18
1 Pierre Valarié Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas As políticas energéticas à prova da à prova da sustentabilidade: sustentabilidade: O caso do noroeste da O caso do noroeste da Argentina Argentina

1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

1

Pierre Valarié Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL

França

As políticas energéticas à prova As políticas energéticas à prova

da sustentabilidade:da sustentabilidade:

O caso do noroeste da Argentina O caso do noroeste da Argentina

Page 2: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

O ContextoO Contexto Poucas pesquisas em Ciências Sociais sobre as políticas (geopolíticas) energéticas, afora os enfoques macro a nível global.

Um contexto: o anunciado esgotamento das energias fósseis, a pesquisa de fontes alternativas ou complementares, o desenvolvimento dos países emergentes e o crescimento da demanda por essas energias, os novos desafios da sustentabilidade.

Um resultado: a crescente territorialização das políticas energéticas de acordo com as modalidades multi-escala seja mundial, seja local.

Page 3: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

A pesquisa REDETTEA pesquisa REDETTE  

3

Redes, desenvolvimento, territórios.

No quadro do programa « Energia » do Centro Nacional de

Pesquisa Científica da França.

A pesquisa se refere a cinco países emergentes da América

do Sul (Brasil, Colombia, Venezuela, Argentina e Chili).

Um objetivo : analisar as disparidades territoriais da oferta

energética e seus impactos nos países emergentes.

Page 4: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

4

Uma problemática : o estudo de suas redes energéticas, tanto

materiais, quanto sociais.

Uma hipótese : a diferenciação no acesso às energias entre

os territórios, no interior dos Estados e das regiões supra e

infra regionais.

Um terreno : o NOA (Norte da Argentina) e o Sul da Bolívia.

Três perspectivas :- a governança como processo multi-escala;- a territorialização como consequencia dos elementos do contexto;- a confrontação entre produção de energia e desenvolvimento sustentável.

Page 5: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

5

O que chamamos de governança ?O que chamamos de governança ?

Três dimensões:

A coordenação dos protagonistas, públicos e privados, administrativos e produtivos

Política: a produção de normas de ação compartilhada e de objetivos comuns

Identitária: a consideração das identidades presentes na construção dos territórios

Page 6: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

6

Mapa do Mapa do nordeste da nordeste da Argentina Argentina

Page 7: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Os principais recursos (fontes) Os principais recursos (fontes) energéticos da Regiãoenergéticos da Região

7

Petróleo

Gás

Hidro-elétrica

Soja

Solar

Pesquisa das alternativas (Universidade tecnológica...)

Page 8: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Mapa do Mapa do petróleo e do petróleo e do

gásgás

8

Page 9: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Os recursos naturais : Áreas Os recursos naturais : Áreas protegidas e Resérva da Biosferaprotegidas e Resérva da Biosfera

9

América do Sul e América Central : a proporção da extensão terrestre submetida às medidas de proteção mais elevadas do mundo.

Argentina percursora em matéria de Parques : Nahuel Huapi (1922).

Mas: uma porcentagem importante das superfícies (52,4% na América do Sul, 34,6% na América Central) não respondem aos critérios da UICN, são pontos de proteção precária.

Uma resposta parcial: os corredores ecológicos.

Page 10: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Mapa dos Mapa dos CorredoresCorredores

10

Page 11: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Mapa da Mapa da Reserva Reserva

da da Biosfera Biosfera

Page 12: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

12

Sobre a NOA Sobre a NOA 

Uma superposição de dispositivos :

O Programa Estratégico de Ação para a bacia du Fleuve Bermejo (1995 : Comissão Bi-nacional)

Criação em 2002 da Reserva da Biosfera dos Yungas (Unesco MAB) : 12.300 Km2.

35 áreas protegidas no sul do território de Salta (na marge das zonas produtivas)

Projeto do corredor ecológico du Haut Bermejo (Laboratório da Pesquisa Ecológica da Univ. Tucuman)

Paisagem Cultural da Quebrada Humahuaca

.....

Page 13: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Atividades, desafios, conflitosAtividades, desafios, conflitosA RBYUN :

Quatro núcleos de proteção exclusiva : 2 parques nacionais e 2 parques regionais. Um parque gerido por um Engenho (Ledesma) : proteção do aqüífero.

A zona tampão (4000Km2) : Administração dos Parques Nacionais : pouco antropizada, agricultura tradicional, extração seletiva...

A zona de transição : 7230km2 : fortemente antropizada, forte atividade extrativa, exploração florestal agrícola.

Estratégias diversificadas das ONGs e das Províncias.

Estrutura de Gestão : 4 comitês zonais (Nort, Centro Salta, Centro Jujuy, Sul), convergência dos que vivem na e da reserva. Um comitê de gestão : três delegados des CZ. Avaliação : a lógica do conflito superam os interesses da administração.

Page 14: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

As fontes de conflitoAs fontes de conflito

O problema fundiário

A crise social: piqueteiros

A incerteza política

As questões ambientais

14

Page 15: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

Os níveis de decisão e de ação e a Os níveis de decisão e de ação e a questão do (dos) territóriosquestão do (dos) territórios 

O Estado argentino (falta de recursos financeiros, técnicos e políticos): entre a definição ecosistêmica e a lógica de mercado

As regiões da NOA: a maioria dos projetos são financiados pelos royalties energético. Elas são vulneráveis em função das pressões sociais e iniciativas das multinacionais. Um método de setorialização que diferencia "Energia" (ligada ao setor de produção) e "Ambiente".

Os níveis locais: com recursos limitados e, conseqüentemente, com uma margem baixa de iniciativa (à exceção das grandes áreas urbanas).

As ONGs, a maioria das quais são financiadas pelos OI, mas também por grandes empresas, em compensação por danos causados ao meio ambiente 15

Page 16: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

A transnacionalização dos recursos A transnacionalização dos recursos

16

Grandes empresas: entre a lógica da certificação ambiental e da negociação.

As ONGs: a capacidade de atuação com duas lógicas conflivas: profissionalização e prestação de serviços.

As comunidades indígenas: ligadas com as principais organizações internacionais - divisões no seio das comunidades.

Os governos: entre o desenvolvimento industrial e a conservação dos recursos naturais.

Page 17: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

ConclusõesConclusões

17

As políticas energéticas estão em condições de integrar as preocupações ambientais: - para regular os conflitos (negociação) - para compensar os danos - ou, até mesmo, para preservar os recursos para as suas atividades (água, floresta, ...)

Os distintos dispositivos de governança entre "Energia" e "Ambiente“ são fortemente fragmentados, tanto no nível territorial, quanto no nível sócio-político (grande diversidade de grupos de interesse)

Page 18: 1 Pierre Valarié CNRS e Universidade de Montpellier 1/CEPEL França As políticas energéticas à prova da sustentabilidade: O caso do noroeste da Argentina

ConclusõesConclusões

18

As lógicas de conflitos que prevalecem sobre as abordagens participativas.

Os fluxos financeiros (empresas, organizações internacionais) tem ampliado a fragmentação territorial e os conflitos subjacentes.

Neste contexto, as ONGs se impõem como mediadoras, mas sua representatividade é colocada em questão.

As dinâmicas energéticas têm uma participação na desestabilização de territórios fortemente afectados pela pobreza e marginalidade social.

A questão da sustentabilidade ambiental e social permanece como o grande desafio do Século XX.