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1 INQUÉRITO POLICIAL 1) CONCEITO Inquérito Policial é um procedimento administrativo que consiste em um conjunto de diligências investigati- vas realizadas pela polícia judiciária para a apuração de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. O INQUÉRITO POLICIAL É UM PROCEDIMENTO “3 PI”. PERSECUTÓRIO: O Inquérito Policial é um pro- cedimento persecutório, pois se insere na fase da persecução criminal. Persecução criminal é o poder-dever do Estado de investigar um delito e processar o seu autor visando a se obter do Estado- -Juiz o exercício do seu jus puniendi. A persecução criminal se divide em duas fases: 1ª Fase: A investigação preliminar consubstan- cia a fase pré-processual. Tem como finalidade a colheita de elementos de informação que possam subsidiar a ação penal a ser proposta em juízo; e 2ª Fase: A ação penal é a fase processual em que se busca a aplicação da sanção penal aos autores e partícipes da infração penal. PREPARATÓRIO: A finalidade do Inquérito Policial é preparar elementos que possam auxiliar na for- mação da convicção do titular da ação penal (opinio delicti) para que se seja proposta a peça acusatória em juízo. PRESERVADOR: O Inquérito Policial também tem como função evitar um processo penal infundado, preservando a imagem do investigado e custos desnecessários ao erário. A investigação preliminar, apurando a prática do delito antes da propositura da ação penal, reduz a possibilidade de um inocente vir a ser acusado erroneamente em juízo. INFORMATIVO: O Inquérito Policial serve de subsí- dio para a propositura da ação penal em juízo, tanto é que o CPP determina que “O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra” (art. 12, CPP). DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROF.: CARLOS ALFAMA 2) DESTINATÁRIOS DO INQUÉRITO POLICIAL Destinatários imediatos: São os titulares da ação penal: O Ministério Público, titular exclusivo da ação penal pública (CF/88, art. 129, I); e O ofendido, titular da ação penal privada (CPP, art. 30). Destinatário mediato: o juiz, que se utilizará dos elementos de informação constantes do inquérito para auxi- liar na formação de seu convencimento sobre o mérito e para decidir sobre a decretação de medidas cautelares. 3) NATUREZA JURÍDICA DO INQUÉRITO POLICIAL A natureza jurídica do Inquérito Policial é de procedi- mento administrativo. Não se trata de um processo administrativo. Não é judicial, pois não é conduzido por um juiz, mas sim por uma autoridade policial. E não é processo porque não se estabelece, no Inqué- rito Policial, a relação processual (partes e juiz imparcial). Além disso, no Inquérito Policial ainda não há o exercí- cio da pretensão acusatória; em outras palavras, ninguém é acusado da prática de delitos no curso do Inquérito Policial. Tanto é que o resultado das investigações não é a aplicação de uma sanção penal, mas um relatório das ações de inves- tigação realizadas. 4) FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL A finalidade do Inquérito é a apuração da infração penal, por meio da colheita de elementos de informação relativos à autoria e a materialidade do delito com o objetivo de servir de subsídio à ação penal. IMPORTANTE No Inquérito Policial não há colheita de provas, mas sim de elementos de informação. Isso porque, no Direito Processual Penal, prova é a informação produzida, em regra, mediante contraditório judicial. Essa diferença entre elementos de informação e prova é expressa no art. 155, do Código de Processo Penal:

Roteiro de Aula - Inquérito Policial

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    GRAMTICA

    INQURITO POLICIAL

    1) CONCEITO

    Inqurito Policial um procedimento administrativo que consiste em um conjunto de diligncias investigati-vas realizadas pela polcia judiciria para a apurao de uma infrao penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ao penal possa ingressar em juzo.

    O INQURITO POLICIAL UM PROCEDIMENTO 3 PI.

    PERSECUTRIO: O Inqurito Policial um pro-cedimento persecutrio, pois se insere na fase da persecuo criminal. Persecuo criminal o poder-dever do Estado de investigar um delito e processar o seu autor visando a se obter do Estado--Juiz o exerccio do seu jus puniendi. A persecuo criminal se divide em duas fases: 1 Fase: A investigao preliminar consubstan-

    cia a fase pr-processual. Tem como finalidade a colheita de elementos de informao que possam subsidiar a ao penal a ser proposta em juzo; e

    2 Fase: A ao penal a fase processual em que se busca a aplicao da sano penal aos autores e partcipes da infrao penal.

    PREPARATRIO: A finalidade do Inqurito Policial preparar elementos que possam auxiliar na for-mao da convico do titular da ao penal (opinio delicti) para que se seja proposta a pea acusatria em juzo.

    PRESERVADOR: O Inqurito Policial tambm tem como funo evitar um processo penal infundado, preservando a imagem do investigado e custos desnecessrios ao errio. A investigao preliminar, apurando a prtica do delito antes da propositura da ao penal, reduz a possibilidade de um inocente vir a ser acusado erroneamente em juzo.

    INFORMATIVO: O Inqurito Policial serve de subs-dio para a propositura da ao penal em juzo, tanto que o CPP determina que O inqurito policial acompanhar a denncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra (art. 12, CPP).

    DIREITO PROCESSUAL PENALTeoria e exerccios

    Prof.: carlos alfama

    2) DESTINATRIOS DO INQURITO POLICIAL

    Destinatrios imediatos: So os titulares da ao penal:

    O Ministrio Pblico, titular exclusivo da ao penal pblica (CF/88, art. 129, I); e

    O ofendido, titular da ao penal privada (CPP, art. 30).

    Destinatrio mediato: o juiz, que se utilizar dos elementos de informao constantes do inqurito para auxi-liar na formao de seu convencimento sobre o mrito e para decidir sobre a decretao de medidas cautelares.

    3) NATUREZA JURDICA DO INQURITO POLICIAL

    A natureza jurdica do Inqurito Policial de procedi-mento administrativo.

    No se trata de um processo administrativo.No judicial, pois no conduzido por um juiz, mas

    sim por uma autoridade policial.E no processo porque no se estabelece, no Inqu-

    rito Policial, a relao processual (partes e juiz imparcial). Alm disso, no Inqurito Policial ainda no h o exerc-

    cio da pretenso acusatria; em outras palavras, ningum acusado da prtica de delitos no curso do Inqurito Policial. Tanto que o resultado das investigaes no a aplicao de uma sano penal, mas um relatrio das aes de inves-tigao realizadas.

    4) FINALIDADE DO INQURITO POLICIAL

    A finalidade do Inqurito a apurao da infrao penal, por meio da colheita de elementos de informao relativos autoria e a materialidade do delito com o objetivo de servir de subsdio ao penal.

    IMPORTANTE

    No Inqurito Policial no h colheita de provas, mas sim de elementos de informao. Isso porque, no Direito Processual Penal, prova a informao produzida, em regra, mediante contraditrio judicial.

    Essa diferena entre elementos de informao e prova expressa no art. 155, do Cdigo de Processo Penal:

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    Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apre-ciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos ele-mentos informativos colhidos na investigao, ressalva-das as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.

    5) IRREGULARIDADES OU NULIDADES EXISTENTES NO INQURITO POLICIAL

    recorrente em questes de concursos a questo sobre o efeito de eventuais irregularidades ou nulidades que porventura puderem ocorrer no transcorrer do Inqurito Policial.

    Em decorrncia do carter meramente informativo do Inqu-rito Policial, o posicionamento pacificado dos tribunais supe-riores no sentido de que os eventuais vcios ocorridos no inqurito policial no so hbeis a contaminar a ao penal.

    IMPORTANTE

    Dizer que eventuais vcios ocorridos no Inqurito Policial no so hbeis a contaminar a ao penal no significa dizer que nele so admitidas as provas ilcitas. Se o rgo ministerial, na pea acusatria, no conseguir afastar os elementos informativos maculados para persecuo penal em juzo, haver extenso da nulidade eventual ao penal.

    6) INQURITO POLICIAL X TERMO CIRCUNSTANCIADO

    Termo Circunstanciado o mtodo investigativo prprio das Infraes de Menor Potencial Ofensivo (IMPO).

    Infraes de Menor Potencial Ofensivo so todas as contravenes penais e os crimes cujas penas mximas no so superiores a 02 (dois) anos, cumulados ou no com multa.

    Nas Infraes de Menor Potencial Ofensivo (IMPO) o Inqurito Policial deve, obrigatoriamente, ser substi-tudo pelo Termo Circunstanciado. No se trata de uma discricionariedade da autoridade policial.

    7) CARACTERSTICAS DO INQURITO POLICIAL

    A) Procedimento escritoDe nada serviria um Inqurito oral, visto que sua fina-

    lidade subsidiar uma ao penal. Assim todas as peas do Inqurito Policial sero, num s processado, reduzi-das a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade (art. 9, CPP).

    A.1) Possibilidade de gravao das diligncias investi-gativas por meio de recursos audiovisuais:

    Apesar do que determina o art. 9, CPP, possvel a utilizao de recursos audiovisuais para a gravao de diligncias investigativas realizadas no curso do Inqurito Policial.

    Alis, no somente possvel, como recomendvel que a autoridade policial o faa quando for possvel, por fora de determinao expressa do CPP:

    Art. 405, 1, CPP. Sempre que possvel, o registro dos depoi-mentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas ser feito pelos meios ou recursos de gravao magntica, esteno-tipia, digital ou tcnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informaes. (Alterado pela Lei n. 11.719/2008)

    Apesar de o supracitado dispositivo legal estar previsto no Ttulo do Cdigo de Processo Penal que trata dos pro-cessos judiciais em espcies, ele se aplica tambm na fase de investigao preliminar, tanto que utilizou os termos investigado e indiciado.

    B) Pea SigilosaO Inqurito Policial um procedimento sigiloso.

    Isso porque o Cdigo de Processo Penal dispe:

    Art. 20, CPP. A autoridade assegurar no Inqurito Policial o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

    Esse dispositivo constitui uma limitao ao direito de obter informaes de rgos pblicos, assegurado no art. 5, XXXIII, da CF/88 e tem como finalidade garantir a eficcia do Inqurito Policial e garantir a intimidade do investi-gado.

    O sigilo do Inqurito Policial consubstancia tambm uma exceo regra que vige no processo penal, onde vigora o princpio da publicidade dos atos processuais (CF/88, art. 5, LX a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem).

    B.1) A quem o sigilo do Inqurito Policial no se aplica?O sigilo do Inqurito Policial, todavia, no se estende:1) ao Ministrio Pblico; 2) ao juiz da causa; e 3) ao advogado do defensor.

