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02 - Inquérito Policial

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9. INDICIAMENTO

9.1. Conceito – “Indiciar é atribuir a alguém a autoria de uma infração penal.”

9.2. Pressupostos para o Indiciamento – O simples indiciamento já traz prejuízo. Por esse motivo, quais os pressupostos para o indiciamento?

Provas da materialidade Indícios de autoria

9.3. Atribuição para o indiciamento – É privativa da autoridade policial. Há quem diga que o MP não pode requisitar o indiciamento de alguém porque este é um ato privativo do delegado. Ele, se quiser, que denuncie essa pessoa.

9.4. Indiciamento direto X Indiciamento indireto – O indiciamento direto ocorre quando o indiciado está presente. É feito na presença do indiciado, enquanto que o indiciamento indireto ocorre quando o indiciado está ausente.

9.5. Sujeito passivo do indiciamento – O ponto mais importante de ser cobrado no concurso é esse último ponto: Sujeito passivo. Quem é que pode ser indiciado? Qualquer um pode ser? Ou tem alguém que pode não ser indiciado? Em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada. Mas há exceções (e é isso que pode ser cobrado):

a) Membros do Ministério Público – essa prerrogativa está no art. 41, II, da Lei nº 8625/93. Se vc está investigando um delito e percebe que há envolvimento de um membro do MP, automaticamente vc interrompe e remete os autos ao PGJ. Geralmente, o procurador designa uma comissão de procuradores para acompanhar o caso.

“Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício de sua função, além de outras previstas na Lei Orgânica:

II - não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste artigo;

Parágrafo único. Quando no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração.”

b) Juízes – também não podem ser indiciados. A regra é a mesma do Ministério Público. Remessa dos autos ao Presidente do Tribunal respectivo.

c) Deputado Federal, Senador da República – para os membros do MP, existe lei, para os membros da magistratura existe lei (LOMAN). E titulares de foro por prerrogativa de função tem lei prevista? A Constituição diz que deputados

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serão julgados pelo STF e que não poderão ser indiciados. Tem alguma lei que diga isso? Não. Um Senador foi indiciado por um delegado da PF e foi ao Supremo questionar isso. Sepúlveda Pertence entendeu o seguinte: uma coisa é vc ser julgado no STF e outra coisa é ser indiciado. Não haveria problema algum ele ser indiciado. Mas não foi o que prevaleceu. Em questão de ordem levantada por Gilmar Mendes, o que prevaleceu foi o seguinte: “titulares de foro por prerrogativa de função não poderão ser indiciados sem prévia autorização do Ministro ou desembargador relator.”

Quando uma investigação se dá em relação a MP, Juízes, deputados federais e senadores, será designado no órgão competente um ministro ou desembargador para acompanhar o caso concreto. É fácil vc pensar isso quando se lembra do caso “Mensalão”. Que Ministro do STF acompanhou isso? Joaquim Barbosa.

Outro detalhe importante: “Esta mesma autorização é indispensável para a instauração de inquérito.” Da mesma forma que o indiciamento, a instauração de IPL contra essas pessoas também precisam de autorização do ministro ou desembargador relator (Inquérito 2411 – acabou sendo a posição definitiva do STF que acabou anulando o indiciamento).

10. INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO

Ele pode ser privado de comunicação com o meio exterior? O Código diz que sim. Lembrar que é da década de 40 e tem inspiração fascista, extremamente autoritário, mesmo tendo sido modificado ao longo dos anos.

“Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

        Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil”

Esta incomunicabilidade, prevista no art. 21, do CPP, está de acordo com a CF? Não. Esta incomunicabilidade não foi recepcionada pela Constituição de 1988. Qual seria a justificativa para esse posicionamento? A CF diz que no Estado de Defesa (art. 136), essa incomunicabilidade é proibida. Aí vale o bom-senso.

“Se no estado de exceção não é possível a incomunicabilidade do preso, o que dizer em um estado de normalidade.”

