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Fontes do Direito Tributário
Constituição – fonte de mais alto grau na hierarquia normativa do sistema positivo. No campo tributário prevê as competências dos entes políticos, os limites ao poder de tributar, os direitos e deveres do cidadão e os princípios da atividade tributante. Não cria tributos apenas prescreve as permissões para sua instituição.
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Fontes do Direito Tributário Lei Complementar – sua função é
complementar a própria Constituição Federal. Em matéria tributária, presta-se a: estabelecer normas gerais de direito tributário; instituir, excepcionalmente, tributos da competência residual da União.
Art. 146 CF
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Fontes do Direito Tributário Lei Ordinária – regra geral, é a norma que
“cria” o tributo, prevendo a ocorrência do seu respectivo fato gerador, e preceitua as denominadas obrigações.
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Fontes do Direito Tributário Ato do poder executivo federal majorador e
alíquota de tributo; alguns tributos da União podem ter suas alíquotas majoradas por ato do Poder Executivo; Imposto de Importação (II); Imposto de Exportação (IE); Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI; Imposto sobre Operações de câmbio, crédito, seguro sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários
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Fontes do Direito Tributário Iniciativa em matéria tributária: é ampla ou
concorrente, permitida tanto ao Poder Executivo quanto ao Legislativo, com exceção daquela referente aos Territórios Federais, cuja iniciativa é privativa do Presidente da República.
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Fontes do Direito Tributário Lei Delegada: elaborada pelo chefe do
Executivo por delegação do Legislativo. Não é vedado à lei delegada tratar de matéria tributária, a não ser que tal matéria seja reservada à lei complementar: normas gerais de direito tributário e instituição de tributos da competência residual da União.
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Fontes do Direito Tributário Medida Provisória – em caso de relevância e
urgência, o chefe do Executivo pode editar MP com força de lei ordinária, submetendo-a ao Legislativo imediatamente. Também é permitido que verse sobre matéria tributária, desde que não englobe temas vedados especificamente pela Constituição Federal, como aqueles reservados à Lei Complementar.
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Fontes do Direito Tributário Tratado Internacional – é atribuição do
Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos à competência exclusiva do Congresso Nacional para resolver definitivamente sobre eles, caso acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Revogam ou modificam a legislação tributária interna e devem ser respeitados pelas leis supervenientes.
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Fontes do Direito Tributário Decreto Legislativo – competência exclusiva
do Congresso Nacional. Entre outras funções, introduz no ordenamento, o conteúdo dos tratados e convenções internacionais, também é utilizado pelas assembléias legislativas para absorver o conteúdo dos convênios firmados entre Estados federados. Tem status de lei ordinária.
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Fontes do Direito Tributário Convênio – ato normativo executivo,
infralegal, que formaliza ajuste de vontade entre entes federativos. A Constituição Federal excepciona o princípio da legalidade, permitindo que certos convênios tenham força de lei, como é o caso dos relativos ao ICMS.
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Fontes do Direito Tributário Normas regulamentares – o decreto e o
regulamento instrumentalizam o cumprimento doas normas tributárias e restringem-se ao conteúdo das leis em função das quais sejam expedidos. São oriundos do Poder Executivo e não têm função legislativa.
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Fontes do Direito Tributário Normas Complementares:
esclarecem o conteúdo das normas superiores e auxiliam na sua aplicação. Ex.: Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas, decisões administrativas dos orgãos administrativos, práticas reiteradas das autoridades administrativas, convênios que entre si celebrem UU, EE, DF e MM.
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Código Tributário Nacional
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Definição de tributo - CTN
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
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Classificação dos Tributos
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Espécies Tributárias IMPOSTOS – é o tributo exigível
independentemente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, artigo 145 da Constituição Federal e 16 do Código Tributário Nacional. (sua receita não deve ter destinação específica, art. 167 da CF)
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Espécies Tributárias TAXA – é o tributo exigível em razão do
exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (artigo 145, II da Constituição Federal e artigo 77 do CTN). (destina-se a custear o relativo serviço público, art. 145, II da CF). Não poderá ter base de cálculo própria de impostos.
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Espécies Tributárias
DISTINÇÃO ENTRE TAXA E TARIFA (OU PREÇO PÚBLICO) – a taxa é compulsória, remunera serviço público fundamental, prestado diretamente pelo Estado; já a tarifa, ou preço público é facultativa, remunera serviços prestados indiretamente pelo estado.
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Espécies Tributárias CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – é o tributo
exigível em decorrência de obra pública, artigo 145, III da Constituição Federal, que implique valorização imobiliária. Destina-se a custear parcialmente a obra realizada, art. 81 da CTN.
Sua cobrança deve obedecer dois limites: Individual – o valor máximo de contribuição de melhoria
exigida de um proprietário não pode ultrapassar o montante da valorização daquele imóvel.
Total – somadas todas as contribuições o valor arrecadado não pode ultrapassar o valor da obra.
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Espécies Tributárias CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS – as contribuições
especiais têm como principal característica a finalidade (destinação) para o qual são criadas. Subdividem-se em:
Contribuições Sociais Gerais: são instituídas para financiar atividades ligadas à ordem social, com exceção da seguridade social. Ex.: contribuição ao salário educação.
Contribuição para Seguridade Social: art. 195 Constituição Federal, destina-se ao financiamento e à manutenção da Seguridade Social, sendo que esta compreende os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social. Ex.: CPMF, COFINS...
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Espécies Tributárias Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Cide –
finalidade é intervir sobre a parcela da atividade econômica em que atuam os agentes privados e dar efetividade às políticas econômicas. Ex.: Cide petróleo, art 149, §2º CF.
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas: a finalidade dessas contribuições é financiar atividades de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Ex.: contribuição à OAB, Senac, Sebrae.
Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública – Cosip – art. 149-A, Constituição Federal: competência dos municípios e DF e tem como finalidade o custeio do serviço de iluminação pública.
Contribuição para seguridade social dos servidores, 149, par. 1º . CF: visa financiar a previdência dos servidores públicos.
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Espécies Tributárias EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO – restituível que
pode ser instituído, por meio de lei complementar, para atender:
Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. Não obedecem o princípio da anterioridade, art. 148, I, e art. 150, par. 1º, Constituição Federal.
Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Obedece o princípio da anterioridade, art. 148, II Constituição Federal.