    Em relao ao advogado do defensor, era to comum que lhes fossem negados o acesso aos autos do Inqurito Policial que o Supremo Tribunal Federal editou uma Smula Vinculante:

    Smula Vinculante n. 14: direito do defensor, no interesse do representado, ter amplo acesso aos elementos de prova que, j documentados em procedimento investigatrio realizado por rgo com competncia de polcia judiciria, digam respeito ao exerccio do direito de defesa.

    B.2) Diligncias em andamentoA pergunta mais comum sobre essa tema a seguinte:

    considerando que o sigilo no pode ser oposto ao defensor, como a autoridade policial far para garantir a eficcia de diligncias que dependem do sigilo para seu xito?

    No caso de uma decretao judicial de quebra do sigilo telefnico, por exemplo. O conhecimento pelo advogado dessa deciso certamente impediria o sucesso das investi-gaes, j que o investigado jamais revelaria em uma con-

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    versa telefnica qualquer informao sobre o esquema cri-minoso em que est envolvido sabendo que suas ligaes esto sendo rastreadas.

    Nesse sentido, pensando em munir a autoridade poli-cial de meios legtimos para evitar o conhecimento pelo indi-ciado e seu defensor de procedimentos em curso, percebam que a smula apenas garantiu acesso do defensor s informaes j introduzidas nos autos do Inqurito, no abrangendo, portanto, as diligncias investigativas ainda em curso.

    No caso da interceptao telefnica, por exemplo, o advogado apenas teria acesso aps o fim do procedimento, com a juntada das escutas aos autos.

    B.3) Negativa de acesso e instrumentos jurdicos para impugnao

    Diante da negativa de acesso do advogado aos autos do Inqurito Policial, possvel a utilizao de 03 (trs) ins-trumentos jurdicos distintos para a impugnao:

    Habeas Corpus: O primeiro instrumento jurdico que pode ser utilizado para fazer valer o direito de o defensor, no interesse do representado, ter amplo acesso aos autos do Inqurito Policial o remdio heroico (habeas corpus), sob a alegao de que a negativa de acesso do advogado aos autos poder refletir-se em prejuzo a defesa, o que pode gerar, consequentemente, constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoo. O sujeito ativo da ao, nesta hiptese, ser o investigado.

    Mandado de Segurana: Diante da negativa de acesso do advogado aos autos do Inqurito Poli-cial possvel, tambm, a impetrao de mandado de segurana, tendo em vista que houve violao a direito lquido e certo do advogado, previsto no Estatuto da OAB (Lei n. 8.906, art. 7, XIV). Nessa hiptese, o sujeito ativo do mandado de segu-rana ser o prprio advogado.

    Reclamao ao Supremo Tribunal Federal: O art. 103-A, 3, da CF/88, dispe que do ato administra-tivo ou deciso judicial que contrariar a smula apli-cvel ou que indevidamente a aplicar, caber recla-mao ao STF, que a julgando procedente, anular o ato administrativo ou cassar a deciso judicial reclamada, e determinar que outra seja proferida com ou sem a aplicao da smula, conforme o caso. O disposto somente aplicvel em relao s Smulas Vinculantes, portanto a Reclamao ao STF instrumento tambm cabvel diante da nega-tiva de acesso do advogado aos autos do Inqurito Policial.

    B.4) Possibilidade de a autoridade policial exigir procu-rao do advogado para conceder a vista dos autos

    O Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/1994) dispe:

    Art. 7 So direitos do advogado: (...) XIV examinar em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos de flagrante e de inqurito, findos ou em andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos;

    A breve anlise do dispositivo isolado faz pensar que qualquer advogado, ainda que sem procurao, pode ter acesso a qualquer Inqurito Policial, ainda que sigiloso, independentemente de instrumento de procurao do inves-tigado.

    Todavia, a doutrina ensina que no obstante a disposio do art. 7, XIV, havendo informaes sigilosas nos autos do Inqu-rito Policial no qualquer advogado que pode ter acesso aos autos, mas somente o advogado que detm procurao do investigado.

    Segundo a doutrina, a justificativa para exigncia da procurao seria a aplicao analgica do art. 7, 1, do Estatuto da OAB, que dispe que no se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de justia.

    B.5) Atestados de antecedentes e Inquritos Policiais anteriormente instaurados

    Recente alterao legislativa, realizada pela Lei n. 12.681/2012, inseriu no pargrafo nico do art. 20, CPP, a seguinte disposio:

    Art. 20. (...)Pargrafo nico. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial no poder mencionar quais-quer anotaes referentes a instaurao de inqurito contra os requerentes.

    De acordo com a nova redao, os atestados de ante-cedentes criminais no mais podero mencionar a instaura-o de inquritos policiais contra o requerente. O dispositivo tem como objetivo assegurar o princpio da presuno de inocncia, evitando que a mera instaurao de investigao criminal contra pessoa possa gerar prejuzo a sua imagem e reputao.

    C) Pea Dispensvel/PrescindvelA dispensabilidade do Inqurito Policial uma das

    questes mais cobradas em concursos pblicos sobre o tema. Por isso importantssimo saber:

    IMPORTANTE

    O Inqurito Policial um procedimento DISPENSVEL. Isso significa que o titular da ao penal pode prop-lo independentemente da instaurao de Inqurito Policial, desde que conte com elementos de informao suficientes para um lastro probatrio mnimo.

    Obs.: A ao penal proposta sem um mnimo de ele-mentos de informao que apontem para a fidedignidade da acusao proposta em juzo constitui ao penal sem justa causa.

    D) OficialidadeO Inqurito Policial no pode ficar a cargo de particu-

    lares, mesmo nos crimes de ao penal privada. Apenas rgos oficiais podem conduzir um inqurito policial.

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    Isso porque, no Inqurito Policial, deve ser observado todo um plexo de direitos aos investigados e demais envolvi-dos, como por exemplo, a inviolabilidade da intimidade, das correspondncias e comunicaes e o direito de no produ-zir provas contra si mesmo, o que apenas pode ser assegu-rado mediante uma investigao conduzida por rgo oficial do Estado, sob o controle dos rgos competentes.

    Assim sendo, a investigao conduzida por detetives particulares no pode subsidiar uma ao penal, sob pena de ofensa oficialidade do Inqurito Policial.

    E) OficiosidadeRegra: A instaurao do Inqurito Policial pela autori-

    dade policial obrigatria diante da notcia da ocorrncia de uma infrao penal e independe de requerimento.

    Excees: Crimes de ao penal pblica condicionada (a instaurao do Inqurito policial depende de representa-o) e crimes de ao penal privada (a instaurao depende de requerimento).

    F) Procedimento DiscricionrioO Inqurito Policial um procedimento administrativo

    pautado pela DISCRICIONARIEDADE. Isso significa que, em regra, a autoridade policial pode

    proceder s diligncias investigativas que julgar convenien-tes no momento que achar mais proveitoso para a investi-gao da Infrao Penal, obedecendo sempre os requisitos legais de cada caso.

    Por exemplo, a autoridade policial pode optar por fazer a reproduo simulada dos fatos (reconstituio do crime) ou deixar de fazer, por considerar irrelevante para a apura-o da Infrao Penal.

    Como decorrncia da discricionariedade do Inqurito Policial, o CPP dispe:

    Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado podero requerer qualquer diligncia, que ser realizada, ou no, a juzo da autoridade.

    Segundo o dispositivo, o ofendido, ou seu represen-tante legal, e o indiciado podem requerer a realizao de aes de investigao autoridade que conduz o Inqurito Policial, mas cabe a essa ltima avaliar se a diligncia reque-rida pode ou no auxiliar no esclarecimento do fato investi-gado. Caso a autoridade entenda que se trata de diligncia meramente protelatria, poder indeferir o requerimento.

    IMPORTANTE

    A discricionariedade no se confunde com arbitrariedade. Enquanto a discricionariedade a atuao nos limites da lei, a arbitrariedade a atuao extrapolando os limites legais. Nos crimes que deixam vestgios, por exemplo, a lei determina que indispensvel a realizao do exame de corpo de delito (art. 158, CPP), no cabendo a autoridade policial, neste caso, a discricionariedade de realizar ou no a diligncia, sob pena de agir fora dos limites da lei (arbitrariamente).

    G) Pea IndisponvelA indisponibilidade do Inqurito Policial figura

    repetida nas questes de concurso pblico sobre o tema. Importantssimo saber que o Inqurito um PROCEDI-MENTO INDISPONVEL. Isso significa que:

    No obstante a discricionariedade na realizao de diligncias, depois de instaurado, a autoridade policial no pode mandar arquivar os autos do Inqurito Policial (art. 17, CPP), nem mesmo requerer o arquivamento ao juiz, j que o titular da Ao Penal o Ministrio Pblico.

    A nica concluso possvel do Inqurito Policial o relatrio previsto no art. 10, 1, do CPP: A autoridade far minucioso relatrio do que tiver sido apurado e enviar autos ao juiz competente.

    H) Pea Inquisitria

    Por se tratar de uma pea inquisitria, no h necessidade de observncia do contraditrio e da ampla defesa no Inqurito poli-cial, assim como no obrigatrio o acompanhamento de advo-gado.

    O nico inqurito que admite o contraditrio o instau-rado pela polcia federal, a pedido do Ministro da Justia, visando expulso de estrangeiro.

    TITULARIDADE DO INQURITO POLICIAL

    A titularidade do Inqurito Policial , em regra, da Pol-cia Judiciria:

    Art. 4. A polcia judiciria ser exercida pelas autoridades poli-ciais no territrio de suas respectivas circunscries e ter por fim a apurao das infraes penais e da sua autoria.

    RGOS QUE EXERCEM A FUNO DE POLCIA JUDICIRIA

    A Polcia Federal exerce, com exclusividade, as fun-es de polcia judiciria da Unio (art. 144, 1, IV, CF/88).

    No mbito dos Estados e do DF, as funes de Polcia Judiciria so exercidas pelas Polcias Civis (art. 144, 4, CF/88).

    Em relao aos crimes militares, as corporaes mili-tares exercem a funo de polcia judiciria (Exrcito, Mari-nha e Aeronutica, Polcias Militares e Corpos de Bombei-ros Militares), conforme previso do Decreto-Lei n. 1.002/69 (CPPM).

    TITULARIDADE DO INQURITO POLICIAL EM RAZO DO LOCAL DO DELITO

    IMPORTANTE

    A determinao de qual ser a delegacia de polcia responsvel pela instaurao do Inqurito Policial feita com base no local em que se consumou o delito, ainda que outro seja o local da priso em flagrante do agente.

