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1 Redes Temáticas de Rádio Redes Temáticas de Rádio a parceria e a cooperação como ferramentas de gestão Ana Luisa Zaniboni Gomes Orientador: Professor Doutor Adilson Odair Citelli Trabalho apresentado junto ao Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista em nível de pós- graduação em Gestão de Processos Comunicacionais São Paulo, 29 de novembro de 2002

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Redes Temáticas de RádioRedes Temáticas de Rádioa parceria e a cooperação como ferramentas de gestão

Ana Luisa Zaniboni Gomes

Orientador: Professor Doutor Adilson Odair Citelli

Trabalho apresentado junto ao Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista em nível de pós-graduação em Gestão de Processos Comunicacionais

São Paulo, 29 de novembro de 2002

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RESUMOEsta proposta de Modelo de Gestão e Avaliação de Redes Temáticas de Rádio,

baseado nos princípios da parceria e cooperação, é fruto das reflexões, experiências e desafios vivenciados nos últimos cinco anos

pela equipe do Núcleo de Rádio da OBORÉ Projetos Especiais.

Além de reorientar a produção e distribuição dos produtos do Núcleo, o Modelo de Gestão busca consolidar o relacionamento com as rádios parceiras

através da sistematização de um método de gerenciamento e avaliação de resultados das redes temáticas.

Nesta proposta, o papel do Gestor de Processos Comunicacionais extrapola a supervisão e o gerenciamento das equipes multiprofissionais

e das diversas etapas de criação e manutenção das redes temáticas. Sua atuação fundamental se manifesta ao coordenar as avaliações de todos os produtos e processos

envolvidos na operacionalização das parcerias, retroalimentando e redirecionando o Modelo de Gestão de forma coletiva, permanente e reflexiva.

Este caminho é percorrido e analisado a partir da experiência da Rede de Comunicadores pela Saúde, criada e gerenciada pela OBORÉ desde 1999 e atualmente formada por 580 emissoras comerciais e

comunitárias abastecidas mensalmente com os programas de rádio “Plantão Saúde”.

Da experiência vivida de gerenciamento desta Rede, aliada à nova figura do Gestor e ao método de avaliação aqui proposto, surge um modelo passível de aplicação em projetos de natureza semelhante,

com equipes autônomas e, ao mesmo tempo, integradas.

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Redes de ParceriaQuatro grandes iniciativas de caráter nacional visam a integrar emissoras de rádio

na divulgação de temas públicos e sociais através de parcerias:

Rede de Rádios da Pastoral da CriançaMantenedora: CNBB através do Min. da Saúde Criação: 1991 Formação: 1343 emissoras

Rede de Rádios do Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais*Mantenedora: CONTAG Criação: 1993 Formação: 276 emissoras

Rede de Comunicadores pela Saúde* Mantenedora: OBORÉ, com patrocínios privados (Sintofarma e Aché)

Criação: 1999 Formação: 580 emissoras comerciais e comunitárias

Rede de Rádios Escola Campeã*Mantenedoras: Instituto Ayrton Senna e Fundação Banco do Brasil

Criação: 2002 Formação: 65 emissoras comerciais e comunitárias

A OBORÉ Projetos Especiais responde pela configuração de três dessas redes (*) com papel ativo tanto na concepção, montagem e gestão, como na produção do material que abastece periodicamente o

trabalho de cerca de 900 emissoras comerciais e comunitárias de todo o Brasil,em sistema de parceria e cooperação.

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Rede de Rádios do Sistema CONTAG de Comunicação

Mapa com área de alcance da Rede de Rádios do Sistema CONTAG de Comunicação, atualmente formada por 276 emissoras parceiras que transmitem o programa

A VOZ DA CONTAG desde o seu lançamento, em 1º de maio de 1993. Situação de julho de 2002

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Rede de Comunicadores pela Saúde

Mapa com as áreas de alcance das 580 emissoras ( 321 comerciais e 259 comunitárias) parceiras. Atingem 4.995 municípios brasileiros e uma população estimada em 60 milhões de pessoas.

Situação de 30 de julho de 2002

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Rede de Rádios Escola Campeã

Rede de Rádios Escola Campeã: área de alcance das 65 emissoras instaladas em 44 dos 49 municípios parceiros, cobrindo 3.733 municípios brasileiros. Situação de 20 de novembro de 2002.