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Natureza Jurídica - Tributo A natureza jurídica específica do tributo é
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
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Tributos
Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
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Competência Tributária Competência tributária privativa:
competência para instituir impostos. É privativa de cada unidade da federação.
Competência tributária comum: competência para instituição de taxas e contribuições de melhoria. Recebe o nome de comum em função de que as 4 pessoas jurídicas (UU;EE;DF;MM) de direito público poderão instituí-las dentro das suas respectivas competências.
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Competência Tributária Competência tributária especial:
competência para instituir empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais.
Competência tributária residual: competência atribuída à União que deverá a necessidade de lei complementar, a obrigatoriedade de que os novos impostos não sejam cumulativos e que não tenham fato gerador ou base de cálculo idênticos aos dos impostos já criados.
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Impostos
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte
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Impostos
Incluindo: Fato Gerador; base de cálculo (alíquotas); contribuinte; etc
Rever todos os impostos federais: II, IEX, IR, IPI, IOF, ITR; estaduais: ITCD; ICMS; IPVA; e, municipais: ISS, IPTU, ITBI.
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Impostos – critério CTN
Comércio Exterior: Importação e Exportação;
Patrimônio e Renda: ITR, IPTU, ITCD, IR;
Produção e Circulação: IPI, ICMS, IOF, ISS.
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Taxas As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
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Contribuição de Melhoria A contribuição de melhoria cobrada pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
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Normas Gerais de Direito Tributário
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Legislação Tributária
A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
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Leis/Tratados/Convenções Internacionais
Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução; III - a definição do fato gerador da obrigação
tributária principal; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base
de cálculo;
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Leis/Tratados/Convenções Internacionais
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
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Leis/Tratados/Convenções Internacionais Os tratados e as convenções internacionais
revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas na própria Lei.
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Normas Complementares
São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
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Normas Complementares
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
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VIGÊNCIA A APLICAÇÃO DA NORMA TRIBUTÁRIA.
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Vigência da Legislação Tributária (Código Tributário Nacional artigo 101 e ss.) A vigência, no espaço e no tempo, da legislação
tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral.
Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil, salvo disposição em contrário a lei começa a vigorar 45 dias após a sua publicação.
Chama-se vacatio legis o período entre a publicação oficial e a entrada em vigor da lei.
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Vigência ESPACIAL
Regra geral, a lei tributária só se aplica aos fatos geradores ocorridos no território do ente tributante, respeitando a repartição constitucional de competências tributárias. Exceção é prevista no Código Tributário Nacional, que possibilita a extraterritorialidade interna par convênios e normas gerais expedidas pela União.
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Vigência TEMPORAL
A lei tributária, assim como outras leis, começa a vigorar, no território nacional, quarenta e cinco dias após ter sido oficialmente publicada, salvo disposição em contrário, no exterior, em três meses, regras da LICC.
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Aplicação da Legislação Tributária Se a norma está vigente ela está apta para
ser aplicada. Aplicar a lei a fazer ela incidir sobre um fato,
para que este fato se discipline dentro dos parâmetros legais daquela norma.
Artigo 105 Código Tributário Nacional aplicação de nova lei tributária ao fatos pendentes. Ex.: IPVA)
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Aplicação RETROATIVA da Legislação Tributária (CF 5º,
XXXVI ) Artigo 106 Código Tributário Nacional diz:
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
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a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
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Interpretação e Integração da Legislação Tributária
Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
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Interpretação
Interpretação – é a atividade intelectual que visa desvelar o conteúdo, o sentido e o alcance das normas jurídicas. Serve-se de métodos e técnicas da teoria científica da interpretação e hermenêutica.
Interpretação literal, histórica, lógica, teleológica (finalidade da norma), sistêmica, do CTN.
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Regras interpretativas do Código Tributário Nacional Interpretação literal das normas que suspendem o u
excluem o crédito tributário, outorguem isenção, dispensem o cumprimento de obrigações acessórias;
Interpretação benígna no direito tributário penal.
Interpretação literal – suspensão do crédito tributário, ou sua exclusão; outorga de isenção; dispensa do cumprimento de obrigações acessórias.
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Em caso de dúvida quanto `capitulação legal do fato, quanto à natureza ou circunstância materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; quanto a autoria, imputabilidade, ou punibilidade, quanto à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação conseqüência, deve-se interpretar a norma de modo mais favorável ao acusado.
Interpretação benígna das sanções tributárias:
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Princípios Gerais do Direito Privado Utilizam-se para pesquisa da definição, do seu
conteúdo e do alcance dos seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
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Institutos, conceitos e formas de direito privado. A lei tributária não pode alterar sua definição conteúdo
e alcance, se utilizados expressa ou implicitamente pela Constituição Federal , pelas Constituições Estaduais, ou pelas Leis orgânicas do DF e MM, para definir ou limita competências tributárias.
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Vigência (ou eficácia) da Legislação Tributária A vigência, no espaço e no tempo, da legislação
tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral. Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil, salvo disposição em contrário a lei começa a vigorar 45 dias após a sua publicação.
A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
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Obrigação Tributária
A obrigação tributária é principal ou acessória.
A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
A obrigação acessória é decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Conceito: A relação tributária surge da
ocorrência de um fato previsto em uma norma como capaz de produzir esse efeito; a lei descreve um fato e atribui a este o efeito de criar uma relação entre alguém e o Estado; ocorrido o fato, nasce a relação tributária, que compreende:
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Obrigação Tributária Principal e Acessória O DEVER DE ALGUÉM (SUJEITO PASSIVO) E O
DIREITO DO ESTADO (SUJEITO ATIVO); SUAS FONTES SÃO: A LEI E O FATO GERADOR.
Obrigação Tributária Principal: tem por objeto, o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, tem sempre conteúdo patrimonial.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Obrigação Tributária Acessória: decorre
da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Natureza jurídica: a obrigação tributária
principal corresponde a uma obrigação de dar, seu objeto é o pagamento do tributo, ou da penalidade pecuniária; as obrigações acessórias correspondem a obrigações de fazer (emitir uma nota fiscal), de não fazer (não receber mercadoria sem a documentação legalmente exigida), de tolerar (admitir a fiscalização de livros e documentos).
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Fato Gerador
É o fato ou situação que gera ou cria a obrigação tributária.