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    Assim, se, por exemplo, depois de um homicdio con-sumado em Braslia/DF, o criminoso for perseguido e sua apreenso apenas se der apenas em guas Lindas/GO, apesar de o Auto de Priso em Flagrante ser lavrado em guas Lindas, o Inqurito Policial ser conduzido pela Pol-cia Civil de Braslia.

    Em relao realizao de diligncias, em regra a autoridade policial que precisar efetuar qualquer ato em outra circunscrio policial deve solicitar por carta precatria autoridade responsvel.

    A exceo fica por conta do Distrito Federal e das comarcas em que houver mais de uma circunscrio policial, em que a autoridade com exerccio em uma delas poder, nos inquritos a que esteja procedendo, ordenar diligncias em circunscrio de outra, indepen-dentemente de precatrias ou requisies (art. 22, CPP).

    IMPORTANTE

    No obstante todas essas disposies sobre a competncia das autoridades policiais, entende-se que a falta de atribuio destas no invalida os seus atos, pois, no exercendo atividade jurisdicional, a polcia no se submete competncia jurisdicional em razo do lugar. (RT, 531/364, 542/315).

    INVESTIGAES CRIMINAIS EXTRAPOLICIAIS

    No obstante a regra da titularidade do Inqurito Poli-cial, a atribuio de apurar infraes penais no exclu-siva da Polcia Judiciria, j que, conforme preceitua o pargrafo nico do art. 4:

    Art. 4. (...) Pargrafo nico. A competncia definida neste artigo no excluir a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma funo.

    Exemplos de rgos responsveis pela apurao de infraes penais e que no so Polcia Judiciria so o Ministrio Pblico e os Tribunais. Eventual delito praticado por seus membros apenas pode ser investigado pelo rgo a que pertence.

    IMPORTANTE

    Assim, quando, no curso das investigaes, surgir indcio da prtica de infrao penal por parte de membro da magistratura ou do MP, imediatamente os autos devem ser remetidos ao tribunal ou rgo ministerial a que pertencer.

    Tambm so exemplos de rgos responsveis pela apurao de infraes penais e de sua autoria, no mbito da Unio, a Cmara dos Deputados e o Senado Federal, que, atravs das respectivas Polcias Legislativas Federais, tm atribuio de instaurar o Inqurito Policial em caso de crime cometido nas suas dependncias (Smula 397, STF).

    FORMAS DE INSTAURAO DO INQURITO POLICIAL

    As formas de instaurao do Inqurito Policial depen-dem do tipo de ao penal que o crime noticiado demanda.

    1) CRIMES DE AO PENAL PBLICA INCONDICIONADA

    Nos crimes de ao penal pblica incondicionada, o Inqurito Policial pode ser instaurado por diversas formas:

    A) De ofcio: Por meio de uma portaria da autoridade policial.

    B) Por requisio do juiz ou do Ministrio Pblico: Nesse caso a pea inaugural ser a prpria requisio.

    IMPORTANTE

    O que acontece se, havendo requisio, a autoridade policial se negar a instaurar o Inqurito Policial?A jurisprudncia pacfica no sentido de que a autoridade poli-cial que se negar a instaurar o Inqurito Policial em face de requisio do Ministrio Pblico no responde pelo crime de desobedincia (art. 330, CP), j que tal delito se insere no cap-tulo do Cdigo Penal que trata dos crimes praticados por par-ticulares contra a administrao pblica (Captulo II, do Ttulo VI, CP).Na anlise do caso concreto, poder responder por prevaricao (art. 319, CP) se restar demonstrado que deixou de instaurar o Inqurito Policial para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

    IMPORTANTE

    Apesar da previso legal da possibilidade de o juiz requisitar a instaurao de Inqurito Policial, a doutrina majoritria entende que essa possibilidade j no mais persiste em face da nova ordem constitucional. Isso porque a CF/88 adotou o sistema acusatrio na sistemtica processualista penal ptria e nesse modelo h ntida separao entre as funes de investigar/acusar e as funes de julgar, no podendo o juiz, via de regra, intervir na fase investigatria sob pena de ter violada sua imparcialidade.

    C) Por requerimento da vtima ou representante legal: No caso de requerimento da vtima, caber autori-dade policial analisar se o Inqurito Policial deve ou no ser instaurado.

    Se a autoridade policial entender que no h razo para a instaurao do Inqurito Policial dever indeferir o requerimento.

    Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inqu-rito caber recurso para o chefe de Polcia (art. 5, 2, do CPP).

    D) Notcia oferecida por qualquer do povo (Delatio Criminis)

    O art. 5, 3o, do CPP, dispe que qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existncia de infrao penal em que caiba ao pblica poder, verbalmente ou por escrito, comunic-la autoridade policial, e esta, veri-ficada a procedncia das informaes, mandar instaurar inqurito.

    Trata-se do que a doutrina denomina de delatio criminis.

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    Notcia annima e instaurao do Inqurito Policial

    A questo que repetidamente cai em provas de concur-sos sobre esse tema o efeito da notcia annima, tambm denominada de delatio criminis inqualificada.

    O tema j foi pacificado na jurisprudncia.Diante da vedao ao anonimato na Constituio Fede-

    ral e diante da impossibilidade de responsabilizao do falso delator na notcia annima, entende-se que no possvel a instaurao do Inqurito Policial com base, exclusiva-mente, em uma delatio criminis inqualificada.

    Todavia, isso no significa que a notcia annima no tenha nenhuma consequncia.

    IMPORTANTE

    Diante de uma delatio criminis inqualificada, a autoridade policial deve verificar a procedncia das informaes por meio das diligncias cabveis, e, caso constate a veracidade da notcia, a instaurao do Inqurito Policial possvel.

    E) Auto de Priso em Flagrante: A priso em flagrante tambm inicia o Inqurito Policial para apurao da Infrao Penal que a motivou.

    Nesse caso, o Auto de Priso em Flagrante (APF) , tambm, a pea inaugural do Inqurito Policial, substituindo a portaria da autoridade policial.

    2) CRIMES DE AO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA

    Trata-se da primeira exceo regra da Oficiosidade. Isso porque, nos crime de ao penal privada, a auto-

    ridade policial no pode instaurar o Inqurito de ofcio ao tomar conhecimento da prtica de Infrao Penal.

    Conforme preceitua o art. 5, 5o, do CPP, nos crimes de ao privada, a autoridade policial somente poder pro-ceder a inqurito a requerimento de quem tenha qualidade para intent-la.

    3) CRIMES DE AO PENAL DE INICIATIVA PBLICA

    Trata-se da segunda exceo regra da Oficiosidade.Conforme preceitua o art. 5, 4, do CPP, O inqu-

    rito, nos crimes em que a ao pblica depender de representao, no poder sem ela ser iniciado.

    Assim, a representao do ofendido no apenas con-dio de procedibilidade da ao penal, como tambm requisito de instaurao do Inqurito Policial nos crimes de ao penal pblica condicionada.

    NOTITIA CRIMINIS

    Notitia Criminis, como o nome diz, a notcia do crime autoridade policial. Trata-se do conhecimento, espont-neo ou provocado, pela autoridade policial da prtica de um delito.

    ESPCIES DE NOTITIA CRIMINIS

    01. Notitia Criminis de cognio imediata (ou direta) Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento

    do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras.Conforme estudamos, quando h uma delatio criminis

    inqualificada, s se instaurar o Inqurito se verificada,

    mediante diligncias policiais, a veracidade das informaes. Portanto, a delatio criminis inqualificada considerada pela maior parte da doutrina como Notitia Criminis de Cognio Imediata.

    02. Notitia Criminis de cognio mediata (ou indireta)Ocorre quando a autoridade policial toma conheci-

    mento da prtica da infrao penal por meio de um docu-mento escrito.

    03. Notitia Criminis de cognio coercitivaOcorre quando a autoridade policial toma conheci-

    mento da infrao penal por meio da apresentao em fla-grante do preso.

    INDICIAMENTO

    Aps o recebimento da Notitia Criminis, a autoridade policial providenciar uma srie de diligncias para apura-o do crime.

    O art. 6, do CPP, apresenta, de forma exemplifica-tiva, as diligncias a que o delegado de polcia deve proce-der diante da notcia de um fato delituoso. So elas:

    I dirigir-se ao local, providenciando para que no se alterem o estado e conservao das coisas, at a chegada dos peritos criminais;

    II apreender os objetos que tiverem relao com o fato, aps liberados pelos peritos criminais;

    III colher todas as provas que servirem para o escla-recimento do fato e suas circunstncias;

    IV ouvir o ofendido;V ouvir o indiciado, com observncia, no que for

    aplicvel, do disposto no Captulo III do Ttulo Vll, do CPP, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemu-nhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

    VI proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareaes;

    VII determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras percias;

    VIII ordenar a identificao do indiciado pelo processo datiloscpico, se possvel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

    IX averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condio eco-nmica, sua atitude e estado de nimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que con-triburem para a apreciao do seu temperamento e carter.

    Finalizadas as diligncias, caso reste comprovada a existncia do delito e caso haja indcios de autoria, a autoridade policial proceder ao indiciamento, ato privativo da autoridade policial que consiste em atribuir a autoria da infrao penal a determinada pessoa.

    IMPORTANTE

    Para o indiciamento deve haver prova da materialidade e indcios de autoria.

    IMPORTANTE

    O indiciamento ato privativo da autoridade policial, no sendo possvel ao Ministrio Pblico ou ao juiz requisitar o indiciamento autoridade policial.

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    IMPORTANTE

    Qualquer pessoa pode ser indiciada, todavia, para o indiciamento de pessoas com foro por prerrogativa de funo deve-se ter autorizao do rgo jurisdicional competente para julgamento da ao penal.

    Ex.: Para indiciamento de um Senador Federal deve-se obter autorizao do STF.

    INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO

    O art. 21, do CPP, dispe que a incomunicabilidade do indiciado depender sempre de despacho nos autos e somente ser permitida quando o interesse da sociedade ou a convenincia da investigao o exigir.

    Todavia, esse dispositivo no foi recepcionado pela CF/88.

    Isso porque a atual Carta Magna no permitiu a inco-municabilidade do preso nem mesmo durante a vigncia do Estado de Defesa, no se pode entender, portanto, que a permitiria em um estado de normalidade.

    PRAZO PARA A CONCLUSO DO INQURITO POLICIAL

    O Cdigo de Processo Penal determina que o inqurito deva terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hiptese, a partir do dia em que se executar a ordem de priso, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiana ou sem ela.

    Estes so os prazos gerais, que se aplicam caso no haja previso diversa em lei especfica.