“Art.136, § 3º, IV: § 3º - Na vigência do estado de defesa: IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.”

Damásio e Vicente Greco Filho entendem que ainda é possível essa incomunicabilidade. Acham que a exceção só vale para o estado de defesa e não para o estado normal.

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11. RDD: REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO

Foi introduzido na LEP, em seu art. 52. RDD é hipótese de incomunicabilidade?

“Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.”

“Agendamento e organização de visitas não significam incomunicabilidade.”

RDD não é hipótese de incomunicabilidade. Existe uma certa restrição, um monitoramento mais rígido, mas não é hipótese de incomunicabilidade.

12. PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

Quanto a esse tema é importante que se tenha em mente que uma coisa é o prazo do CPP e uma coisa é quando o acusado está preso e outra coisa, quando está solto.

Investigado preso – prazo de 10 dias. Investigado solto – prazo de 30 dias.

Alguns detalhes importantes: esses prazos podem ser prorrogados? Em se tratando de investigado solto, esse prazo pode ser prorrogado. Ás vezes fica anos sem que nenhuma

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diligência seja feita pelo delegado e nem pedida pelo promotor. Tudo porque o prazo pode ser prorrogado.

E no caso do réu preso? Aqui não.

“Se restar caracterizado um excesso abusivo, é caso de relaxamento da prisão, sem prejuízo da continuidade do processo.”

Se ele está preso há 90 dias e o inquérito não foi concluído, há abuso e a prisão deve ser relaxada.

Outro ponto importante: Este prazo é penal ou processual penal?

Prazo processual penal – o dia do início não é levado em consideração Prazo penal – o dia do início já é levado em consideração.

Cidadão foi preso temporariamente no dia 09 às 11 horas da noite. Que dia ele tem que ser solto? Prisão é prazo penal! Independentemente do horário que vc foi preso, isso já conta como dia. À 0 hora de terça (17) pra quarta (18), ele terá que ser colocado em liberdade porque é um prazo penal.

O prazo de 30 dias (réu solto) não há dúvida de que é um prazo processual penal. O dia do início não é computado. Mas há doutrinadores que entendem que seria prazo de direito penal. São, pois, duas correntes.

Esse prazo varia conforme legislação especial:

CPP – 30 dias e 10 dias CPM – Código de Processo Penal Militar – réu preso: 20 dias; réu solto: 40 dias. JUSTIÇA FEDERAL (foi pergunta de prova oral - TRF 5ª) – Prazo de 15 dias para réu

preso e réu solto de 30 dias. Neste caso, a lei 5010 permite que o prazo para réu preso seja duplicado.

LEI DE DROGAS (11.343/06) – réu preso: 30 dias e réu solto: 90 dias. Com um detalhe: esses prazos podem ser duplicados. É lei mais recente que traz um prazo mais coerente.

LEI DA ECONOMIA POPULAR (1.521/51)– 10 dias para as duas hipóteses, estando o investigado preso ou solto.

Prazos de conclusão do IPL RÉU PRESO RÉU SOLTO CPP 10 dias 30 dias CPM 20 dias 40 dias JUSTIÇA FEDERAL 15 dias (até 2 x) 30 dias LEI DE DROGAS 30 dias (até 2 x) 90 dias (até 2 x) LEI DA ECONOMIA POPULAR 10 dias 10 dias

13. CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

O inquérito policial e concluído como? Em regra, por meio de um relatório. O que o delegado faz no relatório? O relatório é uma peça de caráter essencialmente descritivo. Ou seja, o

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delegado tem que dizer o que ele vê ao longo das investigações. Quem ouviu, que perícias foram realizadas. Tem que dizer o que fez ao longo do inquérito.

Delegado tem que dar opinião? Há relatórios em que o delegado opina e fundamenta (“é caso de aplicação do princípio da insignificância, opino pelo arquivamento). Mas não tem que fazer isso. Quem é o titular da ação penal é o MP.

