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TEXTO LITERÁRIO E FORMAÇÃO CRÍTICA DO ALUNO 1 Joseane Silva Pinto RESUMO A leitura como instrumento de conscientização tem grande papel social no que tange a valorização do ser pensante em toda a sua esfera de participação social e política. Esta consciência crítica desperta o ser pensante para seu papel de verdadeiro cidadão, não apenas aquele de direitos e deveres, mas um ser participante e opinante. Para Paulo Freire, vivenciar a leitura é como se estivéssemos a ler e reler o próprio mundo. O presente artigo tem como objetivo averiguar os aspectos que promovem a formação crítica do aluno por meio do texto literário, portanto, nos ateremos a leitura literária, a relação entre escola e literatura e o espaço que esta ocupa dentro da sala de aula. Traremos alguns conceitos do que é Literatura na visão de grandes teóricos como: Antonio Candido, Afrânio Coutinho e Regina Zilberman. Palavras-chave: Literatura. Escola. Educação. Leitor. Antonio Candido. 1 INTRODUÇÃO É através da leitura e, em particular, da leitura de textos literários que nos é dada a possibilidade de, por meio do mundo transfigurado em arte, que é a obra literária, compreender melhor o mundo em que vivemos, o outro e a nós mesmos. A atividade do leitor de literatura se exprime pela reconstrução a partir da linguagem, de todo o universo simbólico que as palavras encerram e pela concretização desse universo com base nas vivências pessoais do sujeito. Nesse sentido, leitor é aquele que diante da plurissignificação de um texto, adentra na tarefa do deciframento dos sentidos organizados, por meio de um delimitado corpo esquemático oferecido pela obra. 1 Artigo elaborado a partir do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Letras, do campus Universitário de Sinop, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) em 2010, sob a orientação da professora Dra. Luzia A. Oliva dos Santos. Graduada em Licenciatura Plena em Letras pela UNEMAT em 2010. Cursando a Especialização Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas Portuguesa e Inglesa pelo Curso de Letras da UNEMAT / Sinop (2011/2012). Revista Eventos Pedagógicos v.3, n.1, Número Especial, p. 447 454, Abr. 2012

02. O Texto Literário e a Formação Crítica Do Aluno

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TEXTO LITERRIO E FORMAO CRTICA DO ALUNO1 Joseane Silva Pinto RESUMO A leitura como instrumento de conscientizao tem grande papel social no que tange a valorizaodoserpensanteemtodaasuaesferadeparticipaosocialepoltica.Esta conscincia crtica desperta o ser pensante para seu papel de verdadeirocidado, noapenas aquele de direitos e deveres, mas um ser participante e opinante. Para Paulo Freire, vivenciar aleituracomoseestivssemosalerereleroprpriomundo.Opresenteartigotemcomo objetivo averiguar os aspectos que promovem a formao crtica do aluno por meio do texto literrio, portanto, nos ateremos a leitura literria, a relao entre escola e literatura e o espao que esta ocupa dentro da sala de aula. Traremos alguns conceitos do que Literatura na viso de grandes tericos como: Antonio Candido, Afrnio Coutinho e Regina Zilberman. Palavras-chave: Literatura. Escola. Educao. Leitor. Antonio Candido. 1 INTRODUO atravsdaleiturae,emparticular,daleituradetextosliterriosquenosdadaa possibilidadede,pormeiodomundotransfiguradoemarte,queaobraliterria, compreender melhor o mundo em que vivemos, o outro e a ns mesmos. A atividade do leitor de literatura se exprime pela reconstruo a partir da linguagem, de todo o universo simblico que as palavras encerram e pela concretizao desse universo com base nas vivncias pessoais do sujeito.Nesse sentido, leitor aquele que diante da plurissignificao de um texto, adentra na tarefadodeciframentodossentidosorganizados,pormeiodeumdelimitadocorpo esquemtico oferecido pela obra. 1 Artigo elaborado a partir do Trabalho de Concluso de Curso (TCC) do