02 - Arquitetura Colonial

7/21/2019 02 - Arquitetura Colonial

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HISTÓRIA E TEORIA

DA ARQUITETURA IV

Prof. Mario MuylaertEsp. Arte, cultura e sociedade



Arquitetura Colonial: Parte 2

História e Teoria da Arquitetura IV

3. ARQUITETURA RURAL

O ENGENHO MONOCULTOR CANAVIEIRO

No universo RURAL, o ato de MORAR estava diretamente associado ao TRABALHO e à PRODUÇÃO.

Assim, o CONJUNTO era composto pelo

MAIOR PROGRAMA RESIDENCIAL da

COLÔNIA, constituído por um COMPLEXO

de DIVERSOS EDIFÍCIOS, dentre os quais

se DESTACAVA:

CASA-GRANDE, SENZALA

e ENGENHO.

Engenho nordestino do século XVII,com fábrica de açúcar

no primeiro plano e ao fundoa casa-grande e capela.





3. ARQUITETURA RURAL A IMPLANTAÇÃO

Os PRIMEIROS COLONIZADORES

ESCOLHERAM as MARGENS dos RIOS da

ZONA da MATA do NORDESTE, do

RECÔNCAVO BAIANO ou daqueles que

desaguavam na BAÍA da GUANABARA para

IMPLANTAÇÃO dos ENGENHOS de CANA.

PRINCIPAIS RAZÕES:

GARANTIA de TRANSPORTE FLUVIAL da

PRODUÇÃO AÇUCAREIRA e UTILIZAÇÃO

da FORÇA HIDRÁULICA (GIRAR

MOENDAS).





3. ARQUITETURA RURAL - A IMPLANTAÇÃO

Ilustração: Engenho do Poço Comprido, séc. XVIII, Vicência, PE,com destaque para a capela incorporada à casa-grande.

PADRÃO de IMPLANTAÇÃO no século XVII:

CASA-GRANDE e CAPELA, em geral DISTANTES ENTRE SI;

COMPLEXO AGROINDUSTRIAL com ENGENHO, a CASA da DEPURAÇÃO, SENZALAS, as

OFICINAS e ESTREBARIAS.

PADRÃO de IMPLANTAÇÃO no século XVIII:

CASA-GRANDE e CAPELA foram INTERLIGADAS, constituindo um ÚNICO CONJUNTO.

INCORPORAÇÃO das CAPELAS à CASA SENHORIAL,

a PLANTA-BAIXA ALTEROU-SE do partido

RETANGULAR para PLANTAS em

FORMA de U ou mesmo RETANGULARES

com PÁTIOS INTERNOS

No CENTRO do CONJUNTO, entre as EDIFICAÇÕES, uma transmutação da PRAÇA URBANA com

FUNÇÕES de LAZER, TRABALHO, PUNIÇÕES, ORAÇÃO, VIGÍLIA.





3. ARQUITETURA RURAL - A CASA-GRANDE

SEDE do COMPLEXO AGROINDUSTRIAL, cujas DEPENDÊNCIAS eram constituídas de VARANDAS,

SALAS, ALCOVAS, QUARTOS de HÓSPEDES, CAPELA e COZINHAS GIGANTESCAS.

Por muitas vezes a CASA-GRANDE SERVIU como FORTALEZA, COFRE, HARÉM do SENHOR de

ENGENHO, ESCOLA, HOSPITAL, DEPÓSITO e ABRIGO pra ESCRAVOS, POUSADA para VIAJANTES.

As VARANDAS das fachadas das CASAS-GRANDES se constituíram em uma das MAIORES

RECORRÊNCIAS do PERÍODO COLONIAL devido à sua IMPORTÂNCIA CLIMÁTICA.

A morada paulista com seu alpendreentalado.

A morada fluminense utiliza a varandacomo elemento protetor contra insolaçãoexcessiva.

Na morada nordestina a varanda funcionacomo elemento filtrante, evitando visitasindesejadas





3. ARQUITETURA RURAL

A CASA-GRANDE

Corte perspectivado, Fazenda do Viegas,séc. XVIII, Zona Oeste, Rio de Janeiro.

CapelaVaranda

Cozinha

Alcovas

Quarto deHóspedes

Sala





3. ARQUITETURA RURAL – A SENZALA

Filhos Negros numa ColôniaEscrava.





3. A SENZALA

Senzala da Fazenda União Localizada na cidade de Rio das Flores, RJ.





3. ARQUITETURA RURAL – A MORADA PAULISTA

Sítio do Padre Inácio, Cotia, São Paulo, século XVII.

ALPENDRE CAPELA HÓSPEDE

SALA

QUARTO QUARTO

QUARTO QUARTO

COZINHA





3. ARQUITETURA RURAL – A MORADA PAULISTA



Arquitetura Colonial: Parte 2 Aula 03


3. ARQUITETURA RURAL – A FAZENDA DE GADO DO NORDESTE

Moradia rural do ciclo do gado, século XVIII, Piauí.





3. ARQUITETURA RURAL – O ENGENHO POLICULTOR SUDESTINO

Fazenda Boa Vista, Bananal, São Paulo.





