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Gustavo Werneck

Ouro Preto – No portão princi-pal do prédio de mais de 200 anos, a única informação está na placa “fechado para reformas”. No mais, reina o silêncio absoluto, sem movi-mento de máquinas ou trabalhado-res, quebrado às vezes pelo canto de pássaros. Mas em todo o distrito de Cachoeira do Campo, um dos mais antigos da histórica Ouro Preto, na Região Central de Minas, o ruído é intenso, a polêmica maior ainda e não se fala de outro assunto: a re-cente venda da propriedade conhe-cida como Colégio Dom Bosco, um dos símbolos da localidade e teste-munha de grandes episódios da his-tória de Minas (veja ao lado). A fim de proteger o patrimônio cultural, o promotor de Justiça da comarca, Ronaldo Crawford, instaurou in-quérito para apurar as circunstân-cias da negociação, “que desperta grande sentimento na comunidade”. Todo o processo é acompanhado pelo coordenador das Promoto-rias de Justiça de Defesa do Pa-trimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, Marcos Paulo de Souza Miranda.

Indignados com a venda do imóvel pela Ordem dos Salesianos para a empresa BII Desenvolvi-mento Imobiliário, integrantes da Associação em Defesa da Educação e Patrimônio Público de Ouro Preto criaram a campanha “O Dom Bosco é nosso”. O objetivo é tentar anular, segundo eles, a negociação do pré-dio datado de 1779 e terrenos, ainda sem tombamentos federal, estadual ou municipal. A alegação principal é de que a congregação, que man-teve escola de 1896 a 1994, rece-beu a propriedade em doação feita

pelo então governador de Minas, Affonso Penna (1847-1909), “com o compromisso de manter nas suas dependências a função educacional – um colégio para meninos pobres da região”. Além da cessão do imó-vel, o governo do estado teria forne-cido recursos financeiros para obras de recuperação e adaptação. Antes, em 1881, o conjunto fora doado ao governo de Minas por dom Pedro II (1825-1891).

“Não podemos perder esse pa-trimônio, que demanda um trabalho arqueológico”, diz o professor José Augusto da Conceição, um dos líde-res do movimento. A área, segundo ele, foi palco de episódios impor-tantes, como a Guerra dos Emboa-bas, no início do século 18, a Incon-fidência Mineira (1789) e a Revol-ta de Felipe dos Santos, em 1720. “Há muitos vestígios desses fatos e as escavações serão fundamentais. Portanto, a propriedade não pode-rá se destinar a empreendimentos imobiliários, que vão destruir sítios arqueológicos”, afirma o professor, que lecionou na antiga escola. ABAIXO-ASSINADO

O movimento “O Dom Bos-co é nosso” recolhe assinaturas na região e espera um total de até 20 mil nomes para que o patrimônio volte a ser público. No dia 21, o do-cumento será entregue à presidente Dilma Rousseff, que participará das solenidades em homenagem aos inconfidentes, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto. “Vamos pedir a ela para que a União desaproprie o imóvel e que ele seja ocupado pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)”, adianta o vereador Flávio Andrade, que endossa a campanha. Na segunda-feira, adianta o parla-mentar, haverá um encontro com o

reitor da Ufop, João Luiz Martins, para tratar do assunto.

Segundo a Ordem dos Salesia-nos, apenas o terreno foi vendido e não há qualquer restrição para a negociação do imóvel pela inspe-toria São João Bosco. Esclarecem ainda que a BII Desenvolvimento Imobiliário, empresa com sede em Belo Horizonte, adquiriu da con-gregação o terreno de 500 hecta-res e arrendou o prédio onde hoje é o Centro Dom Bosco. A empresa planeja lançar, no terreno, um em-preendimento imobiliário com 100 fazendinhas de 3 hectares cada. Por e-mail, assessores informam que “a opção por chácaras tem o objetivo de preservar o meio ambiente, uma vez que esse tipo de empreendi-mento implica menor impacto am-biental”. Além disso, acrescentam, “o loteamento terá área de preser-vação de mais de 160 hectares de matas nativas, rios e cachoeiras”. “Isso significa que mais de 30% da área da fazenda ficará praticamente intocada. Faremos uma ocupação ordenada e planejada, preservando o meio ambiente”, afirma Sheila Viana, diretora executiva da BII, em nota divulgada pelos salesianos. Outra preocupação dos empreende-dores é resgatar a tradição histórica de cavalaria com a construção de um centro equestre.