Sujeito Ativo (credor): são a União, os Estados e os Municípios, os quais detêm a competência tributária, podendo legislar sobre tributos e exigi-los, e, também, as pessoas públicas que, embora não possam legislar sobre tributos, têm, contudo, capacidade tributária, que lhes permite fiscalizar e arrecadar tributos, por delegação.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Sujeito Passivo: é a pessoa natural ou jurídica,
obrigada ao cumprimento da obrigação tributária; tem o dever de prestar seu objeto, pode ser:
Direto ou Contribuinte: é o que tem relação pessoal e direta com o fato gerador
Indireto ou Responsável: é aquele que, sem ter relação direta com o fato tributável, está, por força de lei, obrigado ao pagamento do tributo. Pode ocorrer por substituição ou por transferência.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Na substituição a obrigação constitui-se
desde logo em relação a um substituto, ou responsável, ficando de fora aquele que seria o contribuinte; Ex.: o ICMS do agricultor a ser pago pelo comprador da safra.
Na transferência a obrigação constitui-se inicialmente em relação ao contribuinte, comunicando-se depois, para o responsável; pode dar-se por sucessão, por solidariedade ou por subsidiariedade.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Na sucessão o sucessor responde pelo
sucedido como ocorre na transferência da propriedade de um imóvel, na herança ou na incorporação de uma empresa por outra.
Na solidariedade o devedor solidário responde juntamente com o devedor principal, em pé de igualdade, podendo a dívida ser cobrada indiferentemente de um ou outro, no todo ou em parte, à escolha do credor.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Na subsidiariedade o devedor
subsidiário também responde juntamente com o devedor principal, mas com benefício de ordem, ou seja, em segundo plano, só depois de executados todos os bens do devedor principal, na solução da dívida.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Convenções particulares:
as convenções, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias respectivas; podendo ser estipulados entre elas, a quem cabe a condição de sujeito passivo.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Solidariedade passiva: segundo o CTN,
são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal e também as pessoas expressamente designadas por lei.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Capacidade tributária: sendo o sujeito
passivo da obrigação uma pessoa natural, ou física, sua capacidade tributária independe da civil; mesmo sendo juridicamente incapaz, nos termos do Direito Civil, face ao Direito Tributário tem ele plena capacidade tributária.
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Obrigação Tributária Principal e Acessória Domicílio tributário: existem tributos cuja legislação
específica exclui ou restringe a faculdade de escolha, pelo sujeito passivo, de seu domicílio tributário; nos demais tributos, vigora a liberdade de escolha;
a liberdade de escolha não pode ser usada para impedir ou dificultar a arrecadação ou fiscalização do tributo, pois neste caso poderá ser recusado o domicílio escolhido; ocorrendo a recusa, o domicílio tributário será o do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
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Fato Gerador
Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
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Sujeito Ativo
Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
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Sujeito Passivo
Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
O sujeito passivo da obrigação principal é:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
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Solidariedade
São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
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Capacidade Tributária
A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
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Domicílio Tributário
Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
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Domicílio Tributário
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento (filiais);
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
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Responsabilidade Tributária Conceito: é a obrigação legal, assumida pelo
sujeito passivo da relação jurídico-tributária, não diretamente beneficiado pelo ato praticado, perante o fisco, de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária;
Responsável é o sujeito passivo da obrigação tributária que, sem ter relação pessoal e direta com o fato gerador respectivo, tem seu vínculo com a obrigação decorrente de dispositivo expresso em lei;
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Responsabilidade Tributária
Responsabilidade por substituição:
Ocorre quando a lei tributária atribuir o dever jurídico de pagar o tributo à pessoa diversa (a substituição é da pessoa) daquela que dá origem ao fato gerador, mas que com ela possui relação jurídica, assumindo o lugar do contribuinte.
A responsabilidade será por substituição quando a sujeição for anterior à ocorrência do fato gerador.
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Responsabilidade Tributária Responsabilidade por transferência:
Ocorre quando a lei atribui o dever de pagar tributo (a substituição é do dever) à determinada pessoa, anteriormente atribuída a outra, em virtude da ocorrência de fato posterior à incidência da obrigação tributária.
A responsabilidade tributária por transferência pode ser por solidariedade, por responsabilidade dos sucessores e por responsabilidade de terceiros.
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Responsabilidade Tributária
Solidariedade tributária: Ocorre quando duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas estiverem no mesmo pólo da obrigação perante o fisco. A solidariedade tributária abrange, além do débito referente à obrigação principal, também os deveres relativos às obrigações acessórias.
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Responsabilidade Tributária
Solidariedade tributária passiva: é a situação em que duas ou mais pessoas se encontram, simultaneamente, obrigadas perante o fisco.
Nesse caso, o fisco poderá eleger qualquer dos sujeitos passivos para proceder à arrecadação do tributo. A solidariedade tributária passiva pode ser natural ou legal.
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Responsabilidade Tributária
Solidariedade tributária natural é aquela em que os sujeitos passivos assumem simultaneamente, interesse comum na situação que dá origem ao fato gerador da obrigação principal, respondendo, cada um deles, pela totalidade da dívida.
Ex: vários irmãos, proprietários de um imóvel, são devedores solidários do IPTU.
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Responsabilidade Tributária
Solidariedade tributária legal é aquela em que os sujeitos passivos assumem simultaneamente, POR IMPOSIÇÃO DE LEI, determinada obrigação tributária.
Ex: os sócios, pelo pagamento de tributos de uma sociedade de pessoas, no caso de encerramento de atividades.
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Responsabilidade Tributária Benefício de Ordem instituto de Direito Civil
mediante o qual o coobrigado tem o direito de requerer, quando demandado, que sejam primeiramente executados os bens do devedor principal.
O CTN exclui esse instituto da aplicação da matéria tributária, tendo a Fazenda Pública o poder de exigir o pagamento do tributo de qualquer coobrigado, sem obedecer a qualquer escala de preferência entre eles.
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Responsabilidade Tributária Efeitos da Solidariedade Tributária:
a) o pagamento feito por um dos coobrigados LIBERA OS DEMAIS da obrigação perante o fisco;
b) em caso de isenção ou remissão do crédito a um dos coobrigados, TODOS OS DEMAIS SE BENEFICIARÃO, exceto se concedidos em caráter personalíssimo, subsistindo a solidariedade quanto aos demais, pelo saldo;
c) a interrupção da prescrição em relação a um dos coobrigados ATINGE OS DEMAIS, favoravelmente ou não.