“No relatório policial não deve ser feito um juízo de valor porque esse juízo de valor é próprio do titular da ação penal, que é o MP.”

Há alguma exceção? Alguma hipótese em que o delegado faz juízo de valor? SIM. Na lei de drogas há uma exceção interessante que é a do art. 52. Exemplo: artista da Globo em hotel com muitos gramas de cocaína. É traficante ou usuário? Na hora de o delegado relatar o inquérito de tráfico terá que fazer um juízo de valor. Porque acha que é tráfico e porque acha que não é tráfico.

“Art. 52.  Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

O relatório é peça indispensável? O relatório do delegado é necessário para o oferecimento da denúncia? Tecnicamente, o relatório da autoridade policial não é uma peça obrigatória. É óbvio que dentro das atribuições do delegado está a sua confecção, mas sua ausência não prejudica o início da ação penal.

Concluído o inquérito com o relatório, para onde o inquérito é remetido? Art.10, § 1º, CPP:

”Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

        § 1o  A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.”

“O inquérito policial, de acordo com o Código, uma vez concluído, deverá ser remetido ao Poder Judiciário.” É isso que acontece em todos os Estados da Federação? Não. Não é o procedimento ideal num sistema em que o juiz deve permanecer fora. Assim, no Paraná, na Bahia e no Rio de Janeiro, por exemplo, ao invés de remeter ao Judiciário, ocorre a remessa ao MP, são as chamadas de “Centrais de Inquérito.” Por meio de resolução, por meio de portaria, remete-se ao MP. Tramita no Congresso Nacional um projeto que torna obrigatória a remessa ao MP, em vez de remeter ao juiz.

Mas, de acordo com o código, a remessa é ao juiz. Chegando os autos do inquérito ao juiz, o que acontece? Depende da ação penal.

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“Se o crime for um crime de ação penal pública, o Judiciário vai abrir vista ao MP. Se o crime for de ação penal privada, neste caso, o procedimento é diferente por depender da vontade da vítima. Neste caso, os autos ficam em cartório aguardando a iniciativa do ofendido.”

Isso é na técnica, corretamente é isso. Na prática, vai tudo para o MP.

14. VISTA AO MINISTÉRIO PÚBLICO

Chegando o inquérito ao MP, quais são as possibilidades de manobra?

1ª Possibilidade: Oferecer denúncia (estudaremos isso adiante).

2ª Possibilidade: Requerer diligências nos termos do art. 16, do CPP: essa diligência deve ser indispensável ao oferecimento da denúncia.

“Art. 16.  O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.”

E diante do indeferimento pelo juiz, o que se faz? Isso acontece. O juiz entende a diligência desnecessária por fornecerem os autos indícios mais do que suficientes ao oferecimento da denúncia. Isso está correto? Não. Cuidado com isso. Não cabe ao juiz entrar nessa análise porque ele não é o titular da ação penal.

Mas se o juiz indeferir, o que o promotor pode fazer?

o a) Correição Parcial – pode interpor uma correição parcial, que é espécie de recurso.

o b) Requisitar diretamente (sem passar pelo juiz) à autoridade policial, ao invés de ingressar com a correição parcial.

3ª Possibilidade: Arquivamento do inquérito policial (veremos adiante).

4ª Possibilidade: Alegação de incompetência, com a remessa dos autos ao juízo competente. Chegou para o MP estadual um crime militar. Ele requer ao juiz a remessa dos autos à Justiça Militar.

5ª Possibilidade: Pode o MP, neste momento, suscitar conflito de competência ou um conflito de atribuição, tema ótimo para ser cobrado em prova (caiu no MPF).

15. CONFLITO DE COMPETÊNCIA

É um conflito que se dá entre magistrados ou órgãos do Poder Judiciário. 3ª VF de SP e a 2ª VF de Belo Horizonte, por exemplo. Esse conflito pode ser positivo e negativo.

