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Pressupostos Objetivos Preparos : Na Justiça do Trabalho, nos dissídios individuais, o preparo consiste em pagamento de custas e, se for o caso, deposito recursal. Depósito recursal tem natureza de garantia do juízo. Legislador, tentando evitar que alguém recorresse simplesmente para obter aquilo que deseja sem fundamentação, instaurou o depósito judicial. No entanto, esse depósito tem um limite, que em todo mês de agosto é reajustado pelo TST, e, atualmente, para recurso ordinário o valor é de R$ 7.485,83 e para interposição de recurso de revista, embargos, recurso extraordinário ou recurso em ação rescisória está R$ 14.971,65. O condenado, se quiser recorrer, deverá depositar o valor em que foi condenado ou, se foi condenado em valor superior, depositar o limite. Se por acaso houver uma condenação que não seja em pecúnia, condenado não precisa depositar. Recursos 1) Recurso Ordinário: (CLT, arts. 895 e 799, § 2º / TST, S. 214): Recurso cabível para se insurgir contra juiz de primeira instância. Normalmente, a primeira instância é o primeiro grau. Aliás, por primeiro grau, entende-se os juízes de trabalho e em segundo grau os tribunais. No entanto, existem hipóteses em que a competência originária é no segundo grau, como por exemplo: (i) dissídios coletivos, em que estão litigando sindicatos, que tem como primeira instancia TRT, mas se a área do sindicato extrapolar a área do TRT, a competência será do TST; (ii) mandado de segurança contra juízes de primeiro grau, que a primeira instancia é o TRT; (iii) ações rescisórias contra decisões do primeiro grau, competência é do TRT. Em um mandado de segurança, ação rescisória, sentença de juiz do trabalho, o recurso cabível é o recurso ordinário Art. 895, CLT: cabível das decisões das varas (leia-se juízos trabalhistas) e das decisões dos TRTs em processos de sua competência originária.

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Pressupostos Objetivos

Preparos: Na Justiça do Trabalho, nos dissídios individuais, o preparo consiste em pagamento de custas e, se for o caso, deposito recursal. Depósito recursal tem natureza de garantia do juízo. Legislador, tentando evitar que alguém recorresse simplesmente para obter aquilo que deseja sem fundamentação, instaurou o depósito judicial. No entanto, esse depósito tem um limite, que em todo mês de agosto é reajustado pelo TST, e, atualmente, para recurso ordinário o valor é de R$ 7.485,83 e para interposição de recurso de revista, embargos, recurso extraordinário ou recurso em ação rescisória está R$ 14.971,65. O condenado, se quiser recorrer, deverá depositar o valor em que foi condenado ou, se foi condenado em valor superior, depositar o limite. Se por acaso houver uma condenação que não seja em pecúnia, condenado não precisa depositar.

Recursos

1) Recurso Ordinário: (CLT, arts. 895 e 799, § 2º / TST, S. 214): Recurso cabível para se insurgir contra juiz de primeira instância. Normalmente, a primeira instância é o primeiro grau. Aliás, por primeiro grau, entende-se os juízes de trabalho e em segundo grau os tribunais. No entanto, existem hipóteses em que a competência originária é no segundo grau, como por exemplo: (i) dissídios coletivos, em que estão litigando sindicatos, que tem como primeira instancia TRT, mas se a área do sindicato extrapolar a área do TRT, a competência será do TST; (ii) mandado de segurança contra juízes de primeiro grau, que a primeira instancia é o TRT; (iii) ações rescisórias contra decisões do primeiro grau, competência é do TRT. Em um mandado de segurança, ação rescisória, sentença de juiz do trabalho, o recurso cabível é o recurso ordinário

Art. 895, CLT: cabível das decisões das varas (leia-se juízos trabalhistas) e das decisões dos TRTs em processos de sua competência originária.

Prazo para interposição do recurso ordinário: 8 dias.

Preparo: como regra, a parte deve pagar preparo. Ex: pedido era de 20 mil reais, réu foi condenação em 10 mil reais. Se a ré quiser recorrer, deverá pagar 2% do valor da causa, ou seja 200 reais. E realizar depósito de R$ 7,485,83 já que esse é o limite. Se tivesse sido condenada a pagar 5 mil, pagaria então de depósito 5 mil. No processo do trabalho, o reclamante pagará custas apenas se não tiver razão. Então se houver 99 pedidos tidos como improcedentes e 1 procedente, não pagará custas. E se todos os pedidos forem improcedentes? A princípio pagará custas para recorrer, mas se houver gratuidade de justiça então não irá recorrer.