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Responsabilidade dos Sucessores Sucessão tributária é a transferência,
por ato negocial ou por força de lei, de direitos e obrigações, do campo tributário, a terceiros não originalmente sujeitos a determinada relação jurídica com o fisco, mas de alguma forma vinculados a seu antecessor.
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Responsabilidade dos Sucessores Exceto nos casos legalmente previstos, o contrato
particular, que transfere o ônus fiscal de um contratante para o outro, não é reconhecido perante a Fazenda Pública. (Art. 123 CTN)
Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, assim como os créditos tributários relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, passam para as pessoas dos respectivos adquirentes, salvo se do título de transferência do direito há prova de sua quitação. (art. 130 CTN)
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Responsabilidade dos Sucessores Assim, se alguém vende um terreno e estava a dever
o IPTU, ou alguma outra taxa, referente ao imóvel, o adquirente fica obrigado ao respectivo pagamento.
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Responsabilidade dos Sucessores Essa obrigação, porém, não existirá, se da
escritura de compra e venda constou a certidão, do sujeito ativo do tributo, de que o mesmo havia sido pago.
A sucessão tributária pode ser causa mortis, comercial, falimentar ou imobiliária.
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Responsabilidade dos Sucessores
Sucessão “causa mortis”: Ocorre quando o contribuinte falecer, passando o espólio e, depois, os sucessores a sub-rogar-se nos direitos e obrigações tributárias do falecido.
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Responsabilidade dos Sucessores O espólio responde por todos os débitos
tributários do de cujus, sejam eles conhecidos ou desconhecidos à data de abertura da sucessão. Serão pessoalmente responsáveis pelos tributos relativos aos bens, móveis ou imóveis, transmitidos causa mortis: (art. 131, III CTN)
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Responsabilidade dos Sucessores a) o espólio pelos tributos devidos até a data da
abertura da sucessão; (art. 131, III CTN)
b) o sucessor e o cônjuge meeiro pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou da adjudicação, exigidos pelo fisco após a partilha, limitada a responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação. (art. 131, II CTN)
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Responsabilidade dos Sucessores O espólio e os sucessores não são simultaneamente
responsáveis. Primeiramente, o pagamento dos tributos será efetuado a partir do monte partível; efetuada a partilha - o que somente pode ocorrer mediante prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens ou rendas do espólio - passarão os sucessores a responsáveis tributários, no caso de dívidas exigidas após a partilha.
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Responsabilidade dos Sucessores Mesmo que o lançamento não tenha sido ainda
efetuado pela entidade tributante, se a obrigação tributária for relativa a ato anterior ao ato sucessório, responderá o sucessor.
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Responsabilidade dos Sucessores Sucessão Comercial: Ocorre quando da alienação do
fundo de comércio ou do estabelecimento comercial, industrial ou profissional, ou quando se altera o tipo societário.
Ex.: a empresa A tem seu controle acionário vendido para a empresa B, que altera a razão social original; a mudança da razão social não permitirá que B não mais se sub-rogue nos tributos devidos por A, pois ainda que alterada a razão social original pelo adquirente de empresa comercial, permanecerá o adquirente como sucessor tributário da empresa vendida.
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Responsabilidade dos Sucessores No caso de extinção de pessoa jurídica de
Direito Privado, continuando o sócio remanescente, ou seu espólio, a comerciar sob a mesma razão social, ou sob firma individual, que explore a mesma atividade comercial da empresa extinta, será responsável tributário a nova empresa, relativamente a obrigações tributárias surgidas até a data da extinção.
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Responsabilidade dos Sucessores Ocorrendo fusão, transformação ou
incorporação de pessoas jurídicas de Direito Privado, será responsável tributário a pessoa jurídica que resultar desses atos, até a data em que ocorram. Continuando a exploração da mesma atividade, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma individual, responderá o responsável pelos tributos, relativos ao fundo ou ao estabelecimento, até a data do ato, das seguintes formas:
96
Responsabilidade dos Sucessores a) integralmente, se o alienante cessar a
exploração do comércio, indústria ou atividade;
b) subsidiariamente com o alienante, a contar da data da alienação, se esse prosseguir em sua atividade ou iniciar a exploração de nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
97
Responsabilidade dos Sucessores Sucessão Falimentar: Ocorre quando da
decretação da falência do comerciante, passando a massa falida à sub-rogar-se nos direitos e obrigações tributárias do comerciante falido.
Sucessão Imobiliária: Ocorre quando bens imóveis são alienados, sub-rogando-se o comprador nos direitos e obrigações tributárias do vendedor. Sub-rogam-se, na pessoa do adquirente de imóvel, todos os créditos tributários relativos a:
98
Responsabilidade dos Sucessores impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis;
taxas pela prestação de serviços, referente a esses bens;
contribuições de melhoria referentes a esses bens.
99
Responsabilidade dos Sucessores Serão pessoalmente responsáveis pelos tributos
referentes a bens móveis ou imóveis, transmitidos inter vivos, remidos ou adjudicados, respectivamente, o adquirente, o remitente (isto é, aquele que paga a dívida, para reaver o bem penhorado) ou adjudicado.
O adquirente de imóvel em hasta pública não será sucessor tributário do proprietário original,
100
Responsabilidade de Terceiros Nos casos de impossibilidade do cumprimento
da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis;
I - os pais pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
101
Responsabilidade de Terceiros III - os administradores de bens de
terceiros pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
102
Responsabilidade de Terceiros VI - os tabeliães, escrivãos e demais
serventuários de ofício pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
103
Responsabilidade de Terceiros nesse caso, existe responsabilidade subsidiária
(ou supletiva), e não plena (solidária), pois os responsáveis se obrigarão somente quando houver impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte.
A lei estipula que a responsabilidade de terceiros É LIMITADA AOS TRIBUTOS E ÀS MULTAS de caráter moratório.
104
Responsabilidade de Terceiros “multas de caráter moratório” são as multas
aplicadas quando o contribuinte não cumpre a obrigação tributária principal, o que pode ocorrer pela falta de pagamento, pelo pagamento posterior à data do vencimento, ou ainda, pelo pagamento inferior ao valor pecuniário.
A responsabilidade de terceiros pressupões duas condições:
105
Responsabilidade de Terceiros 1ª - o contribuinte não pode cumprir sua
obrigação,
2ª - o terceiro tenha participado do ato que configure o fato gerador do tributo, ou em relação a este se tenha indevidamente omitido.