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15.1. Conflito POSITIVO de competência – dois ou mais órgãos do Poder Judiciário se dão por competentes para apreciar o caso concreto. Acontece em casos de repercussão nacional.

15.2. Conflito NEGATIVO de competência – dois ou mais órgãos do Poder Judiciário se dão por incompetentes para apreciar o caso concreto.

Não vai cair para diferenciar um conflito do outro. O examinador vai querer confundir: um juiz da vara criminal de Teresina, contra um juiz federal de Recife. Dica: na hora de julgar o conflito de competência vc tem que sempre pensar num órgão que seja superior hierárquico dos dois juízes. Exemplos:

3ª Vara Criminal de São Paulo contra a 2ª Vara Criminal de Guarulhos, quem decide? Dois juízes estaduais do mesmo Estado, sujeitos ao mesmo tribunal: TJ/SP.

3ª Vara Federal de Campo Grande contra a 3ª Vara Federal de São Paulo, quem decide? Na Justiça Federal, o órgão de 2ª instância é o TRF, mas a Justiça Federal é dividida em 5 Regiões. E Mato Grosso do Sul e São Paulo estão na mesma região. Portanto, esses dois juízes estão sujeitos ao mesmo tribunal, que é o TFR-3ª Região.

3ª Vara Federal de Campo Grande contra a 3ª Vara Federal de Porto Alegre, quem decide? Na Justiça Federal, o órgão de 2ª instância é o TRF, mas neste caso são TRF’s diferentes. Quem, então, julga? O STJ.

Juiz Federal (sujeito ao TRF) e juiz estadual (sujeito ao TJ) – o STJ decide.

Superior Tribunal Militar contra a 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Quem julga? STJ ou STF? Neste caso, é o STF. Isso é simples. Basta lembrar que sempre que houver um conflito envolvendo tribunal superior, é o STF que julga.

Conflito entre um juiz do Juizado Especial Federal (de Campos) e 1ª Vara Federal de Campos. Quem decide? Na hierarquia recursal, o Juizado Especial Federal está sujeito à Turma Recursal e quem decide esse conflito de competência é o STJ e não o TRF. Súmula 348, do STJ:

“Súmula 348, do STJ: “Compete ao STJ decidir os conflitos de competência entre os Juizados Especiais Federais e os Juízes Federais, ainda que da mesma Seção Judiciária.”

16. CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO

“Conflito de atribuição é a divergência estabelecida entre órgãos do Ministério Público acerca da responsabilidade para a persecução penal.”

Estabelecido o conflito de atribuição, quem decide?

Se o conflito se dá entre promotores de um mesmo Estado (MP de Jundiaí x MP de Valinhos), quem decide é o PGJ.

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Se o conflito se estabelece entre procuradores da República (MPF/AM x MPF/SC), cuidado, quem decide conflito de atribuição no âmbito do MPF (procuradores da república) é a Câmara de Coordenação e Revisão com recurso para o PGR.

Essa é a hipótese que cai: Quem julga conflito de atribuição entre um Promotor de Justiça do Estado de SP e um Procurador da República no Rio de Janeiro? Tema polêmico. Tem prevalecido no âmbito do STF (PET 73528 e 3631) que a competência é do Supremo Tribunal Federal. Com base no art. 102, I, f (cuidado com isso que já caiu em prova do MPF que seria o PGR, mas essa é posição minoritária):

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;”

(fim da 1ª parte da aula)

17. CONFLITO VIRTUAL DE JURISDIÇÃO OU DE COMPETÊNCIA

Conflito de competência e conflito de jurisdição é a mesma coisa. O que é conflito virtual de jurisdição ou de competência? É um possível conflito entre os juízes perante os quais oficia os membros do MP em conflitos de atribuições.

Isso é muito simples. Se há um conflito entre um promotor de SP e um do RJ, é conflito de atribuição. Mas, na prática, se esses dois promotores resolverem provocar os respectivos juízes perante os quais atuam, deixa de ser um conflito de atribuição e passa a ser um conflito virtual de jurisdição ou competência.

18. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL

18.1. Natureza jurídica do arquivamento

O CPP, ao se referir ao arquivamento diz que seria mero despacho:

“Art. 67.  Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.”

Mas seria mesmo o despacho? Não. Sem dúvida alguma, o arquivamento do IPL é decisão judicial, lembrando sempre que é decisão judicial após o pedido do promotor. O MP faz um pedido e o juiz determina o arquivamento do inquérito policial. O promotor não pode arquivar e nem o juiz pode arquivar de ofício.

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E se o juiz arquivar de ofício, qual é o recurso cabível? É a Correição Parcial.

18.2. Fundamentos que autorizam o arquivamento do IPL

a) Atipicidade formal ou material da conduta. A atipicidade formal é a conduta que não configura crime. Exemplo: caso da cola eletrônica que foi tida pelo STF como atípica, não é crime. Atipicidade material da conduta. Exemplo de tipicidade material: princípio da insignificância.

b) Excludente de ilicitude – legítima defesa, estado de necessidade.

c) Excludente da culpabilidade – há uma excludente de culpabilidade que não pode ser objeto de arquivamento que é a inimputabilidade. No caso do inimputável é preciso oferecer denúncia a fim de que, ao final do processo, ele seja submetido a medida de segurança.

d) Causas extintivas da punibilidade – se vc perceber que houve a morte do agente, que a pretensão punitiva está prescrita, pede o arquivamento.

e) Ausência de elementos de informação quanto à autoria ou materialidade da infração – é a causa de arquivamento mais comum.

18.3. A definitividade do arquivamento

Arquivou o inquérito, acabou? Já foi questão de 2ª fase do MPF. Aí é preciso lembrar que a coisa julgada pode se formar em duas hipóteses: porque vc não interpôs recurso ou interpôs recurso, mas o recurso não foi conhecido por falta de pressuposto de admissibilidade ou porque foi conhecido e lhe foi negado provimento. Neste caso, haverá a coisa julgada. Essa coisa julgada aí colocada subdivide-se em:

Coisa julgada formal – é a imutabilidade da decisão no processo em que foi proferida.

Coisa julgada material – pressupõe a formal e consiste na imutabilidade da decisão fora do processo no qual foi proferida a decisão.

Foi arquivado o inquérito. Acabou? Depende. Se a decisão foi proferida com coisa julgada formal, naquele processo ela é imutável, mas nada impede que novo processo seja instaurado. Quando se diz que a coisa julgada é formal e material, aí acabou. A decisão tornou-se imutável dentro e fora. Jamais poderá ser processado por essa mesma conduta.

É essa pergunta que o examinador fará: o arquivamento faz coisa julgada formal ou faz coisa julgada formal material? A resposta é: depende do fundamento do arquivamento.

“Nessas quatro primeiras hipóteses (atipicidade, excludente da ilicitude, da culpabilidade e causa extintiva da culpabilidade), o arquivamento faz coisa julgada formal e coisa julgada material. Quando se dá por falta de elementos de informação, essa decisão só faz coisa julgada formal.”

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18.4. Arquivamento por ausência de elementos informativos

Melhor falar em elemento informativo do que em prova (típica do processo).

A decisão do juiz só faz coisa julgada formal, ou seja, a decisão de arquivamento por ausência de elementos informativos é uma decisão que se dá com base na chamada cláusula rebus sic stantibus. Essa cláusula diz que modificado o panorama probatório, dentro do qual foi proferida a decisão de arquivamento, nada impede o desarquivamento do inquérito policial.

Desarquivamento é tema polêmico no que tange à pessoa que desarquiva. Quem faz isso? Se o arquivamento é decisão judicial, não pode o delegado desarquivar. O desarquivamento é da competência do juiz, mediante pedido da autoridade policial ou do MP. É a melhor posição.

