço onde são fixadas as tarraxas
Inputs - entrada
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Mahogany - Mogno
Maple - Madeira americana, utilizada no braço de guitarras
Megastore – Grandes lojas
MTO - Make-to-order (Produzir com entrada de pedido)
MTS - Make-to-stock (Produzir para estocar)
NC – Numerical Control (Controle numérico)
Nickel Plated Steel - Modelo de encordoamento utilizado em guitarras
PME - Pequenas e Médias Empresas
Pure Nickel – Modelo de encordoamento utilizado em guitarras
SFM - Sistema flexível de manufatura
Single coil – Modelo de captador utilizado em guitarras
Stainless Steel – Aço Inox
Stratocaster – Modelo de guitarra, produzido pela Fender
Sustain – Recurso sonoro, utilizado por músicos
Telercaster - Modelo de guitarra, produzido pela Fender
Walnut - Nogueira
1
RESUMO
Neste trabalho com finalidade exploratória, serão analisados os processos de
fabricação de um modelo de guitarra elétrica, os custos envolvidos e investimentos
necessários para a criação de um estabelecimento para se produzir e comercializar
com capacidade ideal de 100 instrumentos musicais. Para tal será analisado o ponto
de equilíbrio e o tempo de retorno de investimento, tendo como objetivo propor uma
produção enxuta, com alta eficiência nos processos, quadro de funcionário de
acordo com a proposta de produção, rendimento adequado e, principalmente,
trabalhando com materiais de alto padrão de qualidade para obter um produto de
excelência com alto valor agregado e grande aceitação no mercado de instrumentos
musicais, conquistando assim músicos profissionais e amadores, que procuram por
instrumentos diferenciados. Os resultados obtidos pelo estudo mostraram que é
possível agregar qualidade padronizando alguns processos chaves, implantando
novas máquinas e um controle de qualidade, viabilizando também a parte financeira
do estudo.
Palavras-chave: Guitarra, viabilidade financeira, produção enxuta, análise de
mercado.
2
ABSTRACT
In this work paper, with the exploratory purpose, will be analyzed the
production processes of an electric guitar model, the related costs and the necessary
investments to create an establishment, able to produce and commercialize, with an
ideal capacity of 100 musical instruments. For this, the equilibrium point and
investment return time will be analyzed, having as purpose to propose a lean
production, high efficiency in processes, employees board as production proposal,
proper income, and mainly, working with high standard materials with quality to
obtain a product of excellence with high added value and great acceptance in the
musical instruments market, conquering professional and amateur musicians, that
were looking for exceptional instruments. The results obtained by the study showed
that it’s possible to assemble quality standardizing some key processes, deploying
new machines and quality control, enabling the study financial part too.
Key words: Guitar, financial viability, lean production, market analysis.
3
METODOLOGIA
Este trabalho tem como caráter exploratório a viabilidade técnica e econômica
do projeto para implantação de uma fábrica de instrumentos musicais, onde foi
realizada uma abordagem qualitativa e quantitativa dos procedimentos e métodos
apresentados.
4
OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo propor uma fábrica de guitarras com produção
enxuta, alta eficiência nos processos, quadro de funcionários adequado com a
produção proposta e com rendimento aceitável, trabalhando com materiais de alto
padrão de qualidade para obter um produto de excelência com alto valor agregado e
grande aceitação no mercado de instrumentos musicais para conquistar músicos
profissionais e amadores, que procuram por instrumentos diferenciados.
5
1. INTRODUÇÃO
1.1. Conceito de empresa, empresário e empregador
Empresa, empresário e empregador têm seus conceitos, muitas vezes,
confundidos. Desse modo, torna-se imprescindível especificar cada um deles, e em
que aspectos se divergem, e em quais se complementam.
Serão apresentados, com base nas bibliografias, os conceitos de empresa,
estabelecimento, empresário, empresário individual, empregador, atividades
econômicas civis, além de apresentar as convergências e divergências entre todos
esses conceitos.
1.1.1. Empresa
Empresa, que tem seu conceito diferenciado de estabelecimento, e da pessoa
do empresário, sinaliza um conjunto de recursos e pessoas organizados para a
produção ou circulação de bens e serviços. Abaixo será conceituada empresa,
diferenciando-a de estabelecimento e empresário.
1.1.2. Conceito de Empresa
Martins1 (2008) afirma que a principal característica da empresa é o fim
econômico, fato que justifica a Economia ser a principal interessada em seu
conceito.
A esse respeito, Guitton2 (1961) já afirmava que os pesquisadores, em
Economia, tinha dificuldade em encontrar uma definição exata para empresa, visto a
vastidão de conceitos.
1 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2008
6
Perroux e Guitton, 1961, p.50) se pronunciou no se sentido de considerar
empresa:
“[...] uma organização da produção na qual se combinam os preços dos
diversos fatores da produção, trazidos por agentes distintos do proprietário da
empresa, visando a vender um bem ou serviços no mercado, para obter a diferença
entre os dois preços (preço do custo e preço de venda) o maior proveito monetário
possível”.
Martins (2008) acrescenta que as empresárias voltam-se para a produção,
ocorrendo de maneira diversa do que antes ocorria, a respeito das atividades serem
mais artesanais ou familiares. E, segundo o autor, numa perspectiva da Economia,
empresa seria um conjunto de fatores de produção, em que englobaria terra, capital
e trabalho. Para Martins (2008), então, hoje em dia, toda empresa tem suas
atividades visando ao mercado.
1.1.3. Diferenciação de Empresa e Estabelecimento
Para Martins (2008), empresa seria um centro de decisões, em que as
estratégias econômicas são adotadas. Sendo assim considerada, corre-se o risco de
confundir empresa com o próprio estabelecimento. E, a título comparativo, nota-se
que são conceitos diferentes, por meio do art. 16 da Lei Federal do Trabalho do
México que dispõe que “para os efeitos das normas do trabalho, se entende por
empresa, a unidade econômica de produção ou distribuição de bens ou serviços, e
estabelecimento, a unidade técnica que como sucursal, agência ou outra forma
semelhante, seja parte integrante e contribua para a realização dos fins da
empresa”.
2 GUITTON, Henri. Economia Política. 2.vol. 2.ed. Oscar Dias Corrêa (trad.). Rio de Janeiro: Fundo
de Cultura, 1961
7
Desse modo, esclarece-nos, Coelho3 (2009), quando exemplifica dizendo que
se alguém vem a exclamar que uma empresa esteja pegando fogo ou a afirmar que
determinada empresa se submeteu a uma reforma e ficou mais bonita, tal indivíduo
utiliza equivocadamente o conceito. O correto seria dizer que o estabelecimento
comercial pegou fogo ou foi embelezado. “Não se pode confundir a empresa com o
local em que a atividade é desenvolvida”.
Ao encontro desse pensamento, Martins (2008) acrescenta que
estabelecimento é apenas uma parte da empresa, e que é o local onde o empresário
exerce suas atividades. “O estabelecimento compreende as coisas corpóreas
existentes em determinado lugar da empresa, como instalações, máquinas,
equipamentos, utensílios etc., e as incorpóreas, como a marca, as patentes, os
sinais etc.” (MARTINS, 2008, p. 173).
1.1.4. Diferença entre Empresa e a Pessoa do Empresário
Martins (2008) assegura que, na juridicamente, empresa significa uma ação
que o empresário exerce. Desse modo, deve-se ficar claro que tratam-se de duas
pessoas: empresa, pessoa jurídica, e empresário, pessoa natural. E para diferenciar
os dois conceitos, o autor garante que:
“Distingue-se também a empresa da pessoa do proprietário, pois uma
empresa bem gerida pode durar anos, enquanto o proprietário falece. É a idéia do
conceito de instituição, em que instituição é o que perdura no tempo. O empresário é
a pessoa que exercita profissionalmente a atividade economicamente organizada,
visando à produção ou circulação de bens ou serviços para o mercado (art. 966 do
CC)”.
Num sentido protetivo, a legislação proíbe o incapaz de exercer atividades
empresariais. No entanto, de acordo com Coelho (2009), sendo importante para o
3 COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial: Direito de Empresa. 21. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009
8
incapaz, e desde que em continuidade da empresa já constituída pelo indivíduo, ou
em casos de sucessão, o juiz poderá, amparado em lei, autorizar por meio de um
alvará o exercício da atividade de empresa
1.1.5. Empresário
Como observado anteriormente, empresário é o exercente das atividades da
empresa. É necessária a presença de alguns aspectos para considerar a existência
de uma empresa. Do mesmo modo, para afirmar que alguém é um empresário
elementos são necessários. Abaixo será conceituado empresário, apresentando
seus requisitos mínimos, e será apresentado o conceito de empresário individual.
1.1.6. Conceito de Empresário
De acordo com Guitton (1961), o empresário é aquele que detém a
propriedade dos bens de produção, gozando, diretamente, ou por meio de seus
representantes, dos poderes relacionados à gestão da empresa.
Segundo Coelho (2009, p. 11), empresário é um conceito que vem definido
em lei, e se refere ao profissional que exerce uma “[...] atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços (Código Civil, art.
966). Destacam-se da definição as noções de profissionalismo, atividade econômica
organizada e produção de bens ou serviços”.
1.1.7. Empregador
Como afirmado anteriormente, o empresário precisa contratar mão-de-obra.
Por outro lado, faz isso em nome da empresa. Então o empregador é a empresa
9
Coelho (2009, p.22) considera que: “como organizador da atividade
empresarial, o empresário (pessoa física ou jurídica) necessariamente deve
contratar mão-de-obra, que é um dos fatores de produção. Seja como empregado
pelo regime do Direito do Trabalho (CLT) ou como representante, autônomo ou
pessoal terceirizado vinculados por contrato de prestação de serviços, vários
trabalhadores desempenham tarefas sob a coordenação do empresário. Para efeitos
do direito das obrigações, esses trabalhadores, independentemente da natureza do
vínculo contratual mantido com o empresário, são chamados prepostos (CC, arts.
1.169 a 1.178)”.
As empresas podem ser classificadas de diversas formas sendo as mais
comuns a sua forma jurídica, a propriedade do seu capital, a sua dimensão e ainda o
setor a que pertence.
1.1.8. Classificação das empresas
Classificação quanto à forma jurídica: dependendo dos países, as formas
jurídicas de empresas mais comuns são as seguintes:
Sociedade por quotas: nas sociedades por quotas o capital é representado
por quotas, cada uma das quais alocadas a um determinado sócio;
Sociedade anônima: neste tipo de sociedades o capital é representado por
ações, as quais não estão alocadas a acionistas específicos;
Sociedade em comandita: sociedade que se caracteriza pela existência de
dois tipos de sócios: os comanditários e os comandatários;
Classificação quanto à propriedade do seu capital: a distinção mais usual é entre
empresas públicas e empresas privadas:
Empresas públicas: empresas cujo capital é detido pelo Estado ou por
instituições por ele diretamente controladas;
Empresas privadas: empresas cujo capital é detido por pessoas individuais ou
por instituições privadas;
Empresas de capitais mistos: empresas cujo capital é detido simultaneamente
pelo Estado e por entidades privadas.
10
Classificação quanto à dimensão: a classificação das empresas quanto à sua
dimensão difere de país para país, mas no caso brasileiro é utilizada a classificação
segundo tabela 1 abaixo:
Tabela 1 – Porte de empresa
Classificação Receita operacional bruta anual
Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões
Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões
Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões
Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões
Grande empresa Maior que R$ 300 milhões
Fonte: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/porte.html
Classificação quanto ao setor a que pertence: este tipo de classificação tem a
ver com a atividade desenvolvida. A principal divisão é entre setor primário, setor
secundário e setor terciário:
Setor primário: incluem as atividades diretamente relacionadas com a
exploração de recursos primários, nomeadamente a agricultura, as pescas, a
pecuária e a extração de minérios;
Setor secundário: refere-se às atividades de transformação e inclui as
atividades industriais e de construção e obras públicas;
Setor terciário: inclui as atividades relacionadas com a prestação de serviços
e com o comércio, distribuição e transportes.
O objetivo principal da empresa deste estudo é produzir guitarras de alto
padrão de qualidade, baseadas no projeto da Fender Stratocaster.
11
1.2. Tipos de Manufatura
Em geral, Manufatura é o termo econômico para a fabricação de produtos e
oferecimento de serviços para satisfação das necessidades humanas. A manufatura
envolve uma série de atividades e operações inter-relacionadas que são elas:
(i) Criação e desenvolvimento de produto;
(ii) Seleção de material;
(iii) Planejamento;
(iv) Controle de inventario;
(v) Garantia de qualidade;
(vi) Marketing, etc.
Olhando para as atividades e operações descritas acima, percebe-se que a
manufatura não uma simples operação, mas sim um sistema onde inúmeros
subsistemas interagem de maneira dinâmica.
Sistema de manufatura
Aspectos gerais
Qualquer sistema que faz amplo uso de produtos ou serviços, em geral, é
chamado de sistema de produção.
Produção pode ser considerada como um processo de transformação,
preparação e inputs de elementos, dos quais serão utilizados para aumento
de mercadorias e serviços.
Os processos de manufatura são colocados juntos para formar o sistema de
manufatura
O sistema de manufatura transforma inputs para produzir produtos ao
cliente/consumidor.
Um sistema de manufatura é denominado de sistema de input-output como
ilustrado na Figura 1. Aqui os elementos de input, primários, são transformados e se
tornam em elementos de output. A transformação tecnológica deve ser otimizada
com um objetivo, o qual pode ser custo, produtividade ou produto.
12
Figura 1 - Sistema de Manufatura Fonte: R. K. Rajput. A Text book of manufacturing Technology. Editora LP 1996
A manufatura o coração do sistema onde materiais são transformados em
materiais com valores agregados.
O subsistema de manufatura e a junção de processos e operações que obtém
como resultado o produto desejado na qualidade necessária.
Nos dias atuais o conceito de sistema de manufatura tem envolvido estágios
distintos que seguem abaixo:
1. Manufatura manual
2. Mecanização
3. Forte automação
4. Baixa automação
- NC/CNC/DNC
- Robôs industriais
- CFM (Célula flexível de manufatura) / SFM (Sistema flexível de manufatura)
A maioria dos componentes do SFM são: (i) Maquinas ferramentas; (ii) Sistema de
controle; (iii) Sistema de gestão; (iv) Operadores.
- Computer Aided Design (CAD) / Computer Aided Manufacturing (CAM).
13
1.2.1. Classificação do processo de manufatura
As principais tipologias de manufatura são:
1. Processos de manufatura: Envolve um fluxo continuo de material através de
uma series de processos para obter um produto final.
2. Tipos de fabricação: Envolve a manufatura de partes individuais ou
componentes se uma serie de operações.
3. Montagem: Neste tipo de manufatura as partes ou componentes são
montadas, ou seja, colocadas juntas para completar um produto.
1.2.2 Seleção do processo de manufatura
Com intuito de produzir um produto com o menor custo a um tempo razoável
sem comprometer a qualidade é importante escolher o tipo correto do
processo de manufatura.
O produto final deve satisfazer os objetivos funcionais e físicos com o custo
mínimo que seja aceito pelo consumidor final. Para isso há uma técnica de
classificação de produção e processos a ser utilizada.
Para selecionar um processo de manufatura, os pontos citados abaixo devem ser
considerados:
(i) Custo de manufatura;
(ii) Volume de produção e taxa de produção;
(iii) Características e propriedades do local e dos materiais de
produção;
(iv) Limitações em formas e tamanhos;
(v) Acabamentos e padrão de tolerâncias;
(vi) Funcionalidade do produto;
Estratégias de gestão nas seguintes categorias:
Make-to-order (MTO): a chegada de um pedido firme de cliente provoca o
início da produção dos produtos desejados. Possui a vantagem de se trabalhar com
14
baixos estoques de produtos acabados, sendo adequado para produtos com
demanda pouco frequente, que possuem alto custo de estocagem (itens classe A)
ou que são perecíveis. Esta estratégia entretanto torna o lead-time do produto igual
ao lead-time do “ramo” mais demorado da fabricação do produto. Este particular
pode tornar o prazo de entrega estrategicamente indesejável, especialmente em
mercado no qual o fator velocidade de entrega é vital.
Engineer-to-Order: o produto é especificado, projetado e fabricado mediante
pedido.
Make-to-stock (MTS): o produto tem sua fabricação iniciada mediante uma
previsão de demanda. A chegada do pedido de cliente provoca o seu atendimento
quase imediato, mediante a retirada do produto acabado do estoque. Possui a
vantagem de oferecer um lead-time muito reduzido, sendo adequado para a gestão
de produtos com demanda bastante previsível. Entretanto, o volume de estoques a
serem mantidos para o nível de atendimento desejado pode significar um grande
volume de capital investido, especialmente no caso de empresas com grande
número de itens comercializados e cuja capacidade de previsão da demanda é
deficiente.
