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Os paradigmas de análise política Você já pensou nas relações entre o Estado Moderno e a economia de mercado? Elas existem? Se sim, onde estão? Os paradigmas da análise política Alunas: Magda Mascarello e Viritiana Almeida

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Os paradigmas de análise política

Você já pensou nas relações entre o Estado Moderno e a economia

de mercado? Elas existem? Se sim, onde

estão?

Os paradigmas da análise políticaAlunas: Magda Mascarello e Viritiana Almeida

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PONTO DE PARTIDA: eixo da

reflexão

a relação entre democracia e as relações econômicas

da sociedade

coincidência histórica e conjuntural entre o desenvolvimento do

mercado e a formação do Estado Moderno e da

democracia representativa.

paradoxo do Estado Moderno capitalista onde, por um lado, a necessidade de obediência às regras traz a importância da

democratização dos processos de gestão dos assuntos públicos, e

por outro há necessidade de favorecer a propriedade privada das riquezas sociais, gerando

desigualdades nas condições de indivíduos e grupos, inclusive no

que remete à influência nos processos decisórios das questões

públicas.(PIO & PORTO, 1991, p. 233)

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PARA EXPLICAR: três correntes teóricas

Wright Mills

Robert Michels

1 - ELITISMO

Em síntese: o argumento elitista, com seus diferentes autores, afirma que nas sociedades democráticas com economia de mercado há uma concentração do poder político no topo das estruturas políticas, sociais e econômicas.

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2 – A CRÍTICA MARXISTA

Karl Marx Frederich Engels Antonio GramsciNicolas Poulantzas Ralph Miliband

• a teoria marxista clássica defende que para que os princípios democráticos de fato se efetivem, faz-se necessário a abolição da propriedade privada dos meios de produção, pois são sempre as forças produtivas que determinam a superestrutura. (Marx e Engels)

• O marxismo ocidental foge de uma abordagem mais economicista e se volta à autonomia popular e ao papel da política e do estado. (Gramsci)

• Poulantzas detectou que o papel do Estado é organizar e representar a classe dominante, especialmente o interesse político. Esse papel é desenvolvido porque o estado mantém uma autonomia relativa frente às frações que estão no poder.

• Em contrapartida, Miliband cria o conceito de elite estatal (conjunto de indivíduos que ocupam cargos dirigentes no aparelho do estado) para afirmar que a relação entre política e economia reside no fato de que os indivíduos que formam a elite estatal são os agentes da classe econômica dominante.

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3 - PLURALISMO

Robert Dahl

Em síntese: o argumento central dos pluralistas é que o exercício do poder emana da capacidade de convencimento que possuem os candidatos e da mobilização dos diferentes grupos, e não meramente da sua posição social e econômica na sociedade.

Síntese geral: A Teoria Política Contemporânea representada pelas correntes elitista, pluralista e marxista tratou da problemática da representação política e da relação entre economia e regime democrático. A partir desses três abordagens percebe-se que a distribuição dos recursos material afeta o sistema político, mas o poder material não provém apenas da propriedade privada. Nesse sentido, o Estado detém de certa forma uma autonomia frente às classes no poder.

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DIALOGANDO COM AS TRÊS CORRENTES TEÓRICAS

Raymond Aron (1991), dialogando com estas três correntes teóricas, aponta limites nas abordagens de todas elas. Para ele, a concentração de poder não pode ser uma hipótese já que ela é um fato, ou seja, existe verdadeiramente. Para compreendê-la e explicá-la é preciso tomá-la muito mais como uma necessária análise empírica do que como uma questão teórica. Ela depende da observação dos fatos e não de uma doutrinação ou análise de conceitos. Conforme as proposições do autor:

Para que o poder, numa democracia ocidental, seja decretado pertencente aos capitalistas ou aos monopolistas, seria preciso estabelecer que estes capitalistas ou monopolistas têm consciência de sua solidariedade, que têm uma idéia comum de sua classe e de seu interesse de classe. Os fatos, numa primeira abordagem, não parecem sugerir que esta consciência exista ou que este interesse de classe seja conhecido e reconhecido por aqueles que deveria juntar. (...)Resta-nos precisar as relações entre essas categorias dirigentes e as classes sociais. Estas relações são, evidentemente, diferentes segundo os tipos de sociedade e os tipos de regime. (idem, p. 162 e 164) Estas relações entre Estado Moderno e economia de mercado, portanto, precisam ser empiricamente analisadas nas diferentes conjunturas e sociedades.

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QUADRO SÍNTESE DAS TRÊS CORRENTES TEÓRICAS ABORDADAS NO CAPÍTULO

Período 1900-1920 1950 1960-1970-1980C. Teórica ELITISMO PLURALISMO MARXISMOPrincipais

argumentos e conceitos

- o problema fundamental consiste em saber como se formam e são

recrutadas as minorias politicamente organizadas que dominam uma dada comunidade

- Mosca determinou que as "minorias politicamente ativas" deveriam ser, para os cientistas

políticos, o objeto de análise mais importante. Dado o caráter

oligárquico de todos os governos, um estudo científico da política

teria de estar atento não ao número de governantes, mas aos

mecanismos sociais e políticos responsáveis pela formação, pelo recrutamento, pela socialização e

pela conduta dessas minorias.

- ênfase nos grupos de interesse e de pressão que

agem na esfera da sociedade (partidos,

sindicatos, associações)

- crítica à idéia de que o Estado é o único centro

de poder

- o foco agora são os indivíduos e sua esfera privada, privilegiando

então a ação e a influência sobre os

processos decisórios de grupos políticos

organizados

- contra os pluralistas, ênfase no conceito de Estado

capitalista e na dimensão estrutural do exercício do

poder (sendo o poder sempre um “poder de classe”; e não

a capacidade de decidir, impor a vontade numa

relação intersubjetiva etc.)

- foco no papel do Estado como fator de

coesão/dominação social (“fator de ordem”)

- projeto: estudar a política capitalista

Principais autores

Gaetano Mosca; Vilfredo Pareto; Robert Michels; Charles Wright

Mills

Robert Dahl Nicos Poulantzas; Ralph Miliband; Claus Offe;

Antonio Gramsci

Quadro construído pelo Professor Doutor Adriano Codatto por ocasião da mesa de discussão sobre Estruturalismo nas Ciências Sociais, na Semana Acadêmica de Ciências Sociais, 2010.

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ATIVIDADES

Busque informações sobre este debate e indique quais

seriam as possíveis explicações segundo cada

uma das teorias trabalhadas neste capítulo:

elitistas, pluralistas e marxistas.

As imagens ao lado podem contribuir em sua reflexão.

Você tem acompanhado as discussões sobre

o Novo Código Florestal para o

Brasil?

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARON, Raymond. Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1991. Caps. “Classe social, classe política e classe dirigente”, p. 145-175. Link: http://www.4shared.com/get/782qklVT/Raymond_Aron_Estudos_sociolgic.html

DAHL. Robert A. Poliarquia: Participação e Oposição. São Paulo: USP, 2005. MOSCA, Gaetano. A classe dirigente. Trad. Alice Rangel. In: SOUZA, Amaury de (org). Sociologia política. Rio de Janeiro, Zahar, 1966, pp. 51-70. PARETO,Vilfredo. Sociologia. Organizador José Albertino Rodrigues. São Paulo: Ática, 1984

 PIO, C.; PORTO, M. “Teoria política contemporânea: política e economia segundo os argumentos elitistas, pluralistas e marxistas”. In: VVAA. O estudo da política: tópicos selecionados. São Paulo: Paralelo 15.

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