32
1 Avaliação Pré- anestésica Marcia da Silveira Charneca Vaz Médica – Anestesiologista/SBA/CNRM/UNIRIO/IPGMCC Gerontóloga /SBGG Livre-Docente em Anestesiologia /UNIRIO Doutora em Ciências /FIOCRUZ PhD in Public Health Toronto University [email protected]

1 Avaliação Pré-anestésica Marcia da Silveira Charneca Vaz Médica – Anestesiologista/SBA/CNRM/UNIRIO/IPGMCC Gerontóloga /SBGG Livre-Docente em Anestesiologia

Embed Size (px)

Citation preview

1

Avaliação Pré-anestésica

Marcia da Silveira Charneca Vaz

Médica – Anestesiologista/SBA/CNRM/UNIRIO/IPGMCC

Gerontóloga /SBGGLivre-Docente em Anestesiologia /UNIRIO

Doutora em Ciências /FIOCRUZPhD in Public Health Toronto University

[email protected]

2

ESTIMAR RISCOS Probabilidade de que um evento possa ocorrer. Perigo ou possibilidade de perigo, possibilidade de perda, injúrias, doença ou morte

3

Avaliação Pré-Anestésica

Objetivos: Conhecimento do estado físico e psíquico

do paciente; Estimar risco do ato anestésico cirúrgico; Planejamento da anestesia e do pós -

anestésico; Segurança e adequação do hospital estabelecer vínculo do profissional com o

paciente e esclarecer sobre o ato; Obter o consentimento informado.

4

Como fazer Sempre que possível a avaliação

deve ser a mais ampla possível. No ambulatório ou consultório se

eletiva. Já internado. Ou nas emergências ou urgências em

sala cirúrgica (anamnese breve e exame físico)Resolução CFM 1.802/06.

5

Etapas da Avaliação Anamnese (não esquecer anestesias

prévias, alergias, tolerância ao exercício, atividade física, atitude em relação a doença, data da última menstruação e uso de medicamentos,capacidades e incapacidades).

Exame físico Revisão do prontuário e leitura dos

pareceres com a devida contextualização. Caso necessário solicitar novos exames.

6

Avaliar o grau de dificuldade de intubação traqueal

Mobilidade do pescoço. Distância do esterno a borda inferior

do mento (<_12, 5cm) difícil intubação;

Índice de Wilson (peso maior que 100Kg).

Índice de Mallampati

7

Classificação de MallampatiPaciente sentado e no mesmo nível do avaliador

Classe visualização laringoscopia

I Palato mole, úvula , pilares amigdalianos

Toda glote

II Palato mole e base da língua

Comissura anterior

III Palato mole e base de língua

Ponta da epiglote

IV Palato duro Nenhuma estrutura da glote

8

Visualização da classificação de Mallapamti

9

Exercício e TolerânciaEquivalente metabólico- MET

Avalia a qualidade de vida biológica do paciente pode dar idéia de risco

1MET

Cuida de si, caminha com dificuldade (1,2 a 4,8Km/h), serviço leve de casa.

4MET

Caminha 6,5Km/h, avaliar se há cansaço, trabalhos pesados de casa, atividades moderadas.

>10MET

Executa sem dificuldades serviços pesados e atividades pesadas

10

Classificação pela American Society of Anesthesiologists - ASA

PI

PacienteSaudável

Mortalidade (%) 0,06-0,08

II Doença sistêmica leve ou moderada sem limitação funcional

0,27-0,4

III Doença sistêmica grave com limitação funcional, mais não incapacitante

1,8- 4,3

IV Doença sistêmica grave e incapacitante

7,8-23

V Moribundo sem esperança de vida por mais de 24h com ou sem cirurgia

9,4-51

VI Morte cerebral , doador de órgãos

100

E emergência

11

ASA I

indivíduo saudável nenhum distúrbio orgânico,

psicológico, bioquímico ou psiquiátrico

processo de doença atual é localizado e não origina nenhum distúrbio sistêmico

12

ASA II

paciente com doença sistêmica leve e controlada

distúrbio sistêmico de moderado a médio, causado tanto pela doença a ser tratada pela cirurgia quanto por um processo fisiopatológico

extremos de idade, obesidade mórbida

13

ASA III paciente com doença sistêmica

grave, porém não incapacitante

doença de qualquer etiologia que limita porém não incapacita

14

ASA IV

paciente com doença sistêmica grave, incapacitante que representa perigo de vida

distúrbio grave, com risco de vida, nem sempre corrigível pela cirurgia

15

ASA V

paciente moribundo com pouca ou nenhuma chance de sobrevivência

será submetido à cirurgia como último recurso

16

ASA VI

paciente com morte cerebral e doador de órgãos

17

ASA versus Goldman Pelo índice da ASA a idade não é

risco e sim as condições físicas.

