23
Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes (NCRF 21) ISCAL CONTABILIDADE FINANCEIRA (Ano lectivo 2014/2015) LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO Docentes: Prof. Paulo Costa Prof. Pedro Flores Prof. Pedro Pinheiro Prof. Tânia Jesus Prof. Vera Pinto

[05] Provisões, Activos e Passivos Contingentes

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Contabilidade

Citation preview

  • Provises, Passivos Contingentes

    e Activos Contingentes(NCRF 21)

    ISCAL CONTABILIDADE FINANCEIRA (Ano lectivo 2014/2015)

    LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E ADMINISTRAO

    Docentes:Prof. Paulo Costa

    Prof. Pedro Flores

    Prof. Pedro Pinheiro

    Prof. Tnia Jesus

    Prof. Vera Pinto

  • Definies

    2

    Uma proviso um passivo de tempestividade e quantia incertas (8-NCRF 21).

    Esta assimilao a passivos traduz o facto que, para o SNC (e para o IASB),

    uma proviso s constituda se existir um risco provvel de exfluxo de

    recursos da entidade que incorporem benefcios econmicos.

    Um passivo uma obrigao presente da entidade proveniente de

    acontecimentos passados, cuja liquidao se espera que resulte num exfluxo de

    recursos da entidade que incorporam benefcios econmicos (49 - EC).

    Incerteza quanto ao momento

    concreto da ocorrncia da

    obrigao

    Incerteza em relao quantia

    necessria para fazer face

    obrigao

  • 3 Um acontecimento que cria obrigaes um acontecimento que cria uma obrigao

    legal ou construtiva que faa com que uma entidade no tenha nenhuma alternativa

    realista seno liquidar essa obrigao.

    Uma obrigao legal uma obrigao que deriva de:

    Um contrato (por meio de termos explcitos ou implcitos);

    Legislao; ou

    Outra operao da lei.

    Uma obrigao construtiva uma obrigao que decorre das aces de uma

    entidade em que:

    Por via de um modelo estabelecido de prticas passadas, de polticas publicadas

    ou de uma declarao corrente suficientemente especfica, a entidade tenha

    indicado a outras partes que aceitar certas responsabilidades; e

    Em consequncia, a entidade tenha criado uma expectativa vlida nessas outras

    partes de que cumprir com essas responsabilidades.

    Definies (8 e 9 NCRF 21)

  • 4Distino entre provises e outros passivos (10 - NCRF 21)

    Incerteza acerca da tempestividade ou quantia dos dispndios futuros

    Ex: as contas a pagar so passivos a pagar por bens ou servios que tenham sido

    facturados ou formalmente acordados com o fornecedor

  • Uma proviso deve ser reconhecida quando cumulativamente:

    Uma entidade tenha uma obrigao presente (legal ou construtiva) como

    resultado de um acontecimento passado; (NCRF 21, 13 a))

    Seja provvel que um exfluxo de recursos que incorporem benefcioseconmicos ser necessrio para liquidar a obrigao; (NCRF 21, 13 b)) e

    Possa ser efectuada uma estimativa fivel da quantia da obrigao.(NCRF 21, 13 c))

    Condies de Reconhecimento de provises (13 a 34 NCRF 21)

    Se estas condies no forem satisfeitas, cumulativamente, nenhuma proviso deve ser reconhecida.

    5

  • A quantia a reconhecer como uma proviso deve ser a melhor

    estimativa do valor que ser necessrio desembolsar para liquidar a

    obrigao presente data do balano.

    Isto , pode ser a quantia que a entidade racionalmente pagaria, com

    base na experincia de transaces semelhantes e, em alguns casos, por

    relatos de peritos independentes. Ex.: informaes prestados por um

    advogado, no caso de um processo judicial em curso.

    Mensurao da proviso (35 a 41 NCRF21)

    A no constituio de uma proviso por motivo de no poder efectuar-se uma

    estimativa fivel do montante da obrigao, no poder ser invocada a no ser em

    casos muito excepcionais.