Assembly-to-order (ATO): o produto tem a fabricação de seus principais
componentes disparada mediante uma previsão de demanda, sendo estes
componentes produzidos e armazenados antes da chegada do pedido. A chegada
do pedido de cliente provoca o término da montagem do produto mediante a
utilização dos componentes já produzidos. Possui a vantagem de reduzir o lead-time
de atendimento, já que este fica reduzido à etapa de montagem final. Em outras
palavras, nessa estratégia se mantêm estoques apenas dos componentes de maior
demanda, reduzindo, sob a ótica do cliente, o lead-time de entrega, tornando a
empresa apta a realizar em tempo bastante reduzido a montagem de uma grande
diversidade de produtos finais. É adequada para situações nas quais um pequeno
grupo de componentes é utilizado na fabricação de um grande número de produtos
finais, sendo que um produto se diferencia de outro em termos da inclusão ou troca
de um ou poucos componentes.
15
Analisando as características acima, vê-se como melhor alternativa para a produção
Make-to-order quando se tratar de clientes finais e make-to-stock para clientes
secundários, como lojas.
1.3. Guitarra Elétrica
A guitarra elétrica, que é o alvo deste estudo, é composta por um corpo de
madeira que contém: ponte, captadores, potenciômetros, chave seletora, botões,
escudo e pinos para correia. O braço de madeira contém o tensor, a escala, os
trastes, as marcações, a pestana (Nut), o headstock e as tarraxas.
O som das guitarras elétricas é sempre amplificado eletronicamente, este é o
principal diferencial em relação a um violão. Para que o som seja amplificado, ele é
capturado nos captadores, transformado em pulsos elétricos e transportado via cabo
para um circuito externo, que é responsável por amplificar o sinal e reproduzi-lo.
O encordoamento de uma guitarra elétrica é sempre de aço, já que o som é
gerado pela vibração de cada corda e tem espessura variada, gerando assim uma
mudança no timbre do som.
Existem inúmeros modelos de guitarra, produzidas por diversas marcas. Cada
um deles tem sua peculiaridade de produção, material ou timbre, sendo assim, não
há como definir o modelo perfeito, pois cada guitarrista busca uma configuração
diferente. Devido à extrema popularidade e aceitação no mercado de instrumentos
musicais, utilizaremos para este estudo o modelo Stratocaster produzido pela
fabricante norte-americana Fender ® desde 1954, conforme figura 2.
16
Figura 2 - Guitarra Fender Stratocaster Fonte: www.fender.com
1.3.1 Madeiras Utilizadas
O som da guitarra não depende exclusivamente do captador, mas do
encordoamento, da madeira e do formato. Quando “pinçamos” uma corda, não é
apenas ela que vibra: a madeira recebe e transmite parte desta vibração para os
captadores.
Portanto, as características da madeira, como tipo, peso, densidade,
tamanho, e o desenho do corpo são tão importantes na geração do som quanto os
captadores e as cordas.
Com a expansão do mercado de guitarras, novas marcas foram surgindo. O
mercado começou a ser inundado por guitarras de valores mais acessíveis. As
fábricas procuraram substituir madeiras caras e raras por outras mais baratas e
fáceis de encontrar. Algumas utilizam Maple Asiático ou Europeu no braço como
variação do Maple Norte Americano ou Sul Canadense. As características sonoras
são praticamente as mesmas, a grande diferença é apenas estética. O mesmo
Maple Norte Americano também é utilizado na escala. Em alguns casos a escolha é
feita pelo Rosewood. O corpo pode ser feito de madeiras mais simples como o
Basswood ou o Cedro, que são alternativas mais baratas ao Alder ou ao Ash.
A escolha da madeira é essencial na construção de uma guitarra, porém isto
é apenas um dos fatores que influenciam no resultado final de um instrumento. O
corte da madeira também exerce grande influência na sonoridade e, é claro, no
17
preço. Algumas fábricas buscam aperfeiçoar a utilização da madeira com cortes que
aproveitam melhor o tronco ao invés de priorizar o timbre. Nesses casos é comum a
produção de guitarras com o braço parafusado no corpo, facilitando a construção.
As madeiras mais utilizadas na fabricação de guitarras são:
Alder: é usada nos corpos de algumas guitarras. Madeira dura, densa, de
som cheio e encorpado, freqüências bem equilibradas. É a madeira clássica
da Fender e do modelo stratocaster.
Ash: Madeira dura, densa, porosa, de som estridente. É muito rica em
agudos. Foi usada nas primeiras stratoscaster’s e nas telercaster’s.
Atualmente é usado nos modelos mais caros da Fender.
Basswood: Resolução sonora perfeita, ótima para Rock em volumes
elevadíssimos. Madeira muito leve, macia, possui ótimo sustain e conta com
fácil reflorestamento.
Mahogany ou Mogno: Madeira macia, pesada, com o som "morno", repleto de
freqüências baixas e médias. Usada nas Gibson e PRS.
Cedro: Semelhante ao Mogno. Sonoridade com menor peso e bastante
aberta, balanço de som com bom equilíbrio. Usada em corpos.
Nogueira ou Walnut: a nogueira é uma ótima alternativa para o mogno. É
forte, tem timbre morno e é naturalmente bonita. Funciona bem em corpos de
guitarras sólidas, e fundo e lateral de acústicas. Se cortado apropriadamente,
é estável o bastante para ser utilizada até em construção de braços.
Maple: Madeira muito densa e dura. Ideal para suportar a tensão das cordas.
Por isso é muito utilizada como braço para os instrumentos. É também
utilizada como cobertura nos corpos dos instrumentos de mogno ou
basswood. Obtêm altas frequências de sonoridade obscura do mogno.
Apesar de seu peso elevado, algumas guitarras possuem corpo desta
madeira.
Marfim: Parecido com o Maple, porém de qualidade inferior. Madeira bem
rígida e boa para confecção de braços.
Rosewood ou Jacarandá: Muito usada nas escalas pode ser aplicada em
braços colados, parafusados e inteiriços. O jacarandá baiano é muito
procurado internacionalmente e conhecido como Brazilian Rosewood.
18
Ebony ou Ébano: É muito densa, escura, bela, tem muito brilho sonoro, e tem
alto custo, por estar em extinção no mundo.
Como o objetivo da empresa é produzir instrumentos de alto valor agregado,
juntamente com o alto padrão de qualidade, será considerado somente matéria
prima de primeira qualidade e as mais requisitadas pelo ramo, que seriam elas: para
o corpo, o Ash, o Basswood e o Mahogany (Mogno) e para o braço o Maple.
1.3.2 Captadores
São os elementos responsáveis pela conversão da energia mecânica obtida a
partir da vibração do encordoamento em energia elétrica, que é processada e
amplificada ou gravada.
O tipo de captador mais utilizado nas guitarras elétricas é o eletromagnético,
que é basicamente um transdutor, ou seja, um componente eletrônico que
transforma energia mecânica em energia elétrica. São, portanto, peças essenciais
para o funcionamento das guitarras elétricas.
Para entender o funcionamento do captador é preciso conhecer os princípios
de indução eletromagnética que consistem no seguinte conceito: a movimentação de
um imã no interior ou nas regiões periféricas de uma bobina (enrolamento de fios)
gera energia elétrica por indução.
Assim, quando a corda vibra, ela causa uma oscilação neste campo
magnético gerando pequenas quantidades de tensão e corrente elétrica.
Os tipos básicos de captadores para instrumentos musicais são:
Captador Ativo: Os captadores ativos geram sonoridade internamente através
de baterias, uma vez que o tipo de madeira e o formato da guitarra
influenciam na qualidade da saída do som. Estes tipos de captadores são
muito usados em baixos elétricos por possuírem freqüências baixas definidas
e não misturarem outros tipos de sons.
19
O uso de captadores ativos em guitarras requer algumas modificações como
troca de potenciômetro, confecção de compartimento para a bateria e outros,
e toda alteração apresenta vantagens e desvantagens. As principais
vantagens são a otimização da potência e integridade sonora, enquanto as
principais desvantagens são a especificidade no timbre e um custo elevado.
Captador Passivo. Ao contrário dos captadores ativos, os passivos não
necessitam de alimentação elétrica para funcionar e possuem uma maior
interação com a madeira, portanto proporcionam uma variedade e qualidade
de timbre superior.
Captadores Piezoelétricos. Comumente utilizado em instrumentos de
encordoamento não metálico, este tipo de captador utiliza cristais que,
quando submetidos à compressão ou vibração geram uma tensão elétrica.
Possuem características diferentes dos captadores eletromagnéticos como o
timbre, vantagem de não captar interferências de outros aparelhos e a
necessidade do uso de pré-amplificadores. Geralmente os captadores
piezoelétricos são posicionados abaixo da ponte do instrumento. É comum a
sua utilização em associação com os captadores magnéticos, de forma a
produzir um som mais amplo e realista, muito próximo ao som acústico
gerado pelo violão.
Nesse estudo, esta sendo considerado o captador padrão utilizado nas
guitarras Fender Stratocaster ® o qual é do tipo de captadores passivos single coil,
conforme figura 3, que são os modelos de captadores mais simples existentes.
Possuem uma haste para cada corda, uma única bobina, e têm como característica
principal um som alto, limpo, e com bastante brilho.
20
Figura 3 - Captador Fonte: www.seymourduncan.com
1.3.3 Encordoamento
As cordas são os elementos que produzem som por meio de vibração,
quando friccionadas por arcos, percutidas ou pinçadas, que é o caso das guitarras.
Elas podem ser fios únicos ou cabos compostos de fibras trançadas ou
enroladas em torno de um núcleo. Elas são montadas em suportes que as mantêm
fixadas nas duas extremidades, tensionadas e distantes de outras partes do
instrumento para que possam vibrar livremente. Os diferentes sons das cordas são
gerados pela diferença de comprimentos ou espessuras utilizadas.
As cordas são confeccionadas com os seguintes materiais:
Pure Nickel: revestimento em níquel com núcleo de aço. Esse material é
magneticamente fraco, portanto, esse tipo de encordoamento deve ser
montado mais próximo do sistema de captação. É caracterizado por maior
suavidade e menor saída de som.
Nickel Plated Steel: revestimento em níquel e aço com núcleo de aço. Pelo
fato de conter o aço na liga de revestimento, esse encordoamento oferece
uma maior atração magnética. Produzem maior intensidade de volume na
captação da vibração das cordas. É o mais utilizado por guitarristas.
Stainless Steel: revestimento de aço inoxidável em núcleo de aço. Essa liga
promove um som mais limpo, com volume acentuado e muito brilho. Oferece
também uma durabilidade maior, sua tração magnética é muito forte afetando
21
a captação natural da vibração da corda, dependendo da proximidade do
captador. Esse tipo de material é um pouco mais rígido e menos suave ao
toque.
Gold: Desenvolvida recentemente pela indústria alemã, a corda é banhada a
ouro 24 quilates em núcleo de aço. Oferece um som rico e brilhante. Esse tipo
de material diminui os efeitos de corrosão, e a liga é antialérgica.
2 CENÁRIO ATUAL
Este estudo foi inspirado pela deficiência produtiva encontrada nas empresas
de fabricação de instrumentos musicais brasileiras, aliado ao fator de expansão
encontrado devido ao crescimento deste mercado.
2.1. Prospecto da “Empresa M”
A Empresa que usaremos como estudo de caso é uma fabricante de
instrumentos musicais de pequeno porte, com alta qualidade em seus produtos e
bem conceituada entre os músicos profissionais.
Há mais de 20 anos no mercado, a “Empresa M” iniciou sua trajetória com
uma oficina de manutenção e regulagem de instrumentos.
Após anos de experiência e com aumento da demanda e a proximidade com
os músicos que sempre buscam soluções de customização para seus instrumentos,
fez com que a “Empresa M” passasse a executar desde pequenas reformas e
restaurações, até a fabricação de Guitarras e Baixos.
Em 2000, já com uma boa aceitação no mercado e um crescente número de
pedidos para as guitarras customizadas, decidiu que era a hora de investir em
maquinário e a contratação de profissionais especializados, iniciando assim uma
pequena linha de produção.
Já em 2011, foi dado um grande passo no crescimento da empresa, com a
criação da nova fábrica. Sem perder o alto padrão de qualidade e visando o
22
fortalecimento da marca no mercado nacional e internacional, foi decidido como
estratégia, utilizar somente matérias primas nobres e rigorosamente selecionadas,
tudo para garantir o mais alto nível de produção e agradar aos seus clientes, sejam
eles artistas, músicos ou amadores.
2.2 Análise Produtiva Corpo
Operação 1: Seleção da madeira
O processo se inicia no momento em que o pedido é recebido. Nessa etapa,
seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada de acordo com a necessidade
do cliente
Após o pedido, inicia-se a seleção da madeira em forma de bloco, as quais
podem ser: Basswood, Magno, Ash, Alder ou Cedro. Após a escolha da madeira,
verificou-se a necessidade de colagem no sentido lateral do bloco de madeira, pois
dependendo do bloco escolhido a mesma não tem a largura necessária para
produzir um corpo de guitarra. Após a colagem, utiliza-se a plaina para corrigir a
espessura do bloco e deixar as superfícies planas como ilustra a figura 4.
Figura 4 - Planagem do bloco Fonte: Elaborado pelos autores
23
Operação 2: Marcação do contorno do corpo na madeira
O gabarito é posicionado sobre a placa e, utilizando um marcador, traça-se o
contorno do corpo, conforme figura 5.
Figura 5 - Marcação do corpo Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 3: Formatação do Corpo
Com uma serra de fita o operador faz o corte seguindo as marcações feitas
na etapa anterior. Essa etapa é ilustrada na figura 6.
24
Figura 6 - Corte grosseiro do corpo Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 4: Formatação do Corpo
Após o corte grosseiro, o gabarito é fixado no corpo com pregos, para a
realização do corte na tupia, com precisão, conforme figura 7.
Figura 7 – Fixação do gabarito Fonte: Elaborado pelos autores
25
A tupia superior foi utilizada no processo do corte preciso, o qual deu o
formato final ao corpo da guitarra, ilustrada na figura 8.
Figura 8 – Corte na tupia superior Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 5: Usinagem dos rebaixos
Terminado o processo de formatação do corpo, inicia-se o processo de
abertura de rebaixos no corpo. Fixa-se o gabarito de gaveta para abertura dos
rebaixos na superfície superior do corpo da guitarra para a instalação elétrica e
fixação do braço da guitarra como demonstrado na figura 9.
Figura 9 – Fixação do gabarito Fonte: Elaborado pelos autores
26
Abaixo a figura 10, é possível verificar a parte traseira do gabarito de gaveta,
que serve como guia para a usinagem dos rebaixos.
Figura 10 - Gabarito para rebaixos Fonte: Elaborado pelos autores
Realiza-se a troca de ferramentas da tupia superior, e usinam-se os rebaixos
como representado na figura 11.
Figura 11 – Usinagem dos rebaixos Fonte: Elaborado pelos autores
27
Abaixo a figura 12, ilustra o corpo da guitarra depois de usinados todos os
rebaixos da superfície superior
Figura 12 – Corpo com rebaixos usinados Fonte: Elaborado pelos autores
Troca-se o gabarito para a usinagem do rebaixo traseiro. O rebaixo é
executado na tupia superior, como demonstrado na figura 13.
Figura 13 – Usinagem do rebaixo traseiro Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 6: Usinagem do shape traseiro e arredondamento dos cantos vivos.
28
Marca-se manualmente e sem gabarito o shape traseiro, como apresentado
na figura 14.
Figura 14 – Marcação do shape traseiro Fonte: Elaborado pelos autores
a serra de fita, fez-se o corte do shape traseiro. Na figura 15 está demonstrado esse
processo.
Figura 15 – Corte do shape traseiro Fonte: Elaborado pelos autores
Após o corte do shape traseiro, utiliza-se a desempenadeira para corrigir as
imperfeições da superfície inferior como demonstrado na figura 16.
29
Figura 16 – Desempeno da superfície inferior Fonte: Elaborado pelos autores
Os arredondamentos dos cantos foram realizados na tupia superior como
demonstrado na figura 17.
Figura 17 - Arredondamento dos cantos Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 7: Usinagem dos shape superior
30
A marcação do shape superior é realizada novamente e manualmente, sem
auxílio de gabarito e logo após é executado o corte na serra de fita. A figura 18
mostra esses processos.
Figura 18 – Corte do shape superior Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 8: Lixamento
A última etapa do processo de fabricação do corpo é o lixamento de todas as
partes do corpo como ilustradas nas figuras 19 e 20. Utiliza-se a lixadeira de mesa e
lixa manual
31
Figura 19 – Lixamento Traseiro Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 20 – Lixamento superior Fonte: Elaborado pelos autores
32
O corpo após o processo de lixamento é representado abaixo na figura 21.