C am pina G randeC aruaru

Juazeiro do N orte

C oruripe

IguatuC urra is N ovos

C abedelo

Estancia

Sabara

ParacatuR io Verde

Sao Jose do R io P retoAracruz

Sao M ateus

Serra

M acae

Anapolis

Sao Vicente

C am po G randePonta G rossa

Joinville

Ita ja iSao Jose dos P inhais

Santa M aria

R io B ranco

Boca do AcreC ruzeiro do Sul

Balsas

Acailandia

Araguaina

P irip iri Sobra l

M ossoroC odo

C ondeIlheus

M ontes C larosC aceres

S inop

A ltam ira

Santarem

Petro lina

Teresina

C am pos dos G oytacazes

Ji-Parana

Sapiranga

Lagarto

M arilia

Palm as

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Conteúdos das RedesConcepção informativo-formativa.

Abordam temas ligados à saúde, educação, ao meio-ambiente, desenvolvimento local, direitos dos cidadãos (especialmente os das crianças), música e cidadania.

Embutem o compromisso permanente de transformar informação em compreensão.

Público Camadas C, D e E da população brasileira.

Molecularmente distribuído pelas periferias e comunidades das grandes cidades e em pequenas e médias cidades do interior do país.

Dirigentes sindicais rurais que atuam como comunicadores em seus programas de rádio; agentes sociais dos movimentos populares que se utilizam de rádios comunitárias, boletins e

jornais institucionais para organizar a ação coletiva de seus representados e também de comunicadores de prestígio de pequenas e médias emissoras locais.

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Desafios• Como gerenciar o relacionamento com cada uma das emissoras, de

forma a respeitar as suas características técnicas, administrativas, de programação e de suas equipes – muito diversificadas tal qual o retrato do Brasil?

• Como avaliar o resultado concreto do modelo de parceria e cooperação mantido com cada uma das rádios?

• Como realizar e apresentar as avaliações e os resultados das redes temáticas de parceria de forma a serem compreensíveis pelo mercado tradicional e, com isso, legitimar a existência e sustentabilidade desses sistemas?

As respostas foram buscadas a partir dos princípios de relacionamento com o rádio

defendidos pela OBORÉ: a parceria e a cooperação.

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Relacionamento com o rádio defendido pela OBORÉ

1. O rádio é um aliado, parceiro estratégico na viabilização de produtos, processos e projetos radiofônicos.

2. Relacionamento não é mediado pela compra de espaço.

3. Ação parceira e cooperante: convocar e estimular o viés cidadão e o compromisso da emissora na divulgação de assuntos de interesse público, inclusive por ser o rádio

uma concessão pública.

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Termo de Parceria e Cooperaçãomodelo de relacionamento

• Documento estabelece a adesão voluntária da rádio a uma das redes da OBORÉ.

• Recebimento periódico e gratuito de programas e elementos de produção finalizados, com espaço reservado para inserção de publicidade local.

• Garantia de qualidade técnica, pertinência social, conteúdo passível de gerar repercussão e discussão junto aos ouvintes, possibilitar novas idéias de programação, novas pautas.

• Suporte para capacitação dos radialistas no trato de assuntos de interesse da população.

• Auxiliar das emissoras na busca de anúncios locais (sustentabilidade).

Esse modelo considera e procura resolver três grandes necessidades

sensíveis e demonstráveis, hoje,

nas pequenas e médias emissoras do interior do Brasil:

1. falta de equipe para produções locais

2. falta de material de qualidade na programação

3. escassez de verbas de anunciantes

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“Ação sistêmica” parceria e cooperação

Gestora / AdministradoraGera, sustenta e retroalimenta todo oprocesso, garantindo a interatividade ea continuidade do projeto.

Os Patrocinadoresalimentam osistema através doapoio financeiro,colhendo os frutosem reforço de imagemou venda real dos produtos anunciados.

As Emissoras garantem adisseminação da informação, deforma gratuita, regular e periódica.

Possibilidade de auto-sustentaçãodos seus programas com venda deanúncios. Grade de programaçãomais diversificada e comunicadorescom capacitação periódica.

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Rede de Comunicadores pela Saúdeexemplo de aplicação dos princípios da parceria e cooperação

A. Programas e produções radiofônicas Plantão Saúde / Gente da Saúde / Spots temáticos sobre prevenção / Mutirão Radiofônico

B. Cursos de capacitação / encontros temáticos 1. Para comunicadores sobre saúde

2. Sobre comunicação para profissionais da saúde

Curso de Informação sobre Saúde Pública para Radiocomunicadores Curso de Comunicação /Acolhimento para Diretores de Distritos de Saúde de S. Paulo

Encontros DST AIDS – Saúde nas Ondas do RádioAlmoço com as Estrelas / Correspondentes da Cidadania / Oficinas Temáticas

C. Logística à implantação da rede Banco de Dados / Pesquisa telefônica / Termo de Parceria e Cooperação

Processamento e Georreferenciamento de informaçõesProdução e geração de mapas personalizados / Pesquisa de Avaliação