    H, no entanto, prazos diferenciados em leis especiais, situaes em que deixa de valer o prazo geral previsto no CPP e passam a ser aplicados os prazos especiais. So os seguintes:

    INDICIADO PRESO INDICIADO SOLTOCRIMES FEDERAIS(Lei n. 5.010/1996)

    15 dias prorrogveis por at mais 15 dias (art. 66)

    30 dias (Como a Lei n. 5.010/1996 no dispe, aplica-se o prazo do CPP, cabendo ampliao)

    Lei de Drogas 30 dias (duplicvel) 90 dias (duplicvel)

    Cdigo de Processo Penal Militar (art. 20) 20 dias40 dias, prorrogvel por mais 20 pela autoridade

    militar superior.Crimes contra a Economia Popular 10 dias, preso ou solto.

    Priso TemporriaO fundamento da priso temporria a imprescindibili-

    dade para a investigao. Assim, o PRAZO DO IP EQUI-VALE AO PRAZO MXIMO DA PRISO TEMPORRIA.

    Crimes Comuns: 10 Dias (5 + 5) Art. 2, caput, Lei n. 7.960/1989.Crimes Hediondos: 30 + 30 Art. 2, 4, Lei n. 8.072/1990.

    CONCLUSO DO INQURITO POLICIAL

    O Inqurito Policial se conclui com o relatrio da auto-ridade policial, conforme preceitua o art. 10, 1, do CPP: A autoridade far minucioso relatrio do que tiver sido apurado e enviar autos ao juiz competente.

    IMPORTANTE

    Apesar de o destinatrio do Inqurito ser o titular da ao penal, os autos devem ser remetidos ao juiz.

    Depois de remetidos ao juiz, este abrir vista ao Minis-trio Pblico ou, no caso de crimes de ao penal privada, os autos aguardaro, no cartrio, a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou sero entregues ao reque-rente, se o pedir, mediante traslado.

    Aberta vista dos autos ao Ministrio Pblico, este poder:

    Oferecer denncia. Requisitar diligncias imprescindveis ao ofereci-

    mento da denncia autoridade policial: CPP, art. 16. O Ministrio Pblico no poder requerer a devoluo do inqurito autoridade policial, seno para novas diligncias, imprescindveis ao ofereci-mento da denncia.

    Requerer o arquivamento.

    PROCEDIMENTO DE ARQUIVAMENTO DO INQURITO POLICIAL

    Conforme vimos, a autoridade policial no pode arqui-var o Inqurito Policial, pois o arquivamento do Inqurito uma deciso judicial, sempre a pedido do titular da ao penal.

    No h dvida de que, se o juiz concordar com o pedido de arquivamento, o Inqurito ser arquivado.

    Todavia, se o juiz no concordar com o pedido de arquivamento do Inqurito Policial feito pelo Ministrio Pblico dever remet-lo ao Procurador-Geral para que este:

    Oferea denncia; Designe outro rgo do MP para oferecer a denn-

    cia; Insista no arquivamento (s ento o juiz estar vin-

    culado a arquivar o I.P.)

    Esse exatamente o contedo do art. 28, do CPP: Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de con-siderar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do Minis-trio Pblico para oferec-la, ou insistir no pedido de arqui-vamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender.

    Para simplificar o entendimento do procedimento, segue o mapa mental:

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    COISA JULGADA NO ARQUIVAMENTO DO INQURITO

    O arquivamento do Inqurito Policial pode ter diversos fundamentos, a depender desse fundamento gerar coisa julgada material ou no.

    Dizer que a deciso gera coisa julgada material signi-fica que se torna imutvel dentro e fora do processo em que se insere.

    Significa que a autoridade no poder sequer investigar mais o mesmo fato delituoso, sob pena de ofensa ao princ-pio do ne bis in idem.

    Vejamos ento os casos em que o arquivamento do IP gera coisa julgada material:

    FUNDAMENTO DO ARQUIVAMENTO PREVISO LEGAL GERA COISA JULGADA MATERIAL?

    Falta de base para a denncia

    Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela auto-ridade judiciria, por falta de base para a denncia, a auto-ridade policial poder proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notcia (CPP, art. 18).

    NO GERA coisa julgada material.

    Atipicidade da Conduta No h.GERA coisa julgada material. Ainda que tenha sido tomada por juiz absoluta-mente incompetente.

    Excludente de Ilicitude No h. GERA coisa julgada material.Excludente de Culpabilidade No h. GERA coisa julgada material.

    Excludente de Punibilidade No h.GERA coisa julgada material.Obs.: salvo se for fundamentada em docu-mento falso. Ex.: Falso atestado de bito.

    TRANCAMENTO DO INQURITO POLICIAL

    Trata-se de uma medida de natureza excepcional, somente possvel em casos de atipicidade da conduta investigada ou caso de causa extintiva da punibilidade, no cabendo sequer diante de excludentes de ilicitude.

    Ex.: Se houver um Inqurito Policial instaurado para apurao de um fato atpico, o indiciado poder pleitear seu trancamento.

    Arquivamento Implcito

    O arquivamento implcito ocorre quando, havendo mais de um indiciado ou crime sendo apurado no Inqurito Policial, o Ministrio Pblico deixa de incluir um ou outro na denncia e o juiz recebe a denncia sem se manifestar sobre a omisso do parquet.

    A doutrina e a jurisprudncia so pacficas em no admitir o arquivamento implcito, pois todas as decises do Ministrio Pblico devem ser fundamentadas.

    Irrecorribilidade da Deciso De Arquivamento

    A deciso de arquivamento irrecorrvel, em regra.Exceo cabe aos Crimes contra a Economia Popular

    (em que deve haver recurso de ofcio nos casos de arquiva-mento do IP).

    Investigao pelo Ministrio Pblico

    Prevalece o entendimento de que, embora o Minist-rio Pblico no possa ser o titular de um Inqurito Policial, pode proceder a investigaes para coleta de elementos de informaes que visem subsidiar a ao penal da qual titular.

    A principal teoria que fundamenta esse entendimento a Teoria dos Poderes Implcitos.

    Segundo essa teoria, a expressa outorga de poderes ao Ministrio Pblico feita pela Constituio supe que se reconhea, ainda que por implicitude, a titularidade de meios destinados a viabilizar a adoo de medidas destinadas a conferir real efetividade s atribuies dos membros dessa instituio, permitindo, assim, que se confira efetividade aos fins constitucionalmente reconhecidos ao Ministrio Pblico.

    Com isso finalizamos o contedo de Inqurito Policial.

    Vamos s questes!

    QUESTES COMENTADAS

    1. (CESPE/ DELEGADO DE POLCIA/ PC-TO/ 2008) O inqurito policial, procedimento persecutrio de carter administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como destinatrio imediato o Ministrio Pblico, titular nico e exclusivo da ao penal.

    COMENTTRIOEssa questo exige do candidato o conhecimento da natureza jurdica e dos destinatrios do Inqurito Policial.

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    Como sabemos, a natureza jurdica do Inqurito Policial de procedimento administrativo preparatrio da ao penal (persecutrio). No se trata de um processo administrativo, pois nele no se estabelece a relao processual (partes e juiz imparcial).Quanto aos destinatrios, vimos que a doutrina os divide em duas espcies:

    Destinatrios imediatos: o Ministrio Pblico, titular exclusivo da ao penal pblica (CF/88, art. 129, I) e o ofendido, titular da ao penal privada (CPP, art. 30).

    Destinatrio mediato: o Juiz, que se utilizar dos elementos de informao constantes do inqurito para auxiliar na formao de seu convencimento sobre o mrito e para decidir sobre a decretao de medidas cautelares.

    Assim sendo, a primeira parte da questo est correta, pois de fato o Inqurito Policial procedimento persecutrio de car-ter administrativo instaurado pela autoridade policial, todavia a segunda parte est incorreta, j que podem ser destinat-rios imediatos tanto o Ministrio Pblico, nos casos de crime de ao penal de iniciativa pblica, como o ofendido, nos casos de crimes de ao penal de iniciativa privada.Gabarito: Item Errado.

    2. (CESPE/ JUIZ/ TJ-AL/ ADAPTADA) O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial. Os elementos informativos colhi-dos no Inqurito Policial no podero servir de fun-damentos para a sua deciso, sob pena de nulidade absoluta.

    COMENTTRIOA primeira parte da questo repete o disposto no art. 155, do Cdigo Penal:

    Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.

    Uma importante informao extrada desse dispositivo diz res-peito finalidade do Inqurito Policial.A finalidade do Inqurito a apurao da infrao penal, por meio da colheita de elementos de informao relativos auto-ria e a materialidade do delito com o objetivo de servir de sub-sdio ao penal.Todavia, a questo erra ao afirmar que os elementos de informa-o no podero servir de fundamento para a deciso do Juiz. De fato, os elementos de informao isoladamente no podem fundamentar uma deciso (no podendo fundamentar sua deci-so exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao), mas, em conjunto com uma ou mais provas produzidas em contraditrio judicial, os elementos de infor-mao podem servir de fundamento, pois tm como funo auxiliar na formao da opinio delicti.Gabarito: Item Errado.

    3. (CESPE/ JUIZ/ TRF 1 REGIO/ 2011) Os vcios ocorridos no curso do inqurito policial, em regra, no repercutem na futura ao penal, ensejando, apenas, a nulidade da pea informativa, salvo quando houver violaes de garantias constitucionais e legais expres-sas e nos casos em que o rgo ministerial, na forma-o da opinio delicti, no consiga afastar os elementos informativos maculados para persecuo penal em ju-zo, ocorrendo, desse modo, a extenso da nulidade eventual ao penal.

    COMENTTRIOPara resolver essa questo o candidato deve saber o efeito de eventuais irregularidades ou nulidades no Inqurito Policial na ao penal.

    Conforme estudamos, em decorrncia do carter meramente informativo do Inqurito Policial, o posicionamento pacificado dos tribunais superiores no sentido de que os eventuais vcios ocorridos no inqurito policial no so hbeis a contaminar a ao penal.Todavia, haver extenso da nulidade eventual ao penal nos casos em que o rgo ministerial, na pea acusatria, no conseguir afastar os elementos informativos maculados para persecuo penal em juzo.

    Gabarito: Item Correto.

    4. (CESPE/ DEFENSOR PBLICO/ DPE-MA/ 2011) A recente jurisprudncia do STJ, em homenagem ao princpio constitucional do devido processo legal, fir-mou-se no sentido de que eventuais irregularidades ocorridas na fase investigatria, mesmo diante da na-tureza inquisitiva do inqurito policial, contaminam a ao penal dele oriunda.