Curso de Letras, do campus Universitrio de Sinop, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) em 2010, sob a orientao da professora Dra. Luzia A. Oliva dos Santos. Graduada em Licenciatura Plena em Letras pela UNEMAT em 2010. Cursando a Especializao Lingustica Aplicada ao Ensino de Lnguas Portuguesa e Inglesa pelo Curso de Letras da UNEMAT / Sinop (2011/2012). Revista Eventos Pedaggicosv.3, n.1, Nmero Especial, p. 447 454, Abr. 2012 Pgina 448 - Joseane Silva Pinto Oleitortambmaquelequereconheceossentidosdotextooperadoequesabe prover o prazer da leitura, uma vez que ela mobiliza mais intensa e inteiramente a conscincia semobrig-loamanter-senasamarrasdocotidiano.Entretanto,percebe-sequeessetipode leitor to solicitado ainda aparece em pequena escala nas estatsticas, e mais escassa ainda em nossas salas de aula. 2 LEITURA LITERRIA E A ESCOLA Noprocessodeescolarizao,constata-seaexistnciadeumatensosignificativa entrediscursopedaggicoediscursoliterrio.Ouseja,difcilconciliaraorientaodo discursopedaggicocentradoemnormas,diretrizeseavaliaes.ParaosPCNs(2008),a prtica escolar em relao leitura literria tem sido a de desconsiderar a leitura propriamente e privilegiar atividades de metaleitura , ou seja, a de estudo do texto (ainda que sua leitura no tenhaocorrido),aspectosdahistrialiterria,caractersticasdeestilo,etc.,deixandoem segundoplanoaleituradotextoliterrio,substituindo-oporsimulacro,comojfoidito,ou simplesmenteignorando-o.SegundoosPCNs(2008,p.63)atividadesdemetaleituraso necessrias na escola, mas devem ser vistas com muito cuidado, ou melhor, devem responder aosobjetivosprevistosnotrabalhoescolar.Aausnciaderefernciassobreocampoda literatura e a pouca experincia de leitura, no s de textos literrios como de textos que falem sobrealiteratura,fazemcomqueosleitoressedeixemorientar,sobretudo,porseusdesejos imediatos, que surgem com a velocidade de um olhar sobre um ttulo sugestivo, ou sobre uma capa atraente. Soares(2001)discuteoproblemadaescolarizaodaleituraliterria,apresentando duaspossibilidadesdeabordagem:aprimeiraconsistenaapropriaodaliteraturainfantil pela escola, na medida em que a utiliza para atingir seus objetivos, escolarizando-a; a segunda relaciona-seliteraturainfantilcomoproduodestinadaescola,numatentativadedar escolarizao um cunho literrio. Como a leitura do texto literrio, no s infantil, constitui-se numprocessodesenvolvidonaescola,nohcomoevitarqueesseconhecimentose escolarize.Adiscussopertinenteamodalidadecomoasaesreferentesaesseensino possam se processar de maneira adequada e eficiente. 2.1 O LEITOR LITERRIO TEXTO LITERRIO E FORMAO CRTICA DO ALUNO - Pgina 449 Oleitorliterriovemsendoanalisadoeconceituadonospormeiodaschamadas teorias da recepo,como tambm por outras linhas crticas daatualidade, para as quais no apenas autor e texto, mas este terceiro elemento, formam juntos o campo de estudo da crtica, da teoria e da histria da literatura. Para os PCNs (2008, p.65), O leitor e a leitura tornam-se, hoje, objetos de reflexo terica, at mesmo no interior do texto literrio [...]. A leitura literria quando proposta nos limites das salas de aula deve prever diferentes momentosquesefazemnecessriosquandosebuscaoamadurecimentodosleitores-alunos. Hquesereservarumprimeiromomentoparaocontatosolitrioentreleitoretextoe,s depois, momentos de desvendamento da natureza do discurso literrio.Aleituraliterriaescolarizadafarsentidoapenasquandoforpermitidoaoalunoo contatocomotexto,princpiodetodaatividadedeleitura,para,apartirdesuainserona obra,promoveraampliaodesuacompetncialeitora.Paraoensinodaliteratura, necessriopensaraobraeoleitor,praticaraleituradaliteraturacompreenderqueotexto literrio forma no leitor tanto uma competncia tcnica, quanto lhe d uma educao cultural, alm de possibilitar uma experincia moral que permite ressignificar a vida e o mundo.A Literatura apresenta-se como um paradoxo: por um lado, o leitor sabe, de