No Edifício Centro Dom Bos-co, que continuará propriedade dos salesianos, “a BII estuda a viabili-dade de implantar um hotel. A ex-pectativa é de que durante a obra sejam gerados 2 mil empregos di-retos. Quando o empreendimento estiver consolidado, espera-se gerar 300 empregos diretos e pelo menos 700 indiretos”, afirmam os empre-endedores.

ESTADO DE MINAS - p. 31 - 08.04.2011pATRIMÔNIO DE MINAS

Sociedade se mobiliza pelo Dom BoscoMoradores de Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, lançam movimento para cancelar venda de

colégio centenário. Imobiliária que o comprou pretende lotear espaço em fazendas

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O movimento “O Dom Bos-co é nosso” está recolhendo assi-naturas e distribuindo um docu-mento à população, no qual conta a história da instituição e mostra a sua importância para Ouro Preto:

A construção datada de 1779, sob o patrocínio da Coroa Portu-guesa e orientação do governador-geral da Capitania de Minas, dom Antônio de Noronha, foi destina-da inicialmente ao quartel do Re-gimento de Cavalaria, com tecno-logia construtiva militar luso-bra-sileira, pedra e madeira, sendo um dos mais importantes patrimônios arquitônicos da Minas Colonial

O prédio, primeiro quartel de Minas, foi construído nos ar-redores de um dos campos mais importantes de batalha da Guer-ra dos Emboabas (1708 a 1709), o chamado Jardim, para a qual se aguarda iniciativa de levanta-mento do valor arqueológico dos possíveis vestígios – caso de trin-

cheiras citadas na literatura histó-rica, artefatos usados em batalhas, como também o antigo mobiliá-rio e outras peças originárias das diversas ocupações do prédio ao longo de dois séculos

Ainda sem tombamentos fe-deral, estadual ou municipal, a construção foi sede do Quartel General da Cavalaria de Minas Gerais, origem dos Dragões da Independência, tendo servido ali o alferes Joaquim José da Silva Xa-vier, o Tiradentes (1746-1792) e outros militares com participação em diversos episódios da história mineira

Como quartel, sob o coman-do do tenente-coronel Francisco Paula Freire de Andrade, um dos inconfidentes, foi uma das edifica-ções mais importantes dos movi-mentos da Inconfidência Mineira de 1789. Apresenta uma portada com as armas portuguesas, com confecção atribuída, pela análi-

se estilística, a Antônio Francis-co Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814)

O prédio também foi sede do Haras Régio (a Coudelaria Real), origem das raças mangalarga e campolina, tendo sido o príncipe Dom Pedro I (1798-1834), que vi-sitou o quartel em 1822, o maior incentivador e um dos donos de parte dessas terras, onde mantinha reprodutores e instalações de fer-raria e estábulos. No local, funcio-nou a pioneira Escola Agrícola

O prédio e sua e estância abri-garam, de 1896 a 1994, o famo-so Colégio Dom Bosco, internato que formou milhares de jovens, constituindo uma das mais raras e importantes heranças da ação pe-dagógica e educacional de Minas Gerais e da formação religiosa mi-nistrada pela Ordem Salesiana

Fonte: Associação em Defesa da Educação e Patrimônio Público de Ouro Preto

EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E TRADIÇÃO

Às margens da Rodovia dos Inconfidentes, no km 75, prédio sempre chamou a atenção de quem passa pela região