    COMENTTRIONovamente a cobrana da repercusso de eventuais irregulari-dades do Inqurito Policial na ao penal.Diferente do que afirma a questo, o posicionamento pacificado dos tribunais superiores no sentido de que os eventuais vcios ocorridos no inqurito policial no so hbeis a contaminar a ao penal.

    Gabarito: Item Errado.

    5. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINIS-TRATIVA/ TRE-ES/ 2011) Eventuais nulidades ocorri-das na fase inquisitorial contaminam o desenvolvimen-to da ao penal respectiva, haja vista ser o inqurito policial pea probatria com a finalidade de fornecer ao Ministrio Pblico os elementos necessrios para a propositura da ao penal.

    COMENTTRIOComo voc percebe, essa uma questo recorrente em concur-sos do CESPE. Apenas em 2011 ela foi objeto de cobrana em 3 provas diferentes.

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    Assim, vamos repetir a informao para voc nunca mais esquecer:

    O posicionamento pacificado dos tribunais superiores no sentido de que, em virtude do carter meramente informa-tivo do Inqurito Policial, os eventuais vcios ocorridos no inqurito policial no so hbeis a contaminar a ao penal.

    Gabarito: Item Errado.

    6. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA LEGISLATIVA/ C-MARA DOS DEPUTADOS / 2014) Ainda que o con-traditrio e a ampla defesa no sejam observados durante a realizao do Inqurito Policial, no sero invlidas a investigao criminal e a ao penal sub-sequente.

    COMENTTRIOPrevalece que o IP um procedimento inquisitrio, em que no necessrio se observar o contraditrio e a ampla defesa. Alm disso, ainda que a no observncia de tais direitos fosse uma irregularidade, prevalece nos tribunais superiores que os even-tuais vcios ocorridos no IP no so hbeis a contaminar a ao penal dele oriunda.

    Gabarito: Item Correto.

    7. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA LEGISLATIVA/ C-MARA DOS DEPUTADOS / 2014) A autoridade policial poder arquivar o inqurito policial se verificar que o fato criminoso no ocorreu.

    COMENTTRIOO IP um procedimento indisponvel, isso significa que a auto-ridade policial jamais pode mandar arquivar o IP. o contedo expresso do art. 17, do CPP.

    Gabarito: Item Errado.

    8. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA LEGISLATIVA/ C-MARA DOS DEPUTADOS / 2014) O indiciamento no inqurito policial, por ser uma indicao de culpa do agente, poder ser anotado em atestado de antece-dentes criminais. A partir do indiciamento, poder ser divulgado o andamento das investigaes, com a iden-tificao do provvel autor dos fatos.

    COMENTTRIODe acordo com o art. 20, pargrafo nico, CPP, nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial no poder mencionar quaisquer anotaes referentes a instau-rao de inqurito contra os requerentes. Alm disso, o anda-mento da investigaes em regra no pode ser divulgado, por ser um procedimento sigiloso, conforme previsto no caput do art. 20.

    Gabarito: Item Errado.

    9. (FCC/ PROMOTOR DE JUSTIA/ MPE-CE/ 2009) Se o ofendido requerer a instaurao de inqurito poli-cial, em crime de ao penal pblica incondicionada que configura infrao de menor potencial ofensivo, a autoridade policial poder, por critrio discricionrio, instaurar inqurito policial ou elaborar termo circuns-tanciado.

    COMENTTRIONas Infraes de Menor Potencial Ofensivo* (IMPO) o Inqu-rito Policial deve, obrigatoriamente, ser substitudo pelo Termo Circunstanciado. No cabe autoridade policial a discricio-nariedade de proceder ao inqurito ou ao TCO.

    Lembre-se que Infraes de Menor Potencial Ofensivo so todas as contravenes penais (independente da pena) e os crimes cujas penas mximas no so superiores a 02 anos, cumulados ou no com multa.

    Gabarito: Item Errado.

    10. (FCC/ ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA/ TRF-4R / 2007) Em razo do princpio da oralidade do processo, no h necessidade de serem as peas do inqurito policial reduzidas a escrito ou datilografadas.

    COMENTTRIOO Inqurito Policial um procedimento escrito. De nada ser-viria um Inqurito oral, visto que sua finalidade subsidiar uma ao penal. O Cdigo de Processo Penal expresso nesse sentido: Todas as peas do Inqurito Policial sero, num s processado, redu-zidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade (art. 9, CPP).

    Gabarito: Item Errado.

    11. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINIS-TRATIVA/ TRE-BA/ 2010) A autoridade que preside o IP assegurar o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Dessa forma, o advogado do indiciado no ter acesso ao IP quando a autoridade competente declarar seu carter sigiloso.

    COMENTTRIOO Inqurito Policial um procedimento sigiloso. Isso porque o CPP dispe que a autoridade assegurar no Inqurito Policial o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade (art. 20, CPP).Esse dispositivo constitui uma limitao ao direito de obter informaes de rgos pblicos, assegurado no art. 5, XXXIII, da CF/88 e tem como finalidade garantir a eficcia do Inqu-rito Policial e garantir a intimidade do investigado.O sigilo, todavia, no se estende ao Ministrio Pblico, ao Juiz da causa e ao advogado do defensor.Em relao ao advogado do defensor, era to comum que lhes fossem negados o acesso aos autos do Inqurito Policial que o Supremo Tribunal Federal editou uma Smula Vinculante:

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    Smula Vinculante n. 14: direito do defensor, no interesse do representado, ter amplo acesso aos elementos de prova que, j documentados em procedimento investigatrio realizado por rgo com competncia de polcia judiciria, digam respeito ao exerccio do direito de defesa.

    Gabarito: Item Errado.

    12. (CESPE/ DELEGADO DE POLCIA/ PC-ES/ 2011) Sinval foi indiciado pelo crime de dispensar ou inexigir licitao fora das hipteses previstas em lei em rela-o a rgo da administrao federal. Durante a fase do inqurito, a defesa de Sinval pleiteou o direito de acesso amplo aos elementos de prova documentados em procedimento investigatrio realizado por rgo dotado de competncia de polcia judiciria. Tal pedido no foi integralmente atendido pelo rgo competen-te, sob o argumento de que deveria ser ressalvado o acesso da defesa s diligncias policiais que, ao mo-mento do requerimento, ainda estavam em tramitao ou ainda no tinham sido encerradas. Nessa situao, com base na jurisprudncia prevalecente no STF, adequada a aplicao conferida pelo rgo dotado de competncia de polcia judiciria.

    COMENTTRIOA questo tambm cobra o conhecimento da Smula Vincu-lante n. 14, segundo a qual: direito do defensor, no inte-resse do representado, ter amplo acesso aos elementos de prova que, j documentados em procedimento investigatrio rea-lizado por rgo com competncia de polcia judiciria, digam respeito ao exerccio do direito de defesa.Assim, a recusa de acesso s diligncias policiais que, ao momento do requerimento, ainda estavam em tramitao ou ainda no tinham sido encerradas perfeitamente admissvel.

    Gabarito: Item Correto.

    13. (CESPE/ PROCURADOR/ TCE-BA/ 2010) O direito brasileiro reconhece o direito do defensor, no interesse do representado, de ter acesso amplo aos elementos de prova documentados em procedimento investiga-trio realizado por rgo com competncia de polcia judiciria que digam respeito ao exerccio do direito de defesa. Com base nesse entendimento, no mbito do inqurito policial, ressalva-se o acesso da defesa s diligncias que, no momento do requerimento de vista dos autos, ainda estejam em tramitao, ou ainda no tenham sido encerradas.

    COMENTTRIONovamente uma questo que cobra o conhecimento da Smula Vinculante n. 14. Como sabemos, essa Smula assegura ao advogado amplo acesso apenas aos elementos de informao j juntados aos autos do inqurito, no abrangendo, portanto, diligncias ainda em curso.Percebam que a Smula Vinculante n. 14 aparece frequente-mente nas questes de concurso.

    Gabarito: Item Correto.

    14. (CESPE/ AGENTE PENITENCIRIO/ SEJUS-ES/ 2009) O inqurito policial um instrumento indispen-svel averiguao do fato e da autoria criminosa.

    COMENTTRIOO Inqurito Policial uma pea dispensvel, independente-mente de sua instaurao ou concluso o titular da ao penal pode prop-la, desde que conte com elementos de informao suficientes para um lastro probatrio mnimo.

    Gabarito: Item Errado.

    15. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TRE-ES/ 2011) O inqurito policial no indispensvel propositura de ao penal, mas denncia desacompanhada de um mnimo de prova do fato e da autoria denncia sem justa causa.

    COMENTTRIOA denncia constitui nada menos que a acusao da prtica de um delito, portanto se no houver um lastro probatrio mnimo no pode ser recebida pelo juiz competente. Assim, o titular da ao penal somente pode prop-la indepen-dentemente da instaurao de Inqurito Policial, se contar com um lastro probatrio mnimo da existncia do fato e de sua autoria.

    Gabarito: Item Correto.

    16. (CESPE/ AGENTE DE INVESTIGAO E AGENTE DE POLCIA/ PC-PB/ 2009) Em relao natureza ju-rdica do IP, assinale a opo correta:a. O IP s ser obrigatrio para a apurao de crimes

    de ao privada.b. O IP s ser obrigatrio para a apurao de crimes

    de ao pblica.c. Cuida-se de pea meramente informativa, poden-

    do ser dispensvel ao oferecimento da denncia ou queixa.

    d. Trata-se de pea obrigatria, sem a qual a ao penal, pblica ou privada, no poder ser iniciada.

    e. Por no ser uma pea obrigatria, o IP poder no acompanhar a denncia ou a queixa, mesmo que sirva de base para uma ou outra.

    COMENTTRIOConforme vimos, o Inqurito Policial uma pea meramente informativa, podendo ser dispensvel ao oferecimento da denncia ou queixa. Todavia, sempre que servir de base denncia ou queixa, o inqurito policial deve acompanh-la (art. 12, CPP).

    Gabarito: Item c.

    17. (CESPE/ EXAME DE ORDEM UNIFICADO/ OAB/ 2009) Nas hipteses de ao penal pblica, condicio-nada ou incondicionada, a autoridade policial dever instaurar, de ofcio, o inqurito, sem que seja necess-ria a provocao ou a representao.

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    COMENTTRIOUma das caractersticas do Inqurito Policial a Oficiosidade.Significa que, nos crimes de ao penal pblica incondicio-nada, a instaurao do Inqurito Policial pela autoridade poli-cial obrigatria diante da notcia da ocorrncia de uma infra-o penal e independe de requerimento.Todavia, nos crimes de ao penal de pblica condicionada, a instaurao do Inqurito policial depende de representao e, nos crimes de ao penal privada, a instaurao depende de requerimento.

