Upload
internet
View
106
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
11
Memorial da América Latina – São Paulo 2011Memorial da América Latina – São Paulo 2011
O controle da doença de Chagas no O controle da doença de Chagas no BrasilBrasil
História de sucessos e desafios História de sucessos e desafios esperáveisesperáveis
João Carlos Pinto DiasJoão Carlos Pinto DiasFundação Oswaldo Cruz , FM-UFMG e Fundação Oswaldo Cruz , FM-UFMG e
Academia Mineira de MedicinaAcademia Mineira de Medicina
(declara não haver conflitos de interesses)(declara não haver conflitos de interesses)
22
Um contexto fundamental ao longo da históriaA América Latina foi o berço da expansão da DCH
• A circulação do parasito foi complexa e ancestral• O índio brasileiro estava à parte, o inca não;• Densidade demográfica baixa, até meados do século XIX • Concentrações e mosaicos passados e atuais• Desmatamentos, migrações e o rancho como fatores de infestação, domiciliação e
dispersão• Dois modelos principais na domiciliação:
– Espécies autóctones: ação antrópica e espaços abertos– Espécies introduzidas (T.infestans e T. rubrofasciata): carreamento + contiguidade
• O rancho e sua provisoriedade, como produto:– De relações de produção– De escravatura (modelo de construção, quilombos, pobreza)– De nomadismo, perseguições e problemas de terra
33
Antecedentes epidemiológicos
• Evidencias de focos triat. e humanos: Séculos XVIII e XIX;• Expansão de P.megistus yeT. brasiliensis: finais do sécuo XIX;• Invasão de T.infestans: Século XVIII (Sul); expansão: Séculos XIX-XX• 1945 – 1955: prevalências focais até 60% (escolares 40%) /áreas de T. infestans;• 1978 - 1980:
– 2.400 municípios infestados (taxa ID > 15%);– T.infestans em 710 municipios, com infecção natural > 15%– 4,46% população rural infectada (0,3 – 8,8%): > 5 milhões de infectados– Estimada cardiopatia 30% ou mais em adultos (megas até 10%)– Estimada FCI 50% (evolução + 3% a/a)– Mortalidade> 10.000 pacientes/ano– Bancos de sangue controlados < 13,0%– Prevalência em b. sangue + 3,5% (0.1- 17%)
44
Alguns Marcos Históricos (I)
• 1908-9: Chagas descobre o agente e a DCH• 1911-13: Chagas e Neiva intuem a dimensão continental da DCH• 1912-13: xenodiagnóstico, RFC, transmissão congênita e a enzootia• 1918: Profilaxia rural: 1a. Lei sobre a habitação rural (Paraná)• 1922: descrição da CCC, ECG, primeiros inseticidas• 1926: Mazza, Nicolle e Patterson: MEPRA• 1933-35: casos agudos na Argentina e sinal de Romaña• 1940-44: Foco e posto de Bambui• 1947: BCH e CCC (humana e experimental)• 1947-8: primeiro inquérito sorológico/eletrocardiográfico
55
Alguns Marcos Históricos (II)
• 1949-51: Bancos de sangue (problemas e estratégias)• 1950-7: Caracterização da CCC e generalização dos inquéritos; • 1954-9: caracterização das formas digestivas;• 1954-62: sistematização e expansão do controle vetorial;• 1960-70: avanços nos nitrofuranos e benzonidazol• 1970: consolidação do controle vetorial em São Paulo• 1970-80: amiodarone, inibidores de ECA, marcapassos• !980-90: expansão dos programas de controle: prioridade e vigilância• 1991: primeira Iniciativa Intergovernamental (Ti + B sangue)• 1997: certificação do Uruguai, logo a do Chile• 2002 Certificação de 7 Estados Brasileiroa• 2006: certificação do Brasil
66
Ações de controle & câmbios políticos e demográficos no Brasil
• Programa vetorial:• Formatado em 1956• re estruturado 1976• priorizado 1983
• Vigilância: 5% (1980) > 80% (2001) • Bancos de sangue: controle 13% (1981) > 75% (1986) > 98%
(2004) > 99,5% (2009);• Doadores +: 3% (1978) > 0,4% (2009);• População rural: 75% (1950) > 25% (2000)• Ranchos: > 700.000 (1978) < 100.000 (1998)
• (em Bambui MG >70% (1948) >> 0 (2010)
77
O vetor: Principal elemento de transmissão da DCHO vetor: Principal elemento de transmissão da DCH
88
Fonte: Silveira, A. C.. Current situation with the control of vector-borne Chagas’ disease transmission in the Americas. In: Atlas of Chagas’ disease vectors in the Americas. 1999.