S. 214, TST: processo do trabalho não admite recurso imediato a decisão interlocutória. Devera registrar inconformismo e em recurso ordinário, nas preliminares, fazer menção ao registro do inconformismo e pedir para que aquela decisão seja reanalisada, anulando a sentença então proferida.

Como é feito o recurso ordinário: quem faz a primeira análise de admissibilidade é o juízo de primeiro grau. O recurso consiste de 2 partes. Primeiramente, o

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advogado deve redigir uma folha direcionado ao juiz que proferiu a sentença para registrar que está recorrendo, comprovando custas e depósito recursal, requerendo o encaminhamento ao tribunal. Juiz fará um exame de admissibilidade: estão presentes os pressupostos? Mas atenção: quem conhece ou não conhece do recurso é o órgão ad quem, é o tribunal. Assim, o juiz aprova ou não seguimento do recurso ao tribunal. Sobre a segunda folha, nas razões de recorrentes, serão irá expostos seus motivos e pedir a reforma ou nulidade da sentença. Aliás, se o advogado assinar somente em uma das partes tudo bem, mas deve ao menos assinar uma dessas partes. O órgão ad quem não está obrigado à decisão do órgão a quo. Poderá ou não conhecer o recurso. Contra decisão do juiz de primeiro grau que nega seguimento, cabe agravo de instrumento. Quanto a análise para aprovar ou não seguimento, não poderá o órgão a quo realizar juízo de retratação.

Atenção, em recurso ordinário cabe recurso adesivo: no prazo de contrarrazões, que é de 8 dias, a parte recorrida, poderá apresentar recurso adesivo. A matéria do recurso adesivo não precisa estar relacionada ao do recurso ordinário.

Dissídios de alçada: L. 5584/60 no art. 2º, §4º estabelece, como regra, que quando o valor da causa for até 2 salários mínimos, a sentença proferida nessa ação é irrecorrível, salvo se houver matéria constitucional. No entanto, existem maneiras de aumentar esse valor. Como é o valor da causa que classifica o dissídio como “dissídio de alçada”, se o autor simplesmente acrescentar um pedido, desde que fundamentado, como dano moral, esse valor irá aumentar.

Efeito: devolutivo, não suspensivo.

2) Recurso de Revista

Quando proferido um acórdão no recurso ordinário, que tipo de recurso podem se valer aqueles que forem sucumbentes? Recurso de Revista, previsto no art. 896 da CLT. A partir do recurso ordinário, os recursos terão natureza extraordinária. Isso inclui o RR. E por que se diz que é natureza extraordinária? Porque a tutela não será mais quanto ao direito subjetivo das partes e se estará tutelando o direito objetivo, a lei. Função do STF é resguardar a autoridade da CF e garantir a interpretação uniforme da CF. Fazendo um paralelo, na área trabalhista, o que o legislador pretende com o recurso de revista é que o TST possa resguardar a autoridade da legislação federal aplicável à matéria trabalhista. Além disso, TST também irá resguardar a uniformidade de interpretação dessa legislação. Portanto, podemos dizer que é como se o recurso de revista o legislador não estivesse preocupado mais com as partes e sim com o direito objetivo. Nesse sentido, não se poderá fazer uso desses recursos para revolver, ou reexaminar, matéria fática. TST não irá sequer conhecer o recurso.

Hipóteses de cabimento (art. 896, CLT): cabe RR para turma do TST das decisões proferidas em grau de recurso ordinário. RR normalmente é o TST que julga, mas não é todo recurso que segue para TST é RR. Por exemplo, uma decisão do TRT em ação rescisória de primeira instância não enseja RR ao TST mas sim RO. Hipóteses de cabimento previstas no dispositivo abaixo:

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 Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver

dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; (

b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; Isso é direcionado à SP, único estado em que há 2 TRTs.

c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.

Preparo: RR requer pagamento de custas, que tem natureza de taxa. Taxa, sendo uma subespécie de tributo, você paga duas vezes? Não. Então vamos supor: parte apresentou RO, recolheu 200 reais de custas e pagou deposito de 7.485,83 reais e foi negado provimento. Se a condenação de 10 mil reais foi mantida. Não pagará novamente as custas de 200 reais porque já foram pagas anteriormente e não se paga tributos 2x. Quanto ao depósito, deverá pagar a diferença (10.000 – 7.485,83). E porque esse valor? Porque foi condenada em 10 mil e já pagou anteriormente o valor limite de RO. Logo, não poderá pagar mais do que foi condenada. Mas, e se ela tiver sido condenada em 50.000? no RO terá pago 7.485,83 de depósito judicial. Para apresentar RR, como o valor limite é maior (14.971,65): já pagou 7.485,83. Deverá pagar mais 7.485,83, chegando ao limite do RR de 14.971,65.

Efeito: apenas devolutivo, não suspensivo.