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JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS

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PENSÃO DE IDOSO DESVIADA Uma mulher é acusada pelo Ministério Público Es-

tadual (MPE) de desviar R$ 270 mil de um tio de 83 anos que, além de ser incapaz, passa por um complexo tratamen-to contra um câncer no pâncreas. A empresária Cordélia de Fátima Pereira Miranda, de Ponte Nova, na Zona da Mata, estaria embolsando uma pensão especial direcionada a C.M.M. há quase cinco anos. A mulher ganhou em 1999 o direito de ser a curadora do idoso, no entanto, a vítima vive na zona rural de São Domingos do Prata, na Região Central do estado, e está sob os cuidados de um casal há sete anos. A Justiça concedeu liminar favorável à ação do MPE, que pediu a remoção do curatelado, a quebra do sigilo bancário e a indisponibilidade de todos os bens da empresária, além da restituição dos valores desviados, com juros e correção monetária. Ela também pode responder criminalmente pela ilegalidade.

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Matozinhos

MP pede anulação de contrato

O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF-MG) ajuizou ação civil pública contra a Prefeitura de Mato-zinhos, pedindo a anulação de um contrato bancário firmado em 2009 com a Caixa Econômica Federal, que tinha duração até 2014. O contrato estabelecia que a Caixa teria garantia de exclusividade em contratos de crédito consignado - em-préstimos em que os juros são descontados diretamente da folha de pagamento dos servidores públicos. No entanto, para o MPF, a exclusividade dada ao banco fere o princípio da livre concorrência e da defesa do consumidor. Em nota, a Prefeitura de Matozinhos informou que o município só irá se manifestar “depois de se inteirar do processo”.

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Projeto de tribunal é criticado

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Governador e deputados saem em defesa de kit anti homofobia

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Pedro Rocha Franco O comando do Batalhão de

Trânsito da Polícia Militar pro-mete aprimorar a fiscalização e incluir na rota dos agentes as ruas situadas no entorno do 1ºBatalhão de Bombeiros Militar (BBM), onde, segundo reportagem do Es-tado de Minas, militares estariam se eximindo de pagar o estaciona-mento rotativo aplicando carteira-das com objetos que representar a corporação. Apesar disso, ontem o cenário se repetiu, com bonés, agendas, toalhas e adesivos sobre o painel de carros, numa artima-nha para substituir a folhinha do faixa azul e, assim, não pagar pela ocupação da vaga pública. O co-mando do BBM se reuniu e definiu que, em caso de comprovação, os agentes serão responsabilizados.

A irregularidade é facilmente confirmada ao se percorrer a pé o entorno do batalhão, formado

pelas ruas Piauí, Inconfidentes e Tomé de Souza, no Bairro Fun-cionários, na Região Centro-Sul. Nestes quarteirões, cada folha do rotativo dá permissão de estacio-nar por cinco horas, pagando-se R$ 2,70. Se trabalhados 20 dias por mês, a conta é salgada: R$ 54 em caso de turno único e R$ 108 para quem precisa ficar mais tem-po. Mas os beneficiados tornam o trecho um verdadeiro estacio-namento particular de militares a céu aberto. Ontem, 21 carros com identificação do Corpo de Bom-beiros ocupavam vagas ao lado do batalhão. Todos sem usar o talão do rotativo. “Ser autoridade não exime a fiscalização”, diz o co-mandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, major André Luiz.

Ele explica a fiscalização abrange toda a cidade, mas é dada prioridade para os locais onde há

mais fluidez no trânsito e admite falhas. “É preciso aprimorar a fis-calização. Vamos colocar o local no roteiro de fiscalização”, diz o comandante em relação ao 1º Ba-talhão do Bombeiros Militar.