INCOSUL
ANDINOS
CENTROAMERICANOS
México
Bolbodera scabrosaTriatoma rubrofasciataT. maculataT obscuraT. flavidaT. brugneriP.geniculatus???
CARIBE
99
ÁREA COM RISCO DE TRANSMISSÃO VETORIAL DA DOENÇA DE CHAGAS. BRASIL*. 1983
* Com exceção do Estado de SP
Fonte: SILVEIRA A. C., ; REZENDE, D.F. (1984).
Àrea de detecção domiciliarÀrea de detecção domiciliar
1010
Levantamento Triatomínico domiciliar entre 1975 e 1983: Exemplares capturados por espécie, examinados e positivos para T. cruzi.
GÊNERO E ESPÉCIEGÊNERO E ESPÉCIENÚMERO DE EXEMPLARESNÚMERO DE EXEMPLARES
CAPTURADOSCAPTURADOS EXAMINADOSEXAMINADOS POSITIVOSPOSITIVOS % POSITIVDADE% POSITIVDADE
Triatoma sordida 189,260 97,595 2,222 2.3
Triatoma infestans 162,136 92,551 8,079 8.7
Panstrongylus megistus 149,248 114,155 3,988 3.5
Triatoma pseudomaculata 125,634 85,950 1,481 1.7
Triatoma brasiliensis 99,845 57,983 3,904 6.7
Rhodnius nasutus 23,375 21,705 32 0.1
Rhodnius neglectus 3,075 625 17 2.7
Panstrongylus lutzi 186 96 4 4.2
Triatoma rubrofasciata 73 70 0 0
Panstrongylus geniculatus 52 37 0 0
Triatoma melanocephala 52 38 2 5.3
Triatoma rubrovaria 44 23 0 0
Panstrongylus diasi 18 18 0 0
Triatoma vitticeps 13 5 0 0
Rhodnius pictipes 7 1 0 0
Rhodnius brethesi 4 4 0 0
Triatoma petrochii 1 1 0 0
TOTAL 753,030 470,857 19,729 4.2
Apud AC Silveira et al, 1984
111111
Controle e infestação: estratégia e manutenção.
Infestation
Time
Attack phase (mass intervention)
Vigilance phase (selective intervention)
Detection level
Attack threshold
Apud Schofield 1988
11
1212
Área amazônica:
Área de transição
Área não amazônica:Eliminação T. infestans
Vetores principalmente peridomiciliares
Doença de Chagas no Brasil – cenário epidemiológico atualDoença de Chagas no Brasil – cenário epidemiológico atual
Vetores silvestres – não domiciliadosTransmissão oral.Vetores silvestres – não domiciliadosTransmissão oral.
1313
Casa rural não infestada mas palco de transmissão oralApud Neves Pinto, 2011
Um Interregno: A Amazônia
1414
1515
1616
MacapáBarcelos
BelémN. Airão
Acre
Manaus São Luis
Santarém
Epidemiolgical profilesEpidemiolgical profiles
Chagas Disease in the Amazonic Region Chagas Disease in the Amazonic Region
Hypoendemic areas
Hotspot
Detected human cases
Domiciliation fociiApud Junqueira et al 2009
1717Apud Junqueira et al 2009
Um possível modelo de transmissão oral na Amazônia Brasileira a partir da contaminação de suco artesanal de açaí por triatomíneos silvestres advindos de palmeiras vizinhas
17
18181818
Amazônia: será a grande área endêmica do futuro ?
• Retrospecto das últimas décadas:– Áreas desmatadas: não colonização de vetores nativos nem
alóctones;– Bancos de sangue e morbi-mortalidade: baixos e estáveis– Casos agudos: diferentes no perfil clinico/epidemiológico– Inquéritos nacionais: índices muito baixos. Bolsões ?– Microepidemias: ocorrem aleatoriamente. Padrões– T cruzi I exclusivo ou predominante: significado ?