    Gabarito: Item Errado.

    18. (CESPE/ AGENTE DA POLCIA FEDERAL/ POLCIA FEDERAL/ 2012) Com base no direito processual pe-nal, julgue o item que se segue.O Cdigo de Processo Penal determina expressamen-te que o interrogatrio do investigado seja o ltimo ato da investigao criminal antes do relatrio da autori-dade policial, de modo que seja possvel sanar even-tuais vcios decorrentes dos elementos informativos colhidos at ento bem como indicar outros elementos relevantes para o esclarecimento dos fatos.

    COMENTTRIOO Inqurito Policial um procedimento administrativo pautado pela discricionariedade. Isso significa que, em regra, a autoridade policial pode pro-ceder s diligncias investigativas que julgar convenientes no momento que achar mais proveitoso para a investigao da Infrao Penal, obedecendo sempre os requisitos legais de cada caso.A oitiva do indiciado, exemplo abordado nessa questo, pode ser feita a qualquer momento do Inqurito e no h a obrigato-riedade de que seja o ltimo ato da investigao criminal.Nessa questo o Cespe tentou confundir o candidato com o procedimento judicial de instruo processual penal, em que o CPP determina expressamente que o interrogatrio do ru seja o ltimo ato (CPP, Art. 400).Mas cuidado! Essa obrigatoriedade no se aplica fase de investigao criminal.

    Gabarito: Item Errado.

    19. (CESPE/ ESCRIVO DE POLCIA/ PC-ES/ 2011) O desenvolvimento da investigao no IP dever seguir, necessariamente, todas as diligncias previstas de for-ma taxativa no Cdigo de Processo Penal, sob pena de ofender o princpio do devido processo legal.

    COMENTTRIOO art. 6 do Cdigo de Processo Penal traz um rol exempli-ficativo dos atos que a autoridade policial deve realizar ao tomar conhecimento de uma infrao penal e no taxativo como afirma a questo.

    Alm disso, conforme vimos, o Inqurito Policial um procedi-mento administrativo pautado pela discricionariedade. Por isso, diferente do que consta no item, a autoridade policial, segundo critrios de convenincia e oportunidade, deve analisar quais as diligncias so necessrias elucidao do fato.

    Gabarito: Item Errado.

    20. (CESPE/ AGENTE PENITENCIRIO/ SEJUS-ES/ 2009) O inqurito policial um procedimento sigiloso, e, nessa etapa, no so observados o contraditrio e a ampla defesa.

    COMENTTRIO

    Por se tratar de uma pea inquisitria, no h necessidade de observncia do contraditrio e da ampla defesa no Inqu-rito policial, assim como no obrigatrio o acompanhamento de advogado.

    Lembre-se que o nico inqurito que admite o contraditrio o instaurado pela polcia federal, a pedido do Ministro da Justia, visando expulso de estrangeiro.

    Gabarito: Item Correto.

    21. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-PA/ 2006) Acer-ca do inqurito policial (IP), assinale a opo correta.a. pea indispensvel propositura da ao penal,

    tendo em vista que se destina a apurar a autoria e materialidade do crime.

    b. Os vcios existentes no IP acarretam nulidades no processo subsequente.

    c. No IP, devem ser observadas as garantias constitu-cionais do contraditrio e da ampla defesa, sendo indispensvel a assistncia de advogado ao indi-ciado.

    d. Arquivado o IP por falta de provas, a autoridade policial poder, enquanto no se extinguir a punibi-lidade pela prescrio, proceder a novas pesquisas e diligncias, desde que surjam novas provas.

    COMENTTRIOa. Item Errado. Uma das caractersticas do Inqurito Policial ser uma pea dispensvel, podendo o MP apresentar a denncia sem ele, desde que possua elementos de informao suficientes para justificar a acusao.b. Item Errado. Por ser um procedimento administrativo e inqui-sitrio, os vcios que eventualmente existirem no Inqurito Poli-cial no acarretam nulidades no processo judicial consequente, j que os elementos informativos colhidos passaro, na fase judicial, pelo crivo do contraditrio.c. Item Errado. Uma das caractersticas do Inqurito Policial a Inquisitoriedade, segundo a qual no necessria a aplicao do contraditrio e da ampla defesa.d. Item Correto. Apesar de ainda no termos visto o procedi-mento de arquivamento do Inqurito, por eliminao j encon-traramos a resposta, que coincide com o texto do art. 18, CPP: Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autori-dade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial poder proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notcia.

    Gabarito: d.

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    22. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA/ PC-RN/ 2009) Acer-ca das caractersticas do inqurito policial, assinale a opo incorreta.a. O inqurito policial constitui procedimento adminis-

    trativo informativo, que busca indcios de autoria e materialidade do crime.

    b. Os agentes de polcia devem preservar durante o inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

    c. O membro do MP pode dispensar o inqurito po-licial quando tiver elementos suficientes para pro-mover a ao penal.

    d. A autoridade policial pode arquivar inqurito que foi instaurado para apurar a prtica de crime, quando no h indcios de autoria.

    e. O inqurito policial inquisitivo, na medida em que a autoridade policial preside o inqurito e pode in-deferir diligncia requerida pelo indiciado.

    COMENTTRIO

    O Inqurito Policial uma pea indisponvel, ou seja, depois de instaurado, a autoridade policial no pode mandar arquiv--lo (art. 17, CPP).

    Assim, a nica concluso possvel do Inqurito Policial o rela-trio previsto no art. 10, 1, do CPP: A autoridade far minu-cioso relatrio do que tiver sido apurado e enviar autos ao juiz competente.Assim sendo, a nica questo incorreta a letra D.

    Gabarito: d.

    23. (CESPE/ EXAME DE ORDEM UNIFICADO/ OAB/ 2008) O inqurito um procedimento investigativo que pode ser realizado pela polcia judiciria ou por outras autoridades. Nesse contexto, assinale a opo correta acerca dos inquritos.a. Quando, no curso das investigaes, surgir indcio

    da prtica de infrao penal por parte de membro da magistratura, aps a concluso do inqurito, a denncia deve ser remetida ao tribunal ou rgo especial competente para o julgamento.

    b. O inqurito judicial ocorre nos casos das infraes falimentares e deve ser presidido pelo juiz de direi-to da vara em que esteja tramitando o processo de falncia.

    c. As comisses parlamentares de inqurito tm po-deres de investigao prprios das autoridades ju-diciais para a apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses encaminhadas respectiva mesa do Senado ou da Cmara para promover a responsabilidade civil e criminal.

    d. O poder de polcia da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependncias, compreende a priso em fla-grante do agente e a realizao do inqurito.

    COMENTTRIOA questo exige do candidato conhecimento acerca da titulari-dade do Inqurito Policial.a. Incorreta. Quando, no curso das investigaes, surgir indcio da prtica de infrao penal por parte de membro da magistra-tura ou do MP, imediatamente os autos devem ser remetidos ao tribunal ou rgo ministerial a que pertencer.b. Incorreta. No mais existe o inqurito judicial falimentar.c. Incorreta. As mesas da Cmara e do Senado no podem promover responsabilizao penal em caso de constatao de crime, mas apenas encaminhar a representao ao Ministrio Pblico.d. Correta. o contedo da Smula 397, do STF: O poder de polcia da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependncias, compreende a priso em flagrante do agente e a realizao do inqurito.

    Gabarito: d.

    24. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-RJ/ 2008) Se a ao penal for de iniciativa privada, o inqurito ser instaurado a requerimento da vtima ou de seu repre-sentante legal.

    COMENTTRIOConforme preceitua o art. 5, 5, do CPP: "Nos crimes de ao privada, a autoridade policial somente poder proceder a inqu-rito a requerimento de quem tenha qualidade para intent-la.

    Gabarito: Item Correto.

    25. (CESPE/ DEFENSOR PBLICO/ DPE-MA/ 2011) A notcia annima sobre eventual prtica criminosa, por si s, no idnea para a instaurao de inqurito po-licial, prestando-se apenas a embasar procedimentos investigatrios preliminares em busca de indcios que corroborem as informaes.

    COMENTTRIOA questo exige o conhecimento sobre a possibilidade de instau-rao do Inqurito Policial com base em uma delatio criminis inqualificada, ou notcia annima.

    Sabemos que, diante da vedao ao anonimato na Consti-tuio Federal e diante da impossibilidade de responsabiliza-o do falso delator na notcia annima, entende-se que no possvel a instaurao do Inqurito Policial com base, exclusivamente, em uma delatio criminis inqualificada.Todavia, isso no significa que a notcia annima no tenha nenhuma consequncia. Diante de uma delatio criminis inqualificada, a autoridade poli-cial deve verificar a procedncia das informaes por meio das diligncias cabveis, e, caso constate a veracidade da notcia, a instaurao do Inqurito Policial possvel.

    Gabarito: Item Certo.

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    26. (CESPE/ PC-PB/ 2009) Quanto notitia criminis, assi-nale a opo correta.a. o conhecimento da infrao penal pelo MP, titular

    da ao penal pblica, no podendo ser encami-nhada autoridade policial.

    b. O conhecimento pela autoridade policial da in-frao penal por meio de requerimento da vtima denomina-se notitia criminis de cognio imediata.

    c. O conhecimento pela autoridade policial da infra-o penal por meio de suas atividades rotineiras denomina-se notitia criminis de cognio mediata.

    d. O conhecimento pela autoridade policial da in-frao penal por meio da priso em flagrante do acusado denomina-se notitia criminis de cognio coercitiva.

    e. No se reconhece a figura da notcia annima, sen-do proibido autoridade policial iniciar investigao com base em informaes apcrifas, uma vez que a CF veda o anonimato.

    COMENTTRIOa. Item Incorreto. De fato notitia criminis o conhecimento da infrao penal, todavia o erro est em informar que no pode ser encaminhada autoridade policial.b. Item incorreto. Notitia criminis de cognio imediata se d quando a autoridade policial toma conhecimento da Infra-o Penal mediante suas diligncias rotineiras. Assim, diferente do que afirma a alternativa, o requerimento da vtima constitui notitia criminis de cognio mediata.c. Item Incorreto. O conhecimento pela autoridade policial da infrao penal por meio de suas atividades rotineiras denomina--se notitia criminis de cognio imediata.d. Item Correto. O conhecimento pela autoridade policial da infrao penal por meio da priso em flagrante do acusado denomina-se notitia criminis de cognio coercitiva.e. Item Incorreto. Diante de uma notcia annima (delatio cri-minis inqualificada), a autoridade policial deve verificar a pro-cedncia das informaes atravs das diligncias cabveis, e, caso constate a veracidade da notcia, possvel a instaurao do Inqurito Policial.