Figura 21 – Lixamento Fonte: Elaborado pelos autores
33
Operação 9: Revestimento
Após a etapa da produção, o corpo da guitarra vai para o processo de
acabamento, que é composto por, lixamento manual e depois a aplicação do
poliéster, figura 22, para posteriormente ir para a etapa de pintura, que é realizada
externamente.
Figura 22 – Revestimento Fonte: Elaborado pelos autores
34
2.3 Análise Produtiva Braço
Operação 1: Seleção da madeira
O processo se inicia no momento do recebimento do pedido. Nessa etapa,
seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada de acordo com a necessidade
do cliente.
Figura 23– Estoque de matéria prima Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 2: Desempenamento da madeira
A placa de madeira é trabalhada na desempenadeira com o objetivo de
planificar a superfície, conforme figura 24. Essa máquina é composta por duas
mesas planas e paralelas com regulagem de altura e um conjunto de lâminas
rotativas que fazem a limpeza e a raspagem da superfície da peça.
35
Figura 24 - Desempenamento da madeira Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 3: Marcação do contorno do braço na madeira
O gabarito é posicionado sobre a placa e, utilizando um marcador, traça-se o
contorno do braço, conforme figura 25.
Figura 25 - Marcação do contorno do braço na madeira Fonte: Elaborado pelos autores
36
Operação 4: Formatação do braço
No mercado, encontra-se disponíveis chapas de madeira com espessura à
partir de 4 centímetros. Para a confecção do braço da guitarra, utiliza-se uma chapa
com 3 centímetros. Por essa razão, a empresa compra chapas com 6 centímetros de
espessura, e faz a divisão desta em duas chapas menores conforme descrito a
seguir.
A placa de madeira é cortada na serra de fita vertical conforme figura 26.
Propositalmente, deixa-se uma sobra de material no contorno. Na seqüência, o
operador faz uma marcação na metade da espessura da placa e, utilizando o
mesmo equipamento, divide o material em duas chapas menores conforme figura
27.
Figura 26- Corte da madeira no formato do braço Fonte: Elaborado pelos autores
37
Figura 27- Obtenção de tiras de madeira com dimensão próxima da final Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 5: Desempenamento do braço
Após a obtenção das tiras de madeira com dimensional necessário, o
operador passa novamente a peça pela desempenadeira para planificar a superfície
que foi trabalhada na serra de fita, como é mostrado na figura 28.
Figura 28 - Desempenamento do braço Fonte: Elaborado pelos autores
38
Operação 6: Desengrossamento da madeira
Cada tira de madeira é trabalhada em uma máquina denominada
desengrossadeira para obter a espessura final, conforme figura 29. Esse
equipamento efetua a raspagem da superfície com controle dimensional preciso.
Figura 29- Desengrossamento da madeira Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 7: Refinamento do contorno do braço
Utilizando pregos e martelo, o operador fixa o gabarito no braço conforme
figura 30.
39
Figura 30 - Fixação do gabarito no braço Fonte: Elaborado pelos autores
Em seguida, ele monta na tupia inferior um conjunto composto por uma fresa
e um anel limitador, que impede o contato entre a ferramenta e o gabarito.
O operador manuseia, então, a peça fixada no gabarito de forma a refinar o
excesso de material conforme figura 31, obtendo o formato final do contorno do
braço. Na seqüência, remove-se o gabarito da peça, como é mostrado na figura 32.
Figura 31 - Usinagem do contorno do braço Fonte: Elaborado pelos autores
40
Figura 32 - Remoção do gabarito Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 8: Usinagem do headstock
Substitui-se a fresa da tupia inferior pela serra circular, remove-se o anel
limitador, a altura da ferramenta é regulada com o auxílio de um paquímetro e então
usina-se o rebaixo do headstock como mostrado na figura 33. Em seguida, o
operador posiciona o rasgo efetuado na fita da serra e remove o excesso de material
de acordo com a figura 34.
Figura 33 - Usinagem do rebaixo do headstock Fonte: Elaborado pelos autores
41
Figura 34 - Remoção do excesso de material no headstock Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 9: Arredondamento do chanfro do headstock
O braço é fixado em um novo gabarito para arredondar o rebaixo do
headstock, utilizando um grampo de marcenaria. Substitui-se então a serra circular
da tupia por uma fresa e posiciona-se novamente o anel limitador. O operador
manuseia o gabarito contra a fresa conforme figura 35, obtendo o formato
arredondado desejado.
Figura 35 - Arredondamento do chanfro do Headstock Fonte: Elaborado pelos autores
42
Operação 10: Usinagem do canal do tensor
O braço é fixado por pressão no gabarito, o tensor é posicionado sobre a
peça e marcam-se as suas extremidades na madeira utilizando um marcador. Na
seqüência, o conjunto é posicionado no pino guia da tupia superior por meio do
canal no gabarito (figura 38) e o canal do tensor é usinado conforme figura 36.
Figura 36 - Canal guia do gabarito para usinagem do canal tensor Fonte: Elaborado pelos autores
43
Figura 37 - Usinagem do canal do tensor Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 11: Usinagem do furo do tensor
O furo para encaixe da ponta do tensor é usinado na furadeira manual
conforme figura 38.
44
Figura 38 – Usinagem do furo para encaixe do tensor Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 12: Montagem do tensor no braço
Monta-se o tensor no braço manualmente, como mostrado na figura 39.
Figura 39 - Montagem do tensor Fonte: Elaborado pelos autores
45
Operação 13: Usinagem da escala
Após selecionar a madeira, o operador marca o contorno da escala na
madeira utilizando o próprio braço como gabarito conforme figura 40.
Figura 40 - Marcação do contorno da escala na madeira Fonte: Elaborado pelos autores
Na seqüência, corta-se a chapa em tiras mais finas para usinagem da escala
como é mostrado na figura 41. Uma dessas tiras é passada novamente pela serra
de fita, obtendo-se o formato aproximado da escala (figura 42). Assim como no
braço, deixa-se um sobre material no contorno.
Figura 41 - Divisão da chapa de madeira para confecção da escala Fonte: Elaborado pelos autores
46
Figura 42 - Corte da madeira no formato da escala Fonte: Elaborado pelos autores
O operador passa a escala pela desempenadeira e, em seguida, utiliza a
tupia superior para usinar toda a superfície da chapa de forma que ela fique com
espessura próxima da final conforme figura 43.
Figura 43 - Redução da espessura da escala Fonte: Elaborado pelos autores
47
Operação 14 – Colagem da escala
O operador passa cola de madeira no braço, posiciona a escala e fixa o
conjunto utilizando grampos de marcenaria conforme figura 44, para garantir a
melhor aderência. A secagem da cola leva 6 horas.
Figura 44 - Colagem da escala Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 15: Formatação da escala
Utilizando o próprio braço como um gabarito, o operador manuseia a peça
contra a fresa na tupia inferior de forma que a escala fique com a mesma largura do
braço conforme figura 45. Repete-se então o processo de arredondamento do
rebaixo do headstock para a escala recém-colada como mostrado na figura 46.
48
Figura 45 - Formatação da escala Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 46 - Arredondamento do rebaixo do headstock para a escala Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 16: Usinagem dos canais dos trastes
Os rasgos para colocação dos trastes são usinados no traçador horizontal
utilizando outro gabarito conforme figura 47.
49
Figura 47 - Usinagem dos canais dos trastes Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 17: Lixamento da escala
A escala é trabalhada na lixadeira de forma a remover rebarbas provenientes
do corte dos trastes e planificar a superfície conforme figura 48.
Figura 48 - Remoção de rebarbas e planificação da superfície da escala Fonte: Elaborado pelos autores
50
Operação 18: Usinagem do shape
Em seguida, o operador fixa o braço em um gabarito e usina o shape do
braço utilizando uma ferramenta especial na tupia inferior conforme figura 49.
Propositalmente, deixa-se um sobrematerial.
Figura 49 - Usinagem do shape Fonte: Elaborado pelos autores
51
Operação 19: Traçagem das marcações e tarraxas
Traça-se a furação das marcações e das tarraxas utilizando paquímetro,
esquadro e lápis.
Figura 50 - Traçagem da posição das marcações Fonte: Elaborado pelos autores
c
Figura 51 - Traçagem da posição das marcações Fonte: Elaborado pelos autores
52
Operação 20: Furação para tarraxas e marcações
Após a marcação do braço e do headstock, efetua-se a furação para
colocação das marcações conforme figura 52, troca-se a ferramenta, e então são
feitos os furos para montagem das tarraxas como mostrado na figura 53, ambos na
furadeira de bancada.
Figura 52 - Furação para colocação das marcações Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 53 - Furação para montagem das tarraxas Fonte: Elaborado pelos autores
53
Operação 21: Arredondamento do shape
Na seqüência, o operador fixa o braço com o shape voltado para cima em
uma morsa. Utiliza-se uma grosa manual para aproximar o formato final do shape
conforme figura 54, e, posteriormente, uma lixa fina para dar o acabamento como é
mostrado na figura 55.
Figura 54 - Arredondamento do shape com lima Fonte: Elaborado pelos autores
54
Figura 55 - Acabamento do shape com lixa fina Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 22: Montagem das marcações
Na seqüência, montam-se as marcações nos furos utilizando um martelo
conforme figura 56.
Figura 56 - Montagem das marcações Fonte: Elaborado pelos autores
55
Operação 23: Nivelamento das marcações
Utilizando uma lixa fixa a um suporte, lixa-se a superfície da escala de forma
a nivelar as marcações conforme figura 57.
Figura 57 - Nivelamento das marcações Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 24: Fixação dos trastes na escala
Com o auxilio de um martelo fixa-se, um a um, os trastes na escala conforme
figura 58. Na seqüência, o operador utiliza um alicate para cortar o traste na largura
da escala, como mostrado na figura 59.
56
Figura 58 - Fixação dos trastes na escala Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 59 - Corte dos trastes Fonte: Elaborado pelos autores
57
Operação 25: Lixamento dos trastes
Do mesmo modo como são lixadas as marcações, lixa-se os trastes para
nivelamento da altura e largura conforme figura 60.
Figura 60 - Lixamento dos trastes Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 26: Montagem das marcações laterais do braço
Utilizando uma furadeira manual, o operador efetua furações na lateral do braço
conforme figura 61. Em seguida, ele fixa o braço na morsa, monta as marcações
laterais com o auxílio de um alicate e regula a altura das mesmas utilizando um
martelo.
58
Figura 61 - Furação para montagem das marcações laterais Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 62 - Montagem das marcações laterais Fonte: Elaborado pelos autores
59
Operação 27: Nivelamento das marcações laterais do braço
O operador nivela as marcações laterais manualmente com o auxílio de uma
lixa fina conforme figura 63.
Figura 63 - Nivelamento das marcações laterais do braço Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 28: Acabamento do braço
O operador deixa o adesivo com o logotipo submerso em um recipiente com
água por cerca de 3 minutos. Em seguida, ele posiciona o adesivo sobre o
headstock e retira a proteção da cola, fixando-o na posição adequada conforme
figura 64. Para uniformizar a coloração do headstock, molha-se toda a sua superfície
utilizando algodão e água.
Na seqüência, o operador prepara a pistola de pintura, colocando no reservatório
uma mistura de verniz de poliuretano brilhante e água, liga a cabine de pintura com
cortina d’água e enverniza todo o braço como é mostrado na figura 65, com o intuito
de dar brilho e impermeabilizar a madeira.
Após a secagem do verniz, que leva cerca de 3 horas, obtêm-se o braço da
guitarra finalizado.
60
Figura 64 - Fixação do logotipo no headstock Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 65 - Envernizamento do braço Fonte: Elaborado pelos autores
61
2.4 Análise Geral
Segundo dados fornecidos pela “Empresa M”, para uma produção mensal de
15 guitarras, o custo médio total de fabricação e apresentado na tabela abaixo:
Tabela 2 – Plano de marketing
Corpo Braço Montagem Peças Pintura Custo médio total
Custo (un) R$ 165,56 R$ 131,59 R$ 45,27 R$ 36,00 R$ 200,00 R$ 1.178,42
Preço de venda R$ 3.500,00
Lucro R$ 2.321,58
O preço médio de venda de um instrumento musical nesta empresa é de
R$3.500,00, tendo então um lucro médio de R$2.321,58.
Apesar de ser uma empresa conceituada entre os músicos profissionais
devido ao seu alto padrão de qualidade, grande parcela dos músicos amadores
ainda não conhecem seus produtos, e dentre os que conhecem muitos não podem
adquirir um produto devido ao valor de venda e com as formas de pagamento
ofertadas.
É notada também uma deficiência no plano de marketing, que na realidade é
praticamente inexistente e sempre alterado sem nenhuma análise prévia ou
fundamentada em pesquisas de mercado.
Tendo em vista o processo encontrado nesta empresa case, foram
observados diversos pontos de possíveis melhorias, como fator principal o
rendimento efetivo de seus funcionários, que atualmente fabricam em torno de oito a
dez instrumentos musicais por mês, totalizando muitas horas improdutivas.
62
3. PLANO DE NEGÓCIO
3.1 Resumo Executivo
Como definido na parte introdutória, será proposta a criação de uma fábrica
de instrumentos musicais com foco na produção de guitarras elétricas. O objetivo
principal da empresa é produzir guitarras de alto padrão de qualidade, baseadas no
projeto da Fender Stratocaster, conforme anexos A e B e vende-las tanto para
lojistas, como para consumidores finais a preços justos e competitivos comparados
com a concorrência nacional e importados.
A idéia de criação desta fábrica vem do crescente aumento do mercado
consumidor no segmento, aliado ao aumento do poder de compra, juntamente com a
falta de qualidade encontrada nos instrumentos nacionais, alto custo dos
instrumentos importados e principalmente pela ineficiência produtiva e
organizacional da concorrência, nos dando uma vantagem estratégica e uma
posição de destaque no mercado.
Para viabilizar a produção, a empresa trabalhará como micro empresa no
regime de sistema de tributação simplificada, o Simples Nacional e o ramo de
atividade será o de artesanato de instrumentos musicais.
Pode-se visualizar no Apêndice A uma proposta de contrato social, para
trabalhar no regime de tributação simplificado, no ramo de artesanato de
instrumentos musicais.
63
3.2 Análise de Mercado
Segundo Synésio Batista da Costa (2011), 4presidente da Associação
Brasileira da Música (Abemúsica), a retomada da disciplina de música nas salas de
aula é um dos motivos para o bom momento do mercado de instrumentos musicais.
A norma de agosto de 2008, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB), diz que a música deve ser lecionada junto ao ensino de artes nas escolas.
De acordo com dados da Abemúsica, o setor de instrumentos musicais deve
fechar 2012 com crescimento de 11%. Em 2011, o mercado teve um índice de 9%
de avanço em relação a 2010. A feira do setor, Expomusic, realizada em setembro
na cidade São Paulo, gerou R$ 250 milhões em negócios.
Para Synésio, outro ponto que serviu como alavanca para o mercado foi o
número de alunos matriculados em escolas livres de música, que chega a 4 milhões
de pessoas em todo o país. Segundo a associação, os principais públicos que
consomem instrumentos musicais são os músicos e fãs de rock, os evangélicos e os
músicos e fãs de pagode.
Apesar de o setor industrial ser dominado por empresas internacionais - 90%
dos produtos são fabricados no exterior e 10% são de fabricação nacional -, o
presidente da associação afirma que há muito espaço para as pequenas e médias
empresas (PMEs). "Na indústria, há muitas oportunidades para os fabricantes de
acessórios, como baquetas. Mas o varejo é que mais sofre com a carência de
empreendedores. Nós estamos incentivando a vinda de novas empresas para esse
mercado", diz.
No total, há 1,5 mil pontos de vendas em todo o País. Segundo Synésio, 1,2
mil são de pequenos e médios empresários e o setor é receptivo a esse perfil de
empresa. "Aqui, não temos nenhuma megastore de instrumentos musicais", pontua.
4http://economia.terra.com.br/mercado-de-instrumentos-musicais-pretende-crescer-
11,f87877561f66b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html – acessado em 11/02/2013
64
O primeiro requesito para entrar no mercado é gostar de música. "Se o
empreendedor que estiver interessado em montar um negócio no setor não tiver
muito interesse por música, dificilmente o negócio vai dar certo. Ele tem que ter
afinidade", explica. Além disso, o presidente da associação afirma que é necessário
ter paciência e persistência. "O empreendedor vai fazer uma 'gestão de ansiedade'.
Não é um negócio que vai dar retorno da noite para o dia", alerta. "Gostando de
música, tendo paciência e persistência, o negócio vai dar certo. Tem espaço para
muitos empreendedores. O setor pede por isso."