106
Responsabilidade de Terceiros São pessoalmente responsáveis pelos créditos
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, as pessoas mencionadas acima (Responsabilidade de Terceiros), e ainda:
os mandatários, prepostos e empregados;
os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de Direito Privado.
107
Responsabilidade de Terceiros Note-se que as pessoas mencionadas acima, se
agirem com excesso de mandato, infração à lei ou contrato, assumem plena responsabilidade pelos créditos tributários respectivos; deixam de responder apenas na impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, e passam à posição de responsáveis solidários.
108
Responsabilidade por Infrações a responsabilidade por infrações tributárias É
OBJETIVA, independendo da intenção com que foram praticados e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, salvo disposição legal em contrário.
A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
109
Responsabilidade por Infrações II - quanto às infrações em cuja definição o
dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
110
Responsabilidade por Infrações b) dos mandatários, prepostos ou
empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
111
Responsabilidade por Infrações De acordo com a doutrina, porém, esse princípio não é
absoluto. A responsabilidade poderá ser excluída se o contribuinte ou responsável puder provar que não houve descuido ou negligência, nem intenção de lesar o fisco.
O fisco não precisa provar dolo ou negligência para impor a penalidade; basta o fato objetivo. O contribuinte ou responsável, porém, poderá afastar eventualmente a autuação, provando ausência de culpa.
112
Responsabilidade por Infrações As sanções tributárias administrativas podem
consistir em multa, apreensão de mercadorias, veículos ou documentos, perda de mercadorias, proibição de contratar com o Poder Público, sujeição a sistema especial de fiscalização, etc.
113
Responsabilidade por Infrações A multa pode ser simplesmente moratória (sem
caráter de penalidade especial) ou consistir em multa-sanção (com caráter específico de penalidade).
A penalidade pela infração tributária administrativa pode ser excluída por denúncia espontânea, acompanhada do pagamento devido e dos juros de mora
114
Responsabilidade por Infrações Casos de responsabilização pessoal na esfera
administrativa: às vezes a responsabilidade pela infração administrativa é atribuída apenas à pessoa física que executou o ato, e não ao contribuinte ou responsável.
São casos em que o executor material do ato procedeu com excesso de poder ou fraude à lei, lesando o fisco e, ao mesmo tempo, o contribuinte ou responsável.
Trata-se de pessoas que agem contra os seus patrões, ou contra seus representantes ou comitentes.
115
Responsabilidade por Infrações Nesse rol está o pai que, assim agindo, lesa o
interesse do filho menor, o tabelião que lesa o fisco e as partes, ou o diretor que prejudica a sociedade que dirige.
A responsabilidade pela infração tributária administrativa deixa, então, de ser objetiva e passa a ser pessoal e subjetiva, respondendo pelas sanções o executor material do ato, e não o devedor originário do tributo.
116
Responsabilidade Tributária
Por substituição: a obrigação tributária já nasce tendo como forçado ao pagamento o responsável e não o contribuinte;
Por transferência: a obrigação nasce tendo como sujeito passivo o contribuinte e é transferida por motivos diversos para o responsável.
117
Responsabilidade Tributária
A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. (art. 128 CTN)
118
Responsabilidade por Transferência Responsabilidade por transferência 1.1 – De terceiros (art. 134 CTN); 1.2 – Por infração (art. 136 CTN); 1.3 – Por sucessão (art. 129 CTN)
1.3.1 – Imobiliária (art. 130 CTN); 1.3.2 – Empresarial (art. 132, 133 CTN); 1.3.3 – Pessoal (art. 131 CTN).
119
Responsabilidade por Infrações A responsabilidade por infrações da
legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
120
Crédito Tributário
O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
121
Constituição do Crédito Tributário - Lançamento
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
122
Modalidades de Lançamento
O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
123
Modalidades de Lançamento
O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
124
Modalidades de Lançamento
Lançamento direto, de ofício ou ainda “ex officio”: modalidade de procedimento em que o sujeito passivo não tem deveres de colaboração com a administração. Realiza o lançamento sem a participação do sujeito passivo (exemplo: IPTU, ITR, IPVA);
125
Modalidades de Lançamento
Lançamento por declaração ou misto: neste tipo de lançamento, o sujeito passivo presta a declaração ou informação, a Fazenda pública efetua o lançamento e só então o sujeito passivo efetua o pagamento ou tenta uma impugnação caso discorde da exigência (ex: declaração de bagagem quando se chega de vôo internacional. Modalidade pouquíssima utilizada);
126
Modalidades de Lançamento
Lançamento por arbitramento: o lançamento por arbitramento é técnica a ser empregada tanto no lançamento por declaração quanto no lançamento por homologação; é quando os documentos apresentados pelo sujeito passivo, ou suas declarações SEJAM OMISSAS, INCOMPLETAS, CONTROVERSAS OU INDIGNAS DE FÉ.
127
Modalidades de Lançamento
Revisão de Declaração: pode ser iniciada enquanto ainda não EXTINTO o direito da Fazenda Pública, que decai no prazo de 5 anos, contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; feita a revisão e efetuado novo lançamento, passa a fluir novo prazo.
128
Modalidades de Lançamento
Efeito Temporal do Lançamento: o lançamento impõe obrigação tributária desde a data do fato gerador, retroagindo no tempo; seus efeitos são ex tunc; ele será regido pela lei vigente à época da ocorrência do fato gerador, não sofrendo qualquer alteração em virtude de modificação ou revogação dessa lei.
129
Modalidades de Lançamento
Conseqüência Jurídica: Caso a Administração não proceda ao lançamento destinado a arrecadar tributo sob sua responsabilidade, os funcionários públicos estarão sujeitos a crime de responsabilidade funcional. Por ser ato administrativo vinculado (o lançamento), a Administração não tem a opção de não praticá-lo, como no caso de ato administrativo discricionário; sendo vinculado, tem caráter obrigatório.
130
Modalidades de Lançamento Alteração do Lançamento: o lançamento somente poderá
ser alterado:
por iniciativa do sujeito passivo mediante impugnação, por via administrativa ou judicial;
por recurso de ofício de iniciativa do fisco impetrado contra decisão judicial de primeira instância;
por iniciativa de ofício da autoridade administrativa para obedecer determinação legal, para suprir a falta de declaração do sujeito passivo, ou em casos de irregularidades previsto em lei.