Por meio da assessoria de imprensa, o Corpo de Bombeiros repudiou a atitude dos militares e informou que vai promover um “amplo trabalho de orientação ao público interno, bem como já está dotando as medidas administrati-vas cabíveis”. Mas, em nota, diz desconhecer as artimanhas para “auferir qualquer benefício em relação a estacionamento de veí-culo, em especial no entorno dos quartéis”. E diz não ser da corpo-ração a atribuição de fiscalização de infrações de trânsito, dizendo ser comum a aplicação de multas contra integrantes da corporação, inclusive nos quarteirões próxi-mos ao 1º Batalhão.

ESTACIONAMENTO

Bombeiros mantêm vagas em faixa azulUm dia depois de denúncia, militares ainda substituem talão do rotativo por objetos da corporação. PM promete fiscalizar

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Policiais civis de Minas cruzam os braços hoje

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Paula Sarapu Enviada especial Rio de Janeiro – Na cidade que tenta se desvencilhar do estig-

ma de violenta, no país em que a brutal criminalidade causa cada vez menos espanto entre os moradores, um ato cruel e covarde conseguiu surpreender e deixar milhões de pessoas com uma per-gunta simples e ao mesmo tempo de difícil resposta: por quê? Na manhã de ontem, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, um jovem introvertido, calado, tímido e incapaz de manter relações sociais, segundo descrições de parentes e ex-companheiros de tra-balho, entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realen-go, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, local onde havia estudado, e, usando dois revólveres e farta munição, disparou contra crianças e adolescentes, matando pelo menos 12 alunos e ferindo outros 12, todos com idade entre 12 e 15 anos.

O massacre, que, mantidos os números de mortos até o fe-chamento desta edição estava entre os 10 piores da história em instituições de ensino no mundo e remetia às tragédias em univer-sidades dos Estados Unidos, foi premeditado, segundo as autori-dades fluminenses. Wellington, filho adotivo de uma família de mais cinco irmãos, entrou na escola, que hoje completa 40 anos, bem vestido e com uma mochila, onde escondeu o armamento. Pediu para chamar uma professora e entrou quando o funcionário foi localizá-la. Conversou brevemente com uma professora que o reconheceu e, em seguida, começou a sequência de mortes. Ao entrar numa sala, dispara contra os alunos, fazendo as primeiras vítimas. Por sadismo, atira nos pés das crianças, para evitar fugas. Neste momento, a história começa a romper as barreiras dos mu-ros da escola. Ferido, um dos jovens baleados escapa e corre para a rua, onde pede socorro a uma viatura policial.

O sargento da Polícia Militar Márcio Alves, que atendeu ao

chamado desesperado do aluno, disse, mais tarde, em coletiva de imprensa, que emboscou Wellington e trocou tiros com ele. Ao balear o assassino na perna, ele teria se suicidado com um tiro na cabeça. Uma carta encontrada com o jovem deixou mais dúvi-das do que respostas. Num texto impresso e confuso, Wellington misturou elementos religiosos de várias crenças, lembrou a morte da mãe e pediu perdão a Deus pelo crime. Segundo a polícia, o revólver 38 usado pelo criminoso pertencia a um homem que já morreu. O filho dele prestou depoimento e afirmou que a arma foi roubada há 18 anos.

Enquanto o assunto ganhava dimensões mundiais na impren-sa, pais se aglomeravam na porta da escola em busca de informa-ções sobre os feridos no massacre. As dezenas de viaturas policiais e ambulâncias não deixavam dúvida de que a barbárie era maior do que se imaginava. lUTO

Emocionada, a presidente Dilma Rousseff prestou homena-gem às crianças mortas na escola do Rio. “Hoje temos que lamen-tar o fato que aconteceu em Realengo com crianças indefesas. Não era característico no país ocorrer esse tipo de crime. Vamos nos unir aqui em repúdio a esse ato de violência, sobretudo, contra crianças indefesas”, disse, emocionada. Dilma decretou luto oficial de três dias e afirmou que pretende estar no Rio para o enterro.

