27
MATRIZ AFRO Prof. Damilson Santos

04 Matriz Afro - Damilson Santos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

MATRIZ AFRO

Prof. Damilson Santos

Page 2: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando

na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena

ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em

Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e

remota, do africano.

Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam

nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar

menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos

quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que

nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela

própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que

nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da

mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa.

Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-

de-vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que

foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.”

FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob

o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981.

p. 367.MATRIZ AFRO

Prof. Damilson

Santos

Page 3: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

MATRIZ AFRO

África: a mãe negra

Sociedades domésticas

Eternos jovens

Como um africano perdia a liberdade?

Reinos escravizadores

Prof. Damilson

Santos

Page 4: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

MATRIZ AFRO

Prof. Damilson

Santos

Page 5: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

MATRIZ AFRO

Diáspora negra no Brasil

Congo e Angola

Bantos: centro-africanos

Portos: Cabinda, Benquela e Luanda

Costa de Mina

Jejes, Nagôs e Huaçás

Golfo do Benin (“costa dos escravos”)

Iorubás

Prof. Damilson

Santos

Page 6: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

MATRIZ AFRO

Prof. Damilson

Santos

Page 7: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

MATRIZ AFRO

Prof. Damilson

Santos

Page 8: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

MATRIZ AFRO

Prof. Damilson

Santos

Page 9: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

Escravidão indígena e negra

Resistência servil

O ESCRAVISMO COLONIAL

Page 10: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

O ESCRAVISMO COLONIAL

Escravidão indígena:

“Resgate”

“Guerra justa”

1755: Proibição da escravização de nativos

Escravidão negra:

Alta lucratividade do tráfico negreiro

Cultura negra em relação ao trabalho

Discurso religioso

Prof. Damilson

Santos

Page 11: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO

BRASIL

Castelos, presídios e feitorias

O embarque Maldito

Lutando pelo ar e o cálculo econômico

Prof. Damilson

Santos

Page 12: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO

BRASIL

Macabra travessia

Longa viagem e a macabra dança

O funesto desembarque

Venda de cativos

Prof. Damilson

Santos

Page 13: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

COMÉRCIO NEGREIRO: DA ÁFRICA AO

BRASIL

Prof. Damilson

Santos

Page 14: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

SENZALA: ESPAÇO DE TORTURA

Prof. Damilson

Santos

Page 15: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

RESISTÊNCIA SERVIL

Fugas, revoltas, envenenamentos e

apunhaladas

Suicídios e abortos

Formação de quilombos

Ex: Quilombo de Palmares

Prof. Damilson

Santos

Page 16: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

QUILOMBO DE PALMARES

Negros, mestiços, índios e brancos

A Guerra de Palmares

Zumbi e Domingos Jorge Velho

Suicídio ou assassinato?

O homem e o mito

Prof. Damilson

Santos

Page 17: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

QUILOMBO DE PALMARES

A escravidão nos quilombos tinha dupla

finalidade:

Aculturar os escravos recém-libertos às práticas do

quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a

subsistência da comunidade, já que muitos dos

escravos libertos achavam que não teriam mais que

trabalhar.

Visava diferenciar os ex-escravos que chegavam aos

quilombos pelos próprios meios, daqueles trazidos por

incursões de resgates (escravos libertados por

quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar

escravos). CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo:

Nacional, 1958.Prof. Damilson

Santos

Page 18: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

Sugestões de leituras específicas e dicas

de filmes, documentários, seriados e

vídeos sobre as temáticas trabalhadas.

APROFUNDAMENTO

Page 19: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

PALMARES 1999 - NATIRUTS

A cultura e o folclore são meus

Mas os livros foi você quem escreveu

Quem garante que palmares se entregou

Quem garante que Zumbi você matou

Prof. Damilson

Santos

Page 20: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

PALMARES 1999 - NATIRUTS

Perseguidos sem direitos nem escolas

Como podiam registrar as suas glórias?