    6

  • 7Exemplos de provises

    o Garantias a clientes garantia prestada aos clientes

    resultante de uma obrigao legal ou construtiva e mensurada em

    funo da experincia de garantias semelhantes prestadas no

    passado.

    o Processos judiciais em curso constituio de provises

    para eventuais consequncias judiciais que possam ser imputadas

    entidade mensuradas de acordo com a informao existente.

    o Reestruturao so obrigaes relacionadas com

    responsabilidades assumidas pela gesto que devam constituir um

    gasto do perodo (por exemplo extino de postos de trabalho).

  • 8 No caso de processo judicial, no a data do incio da aco na justia

    que importa mas sim a evidncia disponvel data do balano, segundo a

    opinio de peritos. (NCRF 21, 15)

    Exemplo 01: Processo judicial em curso (Obrigao Legal)

  • Exemplo 02: Obrigao construtiva

    9

    Suponhamos que determinado hipermercado publicita reembolsar a diferena

    de preo a todos os compradores que encontrem o mesmo produto a um melhor

    preo nos 6 meses seguintes compra efectuada.

    Embora esta situao no esteja prevista no contrato de venda, a entidade

    passou a ter uma obrigao implcita depois de ter publicamente, declarado

    que reembolsaria a diferena.

    A entidade criou assim uma obrigao construtiva. (NCRF 21, 20)

  • Provises Reembolsos (53 a 57 NCRF 21)10

    Quando se esperar que algum ou todo o dispndio necessrio para liquidar

    uma proviso seja esperado ser reembolsado por uma outra parte, o

    reembolso deve ser reconhecido quando, e somente quando, seja

    virtualmente certo que o reembolso ser recebido se a entidade liquidar a

    obrigao. (NCRF 21, 53)

    O reembolso deve ser tratado como um activo separado. A quantia

    reconhecida para o reembolso no deve exceder a quantia da proviso.

    (NCRF 21, 53)

    Na demonstrao dos resultados, o gasto relacionado com uma proviso pode

    ser apresentado lquido da quantia reconhecida de um reembolso. (NCRF 21,

    54)

  • Exemplo 03: Reembolsos11

    Dois pacientes contraram infeces durante a sua permanncia no hospital. As

    famlias reclamam 150.000,00 por prejuzos. Na opinio dos advogados do

    hospital, provvel que eles tenham razo. O hospital est seguro em 80%

    para este tipo de risco.

    A entidade deve reconhecer:

    No passivo uma proviso de 300.000,00;

    Um activo de 240.000,00

    Na elaborao da demonstrao dos resultados por natureza:

    Gastos de provises de 300.000,00;

    Rendimento (reembolso da seguradora) de 240.000,00;

    ou

    Gasto de provises de 60.000,00 - 54

  • Alteraes em Provises - 58 e 59 NCRF 2112

    As provises devem ser revistas data de cada balano e ajustadas

    para reflectir a melhor estimativa corrente.

    Se deixar de ser provvel aquilo que originou a proviso, esta deve

    ser revertida, isto , anulada.

  • 13

    Uso de Provises - 60 e 61 NCRF 21

    Uma proviso deve ser usada somente para os dispndios relativos

    aos quais a proviso foi originalmente reconhecida.

    O passivo reconhecido deve ento apenas ser utilizado (reduo ou

    anulao do mesmo) quando o acontecimento que lhe deu origem se

    concretize. Ex: pagamento das garantias a clientes.

  • Contratos onerosos (64 a 67 NCRF 21)

    Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigao presente

    segundo o contrato deve ser reconhecida e mensurada como uma proviso.

    (NCRF 21, 64)

    Esta Norma define um contrato oneroso como um contrato em que os custos

    inevitveis de satisfazer as obrigaes segundo o contrato, excedem os

    benefcios econmicos que se espera venham a ser recebidos (NCRF 21,

    66)

    14

  • 15

    Cdigo de contas SNC

  • 16

    Registo contabilstico

    Conta Dbito Crdito

    Pela constituio da proviso /

    Pelo reforo da proviso

    67x X

    29x X

    Conta Dbito Crdito

    Pela utilizao da proviso29x X

    11/12/221 X

    Conta Dbito Crdito

    Pela reverso da proviso29x X

    763x X

  • 17

    Apresentao no balano

    As provises so apresentadas no balano, no passivo no

    corrente, pela melhor estimativa da obrigao.