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Programa Plantão SaúdeA transmissão desse programa é o alvo da pesquisa

Principal produto da Rede de Comunicadores pela Saúde

Duração: 8 minutos

Montado em dois blocos com um intervalo para possibilitar patrocínio local

Conteúdo: a prevenção e o combate aos problemas de saúde pública

Entrevistados: pesquisadores, médicos, dirigentes da saúde e especialistas

Transmissão com dia e horário definidos em 580 emissoras de todo o País (321 emissoras comerciais e 259 comunitárias)

As 580 emissoras integradas à Rede geram 6.606 entradas / mês (2.536 nas comerciais e 4.070 nas comunitárias)

Atingem 4.995 municípios brasileiros e uma população estimada em 60 milhões de pessoas.

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Dados da Rede

Emissoras comerciaisREGIÃO EMISSORAS PERCENTUAL

Norte 07 2%Nordeste 118 37%Sudeste 83 26%

Sul 109 34%Centro-Oeste 04 1%

Total 321 100%

Emissoras comunitáriasREGIÃO EMISSORAS PERCENTUAL

Norte 06 2 %Nordeste 132 52%Sudeste 109 41%

Sul 08 3%Centro-Oeste 04 2%

Total 259 100%

TotalREGIÃO EMISSORAS PERCENTUAL

Norte 13 2%Nordeste 250 44%Sudeste 192 33%

Sul 117 20%Centro-Oeste 08 1%

Total 580 100%

Figura 5: Situação da Rede de Comunicadores pela Saúde, por região, em 30 de julho de 2002.

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Sobre a PesquisaObjetivo: subsidiar a construção de um método de avaliação permanente como parte do novo Modelo de Gestão e Avaliação de Redes Temáticas de Rádio a ser implantado no

Núcleo de Rádio da OBORÉ .

Formulação do Problema: comprovar que os programas radiofônicos produzidos e distribuídos pelas redes temáticas são realmente veiculados pelas emissoras parceiras.

Hipótese de Pesquisa: o Termo de Parceria e Cooperação é um instrumento adequado, mas não suficiente, para garantir uma avaliação técnica dos resultados dessas redes.

Universo: Rede de Comunicadores pela Saúde

Quadro Teórico de Referência: As referências gramscianas de hegemonia e intelectual orgânico, aliadas aos conceitos de mercado cultural e das “brechas”

exaltadas por Walter Benjamin, e a conceitos como massivo- popular, mediações, estudos de recepção e identidades culturais discutidos em Martin- Barbero, Canclini e Hall parecem responder com mais pertinência e riqueza argumentativa aos desafios teóricos e práticos a que a OBORÉ se propõe na construção de um novo Modelo de

Gestão e Avaliação de suas redes temáticas de parceria em rádio.

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Delimitação do Universo e AmostraUniverso: 580 rádios parceiras da Rede de Comunicadores pela Saúde

Amostra: 10% das 321 emissoras comerciais pertencentes às cinco regiões do Brasil. Total: 33 rádios

Critério de seleção: número proporcional de parceiras da Rede em cada uma das regiões do Brasil e seqüência numérica crescente dos TPCs.

Regiões Nº deparceiras

% Amostragem Emissorasselecionadas

(arredondamento)