3.3 Análise da Concorrência
Segundo a pesquisa “Top of Mind” 2010/2011 encomendada pela revista
Musica & Mercado e realizada pelo instituto Datafolha com o intuito de coletar as
marcas mais lembradas pelos consumidores no segmento de instrumentos musicais,
quando falamos de guitarra, o consumidor lembra de duas principais marcas, a
Fender e a Tagima, conforme tabela abaixo:
Tabela 3 - Marcas Top of Mind
Alto-falantes Selenium
Amplificadoes para guitarras e baixo Meteoro
Baterias RMV
Cabos Santo Angelo
Contrabaixo Condor, Yamaha, Fender e Tagima
Cordas Dáddario
Guitarra Fender e Tagima
Mesa de som Behringer, Ciclotron e Yamaha
Microfones Shure
Pedal de efeito Boss
Pele para bateria Evans, Remo e RMV
Pratos de bateria Octagon, Orion e Sabian
Sopro Weril e Yamaha
Violão Giannini, Takamine e Tagima Fonte: www.musicaemercado.com.br
65
Na rede social Facebook, em maio de 2013, a página oficial da Tagima
possuía cerca de 40 mil seguidores, enquanto a página oficial da Fender USA,
possuía cerca de 1,3 milhões de seguidores enquanto a página oficial da Fender
Brasil estava na casa dos 23 mil seguidores. Isto demonstra a força destas marcas
no mercado nacional e internacional e o potencial mercado consumidor do
segmento. Na mesma rede social, a página dedicada ao modelo Stratocaster possuí
cerca de 110 mil membros, mostrando a aceitação do produto neste segmento de
instrumentos musicais.
Para o modelo de guitarra estudado, - modelo Stratocaster - o mercado
comporta justamente estas duas marcas como principais concorrentes, a Fender,
uma marca americana, conceituada, tradicional e muito procurada por músicos
profissionais e amadores do mundo inteiro e a Tagima, uma marca nacional de
qualidade mediana, porém com preço competitivo para o mercado nacional.
Ambas possuem duas linhas de produtos, A e B, sendo a linha A de melhor
qualidade e a linha B produzida na China.
Posteriormente a análise de custos será detalhada. Foi realizado um
levantamento de preços e uma pesquisa em redes sociais que avalia a qualidade
dentre os modelos da concorrência, onde 50 guitarristas responderam com o
objetivo de avaliar a qualidade das peças, da madeira, de construção e acabamento
dos instrumentos encontrados no mercado com notas de 1 a 5, gerando a tabela
abaixo:
Tabela 4 – Comparação com a concorrência
Fonte: Elaborado pelos autores
Tagima A Tagima B Fender A Fender B
Preço R$ 1.800,00 R$ 900,00 R$ 5.100,00 R$ 1.900,00 R$ 2.161,48
Peças 3,3 1,8 4,1 2,4 4
Madeira 2,8 2,2 4,4 2,5 5
Construção 3,1 2,4 4,5 3,0 5
Acabamento 2,9 2,1 4,5 2,8 5
Nota Final 3,0 2,1 4,4 2,7 4,8
Preço/ Ponto R$ 595,49 R$ 425,81 R$ 1.168,75 R$ 708,47 R$ 455,05
Guitarras Concorrência Guitarra
Proposta
66
Segundo tabela acima, a nota final é a média das notas encontradas na
pesquisa, o preço por ponto é a razão do preço de mercado com a pontuação obtida
e a coluna da guitarra proposta mostra a qualidade que encontraremos em nosso
produto e seu preço para varejo.
Com a analise demonstrada acima, chegou-se à algumas conclusões:
Em qualidade e preço a guitarra da marca Tagima de qualidade A se
equipara com a guitarra de marca Fender de qualidade B;
A guitarra da marca Fender de qualidade A não tem concorrentes em
matéria de qualidade, mas o preço é o menos competitivo;
A guitarra proposta se equipara em qualidade com a Fender A;
A guitarra proposta só perde em custo benefício (preço por pontuação)
para a guitarra Tagima B, porém com mais que o dobro de qualidade.
Este entendimento da concorrência leva a crer que o produto proposto estará
bem posicionado no mercado, buscando atingir um público seleto que procura uma
guitarra de qualidade, buscando também um preço justo. Isto mostra que o estudo
está direcionado e que há realmente uma grande fatia do mercado, que seriam os
clientes que buscam a qualidade da guitarra Fender de qualidade A, porém só
podem investir um valor similar ao da guitarra Tagima de qualidade A.
3.4 Plano de Marketing
Tendo em vista as análises anteriores, o plano de marketing que será
utilizado tem como objetivo, a colocação da marca no mercado com preço
competitivo em relação à concorrência e com crescimento de vendas de 10% ao
trimestre até atingir a produção de 100 instrumentos mensais. Ao atingir-se esta
marca, significa que um novo plano deverá ser elaborado.
Este plano prevê um investimento inicial de R$12.000 dedicados a criação
visual da marca, incluindo logotipos para suas linhas de produtos, layout e criação
de web site com e-commerce.
67
Outro investimento inicial de R$8.000 será dedicado à contratação de dois
músicos profissionais e conceituados para utilizar guitarras modelos em seus
trabalhos rotineiros, visando visualização constante e credibilidade da marca.
Prevê-se também um investimento mensal de R$3.500, sendo R$1.000 para
criação e manutenção de uma página profissional no facebook ® com atualização de
três vezes por semana, R$500 para manutenção de conteúdo e suporte do web site,
R$600 para anúncio mensal em uma revista digital e R$1.000 para anúncio
bimestral em uma revista convencional. Ambas as revistas são bem conceituadas e
conhecidas no segmento de instrumentos musicais.
Outro importante investimento que será considerado, é a feira da música.
Esta feira tem a importância de apresentar novidades para o mercado e consolidar a
marca, já que somente as grandes empresas do segmento são capazes de expor.
Compradores procuram fornecedores, contatos são criados negócios futuros e
perspectivas são apresentadas e até mesmo alguns contratos podem ser firmados
neste importante evento que acontece todo mês de setembro em São Paulo.
Foi levantado também, todos os custos anuais para expor na feira da música
e chegou-se ao valor de R$100.000,00. Neste valor, estão inclusos o aluguel do
espaço, stand com local de exposição e de apresentação, sala de reunião, serviço
de Buffet e cachê para os músicos contratados e convidados.
A tabela abaixo resume o investimento proposto no plano de marketing:
Tabela 5 – Plano de marketing
Fonte: Elaborado pelos autores
Inicial Mensal Anual Total
Identidade visual e criação do e-commerce R$ 12.000,00
Contratação de Músicos R$ 8.000,00
Criação e manutenção Facebook R$ 1.000,00
Suporte e-commerce R$ 500,00
Anúncio Revista digital R$ 600,00
Anúncio Revista convencional R$ 1.000,00
Feira da Música ano 1 R$ 100.000,00
Feira da Música ano 2 R$ 100.000,00
Feira da Música ano 3 R$ 100.000,00
Feira da Música ano 4 R$ 100.000,00
Total R$ 20.000,00 R$ 3.100,00 R$ 400.000,00 R$ 423.100,00
68
3.5 Localização Proposta
Pensando no grande centro comercial de instrumentos musicais, na
quantidade significativa de escolas de músicas, bandas e eventos, a cidade de São
Paulo é o local mais adequado para o empreendimento.
Dentro da cidade de São Paulo, o local mais adequado é a Zona Sul, nas
proximidades do aeroporto de congonhas, segundo dados da “Empresa M”, 90% dos
pedidos provenientes de outro estado o cliente opta pelo frete aéreo.
Esta região também é contemplada pelo complexo viário Anchieta, Imigrantes
e o Anel Viário, facilitando possível exportação marítima e facilitando transporte
terrestre para a baixada santista e interior paulista.
Levantamento realizado na região nos mostrou uma média de R$2.500 para
aluguel de um galpão fabril adequado para a produção estimada.
3.6 Necessidade Pessoal
3.6.1 Quadro de Funcionários
Para uma produção estimada de 100 guitarras mensais, necessitaremos do
seguinte quadro de funcionários:
Tabela 6 – Quadro de funcionários
Qtde. Cargo Descrição de atividades
1 Ajudante A Ajuda geral na marcenaria e montagem
1 Marceneiro 1 X Processos de fabricação e acabamento 1 Marceneiro 2 Y Processos de fabricação, acabamento, supervisionar e controlar qualidade
1 Pintor P Pintura e polimento 2 Montador M Montagem e regulagem dos instrumentos
1 Secretária ADM Atendimento ao público e serviços administrativos
Fonte: Elaborado pelos autores
69
3.6.2 Encargos e Salários
Segundo Zanluca (2011), para o cálculo dos custos da mão de obra é
necessário determinar quais as incidências sociais (INSS, FGTS normal e
FGTS/Rescisão) e trabalhistas (Provisões de Férias, 13º salário e descanso
Semanal Remunerado - DSR) sobre os valores das remunerações pagas.
A metodologia do cálculo do DSR é o padrão anualizado para jornada de
trabalho de 44 horas semanais (1 dia por semana, equivalente a 1/6 da
remuneração para 52 semanas no ano, divididos por 12 meses).
O aviso prévio (indenizado) não está incluso nas planilhas de cálculo
apresentadas, porque para se calcular o valor exato (ou estimado) é necessário
saber qual o "índice de rotatividade" da empresa.
Quanto ao auxílio-doença, é a mesma sistemática, ou seja, é necessário que
cada empresa saiba quantos dias/ano/empregado foram pagos, para calcular,
estatisticamente, qual a sua previsão mensal.
Para Empresas cadastradas no regime de tributação simplificado, o quadro de
encargos segue a tabela abaixo:
Tabela 7 – Encargos e salários
Encargos Sociais e Trabalhistas
Encargos Trabalhistas
13º Salário 8,33%
Férias 11,11%
Encargos Sociais
INSS 0,00%
FGTS 8,00%
FGTS/Provisão de Multa para Rescisão 4,00%
Previdenciário s/13º e Férias 2,33%
SOMA BÁSICO 33,78%
Fonte: Júlio César Zanluca
70
Neste caso, a empresa retém 9% do salário do funcionário para o INSS e
contribuí com 8% para o FGTS.
Sobre um salário de mensalista de R$ 1.800,00, uma empresa optante
pelo Simples Nacional terá um custo mínimo de encargos de R$ 607,86, totalizando
o custo de mão de obra para este salário de R$ 2.407,86 (R$1.800,00 + 33,78%). O
funcionário por sua vez receberá R$1.638,00 (R$1.800 – 9%).
Segundo esta tabela tributária, foi definido o custo fixo mensal empregado na
folha de pagamento:
Tabela 8 – Custos por hora
Fonte: Elaborado pelos autores
Além destes custos, foi considerado também um valor de R$2.310 mensais
para compra de almoço e café para os funcionários e também um valor de R$93,83
de contribuição sindical, totalizando uma despesa mensal de R$14.443,83 com mão
de obra.
Qtde. Salário Encargos Total Custo p/ hora
1 Ajudante A R$ 800,00 R$ 270,22 R$ 1.070,22 R$ 5,53
1 Marceneiro 1 X R$ 1.400,00 R$ 472,89 R$ 1.872,89 R$ 9,67
1 Marceneiro 2 Y R$ 1.800,00 R$ 608,00 R$ 2.408,00 R$ 12,44
1 Pintor P R$ 1.400,00 R$ 472,89 R$ 1.872,89 R$ 9,67
2 Montador M R$ 1.200,00 R$ 405,33 R$ 3.210,67 R$ 8,29
1 Secretária ADM R$ 1.200,00 R$ 405,33 R$ 1.605,33
Total R$ 12.040,00
Cargo
71
Equipamento de Proteção Individual - EPI
Segundo o quadro de funcionários e a periculosidade no processo, serão
necessários os seguintes EPIs:
Tabela 9 – Equipamentos de proteção individual
Fonte: Elaborado pelos autores
3.7 Análise Operacional
3.7.1 Processos operacionais
Neste capítulo, será descrito sucintamente o processo de fabricação proposto
para fabricação da guitarra.
Abaixo um resumo das atividades e seus setores:
Tabela 10 – Organograma de processos.
Fonte: Elaborado pelos autores
EPI Quantidade Quem Usa Custo Total
Bota de segurança com biqueira de aço 6 Todos Fábrica R$ 50,00 R$ 300,00
Jaleco 6 Todos Fábrica R$ 30,00 R$ 180,00
Avental 1 Pintor R$ 30,00 R$ 30,00
Máscara 1 Pintor R$ 20,00 R$ 20,00
Óculos de segurança 7 Todos R$ 3,00 R$ 21,00
Protetor auricular 7 Todos R$ 3,00 R$ 21,00
Luva 6 Todos Fábrica R$ 3,00 R$ 18,00
Total R$ 590,00
72
O modelo de fabricação proposto terá como principal alteração a inclusão de
uma fresa CNC para usinagem de madeiras. Com isso pretende-se reduzir o tempo
de fabricação podendo ser produzida até 138 guitarras por mês sem o acréscimo de
horas extras.
Propõe-se a utilização de uma máquina CNC de 3 eixos com mesa de
dimensões 1250mm x 1250mm x 140mm e software integrado, mostrada na figura
66, para reduzir etapas do processo atual, visando economia financeira, agilidade no
processo e melhoria na qualidade do produto final.
Figura 66 - MovtecH Gantry Router 1250 Pro Fonte: MovtecH Tecnologia
73
3.7.2 Fabricação do Corpo
O processo de fabricação do corpo segue a folha de processos abaixo:
Tabela 11 – Folha de processos do corpo
Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 1 – Seleção, colagem e secagem da madeira para o corpo
O processo inicia-se no momento do recebimento da ordem de serviço. Nessa
etapa, seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada para a fabricação do
corpo, a mesma será colada, prensada e será aguardado o tempo de cura da cola.
O processo de colagem é necessário somente se as dimensões do blanque não
forem adequadas à fabricação da guitarra.
SEQ
.
OP
ERA
ÇÃ
O
ATIVIDADE TEM
PO
PA
DR
ÃO
(M
IN)
FUN
CIO
NÁ
RIO
1 SELEÇÃO E COLAGEM DA MADEIRA 10 A
2 SECAMENTO 360 -
3 SETUP INICIAL 4 Y
4 USINAGEM DIANTEIRA 1 8 Y
5 TROCA DE FERRAMENTA 4 Y
6 USINAGEM DIANTEIRA 2 2 Y
7 INVERSÃO DO CORPO E SETUP 5 Y
8 USINAGEM TRASEIRA 1 3 Y
9 TROCA DE FERRAMENTA 4 Y
10 USINAGEM TRASEIRA 2 2 Y
11 4 ACABAMENTO MANUAL 60 X
12 APLICAÇÃO RESINA DE FUNDO 10 P
13 SECAMENTO 30 -
14 ISOLAMENTO 20 P
15 PINTURA 10 P
16 SECAMENTO 30 -
17 VERNIZ 10 P
18 SECAMENTO 30 -
19 6 POLIMENTO 10 P
3
5
2
1
FOLHA DE PROCESSO CORPO
74
Operação 2: Usinagem dianteira
Nesta operação, é usinada por completo a parte dianteira da guitarra, onde estão
inclusos trocas de ferramentas.
Operação 3: Usinagem traseira
Nesta operação, é usinada por completo a parte traseira da guitarra, onde
estão inclusos trocas de ferramentas.
Operação 4: Acabamento manual
Após usinado por completo, o corpo da guitarra passa pelo processo de
acabamento manual, que consiste na eliminação de rebarbas e remoção de
imperfeições. É uma etapa extremamente importante para a qualidade final do
produto, pois o processo de pintura exige uma superfície lisa com baixíssima
rugosidade.
Operação 5: Pintura
Este processo exige uma câmara limpa e livre de partículas no ar, que possa
contaminar a tinta e comprometer a qualidade do instrumento. A operação é
composta pelos processos de aplicação de resina de fundo, Isolamentos das áreas
não pintadas, aplicação do corante, aplicação do verniz e secagem.
Operação 6: Polimento
Esta operação é a mais importante para o visual do instrumento musical, pois
um instrumento bem acabado, deve ter um brilho específico e reflexo. O cuidado
nesta operação é extremamente alto, visto que qualquer falha pode comprometer a
pintura da guitarra causando o retrabalho completo da operação anterior.
75
3.7.3 Fabricação do Braço
O processo de fabricação do braço segue a folha de processos abaixo:
Tabela 12 – Folha de processos do braço
Fonte: Elaborado pelos autores
SEQ
.