antemo, nosetratardomundoreal;estabelececomotextoumpactodeconfianaquedeverser validadoacadapgina,masquantomaiorocaminhopercorridoereferendado,maiora experinciaderealidadequefazoleitor.Omover-sejuntocomahistria,fazcomqueo leitor a viva e reelabore as situaes que a trama prope. O texto literrio ao propor seu tema, exige do leitor que se volte e se dedique a ele. o encontro do real com o verossmil. Eco (2003) assegura que a capacidade do homem de ler o realeno,exclusivamente,aquiloqueprojetasobreotexto,podeserverificadaatravsdo modocomointerpretaoquel.Ouseja,otexto,aindaqueatravsdeumconjuntode interpretaes possveis, impe-se sobre o leitor, oferecendo-lhe uma lio. A leitura vivenciada imprescindvel para o texto literrio, tanto em nvel emocional quanto esttico. O fato de a linguagem literria, estar centrada em si mesma, sem fins prticos, confere a literatura o estatuto de arteque, para ser concretizada, necessita que o leitoraceite ou rejeite a realidade ficcional nela representada.O desvendamento esttico do texto literrio exige a compreenso dos significados que o autor laboriosamente construiu em seu texto. Para Jauss (1994), a distncia entre o horizonte deexpectativasdoleitorearealizaodessasexpectativasnomomentodaleituradevem desestabilizar o leitor, causando-lhe estranhamento. Pgina 450 - Joseane Silva Pinto desse estranhamento que advm os questionamentos dos valores sociais, culturais ou polticosquelevamaumrompimentodohorizontedeexpectativasdosujeito-leitor.Parao autor,essadistnciaentreoshorizontesdeexpectativasdeautor/leitorcaracterizariaovalor esttico de uma obra literria. Ocontatocomotextoliterriocolocaoleitoremcondiesdeapsfruirotexto, participardeumprocessogradativodedeslocamentodasubjetividadedaleituraindividual em direo compreenso crtica e conscincia da significao esttico-ideolgica da obra literria. Acredita-se que o principal objetivo das aulas de literatura sejao de formar leitores cada vez mais competentes e autnomos, capazes de reconhecer as especificidades dos textos literrios, ainda que no venham a ser consumidores vidos desta arte. A leitura das obras literrias nos obriga a um exerccio de fidelidade e de respeito na liberdadedeinterpretao.Humaperigosaheresiacrtica,tpicadenossosdias, paraaqualdeumaobraliterriapode-sefazeroquesequeira,nelaslendoaquilo quenossosmaisincontrolveisimpulsosnossugerem.Noverdade.Asobras literrias nos convidam liberdade da interpretao, pois propem um discurso com muitosplanosdeleiturasenoscolocamdiantedasambiguidadesedaslinguagens da vida. (ECO, apud PCNs, 2008 p.67). Seumtextomarcadopelasuaincompletudeesesecompletasomentenoatoda leitura; se o leitor aquele que vai fazer funcionar o texto, na medida em que o opera atravs daleitura,oatodeler,situadonoplodarecepo,nopodesecaracterizarcomouma atividade passiva, ao contrrio, o leitor um elemento ativo neste processo.O texto na sua superfcie lingustica no diz tudo objetivamente. Emgraus diferentes decomplexidade,umtextosemprelacunar,reticente,apresentavazios,implcitos, pressupostos,que,enquantoespaodisponvelparaooutro,devemserpreenchidospelo leitor.Oleitor,situa-se,portanto,numespaoambguoentreadisseminaodesentidos possveis e as restriesinscritas nosartifcios que organizam o texto. Oscilando entreesses doisplos,emnveisdiferentes,umtextoaomesmotempoquedeixaaoleitorainiciativa interpretativa, paradoxalmente, utiliza-se de estratgias que permitem interpretaes com uma margem suficiente de univocidade. 