O massacre de Realengo rompeu os limites do Rio e estendeu preocupação comum a pais de escolas públicas e privadas do Bra-sil: o que tem sido feito para deixá-las mais seguras? Em Minas, a Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas solicitou audiência pública na Assembleia Legislativa para debater a implantação de detectores de metais nas escolas. Ontem, na porta de várias instituições, pais visivelmente chocados tentavam enten-der a violência em Realengo. (Colaborou Rafael Alves)

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Massacre de Realengo

Covardia sem precedentesChacina no Rio é a primeira do tipo no Brasil e remete a crimes em escolas dos Estados Unidos

Beslan Terroristas chechenos colocaram

explosivos no prédio da Escola Número Um, da cidade russa de Beslan, na Ossé-tia do Norte, e fizeram mais de 1,2 mil reféns entre crianças e adultos em 1º de setembro de 2004. No terceiro dia, as forças de segurança russas entraram na escola e atacaram os sequestradores, que detonaram explosivos e atiraram nos re-féns.

Mortos 385 Feridos 783 Bath School Este foi o maior atentado a uma es-

cola nos Estados Unidos. Ocorrido em 18 de maio de 1927, ocasionado por um funcionário da escola, Andrew Kehoe, responsável pela tesouraria, que foi con-tra o imposto de propriedade de sua fa-zenda. Kehoe utilizou fortes explosivos para detonar a escola e tudo que estava dentro.

Mortos 45Feridos 58 Virginia Tech O sul-coreano Cho Seung-hui, de

23 anos, foi o responsável pelo pior mas-sacre em uma universidade americana. Em 16 de abril de 2007, munido com duas armas, o jovem entrou atirando no câmpus da universidade fazendo diver-sas vítimas. Logo após, Cho Seung-hui tirou a própria vida.

Mortos 32Feridos 21 Maalot Em 15 de maio de 1974, um grupo

de terroristas palestinos tomou o controle de uma escola de ensino médio em Ma-alot, em Israel. Os criminosos pediam a libertação de árabes de prisões israelitas, caso contrário eles matariam os alunos. Um grupo de elite invadiu o prédio e matou todos os terroristas, mas acabou atingindo dezenas de estudantes.

Mortos 26Feridos 66 Dunblane Em 13 de março de 1996, Thomas

Hamilton matou 16 crianças e um pro-fessor em um jardim de infância de Dun-blane, na Escócia. Depois do atentado, o assassino cometeu suicídio.

Mortos 18Feridos 0 Gutenberg Em 26 de abril de 2002, na Alema-

nha, Robert Steinhäuser, de 19 anos, vol-tou à antiga escola, de onde havia sido expulso, para se vingar e matou 13 pro-fessores, dois estudantes e um policial.

Mortos 17Feridos 7 Columbine O massacre de Columbine ocorreu

em 20 de abril de 1999 no Instituto Co-lumbine, no Colorado, Estados Unidos, onde os estudantes Eric Harris, de 18

TRISTE hISTÓRIAConfira os piores massacres em escolas e universidades da história

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anos, e Dylan Klebold, de 17, mata-ram e feriram diversos alunos e pro-fessores. Os dois se suicidaram.

Mortos 15Feridos 24 Montreal Marc Lepine, de 25 anos, matou

14 mulheres e feriu mais 13 pessoas na Escola Politécnica de Montreal, além de tirar a própria vida em 6 de dezembro de 1989, no pior massacre escolar da história do Canadá.

Mortos 15 Feridos 13 Texas Os alunos da Universidade do

Texas presenciaram, em 1º de agosto de 1966, um dos piores ataques às es-colas do país. Charles Whitman, um antigo major da Marinha e estudante da universidade, subiu numa torre e começou a atirar fazendo dezenas de vítimas. Só parou quando foi morto por policiais.