131
Suspensão do Crédito Tributário Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das
leis reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
132
Suspensão do Crédito Tributário V – a concessão de medida liminar ou de
tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
133
Causas Suspensivas do Crédito Tributário
É o ato ou o fato A QUE A LEI ATRIBUI O EFEITO de adiar a exigibilidade do tributo. Podem ser:
134
Causas Suspensivas do Crédito Tributário Moratória é a prorrogação do prazo inicial para
pagamento do tributo
Exige lei ordinária – Só a entidade tributante pode conceder moratória
Moratória é diferente de parcelamento que consiste em NOVAÇÃO (nova obrigação, nova data, novo valor com a extinção da obrigação anterior)
É uma medida de política fiscal (conseqüência de crises).
135
Causas Suspensivas do Crédito Tributário Depósito integral do montante tributado para que seja
causa suspensiva deve ser depositado o valor integral cobrado pela Fazenda Pública.
Se o contribuinte perder a ação, nada será cobrado já que a conta judicial faz atualização e se ganhar o dinheiro será devolvido com correção monetária
o depósito é uma faculdade para o contribuinte, não um dever (a Lei que exige o depósito é considerada pelo Poder Judiciário inconstitucional, apesar de não ter decisão expressa).
136
Causas Suspensivas do Crédito Tributário Interposição de recurso administrativo só será causa
suspensiva se o recurso tiver efeito suspensivo; sendo assim, a Fazenda Pública não poderá ajuizar a Execução Fiscal, enquanto não decidido o recurso.
o contribuinte não precisa esgotar as vias administrativas para ir ao judiciário - é faculdade.
decisão administrativa não faz coisa julgada, é possível a Fazenda Pública ajuizar ação judicial contra o julgamento administrativo, isto porque, o judiciário é para todos, é universal
137
Causas Suspensivas do Crédito Tributário Concessão de Liminar a tutela antecipada pode ser
considerada como uma liminar; é também uma antecipação de tutela.
liminar de mandato de segurança não vincula o juiz, ele pode caça-la a qualquer momento e, por fim, denegar a segurança (não é possível denegar a segurança e não caçar a liminar).
liminar pode ser restabelecida pelo tribunal ad quem, pelo relator se distribuída a ação ou pelo presidente do tribunal antes da distribuição.
as obrigações acessórias persistem mesmo que suspensa a exigibilidade do crédito tributário
138
Moratória A moratória somente pode ser concedida: I - em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de direito público
competente para instituir o tributo a que se refira; b) pela União, quanto a tributos de competência dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado;
139
Moratória
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior.
140
Extinção do Crédito Tributário
Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda;
141
Extinção do Crédito Tributário
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento;
VIII - a consignação em pagamento; IX - a decisão administrativa irreformável,
assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
142
Extinção do Crédito Tributário X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação (entregar alguma coisa em
pagamento de outra) em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
143
Extinção do Crédito Tributário Em resumo: é o desaparecimento deste
(da exigibilidade, pois o crédito surge com a ocorrência do fato gerador); sua forma mais comum é o pagamento, que significa a satisfação do direito creditório;
144
Extinção do Crédito Tributário Na verdade são causas extintivas da
obrigação tributária e, não somente do crédito tributário. São elementos da obrigação: sujeito ativo, passivo e crédito tributário – atingindo qualquer um deles, desaparece a obrigação.
145
Extinção do Crédito Tributário A obrigação não se perpetua no tempo;
nasce para morrer e, com sua EXTINÇÃO desaparece o estado de sujeição do contribuinte.
146
Extinção do Crédito Tributário São causas extintivas: Pagamento causa extintiva por excelência. Pode
ser considerado: quanto ao tempo: a lei estabelece os termos
genéricos e o lançamento fixa 30 dias da notificação. Se feito em prestações sucessivas, aplica o vencimento antecipado, salvo com relação ao IPTU
147
Extinção do Crédito Tributário
quanto ao lugar: domicílio da pessoa física ou sede da pessoa jurídica
quanto ao modo: deve ser em moeda corrente ou equivalente
Repetição do indébito: o contribuinte tem o direito de pagar só o que deve e o que for pago a maior (indébito tributário) deve ser restituído.
148
Extinção do Crédito Tributário Ação de Repetição de Indébito: em regra a Fazenda Pública se recusa a
restituir e nega os juros e a correção monetária.
a legitimidade é de quem recolheu a maior, ainda que tenha culpa pelo erro.
149
Extinção do Crédito Tributário prazos: prescreve em 5 anos da data do recolhimento -
passado este prazo persiste o direito de restituir mas não pela ação de repetição
prescreve em 2 anos contados da data da decisão administrativa que denegou o pedido de repetição – quando esgotada a via administrativa.
150
Extinção do Crédito Tributário “A restituição de tributos que comportem,
por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.”
151
Pagamento
A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário.
O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.
152
Pagamento Indevido
O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento.
153
Pagamento Indevido
Pagamento: é a entrega ao sujeito ativo, pelo passivo ou por qualquer outra pessoa em seu nome, da quantia correspondente ao objeto do crédito tributário; o pagamento de uma parcela não importa presunção de pagamento de outras, nem o pagamento de um crédito faz presumir-se o pagamento de outro, referente ao mesmo ou a outros tributos;
154
Pagamento Indevido
se não for fixada a data para pagamento do tributo, será de 30 dias após a data em que se considera o contribuinte ou responsável regularmente notificados do lançamento.
155
Pagamento Indevido
Imputação de Pagamento: é o ato jurídico praticado pelo devedor de vários débitos da mesma natureza a um único credor, que consiste na escolha de qual deles pretenda extinguir; na legislação tributária, a escolha é feita pela autoridade administrativa competente, devendo obedecer a seguinte ordem:
156
Pagamento Indevido
1) débitos por obrigação própria; 2) débitos decorrentes de
responsabilidade tributária; no caso de tributos de várias espécies, a imputação seguirá a seguinte ordem:
contribuições de melhoria; taxas; impostos;
157
Pagamento Indevido
quanto aos prazos de prescrição, a ordem deverá ser crescente; quanto aos valores, a ordem deverá ser decrescente.
158
Pagamento Indevido
Pagamento Indevido e Restituição: a legislação tributária prevê
as seguintes hipóteses para que o sujeito passivo tenha direito à restituição total ou parcial do tributo:
159
Pagamento Indevido cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido
ou maior que o devido em face da legislação tributária correspondente, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
erro na indicação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;
reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
160
Compensação e Transação
Compensação: prevista no Código Civil e no art. 170 do CTN.