OPE
RAÇÃ
O
ATIVIDADE TEM
PO P
AD
RÃO
(MIN
)
FUN
CIO
NÁ
RIO
1 1 SELEÇÃO DA MADEIRA 10 A
2 DESEMPENAR BLANQUE 1 A
3 DIVIDIR BLANQUE EM DOIS DE 3CM 1 A
4 SETUP BRAÇO INICIAL 4 Y
5 FORMATAÇÃO DO BRAÇO E FURAÇÃO DO TENSOR 10 Y
6 FURAÇÃO DA PASSAGEM DO TENSOR 1 A
7 MONTAGEM DO TENSOR 1 A
8 SELEÇÃO DA MADEIRA DA ESCALA 1 A
9 CORTE DA MADEIRA DA ESCALA 1 A
10 DESEMPENAR MADEIRA DA ESCALA 1 A
11 COLAGEM DA ESCALA 5 A
12 SECAMENTO 360 -
13 SETUP BRAÇO 2 4 Y
14 USINAGEM DO REBAIXO DO HEADSTOCK, ESCALA E FURAÇÕES 5 Y
15 7 USINAGEM DOS CANAIS DOS TRASTES 8 Y
16 SETUP BRAÇO FINAL 4 Y
17 USINAGEM DO SHAPE 10 Y
18 9 LIXAMENTO MANUAL 15 A
19 MONTAGEM DAS MARCAÇÕES 5 A
20 NIVELAMENTO DAS MARCAÇÕES 5 A
21 MONTAGEM DOS TRASTES 10 X
22 LIXAMENTO DOS TRASTES 8 X
23 MONTAGEM DAS MARCAÇÕES LATERAIS 3 X
24 NIVELAMENTO DAS MARCAÇÕES LATERAIS 2 X
25 ADESIVAR HEADSTOCK 4 P
26 PINTURA DO BRAÇO 10 P
27 SECAMENTO 30 -
28 POLIMENTO 10 P
FOLHA DE PROCESSO BRAÇO
10
11
12
13
2
3
4
6
8
5
76
Operação 1 – Seleção da madeira
O processo inicia-se no momento do recebimento da ordem de serviço. Nessa
etapa, seleciona-se a chapa de madeira que será utilizada para a fabricação do
braço.
Operação 2: Desempeno e divisão da madeira
A placa de madeira é trabalhada na desempenadeira com o objetivo de
planificar a superfície. As mesmas são fornecidas em toras de 20cm de largura por
6cm de espessura. O operador divide a tora em duas chapas com 3cm de espessura
na serra de fita, sendo que cada uma delas resulta em uma chapa com um lado
desempenado e outro irregular.
Operação 3: Formatação braço e furação para o tensor
O operador posiciona as duas chapas de madeira na fresadora CNC com o
lado irregular voltado para cima, seleciona o programa adequado e inicia a
usinagem. Nessa etapa, o equipamento efetua um ciclo que resulta em 4 braços
com contorno definido e com o canal do tensor usinado.
Operação 4: Furação da passagem e montagem do tensor
O operador faz a furação para passagem do tensor utilizando uma furadeira
manual. Na sequencia, monta-se o tensor no braço.
Operação 5: Processos da escala
Após selecionar a madeira, o operador corta a chapa em tiras mais finas para
usinagem da escala na serra de fita vertical e passa um dos lados da tira pela
desempenadeira. Em seguida, cola-se a tira de madeira sobre o braço. A secagem
leva no mínimo 6 horas.
77
Operação 6: Usinagem da escala e rebaixo do headstock
O operador posiciona os braços na fresadora CNC com a escala voltada para
cima, seleciona o programa adequado e inicia a usinagem. Nessa etapa, o
equipamento efetua um ciclo que dá o formato final da escala, usina o rebaixo do
headstock e faz as furações para montagem das marcações e das tarraxas.
Operação 7: Usinagem dos canais dos trastes
Os rasgos para colocação dos trastes são usinados no traçador horizontal
com o auxílio de um gabarito.
Operação 8: Usinagem do shape
Nessa etapa, o braço é posicionado com a escala voltada para baixo e o
equipamento CNC efetua um ciclo que formata o shape.
Operação 9: Lixamento manual do braço
O operador lixa manualmente todo o braço utilizando uma lixa fina com o
objetivo de homogeneizar a superfície da madeira para o processo de revestimento.
Operação 10: Montagem e nivelamento das marcações
Montam-se as marcações, fixando-as nas furações com auxílio de um
martelo. Utilizando uma lixa fixa a um suporte, lixa-se a superfície da escala de
forma a nivelar as marcações.
Operação 11: Fixação e lixamento dos trastes na escala
Com o auxilio de um martelo fixa-se, um a um, os trastes na escala. Na
sequencia, o operador utiliza um alicate para cortar o traste na largura da escala. Do
78
mesmo modo como são lixadas as marcações, lixa-se os trastes para nivelamento
da altura e largura dos mesmos.
Operação 12: Montagem e nivelamento das marcações laterais do braço
Utilizando uma furadeira manual, o operador efetua furações na lateral do
braço. Em seguida, ele fixa o braço na morsa, monta as marcações laterais com o
auxílio de um alicate e regula a altura das mesmas utilizando um martelo. O
operador nivela as marcações laterais manualmente com o auxílio de uma lixa fina.
Operação 13: Envernizamento e finalização do braço.
O operador deixa o adesivo com o logotipo submerso em um recipiente com
água por cerca de 3 minutos. Em seguida, ele posiciona o adesivo sobre o
headstock e retira a proteção da cola, fixando-o na posição adequada. Para
uniformizar a coloração do headstock, molha-se toda a sua superfície utilizando
algodão e água.
Na sequencia, o operador prepara a pistola de pintura, colocando no
reservatório uma mistura de verniz de poliuretano brilhante e água, liga a cabine de
pintura com cortina d’água e enverniza todo o braço, com o intuito de dar brilho e
impermeabilizar a madeira. Após a secagem do verniz, que leva cerca de 3 horas há
o processo de polimento semelhante ao do corpo e obtêm-se o braço da guitarra
finalizado.
79
3.7.4 Montagem Final
O processo de fabricação da montagem segue a folha de processos abaixo:
Tabela 13 – Folha de processos da montagem
Fonte: Elaborado pelos autores
Operação 1: Instalação das tarraxas
Selecionam-se as tarraxas que serão utilizadas e parafusa-se no braço
Operação 2: Parafusamento do braço no corpo
Nesta etapa, com o corpo e o braço finalizado em mãos, o montador utiliza
uma parafusadeira automática para fixar as duas peças dando forma a guitarra.
SEQ
.
OP
ERA
ÇÃ
O
ATIVIDADE TEM
PO
PA
DR
ÃO
(M
IN)
FUN
CIO
NÁ
RIO
1 1 Instalação Tarraxas 10 A
2 2 Parafusamento do braço no corpo 15 A
3 3 Instalação Ponte 30 M
4 4 Instalação Circuíto elétrico, captadores, escudos e botões 60 M
5 5 Instalação Pino de Correia 2 M
6 6 Instalação do encordoamento 10 M
7 7 Regulagem e testes 20 M
8 8 Revisão dos trastes 20 M
9 9 Regulagem e testes Finais 20 M
FOLHA DE PROCESSO MONTAGEM
80
Operação 3: Instalação da ponte
Nesta operação, o montador utiliza um gabarito para marcação do local da
furação, com a furadeira manual e com a parafusadeira automática, efetua a
instalação da ponte.
Operação 4: Parte elétrica:
Nesta operação, o montador fixa a parte elétrica no escudo e em seguida fixa
o escudo na guitarra.
Operação 5: Instalação do pino da correia:
Nesta operação, seleciona-se o pino de correia compatível com a cor da
ponte e da tarraxa e fixa-se na guitarra utilizando uma parafusadeira automática.
Operação 6: Instalação do encordoamento:
O encordoamento é instalado na guitarra de modo que fique pré-tensionado.
Operação 7: Regulagem e testes:
Nesta operação é feita a regulagem da ponte e do tensor, afina-se segundo
os timbres padrão da guitarra e verifica-se a parte elétrica e efetuam-se testes
práticos.
Operação 8: Revisão dos trastes:
Na operação da regulagem, fatalmente encontra-se imperfeições nos trastes
que devem ser lixados e revisados.
81
Operação 9: Regulagem e testes finais:
Uma guitarra depois de pronta, regulada e revisada, deve ficar armazenada
por pelo menos um dia para estabilizar as peças. Depois deste período, regula-se
tudo novamente e embala-se para entrega.
3.7.5 Maquinário e Ferramental
Segundo levantamento realizado na “Empresa M”, o estudo de processo
proposto e uma análise de preços de mercado, necessitaremos na nossa fábrica o
seguinte maquinário:
Tabela 14 – Maquinário.
Fonte: Elaborado pelos autores
Máquina Preço Total
CNC Movitech R$ 25.000,00
Desengrossadeira R$ 8.000,00
Cabine de pintura R$ 5.000,00
Tupia Inferior R$ 5.000,00
Tupia Superior R$ 5.000,00
Desempenadeira R$ 4.500,00
Serra de Fita R$ 4.500,00
Compressor R$ 3.000,00
Lixadeira de Mesa R$ 3.000,00
Furadeira Horizontal R$ 2.000,00
Furadeira Vertical R$ 2.000,00
Traçador Horizontal R$ 2.000,00
Total R$ 69.000,00
82
E as seguintes ferramentas:
Tabela 15 – Ferramental.
Fonte: Elaborado pelos autores
Qtd Ferramenta Função Preço Unitário Preço Total
1 Jogo de fresas Corte R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
6 Bancada Apoio R$ 1.000,00 R$ 6.000,00
10 Grampos Sargento Prender para colagem R$ 120,00 R$ 1.200,00
3 Pistola de pintura pintar R$ 300,00 R$ 900,00
2 Furadeira manual furadeira para ajustes manuais R$ 300,00 R$ 600,00
2 Retífica manual retífica para ajustes manuais R$ 300,00 R$ 600,00
5 Martelo Martelar R$ 100,00 R$ 500,00
2 Paquímetro medição precisa R$ 200,00 R$ 400,00
2 Morsa prender para corte e acabamento R$ 200,00 R$ 400,00
2 Lixadeira Manual lixar R$ 200,00 R$ 400,00
2 Serra Circular manual Corte grosseiro e sem precisão manual R$ 200,00 R$ 400,00
5 Serrote manual cortar R$ 70,00 R$ 350,00
5 Régua medir e marcar R$ 50,00 R$ 250,00
1 Jogo de lixas Lixamento manual de acabamento R$ 200,00 R$ 200,00
2 Grosa retirar excesso de madeira R$ 100,00 R$ 200,00
1 Lixadeira de canto lixadeira para detalhes menores R$ 200,00 R$ 200,00
1 Serra Tico-Tico Manual cortar R$ 200,00 R$ 200,00
5 Chave de fenda Parafusar e desparafusar R$ 30,00 R$ 150,00
1 Jogo de brocas furar R$ 100,00 R$ 100,00
Total R$ 18.050,00
83
3.7.6 Layout
A planta, na figura abaixo, foi desenvolvida com de forma a obter-se o
máximo em eficiência e produtividade principalmente minimizando os tempos não
produtivos de transporte de materiais entre as etapas de fabricação do produto.
Figura 67 - Layout Proposto Fonte: Elaborado pelos autores
A disposição dos cômodos foi projetada para estabelecer um fluxo contínuo
de materiais no interior da fábrica a fim de otimizar o processo e a movimentação do
produto e materiais. Conforme mostram as folhas de processos, a matéria prima
84
será recebida e conferida pela administração, nesta etapa o funcionário
administrativo deverá destinar as madeiras para o estoque de madeiras e as peças
(captadores, tarraxas, encordoamento, ponte, materiais de escritório, entre outros
itens), para o estoque de peças e suprimentos.
Passada esta etapa, é possível iniciar os processos de usinagem da matéria
prima no setor da marcenaria. O estoque de madeiras está centralizado de modo a
facilitar o abastecimento das máquinas de usinagem. Após essa etapa, o braço e o
corpo da guitarra já estão bem definidos e preparados para o processo de pintura.
A cabine de pintura é equipada por um exaustor e uma cortina d’agua
reduzindo ao máximo a quantidade de partículas de tinta inaladas pelo funcionário
durante a pulverização da tinta ou verniz.
O processo de Secagem é o grande gargalo da fabricação da guitarra, esta
etapa pode durar até 360 minutos. Para que a produção flua corretamente, esta área
necessita de grande espaço de armazenamento de materiais.
Após a secagem do material, é possível iniciar o processo de montagem da
guitarra. Todo o material necessário para a montagem está armazenado no estoque
de peças e suprimentos. Ainda no setor de montagem, o operário executa testes
finais de funcionamento da guitarra.
Os componentes das guitarras são itens caros e em grande parte importados,
portanto, o estoque de peças é um setor que requer alta segurança e controle
podendo ser acessado apenas passando pela administração.
Por fim as guitarras são armazenadas no show room, onde serão guardadas
em gavetas podendo também ser expostas ao público.
85
O fluxo de fabricação pode ser visualizado na imagem a seguir.
Figura 68 - Fluxo de Materiais Fonte: Elaborado pelos autores
86
3.7.7 Capacidade produtiva
Com layout, quadro de funcionários, maquinário e processos definidos, é
possível calcular a capacidade fabril do projeto. Foi estimado que um funcionário é
capaz de obter um rendimento de aproximadamente 70% em suas tarefas, dessa
forma, foi realizado um balanceamento da produção com as atividades de cada
funcionário, com o objetivo de atingir este rendimento aproximado e alcançar uma
produção estimada de 100 guitarras mensais de uma capacidade instalada de 138
para atividade de 44 horas semanais e 22 dias úteis no mês.
A capacidade produtiva e o balanceamento da produção para uma guitarra
estão representados nas tabelas abaixo:
Tabela 16 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o corpo
Fonte: Elaborado pelos autores
Como vimos na tabela acima, se a empresa produzisse somente corpos de
guitarra, teria dois gargalos, um deles seria o marceneiro 1 e o outro o pintor.
Tabela 17 – Tempos de produção e custo de mão de obra para o braço
Fonte: Elaborado pelos autores
Tempo (min) Custo
Tempo Funcionário A 10 R$ 0,92
Tempo Funcionário X 60 R$ 9,67
Tempo Funcionário Y 32 R$ 6,63
Tempo Funcionário P 60 R$ 9,67
Tempo Funcionário M 0 R$ 0,00
Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 162 R$ 26,90
Co
rpo
Tempo (min) Custo
Tempo Funcionário A 47 R$ 4,33
Tempo Funcionário X 23 R$ 3,71
Tempo Funcionário Y 45 R$ 9,33
Tempo Funcionário P 24 R$ 3,87
Tempo Funcionário M 0 R$ 0,00
Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 139 R$ 21,24
Bra
ço
87
Como vimos na tabela acima, se a empresa produzisse somente braços de
guitarra, teria apenas um gargalo:
Tabela 18 – Tempos de produção e custo de mão de obra para a montagem
Fonte: Elaborado pelos autores
Como mostrado na tabela acima, se a empresa recebesse todas as peças e
apenas fizesse a montagem final, teria um gargalo que seria o montador.
Tabela 19 – Tempos de produção e custo de mão de obra total
Fonte: Elaborado pelos autores
Como mostrado na tabela acima, o processo completo de produção de uma
guitarra, haveria um gargalo que seria o pintor. Note que o tempo necessário de
montagem é maior, que o de pintura, porém como o planejamento conta 2
montadores o tempo para cada um seria de 81 minutos passando o gargalo para o
pintor, com 84 minutos.
Tempo (min) Custo
Tempo Funcionário A 25 R$ 2,30
Tempo Funcionário X 0 R$ 0,00
Tempo Funcionário Y 0 R$ 0,00
Tempo Funcionário P 0 R$ 0,00
Tempo Funcionário M 162 R$ 22,39
Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 187 R$ 24,69
Mo
nta
gem
Tempo (min) Custo
Tempo Funcionário A 82 R$ 7,55
Tempo Funcionário X 83 R$ 13,38
Tempo Funcionário Y 77 R$ 15,96
Tempo Funcionário P 84 R$ 13,54
Tempo Funcionário M 162 R$ 22,39
Tempo Total S/ Esperas* AXYPM 488 R$ 72,83
C +
B +
M
88
Pensando na produção de 100 guitarras mensais, segue a tabela abaixo:
Tabela 20 – Eficiência proposta
Fonte: Elaborado pelos autores
Como mostrado na tabela acima, chegou-se no tempo total produtivo e o
tempo total utilizado de cada funcionário, desta maneira chega-se no rendimento por
funcionário, o custo total (salário + encargos), o custo do tempo produtivo e
improdutivo da mão de obra.
Outra análise a se fazer é o do cálculo de capacidade instalada, para isto foi
utilizado o tempo total do funcionário gargalo e dividido pelo tempo que ele se dedica
ao processo total, chegando em um valor aproximado de 138 guitarras mensais.