    Gabarito: d.

    27. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-RJ/ 2008/ ADAPTADA) A autoridade policial poder decretar a incomunicabilidade do indiciado, pelo prazo mximo de trs dias.

    COMENTTRIOApesar de o art. 21, do CPP, dispor que a incomunicabili-dade do indiciado depender sempre de despacho nos autos e somente ser permitida quando o interesse da sociedade ou a convenincia da investigao o exigir, entende-se que esse dis-positivo no foi recepcionado pela CF/88, j que, como a atual Carta Magna no permitiu a incomunicabilidade do preso nem mesmo durante a vigncia do Estado de Defesa, no se pode entender que a permitiria em um estado de normalidade.

    Gabarito: Item Errado.

    28. (CESPE/ DELEGADO DE POLCIA/ PC-ES/ 2008) O prazo do inqurito policial, se o indiciado estiver preso em virtude de priso temporria, ser de cinco dias, prorrogveis por mais cinco dias, havendo exceo para determinados casos, a exemplo dos crimes de trfico de entorpecentes ou tortura, em que o prazo se estende para 30 dias, prorrogveis por igual perodo, em caso de extrema e comprovada necessidade.

    COMENTTRIOQuesto sobre os prazos para concluso do Inqurito Policial.Regra geral, o inqurito deve terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso, contado o prazo, nesta hiptese, a partir do dia em que se executar a ordem de priso, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiana ou sem ela.

    Gabarito: Item Errado.

    29. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-RJ/ 2008) O in-qurito policial pode ser arquivado, de ofcio, pelo juiz, por membro do Ministrio Pblico ou pelo delegado de polcia, desde que fique comprovado que o indiciado agiu acobertado por causa excludente da antijuridici-dade ou da culpabilidade.

    COMENTTRIOO Inqurito Policial apenas pode ser arquivado por determina-o judicial, sempre a pedido do Ministrio Pblico.

    Gabarito: Item Errado.

    30. (CESPE/ EXAME DE ORDEM UNIFICADO/ OAB/ 2008) Com base no CPP, assinale a opo correta acerca do inqurito policial.a. O MP, caso entenda serem necessrias novas dili-

    gncias, por consider-las imprescindveis ao ofe-recimento da denncia, poder requerer a devolu-o do inqurito autoridade policial.

    b. Se o rgo do MP, em vez de apresentar a denn-cia, requerer o arquivamento do inqurito policial, o juiz determinar a remessa de oficio ao tribunal de justia para que seja designado outro rgo de MP para oferec-la.

    c. A autoridade policial, caso entenda no estarem presentes indcios de autoria de determinado cri-me, poder mandar arquivar autos de inqurito.

    d. Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial no poder proce-der a novas pesquisas, ainda que tome conheci-mento de outras provas.

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    COMENTTRIODepois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autori-dade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial poder proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notcia (CPP, art. 18).

    Gabarito: a.

    31. (CESPE/ EXAME DE ORDEM/ OAB-SP/ 2008) Assi-nale a opo correta acerca do inqurito policial e da ao penal.a. O despacho que indefere o requerimento de aber-

    tura de inqurito policial irrecorrvel.b. Caso seja instaurado um inqurito policial para a

    apurao de um crime de roubo e, por no haver provas da autoria, seja arquivado o inqurito, pos-svel reabrir a investigao, independentemente de novas provas, se houver presso da imprensa.

    c. Qualquer pessoa pode encaminhar ao promotor de justia uma petio requerendo providncias e for-necendo dados e documentos, para que seja, se for o caso, instaurado inqurito policial.

    d. Considere a seguinte situao hipottica. Clia, pessoa comprovadamente carente de recursos financeiros, foi vtima de estupro e fez a comuni-cao do crime autoridade competente, solicitan-do providncias para apur-lo e punir seu autor. Apurada a autoria do crime e confirmada a mate-rialidade, o promotor ofereceu a denncia. Nessa situao, a representao pode ser retratada at a sentena condenatria recorrvel.

    COMENTTRIOa. Item Incorreto. Do despacho que indeferir o arquivamento do Inqurito cabe recurso ao Chefe de Polcia.b. Item Incorreto. Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial somente poder proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notcia (CPP, art. 18).c. Item Correto. O art. 5, 3, do CPP, dispe que qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existncia de infra-o penal em que caiba ao pblica poder, verbalmente ou por escrito, comunic-la autoridade policial, e esta, verificada a procedncia das informaes, mandar instaurar inqurito.d. Item Incorreto. possvel a retratao da representao, no entanto, ela s pode ocorrer at o oferecimento da denncia.

    Gabarito: c

    32. (CESPE/ JUIZ/ TRF 1 REGIO/ 2011) Considere a seguinte situao hipottica: O MP, ao oferecer denn-cia, no se manifestou, de forma expressa, em relao a alguns fatos e a determinados agentes investigados, cujos elementos esto evidenciados no bojo do inqu-rito policial.

    COMENTTRIONessa situao hipottica, restam assentes doutrina e jurispru-dncia ptria acerca da ocorrncia do pedido de arquivamento implcito ou arquivamento indireto, por parte do rgo de acu-sao, exigindo-se, contudo, para os devidos efeitos legais, deciso judicial expressa de arquivamento.De modo diverso do que dispe a questo, a doutrina e a juris-prudncia so pacficas em no admitir o arquivamento impl-cito por parte do rgo de acusao, pois todas as decises do Ministrio Pblico devem ser fundamentadas.

    Gabarito: Item Errado.

    33. (CESPE/ DEFENSOR PBLICO/ DPE-MA/ 2011) O membro do MP possui legitimidade para proceder, di-retamente, coleta de elementos de convico para subsidiar a propositura de ao penal, inclusive me-diante a presidncia de inqurito policial.

    COMENTTRIOA primeira parte da questo est correta. O Ministrio Pblico pode proceder a investigaes para coleta de elementos de informaes que visem subsidiar a ao penal da qual titular.Todavia, o MP no pode presidir o Inqurito Policial, o que torna incorreta a segunda parte do exerccio.

    Gabarito: Item Errado.

    Finalizamos nossa primeira aula.Fora nos estudos que a recompensa certamente vir!Havendo qualquer dvida, estou disposio no

    Frum.Grande abrao,

    Carlos Alfama

    QUESTES TRABALHADAS

    1. (CESPE/ DELEGADO DE POLCIA/ PC-TO/ 2008) O inqurito policial, procedimento persecutrio de carter administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como destinatrio imediato o Ministrio Pblico, titular nico e exclusivo da ao penal.

    2. (CESPE/ JUIZ/ TJ-AL/ 2008/ ADAPTADA) O juiz for-mar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial. Os elementos in-formativos colhidos no Inqurito Policial no podero servir de fundamentos para a sua deciso, sob pena de nulidade absoluta.

    3. (CESPE/ JUIZ/ TRF 1 REGIO/ 2011) Os vcios ocorridos no curso do inqurito policial, em regra, no repercutem na futura ao penal, ensejando, apenas, a nulidade da pea informativa, salvo quando houver violaes de garantias constitucionais e legais expres-sas e nos casos em que o rgo ministerial, na forma-o da opinio delicti, no consiga afastar os elementos informativos maculados para persecuo penal em ju-zo, ocorrendo, desse modo, a extenso da nulidade eventual ao penal.

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    4. (CESPE/ DEFENSOR PBLICO/ DPE-MA/ 2011) A recente jurisprudncia do STJ, em homenagem ao princpio constitucional do devido processo legal, fir-mou-se no sentido de que eventuais irregularidades ocorridas na fase investigatria, mesmo diante da na-tureza inquisitiva do inqurito policial, contaminam a ao penal dele oriunda.

    5. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINIS-TRATIVA/ TRE-ES/ 2011) Eventuais nulidades ocorri-das na fase inquisitorial contaminam o desenvolvimen-to da ao penal respectiva, haja vista ser o inqurito policial pea probatria com a finalidade de fornecer ao Ministrio Pblico os elementos necessrios para a propositura da ao penal.

    6. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA LEGISLATIVA/ C-MARA DOS DEPUTADOS / 2014) Ainda que o con-traditrio e a ampla defesa no sejam observados durante a realizao do Inqurito Policial, no sero invlidas a investigao criminal e a ao penal sub-sequente.

    7. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA LEGISLATIVA/ C-MARA DOS DEPUTADOS / 2014) A autoridade policial poder arquivar o inqurito policial se verificar que o fato criminoso no ocorreu.

    8. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA LEGISLATIVA/ C-MARA DOS DEPUTADOS / 2014) O indiciamento no inqurito policial, por ser uma indicao de culpa do agente, poder ser anotado em atestado de antece-dentes criminais. A partir do indiciamento, poder ser divulgado o andamento das investigaes, com a iden-tificao do provvel autor dos fatos.

    9. (FCC/ PROMOTOR DE JUSTIA/ MPE-CE/ 2009) Se o ofendido requerer a instaurao de inqurito poli-cial, em crime de ao penal pblica incondicionada que configura infrao de menor potencial ofensivo, a autoridade policial poder, por critrio discricionrio, instaurar inqurito policial ou elaborar termo circuns-tanciado.

    10. (FCC/ ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA/ TRF-4R / 2007) Em razo do princpio da oralidade do processo, no h necessidade de serem as peas do inqurito policial reduzidas a escrito ou datilografadas.

    11. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINIS-TRATIVA/ TRE-BA/ 2010) A autoridade que preside o IP assegurar o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Dessa forma, o advogado do indiciado no ter acesso ao IP quando a autoridade competente declarar seu carter sigiloso.

    12. (CESPE/ DELEGADO DE POLCIA/ PC-ES/ 2011) Sinval foi indiciado pelo crime de dispensar ou inexigir licitao fora das hipteses previstas em lei em rela-o a rgo da administrao federal. Durante a fase do inqurito, a defesa de Sinval pleiteou o direito de acesso amplo aos elementos de prova documentados em procedimento investigatrio realizado por rgo dotado de competncia de polcia judiciria. Tal pedido

    no foi integralmente atendido pelo rgo competen-te, sob o argumento de que deveria ser ressalvado o acesso da defesa s diligncias policiais que, ao mo-mento do requerimento, ainda estavam em tramitao ou ainda no tinham sido encerradas. Nessa situao, com base na jurisprudncia prevalecente no STF, adequada a aplicao conferida pelo rgo dotado de competncia de polcia judiciria.