CO 4 1,25% 0,4 1

N 7 2,18% 0,7 1

NE 118 36,75% 11,76 12

S 109 33,96% 10,9 11

SE 83 25,86% 8,3 8

TOTAL 321 100% 32,06 33

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Amostra

UF CIDADE EMISSORA TPC VEICULAÇÃO 1 HORÁRIO 1 VEICULAÇÃO 2 HORÁRIO 2 INS/MÊS BANDA

AC FEIJO RADIO DIFUSORA DE FEIJO 1 DIARIAMENTE DURANTE TODA PROGRAMAÇÃO N N 28 AM

BA JUAZEIRO RADIO JUAZEIRO/MENSAGEIRO RURAL 8 DOM 7:00H N N 4 AM

BA SAUDE RADIO PAIAIA 118 SAB 6:50H SAB 12:00H 8 FM

CE BREJO SANTO RADIO SUL CEARENCE DE BREJO SANTO 16 SEG 6:30H N N 4 AM

CE CANINDE RADIO SAO FRANCISCO DE CANINDE 77 QUA 8:30H SEX 8:30H 8 AM

CE IPUEIRAS RADIO MACAMBIRA 68 SAB ENTRE 9:OOH E 12:30H N N 4 AM

CE QUIXADA RADIO CULTURA DE QUIXADA 84 SEG,QUA E SEX 14:30H N N 12 AM

GO IPAMERI RADIO XAVANTES DE IPAMERI 85 SEG 9:45H N N 4 AM

MG BELO HORIZONTE RADIO AMERICA AM 86 SAB 17:00H N N 4 AM

MG LAVRAS RADIO UNIVERSITARIA DE LAVRAS-FM 52 SEG 16:30H N N 4 FM

MG MANHUACU RADIO MANHUACU AM 88 DOM 8:15H N N 4 AM

MG MANHUMIRIM RADIO MANHUMIRIM AM 19 SAB 9:40H N N 4 AM

MG MURIAE RADIO MURIAE 18 QUA 15:30H SAB 16:00H 8 AM

MG MUZAMBINHO SOC. RADIO RURAL DE MUZAMBINHO 17 SEG 10:00H QUI 15:30H 8 AM

PB CONCEICAO RADIO EDUCADORA DE CONCEICAO PB LTDA 50 QUI ENTRE 10:00H E 10:30H SAB ENTRE 10:00H E 10:30H 8 AM

PB POMBAL RADIO OPÇÃO FM (ATIVA) 82 SEX 12:00H N N 4 FM

PE AFOGADOS DA INGAZEIRA RADIO PAJEU DE EDUCACAO POPULAR 90 TER 11:45H N N 4 AM

PE BOM CONSELHO RADIO PAPACACA 23 SEG A SEX 10:15H N N 20 AM

PI FLORIANO RADIO DIFUSORA DE FLORIANO 22 SAB 14:00H N N 4 AM

PI UNIAO RADIO UNIAO AM 20 SAB 12:00H DOM 9:00H 8 AM

PR BELA VISTA DO PARAISO RADIO BRASILEIRA DE BELA VISTA DO PARAISO 9 TER,QUA E SEX 1X A TARDE 1X POR SEMANA PELA MANHÃ 16 AM

PR CAPITAO LEONIDAS MARQUES RADIO HAVAI 10 SAB 12:10H N N 4 AM

PR CHOPINZINHO RADIO CHOPINZINHO 15 SEX 7:50H N N 4 AM

PR CORONEL VIVIDA RADIO VOZ DO SUDOESTE 11 SEG 22:00H N N 4 AM

PR CRUZEIRO DO OESTE RADIO DIFUSORA DE CRUZEIRO DO OESTE 12 QUA 16:30H SAB ENTRE 15:30H E 17:00H 8 AM

PR MARMELEIRO RADIO CRISTAL DE MARMELEIRO 13 TER 12:20H N N 4 AM

PR SANTA HELENA RADIO GRANDE LAGO DE STA. HELENA 14 SAB 6:45H N N 4 AM

RS GUAPORE RADIO AURORA DE GUAPORE 28 SAB 9:30H N N 4 AM

RS PANAMBI RADIO SUL BRASILEIRA DE PANAMBI 7 SEX 16:05H N N 4 AM

RS TORRES RADIO MARISTELA 24 SEG A SEX 14:30H N N 20 AM

SC GASPAR RADIO SENTINELA DO VALE AM 21 DOM 18:30H N N 4 AM

SP BAURU RADIO UNIVERSITARIA UNESP - FM 100 SEX 7:00H N N 4 FM

SP DRACENA RADIO REGIONAL 97 1X POR SEMANA ENTRE 7:00H E 8:00H 1X POR SEMANA ENTRE 11:00H E 12:00H 8 AM

Suspensão provisória (1)

Situação das 33 emissoras de rádio pesquisadas

Figura 8

Excluídas (2)

LegendasNão conseguimos contato (3)

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Seleção de Técnicas de Coleta de DadosTécnicas quantitativas e qualitativas, através de aplicação de questionário e

entrevistas individuais a partir dos métodos de Pesquisa-Ação de Michel Thiollent e dos Estudos de Recepção de Jesús Martin-Barbero.

Coleta de Dados – A experiência do “campo”Questionário-padrão com perguntas quantitativas e qualitativas,

aplicado por telefone, com gravação e transcrição integrais.

Entrevistas produzidas por um jornalista e uma pesquisadora (socióloga) entre os dias 15 e 27 de agosto de 2002 junto aos radialistas responsáveis, na emissora, pela parceria na transmissão do programa Plantão Saúde.

Das 33 emissoras selecionadas, 91% foram efetivamente contactadas (30).

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Descrição e Interpretação dos Dados

1. Das 30 emissoras efetivamente entrevistadas, confirmou-se veiculação

do Plantão Saúde em 27 delas (90%). As três que não confirmaram aproveitamento do material alegaram que:

Não conseguiu patrocínio local e a direção da emissora optou por retirar do ar (Rádio América AM de Belo Horizonte – MG)

Na reestruturação de sua grade de programação, retirou do ar o programa no qual o Plantão Saúde era veiculado ( Rádio UNESP de Bauru - SP)

Suspendeu a veiculação temporariamente pois, segundo o entrevistado, há dois meses não recebe o material. ( Rádio Aurora de Guaporé – RS)

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Descrição e Interpretação dos Dados

2. Nas 27 emissoras que confirmaram veiculação, constatou-se que os dias e horários

inicialmente acordados no Termo de Parceria foram totalmente alterados em 66% delas (20).