(11.616 / 84 = 138,29).
Na tabela abaixo será considerada uma produção de 139 guitarras mensais:
Tabela 21 – Eficiência máxima
Fonte: Elaborado pelos autores
Considerando então a produção acima da capacidade instalada, nota-se que
o funcionário gargalo tem um custo improdutivo negativo, significando que ele
deverá fazer hora extra e receber R$9,67 por isso.
Total (min) Utilizado (min) Custo Total Rendimento $ Produtivo $ Improdutivo
Funcionário A 11.616 8.200 R$ 1.070,22 70,59% R$ 755,49 R$ 314,73
Funcionário X 11.616 8.300 R$ 1.872,89 71,45% R$ 1.338,24 R$ 534,65
Funcionário Y 11.616 7.700 R$ 2.408,00 66,29% R$ 1.596,21 R$ 811,79
Funcionário P 11.616 8.400 R$ 1.872,89 72,31% R$ 1.354,36 R$ 518,53
Funcionário M 23.232 16.200 R$ 3.210,67 69,73% R$ 2.238,84 R$ 971,82
Funcionário AXYPM 69.696 48.800 R$ 10.434,67 70,02% R$ 7.283,15 R$ 3.151,52
Tota
l
Total (min) Utilizado (min) Custo Total Rendimento $ Produtivo $ Improdutivo
Funcionário A 11.616 11.398 R$ 1.070,22 98,12% R$ 1.050,14 R$ 20,09
Funcionário X 11.616 11.537 R$ 1.872,89 99,32% R$ 1.860,15 R$ 12,74
Funcionário Y 11.616 10.703 R$ 2.408,00 92,14% R$ 2.218,73 R$ 189,27
Funcionário P 11.616 11.676 R$ 1.872,89 100,52% R$ 1.882,56 -R$ 9,67
Funcionário M 23.232 22.518 R$ 3.210,67 96,93% R$ 3.111,99 R$ 98,67
Funcionário AXYPM 69.696 67.832 R$ 10.434,67 97,33% R$ 10.123,58 R$ 311,09
Tota
l
89
3.8 Análise Financeira
3.8.1 Custo Variável Unitário
Entende-se por custo variável o custo unitário de produção de uma unidade,
ou seja, para cada unidade produzida, teremos este custo.
Segundo o estudo de processos realizado anteriormente e levantamento de
mercado, a tabela abaixo demonstra os custos de uma unidade fabricada:
Tabela 22 – Custo
Fonte: Elaborado pelos autores
Neste cálculo, os custos de mão de obra são calculados de acordo com a
disposição de cada funcionário no processo, ou seja, é o tempo dedicado
multiplicado pelo custo horário de sua mão de obra.
O cálculo de Matéria Prima foi efetuado segundo levantamento realizado em
fornecedores de madeira e tinta e estimativas de uso fornecidas pela “Empresa M”.
Qtd $ Unitário $ Total
Corpo 1 R$ 26,90 R$ 26,90
Braço 1 R$ 21,24 R$ 21,24
Montagem 1 R$ 24,69 R$ 24,69
Corpo 1 R$ 80,00 R$ 80,00
Braço 1 R$ 40,00 R$ 40,00
Tinta 1 R$ 30,00 R$ 30,00
Depreciação 1 R$ 5,75 R$ 5,75
Ponte 1 R$ 158,00 R$ 158,00
Captador 3 R$ 60,00 R$ 180,00
Escudo 1 R$ 35,00 R$ 35,00
Tarraxas 1 R$ 119,00 R$ 119,00
Encordoamento 1 R$ 10,00 R$ 10,00
Jogo de Trastes 1 R$ 20,00 R$ 20,00
Kit Elétrico 1 R$ 60,00 R$ 60,00
Pino de Correia 2 R$ 3,00 R$ 6,00
Bag/ Embalagem 1 R$ 30,00 R$ 30,00
R$ 846,58
R$ 773,75
MO
Peç
asM
P
Custo Unitátio Total
Custo Unitátio Sem MO
90
A depreciação de maquinário foi calculada para um uso de 10 anos
amortizados mensalmente.
O cálculo dos preços das peças foi feito segundo estimativas de importação
para grandes quantidades fornecidas pela “Empresa M”.
O custo unitário total é a soma simples de todos os custos envolvidos e o
custo unitário sem mão de obra, este calculo foi feito, excluindo os custos de mão de
obra para identificar o ponto de equilíbrio e retorno de investimento, onde será
considerado o custo com funcionários uma despesa operacional fixa mensal.
3.8.2 Tabela de Venda
Com as análises mostradas anteriormente, construiu-se a tabela 23 de
preços:
Tabela 23 – Preço de venda
Fonte: Elaborado pelos autores
Serão utilizadas três diferentes tabelas de preços, para venda unitária, será
utilizada uma margem de 140% sobre o custo unitário do instrumento acrescido de
6% de imposto chegando a um valor de R$2.161,48 para o consumidor final, sendo
1 5 10
Margem 140% 120% 100%
Fat. Líquido R$ 2.031,80 R$ 1.862,48 R$ 1.693,16
Imposto 6% 6% 6%
$ Venda R$ 2.161,48 R$ 1.981,36 R$ 1.801,24
$ Imposto R$ 129,69 R$ 118,88 R$ 108,07
Suposição
100 1 5 10
Fat. Líquido R$ 203.179,56 R$ 186.247,93 R$ 169.316,30
Fat. Bruto R$ 216.148,47 R$ 198.136,09 R$ 180.123,72
Quantidade de Instrumentos
Quantidade de Instrumentos
91
R$129,69 de impostos e R$2.031,80 será o faturamento líquido que acrescentaria
ao caixa. Este tipo de venda terá um prazo de entrega de até 90 dias.
A segunda e a terceira tabela são dedicadas aos lojistas, na compra de cinco
ou 10 instrumentos, que respectivamente será considerada uma margem de 120% e
100%, preço de venda de R$1.981,36 e R$1.801,24, imposto de R$118,88 e
R$108,07 e, por fim, o faturamento líquido de R$1.862,48 e R$1.693,16. Esta venda
para lojistas, tem como objetivo para a empresa a produção em série do mesmo tipo
de instrumento, para o lojista com preço diferenciado, e para o cliente final a
vantagem de receber seu produto sem a fila de espera de 90 dias e com as
facilidades de pagamento que somente um lojista pode oferecer.
Para o cálculo de ponto de equilíbrio da empresa e para a projeção de retorno
de investimento que será apresentado a frente, será considerada a pior hipótese
financeira para a empresa, que seria somente a venda em lotes de no mínimo 10
guitarras, que na suposição de venda de 100 instrumentos, o faturamento bruto com
impostos seria de R$180.123,72 e faturamento líquido de R$169.316,30.
Pode-se observar que, como na realidade da empresa haverá vendas de lotes
menores que 10 guitarras, são prováveis números melhores que os que serão
apresentados.
3.8.3 Custos Fixos
Entende-se por custo fixo todo custo e despesa operacional do
empreendimento, ou seja, todo e qualquer gasto necessários que não são
influenciados na quantidade vendida. Seriam o gasto no período independentemente
da quantidade de guitarras vendidas.
Dentro dos custos envolvidos, há os que independentemente da quantidade
de guitarras vendidas estarão presentes todos os meses segundo tabela 24 abaixo:
92
Tabela 24 – Custos e despesas operacionais
Fonte: Elaborado pelos autores
Da tabela 24, somente alguns itens não foram explicados anteriormente,
telefonia e internet, energia e água, cartão de crédito e segurança patrimonial, será
utilizada uma estimativa fornecida pela “Empresa M”.
O seguro fiança é um valor que é pago ao banco para evitar problemas com
fiadores. Este valor é uma parcela do aluguel ao ano, que diluído em 12 meses
chegou-se no valor de R$208,33 ao mês.
3.8.3.1 Custos Operacionais
Entende-se por custo operacional, todo custo envolvido diretamente a
produção de guitarras, ou seja, se participou do processo produtivo se enquadrou
nesta divisão. Vide tabela 25 abaixo:
Encargos e salário R$ 12.040,00
Divulgação e mídia R$ 3.100,00
Almoço e café R$ 2.310,00
Aluguel R$ 2.500,00
Telefonia e internet R$ 500,00
Energia e água R$ 500,00
Cartão de crédito R$ 300,00
Segurança patrimonial R$ 200,00
Seguro fiança R$ 208,33
Contribuição sindicato R$ 93,83
Total R$ 21.752,17
Custo e Despesa Operacional
93
Tabela 25 – Custos operacionais
Fonte: Elaborado pelos autores
Consideramos nesta tabela os encargos e salários efetivamente produtivos,
ou seja, o tempo dos funcionários fabris que não foi dedicado ao processo foi
considerado custo improdutivo e não está sendo considerado nesta tabela.
O Aluguel e o seguro fiança foram considerados custo operacional devido a
ser o local de produção dos instrumentos.
Custos de almoço e café dos funcionários produtivos também foram
enquadrados como custo operacional.
Como Energia e Água são essenciais para o funcionamento das máquinas,
também são considerados custos operacionais.
3.8.3.2 Despesas Operacionais
Entende-se por despesa operacional toda despesa mensal não relacionada
diretamente à produção das guitarras, ou seja, se não participou do processo
produtivo se enquadrou nesta divisão. Vide tabela 26 abaixo:
Encargos e salário R$ 7.283,15
Aluguel R$ 2.500,00
Almoço e café R$ 1.980,00
Seguro fiança R$ 208,33
Energia e água R$ 500,00
Total R$ 12.471,48
Custo Operacional (Produtivo)
94
Tabela 26 – Despesas operacionais
Fonte: Elaborado pelos autores
Foi considerado nesta tabela os encargos e improdutivos, ou seja, o tempo
dos funcionários fabris que não foi dedicado ao processo, o salário de funcionários
administrativos. Outras despesas menores e não relacionadas à produção também
foram consideradas despesas operacionais.
3.8.4 Cálculo do Ponto de Equilíbrio
O ponto de equilíbrio de uma empresa é o momento em que o faturamento
total obtido se iguala aos custos totais.
A fórmula utilizada para o cálculo do ponto de equilíbrio é a seguinte:
Onde:
P.E. = Ponto de Equilíbrio
FAT. LÍQUIDO = Faturamento unitário líquido
CUSTO VARIÁVEL = Custo variável por guitarra
Encargos e salários ADM R$ 1.605,33
Encargos e salário Improdutivo R$ 3.151,52
Almoço e café R$ 330,00
Telefonia e internet R$ 500,00
Divulgação e mídia R$ 3.100,00
Cartão de crédito R$ 300,00
Segurança patrimonial R$ 200,00
Contribuição sindicato R$ 93,83
Total R$ 9.280,68
Despesa Operacional (ADM)
95
A fórmula utilizada para o cálculo do Lucro é a seguinte:
Onde:
LUCRO. = Lucro
FAT. BRUTO = Faturamento bruto total
CUSTO TOTAL = Custo total
A fórmula utilizada para o cálculo do faturamento bruto é a seguinte:
Onde:
FAT. BRUTO = Faturamento bruto total
$ VENDA = Preço de venda da guitarra
QTD = Quantidade vendida
A fórmula utilizada para o cálculo do faturamento líquido é a seguinte:
Onde:
FAT. LÍQ = Faturamento líquido total
$ VENDA = Preço de venda da guitarra
IMP = Impostos
QTD = Quantidade vendida
Impostos são sempre 6% do faturamento bruto.
Custo fixo é sempre R$21.752,17 e já foi demonstrado no capítulo de custos e
despesas operacionais.
96
Custo variável é o custo unitário de produção multiplicado pela quantidade
vendida.
Por final, o custo total é o custo fixo adicionado do custo variável.
Desta forma, a tabela 27 a seguir mostra o lucro obtido de acordo com a
quantidade vendida e o ponto de equilíbrio calculado por fórmula.
Tabela 27 – Lucro por Venda
Fonte: Elaborado pelos autores
O ponto de equilíbrio também pode ser calculado graficamente num gráfico de
unidade financeira x quantidade vendida. O encontro da linha de custo total com a
linha de faturamento bruto é o ponto de equilíbrio, conforme gráfico abaixo:
Quantidade
(un)Lucro
Faturamento
Bruto
Faturamento
LíquidoImpostos Custo Fixo Custo Variável Custo Total
0 -R$ 21.752,17 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 21.752,17 R$ 0,00 R$ 21.752,17
5 -R$ 17.155,10 R$ 9.006,19 R$ 8.465,81 R$ 540,37 R$ 21.752,17 R$ 3.868,75 R$ 26.161,29
10 -R$ 12.558,04 R$ 18.012,37 R$ 16.931,63 R$ 1.080,74 R$ 21.752,17 R$ 7.737,50 R$ 30.570,41
15 -R$ 7.960,97 R$ 27.018,56 R$ 25.397,44 R$ 1.621,11 R$ 21.752,17 R$ 11.606,25 R$ 34.979,53
20 -R$ 3.363,91 R$ 36.024,74 R$ 33.863,26 R$ 2.161,48 R$ 21.752,17 R$ 15.475,00 R$ 39.388,65
25 R$ 1.233,16 R$ 45.030,93 R$ 42.329,07 R$ 2.701,86 R$ 21.752,17 R$ 19.343,75 R$ 43.797,77
30 R$ 5.830,22 R$ 54.037,12 R$ 50.794,89 R$ 3.242,23 R$ 21.752,17 R$ 23.212,50 R$ 48.206,89
35 R$ 10.427,29 R$ 63.043,30 R$ 59.260,70 R$ 3.782,60 R$ 21.752,17 R$ 27.081,25 R$ 52.616,01
40 R$ 15.024,35 R$ 72.049,49 R$ 67.726,52 R$ 4.322,97 R$ 21.752,17 R$ 30.950,00 R$ 57.025,14
45 R$ 19.621,42 R$ 81.055,68 R$ 76.192,33 R$ 4.863,34 R$ 21.752,17 R$ 34.818,75 R$ 61.434,26
50 R$ 24.218,48 R$ 90.061,86 R$ 84.658,15 R$ 5.403,71 R$ 21.752,17 R$ 38.687,50 R$ 65.843,38
55 R$ 28.815,55 R$ 99.068,05 R$ 93.123,96 R$ 5.944,08 R$ 21.752,17 R$ 42.556,25 R$ 70.252,50
60 R$ 33.412,61 R$ 108.074,23 R$ 101.589,78 R$ 6.484,45 R$ 21.752,17 R$ 46.425,00 R$ 74.661,62
65 R$ 38.009,68 R$ 117.080,42 R$ 110.055,59 R$ 7.024,83 R$ 21.752,17 R$ 50.293,75 R$ 79.070,74
70 R$ 42.606,74 R$ 126.086,61 R$ 118.521,41 R$ 7.565,20 R$ 21.752,17 R$ 54.162,50 R$ 83.479,86
75 R$ 47.203,81 R$ 135.092,79 R$ 126.987,22 R$ 8.105,57 R$ 21.752,17 R$ 58.031,25 R$ 87.888,98
80 R$ 51.800,87 R$ 144.098,98 R$ 135.453,04 R$ 8.645,94 R$ 21.752,17 R$ 61.900,00 R$ 92.298,11
85 R$ 56.397,94 R$ 153.105,16 R$ 143.918,85 R$ 9.186,31 R$ 21.752,17 R$ 65.768,75 R$ 96.707,23
90 R$ 60.995,00 R$ 162.111,35 R$ 152.384,67 R$ 9.726,68 R$ 21.752,17 R$ 69.637,50 R$ 101.116,35
95 R$ 65.592,07 R$ 171.117,54 R$ 160.850,48 R$ 10.267,05 R$ 21.752,17 R$ 73.506,25 R$ 105.525,47
Capacidade Ideal 100 R$ 70.189,13 R$ 180.123,72 R$ 169.316,30 R$ 10.807,42 R$ 21.752,17 R$ 77.375,00 R$ 109.934,59
105 R$ 74.786,20 R$ 189.129,91 R$ 177.782,11 R$ 11.347,79 R$ 21.752,17 R$ 81.243,75 R$ 114.343,71
110 R$ 79.383,26 R$ 198.136,09 R$ 186.247,93 R$ 11.888,17 R$ 21.752,17 R$ 85.112,50 R$ 118.752,83
115 R$ 83.980,33 R$ 207.142,28 R$ 194.713,74 R$ 12.428,54 R$ 21.752,17 R$ 88.981,25 R$ 123.161,95
120 R$ 88.577,39 R$ 216.148,47 R$ 203.179,56 R$ 12.968,91 R$ 21.752,17 R$ 92.850,00 R$ 127.571,07
125 R$ 93.174,46 R$ 225.154,65 R$ 211.645,37 R$ 13.509,28 R$ 21.752,17 R$ 96.718,75 R$ 131.980,20
130 R$ 97.771,52 R$ 234.160,84 R$ 220.111,19 R$ 14.049,65 R$ 21.752,17 R$ 100.587,50 R$ 136.389,32
135 R$ 102.368,59 R$ 243.167,03 R$ 228.577,00 R$ 14.590,02 R$ 21.752,17 R$ 104.456,25 R$ 140.798,44
Capacidade Máxima 138 R$ 105.126,83 R$ 248.570,74 R$ 233.656,49 R$ 14.914,24 R$ 21.752,17 R$ 106.777,50 R$ 143.443,91
Ponto de Equilíbrio* 23,66 R$ 0,00 R$ 42.615,03 R$ 40.058,13 R$ 2.556,90 R$ 21.752,17 R$ 18.305,96 R$ 42.615,03
97
Gráfico 1 – Ponto de equilíbrio Fonte: Elaborado pelos autores
3.8.5 Investimento Necessário
Para o cálculo de investimento necessário para a viabilização do negócio, foi
considerado um estoque para 200 guitarras, sendo estoque de peças e madeiras, no
caso da tinta, por ser um produto perecível, um estoque necessário para produção
de apenas 100 instrumentos.