Nossa memória foi contada por vocês

E é julgada verdadeira como a própria lei

Por isso temos registrados em toda história

Uma mísera parte de nossas vitórias

É por isso que não temos sopa na colher

E sim anjinhos pra dizer que o lado mal é o

candomblé

Prof. Damilson

Santos

Page 21: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

PALMARES 1999 - NATIRUTS

A energia vem do coração

E a alma não se entrega não

A energia vem do coração

E a alma não se entrega não

Prof. Damilson

Santos

Page 22: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

PALMARES 1999 - NATIRUTS

A influência dos homens bons deixou a todos

ver

Que omissão total ou não

Deixa os seus valores longe de você

Então despreza a flor zulu

Sonha em ser pop na zona sul

Por favor não entenda assim

Procure o seu valor ou será o seu fim

Prof. Damilson

Santos

Page 23: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

PALMARES 1999 - NATIRUTS

Por isso corre pelo mundo sem jamais se

encontrar

Procura as vias do passado no espelho mas não

E apesar de ter criado o toque do agogô

Fica de fora dos cordões do carnaval de

salvador

A energia vem do coração

E a alma não se entrega não

A energia vem do coraçãoProf. Damilson

Santos

Page 24: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

LEITURAS

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes. Formação do

Brasil no Atlântico Sul. Séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia

das Letras, 2000.

CARDOSO, Ciro Flamarion. A Afro-América: a escravidão no novo

mundo. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 67-81.

CARNEIRO, Edson. O quilombo dos Palmares. São Paulo: Nacional,

1958.

FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família

brasileira sob o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de

Janeiro: José Olympio, 1981.

GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática,

1990.

GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1978.

SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na

sociedade colonial. São Paulo: Cia. Das Letras, 1988.Prof. Damilson

Santos

Page 25: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

FILMES

Ganga Zumba - Rei dos Palmares

Brasil, 1963, 110 mim, Globo Vídeo. Dir.: Cacá Diegues.

Filme retrata o sonho de liberdade de Zumbo dos Palmares, escravo

que, no século XVII, se rebelou contra os colonizadores e tentou

estabelecer uma comunidade.

Quilombo

Brasil, 1984, 119 mim. Dir.: Cacá Diegues.

Filme clássico sobre a história do Quilombo de Palmares, desde

Ganga Zumba até Zumbi.

O tráfico negreiro

Documentário da GNT.

Documentário com depoimentos de especialistas em História da

África.

Prof. Damilson

Santos

Page 26: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

FILMES

Quanto vale ou é por quilo?

Brasil, 2005, 110 mim. Dir.: Sergio Bianchi.

Livre adaptação do conto Pai contra a mãe, de Machado de Assis. O

filme traça um paralelo entre a vida no período da escravidão e a

sociedade brasileira contemporânea, focando as semelhanças

existentes no contexto social e econômico das duas épocas.

Apontando a câmera para a falência das instituições no pais, o filme

faz uma analogia entre o antigo comercio de escravos e a exploração

da miséria pelo marketing social: a solidariedade de fachada.

Prof. Damilson

Santos

Page 27: 04 Matriz Afro - Damilson Santos

“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando

na alma e no corpo (...) a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena

ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em

Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e

remota, do africano.

Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam

nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar

menino pequeno, em tudo que é expressão sincera de vida, trazemos

quase todos a marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que

nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de comer. Ela

própria amolengando na mão o bolão de comida. Da negra velha que

nos contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. Da

mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de lima coceira tão boa.

Da que nos iniciou no amor físico nos transmitiu, ao ranger da cama-

de-vento, a primeira sensação completa de homem. Do moleque que

foi o nosso primeiro companheiro de brinquedo.”

FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob

o regime da economia patriarcal. 21a. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981.

p. 367.MATRIZ AFRO

Prof. Damilson

Santos