1919
Problema prioritário: o controle do Triatoma infestans.
Levantamento entomológico de base (situação “ inicial”) . Brasil *. 1975-1983.
DISPERSÃO: 13 estados e 726 municípios (desconsiderando-se achados isolados e únicos em SC,SE e MA)
Fonte: Silveira AC, Feitosa VR, Borges R. (1984)
* à exceção do estado de São Paulo
2020
Doença de Chagas – sequência da luta contra o principal transmissor no Brasil
1996
1989/92
1999
2121
Doença de Chagas no Brasil– a vitória sobre o Triatoma infestans
Resíduos do T.infestans no Brasil. 2003.
Resíduos do T.infestans no Brasil. 2003.
Certificação do Brasil: 2006Certificação do Brasil: 2006
Fonte: MS/SVSFonte: MS/SVS
: últimos focos
2222
ÁREA CONHECIDA DE INFESTAÇÃO RESIDUAL. Triatoma infestans. Brasil. 2007.
Fonte: SVS/MS
Municípios: 11Localidades: 13Unidades domiciliares: 14Exemplares capturados: 63
Municípios: 2Localidades: 4Unidades domiciliares: 7Exemplares capturados: 142
2323
Número das principaies espécies de triatomineos capturadas e percentual de redução. Brasil, 1983 a 2001.
1983 2001
Triatoma infestans 162.163 93 -99,9
Panstrongylus megistus 149.248 2.597 -98,6
Triatoma pseudomaculata 125.634 63.694 -49,3
Triatoma sordida 189.260 32.474 -82,8
Triatoma brasiliensis 99.845 67.972 -31,9
Ano
(%)
Percentual de ReduçãoEspécie
Fonte: MS/SVS/G.T. Controle de vetores
2424
Exemplares de triatomíneos capturados por espécie. Dados acumulados para o período 2004 a 2008. Brasil.
307.203
135.642130.902
20.41810.822 7.184 4.698 3.557 3.457 3.265 508
7.417
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
T sordida T.pseudomaculata T.brasiliensis P.megistus P.lutzi R.neglectus
T.rubrovaria R.nasutus T.rubrofasciata P.geniculatus T.infestans Outras
Fonte: SVS/ Ministério da Saúde
2525
Evolução epidemiológica da DCH no Brasil entre 1978 e 2004
Parâmetros consideradosParâmetros considerados 19781978 20042004Municípios c/ transmissão vetorialMunicípios c/ transmissão vetorial 2.8002.800 <100<100
Municípios com Municípios com T. infestansT. infestans > 700> 700 <10<10
Incidência anual estimadaIncidência anual estimada
________________________________________________
Prevalência estimadaPrevalência estimada
100.000100.000
__________________
5.000.0005.000.000
< 200 (??< 200 (??
____________________
2.000.0002.000.000
Controle vetorialControle vetorial IncipienteIncipiente Em vigilânciaEm vigilância
Controle de bancos de sangueControle de bancos de sangue ++ 8% 8% >98%>98%
Incidência anual em b. sangue Incidência anual em b. sangue
__________________________________________________________________
Mortalidade Anual específicaMortalidade Anual específica
10.000-1500010.000-15000
________________________
>7.000>7.000
<20<20
______________________________
++ 4.000 4.000
Mediana da idade de morteMediana da idade de morte 45 anos45 anos 65 anos65 anos
População rural População rural 75%75% <25%<25%
2626
IN IC IA T IV A D E L C O N O S U R IN IC IA T IV A D E L C O N O S U R B R A S ILB R A S IL : : E lim in a c io nE lim in a c io n d e d e la T ra n s m is io nla T ra n s m is io nd e d e la E n fe rm e d a dla E n fe rm e d a d d e C h a g a s , 1 9 8 2d e C h a g a s , 1 9 8 2 -- 9 8 .9 8 .
"
"
"
18,5
0,2
0
!
!!
26
4,82,7
80 85 90 95 20000
0,1
1
10
100Tasas x 100
Infestacion domiciliar
Incidencia (7-14 anos)!"