Transação: prevista no Código Civil e no art. 171 do CTN.
161
Compensação e Transação
Transação é um acordo celebrado em lei entre o fisco e o contribuinte (exceção do parcelamento, que não exige lei): a primitiva obrigação desaparece cedendo lugar à nova obrigação – NOVAÇÃO (novos valores e novas datas)
162
Compensação e Transação
Compensação é uma das formas de extinção de obrigação recíproca equivalente de débitos entre contratantes, sendo que a Administração Pública pode autorizar a compensação de créditos tributários, desde que líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do SUJEITO PASSIVO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA;
163
Compensação e Transação
para que possa ser autorizada, é necessário que haja extinção mútua das respectivas obrigações, até o montante em que os respectivos valores possam ser encontrados ou compensados; só poderá ser efetuada entre tributos e contribuições da mesma espécie.
164
Compensação e Transação
Requisitos: mesmas partes créditos liquidados (liquido e certo) autorização legislativa para compensar.
Espécies: convencional (não permitida) legal (possível)
165
Remissão
Remissão: consiste na “liberação graciosa da dívida” (perdão do tributo e penalidades e juros de mora. Não confundir com anistia que é o perdão apenas da penalidade);.
166
Remissão Em resumo remissão é um perdão legal do crédito
tributário (diferente de remição que significa pagamento). concedida por lei (lei remissiva) – deve ser da mesma
espécie normativa que criou o tributo; deve ser da mesma pessoa política tributante:
lei específica uma pessoa não pode perdoar tributo de outra
é medida de política fiscal para os doutrinadores atinge só o tributo mas, o CTN inclui
também a multa (perdão de multa é ANISTIA)
167
Prescrição e Decadência
Se a causa externa legal ocorreu antes do lançamento, é caso de decadência (também chamada de caducidade); se depois, é caso de prescrição.
Ambas ocorrem em 5 anos.
168
Prescrição e Decadência
Prescrição é a perda do direito de ação e, de toda sua capacidade defensiva, por não ter sido exercida durante certo tempo (desaparece a ação que viabiliza o direito, mas não o direito)
o prazo prescricional pode ser suspenso ou interrompido
169
Prescrição e Decadência Requisitos (devem estar todos presentes): I) existência de uma ação exercitável; II) inércia do titular desta ação; III) prolongamento de inércia durante certo
tempo; IV) ausência de qualquer fato que a lei atribua o
efeito de impedir, suspender ou interromper a fluência do lapso prescricional
170
Prescrição e Decadência
só ocorre depois do lançamento (quando começa a ser contada)
quem paga tributo prescrito não tem direito à restituição
171
Prescrição e Decadência Causas suspensivas da Prescrição: I) moratória, depósito do montante, recurso
administrativo e concessão de liminar (as que suspendem o crédito tributário);
II) quando a dívida ativa do contribuinte inadimplente estiver inscrita em livro próprio, o contribuinte terá 180 dias para tomar as providências, ficando suspensa a prescrição;
172
Prescrição e Decadência
III) o prazo é suspenso se o contribuinte não for encontrado para a citação ou não tiver bens que garantam a execução (suspende indefinidamente)
173
Prescrição e Decadência
Causas interruptivas da Prescrição: citação pessoal feita ao devedor - considera
interrompida da data do despacho que ordena a citação;
protesto judicial - não vale extrajudicial;
174
Prescrição e Decadência
qualquer ato judicial que constitua em mora do devedor (ex. notificação, interpelação judicial ou intimação);
qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor (ex. pedido de parcelamento)
175
Prescrição e Decadência
Decadência é a perda do direito pelo seu não exercício por certo lapso de tempo.
A Decadência não se suspende, nem se interrompe.
176
Prescrição e Decadência
o lançamento é um divisor entre a prescrição e a decadência: ANTES DO LANÇAMENTO SÓ OCORRE DECADÊNCIA;
quem paga tributo lançado a destempo (depois de ocorrida a decadência) tem direito de restituição (diferente da prescrição)
177
Prescrição e Decadência
Prazo da Decadência varia dependendo do tipo de lançamento:
direto ou misto – DECAI EM 5 ANOS, contados do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (a lei fixa a data em que deve ser realizado)
178
Prescrição e Decadência
por homologação – a fazenda pública pode homologar em até 5 anos da ocorrência do fato imponível; se permanecer em silêncio ocorre a homologação tácita e, com isso, a extinção da obrigação, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando o prazo passa a ser de 20 anos.
179
Demais Modalidades de Extinção
A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.
180
Exclusão do Crédito Tributário
Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia.
181
Exclusão do Crédito Tributário é benefício fiscal, que consiste na dispensa da
exigibilidade de determinado tributo, por parte da Fazenda Pública, nos termos expressamente previstos em lei; significa evitar que ele se constitua; pode ocorrer mediante ISENÇÃO e ANISTIA.
Incidência: corresponde ao fato ou situação em que o tributo é devido; dado o fato gerador concreto, recai ou incide sobre ele o tributo previsto na lei.
182
Exclusão do Crédito Tributário Não-incidência: corresponde a um fato
ou a uma situação que ficou fora do alcance da norma tributária; pode decorrer de IMUNIDADE ou ISENÇÃO.
Imunidade: consiste na vedação constitucional do tributo; a CF proíbe a instituição de tributos em certos casos.
183
Isenção e Anistia
ISENÇÃO E ANISTIA Isenção: é a dispensa do tributo por força de
lei; corresponde a uma norma aditiva, que modifica a norma básica, fazendo com que um tributo, em regra devido, não o seja, devido a certas circunstâncias. Pode ser:
de caráter geral: (quando beneficia todos os contribuintes do território diretamente)
184
Isenção e Anistia
de caráter individual: (quando atinge determinados contribuintes, dependendo de despacho mediante o requerimento do interessado);
objetiva ou real: (quando se referir a um produto ou mercadoria),
subjetiva ou pessoal: (quando tocar o caráter pessoal do beneficiário);
185
Isenção e Anistia
Pode ser ainda: onerosa ou simples, por prazo indeterminado ou por prazo certo, ampla ou restrita;
em regra pode ser modificada ou revogada por lei a qualquer tempo, equivalendo a criação de um novo tributo, que deverá respeitar o princípio da anualidade.
