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NICA HOWES ARTE E FOTOGRAFIA T odo e qualquer pai novo, cedo ou tarde, percebe que o nasci- mento do primeiro filho impli- ca grandes transformações na vida. É certo que a mu- dança do cotidiano existe, desencade- ando um conjun- to de sentimen- tos e emoções que só quem passa por essa aven- turacon- segue descre- ver. O represen- tante comer- cial, Éder Lovera, reconhece bem esses sentimentos, e conta que há um mês passou a se aventurar na tarefa de ser pai do pequeno Steffan Lovera. “Quando des- Sábado, 1° de agosto de 2015 1 cobri que seria pai, tive uma mistura de emoção, realização e felicidade que não tem ex- plicação. Mas com uma única certeza, que uma família esta- va sendo construída para toda vida”, conta. Sobre as inseguranças e res- ponsabilidades de colocar um filho no mundo, Éder afirma que vai dar o seu melhor para que o filho tenha um bom exemplo para seguir. “Minha preocupação em relação ao Steffan é de dar uma ótima educação, passar valores que realmente serão importantes, como humildade, honestidade, hombridade, respeito ao próxi- mo e principalmente dizer não ao que é errado”, declara. Mesmo preparado para rece- ber o filho, Éder conta que as emoções e descobertas diárias de um pai de primeira viagem são inúmeras. “Tudo foi planeja- do e durante o período gestacio- nal acompanhei a cada consulta, a cada ecografia, a cada momen- to e participando das novidades deste período que são diárias, isso me fez ficar preparado para ser pai, mas todo dia é uma sur- presa diferente”, afirma. A rotina de Éder, agora, é de- finida de acordo com as neces- sidades do bebê. “Não tenho mais uma programação certa, pois tive que me adaptar ao ho- rário do Steffan, mas isso não é nenhuma dificuldade e sim um prazer”, explica. Éder diz, ainda, que deseja poder viver muitos anos para aproveitar todos os momentos com o fi- lho. “Mas meu maior desejo é que ele se torne um homem realizado como pessoa, como profissional e que possa cons- truir uma família unida e sólida como a nossa”, finaliza. As aventuras de ser um pai de primeira viagem Caiani Martins - [email protected]

01/08/2015 - Dia dos Pais - Edição 3.152

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01/08/2015 - Dia dos Pais - Edição 3.152 - Bento Gonçalves/RS

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Todo e qualquer pai novo, cedo ou tarde, percebe que o nasci-

mento do primeiro filho impli-ca grandes transformações na

vida. É certo que a mu-dança do cotidiano

existe, desencade-ando um conjun-to de sentimen-

tos e emoções que só quem passa por

essa aven-turacon-s e g u e descre-ver. O

represen-tante comer-

cial, Éder Lovera, reconhece bem esses

sentimentos, e conta que há um mês passou a se aventurar

na tarefa de ser pai do pequeno Steffan Lovera. “Quando des-

Sábado, 1° de agosto de 2015 1

cobri que seria pai, tive uma mistura de emoção, realização e felicidade que não tem ex-plicação. Mas com uma única certeza, que uma família esta-va sendo construída para toda vida”, conta.

Sobre as inseguranças e res-ponsabilidades de colocar um filho no mundo, Éder afirma que vai dar o seu melhor para que o filho tenha um bom exemplo para seguir. “Minha preocupação em relação ao Steffan é de dar uma ótima educação, passar valores que realmente serão importantes, como humildade, honestidade, hombridade, respeito ao próxi-mo e principalmente dizer não ao que é errado”, declara.

Mesmo preparado para rece-ber o filho, Éder conta que as emoções e descobertas diárias de um pai de primeira viagem são inúmeras. “Tudo foi planeja-

do e durante o período gestacio-nal acompanhei a cada consulta, a cada ecografia, a cada momen-to e participando das novidades deste período que são diárias, isso me fez ficar preparado para ser pai, mas todo dia é uma sur-presa diferente”, afirma.

A rotina de Éder, agora, é de-finida de acordo com as neces-sidades do bebê. “Não tenho mais uma programação certa, pois tive que me adaptar ao ho-rário do Steffan, mas isso não é nenhuma dificuldade e sim um prazer”, explica. Éder diz, ainda, que deseja poder viver muitos anos para aproveitar todos os momentos com o fi-lho. “Mas meu maior desejo é que ele se torne um homem realizado como pessoa, como profissional e que possa cons-truir uma família unida e sólida como a nossa”, finaliza.