Mortos 14

Feridos 31 Colônia Em 11 de junho de 1964, quan-

do completou 42 anos, Walter Seifert invadiu uma escola primária católica localizada em Colônia, na Alemanha, e matou oito estudantes e dois profes-sores. Ao sair do local do crime, Sei-fert ingeriu inseticida e morreu no dia seguinte.

Mortos 11 Feridos 22

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BRUNO TRINDADE

Professores da Escola Municipal Acadêmico Vivalde Moreira, no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizon-te, prometem suspender as aulas hoje, por causa da violência que, segundo eles, tomou conta do local.

Os educadores relataram ao Sindicato dos Professores da Rede Municipal da capital (Sindi-Rede) que, com frequ-ência, os alunos entram com drogas e armas na escola. Eles

disseram ainda que já procuraram ajuda, mas nada foi feito.Segundo os professores, uma reunião será realizada

hoje, às 7h, na própria escola, com representantes do sindi-cato, da prefeitura e do colegiado. A Secretaria Municipal de Educação, porém, informou que nenhum representante da regional foi convocado para o encontro.

Ainda conforme a assessoria de imprensa da secretaria, o órgão não foi informado sobre a denúncia nem recebeu nenhum pedido relacionado ao caso.

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Landercy Hemerson O Bairro de Lourdes, Centro-

Sul de Belo Horizonte, que abriga umas das maiores concentrações de bares da cidade, conheceu ontem o rigor do novo modelo de fiscaliza-ção de tráfego. Em apenas 15 minu-tos de blitz, dois motoristas foram pegos por dirigir alcoolizados e um por porte de maconha. Foi a segun-da ação experimental realizada pelo Comitê Gestor de Trânsito (CGT), criado em fevereiro pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) para garantir, entre outros pontos, o cumprimento da Lei Seca em Mi-nas. O alvo de ontem foram mo-toristas que circulavam pela Rua Santa Catarina, no quarteirão entre as ruas Antônio Aleixo e Felipe dos Santos.

“Essa é mais uma blitz que ser-ve como teste desse programa maior de prevenção e educação. Em três semanas devemos oficializar essa grande campanha, que tem como alvo o combate ao uso de bebida alcóolica por motoristas, uma vez que os acidentes de trânsito deixam mais vítimas que os homicídios”, disse o secretário de Defesa Social, Lafayete Andrada, que preside o CGT. O administrador de empresas Walter Ribeiro, de 39 anos, um dos condutores parados na ação, elogiou a iniciativa. “Esse tipo de fiscaliza-ção garante a segurança de pessoas

que saem com suas famílias. Tem que haver cada vez mais.”

Com inspiração do modelo de fiscalização adotado no Rio de Ja-neiro, agentes das polícias Militar e Civil, Departamento de Trânsito (Detran/MG) e do Juizado da In-fância e Juventude participaram da ação, que serve como teste da in-fraestrutura a ser adotada no novo projeto integrado de blitz, previsto para começar efetivamente no mês que vem.

A operação de ontem foi a primeira em área urbana, já que o teste inicial do novo modelo, no fim de semana passado, ocorreu na BR-040, na altura do Viaduto da Mutuca, com a participação de aproximadamente 40 policiais. Na oportunidade foram vistoriados 130 veículos, com aplicação de 14 mul-tas (pela constatação de alcoolemia ou problemas de documentação). Seis carteiras de habilitação foram apreendidas, diante da recusa dos condutores de fazer o teste do ba-fômetro, e três motoristas foram de-tidos por suspeita de embriaguez. A multa para quem dirige alcoolizado é de R$ 950.