    13. (CESPE/ PROCURADOR/ TCE-BA/ 2010) O direito brasileiro reconhece o direito do defensor, no interesse do representado, de ter acesso amplo aos elementos de prova documentados em procedimento investiga-trio realizado por rgo com competncia de polcia judiciria que digam respeito ao exerccio do direito de defesa. Com base nesse entendimento, no mbito do inqurito policial, ressalva-se o acesso da defesa s diligncias que, no momento do requerimento de vista dos autos, ainda estejam em tramitao, ou ainda no tenham sido encerradas.

    14. (CESPE/ AGENTE PENITENCIRIO/ SEJUS-ES/ 2009) O inqurito policial um instrumento indispen-svel averiguao do fato e da autoria criminosa.

    15. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TRE-ES/ 2011) O inqurito policial no indispensvel propositura de ao penal, mas denncia desacompanhada de um mnimo de prova do fato e da autoria denncia sem justa causa.

    16. (CESPE/ AGENTE DE INVESTIGAO E AGENTE DE POLCIA/ PC-PB/ 2009) Em relao natureza ju-rdica do IP, assinale a opo correta:a. O IP s ser obrigatrio para a apurao de crimes

    de ao privada.b. O IP s ser obrigatrio para a apurao de crimes

    de ao pblica.c. Cuida-se de pea meramente informativa, poden-

    do ser dispensvel ao oferecimento da denncia ou queixa.

    d. Trata-se de pea obrigatria, sem a qual a ao penal, pblica ou privada, no poder ser iniciada.

    e. Por no ser uma pea obrigatria, o IP poder no acompanhar a denncia ou a queixa, mesmo que sirva de base para uma ou outra.

    17. (CESPE/ EXAME DE ORDEM UNIFICADO/ OAB/ 2009) Nas hipteses de ao penal pblica, condicio-nada ou incondicionada, a autoridade policial dever instaurar, de ofcio, o inqurito, sem que seja necess-ria a provocao ou a representao.

    18. (CESPE/ AGENTE DA POLCIA FEDERAL/ POLCIA FEDERAL/ 2012) Com base no direito processual pe-nal, julgue o item que se segue.O Cdigo de Processo Penal determina expressamen-te que o interrogatrio do investigado seja o ltimo ato da investigao criminal antes do relatrio da autori-dade policial, de modo que seja possvel sanar even-tuais vcios decorrentes dos elementos informativos colhidos at ento bem como indicar outros elementos relevantes para o esclarecimento dos fatos.

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    19. (CESPE/ ESCRIVO DE POLCIA/ PC-ES/ 2011) O desenvolvimento da investigao no IP dever seguir, necessariamente, todas as diligncias previstas de for-ma taxativa no Cdigo de Processo Penal, sob pena de ofender o princpio do devido processo legal.

    20. (CESPE/ AGENTE PENITENCIRIO/ SEJUS-ES/ 2009) O inqurito policial um procedimento sigiloso, e, nessa etapa, no so observados o contraditrio e a ampla defesa.

    21. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-PA/ 2006) Acer-ca do inqurito policial (IP), assinale a opo correta.a. pea indispensvel propositura da ao penal,

    tendo em vista que se destina a apurar a autoria e materialidade do crime.

    b. Os vcios existentes no IP acarretam nulidades no processo subsequente.

    c. No IP, devem ser observadas as garantias constitu-cionais do contraditrio e da ampla defesa, sendo indispensvel a assistncia de advogado ao indi-ciado.

    d. Arquivado o IP por falta de provas, a autoridade policial poder, enquanto no se extinguir a punibi-lidade pela prescrio, proceder a novas pesquisas e diligncias, desde que surjam novas provas.

    22. (CESPE/ AGENTE DE POLCIA/ PC-RN/ 2009) Acer-ca das caractersticas do inqurito policial, assinale a opo incorreta.a. O inqurito policial constitui procedimento adminis-

    trativo informativo, que busca indcios de autoria e materialidade do crime.

    b. Os agentes de polcia devem preservar durante o inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

    c. O membro do MP pode dispensar o inqurito po-licial quando tiver elementos suficientes para pro-mover a ao penal.

    d. A autoridade policial pode arquivar inqurito que foi instaurado para apurar a prtica de crime, quando no h indcios de autoria.

    e. O inqurito policial inquisitivo, na medida em que a autoridade policial preside o inqurito e pode in-deferir diligncia requerida pelo indiciado.

    23. (CESPE/ EXAME DE ORDEM UNIFICADO/ OAB/ 2008) O inqurito um procedimento investigativo que pode ser realizado pela polcia judiciria ou por outras autoridades. Nesse contexto, assinale a opo correta acerca dos inquritos.a. Quando, no curso das investigaes, surgir indcio

    da prtica de infrao penal por parte de membro da magistratura, aps a concluso do inqurito, a denncia deve ser remetida ao tribunal ou rgo especial competente para o julgamento.

    b. O inqurito judicial ocorre nos casos das infraes falimentares e deve ser presidido pelo juiz de direi-to da vara em que esteja tramitando o processo de falncia.

    c. As comisses parlamentares de inqurito tm po-deres de investigao prprios das autoridades ju-diciais para a apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses encaminhadas respectiva mesa do Senado ou da Cmara para promover a responsabilidade civil e criminal.

    d. O poder de polcia da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependncias, compreende a priso em fla-grante do agente e a realizao do inqurito.

    24. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-RJ/ 2008) Se a ao penal for de iniciativa privada, o inqurito ser instaurado a requerimento da vtima ou de seu repre-sentante legal.

    25. (CESPE/ DEFENSOR PBLICO/ DPE-MA/ 2011) A notcia annima sobre eventual prtica criminosa, por si s, no idnea para a instaurao de inqurito po-licial, prestando-se apenas a embasar procedimentos investigatrios preliminares em busca de indcios que corroborem as informaes.

    26. (CESPE/ PC-PB/ 2009) Quanto notitia criminis, assi-nale a opo correta.a. o conhecimento da infrao penal pelo MP, titular

    da ao penal pblica, no podendo ser encami-nhada autoridade policial.

    b. O conhecimento pela autoridade policial da in-frao penal por meio de requerimento da vtima denomina-se notitia criminis de cognio imediata.

    c. O conhecimento pela autoridade policial da infra-o penal por meio de suas atividades rotineiras denomina-se notitia criminis de cognio mediata.

    d. O conhecimento pela autoridade policial da in-frao penal por meio da priso em flagrante do acusado denomina-se notitia criminis de cognio coercitiva.

    e. No se reconhece a figura da notcia annima, sen-do proibido autoridade policial iniciar investigao com base em informaes apcrifas, uma vez que a CF veda o anonimato.

    27. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-RJ/ 2008/ ADAPTADA) A autoridade policial poder decretar a incomunicabilidade do indiciado, pelo prazo mximo de trs dias.

    28. (CESPE/ DELEGADO DE POLCIA/ PC-ES/ 2008) O prazo do inqurito policial, se o indiciado estiver preso em virtude de priso temporria, ser de cinco dias, prorrogveis por mais cinco dias, havendo exceo para determinados casos, a exemplo dos crimes de trfico de entorpecentes ou tortura, em que o prazo se estende para 30 dias, prorrogveis por igual perodo, em caso de extrema e comprovada necessidade.

    29. (CESPE/ ANALISTA JUDICIRIO/ TJ-RJ/ 2008) O in-qurito policial pode ser arquivado, de ofcio, pelo juiz, por membro do Ministrio Pblico ou pelo delegado de polcia, desde que fique comprovado que o indiciado agiu acobertado por causa excludente da antijuridici-dade ou da culpabilidade.

  • CA

    RLO

    S ALFA

    MA

    18

    30. (CESPE/ EXAME DE ORDEM UNIFICADO/ OAB/ 2008) Com base no CPP, assinale a opo correta acerca do inqurito policial.a. O MP, caso entenda serem necessrias novas dili-

    gncias, por consider-las imprescindveis ao ofe-recimento da denncia, poder requerer a devolu-o do inqurito autoridade policial.

    b. Se o rgo do MP, em vez de apresentar a denn-cia, requerer o arquivamento do inqurito policial, o juiz determinar a remessa de oficio ao tribunal de justia para que seja designado outro rgo de MP para oferec-la.

    c. A autoridade policial, caso entenda no estarem presentes indcios de autoria de determinado cri-me, poder mandar arquivar autos de inqurito.

    d. Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial no poder proce-der a novas pesquisas, ainda que tome conheci-mento de outras provas.

    31. (CESPE/ EXAME DE ORDEM/ OAB-SP/ 2008) Assi-nale a opo correta acerca do inqurito policial e da ao penal.a. O despacho que indefere o requerimento de aber-

    tura de inqurito policial irrecorrvel.b. Caso seja instaurado um inqurito policial para a

    apurao de um crime de roubo e, por no haver provas da autoria, seja arquivado o inqurito, pos-svel reabrir a investigao, independentemente de novas provas, se houver presso da imprensa.

    c. Qualquer pessoa pode encaminhar ao promotor de justia uma petio requerendo providncias e for-necendo dados e documentos, para que seja, se for o caso, instaurado inqurito policial.

    d. Considere a seguinte situao hipottica. Clia, pessoa comprovadamente carente de recursos financeiros, foi vtima de estupro e fez a comuni-cao do crime autoridade competente, solicitan-do providncias para apur-lo e punir seu autor. Apurada a autoria do crime e confirmada a mate-rialidade, o promotor ofereceu a denncia. Nessa situao, a representao pode ser retratada at a sentena condenatria recorrvel.

    32. (CESPE/ JUIZ/ TRF 1 REGIO/ 2011) Considere a seguinte situao hipottica: O MP, ao oferecer denn-cia, no se manifestou, de forma expressa, em relao a alguns fatos e a determinados agentes investigados, cujos elementos esto evidenciados no bojo do inqu-rito policial. Nessa situao hipottica, restam assentes doutrina e jurisprudncia ptria acerca da ocorrncia do pedido de arquivamento implcito ou arquivamento indireto, por parte do rgo de acusao, exigindo-se, contudo, para os devidos efeitos legais, deciso judicial expres-sa de arquivamento.

    33. (CESPE/ DEFENSOR PBLICO/ DPE-MA/ 2011) O membro do MP possui legitimidade para proceder, di-retamente, coleta de elementos de convico para subsidiar a propositura de ao penal, inclusive me-diante a presidncia de inqurito policial.

    G A B A R I T O

    1. E2. E3. C4. E5. E6. C7. E8. E9. E

    10. E11. E12. C13. C14. E15. C16. c17. E18. E19. E20. C21. d22. d23. d24. C25. C26. d27. E28. E29. E30. a31. c32. E33. E