27272727
DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS EXAMINADOS E POSITIVOS PARA INFECÇÃO CHAGÁSICA SEGUNDO FAIXA
ETÁRIA. ESTADO DE SÃO PAULO, 1990 A 1999.
DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS EXAMINADOS E POSITIVOS PARA INFECÇÃO CHAGÁSICA SEGUNDO FAIXA
ETÁRIA. ESTADO DE SÃO PAULO, 1990 A 1999.
Faixa Etária Nº de examinados Nº de positivos %
0 - 5 591 0 0,0
6 - 9 814 0 0,0
10 - 14 802 4 0,5
15 - 19 569 1 0,2
20 - 29 851 3 0,4
30 - 39 810 12 1,5
40 - 49 639 28 4,4
50 (+) 903 47 5,2
TOTAL 5979 95 1,6
Faixa Etária Nº de examinados Nº de positivos %
0 - 5 591 0 0,0
6 - 9 814 0 0,0
10 - 14 802 4 0,5
15 - 19 569 1 0,2
20 - 29 851 3 0,4
30 - 39 810 12 1,5
40 - 49 639 28 4,4
50 (+) 903 47 5,2
TOTAL 5979 95 1,6
Fonte: LABORATÓRIO DE SOROEPIDEMIOLOGIA/SUCEN Fonte: LABORATÓRIO DE SOROEPIDEMIOLOGIA/SUCEN
2828
PercentualProgramados Trabalhados Estimado Recebidas Examinadas Positivas de positividade
Acre 8 0 993 0 0 0 ...Alagoas 41 41 4.174 3.742 3.742 4 0,11Amapá 6 456Amazonas 25 3.857Bahia 168 166 21.257 15.451 14.823 19 0,13Ceará 77 73 10.303 10.150 9.839 5 0,05Distrito Federal 1 1 443 324 323 0 0,00Espírito Santo 31 2.494Goiás 88 62 4.958 1.185 1.053 0 0,00Maranhão 87 13.737Mato Grosso 50 0 3.057 0 0 0 ...Mato Grosso do Sul 31 28 2.255 771 452 0 0,00Minas Gerais 341 341 19.331 11.299 11.244 30 0,27Pará 65 35 8.813 3.897 1.403 0 ...Paraíba 89 89 4.712 3.024 3.024 3 0,10Paraná 160 8.349Pernambuco 74 45 11.944 3.436 2.233 0 0,00Piauí 89 4.874Rio de Janeiro 37 2.174Rio Grande do Norte 65 3.156Rio Grande do Sul 189 188 9.402 4.564 4.319 16 0,37Rondonia 21 2.142Roraima 7 5 311 136 0 0 ...Santa Catarina 118 4.777São Paulo 258 8.308Sergipe 30 31 2.188 2.733 1.880 0 0,00Tocantins 55 56 1.738 1.080 1.080 0 0,00
Total 2.211 1.161 160.203 61.792 55.415 77 0,14
Municípios Número de amostrasEstado
Inquérito Nacional de Soroprevalência da Infecção Chagásica – Relatório Preliminar (2005)
Em 2005 era praticamente nula a prevalência de DCH abaixo dos 5 anos de idade
2929
19641974
19841994ANO
Artigas
Bambuí0
5
10
15
20
25
pre
valê
nci
a (%
) Prevalência da infeção chagásica entre doadores de sangue
de Artigas (Uruguai) e Bambuí (MG-Brasil), por ano.
3030
Correlação entre a prevalência da infeção chagásica e a idade entre doadores de
sangue latino-americanos em anos recentes (Wendel, 1997)
(r= 0,993, p=0,001)
pre
valê
nci
a (%
)
IDADES (ANOS)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
22 32 42 52 62
3131
Soroprevalência da infecção por Trypanosoma cruzi entre gestantes – Departmento de Artigas – Uruguai
28,8
15,6
10,3
3,3
0
5
10
15
20
25
30
So
rop
rev
alê
nci
a (%
)
1966 1973 1983 1993
Anos
3232
Coeficiente de mortalidade específica por Coeficiente de mortalidade específica por doença de Chagas/100.000 HABS. Brasil, 1980 doença de Chagas/100.000 HABS. Brasil, 1980
> 2006> 2006..