Em fevereiro, conforme an-tecipou o Estado de Minas, uma comissão de autoridades mineiras foi ao Rio de Janeiro conhecer o modelo bem sucedido da Opera-ção Lei Seca, que reduziu o núme-

ro de mortes no trânsito no estado vizinho com ações de fiscalização, repressão e conscientização. Des-de o início das ações, em março de 2009, 5,2 mil vidas foram poupadas no trânsito fluminense. Nas cidades que compõem a Grande Rio, o to-tal de multas aplicadas a motoristas que afrontam a proibição de beber antes de dirigir é 6,5 vezes maior que o número de flagrantes regis-trados nos 853 municípios mineiros pelo mesmo motivo. No ranking de redução de mortes no trânsito, o Rio aparece na primeira posição e Mi-nas está entre os últimos estados da federação.

Depois de conhecer a experiên-cia do Rio, o Comitê Gestor de Trân-sito (CGT), criado por decreto do governador Antonio Anastasia, tem se reunido semanalmente para dis-cutir estratégias visando a redução das mortes no trânsito em Minas. O CGT é formado por representantes de 30 órgãos ligados ao trânsito. A Secretaria de Defesa Social infor-ma que o programa de fiscalização será implementado inicialmente na capital e região metropolitana, par-tindo para cidades de maior porte, como Juiz de Fora (Zona da Mata), Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Montes Claros (Norte) e Uberlândia (Triângulo), até que chegue a 40 municípios mineiros de médio porte.

Bairro jaqueline

Professores protestam contra violência de alunos

ESTADO DE MINAS - p. 30 - 08.04.2011 Blitz

Lei Seca estreia em LourdesNovo método de operação para flagrar motoristas alcoolizados é testado na área central e, em apenas 15 minutos, apreende duas carteiras e prende um condutor por porte de droga

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Pais sofrem por 3º júri de acusado de matar menina

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DIÁRIO DO COMÉRCIO - p. 30 - 08.04.2011AEROpORTO

Confins também terá juizado especial

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hOjE EM DIA - p. 17 - 08.04.2011

Agricultor proibido de voltar à terra natal

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Pedro Rocha Franco Um ano depois do cruel assassinato dos empresários

Rayder Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura, cujos corpos foram degolados num apartamento do Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e carbonizados em área às margens da BR-040, os protagonistas da história de terror e acusados da autoria do crime saem de cena, cedendo lugar a parentes, envolvidos indiretamente na sequência da trama. Enquanto o processo, sem previsão de julgamento, aguar-da o interrogatório de Frederico Flores na Justiça, principal mentor dos crimes, familiares de uma das vítimas e de um suspeito trocam acusações na polícia. Irmã de Frederico, a jornalista Flávia Flores prestou queixa, por suposta amea-ça, contra a irmã de Rayder, Rosane Rodrigues, chamada a prestar depoimento, na terça-feira, às 10h, na 4ª Delegacia Distrital da Polícia Civil, no Bairro Coração Eucarístico.

Segundo policiais, é provável que tenha sido registrado um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e, nesses ca-sos, é normal ouvir as partes e liberá-las, sem desdobramen-tos. Mas, além de negar qualquer tipo de ameaça, Rosane garante que vai levar até o fim a acusação. Ela afirma que viu Flávia por acaso uma única vez. “Encontrei-a durante uma missa e foi uma coincidência incrível”, lembra Rosane, questionando qualquer possibilidade de ameaça e dizendo-se injustiçada com as acusações feitas por Flávia. “Nunca fiz nada contra ninguém. As alegações dela se baseiam em coisas inimagináveis”, diz, surpresa, a irmã de Rayder.

Na terça-feira, foi aniversário de uma das filhas do em-presário e a família nem mesmo comemorou. A data, antes especial para a família, se tornou simbólica para a tragédia. Nesse dia, ele teria sido levado a um apartamento no Bairro Sion para ter início a sequência de extorsão e tortura, que, segundo as investigações, culminou com a dupla execução dos empresários. “A rotina nunca mais foi a mesma, porque não se tem prazer de sair, de fazer uma festa, de viver”, diz Rosane. Flávia Flores não foi encontrada para falar sobre a queixa. SANIDADE MENTAl