4. ARQUITETURA URBANA

Nos SOBRADOS as SALAS de FRENTE no PISO SUPERIOR tinham a FUNÇÃO de RECEBER.

Fachada e planta de sobrado em Olinda, possivelmente datado do século XVII. Diamantina, Minas Gerais.






Na SALA da FRENTE encontramos o MELHOR MOBILIÁRIO da CASA, o ÚNICO ESPAÇO que seADMITIA o visitante ESTRANHO. Em GERAL a DECORAÇÃO era complementada por um ORATÓRIO.

JANELAS e SACADAS quase sempre GUARNECIDAS de MUXARABIS permitiam a VENTILAÇÃO e

VISTA para o EXTERIOR, mantendo a PRIVACIDADE.

Diamantina, Minas Gerais.








As CASAS URBANAS e os BANHEIROS PORTÁTEIS como

URINÓIS e OUTROS RECIPIENTES, as vezes inseridos em

CADEIRAS ESPECIAIS, as RETRETAS.






AGREGADO as COZINHAS encontrava-se um ESPAÇO voltado para o QUINTAL urbano, tratava-seda SALA de VIVER, antecessora das nossas COPAS.

Cozinha sujaCozinha limpa





SISTEMAS CONSTRUTIVOS DO BRASIL COLONIAL – FUNDAÇÕES

• PROCESSO SIMPLES e rápido - ELEMENTOS VERTICAIS era o PAU A PIQUE.

• FUNDAÇÃO CORRIDA, ou BALDRAME - PEDRAS BRUTAS

• PAREDES AUTOPORTANTES - CARGAS DISTRIBUÍDAS.




Professor Gabriel BotelhoHistória e Teoria da Arquitetura IV

SISTEMAS CONSTRUTIVOS DO BRASIL COLONIAL – ELEMENTOS VERTICAIS

PAREDES AUTOPORTANTES:

ALVENARIAS de PEDRA: BRUTAS ou APARELHADAS, SECAS ou ARGAMASSADAS, largamente

UTILIZADAS na COLÔNIA, tanto pela ABUNDÂNCIA como RESISTÊNCIA às INTEMPÉRIES, além

disso o TRABALHO em CANTARIA era TRADICIONAL entre os PORTUGUESES.

ADOBE e TIJOLO: FEITOS de BARRO, FIBRA VEGETAL e ÁGUA, PRENSADOS MANUALMENTE em

FORMAS de MADEIRA e SECOS à SOMBRA e depois ao SOL (ADOBE) e COZIDOS (TIJOLO).







TAIPA de PILÃO: BARRO, ÁGUA, FIBRAS VEGETAIS e algum tipo de AGLOMERANTE, que pode ser

ESTRUME ou SANGUE de ANIMAIS, estes componentes são APILOADOS em uma FORMA de

MADEIRA, o TAIPAL.







TAIPA de PILÃO: BARRO, ÁGUA, FIBRAS VEGETAIS e algum tipo de AGLOMERANTE, que pode ser

ESTRUME ou SANGUE de ANIMAIS, estes componentes são APILOADOS em uma FORMA de

MADEIRA, o TAIPAL. VULNERÁVEL a ÁGUA,

as PAREDES devem ser PROTEGIDAS porLONGOSBEIRAIS e preferencialmente

APOIADAS em FUNDAÇÕES de PEDRA.






ESTRUTURA AUTÔNOMA:

PEÇAS ESTRUTURAIS de ALVENARIA (PEDRA ou BARRO) ou MADEIRA, os ESTEIOS.

HORIZONTALMENTE utilizavam uma PEÇA SUPERIOR, o FRECHAL e uma INFERIOR, o BALDRAME,

esta cuidadosamente AFASTADA do SOLO para EVITAR a UMIDADE.

MADEIRA:

A utilização de TABUADO como TÉCNICA

de VEDAÇÃO, muito utilizada no SUL do

PAÍS, NÃO era uma PRÁTICA COMUM entre

os PORTUGUESES. A TÉCNICA mais

comum era a “SAIA e CAMISA”, também

aplicados em FORRO.






PAREDES DE VEDAÇÃO:

ADOBE e TIJOLO:

Mesmos ELEMENTOS das PAREDES

AUTOPORTANTES.

ESTUQUE:

RESTRITA as PAREDES INTERNAS de VEDAÇÃO, POUCA

RESISTÊNCIA ao IMPACTO e UMIDADE. ARGAMASSA de

PÓ de MÁRMORE, CAL, AREIA PENEIRADA e ÁGUA em

uma TRAMA FECHADAde RIPAS de

MADEIRA.






TAIPA de MÃO:

TAIPA de MÃO, PAU a PIQUE ou mesmo SAPÊ,

TÉCNICA SECULAR do uso da TERRA, um

ENTRAMADO de VARAS, RIPAS e CIPÓS ou

BAMBUS, constituindo um ESTRADO VERTICAL,ENGASTADO na ESTRUTURA AUTÔNOMA, que

recebia uma MISTURA de BARRO, ÁGUA e

FIBRAS VEGETAIS, AMASSADOS pelos

CONSTRUTORES por AMBOS os LADOS das

PAREDES.

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