5,2
5,45
4,8 4,9 4,7 4,6 4,4 4,5 4,34,1
3,7 3,8 3,8 3,5 3,5 3,4 3,4 3,3 3,23 2,8 2,8 2,8
2,7 2,7 2,7
0
1
2
3
4
5
6
80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 2000 2002 2004 2006
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM
1980 2006
3333
3434
Mortalidade por Doença de Chagas por Região do Brasil em 2006
(Fonte: SIM ( datasus.gov.br ) acessado 24/8/2010)
RegiãoRegião Taxa Taxa mortalidade*mortalidade*
Total de Total de óbitosóbitos
Óbitos por Óbitos por DChDCh
% óbitos % óbitos
DCh/TotalDCh/Total
% óbitos/DCh % óbitos/DCh
no Paísno País
BrasilBrasil 6,16,1 1.031.6911.031.691 4.9304.930 0,480,48 100,00100,00
NorteNorte 6,56,5 55.87255.872 6666 0,120,12 1,331,33
NordesteNordeste 6,56,5 256.139256.139 1.0571.057 0,410,41 21,4421,44
SudesteSudeste 5,95,9 493.850493.850 2.5192.519 0,510,51 51,1051,10
SulSul 5,85,8 163.388163.388 267267 0,160,16 5,425,42
C. OesteC. Oeste 5,85,8 62.44262.442 1.0211.021 1,641,64 20,7120,71
*: Taxa de óbitos padronizada/1.000 habitantes
353535
Hospitalization due to HCD in Brazil, by age groups, Hospitalization due to HCD in Brazil, by age groups, between January 2006 & December 2007between January 2006 & December 2007.. Siurce: datasus.gov.br Siurce: datasus.gov.br
(acess: 25/10/2010)(acess: 25/10/2010)
Age groups No. Hospitalizations ( %)Age groups No. Hospitalizations ( %) 0–190–19 156 156 4.83 4.83 20-2920-29 138 138 4.27 4.27 30-3930-39 212212 6.57 6.57 40-4940-49 390 12.09390 12.09 50-5950-59 534 16.54534 16.54 60-6960-69 683683 21.15 21.15 70 & + 1.116 35.56 70 & + 1.116 35.56
TOTAL 3.229 100.00 TOTAL 3.229 100.00
Observation: for the total 22,668.135 hospitalization, the general Observation: for the total 22,668.135 hospitalization, the general proportion due to HChD (3.229) was 0.014%proportion due to HChD (3.229) was 0.014%
85.34%
35
3636
DCH: Principais razões para a redução da incidência no
Brasil• Ações específicas:
– Aumento das ações de controle químico desde os anos 1975– Progressivo aumento da vigilância epidemiológica– Progressiva melhoria de casas rurais– Seleção de doadores nos bancos de sangue, mormente após advento HIV– Redução consequente de doadores e gestantes infectados, nos últimos 30 anos
• Razões contextuais– Migração rural urbana com redução da densidade demográfica rural– Progressiva mudança do modelo de produção rural :
– Economia de sobrevivência para larga escala agro industrial– Desflorestamento extensivo e intensificação de ações antrópicas
36
3737
Cinco marcos importantes na moderna epidemiología da doença de Chagas
humana no Brasil I. Curto prazo: virtual controle da transmissão vetorial e
transfusional, com manutenção de vigilância epidemiológica;
II. Médio prazo:
a) Redução significativa das princiais formas de transmissão;
b) Progressiva redução da morbi-mortalidade
c) Progressivo deslocamento demográfico de chagásicos para idades mais elevadas;
d) Superposição de agravos (HIV e crônico-degenerativos).
3838
Discussão sobre a morbi-Discussão sobre a morbi-mortalidademortalidade
• Inequivocamente os dados indicam Inequivocamente os dados indicam regressão;regressão;
• Não foi impacto do tratamento específico;Não foi impacto do tratamento específico;
• Pode ter sido impacto de:Pode ter sido impacto de:– Melhor cobertura e qualidade da atenção médica Melhor cobertura e qualidade da atenção médica
(assistência e insumos); (assistência e insumos); – Idem da seguridade social;Idem da seguridade social;– Urbanização como fator de menor sobrecarga de Urbanização como fator de menor sobrecarga de
trabalho;trabalho;– Efeito positivo da redução de reinfeções exógenas.Efeito positivo da redução de reinfeções exógenas.