Para que esse desarquivamento seja possível, o que é preciso? Novas provas? Se o inquérito está arquivado, como é possível obter provas novas?

“Súmula 524, do STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.”

Uma coisa é a ação penal. Para denunciar é preciso novas provas. Para desarquivar, eu não preciso de novas provas, eu preciso da noticia de nova prova. Para que ocorra o desarquivamento é necessário que haja notícia de provas novas. Não confundir o desarquivamento, que pressupõe essa notícia de provas novas, com o início da aça penal porque se eu quiser oferecer denúncia não basta notícia, eu preciso de provas novas.

Exemplo: Delegado oficia o Juízo: “Juiz, compareceu a esta delegacia em tal data, uma testemunha informando que saberia dizer quem foi o autor do disparo, peço o desarquivamento do inquérito.”

O que vem a ser uma prova nova?

O inquérito que foi arquivado e foram ouvidas dez testemunhas. Aparece uma décima-primeira testemunha depois que ele estava arquivado. Essa testemunha é prova nova? Depende do que tenha a dizer. Se ela vai repetir o que as outras disseram, não é prova nova.

“Prova nova é aquela capaz de produzir uma alteração no contexto probatório dentro do qual foi proferido o arquivamento.”

Cuidado porque alguns doutrinadores falam em prova substancialmente nova e provas formalmente novas. As duas servem como indício para o oferecimento da ação penal.

Prova substancialmente nova – é a prova inédita, ou seja, aquela que era inexistente ou estava oculta quando do arquivamento. Melhor exemplo: a arma do crime que estava desaparecida e com o arquivamento, apareceu. Mesmo exemplo da testemunha.

Prova formalmente nova – é aquela que já era conhecida e até mesmo foi utilizada pelo Estado, mas que ganhou uma nova versão. Em SP isso acontece. As testemunhas são muito usadas. A testemunha vai depor e dá versão que não condiz com a verdade porque estava ameaçada. Cessada a ameaça, ela depõe novamente. Isso autoriza o desarquivamento do IPL e o início da ação penal.

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18.5. Procedimento do arquivamento

É importante que se saiba que o procedimento acaba variando de uma Justiça para outra.

“Art. 28, do CPP.  Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.”

a) Na Justiça Estadual

O MP vai fazer o pedido de arquivamento ao juiz. São duas as hipóteses:

O juiz concorda com o pedido – o inquérito está arquivado.

O juiz discorda do pedido – o juiz vai aplicar o art. 28, do CPP, e manda os autos ao PGJ (Procurador Geral de Justiça). Se ele discordar, pode determinar a realização de diligência? NÃO. Não pode o juiz realizar novas diligências ao invés de aplicar o art. 28. O juiz é simples observador. Se o juiz determinar diligência, o MP tem o recurso da correição parcial.

Como se chama o princípio embutido na aplicação do art. 28? É o chamado princípio da devolução.

Princípio da Devolução – o juiz devolve a apreciação do caso ao Chefe do MP ao qual compete a decisão final. Daí o nome “princípio da devolução” Neste momento em que o juiz aplica o art. 28, ele também está exercendo o fiscal de um princípio: o da Obrigatoriedade do MP. “Neste momento, o juiz exerce uma função anômala de fiscal do princípio da obrigatoriedade”.

O PGJ, recebendo os autos, tem quatro possibilidades:

1. Pode requerer diligências.2. Ele mesmo oferecer denúncia.3. Designar outro órgão do MP para oferecer denúncia – não pode ser o mesmo

promotor que pediu o arquivamento (sob pena de ferir a independência). O outro promotor fica obrigado a oferecer a denúncia? A maioria da doutrina entende que ele atua como longa manus do PGJ, por delegação. Neste caso, ele estaria obrigado a oferecer denúncia. Na prática: isso é resolvido pelo chamado “promotor do 28” que é um promotor é convidado a trabalhar com o PGJ (sempre que ele quiser designar o promotor para oferecer a denúncia, designa esse).