Em nenhum dos casos houve comunicação formal à OBORÉ acerca dessa mudança.

Motivos alegados para a alteração dos horários de veiculação:

1. Os ouvintes pediram mudanças de horário.

2. A obrigatoriedade do horário eleitoral gratuito alterou toda a grade do período compreendido entre agosto e outubro.

3. Houve mudanças na grade de programação da emissora por orientação da direção da rádio.

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Descrição e Interpretação dos Dados

3. Dados recolhidos das 27 emissoras que confirmaram veiculação do Plantão Saúde

apontam, em 100% dos casos, uso integral dos programas. 92,5% delas operam em AM

característica: privilegiar o jornalismo e as atrações populares voltados às classes C e D.

4. Em 23 casos (85%), a freqüência de veiculação é de uma vez por semana,

em dia e horário determinados.

5. A maioria das 52 transmissões semanais ocorre de segunda a sexta-feira (73%)

horários mais freqüentes de veiculação: entre 6 e 12h - 20 das 38 entradas (52%). Na faixa de 6 a 10 da manhã (horário nobre do rádio): 28,9% dessas veiculações.

Período da tarde (entre 12 e 18 horas): 17 das 38 veiculações (45%) Período da noite (entre 18 e 22h): 3%.

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Descrição e Interpretação dos Dados

6. Programas sobre saúde transmitidos em emissoras AM, em dias úteis e no período da

manhã, são tipicamente dedicados ao público feminino das classes C e D. São donas de casa que se informam através do rádio e que, reconhecidamente, respondem

por toda e qualquer decisão que se refira à saúde de sua família. O mesmo perfil de audiência pode ser aplicado ao período da tarde, cujos programas

populares, de variedades, têm como target as donas de casa.

7. Mapa de veiculação do Plantão Saúde, nesta amostra,

corresponde exatamente ao perfil acima desenhado.

Portanto, a Rede de Comunicadores pela Saúde pode ser considerada eficiente e eficaz para potencializar a divulgação de ações educativas em saúde das áreas governamentais,

nas esferas municipal, estadual ou federal. Pode ser planejada como mídia e comercializada pelas agências de publicidade ou

departamentos de marketing de empresas que tenham entre seus objetivos falar de saúde para o Brasil profundo.

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Descrição e Interpretação dos Dados

8. Apenas 25% das rádios que transmitem o Plantão Saúde têm patrocínio local.

Em 85% desses casos o material integra o corpo de outro programa da grade, já patrocinado.

A maioria desses “hospedeiros” tem formato e estilo variedades, basicamente voltados para o público feminino ou para discussões na comunidade.

9. Das emissoras sem patrocínio local, o principal motivo apontado é a grande

dificuldade em conseguir anúncios por serem municípios pequenos ou pela falta de estrutura dos seus respectivos departamentos comerciais.

Apontam as sérias dificuldades financeiras pelas quais estão passando as pequenas e médias emissoras do interior, que entre si ainda têm que dividir os parcos 20% do total das verbas

publicitárias dirigidas ao rádio.

Estimativas do Meio e Mensagem, publicação especializada e voltada para o mercado publicitário, apontam que dos 5% do bolo publicitário nacional do rádio, 80% é investido

nas grandes emissoras das capitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

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Descrição e Interpretação dos Dados

10. Na avaliação qualitativa, insistiu-se em verificar junto às parceiras a

importância real que o Plantão Saúde teria para a emissora. Noventa por cento delas qualificou a parceria como muito positiva, considerando que os programas,

além de informativos, tinham cunho social.

11. Os comentários livres apontaram para uma avaliação bastante positiva no

que se refere à qualidade técnica e editorial dos programas. A escolha dos assuntos e sua relevância para a comunidade são os fatores mais apontados de

sucesso junto aos ouvintes:

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Comentários livresPrograma considerado excelente; elogios ao locutor oficial e pede abraçono arPrograma muito importante para a região nordesteConsiderado um dos melhores programas ; objetivo e práticoO povo adora rádio e tudo sobre saúde é importante divulgarPrograma é educativoO programa aborda assuntos diferentes e variadosUma boa forma de esclarecer a opinião pública sobre a saúdeÉ fundamental levar aos ouvintes informações sobre saúde e por issoestão muito satisfeitos com os programasA população só tem a ganhar com os programasO pessoal é carente e precisa desse tipo de programaO conteúdo do Plantão Saúde é excelente e os assuntos abordados são demuito interesse para a regiãoO programa é muito importante porque traz muita repercussãoOs ouvintes têm gostado; então, para a rádio, é bomO programa é bem importante pois muita gente liga para comentarA emissora tem muito carinho pelo programaO programa é essencial para a cidade, que é pequena e pobreO programa é importante porque a região amazônica é carente; asinformações são feitas de forma simples e esclarece a populaçãoA qualidade do material é muito boa e os ouvintes têm muito interesseO programa no qual o Plantão Saúde é inserido dirige-se a trabalhadoresrurais, que são muito carentes de informaçãoSentimos que é nossa obrigação divulgar assuntos sobre saúde para apopulaçãoO programa é rico em informações, com entrevistas interessantes, difícilde conseguir na cidadeO programa é muito informativo e esclarecedorEstão satisfeitos com o programa e querem continuar a receber sempreOs programas são interessantes e sempre acrescentam alguma coisa

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Conclusões da pesquisa

1. Esta pesquisa partiu da hipótese de que o Termo de Parceria e Cooperação é um instrumento adequado, mas não suficiente, para garantir

uma avaliação técnica dos resultados das redes.

Conclui-se que: As respostas encontradas, mais do que confirmarem a hipótese, fornecem

vários cenários importantes que podem direcionar a construção de um novo Modelo de Gestão e Avaliação de Redes Temáticas de Rádio

em bases mais sólidas e reais.

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Conclusões da pesquisa2. Os resultados reforçam a importância do contato permanente com as

emissoras, uma vez que em mais de 60% das pesquisadas houve alteração de dados compromissados via Termo de Parceria e Cooperação.

A rotatividade tanto da direção das emissoras quanto dos seus comunicadores compromete o cumprimento de acordos operacionais .

Conclui-se que: TPC acompanhado e monitorado mês a mês, através de pesquisas de avaliação

como esta, e formalmente renovado ano a ano.

Regras da parceria mais claras, reforçando o conceito de sistema de rede e de “contrato” de parceria

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Conclusões da pesquisa3. Os resultados mostram a necessidade de esclarecer constantemente as

emissoras, especialmente aos comunicadores, sobre os objetivos dos produtos sonoros que acompanham o Plantão Saúde e, como explicado anteriormente, são

de uso livre: Carta Falada e das Entrevistas Exclusivas.

Conclui-se que:

Termo de Parceria e Cooperação e Carta Bula devem explicitaras sugestões de formas de uso desse material.

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Conclusões da pesquisa4. Se não está havendo publicidade para as emissoras, especialmente para as

menores, uma ação importante a ser trabalhada na nova gestão das parcerias das redes é justamente municiá-las

com informações nesta área.

Conclui-se que:

Um espaço privilegiado para isso é a Carta Falada.

Com isso, pode ser retomado o sentido e objetivo original da Carta Falada enquanto material de qualificação para as emissoras e suas equipes.

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Projeto de Intervenção Modelo de Gestão e Avaliação das Redes Temáticas de Rádio

Objeto

As ações propostas compreendem a montagem de um método que vise a elencar as etapas básicas de construção de uma rede temática de parceria e cooperação. Pretende-se, com isso, um roteiro de procedimentos com o objetivo de facilitar a

gestão e acompanhamento de todo o processo operacional e avaliativo.

Etapas

São cinco as etapas básicas de construção de redes temáticas de rádio consideradas neste novo modelo: Criação, Montagem, Operacionalização, Manutenção e Avaliação. Mesmo interdependentes, cada uma das etapas

demandam objetivos, procedimentos e cronogramas e específicos de execução – tripé que deve ser observado para o perfeito entrosamento de suas diversas fases e

seus diversos produtos e sub-produtos.

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Etapa 1 – Criação Seleção de um tema ou eixo temático a ser abordado

Análise da relevância social

Pesquisa sobre projetos em curso semelhantes ao proposto.

Campos de assuntos definidos por ocasião da criação de seu Núcleo de Rádio, em 95: saúde, educação, agricultura familiar, desenvolvimento local, meio-ambiente,

direitos dos cidadãos (em particular o das crianças) e música brasileira.

Identificação do público prioritário

Localização geográfica das regiões do país em que a intervenção possa ser mais eficaz ou mais receptiva.

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Criação (cont.)Inventário das emissoras de rádio existentes nessas manchas

Estudo das emissoras externas que alcançam as áreas selecionadas

Banco de Dados da OBORÉ: emissoras comerciais e educativas em operação regular no país; rádios comunitárias com funcionamento já autorizado pelo

Ministério das Comunicações; comunitárias com protocolos de licença ainda não autorizados e os serviços de alto-falante instalados basicamente em pequenos

municípios da região Nordeste.