3 O QUE A LITERATURA Desde os primeiros tempos em que o homem comeou a estudar a arte por ele mesmo produzida,aquestoacercadaconcepoefunodaliteraturatemsidoassuntodemuitas TEXTO LITERRIO E FORMAO CRTICA DO ALUNO - Pgina 451 controvrsias.Duranteoprocessodeevoluoculturaldohomem,muitosetemdiscutidoa respeito do assunto aqui abordado.Htericosquenoconsideramadefiniodeoqueliteraturaumaquesto primordial para o estudo literrio, por entenderem que hoje no h necessidade de separar os textosconsideradosliterriosdosnoliterrios.Almdoque,nostextosclassificadoscomo no-literriospodeseverificarapresenadeliterariedade,oquetornaadistino metodolgica bastante complexa. Sabe-se, pois, que, em cada poca literria, so atribudas literatura natureza e funes distintas, condizentes com a realidade cultural e, portanto, social, dapoca.AssimqueocrticoesocilogoAntonioCandido(1972,p.53)constrioseu conceito de literatura: A arte, eportanto aliteratura, umatransposio do real parao ilusrio por meio deumaestilizaoformaldalinguagem,quepropeumtipoarbitrriodeordem paraascoisas,osseres,ossentimentos.Nelasecombinamumelementode vinculaorealidadenaturalousocial,eumelementodemanipulaotcnica, indispensvel sua configurao, e implicando em uma atitude de gratuidade. Nacitaoacima,Candido(1972)faladaindispensvelpresenadeumelementode manipulaotcnica,oqualfatordeterminanteparaaclassificaodeumaobracomo literriaouno.Lajolo(1981,p.38),tambmafirmaquealinguagemtemumpapel determinante na classificao de uma obra como literria: arelaoqueaspalavrasestabelecemcomocontexto,comasituaode produo da leitura que instaura a natureza literria de um texto [...]. A linguagem parecetornar-seliterriaquandoseuusoinstauraumuniverso,umespaode interaodesubjetividade(autoreleitor)queescapaaoimediatismo, predictibilidade e ao esteretipo das situaes e usos da linguagem que configuram a vida cotidiana. Coutinho (1978, p.09-10) contribui com o conceito: aliteratura,comotodaarte,umatransfiguraodoreal,arealidaderecriada, atravsdoespritodoartistaeretransmitidaatravsdalnguaparaasformas,que so os gneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, ento, a viver outravida, autnoma, independentedo autor edaexperinciaderealidadedeonde proveio.Osfatosquelhederamsvezesorigemperderamarealidadeprimitivae adquiriram outra, graas imaginao do artista. So agora fatos de outra natureza, diferente dos fatos naturais objetivados pela cincia ou pela histria ou pelo social. Estando a literatura ligada demonstrao do real, assume algumas funes que atuam diretamentenohomem,poisqueexprimeohomeme,depois,volta-separasuaformao, Pgina 452 - Joseane Silva Pinto enquantofruidordessaarte.Candido(1972)identificatrsfunesexercidaspelaliteratura, as quais, em seu conjunto, denomina de funo humanizadora da literatura.Aprimeiradasfunesporeleidentificadaschamadadefunopsicolgica,em virtude de sua ligao estrita com a capacidade e necessidade que tem o homem (no conceito mais amplo do termo) de fantasiar. Essa necessidade expressa atravs dos devaneios em que todosseenvolvemdiariamente,atravsdasnovelas,damsicaedofantasiarsobreoamor, sobre o futuro.ConformeCandido(1972),dessasmodalidadesdefantasia,aliteraturaseja,talvez,a mais rica. As fantasias expressas pela literatura, no entanto, tm sempre sua base na realidade, nuncasopuras.atravsdessaligaocomoreal,quealiteraturapassaaexercersua segunda funo: a funo formadora. Portanto,paraCandido(1972,p.805),aliteraturavistasobumngulomenos estrutural, e mais funcional, exerce uma funo humanizadora de forma gratuita, uma vez que elanossatisfazanecessidadedefico,queessencialaohomem;comotambm contribui para a formao da sua personalidade, na medida em que traz a vida desmistificada, comseusaspectospositivosenegativos,retratadademodotal,quelevaoleitorao conhecimento de si e do mundo, de modo inconsciente, por meio da fruio, e, nesse mbito, ela humaniza: [...]aliteraturapodeformar;masnosegundoapedagogiaoficial.[...].Longede serumapndicedainstruomoralecvica,[...],elaagecomoimpacto indiscriminado da prpria vida e educa como ela. [...]. Dado que a literatura ensina namedidaemqueatuacomtodaasuagama,artificialquererqueelafuncione como os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade no pode seno escolher oqueemcadamomentolhepareceadaptadoaosseusfins,poismesmoasobras consideradasindispensveisparaaformaodomootrazemfreqentemente aquiloqueas convenes desejariam banir. [...]