18

ASA e Mortalidade per operatória ASA I e ASA II : 0,08 a 0,27 % ASA III : 1,8% ASA IV : 7,8 a 9,4 % ASA V : superior a 40% ASA VI : 100 %

19

Uso de medicamentos de controle de doençasAnti-hipertensivos antiarrítmicos e digitálicos

manter

AAS, alho, ginko biloba, ginseng , gengibre e Vit E>100mg anticoagulantes orais

hipoglicemiante oral

Kava- kavaerva de São João (Hypericum),Valeriana,

suspender 7 –10 dias antes

substituir 4 dias antes por heparina

suspender 24h antes substituir por insulina regular

efeito aditivo com os depressores do SNC

20

Medicamentos Fitoterápicos e Vitaminas Trabalhos realizados por Tsen e

colaboradores nos EUA concluiram: 17% dos pacientes usavam suplemento dietético;

Mcleshy observou 22% usando fitoterápicos e 51% vitaminas por indicação própria.

TsenLC, Segal S, Ponthier Met al: Alternative medicine use in presurgical patients. Anesthesiology 2000;93:148-51

21

Ações CardiovascularesGinseng hipertensão e taquicardia,

tem uma causa de morte relatada por tromboembolia e aumenta o nível de digoxina

Vitamina E alterações no intervalo QT e reduz a pressão diastólica nas 2h seguinte a ingesta. Aumenta sangramento

22

Hemorragias Ginkgo biloba , garlic(alho), ginseng vitamina E dose >1600 IU e óleo de

peixe, podem aumentar o sangramento e potencializar a ação de anti-inflamatórios, anti-agregadores plaquetários e anticoagulantes.

Coenzima Q10 pode produzir plaquetas anormais

23

Ação na metabolização Erva de São João aumenta o tempo

de metabolização das drogas por agir CYP450 1A2 como propanolol, warfarin, teofilina, verapamil, insulina, fenobarbital, amiodarona e diazepam.

Ginseng reduz ação dos opióides.

24

Alterações renais e hepáticas Equinácea e Efedra} hepatotóxica

Alexander J. A. The potencial hazards of used and abused perioperative drugs , herbs , and dietary suplements. In American Society of Anesthesiologists, chapter 1, 2006

25

Indicadores de Risco Cardiovascular PerioperatórioConsenso do Colégio Americano

de Cardiologia e Associação Norte-Americana de

Cardiologia – ACC/AHA TASK FORCE REPORT - 1996

Circulation, v. 93, p.1278-317, 1996

26

FORTE RISCO : parâmetros maiores angina instável insuficiência cardíaca

congestiva descompensada quantidade significativa de

arritmias doença valvar grave

27

RISCO INTERMEDIÁRIO

angina pectoris moderada infarto do miocárdio prévio ( <

30 dias ) ICC prévia ou compensada diabetes mellitus

28

RISCO FRACO : parâmetros menores idade avançada ECG anormal ritmo diferente do sinusal capacidade funcional diminuída história de acidente vascular

cerebral HAS não controlada

29

JEJUMIdade alimentos Sólidos Líquidos claros

Lactente 3/3h 4h 3h

6meses a 5 anos 6h 3h

Acima de 5 anos 8h 3h

Observação Leite é sólido água , chá, sucos sem resíduos volume 4ml por Kg

cuidado Obesidade , gestação a termo

Diabético e emergências

30

Contra –indicação do ato anestésico eletivo

Jejum inadequado Hemoglobina menor 6g/dL Ausência de adequado preparo ou readequação medicamentosa

( diabéticos, hipertensos arteriais, feocromocitoma , hiper e hipotiroidismo, distúrbios graves da hemodinâmica quando clínicos)

Pressão arterial em cirurgia eletiva PAS >160 mm Hg e PAD> 100.

IAM recente (aguardar 6 meses) Febre>37,5 de origem desconhecida. Infecção respiratória (aguardar 3 semanas) Suspensão abrupta de beta bloqueadores adrenérgicos ou alfa

adrenérgicos. Sobre efeito de drogas não licitas, álcool ou anfetamínicos

Na emergência estes aspectos tornam –se secundários, porém aumentam a mortalidade em qualquer idade.

31

Avaliação pré-anestésica "A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la". Gabriel García Márquez

32

Referências

Alexander J A. The potencial hazards of used and abused perioperative drugs , herbs , and dietary suplements. In American Society of Anesthesiologists, 2006. chapter 1,

Barash, PG; Cullen, B F; Stoelting, B F; Stoelting, B K. Anestesia Clínica. São Paulo:Manole, 2004, página 477.

Vaz,M S C . Avaliação Pré-anestésica In:Tratado de Geriatria e Gerontologia Freitas, E V et Col, 2a edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.Pg 1019-1024