4. Insistir no pedido de arquivamento – se o PGJ insiste no arquivamento, o juiz está obrigado a arquivar o inquérito. Não tem mais para onde recorrer.

Este é o procedimento na justiça estadual.

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b) Na Justiça Federal (também na Justiça do Distrito Federal e Territórios)

É muito semelhante ao procedimento na Justiça Estadual, com um apeculiaridade.

O Procurador da República pede o arquivamento:

1) O Juiz concorda – IML é arquivado.2) O juiz discorda – O juiz aplica o art. 28, mas remete os autos à Câmara de

Coordenação e Revisão do MPF. Cuidado! Então a Câmara é quem decide? Cuidado. A doutrina diz que a Câmara, neste caso, dá um palpite. Sua manifestação é meramente opinativa porque, na verdade, a decisão final, neste caso, continua sendo do PGR, que pode adotar qualquer um dos procedimentos que vimos para a Justiça Estadual.

c) Na Justiça Eleitoral

Tem promotor de justiça eleitoral? Não. Não existe esse cargo. Quem exerce as funções do MP eleitoral é do MP federal, mas em algumas comarcas do interior, quem exerce as funções do MP eleitoral, é o promotor de justiça.

Cuidado para não errar: MP estadual de SP. O promotor (no exercício de funções eleitorais) faz o pedido de arquivamento ao juiz estadual. Se ele concordar bem. E se ele discordar? O juiz tem que remeter os autos ao Procurador Regional Eleitoral que é um membro do MPF que atua perante o Tribunal Regional Eleitoral.

d) Na Justiça Militar da União

Pedido de arquivamento. O juiz na Justiça Militar da União é chamado de juiz auditor. Aqui é semelhante à Federal:

1. O juiz concorda – Concordando com o arquivamento, o juiz auditor tem que mandar os autos ao juiz auditor corregedor. E quais são as possibilidades que o juiz auditor corregedor?

1.1. Juiz auditor corregedor concorda – está arquivado o IMP.1.2. Juiz auditor corregedor discorda – neste caso, o que o juiz auditor

faz? Pode interpor uma correição parcial* ao STM, que é o Superior Tribunal Militar. Chegando lá, o que acontece? O recurso vai ser julgado e quais são as possibilidades?

a) STM nega provimento – está arquivado.b) STM dá provimento à correição parcial interposta

pelo juiz auditor corregedor – os autos serão encaminhados à Câmara de Coordenação e Revisão do MPM, que vai opinar mais uma vez. Neste caso, a Câmara manda para o Procurador Geral de Justiça Militar a quem competirá a decisão final.

* A pouca doutrina de processo penal militar entende que essa interposição de correição parcial pelo juiz auditor corregedor viola o princípio da inércia da jurisdição e também o princípio da imparcialidade.

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2. O juiz discorda – Se discordar, é parecido com o MPF, remete à Câmara de Coordenação e Revisão do MPM que vai dar uma opinião porque a decisão final é do Procurador Geral da Justiça Militar.

e) Procedimento do arquivamento nas hipóteses de atribuição do Procurador Geral de Justiça ou do Procurador Geral da República

Senador da República, Deputado Federal são processados onde? Quem oferece denúncia contra um deputado federal? É o PGR. Se o PGR, ao invés de fazer isso, entender que é caso de arquivamento. Ele precisa fazer um pedido de arquivamento ao STF ou essa decisão se dá dentro do MP?

Se vc disser que ele precisa pedir ao Supremo, pra que ele vai pedir se o Supremo não pode fazer nada? Ele mandaria pra quem se a decisão final já é dele? Não faria sentido.

“Em regra, a decisão de arquivamento é uma decisão judicial. Porém, será uma decisão administrativa do PGJ ou do PGR, quando se tratar de hipótese de sua atribuição originária ou quando se tratar de insistência de arquivamento com base no art. 28.”