  • Passivos Contingentes (26 a 29 NCRF 21)18

    Passivos contingentes: uma obrigao possvel que provenha de

    acontecimentos passados e cuja existncia somente ser confirmada pela

    ocorrncia ou no de um ou mais acontecimentos futuros incertos no totalmente

    sob controlo da entidade; ou (NCRF 21, 8)

    uma obrigao presente que decorra de acontecimentos passados mas que

    no reconhecida porque:

    No provvel que um exfluxo de recursos incorporando benefcios econmicos seja

    exigido para liquidar a obrigao; ou

    A quantia da obrigao no pode ser mensurada com suficiente fiabilidade.

  • Passivos Contingentes (26 a 29 NCRF 21)19

    o No devem ser reconhecidos - NCRF 21, 26.

    o Se for possvel um exfluxo de recursos

    divulga passivo contingente NCRF 21,

    27 A menos que seja remota a sua possibilidade NCRF 21, 27

    o Se se tornar provvel que ocorrer um exfluxo de recursos que incorporem

    benefcios econmicos

    reconhecimento de proviso NCRF 21, 29

    o Passivos contingentes no devem ser reconhecidos, devem simplesmente ser

    divulgados no Anexo s demonstraes financeiras, para chamar a ateno

    dos utentes sobre os riscos no provisionados.

  • 20

    Foi intentada uma aco judicial contra a entidade Alfa. Uma vez que no

    possvel prever-se o desfecho da aco, data de relato, nenhuma proviso

    deve ser constituda. Porm, a entidade deve divulgar um passivo contingente

    no Anexo.

    Exemplo 05: Passivo Contingente

  • Activos Contingentes (30 a 34 NCRF 21)21

    o Activos contingentes: surgem de acontecimentos passados e cuja existncia

    somente ser confirmada pela ocorrncia ou no ocorrncia de um ou mais

    acontecimentos futuros incertos no totalmente sob o controlo da entidade.

    (NCRF 21, 8)

    o No devem ser reconhecidos - NCRF 21, 30.

    o Se um influxo de benefcios econmicos se tornar provvel

    divulga activo contingente NCRF 21, 31 e 33

    o Se se tornar virtualmente certo que ocorrer um influxo de benefcios

    econmicos reconhecimento do activo e do rendimento

    NCRF 21, 34

  • Exemplo 06: Activos Contingentes22

    o Com o objectivo de fomentar a formao profissional, a autarquia local

    prometeu um subsdio de 5.000,00 para o emprego de uma pessoa sem

    qualificaes. No decorrer do exerccio, a entidade Alfa empregou 10 pessoas

    que correspondiam definio. Porm, a concesso do subsdio est

    subordinada realizao dum exame profissional a verificar-se dois anos

    depois do recrutamento.

    o O subsdio no pode ser contabilizado uma vez que depende do

    resultado do futuro exame.

    o Porm, ele constitui um activo contingente que a entidade deve

    divulgar no Anexo.

  • Bibliografia

    ALMEIDA, Rui, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fbio, CARVALHO, Fernando, PINHEIRO, Pedro, (2010) - SNC EXPLICADO

    2 EDIO, ATF Edies Tcnicas, Lisboa.

    ALMEIDA, Rui, ALMEIDA, M do Cu, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fbio, CARVALHO, Fernando, PINHEIRO, Pedro, (2010)

    SNC CASOS PRTICOS RESOLVIDOS, ATF Edies Tcnicas, Lisboa.

    BORGES, Antnio, RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogrio, (2010) ELEMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL, 25

    Edio, reas Editora, Lisboa.

    SILVA, Eusbio Pires da, SILVA, Jos Lus Miguel da, JESUS, Tnia Alves de, SILVA, Ana Cristina Pires da, (2011) SNC -

    CONTABILIDADE FINANCEIRA CASOS PRTICOS - TOMO I (Contabilidade das empresas individuais), Rei dos Livros,

    Lisboa.

    SILVA, Eusbio Pires da e SILVA, Ana Cristina Pires da, (2010) SNC MANUAL DE CONTABILIDADE, Rei dos Livros, Lisboa.

    Sistema de Normalizao Contabilstica (SNC).

    23