3939
Consequências mediatas do controle
Um novo perfil clínico
• Tendências visíveis no Brasil desde os anos 1980:– Drástica redução de casos agudos e de incidência– Redução da prevalência abaixo dos 20 anos de idade– Progressivo decréscimo de quadros clínicos mais graves (CCC e
formas digestivas)– Consequente redução de mortalidade e hosppitalização– Aumento da expectativa de vida dos infectados (manejo??)– Consequente ddeslocamento de formas graves e mortalidade
para grupos etários mais elevados– Superposição à DCH por outras doenças e agravos (HIV e
desordens crônico degenerativas)
4040
Epidemiologia clínica atual no Brasil – Dimensões genéricas esperáveis (20 anos)
• Ainda eventuais agudos e congênitos, demandando atenção sobre febris prolongados e RN sugestivos (5-10% ??)
• Pelo menos 50% de crônicos indeterminados a partir de bancos de sangue e inquéritos/programas;
• Demanda espontânea priorizando até 40% de cardíacos iniciais;
• Predomínio de casos avançados nos hospitais, com redução progressiva de intensidade;
• Recordar que até 50% de crônicos digestivos apresentam cardiopatia chagásica associada.
4141
Rotas migratórias desde a América Latina e estimativas do número de infectados por DCH em regiões não endêmicas
Fonte: Coura JR & Albajar-Viñas Nature 465, S6—S7 (24 June 2010)
41
4242
Futuro, perspectivas....
METAS POSSÍVEIS :Interromper progressivamente a transmissãoReduzir la morbidade e a mortalidade
DESAFÍOS:• Manter a vigilância sobre o vetor e a transfusão de sangue. • Política ambiental e cuidado com áreas naturais• Manejo adequado da doença de Chagas congênita
• Atenção médica e seguridade social para os já infectados;
• Na Academia e Serviços: • Pesquisas adicionais e capacitação de Recurso Humano• Desdobramentos em Educação Formal• Estímulo continuado ao poder público
4343
Horizontes gerais da DCH no Brasil (20 anos)
• Redução e focalização de vetores domiciliados• Modificações e redução da densidade triatomínico/tripanossômica
em ecótopos naturais (mosaico e concentração)• Possíveis (mas pouco prováveis) áreas novas de
expansão/domiciliação (Amazônia, fronteiras agrícolas) • Êxodo rural e remanescência de bolsões de pobreza• Aumento da população urbana marginal sem infestação pelo vetor• Consolidação do programa de prevenção transfusional• Persistência de casos esporádicos de transmissão oral• Progressiva redução de recursos em pesquisa e controle
4444Fonte: SVS
4545
Doença de Chagas – cenário epidemiológico atual
Casos de DCA segundo UF / Brasil
Período: 2005 a 2010
Casos de DCA segundo UF / Brasil
Período: 2005 a 2010
UF 2005 2006 2007 2008 2009 2010 TOTAL Óbitos % LET AC - - - - 01 - 01 - AM - - 28 - 03 18 49 01 AP - 05 19 20 15 - 59 - CE - 08 - 01 - - 09 - BA - 13 - - - - 13 02 MA 02 02 02 05 01 - 12 01 MT - 01 01 - - - 02 - PA 07 85 109 99 236 10 546 11 PI - 01 01 01 - - 03 - SC 24 - - - - - 24 03 SP - 03 - - - - 03 01 TO - - 01 05 - - 06 -
TOTAL 33 118 161 131 256 28 727 19 2,6
Fonte: SVS/MSFonte: SVS/MS
Observação: 92,57% na Amazônia ( 75,10% no Pará)Observação: 92,57% na Amazônia ( 75,10% no Pará)
4646
Doença de Chagas – cenário epidemiológico atual
AnoAno CasosCasos OralOral %% VetorialVetorial %% IgnoradaIgnorada %%
20052005 3333 2727 82%82% 00 0%0% 66 18%18%20062006 118118 107107 91%91% 33 3%3% 88 7%7%
20072007 161161 119119 74%74% 33 2%2% 3939 24%24%20082008 131131 7474 56%56% 44 3%3% 5353 40%40%20092009 256256 165165 64%64% 66 2%2% 8585 33%33%2010*2010* 2828 2121 75%75% 11 4%4% 66 21%21%
TotalTotal 727727 513513 71%71% 1717 2%2% 197197 27%27%
*até 30/05/2010 *até 30/05/2010
Casos de DCA por tipo de transmissão - Brasil, 2005 a 2010*Casos de DCA por tipo de transmissão - Brasil, 2005 a 2010*
4747
Doença de Chagas – desafios
• Manter a interrupção da transmissão vetorial pelo Triatoma infestans e impedir a domiciliação de outras espécies através de vigilância sustentada
• Buscar, identificar e tratar os portadores crônicos da doença de Chagas com possibilidades de se beneficiar com o tratamento específico:
• Fomentar pesquisa e desenvolvimento de novas drogas para o tratamento específico e suportivo, especialmente em ICC e arritmias graves
•ASSEGURAR ATENÇÃO PRECOCE E CONTINUADA AOS INFECTADOS!!!!