Criação jornalísticaCorpo de conselheiros do projeto

Piloto zero Possíveis patrocinadores

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Etapa 2 - Montagem

Aproveitamento dos principais produtos da Etapa 1: programa piloto e lista das emissoras a serem convidadas para fundar a rede.

kit : carta personalizada ao diretor de cada rádio com a explicação do projeto; o convite para que integre a rede como parceiro fundador; a definição mais clara possível dos termos da

parceria proposta; a indicação do critério de exclusividade no seu município, a data de lançamento e envio do primeiro programa da série e o Fax Resposta para ser preenchido,

com data limite de devolução.

Carta registrada com aviso de recebimento dos Correios. Contato telefônico inicial com as emissoras é procedimento obrigatório.

A experiência do trabalho com redes nacionais tem demonstrado que são necessários, no mínimo, três meses consecutivos de contatos telefônicos para se chegar a um resultado

minimamente satisfatório de adesões.

Quantificação das parcerias e definição da planilha de custos.

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Etapa 3 - Operacionalização

Formalização das adesões das emissoras Produção / distribuição periódica e regular dos programas

Termo de Parceria e CooperaçãoBanco de Dados / Mapa de veiculação ( de cada rádio e de toda a rede )

Critério de Exclusividade Planejamento editorial e respectivo cronograma de produção anual e mensal.

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Etapa 4 - ManutençãoAuto-sustentabilidade do projeto

Controle de qualidade dos seus produtos e processosCorreções de rumo do plano geral de trabalho

Qualificação dos profissionais envolvidos em cada fase e ponto do sistema.

Momento de responder, concretamente, a três perguntas:

.Qual o mínimo de adesões necessárias para a rede se estabelecer?.Qual o recurso financeiro disponível ?

Por quanto tempo o Núcleo poderá manter o projeto sem patrocínio?

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Etapa 5 - AvaliaçãoModelo de Avaliação Permanente - método científico de pesquisa por amostragem a ser realizada mensalmente em um universo móvel de 10% da Rede de emissoras

comerciais parceiras do projeto em questão.

Emissoras comunitárias não são consideradas: legalmente, não estão autorizadas a receber publicidade e tampouco possuem tabela de preços de anúncios.

Por sobreviverem de doações através da prestação de serviços à comunidade, não há como mensurar, de forma concreta, os custos do espaço que cedem a toda e

qualquer parceria.

Leitura mensal do mapa de veiculação

Ratificação ou retificação das informações apontadas no TPC

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Avaliação (cont.)Questionário-padrão aplicado por telefone, gravado, em seguida degravado e comparado ao TPC: ritmos de divulgação e dias e horários de veiculação.

Informações qualitativas ( ritmos de recepção / formas de uso ) registradas e arquivadas em suporte sonoro.

Para definição do universo da pesquisa (10% das emissoras comerciais parceiras

da Rede): selecionar emissoras distribuídas regionalmente, de acordo com o percentual de parcerias dessas regiões.

Critério para selecionar emissoras das regiões a serem pesquisadas: nº do TPC, por ordem crescente.

O gráfico a seguir poderá facilitar o procedimento sugerido:

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Regiões Nº de parceiras % Amostragem Emissoras selecionadas(arredondamento)

CON

NES

SETOTAL 100%

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Avaliação ( cont.)

Resultados da pesquisa mensal registrados e disponibilizados, por escrito, através de um relatório de veiculação, de gráficos percentuais e do cd com o conteúdo

integral das entrevistas gravadas no período.

Retroalimentador do projeto e das parcerias.

Momento de atualizar e re-enviar físicamente o documento da parceria a cada emissora participante da pesquisa.

Em um prazo de dez meses a totalidade da Rede poderá ser conferida e avaliada, atingindo o objetivo de renovação anual do acordo de cooperação

inicialmente estabelecido.

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Síntese das principais atividades -1 Modelo de Gestão e Avaliação de Redes Temáticas de Rádio

• Seleção do tema ou eixo temático

• Pesquisa para verificar projetos semelhantes

• Identificação do público prioritário

• Localização geográfica para a intervenção

• Levantamento das emissoras de rádio existentes nos municípios-foco

• Levantamento de radialistas existentes nas emissoras dos municípios-foco

• Levantamento das emissoras externas que alcançam as áreas selecionadas

• Cruzamento de dados para composição de listagem final.