Foi considerado também um capital de giro de cinco vezes o custo
operacional mensal, assim, sem nenhuma venda, a empresa trabalharia sem
demissões e remanejamentos do negócio por cinco meses.
Na tabela de investimentos a seguir, também está previsto os investimentos
com maquinário, ferramentas, divulgação inicial, construção dos gabaritos de
produção, criação dos programas da máquina CNC, EPI’s e um valor extra de 10%
do total do investimento para despesas extras não calculadas inicialmente.
98
Tabela 28 – Investimento total
Fonte: Elaborado pelos autores
A tabela de investimento mostra também o custo de criação de um posto de
trabalho, que nada mais é que a razão do total de investimentos pelo número de
funcionários que serão contratados.
Além do investimento inicial, temos o investimento anual com a feira da
música, já demonstrado no capítulo sobre o plano de marketing.
Tabela 29 – Investimento anual
Fonte: Elaborado pelos autores
Os períodos demonstrados na tabela acima são considerando o período zero
como o período inicial do investimento.
Estoque inicial de madeira R$ 24.500,00
Estoque inicial de peças R$ 123.600,00
Estoque Inicial de tinta R$ 3.000,00
Maquinário R$ 69.000,00
Capital de giro R$ 108.760,83
Divulgação Inicial R$ 20.000,00
Ferramentas R$ 18.050,00
Gabaritos R$ 5.000,00
Programas CNC R$ 5.000,00
EPIs R$ 590,00
Extras (10%) R$ 37.750,08
Total R$ 415.250,92
Criação de posto de trabalho R$ 59.321,56
Investimento Inicial
Período 9 R$ 100.000,00
Período 21 R$ 100.000,00
Período 33 R$ 100.000,00
Período 45 R$ 100.000,00
Total R$ 400.000,00
Investimento Anual
99
3.8.6 Projeção de Retorno de Investimento
Foi criada uma tabela contendo cada período, com as informações
quantidade de guitarras vendidas, crescimento de vendas trimestral, injeção de
investimentos, custos totais do período, faturamento bruto e balanço de
rendimentos.
Com estas informações, utilizamos a teoria de Valor Presente Líquido e
Payback, para encontrar o tempo decorrido entre o investimento inicial (período
zero) e o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse
investimento.
O Payback pode ser nominal, se calculado com base no fluxo de
caixa com valores nominais, e presente líquido, se calculado com base no fluxo de
caixa com valores trazidos ao valor presente líquido. Como dito anteriormente,
traremos nossos valores para o valor presente, o período zero.
Para calcular o valor presente líquido é bem simples, consideramos que
nosso investimento teria um rendimento de 0,5% por período se não estivesse
investido na empresa e consideramos que nosso balanço seria o valor futuro, segue
a seguinte formula:
Onde:
V.P. = Valor presente;
V.F. = Valor Futuro (Balanço);
i = Taxa aplicada (0,5%);
n = Período.
A coluna do cálculo do Payback é uma simples soma do valor presente
líquido encontrado com o Payback encontrado no período anterior.
100
Tabela 30 – Projeção de retorno de investimento
Fonte: Elaborado pelos autores
Visualizando a tabela, verificamos que do período 0 ao período 31, nosso
investimento permanece sem retorno.
No período 32, nosso investimento é retornado, porém, já no período 33 há
uma nova injeção de investimento, levando nosso número para o negativo
novamente.
PeríodoVendas
(un)
Crescimento
trimestral
Injeção de
investimentosCusto Total
Faturamento
BrutoBalanço Valor Presente Payback
0 0 0% R$ 415.250,92 R$ 21.752,17 R$ 0,00 -R$ 437.003,08 -R$ 437.003,08 -R$ 437.003,08
1 30 R$ 0,00 R$ 48.206,89 R$ 54.037,12 R$ 5.830,22 R$ 5.801,22 -R$ 431.201,87
2 30 R$ 0,00 R$ 48.206,89 R$ 54.037,12 R$ 5.830,22 R$ 5.772,36 -R$ 425.429,51
3 30 R$ 0,00 R$ 48.206,89 R$ 54.037,12 R$ 5.830,22 R$ 5.743,64 -R$ 419.685,87
4 33 R$ 0,00 R$ 50.852,37 R$ 59.440,83 R$ 8.588,46 R$ 8.418,82 -R$ 411.267,06
5 33 R$ 0,00 R$ 50.852,37 R$ 59.440,83 R$ 8.588,46 R$ 8.376,93 -R$ 402.890,12
6 33 R$ 0,00 R$ 50.852,37 R$ 59.440,83 R$ 8.588,46 R$ 8.335,26 -R$ 394.554,86
7 36 R$ 0,00 R$ 53.497,84 R$ 64.844,54 R$ 11.346,70 R$ 10.957,39 -R$ 383.597,47
8 36 R$ 0,00 R$ 53.497,84 R$ 64.844,54 R$ 11.346,70 R$ 10.902,88 -R$ 372.694,59
9 36 R$ 100.000,00 R$ 53.497,84 R$ 64.844,54 -R$ 88.653,30 -R$ 84.761,83 -R$ 457.456,43
10 39 R$ 0,00 R$ 56.143,31 R$ 70.248,25 R$ 14.104,94 R$ 13.418,71 -R$ 444.037,72
11 39 R$ 0,00 R$ 56.143,31 R$ 70.248,25 R$ 14.104,94 R$ 13.351,95 -R$ 430.685,78
12 39 R$ 0,00 R$ 56.143,31 R$ 70.248,25 R$ 14.104,94 R$ 13.285,52 -R$ 417.400,26
13 42 R$ 0,00 R$ 58.788,78 R$ 75.651,96 R$ 16.863,18 R$ 15.804,50 -R$ 401.595,76
14 42 R$ 0,00 R$ 58.788,78 R$ 75.651,96 R$ 16.863,18 R$ 15.725,87 -R$ 385.869,90
15 42 R$ 0,00 R$ 58.788,78 R$ 75.651,96 R$ 16.863,18 R$ 15.647,63 -R$ 370.222,27
16 46 R$ 0,00 R$ 62.316,08 R$ 82.856,91 R$ 20.540,83 R$ 18.965,36 -R$ 351.256,91
17 46 R$ 0,00 R$ 62.316,08 R$ 82.856,91 R$ 20.540,83 R$ 18.871,00 -R$ 332.385,91
18 46 R$ 0,00 R$ 62.316,08 R$ 82.856,91 R$ 20.540,83 R$ 18.777,12 -R$ 313.608,79
19 50 R$ 0,00 R$ 65.843,38 R$ 90.061,86 R$ 24.218,48 R$ 22.028,85 -R$ 291.579,95
20 50 R$ 0,00 R$ 65.843,38 R$ 90.061,86 R$ 24.218,48 R$ 21.919,25 -R$ 269.660,69
21 50 R$ 100.000,00 R$ 65.843,38 R$ 90.061,86 -R$ 75.781,52 -R$ 68.245,81 -R$ 337.906,51
22 55 R$ 0,00 R$ 70.252,50 R$ 99.068,05 R$ 28.815,55 R$ 25.821,03 -R$ 312.085,48
23 55 R$ 0,00 R$ 70.252,50 R$ 99.068,05 R$ 28.815,55 R$ 25.692,56 -R$ 286.392,91
24 55 R$ 0,00 R$ 70.252,50 R$ 99.068,05 R$ 28.815,55 R$ 25.564,74 -R$ 260.828,17
25 60 R$ 0,00 R$ 74.661,62 R$ 108.074,23 R$ 33.412,61 R$ 29.495,71 -R$ 231.332,46
26 60 R$ 0,00 R$ 74.661,62 R$ 108.074,23 R$ 33.412,61 R$ 29.348,97 -R$ 201.983,49
27 60 R$ 0,00 R$ 74.661,62 R$ 108.074,23 R$ 33.412,61 R$ 29.202,95 -R$ 172.780,54
28 66 R$ 0,00 R$ 79.952,57 R$ 118.881,66 R$ 38.929,09 R$ 33.855,13 -R$ 138.925,40
29 66 R$ 0,00 R$ 79.952,57 R$ 118.881,66 R$ 38.929,09 R$ 33.686,70 -R$ 105.238,70
30 66 R$ 0,00 R$ 79.952,57 R$ 118.881,66 R$ 38.929,09 R$ 33.519,10 -R$ 71.719,60
31 72 R$ 0,00 R$ 85.243,51 R$ 129.689,08 R$ 44.445,57 R$ 38.078,56 -R$ 33.641,04
32 72 R$ 0,00 R$ 85.243,51 R$ 129.689,08 R$ 44.445,57 R$ 37.889,12 R$ 4.248,08
33 72 R$ 100.000,00 R$ 85.243,51 R$ 129.689,08 -R$ 55.554,43 -R$ 47.123,62 -R$ 42.875,54
34 79 R$ 0,00 R$ 91.416,28 R$ 142.297,74 R$ 50.881,46 R$ 42.945,08 R$ 69,54
35 79 R$ 0,00 R$ 91.416,28 R$ 142.297,74 R$ 50.881,46 R$ 42.731,43 R$ 42.800,97
36 79 R$ 0,00 R$ 91.416,28 R$ 142.297,74 R$ 50.881,46 R$ 42.518,83 R$ 85.319,81
37 86 R$ 0,00 R$ 97.589,05 R$ 154.906,40 R$ 57.317,35 R$ 47.658,66 R$ 132.978,46
38 86 R$ 0,00 R$ 97.589,05 R$ 154.906,40 R$ 57.317,35 R$ 47.421,55 R$ 180.400,02
39 86 R$ 0,00 R$ 97.589,05 R$ 154.906,40 R$ 57.317,35 R$ 47.185,62 R$ 227.585,64
40 94 R$ 0,00 R$ 104.643,64 R$ 169.316,30 R$ 64.672,65 R$ 52.975,88 R$ 280.561,53
41 94 R$ 0,00 R$ 104.643,64 R$ 169.316,30 R$ 64.672,65 R$ 52.712,32 R$ 333.273,85
42 94 R$ 0,00 R$ 104.643,64 R$ 169.316,30 R$ 64.672,65 R$ 52.450,07 R$ 385.723,92
43 103 R$ 0,00 R$ 112.580,06 R$ 185.527,43 R$ 72.947,37 R$ 58.866,61 R$ 444.590,53
44 103 R$ 0,00 R$ 112.580,06 R$ 185.527,43 R$ 72.947,37 R$ 58.573,74 R$ 503.164,26
45 103 R$ 100.000,00 R$ 112.580,06 R$ 185.527,43 -R$ 27.052,63 -R$ 21.614,08 R$ 481.550,19
0%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
10%
101
A partir do período 34 adiante, nosso investimento é novamente retornado,
permanecendo com o número positivo.
No período 43, a expectativa de vendas ultrapassa a capacidade produtiva
adequada, necessitando assim de um novo estudo de mercado para analisar a
necessidade de expansão do empreendimento.
3.8.7 Fluxo de Caixa
No cálculo de fluxo de caixa, consideramos os valores de entrada, no caso o
faturamento bruto e os valores de saída de capital, os investimentos e custos totais.
Todos trazidos para o valor presente em no seu respectivo período.
As colunas em vermelho é a soma de saídas e as colunas em azul é a soma
das entradas, já a linha verde representa o saldo acumulado de todos os períodos.
Tabela 31 – Fluxo de caixa
Fonte: Elaborado pelos autores
O gráfico acima representa os períodos de 0 a 14. Notamos neste período a
grande injeção de investimentos, faturamento abaixo dos R$70.000 e um saldo
devedor ainda elevado.
PERÍODO 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
ENTRADAS
- Faturamento Bruto 0 53.768 53.501 53.235 58.267 57.977 57.688 62.620 62.308 61.998 66.831 66.498 66.167 70.902 70.550
0 53.768 53.501 53.235 58.267 57.977 57.688 62.620 62.308 61.998 66.831 66.498 66.167 70.902 70.550
SAÍDAS
- Investimento 415.251 0 0 0 0 0 0 0 0 95.610 0 0 0 0 0
- Custo Total 21.752 47.967 47.728 47.491 49.848 49.600 49.353 51.662 51.405 51.150 53.412 53.146 52.882 55.098 54.824
437.003 47.967 47.728 47.491 49.848 49.600 49.353 51.662 51.405 146.760 53.412 53.146 52.882 55.098 54.824
FLUXO PRESENTE -437.003 5.801 5.772 5.744 8.419 8.377 8.335 10.957 10.903 -84.762 13.419 13.352 13.286 15.804 15.726
SALDO PERÍODO -437.003 -431.202 -425.430 -419.686 -411.267 -402.890 -394.555 -383.597 -372.695 -457.456 -444.038 -430.686 -417.400 -401.596 -385.870
0
53.768 53.501 53.235 58.267 57.977 57.688 62.620 62.308 61.998 66.831 66.498 66.167 70.902 70.550
-437.003
-47.967 -47.728 -47.491 -49.848 -49.600 -49.353 -51.662 -51.405
-146.760
-53.412 -53.146 -52.882 -55.098 -54.824
-R$ 500.000
-R$ 400.000
-R$ 300.000
-R$ 200.000
-R$ 100.000
R$ 0
R$ 100.000
Entradas Série2 Saldo
102
Tabela 32 – Fluxo de caixa
Fonte: Elaborado pelos autores
O gráfico acima representa os períodos de 15 a 29. Notamos neste período
injeção de investimentos moderado, faturamento passou a casa dos R$100.000 e
um saldo devedor ainda com forte tendência de retorno do investimento.
Tabela 33 – Fluxo de caixa
Fonte: Elaborado pelos autores
PERÍODO 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
ENTRADAS
- Faturamento Bruto 70.199 76.502 76.121 75.742 81.919 81.512 81.106 88.773 88.331 87.892 95.405 94.930 94.458 103.387 102.872
70.199 76.502 76.121 75.742 81.919 81.512 81.106 88.773 88.331 87.892 95.405 94.930 94.458 103.387 102.872
SAÍDAS
- Investimento 0 0 0 0 0 0 90.056 0 0 0 0 0 0 0 0
- Custo Total 54.551 57.536 57.250 56.965 59.890 59.592 59.296 62.952 62.639 62.327 65.909 65.581 65.255 69.532 69.186
54.551 57.536 57.250 56.965 59.890 59.592 149.352 62.952 62.639 62.327 65.909 65.581 65.255 69.532 69.186
FLUXO PRESENTE 15.648 18.965 18.871 18.777 22.029 21.919 -68.246 25.821 25.693 25.565 29.496 29.349 29.203 33.855 33.687
SALDO PERÍODO -370.222 -351.257 -332.386 -313.609 -291.580 -269.661 -337.907 -312.085 -286.393 -260.828 -231.332 -201.983 -172.781 -138.925 -105.239
70.199 76.502 76.121 75.742 81.919 81.512 81.106 88.773 88.331 87.892 95.405 94.930 94.458 103.387 102.872
-54.551 -57.536 -57.250 -56.965 -59.890 -59.592
-149.352
-62.952 -62.639 -62.327 -65.909 -65.581 -65.255 -69.532 -69.186
-R$ 400.000
-R$ 300.000
-R$ 200.000
-R$ 100.000
R$ 0
R$ 100.000
R$ 200.000
Entradas Série2 Saldo
PERÍODO 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
ENTRADAS
- Faturamento Bruto 102.361 111.111 110.558 110.008 120.102 119.505 118.910 128.803 128.162 127.524 138.694 138.004 137.317 149.716 148.971
102.361 111.111 110.558 110.008 120.102 119.505 118.910 128.803 128.162 127.524 138.694 138.004 137.317 149.716 148.971
SAÍDAS
- Investimento 0 0 0 84.824 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
- Custo Total 68.842 73.032 72.669 72.307 77.157 76.774 76.392 81.144 80.740 80.339 85.718 85.291 84.867 90.849 90.397
68.842 73.032 72.669 157.131 77.157 76.774 76.392 81.144 80.740 80.339 85.718 85.291 84.867 90.849 90.397
FLUXO PRESENTE 33.519 38.079 37.889 -47.124 42.945 42.731 42.519 47.659 47.422 47.186 52.976 52.712 52.450 58.867 58.574
SALDO PERÍODO -71.720 -33.641 4.248 -42.876 70 42.801 85.320 132.978 180.400 227.586 280.562 333.274 385.724 444.591 503.164
102.361 111.111 110.558 110.008 120.102 119.505 118.910 128.803 128.162 127.524 138.694 138.004 137.317 149.716 148.971
-68.842 -73.032 -72.669
-157.131
-77.157 -76.774 -76.392 -81.144 -80.740 -80.339 -85.718 -85.291 -84.867 -90.849 -90.397
-R$ 200.000
-R$ 100.000
R$ 0
R$ 100.000
R$ 200.000
R$ 300.000
R$ 400.000
R$ 500.000
R$ 600.000
Entradas Série2 Saldo
103
O gráfico acima representa os períodos de 30 a 44. Notamos neste período
injeção de investimentos moderado, faturamento tendendo a casa dos R$150.000 e
um saldo devedor quitado e início de lucro a partir do período 34.