No mês passado, o Instituto Médico Legal anexou ao processo o exame de sanidade mental de Frederico Flores. O documento era o passo que faltava para que ele seja ouvi-do pela Justiça, dando sequência aos trâmites jurídicos que antecedem ao julgamento pelo Tribunal do Júri. Os médicos diagnosticaram Frederico como um agente semi-imputável, o que significa que o réu, acusado de ser o mentor da trama e dos assassinatos, não é inteiramente capaz de compreender o caráter ilícito e a gravidade dos crimes. No entanto, terá de enfrentar o tribunal de jurados e está sujeito a cumprimento de pena numa prisão.

Um detalhe poderia obrigá-lo a fazer novo exame: ficou constatado que ele usou maconha no dia da avaliação. Mas o promotor Francisco de Assis Santiago descarta a hipóte-se, na tentativa de dar mais rapidez ao processo. O próximo

passo para seguimento do caso na Justiça é a marcação do interrogatório de Frederico Flores, mas, segundo o Fórum Lafayette, não há previsão de data.

ENTENDA O CASO7 de abril de 2010O garçom norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea

leva o genro Rayder Rodrigues até o apartamento de Frede-rico Costa Flores Carvalho, no Bairro Sion. Lá, o dono do imóvel em companhia de dois supostos policiais, armados, teriam amarrado, ameaçado e torturado Rayder para conse-guir informações sobre contas bancárias de suas lojas, a fim de conseguir dinheiro da vítima

8 de abrilNo segundo dia, além de um dos policiais e de Frede-

rico, um advogado e uma médica também estavam no apar-tamento e, à frente do computador, Rayder era obrigado a conseguir mais dinheiro com o sócio, Fabiano Ferreira Mou-ra, por meio de um programa de mensagens e de um contato chamado Márcio Henrique Macedo de Paula.

9 de abrilRayder foi obrigado a sacar R$ 6 mil num banco e R$

22 mil em outro, entregues a Frederico. No mesmo dia, seu sócio Fabiano foi levado ao apartamento e obrigado a levar a documentação de um automóvel, o que não foi feito. Os dois policiais então o teriam levado a um quarto, apagado a luz e o enforcado. Rayder teria sido drogado e Frederico o teria esfaqueado várias. Os dois tiveram seus dedos e cabe-ças cortados e enrolados em lonas

10 de abrilOs corpos foram jogados numa estrada que liga a BR-

040 à Fazenda Rio de Peixe, em Nova Lima, na Grande BH. Os autores teriam lavado os carros e o apartamento, onde foi feito um churrasco. À tarde, seguranças de uma mineradora encontraram os corpos carbonizados.

12 de abrilPela manhã, ao chegar no apartamento de Frederico,

Adrian foi obrigado sacar todo o dinheiro que tinha sido transferido para sua conta dias antes, o que totalizaria cerca de R$ 150 mil. Mas, na agência, conseguiu retirar apenas R$ 6,5 mil e fez programação para sacar R$ 70 mil no dia seguinte. Ao sair, teria sido obrigado por Frederico a avisar onde estava de hora em hora

13 de abrilDe madrugada, Márcio Henrique Macedo de Paula e

Christian Ribeiro de Oliveira se encontraram com Adrian, que confessou participação nos crimes e decidiu fazer de-núncia com medo de ser também morto. Pela manhã, a PM montou um operação para prisão, em flagrante, de quatro suspeitos.

* Versão relatata por Adrian Gabriel Grigorcea, Márcio Henrique Macedo de Paula e Christian Ribeiro de Oliveira à PM na madrugada de 13 de abril.

ESTADO DE MINAS - p. 29 - 08.04.2011 BANDO DA DEGOlA

Um ano depois, ameaçasEnquanto suspeitos aguardam conclusão de processo judicial e marcação do julgamento, irmãs do mentor dos dois assassinatos e de uma das vítimas trocam acusações na polícia

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