As aventuras de ser um pai deprimeira viagem

Caiani Martins - [email protected]

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

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Esporte radical aproxima

O laço que une a relação de pai e filho pode ir muito além da roti-

na comum da convivência em família, como por exemplo: tomar café da manhã juntos, ajudar nos deveres da escola ou assistir futebol no domin-go. Todas essas atividades ro-tineiras fazem parte da relação de Cleimar Sfredo e seus filhos Ramielc e Naína Sfredo. Porém elas não são suficientes, o trio faz da adrenalina uma paixão em comum que os uniu na prá-tica de esportes radicais.

O bento-gonçalvense, Clei-mar Sfredo, sempre se interes-sou por esportes, desde pedalar até praticar moto de regulari-dade, e seus filhos, na época crianças, não se intimidaram com as atividades perigosas e passaram a acompanhar o pai nos finais de semana. “Eu sempre gostei e pratiquei es-portes, moto de regularidade, trilha e quadriciclo e eles me acompanham desde pequenos, meu filho virou fã, e a minha filha que é muito radical queria

Rogério deu a moto para o filho Robson e desde então pilotam juntos

Cleimar Sfredo com seu filho Ramielc, que pratica moto de regularidade, e com a filha Naína, que se aventura no quadriciclo

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estar junto com nós e também nos seguia”, lembra.

No início, Cleimar conta que dividia o tempo e separava um dia para cada um, evitando possíveis brigas e conseguindo agradar os dois filhos igual-mente. “Eu saía no sábado com o Ramielc, pois só tinha uma moto e no domingo tinha que sair com a Naína, e dar voltas com ela”, explica. Foi a maneira que o pai encontrou de ter os filhos sempre por perto e evitar o interesse de-les por coisas erradas. A ideia deu certo. “Com o passar do tempo, a vontade de praticar esportes foi crescendo e ocu-pando mais espaço na vida deles. Assim, estamos sempre juntos, conversando nos aju-dando e, como “recompensa”, eles sempre foram ajuizados e nunca me deram problemas”, comemora.

Mas nem tudo são flores. Cleimar se emociona ao se lembrar do acidente do Ra-mielc enquanto pilotava. “Teve uma corrida em que ele passou

pais e filhospor um fio de parreira, que pe-gou no rosto, ele caiu da moto e desmaiou. Quando cheguei perto e vi ele todo ensanguen-tado, comecei a sacudir, sei que não é o certo, mas na hora do desespero a gente não pensa, até hoje me abalo quando lem-bro disso. Naína também já se machucou feio, caiu da bici-cleta e ficou em coma por 24 horas. Porém, isso faz a gente valorizar mais os momentos bons que temos e aproveitar ao máximo a vida”, declara.

Sobre presente de Dia dos Pais Cleimar não quer ganhar nada, afirma que sua recom-pensa é diária e que ver os fi-lhos crescidos e encaminhados é o suficiente para ele ser feliz.

Rogério e Robson Copat são parceiros

de aventura

Diferente da história an-terior, agora é o filho quem puxou o pai para o esporte ra-dical, Rogério Copat, 45 anos é pai solteiro e mora sozinho

com o filho, Robson Copat, mas a convivência diária entre eles não é o suficiente, quando Robson completou 10 anos, Rogério deu uma minimoto de trilha para seu filho, que se apaixonou pelo esporte e pratica desde então. “Eu vi a necessidade de acompanhar

meu filho nas trilhas e também comprei uma moto”, lembra.

Com essa atividade em co-mum os dois fortalecem os la-ços de amizade e cumplicidade além de se divertirem com os amigos de trilha. “Às vezes sa-ímos com amigos, mas se não temos, um faz companhia para o outro. Na trilha, tu depen-de muito do teu companhei-ro. Com ele, eu sempre piloto atrás, caso aconteça algo po-derei ajudar o Robson. Isso é automático, o pai sempre tenta proteger o filho”, salienta.

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FOTO

LEY

SER

Em clima de Dia dos Pais, nada mais justo do que conhecer histó-

rias emocionantes de homens que vão muito além das sim-ples tarefas diárias que a paternida-de exige. Uma delas é prota-gonizada por

A superação diária na tarefa de

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Pedro dos Santos Almeida, 42 anos, que viu sua vida mudar completamente depois do aci-dente que seu filho, de nove meses, sofreu. Henrique Al-meida, hoje com 14 anos, caiu do segundo andar de casa en-quanto estava no an-dador. O aciden-te que abalou a vida da família

e a de Henrique, serviu como um desafio diário de amor e superação para o Pedro. “Meu filho é tudo para mim, e quan-do aconteceu aquela fatalida-de, entramos em desespero. Ver um ser tão pequeno e frá-gil lutando pra sobreviver foi uma lição e um motivo a mais pra eu não desistir”, declara.