• Pesquisa e desenvolvimento de testes rápidos para diagnóstico laboratorial da doença de Chagas e de teste indicativo de cura
• Manter a interrupção da transmissão vetorial pelo Triatoma infestans e impedir a domiciliação de outras espécies através de vigilância sustentada
• Buscar, identificar e tratar os portadores crônicos da doença de Chagas com possibilidades de se beneficiar com o tratamento específico:
• Fomentar pesquisa e desenvolvimento de novas drogas para o tratamento específico e suportivo, especialmente em ICC e arritmias graves
•ASSEGURAR ATENÇÃO PRECOCE E CONTINUADA AOS INFECTADOS!!!!
• Pesquisa e desenvolvimento de testes rápidos para diagnóstico laboratorial da doença de Chagas e de teste indicativo de cura
4848
Doença de Chagas – desafios
• Estabelecer estratégias de identificação dos pacientes com co-infecção HIV/Chagas
• Criar mecanismos de encaminhamento para a assistência, e acompanhamento dos casos positivos para T. cruzi na triagem sorológica dos hemocentros e do SUS
• Caracterizar o perfil desejável dos serviços para definir uma rede assistencial de referência para tratamento dos pacientes com cardiopatia chagásica
• Estabelecer estratégias de identificação dos pacientes com co-infecção HIV/Chagas
• Criar mecanismos de encaminhamento para a assistência, e acompanhamento dos casos positivos para T. cruzi na triagem sorológica dos hemocentros e do SUS
• Caracterizar o perfil desejável dos serviços para definir uma rede assistencial de referência para tratamento dos pacientes com cardiopatia chagásica
4949
Doença de Chagas – desafios
• Capacitação de profissionais da atenção básica para tratamento dos pacientes crônicos com forma indeterminada da doença de Chagas
•Criar mecanismos efetivos de vigilância epidemiológica na Região Amazônica
• Fortalecer a vigilância sanitária na cadeia de extração produção e comercialização do açaí e outras fontes de sucos na Amazônia
• Aprimoramento e atualização do sistema nacional de epidemiologia.
• Capacitação de profissionais da atenção básica para tratamento dos pacientes crônicos com forma indeterminada da doença de Chagas
•Criar mecanismos efetivos de vigilância epidemiológica na Região Amazônica
• Fortalecer a vigilância sanitária na cadeia de extração produção e comercialização do açaí e outras fontes de sucos na Amazônia
• Aprimoramento e atualização do sistema nacional de epidemiologia.
5050
Doença de Chagas – desafios técnicos
• Como prevenir a domiciliação de novas espécies?
• Como manter o domicílio livre de espécies nativas antropofílicas e vetores que ocupam o peridomicílio?
• Como realizar o controle de mecanismos excepcionais de transmissão vetorial?
• Como manter a sustentabilidade das ações de controle na ausência de transmissão vetorial?
• Como fazer a vigilância (epidemiológica, entomológica e de reservatórios) na Região Amazônica?
• Como prevenir a domiciliação de novas espécies?