3.9 Construção de Cenários
Com o plano de negócios apresentado, consideraremos alguns possíveis
cenários e como lidaremos com eles.
Dentre inúmeros possíveis cenários, consideraremos a escassez de matéria
prima e avaliação do risco de não produzir conforme planejado e o impacto do
aumento do dólar no mercado de instrumentos musicais.
3.9.1 Cenário 1: Matéria Prima
Neste cenário, consideraremos a possível falta de matéria prima, avaliaremos
se há a possibilidade de troca ou não de fornecedor ou de matéria prima.
A princípio, devemos dividir as matérias primas em:
Madeira Corpo
Madeira Braço
Peças
Tinta
Devemos dividir também sua origem:
Nacional
Importada
De origem Importado temos:
Madeira Corpo
104
Madeira Braço
Peças
De origem nacional temos:
Tinta
No caso da tinta utilizada no nosso processo, há inúmeros fornecedores
nacionais e importados com pouca variação de preço e qualidade. Sendo assim,
desconsideraremos no nosso cenário.
No caso da madeira do braço, originalmente o Maple Canadense, há alguns
poucos fornecedores desta madeira no Brasil. Em caso de falta dela, temos como
opção importada o Maple Asiático, com preço similar, porém com beleza inferior e
grande dificuldade de encontra-lo em mercado nacional.
Outras opções que podemos considerar são de madeiras brasileiras como o
Pau Marfim, que perde em qualidade e acabamento, mas ganha em preço e o Pau
Ferro, que dá um acabamento muito bonito e diferenciado ao instrumento, ele se
equipara em qualidade e em preço ao Maple Original, mas foge dos padrões de
acabamento do modelo Stratocaster.
No caso da madeira do corpo, há algumas opções de substituição ao
Basswood, uma delas é substituir pelo Alder Americano, de mesma qualidade, preço
muito elevado, porém com grande aceitação no mercado de instrumentos musicais e
o Ash, também americano e com grande aceitação e com custo um pouco superior
ao do Basswood. No mercado nacional, encontramos o Mogno, muito difícil de achar
legalmente, com preço similar e a Caxeta, uma madeira de qualidade inferior e mais
barata, porém comprometeria a qualidade do instrumento.
As peças são o grande gargalo da cadeia de suprimentos, consideramos a
importação da China e Coréia em grandes lotes, no caso de falta de suprimentos,
precisamos importar peças americanas, assim, para manter a qualidade das
mesmas, teríamos que arcar com um custo muito mais elevado, em torno de 50% a
mais.
Considerando que substituiremos a madeira do braço por uma de preço
similar, substituiremos a madeira do corpo para o Ash, R$20,00 mais caro por
105
instrumento e substituiremos as peças por peças americanas 50% mais caras, o
custo unitário de cada instrumento sem considerar a mão de obra, passa de
R$773,75 para R$1.102,75, um acréscimo de 42,5%.
O preço final de venda para o consumidor também foi alterado de R$2.161,48
para R$3.001,48, um acréscimo de 38,9%.
Dentro deste cenário de falta de matéria prima, observou-se que o maior
impacto seria causado pela falta de peças, desta forma, balancearíamos o estoque
para não comprometer o investimento inicial, como temos outras opções de madeira
e tinta, reduziremos o estoque deles para produção de 75 guitarras e aumentaremos
o estoque de peças para produção de 200 para 220, garantindo a produção
ininterrupta por mais de dois meses, em caso de produção na capacidade máxima
estimada.
Outra solução encontrada é a possibilidade de estocagem de 50 instrumentos
prontos em nosso show room, garantindo mais 15 dias de sobrevida sem repasse de
preços ao consumidor final.
Somando as duas ações acima, teremos estoque de 270 guitarras, sendo um
período de quase três meses para aguardar a normalização de fornecimento.
A terceira ação, que somente seria tomada caso o fornecimento não tenha
sido normalizado no período descrito, é a diminuição da nossa margem de trabalho
em 70%, onde no caso de venda ao consumidor final, passaríamos de 140% a 70%
até a normalização do fornecimento.
Estas ações fariam o ponto de equilíbrio da empresa saltar de 24 para 51
instrumentos, pensando na capacidade de produção máxima, fariam o lucro cair de
aproximadamente R$70.000,00 para aproximadamente R$20.000,00, mas
manteriam a empresa trabalhando sem prejudicar a estratégia de marketing adotada
e manteria a competitividade em relação aos seus concorrentes.
106
3.9.2 Cenário 2: Alta do Dólar
Neste cenário, consideraremos que o dólar sofra um aumento repentino de
aproximadamente R$2,00 para R$2,50, ou seja, 25% de aumento, isto afetaria
nossa cadeia de suprimentos como um todo, já que praticamente toda nossa matéria
prima é importada.
O custo médio, sem mão de obra, de nossos instrumentos, passaria de
R$773,75 para R$958,25. Um acréscimo de 23,84%.
Apresentando esta situação, o mercado de instrumentos musicais terá uma
média de acréscimo de 25% nos preços por serem diretamente afetados pela alta do
dólar já que em sua maioria trabalham com instrumentos importados.
Foi observada uma vantagem competitiva em relação aos nossos
concorrentes que importam os instrumentos, a mão de obra nacional, desta forma
pode-se reduzir nossa margem de trabalho em 15% que reduziria nosso ponto de
equilíbrio para 23 instrumentos, aumentaria o lucro em 4,25% chegando em
R$73.172,91 para uma produção de 100 instrumentos mensais.
Com esta redução da margem de trabalho, o preço estimado para o cliente
final passaria de R$2.161,48 para R$2.468,01, um acréscimo de 14,18%, sendo
assim, usaríamos esta adversidade a nosso favor e ganharíamos mercado, pois
nosso reajuste de preços foi 10,82% menor que o reajuste esperado da
concorrência, ainda assim ganhando lucratividade.
107
4 CONCLUSÃO
Baseando-se em observações realizadas nas dependências de uma empresa
fabricante de instrumentos musicais, avaliamos os prós e os contras da mesma para
propor uma fábrica de instrumentos musicais enxuta, ou seja, com processos
padronizados e automatizados, com o quadro de funcionários com rendimento
aceitável, com uma alta lucratividade e retorno de investimento num período
razoável.
A partir de um estudo de mercado fundamentado, realizamos neste trabalho
uma pesquisa de preços e qualidade de nossa concorrência direta para precisar o
local que o produto proposto entrará no mercado consumidor, foi realizado também
um plano de marketing para garantir o crescimento visual da marca, fixação do
produto junto aos clientes e o crescimento de vendas.
A análise contemplou um estudo de tempos e métodos dos processos
realizados na empresa que realizamos o estudo de caso para criação da proposta
de produção semi automatizada, onde com um quadro de 6 funcionários produtivos
trabalhando com uma média de 70% de rendimento, teríamos como produção ideal
100 guitarras mensais sendo que a produção máxima seria de 138 instrumentos.
Partindo deste número, foram dimensionados os custos envolvidos no projeto,
custos e despesas operacionais e investimentos necessários para a criação da
fábrica, foi apontado também o custo unitário de produção e o preço de venda da
guitarra, tanto no varejo, quanto no atacado.
Operando dentro da capacidade considerada ideal da fábrica, ou seja, deverá
ofertar 100 instrumentos para venda, com isso o faturamento bruto esperado será de
R$180.000,00 e lucro de R$70.000,00. Nestas condições, o ponto de equilíbrio
representa a venda de 24 instrumentos por mês, demonstrando a viabilidade do
negócio.
Utilizando a técnica do payback e do valor presente líquido, trazendo os
valores à data zero, considerando o fluxo de caixa, com saldos positivos proveniente
da venda de instrumentos e com saldo negativo proveniente de custos e
108
investimentos, verificamos dentro de um período 34 meses o retorno do investimento
realizado e a partir deste período, obteremos o verdadeiro lucro.
Comprova-se que a partir do período 43, a tendência é que se chegue a
nossa capacidade ideal de produção.
Um ponto que merece destaque na nossa proposta de empresa foi a criação
de dois cenários adversos e que foram estudados conduzindo a soluções que não
prejudicariam a estratégia da empresa; ao contrário, pode ser revertido a favor para
ganhar uma vantagem competitiva em relação a concorrência.
Por conseguinte, este estudo foi realizado visando uma real possibilidade de
implementação da proposta e, de acordo com os dados e cenários estudados, fica
claro que além de ser viável, este negócio pode se tornar uma grande fonte de
lucratividade.
109
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113
ANEXO A – PROJETO DO CORPO FENDER STRATOCASTER
114
ANEXO B – PROJETO DO BRAÇO FENDER STRATOCASTER
115
APÊNDICE A – CONTRATO SOCIAL PROPOSTO
Pelo presente instrumento, os signatários abaixo:
XXXXXXXXXXXXX, brasileiro, maior, casado, engenheiro, portador da cédula
de identidade nº 000000000, série ABCD, CREA/SP e do CPF nº 000.000.000-00,
domiciliado e residente à R. XXXXXX nº 1, bairro XXXXXXX, CEP 00000-000, nesta
capital.
YYYYYYYYY, americana, maior, solteira, engenheira, portadora de cédula de
identidade nº 00000, série ABCD, CREA/SP e do CPF nº 000.000.000-00,
domiciliada e residente à R XXXX XXXX, s/n, bairro XXXXXX, CEP 11111-111,
nesta capital.
RESOLVEM constituir empresa de móveis customizados.
CLÁUSULA PRIMEIRA:
A empresa terá a seguinte denominação social: ZZZZZZZZI EPP-LTDA. e
será constituída como uma sociedade do tipo limitada.
CLÁUSULA SEGUNDA:
A sociedade terá sua sede social à R SSSSSSSSSSS, no bairro AAAAAAAA,
em São Paulo (SP), CEP 0XXXX-XXX.
Poderá ainda a sociedade, através da deliberação dos sócios e respectiva
alteração contratual instituir filiais, sucursais e/ou agências em qualquer ponto do
território nacional.
CLÁUSULA TERCEIRA:
A sociedade ter por objetivo social a exploração do ramo de:
- Produção, comércio, artesanato, manutenção e reparação de instrumentos
musicais, customizados ou não, de madeira e derivados.
116
CLÁUSULA QUARTA:
O início das atividades dar-se-á em 11/11/1111 e seu prazo de duração será
por tempo indeterminado
CLÁUSULA QUINTA:
O capital social é de R$ 000.000,00 (zero mil reais), divididos em 0.000
quotas no valor nominal de R$ 000 (zero reais) cada uma, totalmente realizadas e
integralizadas, neste ato, em moeda corrente nacional do país e assim distribuídas
entre os sócios:
XXXXXXXXXXX 50% 000 quotas R$ 00.000,00
YYYYYYYYYYYYY 50% 000 quotas R$ 00.000,00
TOTAL 100% 000 quotas R$ 000.000,00
PARÁGRAFO ÚNICO
A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas
ambos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
CLÁUSULA SEXTA
A administração dos negócios da Sociedade será exercida pelos sócios
conjuntamente, que usarão o título de Sócios Administradores com os poderes e
atribuições para, em conjunto, representar a Sociedade em juízo ou fora dele. Os
sócios poderão, em nome da sociedade, constituir procurador para fins específicos
da cláusula “ad negotia”, desde que assinada em conjunto. Os sócios não poderão,
em qualquer circunstância, praticar atos de liberalidade em nome da sociedade tais
como: prestação de garantia, de favor e outros estranhos ou prejudiciais aos objetos
e negócios sociais, configurando-se justa causa para efeito de exclusão do sócio nos
termos do Art. 1.085 do Código Civil Brasileiro.
CLÁUSULA SÉTIMA:
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Os sócios terão direito a uma retirada “PRO-LABORE” mensal, estipulada de
comum acordo, sempre dentro dos limites permitidos pela legislação do Imposto de
Renda.
CLÁUSULA OITAVA:
O exercício social terminará em 31 de dezembro de cada ano, quando então
os administradores prestarão contas justificadas de sua administração, procedendo
à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado
econômico, cabendo aos sócios, na proporção de suas quotas, a participação nos
lucros ou perdas apurados.
Parágrafo Primeiro: nos quatro meses seguintes ao término do exercício social o
sócio deliberará sobre suas contas, o balanço patrimonial e o resultado econômico,
designando administradores quando for o caso.
Parágrafo Segundo: a Sociedade poderá apurar mensalmente a Demonstração do
Resultado do Exercício Contábil de acordo com o seu exercício social.
Parágrafo Terceiro: os lucros acumulados poderão ser distribuídos mensalmente a
cada um dos sócios, observado o disposto na Cláusula Sétima.
CLÁUSULA NONA:
As quotas da Sociedade são indivisíveis e não poderão ser cedidas ou
transferidas sem o expresso consentimento dos sócios, cabendo em condição de
igualdade e preço o direito de preferência ao sócio que queira adquiri-las. O sócio
que pretender ceder ou transferir todas ou parte de suas quotas deverá manifestar
sua intenção por escrito ao outro sócio, assistindo a este o prazo de 30 (trinta) dias
para que possa exercer o direito de preferência.
CLÁUSULA DÉCIMA:
Em caso de falecimento ou incapacidade superveniente de qualquer dos
sócios, será realizado, em 30 (trinta) dias de tal ocorrência, um balanço especial
para pagamento aos herdeiros e/ou beneficiários do quinhão pertinente ao sócio
falecido ou incapacitado, não sendo autorizada a inclusão destes na sociedade.
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Os herdeiros e/ou beneficiários receberão seus haveres em moeda corrente,
apurados até a data do impedimento ou falecimento, em até 10 (dez) prestações
mensais, corrigidas monetariamente pelo IGP-M (FGV) ou outro índice que venha
substituí-lo, vencendo-se a primeira após 30 (dias) da data do balanço especial.
Em permanecendo apenas 1 (um) sócio, este terá o prazo de 180 (cento e oitenta
dias) para recompor a pluralidade social, sem a qual continuará o mesmo com todo
o ativo e passivo na forma de empresário individual ou até a extinção da mesma.
A morte, interdição, insolvência e exclusão de sócios não dissolverão a sociedade,
que continuará com o sócio remanescente.
CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA:
As deliberações sociais serão tomadas sempre por reunião dos sócios, a
serem convocadas previamente, no prazo mínimo de 3 (três) dias úteis.
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA:
Os Sócios Administradores declaram, sob as penas da lei, que não estão
impedidos de exercerem a administração da sociedade, por lei especial ou em
virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela, a pena
que vede, ainda que temporariamente o acesso a cargos públicos, ou por crime
falimentar, peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular,
contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência,
contra as relações de consumo, fé pública ou a propriedade.
Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couberem, as disposições
concernentes ao mandato.
CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA:
Fica eleito o Foro Central da Comarca de São Paulo para os procedimentos
judiciais referentes a este Instrumento de Contrato Social, com expressa renúncia a
qualquer outro, por mais especial ou privilegiado que seja ou venha a ser.
E, por estarem justos e contratados, os sócios obrigam-se a cumprir o presente
contrato, na presença de duas testemunhas, assinando-o em três vias de igual teor
para todos os regulares efeitos de direito.
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São Paulo, ____ de __________ de 2012
XXXXXXXXXXXXXXX yyyyyyyyyyyyyyyyyyy
TESTEMUNHAS:
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