Esperança e luta passaram a ser as palavras de ordem no dia a dia de Pedro. Sua mulher ficou muito abalada. Com a gravidade da situação entrou

em depressão, fazendo de Pedro o principal res-

ponsável por cuidar do bebê. “Uma coi-sa dessas te faz re-gredir, te puxa para trás, mas a gente não pode desistir. Meu fi-lho perdeu toda a co-ordenação motora do corpo e precisou mais

do que nunca de mim. Minha mulher, mesmo

com o estado emocional fragilizado, largou o em-prego para poder acom-panhar o Henrique nas

consultas”, lembra. Depois de muitas idas e

vindas do hospital, de mui-tos exames e cirurgias, Hen-rique foi melhorando, porém ainda precisa de acompanha-

mento, pois o acidente deixou o menino com parte do corpo paralisado. “A cada nove meses vamos para Porto Alegre para ele fazer fisioterapia, mas a nos-sa rotina era sempre dentro de um hospital, e como aqui em Bento era tudo muito limitado, tivemos que procurar tratamen-to em outros lugares, como em Belo Horizonte”, explica.

O pai é um exemplo de força de vontade, sempre com um

discurso positivo. Pedro afir-ma que fatalidades acontecem e não se entregar faz parte da tarefa de ser pai. “Muita gen-te não dá valor pra vida, pois acha que é só ir do trabalho pra casa e da casa ao trabalho e deu, mas não, quando temos uma situação como essa, per-cebemos que o que temos de material não importa. Eu passei a valorizar mais os momentos e a companhia dos meus filhos Henrique e Taís”, salienta.

Sobre as mudanças da vida na família, o pai conta que todo dia é uma conquista diferente, se orgulha do filho que não se im-

porta com o preconceito sofrido e que realiza todas as coisas que qualquer outro adolescente faz. “Não podemos ficar remoendo sentimentos ruins e tentar bus-car uma explicação ou culpado para o acidente, e até vendemos a casa para não ter a lembrança diária do trauma e conseguir se-guir em frente”, afirma.

Para o Dia dos Pais, Pedro não quer nada especial, só deseja que Henrique melhore cada dia mais, para ele poder aproveitar ao máximo a com-panhia do seu filho.

ser pai

Caiani Martins - [email protected]

FOTOS ESTEFÂNIA LINHARES

Gerações trabalham unidas na

Carlos Speranza auxília o pai Severino Speranza no trabalho desde a época em que era criança

Filho segue o exemplo do pai trabalhando como produtor de frutas

Na manhã ensolarada de quinta-feira, 30 de julho, a família Spe-

ranza, se dedicava a colheita de bergamotas da variedade Mon-tenegrina. Os pomares estão localizados na Linha Ferri, em Bento Gonçalves.

Até o meio dia, Severino, a esposa Tereza e o filho Carlos iriam colher 14 caixas da fruta que seriam entregues em um supermercado do município para a comercialização. Nes-te ano, o resultado da safra foi positivo para eles. Segundo o produtor, os pés da fruta carre-garam bem e os resultados são até o momento satisfatórios.

O fruticultor é pai de três fi-lhos: Carlos, Cleci e Cléber. Ele

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relata que desde pequeno traba-lha na colônia. Um dos filhos, o Carlos, sempre seguiu lhe aju-dando nos cuidados com a pro-dução. O outro filho, Cléber, estudou e foi morar na cidade. Já a menina também estudou e atua em duas escolas em Bento.

A família se divide entre o tra-balho no interior cultivando fru-tas e a residência na cidade. “O meu pai trabalhava também na colônia”, revela. Desde peque-no, Severino o ajudava no traba-lho na roça, e hoje conta com o apoio de um dos filhos. Para ele, é muito bom estar trabalhando ao lado do filho. “Ele é meu bra-ço direito”, comenta comple-mentando que “todos os meus filhos são trabalhadores. A mi-

nha filha é professora”. O pro-dutor relata que o trabalho na colônia é díficil, mas que mesmo assim dá para se viver bem.

Um pouco da história de Se-verino se repete com o filho, pois também o auxilia desde criança. Ele relata que sempre o acompanhou no trabalho e per-manece ao seu lado. “É um or-gulho ajudar o meu pai”, afirma.

Além da citricultura, os pro-dutores também trabalham na viticultura. Nos parreirais são cultivadas as uvas nas varieda-des Seibel Pica Longa e Niága-ra. Após a colheita das frutas cí-tricas, pai e filho irão se dedicar a poda das parreiras.

Da Redação - [email protected]

colônia