Nessas duas hipóteses, seja quando vai para o procurador do 28, seja nas atribuições originárias dele (deputado, senador), quem decide é o PGR. Então não é nem uma decisão judicial. É uma decisão de caráter administrativo. É preciso mandar para o STF? Não.

“Portanto, nessas hipóteses, não é necessário que a decisão de arquivamento seja submetida ao Poder Judiciário. (STF: Inquérito 2.028 e Inquérito 2.054 e STJ: HC 64.564)”

Detalhe importante: “Nesse caso, só para concluir, se a decisão de arquivamento é do Procurador-Geral de Justiça, cabe pedido de revisão ao Colégio de Procuradores mediante pedido da vítima.”

18.6. Arquivamento implícito

Doutrina de Afrânio Silva Jardim – Ocorre quando o titular da ação penal deixa de incluir na denúncia algum fato investigado (arquivamento implícito objetivo) ou algum dos indiciados (arquivamento implícito subjetivo), sem expressa manifestação ou justificação desse procedimento.

O arquivamento implícito se consuma quando o juiz não se pronuncia na forma do art. 28, com relação ao que foi omitido na peça acusatória.

Como funciona: O IPL chega ao MP. O promotor só ofereceu denúncia em relação a Tício. Não falou nada sobre Névio, não ofereceu denúncia e nem pediu o arquivamento, como deveria fazer. Afrânio diz que poderia o juiz fazer o seguinte: “Diga o MP sobre Névio, sob pena de aplicação do art. 28”. Se o juiz não faz nada, implicitamente, teria havido o arquivamento com relação ao Névio. Pergunta-se: esse arquivamento é admitido? Não.

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O arquivamento implícito não é admitido pela doutrina e nem pela jurisprudência sob um fundamento muito simples: toda manifestação do MP tem que ser fundamentada. Não dá para presumir que houve um arquivamento.

18.7. Arquivamento indireto

“Caso o MP, ao invés de oferecer a denúncia, requeira a remessa dos autos ao Juízo competente, mas o juiz não concorde, deve esta manifestação ser recebida como um pedido de arquivamento, aplicando-se o art. 28.”

MP vira pro juiz e fala: juiz, esse crime é militar. A competÊnica é da Justiça Militar. O juiz estadual não concorda. O juiz estadual não pode obrigar o promotor a oferecer a denúncia. O que o juiz pode fazer? Recebe como se fosse um arquivamento (indireto) e aplica o art. 28, manda para o PGJ a quem compete dar a última palavra.

18.8. Recursos cabíveis no arquivamento

Em regra, a decisão de arquivamento é irrecorrível. Se o juiz arquivou a pedido do MP, acabou. Não cabe nem mesmo ação penal privada subsidiária da pública (essa só é cabível na inércia e pedido de arquivamento não é inércia).

1ª Exceção – crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública – nestes casos, tem previsão de recurso de ofício pelo juiz.

2ª Exceção – contravenções de jogo do bicho e corrida de cavalo fora do hipódromo – recurso em sentido estrito.

18.9. Trancamento de Inquérito Policial

Cuidado para não confundir: o trancamento se dá por meio de habeas corpus. Por que? Porque vc está sendo investigado e vai dizer que há um constrangimento ilegal à liberdade de locomoção e aí, então, vc vai pedir ao órgão jurisdicional competente (juiz ou tribunal), exatamente, o trancamento.

Quando é possível o trancamento?

“O trancamento é medida de natureza excepcional, somente sendo possível em hipóteses de manifesta atipicidade da conduta, presença de causa extintiva da punibilidade ou ausência de elementos demonstrativos de autoria e materialidade.”

A instauração do inquérito por parte do delegado diante de uma conduta atípica, por exemplo, desafia impetração de habeas corpus pleiteando o trancamento. Como é apreciado pelo juiz, este poderá determinar o trancamento do inquérito se constatar a ilegalidade.

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