. um dos meios por queo jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe. Aterceiraeltimafuno,levantada,dizrespeitoidentificaodoleitoredeseu universovivencialrepresentadosnaobraliterria.EstafunoporCandido(1972) denominada de funo social. Essa funo que possibilita ao indivduo o reconhecimento da realidadequeocercaquandotranspostaparaomundoficcional.Essereconhecimento,no entanto,podecausarumafalsaimpresso,construindoumreconhecimentoerrneo,quando expressa uma realidade a qual o leitor no participa diretamente, causando-lhe uma alienao.Oartistaliterriocriaourecriaummundodeverdadesquenosomaismedidas pelosmesmospadresdasverdadesocorridas.Osfatosquemanipulanotmcomparao comosdarealidadeconcreta.Soasverdadeshumanasgerais,quetraduzemantesum TEXTO LITERRIO E FORMAO CRTICA DO ALUNO - Pgina 453 sentimentodeexperincia,umacompreensoeumjulgamentodascoisashumanas,um sentidodevida,equefornecemumretratovivoeinsinuantedavida.Atravsdasobras literrias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque so as verdades da mesma condio humana. 4 CONCLUSO Otextoliterrio,conformeZilberman(1995),podedesencadearcomeficinciaum novopactoentreojovemeotexto,estimulandoumavivnciasingularcomaobra,visando ao enriquecimento pessoal do leitor, sem finalidades de cobrana. Perceber as relaes que se estabelecemacimadasimplesdualidadecoisa/significadoqueamultissignificaodo literrio permite no deve ser privilgio de alguns iniciados, mas possibilidade aberta a todos. Pensandonafunodaliteratura,possvelafirmarqueostextosliterrios,promovemno sujeito uma transformao, que o faz crtico em relao s coisas do mundo. A escola pode e deve ensinar a ler e a escrever. Ler e escrever, sob esta tica, supem umprocessodinmicoemquealiteraturaentracomoprincipalsuporte.Considerandoa importnciarepresentadapelaleituraliterriaparavidapessoal,imprescindvelo estabelecimentodepolticasqueprivilegiemaleituraemtodososnveisdasociedade.A escolacomoinstnciamediadoraentreoleitoreolivro,precisaorganizarprojetos especficos,visandooengajamentodetodaacomunidadeescolar,paraqueassimpossa atingirumnveldeletramentoquepossibiliteaosujeitooestabelecimentoderelaes adequadas ao mundo atual. Ao professor, cabe ampliar os horizontes textuais para que o leitor literriopossaserformado,oquepodeocorrerouno,dependendodoengajamentoeda bagagem terica desse professor com relao leitura. TEXT LITERARY AND CRITICISM FORMATION OF STUDENT ABSTRACT2 Readingasatoolforawarenesshassocialbigrolewhenitcomestoappreciationof thethinkingbeinginallitssphereofsocialandpoliticalparticipation.Thiscritical consciousness awakens the thinking being to their role true as citizens, not just the rights and 2 Transcrio realizada pelo aluna Joseane Silva Pinto, do Curso de Especializao Lingustica Aplicada ao Ensino de Lnguas Portuguesa e Inglesa e reviso pela professora Catichilene Gomes de Sousa (CRLE Revista Eventos Pedaggicos). Pgina 454 - Joseane Silva Pinto duties, but a participant being and with opinions. For Freire (1995), to live the reading is as if weweretoreadandrereadtheworlditself.Thisarticleaimstoinvestigatetheaspectsthat promote the criticism formation of student through the literary text, therefore, we will stick to literary reading, the relationship between school and literature and the space that this occupies insidetheclassroom.WewillbringsomeconceptsthanisLiteratureinthevisionofgreat theorists such as Antonio Candido, Afranio Coutinho and Regina Zilberman. Keywords: Literature. School. Education. Reader. Antonio Candido. REFERRENCIAS CANDIDO, Antonio. A literatura e a formao do homem. So Paulo: Cincia e Cultura, 1972. COUTINHO, Afrnio. Notas de teoria literria. 2.ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1978. ECO, Umberto. Sobre a Literatura: ensaios. Rio de Janeiro: Record, 2003. MINISTRIO DA EDUCAO. PCNs. Linguagens, Cdigos e suas tecnologias. Secretaria de Educao Bsica. Braslia, 2008. ZILBERMAN, Regina. Esttica da Recepo e Histria da Literatura. So Paulo: Editora tica S.A 1989.