• Verificação dos dados completos das emissoras para futura remessa

• Produção de relatório inicial

• Montagem do corpo de Conselheiros

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Síntese das principais atividades -2 Modelo de Gestão e Avaliação de Redes Temáticas de Rádio

• Definição de formato editorial

• Definição da temática central e pautas

• Produção dos roteiros do programa piloto

• Entrevistas e edição final

• Gravação / produção sonora

• Matrizes

• Produção de carta personalizada

• Produção de Fax resposta

• Reprodução dos cds e documentos

• Projeto gráfico dos envelopes, cartas, rótulos do cd e capas

• Fotolitos e reprodução gráfica da papelaria

• Manuseio e distribuição Correios - carta registrada com aviso de recebimento

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Síntese das principais atividades -3 Modelo de Gestão e Avaliação de Redes Temáticas de Rádio

• Identificação de possíveis patrocinadores

• Telemarketing junto às emissoras pré-selecionadas

• Quantificação das parcerias conquistadas

• Montagem da planilha de custos e preços

• Contato com patrocinadores

• Estabelecimento dos Termos de Parceria e Cooperação

• Montagem e administração de Banco de Dados da Rede de parceria

• Cronograma de produção anual e mensal do projeto

• Lançamento oficial da Rede

• Início da distribuição regular e periódica dos programas

• Produção dos mapas georreferenciados da Rede com dados de alcance das emissoras e respectiva população atingida

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Síntese das principais atividades -4 Modelo de Gestão e Avaliação de Redes Temáticas de Rádio

• Aplicação mensal do método de avaliação

• Relatório de avaliação e controle, com mapa de veiculação geral e georreferenciamento

• Envio de carta de agradecimento e diploma personalizado de emissora integrante da Rede

• Realização dos concursos mensais

• Reuniões periódicas das equipes

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CONCLUSÃO

1. Este trabalho desenhou um Modelo de Gestão e Avaliação de Redes

Temáticas de Rádio, balizado pelos princípios da parceria e cooperação, com o objetivo de sistematizar as diversas experiências e projetos desenvolvidos no

Núcleo de Rádio da OBORÉ desde 1995.

2. Procurou responder à necessidade real de comprovar a veiculação gratuita

dos programas nas emissoras integrantes das redes privilegiando a etapa de avaliação das parcerias, entendida como um processo permanente e rotativo onde o Termo de Parceria e Cooperação é um instrumento indispensável na negociação

e no controle operacional do relacionamento entre produtora e emissoras.

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CONCLUSÃO

3. Os princípios da parceria e cooperação preconizados neste Modelo

consideraram que a qualidade técnica dos programas, a pertinência social dos temas abordados, o contato direto e permanente com as emissoras e a capacitação

dos radialistas/comunicadores são quesitos essenciais para a manutenção e sustentabilidade dos projetos de redes temáticas.

4. Tal constatação foi fruto da pesquisa aqui desenvolvida para o estudo de

caso da Rede de Comunicadores pela Saúde e retratou o padrão de comportamento das pequenas e médias emissoras do interior do Brasil frente a projetos de

natureza social, de adesão voluntária, onde o rádio é potencializador de ações e informações de interesse público.

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CONCLUSÃO 5. As matrizes teóricas que acompanharam este trabalho, desde sua

concepção, escolha do foco de pesquisa, interpretação dos resultados, proposta de intervenção e entendimento do papel do Gestor foram as referências gramscianas

de hegemonia e intelectual orgânico e os conceitos de mediações, estudos de recepção e identidades culturais discutidos em Martin-Barbero, Canclini e Hall.

6. Com este pressuposto conceitual foi possível destacar, no projeto, os

fundamentos da política de comunicação desenvolvida pela OBORÉ que privilegiam o aspecto popular, a comunicação como parte integrante de todo plano

de ação, a qualificação constante das equipes profissionais e a possibilidade da prática reflexiva que confere ao receptor papel ativo enquanto

produtor de conhecimento.

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CONCLUSÃO

7. Este Modelo de Gestão apresentou cinco etapas básicas de construção de

redes de parceria: criação, montagem, operacionalização, manutenção e avaliação de resultados, que deverão ser coordenadas por um especialista em Gestão de

Processos Comunicacionais, cujo papel será o de atuar no momento gerencial da empresa e na mediação entre as diversas equipes e etapas do processo,

valorizando a atividade intelectual e a prática reflexiva em cada ponto do sistema.

8. Importante destacar que todo o estudo aqui produzido foi testado e aplicado,

em tempo real, às redes atualmente em operação no Núcleo de Rádio da OBORÉ. Constatou-se, assim, a pertinência da proposta de intervenção – especialmente no

que se refere à avaliação periódica e permanente das redes temáticas, tendo a parceria e a cooperação como ferramentas de gestão.

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REDES EM FORMAÇÃO

1. Rede Viola

2. No Ar, a Universidade da Terra

3. Rede de Apoio ao Fome Zero