186
Isenção e Anistia
Anistia: é a exclusão do crédito tributário relativo a penalidades pecuniárias; pela anistia, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo, infrator da legislação tributária, impedindo a constituição do crédito tributário.
187
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário
188
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário embora não seja clara a diferença, é possível
afirmar que a GARANTIA assegura o direito de receber o crédito e o PRIVILÉGIO se refere à ordem de pagamento em relação a outros credores;
189
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário de regra, todos os bens do sujeito passivo
respondem pelo pagamento do crédito fiscal, mesmo os com garantia real e os gravados; somente os bens apontados em lei como absolutamente impenhoráveis escapam dessa garantia;
190
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário com exceção dos créditos trabalhistas o
crédito tributário deve ser pago antes dos demais; MAS OS CRÉDITOS VENCIDOS E VINCENDOS, EXIGÍVEIS NO CURSO DA FALÊNCIA SÃO CONSIDERADOS ENCARGOS DA MASSA E SÃO PAGOS ANTES MESMO DOS TRABALHISTAS E DAS DÍVIDAS DA MASSA;
191
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário havendo concurso de credores, a União fica
em primeiro lugar para cobrar o respectivo crédito, vindo depois os Estados e os Municípios;
192
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário o crédito fiscal não se sujeita a concordata;
porém, para concessão de concordata ou declaração de extinção das obrigações do falido é obrigatória a prova de quitação de todos os tributos referentes à atividade mercantil;
a sentença de julgamento da partilha ou adjudicação somente será proferida com prova de quitação de todos os tributos relativos ao espólio.
193
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário A enumeração das garantias atribuídas ao
crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram.
194
Preferência
O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho.
195
Preferência
O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União; II - Estados, Distrito Federal e Territórios,
conjuntamente e pró rata; III - Municípios, conjuntamente e pró rata.
196
Fiscalização
. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.
197
Dívida Ativa
Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.
198
Certidões Negativas
A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.
199
Administração Tributária
200
Administração Tributária
Conceito: envolve a fiscalização e a arrecadação de tributos, bem como autos de infração, orientação aos contribuintes e a expedição de certidões.
201
Administração Tributária
Fiscalização: A competência das autoridades administrativas
em matéria de fiscalização é regulada na legislação tributária; indispensável, portanto, que a fiscalização seja feita por pessoas às quais a legislação atribua competência para tanto, em caráter geral, ou especificadamente, em função do tributo de que se tratar;
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Administração Tributária
todo ato da administração tributária só tem validade se praticado por quem tenha competência para tanto; as normas dessa legislação, quando não constem de lei, evidentemente devem tratar apenas de aspectos procedimentais, ou de simples obrigações acessórias.
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Atividade fiscalizadora: consiste no exame de livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais dos comerciantes, industriais ou produtores, e estes têm o dever de exibi-los, sempre que solicitados pelos agentes do fisco.
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Objetivo da fiscalização tributária: é a correta aplicação da lei tributária, devendo o fisco exigir do contribuinte o devido cumprimento das normas, mediante seu enquadramento na legislação pertinente.
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Procedimento de fiscalização: inicia-se com a diligência, que deverá ser documentada pela autoridade que proceder ou presidir à diligência, lavrando-se os termos necessários para tal, na forma da legislação aplicável, e fixando os prazos para sua conclusão.
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Dívida Ativa: constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular;
é o crédito da Fazenda Pública proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas;
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Administração Tributária
o crédito é levado a inscrição como dívida depois de definitivamente constituído; a inscrição não é ato de constituição do crédito tributário; pressupõe que este se encontre regular e definitivamente constituído, e ainda que se tenha esgotado o prazo fixado para seu pagamento;
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a dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez; a certidão de inscrição respectiva tem o efeito de prova pré-constituída; essa presunção, todavia, é relativa, podendo ser elidida por prova inequívoca a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a quem aproveite;
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a dívida ativa regularmente inscrita é líquida e certa até prova em contrário;
líquida, quanto ao seu montante; certa, quanto a sua legalidade; o executado, se alegar que não deve, ou
deve menos, terá o ônus de provar o alegado.
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Certidões negativas: a lei poderá exigir que a prova de quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feito por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado que contenha todas a informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade, e indique o período a que refere o pedido;
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o prazo legal dado à repartição para expedir o documento é de 10 dias contados da data da entrada do requerimento na repartição.
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Brocados Jurídicos
Juris tantum: de direito, até que se prove o contrário; apenas de direito.
Juris et de jure: de direito e por direito.
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Lei nº 8.137, de 1990
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Crimes contra a Ordem Tributária Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou
reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
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Crimes contra a Ordem Tributária III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda,
ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
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Crimes contra a Ordem Tributária Parágrafo único. A falta de atendimento da
exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
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Crimes contra a Ordem Tributária Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
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Crimes contra a Ordem Tributária III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte
beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
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Crimes contra a Ordem Tributária V - utilizar ou divulgar programa de
processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
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Crimes contra a Ordem Tributária Funcionário Público: Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária,
além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
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Crimes contra a Ordem Tributária II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
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Crimes contra a Ordem Tributária III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.
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Crimes contra a Ordem Tributária Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal
pública, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
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Crimes contra a Ordem Tributária Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei,
cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)
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Lei nº 9.983, de 2000
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Alterações no Código Penal Art. 1º São acrescidos à Parte Especial do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, os seguintes dispositivos:
"Apropriação indébita previdenciária"
"Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:"
"Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa."
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Alterações no Código Penal "§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:"
"I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;"
"II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;"
"III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social."
228
Alterações no Código Penal "§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal."
"§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:"
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Alterações no Código Penal "I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e
antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou"
"II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais."
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Alterações no Código Penal "Inserção de dados falsos em sistema de informações"
"Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:"
"Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa."
231
Alterações no Código Penal
"Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações"
"Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:"
"Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa."
232
Alterações no Código Penal
"Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado."
233
Alterações no Código Penal "Sonegação de contribuição previdenciária"
"Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:"
"I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;"
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Alterações no Código Penal "II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;"
"III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:"
"Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa."
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Alterações no Código Penal "§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente,
declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal."
"§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:"
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Alterações no Código Penal
"I – (VETADO)"
"II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais."
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Alterações no Código Penal "§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua
folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa."
"§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social."
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Termos Jurídicos
Juris tantum: de direito, até que se prove o contrário; apenas de direito.
Juris et de jure: de direito e por direito.