• Como manter o domicílio livre de espécies nativas antropofílicas e vetores que ocupam o peridomicílio?
• Como realizar o controle de mecanismos excepcionais de transmissão vetorial?
• Como manter a sustentabilidade das ações de controle na ausência de transmissão vetorial?
• Como fazer a vigilância (epidemiológica, entomológica e de reservatórios) na Região Amazônica?
51515151
Transmissão oral: que Transmissão oral: que fazer ?fazer ?• Praticamente imprevisível, mas em geral Praticamente imprevisível, mas em geral
dependente de vetor próximo;dependente de vetor próximo;
• Afastamento de ecótopos nativos e Afastamento de ecótopos nativos e proteção mecânica;proteção mecânica;
• Generalidades no manejo alimentos;Generalidades no manejo alimentos;
• Detecção precoce do caso:Detecção precoce do caso:– Diagnóstico em lâminas e hemogramasDiagnóstico em lâminas e hemogramas– Tratamento específicoTratamento específico
• Investigação de contatos e convivas;Investigação de contatos e convivas;
• Notificação e estudo da transmissão.Notificação e estudo da transmissão.
5252
Sumarizando a SITUAÇÃO ATUAL: RISCOS E PERSPECTIVAS
RISCO de transmissão Vetorial: improvável, mínimo ou acidental, por espécies
nativas e invasoras. SE PARAR A VIGILÂNCIA VOLTA LENTAMENTE.
Transfusional: mínimo, por eventuais falhas na triagem de doadores;
Congênita: possível, em determinadas áreas, como parece ser no Rio G do Sul;
Oral: possível, endêmica na Amazônia e esporádica e “imprevisível” em outras áreas;
Outras vias: possíveis mas esporádicas e acidentais; RISCO de adoecimento e morte: sim, tendendo à
progressiva redução.
PERSPECTIVAS (ou “expectativas”) completa eliminação de T. infestans, com interrupção
“definitiva” da transmissão vetorial em áreas em que é espécie exclusiva;
manutenção de baixos níveis de infestação e eliminação de colônias intradomiciliares de espécies autóctones;
esgotamento progressivo da transmissão transfusional; ocorrência “ inevitável” e decrescente de casos por
transmissão congênita, em áreas localizadas; ocorrência em “parte evitável” por via oral e por outras
formas de dependentes do ciclo enzoótico de transmissão.
5353
PARA PENSARPARA PENSARAlguns elementos atuais nos planos sociais e políticosAlguns elementos atuais nos planos sociais e políticos
(Cenário Latino Americano)(Cenário Latino Americano)
• Políticas públicas e sociais ainda frágeis:Políticas públicas e sociais ainda frágeis:– Instabilidade de autoridades, prioridades e financiamento. Instabilidade de autoridades, prioridades e financiamento. – Redução de referências centrais; Redução de referências centrais;
• Dificuldades na transição de sistemas verticais Dificuldades na transição de sistemas verticais para horizontais de controle: periferia para horizontais de controle: periferia multiformemultiforme
• Excelente desempenho nos bancos de sangue Excelente desempenho nos bancos de sangue
• Não inserção da DCH nas leis globais de Não inserção da DCH nas leis globais de mercado:mercado:– Mercado dependente do setor públicoMercado dependente do setor público– Lucro pequeno nos setores de inseticidas e drogasLucro pequeno nos setores de inseticidas e drogas– Anomia e baixo valor da população em riscoAnomia e baixo valor da população em risco– Baixíssima prioridade rural (habitação) e educacional Baixíssima prioridade rural (habitação) e educacional
• Progressiva perda de interesse no âmbito Progressiva perda de interesse no âmbito científico e políticocientífico e político
5454
... Entre nós, a iniciativa de medidas sanitárias justifica-se, sem duvida, em considerações bem mais elevadas: é o futuro de um grande povo que se deverá zelar; são deveres de humanidade e patriotismo que devem actuar no espírito progressista dos homens de estado; é a vida humana, é progresso material, o aperfeiçoamento de uma raça que degenera, o obstáculo productivo à grandeza econômica do paiz . ... (Carlos Chagas, 1912)
(Carlos Chagas, agosto de 1911)